terça-feira, 2 de julho de 2013

Snowden ameaça governo dos EUA com revelações de 'interesse público'

Americano pediu asilo político à Rússia.
Ele é procurado pelas autoridades por ter vazado segredos americanos.

Do G1, em São Paulo

O ex-espião dos Estados Unidos Edward Snowden quebrou o silêncio pela primeira vez desde que fugiu para Moscou, há oito dias, para dizer que ele continua livre para fazer novas revelações sobre a atividade de espionagem dos EUA.

Em uma carta ao governo do Equador vista pela Reuters, Snowden disse que os EUA o perseguem ilegalmente por revelar seu programa de vigilância eletrônica, o Prism.

Ele também agradeceu o Equador por ajudá-lo a chegar à Rússia e pela análise do pedido de asilo.

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"Eu permaneço livre e capaz de publicar informações que servem o interesse público", disse Snowden em uma carta em espanhol sem data enviada ao presidente equatoriano, Rafael Correa, vista pela Reuters.

"Não importa quantos dias tenho de vida, continuo dedicado à luta pela justiça neste mundo desigual", afirmou ele em parte do texto, de acordo com uma tradução.

'Julgamento justo'
O governo dos Estados Unidos disse que Snowden ainda é um cidadão americano e terá direito a um julgamento 'justo' quando voltar ao país.

O porta-voz do departamento de Estado Patrick Ventrell rebateu assim os comentários do fundador do Wikileaks, Julian Assange, que descreveu Snowden como um "exilado" em Moscou após Washington cancelar seu passaporte.

"Isso não é certo", disse Ventrell sobre as declarações de Assange, acrescentando que o governo dos Estados Unidos poderá entregar a Snowden "um documento de viagem para entrar" no país.

"Ele ainda é um cidadão americano, ainda goza dos direitos da cidadania americana, o que inclui o direito a um julgamento justo e livre pelos crimes que supostamente cometeu", disse Ventrell.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse mais cedo que Snowden poderia permanecer na Rússia - onde se encontra no aeroporto de Moscou - se deixar de divulgar informações prejudiciais aos Estados Unidos.

Ventrell se negou a responder como Washington reagiria diante da permanência de Snowden na Rússia como asilado.

"Não estamos neste ponto e prosseguiremos com base na nossa crença do que vai acontecer. Esperamos que façam (Rússia) o que é correto".

As últimas revelações de Snowden, de 30 anos, afirmam que os Estados Unidos "grampearam" embaixadas de países aliados, incluindo a representação da União Europeia (UE) em Washington.

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