Pouco depois de saborear vitória em pesquisa eleitoral feita durante as manifestações populares – "fico lisonjeado, é importante para o meu histórico de vida" -, Joaquim Barbosa é flagrado em sua maior contradição; discurso moralista contra mordomias a juízes é derrubado por recebimento de R$ 580 mil em auxílios atrasados como promotor; beneficiário de passagens de avião para fazer o circuito casa-trabalho-casa, mas pregando a austeridade, Barbosa cresceu até o limite de seus discursos; na vida real, estourou
7 de Julho de 2013 às 17:40
247 – Frente a frente à opinião pública, se quiser cair na tentação apontada pelo Datafolha, que o viu com 30% dos votos para presidente dentro das manifestações populares, Joaquim Barbosa terá de se explicar. Em palanques reais e eletrônicos, alguém vai lhe perguntar, por exemplo, porque diz uma coisa e faz outra.
Moralizador e austero em seus discursos, na prática ele não consegue se distinguir de seus pares no uso de expedientes que estão sob severo julgamento da sociedade. Como Barbosa irá se declarar inocente desses pecados, do ponto de vista do público, se continua sendo pego em flagrante no uso das mesmas mordomias?
No Conselho Nacional de Justiça, o presidente do STF atacou como "esdrúxulas" algumas benesses aos magistrados, como o pagamento de atrasados de auxílio-alimentação, prometendo criar legislação contrária. Mas o próprio Barbosa. no passado, não se fez de rogado, quando era promotor público, ao embolsar R$ 580 mil na forma de pagamentos de bônus salarial, uma espécie de compensação ao auxílio-moradia de deputados e senadores, e licenças-prêmio atrasadas.
Outros paradoxos foram descobertos logo após a pesquisa eleitoral ter expandido ao máximo, até aqui, a bolha de popularidade do presidente do STF. Depois de ter ordenado, no ano passado, uma ampla reforma nos banheiros de seu gabinete, Barbosa chamou atenção pelo uso constante, todas as semanas, de passagens Rio de Janeiro-Brasília-Rio de Janeiro para os deslocamentos entre sua residência e o STF. Um benefício histórico de diferentes cargos oficiais, mas que pune moralmente quem, como Joaquim, se diz um paladino da austeridade.
LÍDER E OUTSIDER - Destacando-se para o grande público como relator da Ação Penal 470 e, em seguida, na cadeira de presidente do Supremo, Joaquim procura ser uma espécie de outsider que ao mesmo tempo lidera o sistema -- é, afinal, presidente de um dos poderes da República.
Barbosa expressou em público toda a sua felicidade com o resultado do Datafolha. "Fico lisonjeado", disse. "Isso é muito importante para o meu histórico de vida". Ele foi recebido pela presidente Dilma Rousseff para dar sugestões sobre a superação da crise política aberta pelas manifestações populares. Aproveitou para aconselhar a presidente a incluir a possibilidade de candidaturas avulsas, sem ligação com partidos políticos, no plebiscito que ela havia anunciado. "A minha avaliação coincide com a dela", disse o presidente do STF aos jornalistas. Os dias passaram e a ideia do plebiscito perdeu toda força, ficando claro que as regras para as eleições de 2014 serão as mesmas que vigoram atualmente. Mais um ponto contra possíveis pretensões presidenciais de Joaquim.
Nas manifestações, os pedidos por um Brasil mais transparente e rigoroso com a corrupção e a degradação dos costumes políticos se sobressaíram. Nesse cenário, Barbosa apareceu com força. Mas à medida em que tisna sua toga com as descobertas de seu desfrute, nos bastidores, das regras que afirma querer derrubar, sua fragilidade se torna proporcional ao tamanho de seu crescimento. Como uma bolha de sabão: quando está em seu ponto máximo de amplitude, estoura.
Comentários
269 comentários em "Bolha de Barbosa estoura no auge da popularidade"
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Dora 8.07.2013 às 06:28
TODOS SÃO IGUAIS, PERANTE A CORRUPÇÃO POLÍTICA, TODOS; NA REGRA DE POLÍTICOS, NÃO HÁ EXCEÇÃO. É ISTO, SEM MAIORES DELONGAS.
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Mas, ai também já é demais né? 8.07.2013 às 06:03
Os Mauricinhos e Patricinhas, (vocês se lembram dos Três mosqueteiros - Demostenes juntos, pois é né!!) As Marchadeiras de Sampa, falavam nele com a boca cheia e foi ver era um crápula, ficaram com cara de Cachorro que peidou na Igreja, pois é né!!! Assim tãos os Coxinhas, encheram a bola do Joaquim Torquemada Caifaz na (pesquisas nas passeatas) e depois foram ver o homem debaixo dos panos é tão corrúpto quanto a maioria dos corrúptos. Fala uma coisa e faz outra. Eu posso? encheram a bola do Joaquim Caifaz e a Mídia ficou vendendo gato por lebre tentando enganar os incautos e deu nisto ai. O Homem falava contra, mas quando chegou a grana pra ele, ele simplesmente embolsou e tamos conversados (580 mil é uma grana boa, né joaquinzão e a tampa da banheiro de 90 mil e as viagens para a mansão do RJ toda semana, e a mansão em Miami! Tamos bem né?
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Pedro Cruz 8.07.2013 às 05:59
O homem não precisa dizer a ninguém que é honesto, sua vida tem que mostrar isso pelas suas ações. Joaquim Barbosa é mais covarde que não tem coragem de ser o homem que ele sugere à sociedade porque é fraco diante das oportunidades, esse é o momento certo para medir o caráter de alguém, quando lhe é concedido poder e oportunidades. Para mim, sinceramente ele é pior que todos os que ele acusa, porque a ele cabe fazer justiça como ppresidente da Suprema Corte, como julgador. Como julgar alguém pelas mesmas práticas usadas por mim como julgador? O Sr. Ministro. Se tiver respeito pela sociedade brasileira, deve a ela, desculpas pelo seu mau exemplo como gestor de recursos públicos.
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Marcos K 8.07.2013 às 05:35
Esse foi pêgo com as calças nas mãos e pregando a moral de cuecas. Borbosa = Sarney = Calheiros = Collor = Aécio = Serra = Globo.
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Ligia 8.07.2013 às 05:19
Na coletiva após a reunião com a Dilma, ele teve a cara de pau de dizer que no Rio de Janeiro, andava de ônibus.
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XISTO 8.07.2013 às 04:34
MAS QUE FARISEU...
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Eliseu F santana 8.07.2013 às 03:24
O ministro Joaquim Barbosa jamais teria coragem de descer à planície para disputar qualquer eleição. No horário eleitoral gratuito ele seria detonado na primeira semana. São várias e muito graves as denúncias de irregularidade desse senhor, passando pelo inquérito policial aberto por sua ex-esposa até a "ocultação" de documentos essenciais no julgamento da Ação Penal 470. Infelizmente, a maioria da população não tem opinião própria, é conduzida como manada pela Rede Globo de Televisão. Certamente essa situação tende a mudar a medida que a população vai se informando melhor. As redes sociais são o contraponto que faltava para nos salvar do obscurantismo patrocinado pelo cartel da imprensa. Por enquanto o silêncio da grande mídia vem salvando a pele do ministro Joaquim Barbosa e outros menos importantes. Todos eles sabem que essa situação não vai durar para sempre.
Fonte: wwwbrasil247.com
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