segunda-feira, 31 de julho de 2023

Chacina policial deixa pelo menos dez mortos no Guarujá e polícia ameaça matar 60 pessoas

Além das mortes, houve relatos de moradores sobre tortura e execução; governador Tarcísio defendeu a operação

Palácio dos Bandeirantes e Tarcísio de Freitas
Palácio dos Bandeirantes e Tarcísio de Freitas (Foto: GOV-SP)

247 – Desde o início da megaoperação das forças de segurança na Baixada Santista, na última sexta-feira (28), a cidade de Guarujá, no litoral paulista, registrou ao menos dez mortes em decorrência de intervenção policial, de acordo com informações da Ouvidoria das Polícias, segundo informa o jornalista Tulio Kruse, da Folha de S. Paulo. Essa ação foi uma resposta ao assassinato de um soldado da Rota, ocorrido na mesma cidade na última quinta-feira (27), o qual gerou comoção entre os policiais. O responsável pelo disparo que resultou na morte do soldado foi detido no domingo, em São Paulo, conforme anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em seu perfil no Twitter, que defendeu a operação.

As vítimas fatais ainda não tiveram seus nomes oficialmente divulgados, mas o ouvidor Cláudio Aparecido da Silva ressaltou que o número de mortos pode chegar a 12. Além das mortes, houve relatos de moradores sobre tortura e execução de, pelo menos, um homem pelas mãos de policiais militares, bem como uma ameaça de que 60 pessoas seriam mortas em comunidades da cidade. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que todas as denúncias serão investigadas, mas até o momento não foram constatados abusos policiais.

A megaoperação, denominada Operação Escudo, tem duração prevista de um mês e mobiliza agentes de todos os 15 batalhões de operações especiais do estado, totalizando cerca de 3.000 policiais militares, além de pelotões do Choque e efetivo local. Entre as vítimas está um vendedor ambulante, Felipe Vieira Nunes, de 30 anos, morto com nove tiros na última sexta-feira. Relatos de moradores apontaram indícios de tortura antes de sua morte. A família de Nunes informou que ele tinha sido alertado pela polícia sobre a possibilidade de ser morto devido a passagens criminais anteriores.

Órgãos de direitos humanos, como a Ouvidoria das Polícias, a Defensoria Pública estadual, a comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa e o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, estão investigando as denúncias de abusos cometidos pela PM em Guarujá. Denúncias incluem relatos de moradores aterrorizados, favelas sitiadas pela polícia e invasões de casas com o uso de máscaras por parte dos policiais. A SSP ressaltou que a operação segue os protocolos da corporação e destacou que quatro suspeitos envolvidos no assassinato de um policial já foram detidos.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/chacina-policial-deixa-pelo-menos-dez-mortos-no-guaruja-e-policia-ameaca-matar-60-pessoas

 

Eduardo Bolsonaro pagou funcionário argentino que mentiu sobre urnas

Eduardo Bolsonaro pagou funcionário argentino que mentiu sobre urnas

Funcionário do Derecha Diario acompanhou Eduardo em visita à Argentina “patrocinada” pelo dono do site durante campanha



Por Alice Maciel, Juliana Dal Piva e Laura Scofield, Agência Pública - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário do consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça Eleitoral. O funcionário também o acompanhou quando este esteve em Buenos Aires no dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo turno das eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo, segundo seu site, La Derecha Diario. 

Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada por isso.

Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem, pode configurar abuso de poder político.

É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no continente. 

Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição. Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 3.900 pelo serviço.

Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”. 

Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem, reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. 

“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fazer a live. 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário do consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça Eleitoral. O funcionário também o acompanhou quando este esteve em Buenos Aires no dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo turno das eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo, segundo seu site, La Derecha Diario. 

Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada por isso.

Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem, pode configurar abuso de poder político.

É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no continente. 

Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição. Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 3.900 pelo serviço.

Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”. 

Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem, reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. 

“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fazer a live. 

Ele disse que foi procurado por um amigo “que é um estudioso do Brasil e fanático por Bolsonaro”, que teria desconfiado de erros na contagem da votação. “Nem os militares nem ninguém do partido entrou em contato comigo antes da live. Eu não conseguia nem falar com Eduardo”, ressaltou, mesmo que semanas antes eles estivessem juntos. 

De acordo com documentos obtidos pela Pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a ida de Eduardo Bolsonaro para a Argentina contou com apoio institucional do Itamaraty e da Câmara dos Deputados. Mas o parlamentar nunca informou publicamente o caráter oficial da viagem nem quem foi encontrar no país vizinho. 

Esses dados não constam também em sua prestação de contas no portal da transparência da Câmara. Segundo a assessoria de imprensa, a viagem não foi paga pela Casa e teria como objetivo “fortalecer os laços para alcançar um crescimento econômico sustentado na Região”.

De acordo com as regras do Legislativo federal, os deputados viajam em missão oficial “para o cumprimento de deveres inerentes ao mandato”. No entanto, a agenda de Eduardo Bolsonaro na capital argentina, organizada pela equipe de Fernando Cerimedo, cumpriu objetivos estritamente eleitoreiros, tendo se reunido com figuras da extrema direita argentina e produzido vídeos a favor do seu pai para postar nas redes. 

Para a presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-MG, Isabela Damasceno, o episódio pode configurar abuso de poder político, “tendo em vista que o cargo eletivo fora utilizado, inclusive com comunicado oficial que o deputado/agente público estava em missão institucional”, ressaltou. “Quando manifestamente não são localizados o evento e os atos a serviço do país que o deputado deveria ter realizado, se mostra ficcional a missão institucional, sendo nítido o desvio de finalidade”, acrescentou. 

De acordo com o advogado Marcelo Weick, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), além de abuso de poder político, o caso pode configurar improbidade administrativa, uma vez que houve uso da máquina pública.

Disseminador de fake news

Disseminar fake news faz parte do trabalho de Fernando Cerimedo, segundo apurou o consórcio de veículos. E, para tal, o site de notícias La Derecha Diario, seu principal canal, é um caminho. 

Além do La Derecha Diario, Cerimedo diz possuir outros 35 pequenos meios digitais. Em quatro anos, ele teve uma carreira meteórica: montou um grupo empresarial com sede em Buenos Aires, integrado por uma empresa de segurança privada, uma academia que oferece cursos sobre marketing digital – que diz ter parcerias com TikTok, Google, Meta e Twitter – e uma agência de publicidade, a Numen Publicidad. 

Porém, em retorno, o Tiktok afirmou que “não existe parceria com essa empresa” e o Google disse que não encontrou “registro da empresa mencionada em nosso diretório de Google Partners”. Twitter e Meta não responderam. 

Em seu site, a Numen Publicidad informa que utiliza “recursos tecnológicos exclusivos para posicionamento e comunicação de candidatos e governos, gestão e leitura da opinião pública”, e Cerimedo admitiu em entrevista ao consórcio que possui “um monte de trolls”. De acordo com ele, as contas falsas nas redes sociais não são utilizadas para atacar adversários, mas para enganar algoritmos e, assim, dar um melhor posicionamento às mensagens de seus clientes.

Porém, isso também é proibido pelas redes. Tanto os termos de uso do Twitter quanto os do Facebook banem “comportamento coordenado inautêntico” para amplificar ou suprimir informações artificialmente. 

Ainda de acordo com o site da Numen Publicidad, a empresa já prestou consultoria política para 50 campanhas eleitorais na América Latina e Estados Unidos e possui escritórios em Buenos Aires, Santiago (Chile) e São Paulo. Entretanto, Cerimedo disse em entrevista que não possui escritório nem clientes no Brasil e que sua relação com Eduardo Bolsonaro é apenas de amizade.

 investigação transnacional identificou que o consultor político utilizou na Argentina e no Chile estratégias semelhantes às usadas no Brasil. 

No Chile, por exemplo, Cerimedo atuou pela rejeição da nova Constituição proposta pelo governo de Gabriel Boric. Sua agência de publicidade publicou dados apontando uma menor diferença entre as pessoas que aprovavam e rejeitavam a realização de um plebiscito do que outros estudos – que se mostraram corretos. 

Após a derrota da consulta sobre o novo texto constitucional dois anos depois, o La Derecha Diario divulgou uma reportagem alegando que Boric teve um “colapso nervoso”. Uma análise das redes sociais detectou que a hashtag #Boricinternado já estava em movimento minutos antes de a notícia ter sido publicada no site, o que pode ser um indício do uso de trolls.

O veículo de Cerimedo espalhou também informações falsas sobre o atentado ocorrido em 1o de setembro do ano passado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Apesar de as mentiras publicadas no La Derecha Diario terem sido desbancadas por diversos sites de checagem, o consultor nega ser um produtor de fake news. “Chamar-nos de desinformadores em série por duas ou três bobagens é a única maneira que eles têm de nos atingir. Sou contra as fake news”, afirmou. “La Derecha Diario é o único dos meus veículos que faz travessuras”, ameniza.

Viagem “patrocinada” por Cerimedo

O consultor político argentino foi o anfitrião de Eduardo Bolsonaro em Buenos Aires, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. 

O deputado desembarcou na capital argentina em 12 de outubro, onde ficou até o dia 15, duas semanas antes do pleito. Durante esse período, Eduardo se encontrou com lideranças da extrema direita do país, deu entrevistas para veículos locais e gravou quatro vídeos para a campanha do pai. Tudo foi registrado pelo La Derecha Diario.

As imagens gravadas em Buenos Aires mostram Eduardo Bolsonaro entrevistando pessoas nas ruas da cidade, que reclamam da inflação e mandam mensagens a favor da reeleição de Jair Bolsonaro. O objetivo era convencer eleitores indecisos de que, se Lula fosse eleito, o Brasil entraria numa crise econômica semelhante à da Argentina, país que fechou 2022 com 94,8% de inflação. O presidente do país vizinho, Alberto Fernández, é aliado do petista. 

“Como seria no Brasil se o presidente fosse do PT? Seria semelhante à Argentina”, escreveu o deputado na legenda de um dos registros da viagem, compartilhado em seu Instagram em 27 de outubro. Outros vídeos com teor semelhante já haviam sido compartilhados pelo parlamentar em suas redes sociais nos dias 13, 15 e 16, assim como nas redes do La Derecha Diario. 

A viagem de Eduardo Bolsonaro foi comunicada em um ofício enviado em 10 de outubro pela Secretaria de Estado das Relações Exteriores (Sere) à embaixada do Brasil na Argentina. Ainda de acordo com a Sere, a viagem havia sido informada pela Secretaria de Relações Internacionais da Câmara. Publicamente, porém, a informação sobre a “missão oficial” foi omitida. Classificado como “urgentíssimo”, o documento informava a missão oficial do filho do então presidente Jair Bolsonaro a Buenos Aires “para participar do evento Ciclo de Atividades para Difusão das Ideias de Liberdade”, no período de 12 a 15 de outubro.

A agenda do parlamentar na cidade foi amplamente divulgada no La Derecha Diario. O portal noticiou que Eduardo Bolsonaro se reuniu na noite de 13 de outubro com lideranças de direita argentina, “com o objetivo de consolidar os diferentes espaços da direita e conseguir apoio comum para o líder máximo da direita na região: Jair Bolsonaro”. O encontro foi organizado por Fernando Cerimedo e sua esposa, Natalia Basil, diretora do Madero Media, segundo o portal. 

Em seu último dia na Argentina, o parlamentar tomou um café da manhã privado com o deputado e atual candidato à presidência do país, Javier Milei, a deputada Victoria Villarruel e com Giovanni Larosa. Segundo o La Derecha Diario, “eles falaram sobre a importância de a direita estar conectada a nível regional e como é vital que Bolsonaro seja reeleito”.

Ainda de acordo com a notícia titulada “La Derecha Diario e Agencia Numen trouxeram Eduardo Bolsonaro à Argentina: os motivos e a agenda do filho do presidente”, foi Cerimedo quem “patrocinou” a ida de Eduardo ao país vizinho. Mas, em entrevista ao consórcio, ele negou: “Ninguém nos pagou nem nós pagamos nada”, disse. 

O editor do portal e diretor executivo da Numen Publicidad, Ezequiel Acuña, ficou encarregado de acompanhar e coordenar a agenda do político brasileiro, segundo o portal. Em seu currículo, Acuña diz que é especialista em marketing político digital com experiência na Argentina, Chile e Brasil. 

Acuña e Cerimedo aparecem em um dos vídeos publicados por Eduardo Bolsonaro em Buenos Aires a favor da campanha de seu pai. A imagem, compartilhada em 13 de outubro nas redes do parlamentar, mostra os três andando pelas ruas de Buenos Aires acompanhados de uma equipe de filmagem. 

Na ocasião, Eduardo cumprimenta apoiadores de Jair Bolsonaro e em dado momento abre uma geladeira vazia em um supermercado e diz: “É o que faz o socialismo”.

Dois dias depois, Eduardo Bolsonaro postou outro vídeo da Argentina, em que ele aparece contando várias notas de dinheiro em um restaurante. Na legenda, escreveu: “Pagando almoço na Argentina. Se você não quer isso para o Brasil, vote Bolsonaro 22 e peça mais votos”. 

Em todas as postagens que fez em Buenos Aires, ele marcou os perfis de Giovanni Larosa e do La Derecha Diario. 

Marqueteiro “imparcial”

Os perfis do La Derecha Diario Brasil no Twitter, Instagram e Telegram foram suspensos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar mentiras sobre a segurança das eleições brasileiras.

A live “Brazil Was Stolen” (O Brasil foi roubado, em português), de 4 de novembro, foi repercutida por políticos e influenciadores bolsonaristas para inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil, que resultou nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Nela, Cerimedo apresenta a tese de que houve uma diferença de votos favorecendo Lula entre as urnas que teriam sido auditadas e as mais antigas, que, segundo ele, não passaram pela auditoria. Mas isso não é verdade: todas as urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022 passaram por auditoria e fiscalização.

Fernando Cerimedo fez ainda outras três transmissões com o mesmo teor nos dias 6 e 8 de novembro e 11 de dezembro. As gravações continuam disponíveis na plataforma Rumble, seja no canal de Cerimedo ou no de outros usuários. Uma das lives continua acessível no Facebook. 

“Foi comprovado judicialmente que não espalhei desinformação. Minhas contas foram suspensas em novembro e eles me desbloquearam quando aconteceu o que aconteceu em 8 de janeiro, porque eles descobriram que eu não era o responsável”, disse Cerimedo em entrevista ao Clip. “Eu nunca disse que houve fraude no Brasil, mas que tinha que ser investigada”, argumentou, embora seus vídeos e postagens repitam que houve fraude. Além disso, as contas do La Derecha Diario continuam suspensas no Brasil por decisão do TSE. 

A Justiça Eleitoral publicou duas notas desmentindo o consultor político, nos dias 9 de novembro e 20 de dezembro. A primeira resposta se refere à live de Cerimedo, em 4 de novembro. O TSE afirma que “todos os equipamentos utilizados nas Eleições Gerais de 2022 passaram por auditoria”. Já a segunda nota foi feita em resposta à live de 11 de dezembro: “Todas as alegações feitas pelo apresentador da transmissão são mentirosas ou estão gravemente distorcidas”, responde o tribunal. 

Quando a live foi ao ar, o Brasil registrava dezenas de pontos de bloqueios nas estradas, iniciados após o resultado do pleito, em 31 de outubro. A fake news ajudou a manter os militantes bolsonaristas nas ruas e incentivou mais pessoas a se juntarem aos atos antidemocráticos que pediam intervenção federal, como foi o caso da dona de casa Luísa*, que conversou com a reportagem da Pública em 5 de novembro, sob a condição de anonimato.

Após assistir à live do consultor político argentino, ela vestiu sua camisa da seleção brasileira e foi para a beira da estrada, em Barra Velha, Santa Catarina, protestar contra o resultado das eleições. 

“Não acredito em tudo que chega em meu WhatsApp. Eu e meus vizinhos nos reunimos e ficamos ontem até tarde da noite analisando os dados que ele [Fernando Cerimedo] apresentou”, justificou.

Motivada pela fake news, Luísa saiu de casa com suas três filhas quando o sol ainda despontava no céu, levou cadeiras, comida e água suficientes para passar o dia no ato.

Diante das câmeras, Fernando Cerimedo se apresentou como um sujeito imparcial, omitindo sua relação com Eduardo Bolsonaro e com a campanha do ex-presidente. Ele disse que havia recebido as informações que embasaram as mentiras “de entidades privadas”. “É importante esclarecer que esta informação não tem nada a ver com a campanha de Bolsonaro nem do governo. Essa informação chegou às nossas mãos por parte de entidades privadas”, ressaltou. 

As mesmas mentiras foram repetidas em sua fala durante uma audiência pública no Senado, convocada pelo senador aliado do ex-presidente Eduardo Girão (Podemos), em 30 de novembro de 2022. 

No evento, Cerimedo disse que o resultado eleitoral que deu a vitória a Lula era “matematicamente impossível de acontecer” e que “a paz do Brasil só acontecerá com uma auditoria e um voto de papel” – proposta que fora rejeitada em votação na Câmara dos Deputados. 

Ao fim de sua apresentação, o consultor político defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro e pediu que a população brasileira fosse às ruas para “salvar o país”. 

“Você pode até ter votado na esquerda ou se omitido por estar magoado com o presidente Bolsonaro, mas ele luta pela sua liberdade e pelo seu direito de se expressar”, disse. “Façam algo, agora, nesse momento, levantem de seus sofás, saiam para as ruas, lutem pelo futuro das próximas gerações e entrem para história. O Brasil é lindo e merece um povo que o mereça de verdade. Lembrem-se: o único supremo é o povo”, finalizou, repetindo o lema de protestos bolsonaristas.

Um dos funcionários de Fernando Cerimedo que atua no Brasil é o brasileiro Giovanni Larosa, que recebeu ao menos R$ 3.900 para coordenar a campanha de reeleição de Eduardo Bolsonaro nas cidades do oeste de São Paulo, sob a rubrica “divulgação de propaganda eleitoral e apoio à campanha”, no período de 12 a 30 de setembro, de acordo com dados da Justiça Eleitoral.

Além de correspondente do La Derecha Diario Brasil, ele é apresentado no portal como assessor de Eduardo para assuntos internacionais. Em entrevista ao Cip, no entanto, Cerimedo diz: “[Esses serviços] não foram prestados nem para La Derecha Diario nem para Eduardo. É o brasileiro que viaja muito e faz vídeos. Ficou amigo de Eduardo e o leva para todo lado. De nossa parte, só pagamos diárias para ele fazer notas sobre a campanha”. 

Em um vídeo postado por Eduardo Bolsonaro no dia 7 de outubro, Larosa aparece acompanhando o parlamentar em uma viagem a São Paulo. Eles entram no avião presidencial da Força Aérea Brasileira (FAB), onde também estavam Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

A relação da família Bolsonaro com Larosa é anterior ao período eleitoral. Em 2021, ele divulgou sua visita ao Palácio da Alvorada quando levou o típico doce argentino, alfajor, para o então presidente. No mesmo ano, Larosa cobriu pelo La Derecha Diario o CPAC – autointitulado o “maior evento conservador do país”. Na ocasião, ele fez uma entrevista exclusiva com Jair Bolsonaro.

Com 77,5 mil seguidores no Instagram, 26 mil no Twitter e 39 mil no TikTok, Larosa gravou vários vídeos com os Bolsonaros durante a campanha e reproduziu ataques a Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também ajudou a espalhar fake news sobre as urnas. Em 10 de novembro do ano passado, por exemplo, escreveu no Twitter: “Se não é possível garantir que as eleições no Brasil foram limpas, deve haver outra com maior transparência”. 

Larosa compartilhou imagens da invasão de 8 de janeiro aos prédios dos três poderes em Brasília e escreveu notícias favoráveis ao ex-presidente para o La Derecha Diario ao longo de 2022. 

Em 2021, Giovanni Larosa fez parte da equipe de Cerimedo contratada para a campanha da argentina Patricia Bullrich, presidente do partido de direita Proposta Republicana. A mesma equipe hoje trabalha para Javier Milei, candidato da ultradireita à presidência na Argentina e aliado político da família Bolsonaro. Repetindo a estratégia bolsonarista, Cerimedo solicitou informações ao governo argentino sobre o sistema eleitoral, para supostamente evitar irregularidades nas eleições. 

Paralelamente, o consultor flerta com a campanha de Donald Trump. Em 22 de março, ele postou uma foto no Twitter tomando café da manhã com pessoas ligadas a Trump: “Grande café da manhã de trabalho esta manhã com Carlos Diaz Rosillo, principal assessor do Secretário de Defesa em Assuntos de Segurança Internacional do governo de @realDonaldTrump”, escreveu em espanhol. 

Ao ser questionado se vai trabalhar com Trump nas próximas eleições, ele deixou o mistério no ar: “não posso compartilhar essa informação”. 

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/eduardo-bolsonaro-pagou-funcionario-argentino-que-mentiu-sobre-urnas

 

Militares tentam culpar governo Lula pelo terrorismo de 8 de janeiro

 Apesar de tentar culpar Lula, relatório aponta para militares do GSI remanescentes do governo Bolsonaro, indicados pelo general Augusto Heleno

Lula, militares e os atos terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro
Lula, militares e os atos terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro (Foto: ABR)

247 - A conclusão do inquérito policial militar instaurado para investigar a conduta dos militares do Exército durante os atentados terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro tenta livrar as tropas de culpa pelas invasões e atribui "indícios de responsabilidade" ao governo Lula, informa a Folha de S. Paulo. Inquérito militar culpa generais aliados de Jair Bolsonaro (PL) e do ex-minisrto do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, mantidos no Planalto no início administração petista.

A investigação foi conduzida pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, hoje chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto (CMP). O inquérito cita supostas falhas da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e do Departamento de Segurança Presidencial, ambos subordinados ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Os chefes de ambas as pastas, contudo, haviam sido nomeados durante o governo Bolsonaro, pelo ex-ministro da pasta, general Augusto Heleno, e mantidos pelo general Gonçalves Dias, que pediu demissão da liderança do ministério em abril após filmagens o mostrarem circulando entre os terroristas no dia das invasões.

"É possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP teria melhores condições de êxito [...] Nesse sentido, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais sofridos", diz um trecho da conclusão do relatório.

A tentativa de atribuir ao governo Lula a responsabilidade pelas invasões oculta, no entanto, a conivência de autoridades do Exército com os acampamentos golpistas montados em frente ao QG de Brasília meses antes dos ataques golpistas, após Jair Bolsonaro ser derrotado nas urnas. As investigações da CPMI do 8 de janeiro apontam os acampamentos como o centro de planejamento para as invasões e também revelam uma série de crimes que ocorriam nos espaços protegidos pelo Exército. Os acampamentos, inclusive, contavam com a presença de familiares de militares.

Fote:  https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/militares-tentam-culpar-governo-lula-pelo-terrorismo-de-8-de-janeiro

Amarrem os cintos o grande impacto do El Niño será em 2024 Luiz Marques...

domingo, 30 de julho de 2023

Ministros do STF foram hostilizados 74 vezes entre 2017 e 2023. Jair Bolsonaro foi o principal agressor

O ministro Alexandre de Moraes foi o alvo preferencial dos ataques. 2021 e 2022 foram os anos com mais casos registrados

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes | REUTERS/Adriano Machado)

247 - Um levantamento realizado pelo Poder360 apontou que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram alvos de hostilizações em pelo menos 74 ocasiões no período de 2017 a 2023. A pesquisa levou em consideração a composição mais recente da Corte. O último incidente registrado aconteceu em 14 de julho, quando o ministro Alexandre de Moraes e seu filho foram insultados no aeroporto de Roma, na Itália. Os responsáveis pelas ofensas estão sob investigação.

Dentre os 74 episódios de hostilização, em 53 deles não houve ação judicial. Moraes foi o mais frequente alvo de ofensas, totalizando 30 casos neste período. No entanto, todos os ministros do STF foram atingidos por pelo menos uma ocorrência de insulto ou acusação.

O ano de 2021 se destacou com o maior número de casos, totalizando 24 ofensas dirigidas aos magistrados. Alexandre de Moraes e Roberto Barroso foram os ministros mais visados, com 11 e 8 episódios de hostilização, respectivamente. O ano de 2022 também apresentou uma alta incidência, com 21 casos registrados.

Jair Bolsonaro (PL) se destacou como um dos principais responsáveis pelas hostilizações aos ministros, tendo dirigido insultos aos magistrados em pelo menos 23 ocasiões durante o seu mandato. Alguns casos geraram pedidos de investigação, mas até o momento, poucos foram judicializados.

Pelo Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), reagiu aos números: "isso é péssimo para o Brasil, na medida em que são tentativas de impedir o livre exercício do Poder Judiciário. Não são 'hostilidades' pessoais, são agressões contra a Constituição".

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/ministros-do-stf-foram-hostilizados-74-vezes-entre-2017-e-2023-jair-bolsonaro-foi-o-principal-agressor

 

A Mídia corporativa não aceita um governo progressista

 Por Jacinto Pereira

Míriam Leitão era contra o pré sal, depois dizia que o Brasil não tinha como explorar esse petróleo em águas profundas, agora diz que a PETROBRAS tem que aumentar o preço dos combustíveis. Quem será que paga ela para ser contra nosso desenvolvimento? Ela sempre tenta pautar ou dar pitaco no governo Lula, até tenta desqualificar o economista e professor Marcio Pochmann, indicado pelo Presidente para dirigir o IBGE


sábado, 29 de julho de 2023

Ricardo Salles recebe punição da Comissão de Ética por viagens com dinheiro público a São Paulo sem agendas

 Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens pelo país, 90 delas com destino a São Paulo

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

247 - A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República tomou uma decisão sancionatória contra o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro, em decorrência de uma série de deslocamentos realizados a São Paulo, seu reduto eleitoral, utilizando recursos públicos. Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens dentro do país, sendo 90 delas com destino a São Paulo.

“De acordo com a Comissão de Ética, as idas de Salles à São Paulo, sobretudo aos fins de semana, ocorriam sem os devidos registros dos compromissos públicos em sua agenda oficial, o que contraria o princípio da transparência. O colegiado identificou a ocorrência de infração ética pelo ex-ministro”, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. As viagens teriam custado R$ 230,4 mil aos cofres públicos.

Ainda conforme a reportagem, o colegiado entendeu que  Salles teria violado o artigo 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF), o qual estabelece que autoridades públicas devem pautar-se pelos padrões da ética, "principalmente no que diz respeito à integridade, moralidade, clareza de posições e decoro".

“A votação foi acirrada. Três conselheiros indicados por Bolsonaro entenderam não haver irregularidade na conduta do ex-ministro do Meio Ambiente. Outros três membros do colegiado, indicados por Lula num ato sem precedentes, votaram a favor da punição. Foi necessário o voto de minerva do presidente da Comissão de Ética, Edson Leonardo, para punir Salles”, ressalta a reportagem. A sanção aplicada se caracteriza como uma censura ética, o que, na prática, configura uma mancha no currículo do ex-ministro.

Procurado para comentar a decisão, Salles afirmou, inicialmente, que não tinha conhecimento da punição. Em seguida, ele explicou que foram fornecidas informações à CEP alegando que, durante a pandemia, com a escassez de voos diretos, "quase todos os voos para diferentes regiões do Brasil partiam de SP, o que foi ignorado na decisão".

Em junho, a Comissão de Ética Pública instaurou um procedimento contra Ricardo Salles por suspeita de interferência na atuação da Polícia Federal. Salles foi alvo da operação Akuanduba em maio de 2021, com suspeitas de ter atuado em favor de madeireiros ilegais. Um mês antes, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva foi afastado da chefia da Superintendência do Amazonas após acusar o então ministro do Meio Ambiente de obstruir uma investigação que resultou em uma apreensão recorde de madeira ilegal.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/ricardo-salles-recebe-punicao-da-comissao-de-etica-por-viagens-com-dinheiro-publico-a-sao-paulo-sem-agendas

MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro

César Lira, superintendente do Incra em Alagoas, responde a uma ação do MPF por desvio de dinheiro de diárias de funcionários terceirizados

MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro
MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro (Foto: Divulgação/Câmara de Maceió)

247 - O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação contra o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, César Lira, sob a acusação de desviar diárias “fictícias” de viagem, pagas pelo governo a funcionários terceirizados. César é primo do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

“César Lira foi nomeado por indicação de seu primo Arthur Lira — hoje presidente da Câmara dos Deputados — ainda em 2017, no governo Michel Temer. Foi quando começou a ter atritos com uma empresa com a qual a superintendência tinha contrato, a Mega Service”, diz o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no Metrópoles.

Ainda de acordo com a reportagem, a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) aponta que César Lira pressionou a demissão de oito funcionários da Mega Service, substituindo-os por indicados pessoais. Esses aliados receberam diárias que, posteriormente, eram desviadas em um esquema fraudulento. O inquérito também revelou indícios de um possível crime eleitoral, cujos detalhes permanecem sob sigilo.

Segundo relatos, os funcionários supostamente viajavam a serviço, mas, na realidade, permaneciam em outras localidades. Por exemplo, um servidor chamado Cristiano Dorta, próximo ao superintendente, recebia diárias para viagens a Branquinha e Japaratinga, mas foram encontradas fotos suas em Boa Viagem (Recife) e Maceió, durante os mesmos períodos de tempo.

As investigações apontam que Dorta recebia, em média, R$ 2,9 mil adicionais por mês em diárias pagas pelo governo federal através do Incra, mesmo não cumprindo com as tarefas previstas nas ordens de serviço. Além disso, depoimentos afirmam que ele consumia álcool durante o horário de trabalho.

Outra denúncia grave mencionada durante o processo é que a empresa Mega Service foi pressionada a contribuir financeiramente para manter o contrato com o Incra. Ocorreram demissões de funcionários e substituições de acordo com as indicações do superintendente César Lira, e quando a empresa negou o repasse de dinheiro, os pagamentos começaram a atrasar até que o contrato fosse finalmente encerrado

César Lira também está associado a outro escândalo de corrupção, pois seu nome figurava na lista de funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa de Alagoas, descoberta durante a Operação Taturana, conduzida pela PF, que revelou desvios de recursos públicos, totalizando R$ 300 milhões.

A reportagem ressalta ainda, que “o governo quer substituir César Lira na direção do Incra, mas espera um aval do presidente da Câmara dos Deputados”.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/nordeste/mpf-acusa-chefe-do-incra-em-alagoas-primo-de-arthur-lira-de-desvio-de-dinheiro

 

sexta-feira, 28 de julho de 2023

TSE multa Bolsonaro e Braga Netto em R$ 110 mil por propaganda do 7 de setembro

TSE multa Bolsonaro e Braga Netto em R$ 110 mil por propaganda do 7 de setembro

Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha realizados no 7 de setembro

Braga Netto e Jair Bolsonaro
Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

247 - O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou nesta sexta-feira (28) uma multa de R$ 110 mil para o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, devido ao descumprimento de uma decisão judicial. 

Ambos são alvos de ações no TSE por abuso de poder político e uso indevido de comunicação. Segundo a determinação de Gonçalves, Bolsonaro e Braga Netto não cumpriram a ordem para remover de seus perfis em redes sociais a propaganda eleitoral contendo imagens do ex-presidente capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da Independência. Cada um deverá pagar R$ 55 mil.

O ministro destacou que as postagens irregulares foram mantidas entre 12/09/2022 e 22/09/2022, mesmo após a campanha ter se comprometido a retirar o conteúdo. Dos 40 links que deveriam ter sido excluídos, 17 permaneceram em desacordo com a decisão.

Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha realizados no 7 de setembro. 

As solenidades ocorreram tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília e foram transmitidas pela TV Brasil. Em sua passagem pela capital federal, o ex-presidente dirigiu críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal, comemorou a redução do preço da gasolina e a expansão do Auxílio Brasil, ao mesmo tempo que afirmou que as eleições daquele ano se configurariam como uma "batalha entre o bem e o mal", fazendo alusão a Lula.

Em quatro decisões distintas, o ministro Benedito Gonçalves também agendou audiências com as seguintes autoridades: o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); o senador Ciro Nogueira (PP), que na época era ministro-chefe da Casa Civil e atualmente é senador; e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/tse-multa-bolsonaro-e-braga-netto-em-r-110-mil-por-propaganda-do-7-de-setembro

 

Investigação aponta movimentação suspeita de R$ 32,2 milhões em empresa que pagou despesas de Michelle Bolsonaro, diz Coaf

Movimentação foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa

Michelle Bolsonaro
Michelle Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) anunciou ter encontrado movimentação financeira "incompatível" nas contas da empresa investigada por supostamente financiar despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção, alvo das investigações, “a empresa recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou R$ 16,6 milhões entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril deste ano. A movimentação de R$ 32,2 milhões foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa”.

"Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte / estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declaradas", diz um trecho do documento do documento do Coaf sobre a Cedro do Líbano, que também está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Os detalhes sobre as movimentações financeiras "atípicas" da empresa foram enviados à CPI em 8 de janeiro. A Cedro do Líbano está sendo investigada em um inquérito da Polícia Federal (PF) em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). >>> Bolsonaro movimentou R$ 800 mil pouco antes de viajar para os EUA, diz relatório do Coaf

Ainda segundo a reportagem, o relatório do Coaf aponta duas transferências bancárias de R$ 8.330,00 cada para o sargento Luís Marcos Dos Reis, um dos militares da equipe de Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid e Reis foram presos em maio sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro. Antes de ser preso, Reis havia participado pessoalmente dos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro em Brasília.

A Cedro do Líbano entrou na mira da CPI e da PF não apenas por suas transações com o militar que trabalhou com o ex-presidente, mas também por ter fechado contratos com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) durante o governo Bolsonaro.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/investigacao-aponta-movimentacao-suspeita-de-r-32-2-milhoes-em-empresa-que-pagou-despesas-de-michelle-bolsonaro-diz-coaf

Além das diretrizes de saúde, Bolsonaro ignorou e escondeu relatórios de inteligência que previam caos no Brasil na pandemia

Mais de mil relatórios da Abin e do GSI apontavam para milhares de mortes e para colapso da rede de saúde e funerária. Documentos também desaconselhavam o uso da cloroquina

Jair Bolsonaro e covas para mortos por coronavírus
Jair Bolsonaro e covas para mortos por coronavírus (Foto: Agência Brasil | Reuters)

247 - Agentes de inteligência vinculados ao governo de Jair Bolsonaro (PL) produziram mais de mil relatórios sobre a pandemia, projetando um aumento nos números de casos e mortes no Brasil, enquanto o então mandatário ignorava as medidas de combate à Covid-19 e a distribuição de vacinas. Esses documentos foram mantidos em sigilo durante o período entre março de 2020 e julho de 2021. Os relatórios, que contêm carimbos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e algumas vezes não são identificados por autor, reforçam o fato de que Bolsonaro ignorou tanto as recomendações do Ministério da Saúde quanto as informações coletadas pelos agentes de inteligência dentro do próprio Palácio do Planalto, informa a Folha de S. Paulo.

Os documentos elaborados por agentes da Abin e do GSI destacavam a importância do distanciamento social e da vacinação como formas eficazes de controlar a doença. Além disso, os relatórios alertavam sobre a possibilidade de colapso da rede de saúde e funerária no Brasil e desaconselhavam o uso da cloroquina, mostrando estudos que apontavam seus potenciais riscos. Eles também reconheciam a falta de transparência do governo Bolsonaro na divulgação dos dados da pandemia e a lentidão do Ministério da Saúde em definir estratégias de testagem e combate à doença.

A maior parte dos relatórios projetava três cenários de avanço de casos e mortes por Covid-19 no Brasil, classificando-os do mais grave ao menos grave, para um período de aproximadamente duas semanas seguintes. No entanto, Bolsonaro contrariou repetidamente as recomendações dos técnicos de saúde e dos agentes de inteligência, ao promover aglomerações e menosprezar as medidas para evitar a propagação do vírus. Em diversas ocasiões, ele chegou a minimizar a gravidade da doença, referindo-se à Covid-19 como "mimimi".

Os dados efetivamente registrados durante a pandemia se aproximaram das estimativas feitas pela Abin, e em alguns casos, a disseminação do vírus ultrapassou as expectativas dos agentes de inteligência. Em abril de 2021, por exemplo, o número de mortos no Brasil chegou a 341.097, enquanto a projeção feita em março apontava entre 330.216 e 338.558 mortes, nos cenários mais otimista e pessimista, respectivamente.

Os relatórios foram produzidos principalmente para discussões no comitê liderado pela Casa Civil sobre as ações do governo durante a pandemia, mas não eram compartilhados com todos os membros do comitê e apenas chegavam às mãos de assessores de poucos ministros. Integrantes da cúpula do Ministério da Saúde afirmaram desconhecer a existência desses relatórios.

Esses relatórios de inteligência também alertavam sobre os riscos do desgaste político resultante de uma má gestão federal da pandemia. Eles mencionavam que problemas no sistema funerário poderiam impactar negativamente a percepção da população sobre as ações estatais no enfrentamento da pandemia e minar a confiança no governo. Além disso, apontavam o risco de boicotes internacionais ao Brasil devido à falta de transparência nos dados sobre a Covid-19.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid não recebeu os documentos da Abin, apesar de ter solicitado previsões do governo sobre a pandemia. O governo Bolsonaro justificou a negativa de acesso aos documentos alegando que eles eram apenas instrumentos de estudo e, portanto, não deveriam ser divulgados.

Desde o início da pandemia até agora, o Brasil registrou 704.659 mortes por Covid-19 e 37.717.062 casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Mais de 1.100 desses documentos foram disponibilizados ao jornal após várias solicitações baseadas na LAI (Lei de Acesso à Informação). Enquanto a gestão passada de Bolsonaro negou o acesso aos documentos da Abin e do GSI, a gestão do presidente Lula (PT) mudou a postura e passou a apresentar esses papéis a partir de maio. Bolsonaro, bem como os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil) e Eduardo Pazuello (Saúde), não quiseram comentar sobre os relatórios.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/alem-das-diretrizes-de-saude-bolsonaro-ignorou-e-escondeu-relatorios-de-inteligencia-que-previam-caos-no-brasil-na-pandemia

 

🔴 ICL NOTÍCIAS: ABANDONADO ATÉ PELOS RICOS, BOLSONARO SOBRA SÓ COM O CEN...

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Ponto e contra ponto sobre o que acontece na Geopolítica e é noticiado

 por Jacinto Pereira

A imprensa ocidental controlada pelo imperialismo liderado pelos EUA continua batendo na Rússia pela invasão na Ucrânia, mas ninguém fala na invasão de Israel no território palestino e nem da ocupação de grande parte do território sírio pelos EUA, inclusive roubando o petróleo do território ocupado.

A Imprensa comandada pelo império americano continua chamando a Venezuela e Cuba de ditaduras e pressionando os países da região a ficarem do seu lado contra essas nações que são sancionadas pelos EUA a mais de meio século, no entanto apoiam a ditadura na Arábia Saudita sem nunca ter sancionado o país árabe por desrespeito aos Direitos Humanos ou qualquer outra coisa.

Virou moda agora a vinda de autoridades americanas dar pitaco no Governo Lula, seja para apoiar os EUA em sua guerra contra a Rússia, seja para pressionar o Brasil para derrubar o Maduro e colocar um capacho dos interesses econômicos dos EUA, seja para Brasil cuidar só da questão ambiental e esquecer política de desenvolvimento industrial e científico, seja oferecendo satélites de vigilância para a Amazônia onde as informações seriam controlados por eles ou para Brasil se afastar da China e da Rússia.

 

terça-feira, 25 de julho de 2023

PF fará pente-fino nas movimentações financeiras da Lava Jato

 Ainda não há pedido para quebra de sigilo das contas pessoais dos procuradores da Lava Jato ou do ex-juiz parcial Sergio Moro, mas essa possibilidade não está descartada

Sergio Moro e Deltan Dallagnol
Sergio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Marcos Corrêa/PR | Pedro de Oliveira/ALEP

247 - A Polícia Federal iniciará uma investigação detalhada sobre todas as transações realizadas através de contas associadas à Operação Lava Jato, informa Jamil Chade, do UOL. O objetivo principal é rastrear a origem, o destino e os procedimentos utilizados pelos procuradores em transferências que envolvem valores milionários. A iniciativa foi encaminhada pelo gabinete do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), para a 13ª Vara Federal, em Curitiba, onde já está em andamento um procedimento estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça para apurar a atuação dos procuradores da Lava Jato. >>> Dallagnol é acionado no TCU após diálogos secretos com os EUA sobre divisão de dinheiro da Petrobrás

Fontes ouvidas pelo jornalista relatam que contas judiciais ainda permanecem ativas, com recursos também aguardando definição na Suíça. O objetivo da investigação é determinar se havia critérios e parâmetros adequados para as transferências de recursos realizadas pelos procuradores. A Polícia Federal foi instruída a intensificar a apuração após a revelação de que o ex-coordenador da Lava Jato, o ex-procurador Deltan Dallagnol, negociou em sigilo com os Estados Unidos a divisão do dinheiro cobrado da Petrobrás. Suspeita-se que o grupo em Curitiba detinha uma situação de acúmulo de poder.

Nesta fase inicial, a investigação se concentrará na análise da origem, destino e procedimentos das contas sob a gestão do poder judicial e da 13ª Vara. Por ora, não há solicitação para a quebra de sigilo das contas pessoais dos procuradores ou do ex-juiz parcial e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), mas essa possibilidade não está descartada caso os resultados apontem qualquer tipo de irregularidade.

Fonte: https://www.brasil247.com/regionais/sul/pf-fara-pente-fino-nas-movimentacoes-financeiras-da-lava-jato

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Marco D'Eramo: O que têm em comum estes três protestos reprimidos pela polícia nos EUA, Irã e França? - Viomundo

 viomundo.com.br

Motins e revoltas

Cartografia da repressão estatal mostra que ela se dá contra a classe que muitos dos chamados “progressistas” de hoje desprezam, temem ou ignoram

Por Marco D´Eramo*, em A Terra é Redonda

Quando os distúrbios eclodiram na França, no final de junho, a polícia levou pouco menos de uma semana para fazer mais de 3 mil prisões.

Os confrontos nas ruas de Paris e Marselha evocaram outros confrontos recentes com as forças de repressão estatal: pense nas 22 mil prisões feitas pela polícia iraniana no outono passado, ou nas dez mil detidas nos Estados Unidos durante o verão do Black Lives Matter.

O que essas três revoltas, em três continentes diferentes, têm em comum?

Para começar, a idade e a classe social dos manifestantes. As pessoas detidas tinham quase na totalidade menos de 30 anos e uma parte desproporcionada eram NEET (pessoas que não estudavam, trabalhavam ou não tinham formação).

Na França e nos EUA, isso estava ligado à sua condição de minorias racializadas: 26% da população jovem nas zonas “urbaines sensible” são NEET, em comparação com a média nacional de 13%, e os afro-americanos compreendem quase 14% da população geral, mas 20,5% dos NEETs.

No Irã, por sua vez, o fator decisivo foi a idade: os jovens viveram a vida inteira sob as sanções dos EUA.

Dados recentes mostram que cerca de 77% dos iranianos entre 15 e 24 anos se enquadram nessa categoria – contra cerca de 31% em 2020.

O segundo fator comum é ainda mais marcante. Nos três casos, os protestos eclodiram após um assassinato cometido pela polícia: George Floyd, um afro-americano, foi morto em Minneapolis em 25 de maio de 2020; a curda Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerã, em 16 de setembro de 2022; e Nahel Merzouk, de 17 anos, de ascendência argelina, em Nanterre, em 27 de junho.

No rescaldo destas mortes, os holofotes mediáticos foram postos nos “vândalos”, “bandidos”, “hooligans” e “criminosos” que saíram à rua, mas raramente na própria aplicação da lei.

No Irã, a identidade do policial que causou a morte de Amini sequer é conhecida. Em França, o porta-voz de Éric Zemmour lançou uma campanha para angariar fundos online com o objetivo de apoiar o policial que matou Nahel; ele arrecadou mais de 1,6 milhões de euros antes de ser retirado.

Uma terceira característica conecta tais protestos e sua repressão à agitação em outros países: a repetição monótona.

Há sempre a mesma cena recorrente: vitrines quebradas, carros incendiados, alguns supermercados saqueados, gás lacrimogêneo e disparos de bala ocasionais da polícia.

No Ocidente, a mesma fórmula existe há décadas: a polícia mata um jovem de uma comunidade marginalizada; os jovens desta comunidade se levantam; destroem algumas coisas e entram em confronto com a polícia; eles estão presos.

O clima volta a uma espécie de tranquilidade precária, até que a polícia decide assassinar alguém novamente.

(Os protestos do Irã no ano passado foram o primeiro grande levante contra a violência policial no país – um sinal de que até mesmo a terra dos aiatolás está abrindo caminho para a “modernidade ocidental”.)

A França tem uma longa história de incidentes desse tipo. Para dar apenas alguns exemplos indicativos:

–em 1990, um jovem paralisado chamado Thomas Claudio é morto nos subúrbios de Lyon por um carro da polícia;

— em 1991, um policial atira e mata Djamel Chettouh, de 18 anos, em um “banlieue” de Paris;

— em 1992, novamente em Lyon, a gendarmaria atirou e matou Mohamed Bahri, de 18 anos, por tentar fugir de uma parada de trânsito;

— no mesmo ano, na mesma cidade, Mourad Tchier, de 20 anos, é morto por um brigadeiro-comandante da gendarmaria;

— em Toulon, em 1994, Faouzi Benraïs sai para comprar um hambúrguer e é morto pela polícia;

— em 1995, Djamel Benakka é espancado até a morte por um policial na delegacia de Laval.

Avançando: os motins de 2005 foram uma resposta à morte de dois adolescentes, Zyed Benna (17) e Bouna Traoré (15); os de 2007 buscaram reparação pela morte de mais dois, Moushin Sehhouli (15) e Laramy Samoura (16), cuja motocicleta colidiu com um carro da polícia.

A ladainha é insuportável: bastaria lembrar a morte de Aboubacar Fofana (22) em 2018, morto pela polícia em Nantes durante uma checagem de identidade.

Observe como os nomes das vítimas são impressionantemente gauleses: Aboubakar, Bouna, Djamel, Fauzi, Larami, Mahaed, Mourad, Moushin, Zyed…

A mesma dinâmica pode ser encontrada do outro lado do Atlântico.

Miami, 1980: quatro policiais brancos são acusados de espancar até a morte um motociclista negro, Arthur McDuffie, depois que ele passou um sinal vermelho.

Eles são absolvidos, precipitando uma onda de tumulto que abala Liberty City, resultando em 18 mortes e mais de 300 feridos.

Los Angeles, 1991: quatro policiais brancos espancam outro motociclista negro, Rodney King.

Os distúrbios subsequentes causam pelo menos 59 mortes e mais de 2.300 feridos. O “rioting” se espalha para Atlanta, Las Vegas, Nova York, São Francisco e San Jose.

Cincinnati, 2001: um policial branco mata um homem negro, Timothy Thomas, de 19 anos, e 70 pessoas ficam feridas nos protestos que se seguiram.

Ferguson, 2014: um policial branco mata Michael Brown, um jovem negro de 18 anos; motins, 61 presos, 14 feridos.

Baltimore, 2015: um homem negro de 25 anos morre de vários ferimentos sofridos enquanto é detido em uma van da polícia; confrontos deixam 113 policiais feridos; duas pessoas são baleadas, 485 presas, e um toque de recolher é imposto com a Guarda Nacional intervindo.

Charlotte, 2016: polícia atira no afro-americano Keith Lamont Scott, de 43 anos; motins, toque de recolher, mobilização da Guarda Nacional.

Um manifestante é morto durante manifestações, Justin Carr, de 26 anos; 31 estão feridos. Finalmente chegamos a George Floyd; o cenário se repete.

A polícia britânica não tem razões para se sentir inferior aos seus homólogos transatlânticos, nem aos seus vizinhos do outro lado do Canal da Mancha.

Aqui alguns exemplos entre muitos: Brixton, 1981: brutalidade policial constante e questões de assédio em protestos e motins entre a comunidade negra; 279 polícias e 45 civis estão feridos (os manifestantes evitam hospitais por medo), 82 detenções, mais de cem veículos queimados, 150 edifícios danificados, um terço dos quais incendiados.

A reviravolta se estende a Liverpool, Birmingham e Leeds.

Brixton, 1985: a polícia vasculha a casa de um suspeito e atira em sua mãe, Cherry Groce.

Um fotojornalista é morto, 43 civis e 10 policiais ficam feridos, 55 carros são incendiados e um prédio é completamente destruído após três dias de tumultos (Cherry Groce sobrevive aos ferimentos, mas permanece paralisada).

Tottenham, 1985: uma mulher negra, Cynthia Jarrett, morre de parada cardíaca durante uma busca domiciliar realizada pela polícia, e um policial é morto por multidões nos distúrbios resultantes.

Brixton, 1995: protestos após um homem negro de 26 anos morrer sob custódia; 22 prisões.

Tottenham, 2011: polícia atira e mata Mark Duggan; tumultos eclodem, estendendo-se a outras áreas de Londres e depois a outras cidades.

Nos seis dias seguintes, cinco pessoas morreram, 189 policiais ficaram feridos e 2.185 prédios foram danificados.

Beckton, 2017: um português negro de 25 anos, Edson da Costa, morre asfixiado após ser parado pela polícia. Nos protestos subsequentes em frente à delegacia, quatro são presos e 14 policiais ficam feridos.

Imagino que essa lista foi tão exasperante de ler quanto enfurecedora de escrever.

Nesse ponto, a violência policial não pode ser considerada uma “bavure”, como dizem os franceses, mas uma característica persistente e transnacional do capitalismo contemporâneo.

(Aqui pode-se lembrar de Bertolt Brecht, que, diante da reação do governo da Alemanha Oriental ao protesto popular em 1953, perguntou: “Não seria mais simples se o governo dissolvesse o povo para eleger um novo?“).

O que é espantoso é que, depois de cada uma dessas reviravoltas, milhares de urbanistas, sociólogos, criminologistas, profissionais de saúde, instituições de caridade e ONGs se voltem, em sua contrição, para as profundas causas sociais, culturais e comportamentais de tais “violências”, “excessos”, “explosões” e “vandalismos”.

A polícia, no entanto, não é considerada digna da mesma atenção. A violência policial é frequentemente descrita, mas raramente escrutinada.

Nem mesmo Foucault aguçou nossa compreensão sobre isso, concentrando-se em locais específicos onde a aplicação da lei é organizada e institucionalizada.

O policiamento evoluiu claramente ao longo dos séculos: subdividiu-se em corpos especializados (trânsito, polícias urbanas, de fronteira, militares e internacionais) e suas ferramentas foram aperfeiçoadas (escutas telefônicas, rastreamento, vigilância eletrônica).

Mas manteve-se idêntico tanto na sua opacidade como na sua irreformabilidade. Os Estados mencionados acima nunca colocaram uma reforma policial significativa na agenda.

Nenhum de seus governos jamais pressionou por uma alternativa – por que um regime gostaria de mexer em seu mecanismo disciplinar mais eficaz? Nem tumultos, tumultos e agitações conseguiram provocar mudanças.

Parece, inversamente, que a raiva popular é um fator estabilizador, uma válvula de segurança para a panela de pressão social. Enfim, solidifica a imagem que os poderosos têm da população.

Nas Histórias de Heródoto, escritas no século 5 a.C., o nobre persa Megabyzus afirma:

“Não há nada tão vazio de entendimento, nada tão cheio de desfaçatez, como a ralé. Eis que era loucura não suportar a dominação. Os homens, quando procuravam escapar da devassidão de um tirano, entregavam-se à mesquinhez de uma turba rude e desenfreada. O tirano, em todos os seus feitos, pelo menos sabe do que se trata, mas uma turba é completamente desprovida de conhecimento; pois como pode haver conhecimento em uma ralé, que não foi ensinada e que não possui um senso natural do que é certo e adequado? Corre descontroladamente contra as instituições do Estado com toda a fúria de um riacho inchado no inverno – e confunde tudo”.

Do ponto de vista do regime, é bem possível que os motins sejam bem-vindos, pois garantem a renormalização, permitem que os “bantustões” sociais permaneçam assim e esvaziam os descontentamentos que, de outra forma, poderiam ser perigosos.

Naturalmente, para que desempenhem essa função estabilizadora, devem estar sujeitos à condenação externa: o vandalismo deve ser denunciado, a violência deve provocar indignação, os saques devem causar nojo.

Tais reações justificam a crueldade da repressão, que se torna o único meio de vencer a maré da barbárie. É nessas condições que os motins servem para ossificar a hierarquia social.

Não podemos deixar de recordar as revoltas populares que periodicamente abalavam o “ancien régime” e eram regular e impiedosamente reprimidas: a Grande Jacquerie de 1358 (que deu origem ao nome comum para todas as revoltas camponesas subsequentes), a Revolta de Tuchin em Languedoc (1363-84), a Revolta de Ciompi em Florença (1378), a Rebelião de Wat Tyler (1381), a Guerra Camponesa na Alemanha (1524-6), o Carnaval em Romanos (1580) e a Revolta de Masianello em Nápoles (1647).

O historiador Samuel Cohn contou mais de 200 desses casos na França, Flandres e Itália de 1245 a 1424.

Mas foi o grande historiador Marc Bloch quem observou como o sistema feudal precisava dessas revoltas para se sustentar:

“Um sistema social não se caracteriza apenas pela sua estrutura interna, mas também pelas reações que provoca: um sistema fundado em mandamentos pode, em certos momentos, implicar deveres recíprocos de ajuda realizados honestamente, como também pode levar a explosões brutais de hostilidade. Aos olhos do historiador, que deve apenas observar e explicar as relações entre os fenômenos, a revolta agrária aparece como inseparável do regime senhorial como, por exemplo, a greve está para a grande empresa capitalista”.

A reflexão de Bloch nos leva à seguinte questão: se a “jacquerie” é inseparável do feudalismo e a greve do capitalismo fordista, então a que sistema de dominação corresponde o tumulto dos NEETs?

Só há uma resposta: um sistema – o neoliberalismo – em que a plebe foi reconstituída.

Quem são esses novos plebeus? São os NEETs dos arranha-céus dos EUA e os bairros do sul de Teerã, os subproletários das zonas sensíveis.

Eles são a classe que muitos dos chamados “progressistas” de hoje desprezam, temem ou, na melhor das hipóteses, ignoram.

*Marco D’Eramo é jornalista. Autor, entre outros livros, de The Pig and the Skyscraper (Verso).

Tradução: Eleutério F. S. Prado.

Publicado originalmente no blog Sidecar.

Fonte:  https://www.viomundo.com.br/politica/marco-deramo-o-que-tem-em-comum-estes-tres-protestos-reprimidos-pela-policia-nos-eua-ira-e-franca.html

"Conta parece uma lavanderia", diz Rogério Correia sobre quebra de sigilo bancário de Mauro Cid

 

"Com sigilo bancário quebrado, só vai piorando a situação dele, do chefe e da ex-primeira dama", afirmou o parlamentar

Mauro Cid e Rogério Correia
Mauro Cid e Rogério Correia (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil | Reprodução)

247 - O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está em apuros.

"Pressão de setores das Forças Armadas para o STF liberar da prisão do ex ajudante de ordem de Bolsonaro, não vai funcionar", escreveu o parlamentar em suas redes sociais. Correia integra a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

"Com sigilo bancário quebrado, só vai piorando a situação dele, do chefe e da ex-primeira dama. Dizem que a conta parece uma lavanderia!", completou.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, ficou em silêncio durante o depoimento à CPMI. Ele está preso desde maio por conta da fraude em cartões de vacina.

 

Mauro Cid em apuros! Pressão de setores das Forças Armadas para o STF liberar da prisão o ex ajudante de ordem de Bolsonaro, não vai funcionar. Com sigilo bancário quebrado, só vai piorando a situação dele, do chefe e da ex primeira dama. Dizem q a conta parece uma lavanderia!
 
Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/conta-parece-uma-lavanderia-diz-rogerio-correia-sobre-quebra-de-sigilo-bancario-de-mauro-cid

domingo, 23 de julho de 2023

Pacificar o Brasil passa pela punição dos que atacaram a democracia

Há dois anos e quase sete meses, o mundo assistiu, estarrecido, ao vivo e a cores como se dizia antigamente, a invasão do prédio do Congresso dos Estados Unidos, incentivada pelo então presidente republicano Donald Trump, derrotado pelo democrata Joe Biden.

Fazia muito frio em Washington naquele 6 de janeiro de 2021. Os católicos celebravam o Dia de Reis, data em que, segundo a tradição cristã, os Três Reis Magos visitaram o recém-nascido Jesus de Nazaré. Trump disse que a eleição lhe fora roubada.

Dali a 14 dias. Biden, o segundo presidente católico do país (o primeiro foi John Kennedy), tomaria posse, e era isso que Trump e seus seguidores brancos da extrema-direita queriam impedir. Fracassaram. Nem por isso a democracia por lá está segura.

O país de 2021 quase rachado ao meio está da mesma forma. E Trump, apesar de responder na justiça a 37 acusações por sete crimes, é o nome dos republicanos com mais chances de disputar as eleições presidenciais do próximo ano, outra vez contra Biden.

O governo Biden está perto do fim sem que ele tenha conseguido pacificar os Estados Unidos. Tentou e continua tentando, mas não depende só dele. O país segue aos pedaços, sem dar sinais de paz. E pela lei, Trump poderá ser eleito e governar mesmo preso.

Aqui, Bolsonaro ficou inelegível até 2030. O prazo poderá se estender se for condenado em mais um dos 15 processos que ainda responde. É provável que seja. Não é que acabe preso. Mesmo depostos, Fernando Collor de Mello e Dilma não foram presos.

Michel Temer foi por poucos dias. Lula, por 580 dias. Prender Bolsonaro por alguns meses ou mais de um ano seria transformá-lo em mártir da extrema-direita, e de parte da direita que, por vergonha do que de fato é, apresenta-se como direita civilizada.

O golpe do 8 de janeiro, em breve, completará sete meses, apenas. Ainda não foi desvendado de todo. Demorará a ser. Nos Estados Unidos, alguns golpistas foram condenados e presos, mas restam muitos a ser julgados. Aqui, restam quase todos.

O ideal de pacificação do país deve ser perseguido como ideal, mesmo contra todas as evidências de que não será alcançado tão cedo – se é que um dia será. A extrema-direita avança em quase todas as partes do mundo, especialmente na Europa.

Na Espanha, o Partido Popular, de direita, tem tudo para vencer a eleição deste domingo, mas para que governe vai depender do Vox, partido da extrema-direita. Os dois, juntos, já governam regiões autônomas da Espanha onde a liberdade está sendo minada.

É irrealista cobrar de Lula que suavize ou mude seu discurso sobre o perigo que a democracia correu nos últimos quatro anos e, especialmente, no 8 de janeiro; e da justiça, que encerre logo os inquéritos abertos para apurar e punir os golpistas.

A justiça é lenta, como se sabe, mas sempre foi assim. Não é necessariamente ruim que seja. Uma justiça apressada produz muitas vítimas inocentes.

 
Fonte:  https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/ricardo-noblat/pacificar-o-brasil-passa-pela-punicao-dos-que-atacaram-a-democracia

 

Governo é obrigado a incinerar 36 milhões de vacinas compradas por Bolsonaro já vencidas ou próximas do vencimento

O levantamento foi feito com base em dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação

(Foto: Pexels)


247 - “Pelo menos 36 milhões de vacinas compradas pelo governo Bolsonaro foram herdadas pela gestão Lula já vencidas ou prestes a perder a validade, sem prazo suficiente para o uso. Como resultado, o Ministério da Saúde incinerou essas doses no primeiro semestre deste ano, numa média de 200 mil doses descartadas ao dia”, informa o jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no portal Metrópoles.

“O levantamento, feito pela coluna com base em dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostra que, de janeiro a junho, o ministério incinerou 36,6 milhões de doses de imunizantes. A cada 10 doses de vacina descartadas, nove venceram ainda em 2022 ou até março deste ano”, acrescenta.

Fonte:  https://www.brasil247.com/saude/governo-e-obrigado-a-incinerar-36-milhoes-de-vacinas-compradas-por-bolsonaro-ja-vencidas-ou-proximas-do-vencimento

 

Golpistas impulsionaram os registros de ataques à torres de energia: o maior em seis ano

 

Até o dia 18 de julho, foram contabilizados 12 desligamentos provocados por atos de vandalismo

Linhas de transmissão de  energia elétrica
Linhas de transmissão de energia elétrica (Foto: Marcello Casal Jr/Agencia Brasil)


247 - De acordo com relatório produzido pela Agência Nacional de Energia Elétrica e entregue à CPMI do 8 de janeiro, o Brasil registrou, este ano, o maior número de ataque a torres de energia em seis anos.

Até o dia 18 de julho, foram contabilizados 12 desligamentos provocados por atos de vandalismo. O número é o maior registrado desde 2017.

O documento foi produzido a pedido da senadora relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA).

Os atos de vandalismo contra torres de energia foram instigados por apoiadores bolsonaristas, principalmente pelas redes sociais, sob a justificativa de que, a partir da desordem, seria faria necessária uma intervenção militar para restauração da ordem.

Somente em oito dias de janeiro, mês dos atos golpistas em Brasília, o número de ataques de vandalismo contra torres foi quatro vezes maior do que em todo o ano de 2019, que contabilizou dois registros.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/golpistas-impulsionaram-os-registros-de-ataques-a-torres-de-energia-o-maior-em-seis-anos

sábado, 22 de julho de 2023

Programa de Lula e Dino de recompra de armas deve ter orçamento de R$ 100 milhões

Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, anuncia programa para retirar armas de uso restrito de circulação

Flávio Dino e Lula 21/7/23
Flávio Dino e Lula 21/7/23 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


247 — O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), revelou em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (21) que o governo planeja implementar um programa de recompra de armas com um orçamento estimado em R$ 100 milhões de reais. A iniciativa visa recomprar armas que eram de uso permitido e passaram a ser de uso restrito devido às recentes mudanças nas regulamentações. O programa faz parte de um conjunto de medidas estabelecidas por meio de um decreto assinado pelo presidente Lula, que redefine as regras para a circulação de armas no país.

Entre as principais mudanças anunciadas no decreto, está a limitação do porte de armas de fogo para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs), uma categoria que havia sido amplamente beneficiada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A nova regulamentação permitirá o uso exclusivo das pistolas de calibre 9 milímetros, .40 e .45 ACP pelas forças de segurança, proibindo sua aquisição por parte dos civis.

O objetivo do programa de recompra é retirar de circulação o estoque de armas de fogo que agora são consideradas de uso restrito. No entanto, aqueles que já adquiriram essas armas antes das mudanças poderão mantê-las legalmente. O programa será implementado ao longo deste semestre e funcionará no formato de adesão voluntária, ou seja, não será obrigatório para os proprietários de armas consideradas restritas.

Flávio Dino enfatizou que o governo está considerando diferentes abordagens para lidar com o arsenal já disponível. Atualmente, a estratégia será baseada no incentivo econômico para persuadir os proprietários a aderirem ao programa de recompra. O ministro afirmou que estão empenhados em convencer os detentores dessas armas a participarem voluntariamente do programa, mas também ressaltou a possibilidade de adotar medidas mais coercitivas caso necessário. Essas ações seriam determinadas com base nos indicadores de violência e nos resultados iniciais do programa.

Com essa iniciativa, o governo busca reduzir o número de armas de uso restrito em posse da população civil e, assim, potencialmente diminuir a incidência de crimes violentos e acidentes envolvendo armas de fogo. O programa de recompra representa uma das medidas mais significativas no campo da segurança pública desde a chegada do novo governo, e promete ser um ponto importante de debate político nos próximos meses.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/programa-de-lula-e-dino-de-recompra-de-armas-deve-ter-orcamento-de-r-100-milhoes

 

Polícia Federal nega renovação e Carlos Bolsonaro perde o porte de arma

Carlos possui uma pistola Glock 9mm e apresentou o requerimento à PF do Rio de Janeiro em 4 de julho.

Carlos Bolsonaro
Carlos Bolsonaro (Foto: Câmara Municipal do Rio de Janeiro)


247 - A Polícia Federal (PF) rejeitou o pedido de renovação do porte de armas do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ele possui uma pistola Glock 9mm e apresentou o requerimento à PF do Rio de Janeiro em 4 de julho.

De acordo com informações foram divulgadas pela TV Globo, no requerimento, Carlos solicitou a "renovação da autorização para portar arma de fogo", com validade de cinco anos e alcance nacional. Ele alegou "necessidade efetiva" devido ao seu cargo de vereador e afirmou que sua segurança estava em risco, com "sua vida sendo alvo".

Ao negar o pedido de renovação, a PF declarou que não foram confirmadas ameaças ou perigos associados ao exercício de suas funções como vereador. A corporação também afirmou que a documentação fornecida por Carlos, solicitando a renovação, não era suficiente para comprovar riscos individuais.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/policia-federal-nega-renovacao-e-carlos-bolsonaro-perde-o-porte-de-arma