segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Por que China escolhe caminho com Rússia no desbravamento do Ártico?


Pássaros voando na região do arquipélago Ártico Canadense


© AP Photo/ David Goldman

Ásia e Oceania

13:08 29.01.2018(atualizado 13:14 29.01.2018) URL curta

251

No dia 26 de janeiro, o governo chinês publicou o primeiro Livro Branco sobre a política da China no Ártico, declarando sua intenção, "juntamente com outros Estados", de criar caminhos marítimos na região do Ártico no âmbito da iniciativa Rota da Seda Polar.

Soldado russo no Ártico

Igor Ageyenko

É assim que infantaria naval russa se treina no Ártico (VÍDEO)

O interesse da China na rota marítima em questão pode ser explicado através da desestabilidade de outros caminhos marítimos, especialmente em termos de segurança. Além disso, há pouquíssimas rotas.

A rota básica pelo canal de Suez e mar Mediterrâneo está sobrecarregada. Além do mais, o Oriente Médio é uma zona instável. No fim das contas, ninguém sabe como vão se comportar os países árabes, o que é um risco grande.

Outro potencial caminho percorre América Central, entrando, aqui, o canal do Panamá ou hipotético canal da Nicarágua. Mas a utilização destes trajetos é somente vantajosa no comércio com o continente americano.

Consecutivamente, restam duas vias polares que são genuinamente estratégicas. Há Passagem do Noroeste (Northwest Passage, em inglês), que possui alguns problemas. Por exemplo, o Canadá acredita que esta via passa por suas águas territoriais. Outro aspecto a ser levado em consideração são os Estados Unidos: ninguém quer pegar um caminho comercial que seja controlado por um concorrente estratégico.

Bonecos de neve com a bandeira da China alinhados em uma área de segurança próxima à praça Tiananmen, em Pequim, na China. Domingo, 22 de novembro de 2015.

© AP Photo/ Ng Han Guan

'Rota da Seda Polar'? China revela novo plano de comércio internacional

A outra via é a Rota da Seda Polar. Se analisarmos os interesses russos, os chineses são "compradores de serviços" permanentes, da frota de quebra-gelo até transbordo portuário. Na Rota Marítima do Norte estarão interessados os japoneses, coreanos, e vietnamitas, bem como os países da União Europeia. Mas a China será o principal "atacadista do trânsito".

Além do trânsito, a China tem interesse na exploração dos recursos naturais do Ártico, e a Rússia procura desenvolver infraestrutura na região. Não é por acaso que a Rússia vem investindo na área militar na região, pois é necessário proteger suas riquezas. O dinheiro chinês e suas tecnologias também encontrarão aplicação na Rota Marítima do Norte.

Por isso, tanto a Rússia como a China veem a necessidade de cooperar na exploração da região. Boa vizinhança e interesses comuns são melhores formas de fortalecer a cooperação além do Ártico.

Fonte: https://br.sputniknews.com/asia_oceania/2018012910394724-china-russia-exploracao-artico-rota-sede/

Google Mapas teria provado existência de OVNIs na Argentina?


OVNI (imagem ilustrativa)


CC0 / masbt

Mundo insólito

13:38 29.01.2018(atualizado 13:40 29.01.2018) URL curta

0 0 0

O Google Mapas é um serviço de pesquisa e visualização dos quatro cantos do mundo, facilitando, assim, a vida dos usuários que não precisam nem ao menos sair do seu próprio quarto. Graças a este serviço, vários entusiastas que acreditam em alienígenas afirmam ter encontrado a prova da presença extraterrestre na Argentina.

Eles indicam que a ilha de Ojo de la Tierra (Olho da Terra) poderia servir de esconderijo para OVNIs, informa Express.

O serviço Google Mapas fez com que várias pessoas acreditassem que a atividade alienígena tenha lugar na Terra. Para esses usuários, o estranho local poderia corresponder a um esconderijo de extraterrestres.

Parque Nacional de Yellowstone, Wyoming, EUA

CC BY 2.0 / Michael McCarthy

De que nos tentam advertir alienígenas com este sinal misterioso? (VÍDEO)

Trata-se de uma ilha flutuante perfeitamente redonda, localizada no nordeste da Argentina, no delta do Rio Paraná. 

Vale destacar que a ilha gira em seu próprio eixo, sendo esta uma descoberta perplexa para cientistas que até agora não sabem explicar o fenômeno.

No Google Mapas, o Ojo de la Tierra corresponde às coordenadas 58 ° 49'47.4 "W 34 ° 15'07.8'S.

Imagem do Ojo de la Tierra feita do satélite, serviço Google Mapas

© Foto: Google Maps

Imagem do Ojo de la Tierra feita do satélite, serviço Google Mapas

O objeto incomum atraiu atenção dos buscadores de vida extraterrestre em nosso planeta. Assim, Scott C. Waring do site UFO Sighting Daily comentou o fenômeno natural: "A Argentina é abundante em vestígios de OVNIs em relação ao resto do mundo e acredito que se trate de uma tentativa dos alienígenas de esconder a entrada de sua base."

"Sua forma é grande e circular, sendo suficiente para que um OVNI de 100 metros caiba nele", adicionou Waring, propondo que a água ao redor da ilha seja detalhadamente explorada.

Além do mais, não muito tempo atrás, vários entusiastas tentaram arrecadar dinheiro para explorar a área, contudo, não deu certo, concluiu a edição.

Fonte: https://br.sputniknews.com/mundo_insolito/2018012910394993-onvi-extraterrestres-alinigenas-google-maps-ilha-argentina-foto/

domingo, 28 de janeiro de 2018

2017: o ano em que as transações por cartão superaram o dinheiro


A consultoria Euromonitor projeta que US$ 725 bilhões deixem de ser movimentados via dinheiro no mundo até 2022, e o Brasil é parte da tendência

Por João Pedro Caleiro


(alice-photo/Thinkstock)

São Paulo – 2017 pode ter sido o primeiro ano em que o valor das transações por meio de cartões ultrapassou o valor das transações por meio de cédulas e moedas no mundo.

A projeção, da consultoria Euromonitor, é que as transações via cartão subiram 5,5% e atingiram 23,3 trilhões, contra uma queda de 1% no valor por meio de cédulas, o suficiente para inverter a liderança.

A tendência também está presente no Brasil: a projeção é que houve aumento de 5,5% nas transações por cartão contra 4% de alta nas transações em dinheiro em 2017.

“A tendência da substituição dos pagamentos em dinheiro vivo por cartão, principalmente de débito, deve ser uma tendência irreversível e especialmente relevante para compras de baixo valor, em função dos consumidores estarem se acostumando com a segurança e conveniência desse método de pagamento”, diz o post assinado pela pesquisadora Marília Borges.

Os cartões de débito continuarão a ter um desempenho melhor que os de crédito, com um crescimento esperado de 8% esse ano.

“Esse movimento está alinhado com uma megatendência chamada de premiunização que não indica somente a busca por produtos premium, mas também a demanda por uma experiência de pagamento diferenciada”, diz o texto.

A projeção da consultoria é que 725 bilhões de dólares deixem de ser movimentados via dinheiro no mundo até 2022.

No Brasil, deve haver um crescimento modesto de 1% ao ano nas transações via dinheiro no período contra 5% de alta anual nas transações via cartão (valores deflacionados, com preço constante de 2017).

Ainda assim, o valor movimentado por cédulas ainda deve continuar sendo mais alto do que o valor movimentado por cartões no país no horizonte projetado.

Tendência

As compras com cartões no Brasil somaram R$ 308 bilhões no terceiro trimestre de 2017, informou no início de dezembro a entidade que representa o setor, Abecs.

Isso representa um crescimento de 9% sobre o mesmo período de 2016, o maior ritmo de expansão anual desde o segundo trimestre de 2015.

O pagamento digital vem ganhado força ao redor do mundo e a Suécia já anunciou que pretende se tornar em breve o primeiro país a emitir oficialmente uma moeda digital. Complemente sua leitura: A evolução dos meios de pagamento. Saiba mais com a TOTVS Patrocinado

Vários economistas celebram a transição como algo que permitirá controlar a economia subterrânea e até resolver alguns problemas de política econômica.

Mas a tendência não foi confirmada por um estudo de John Williams, presidente-executivo da divisão de São Francisco do Federal Reserve, e Claire Wang, analista do banco para dados e políticas sobre dinheiro.

Eles verificaram que entre 42 economias que respondem por 75% do PIB mundial, praticamente todas viram o total de dinheiro em circulação crescer em ritmo mais rápido do que a economia como um todo no período entre 2006 e 2014.

“Apesar da profusão de opções digitais, na maioria dos países, a demanda por notas e moedas é forte e não demonstra sinais de desaceleração”, diz o texto publicado no blog do Fed.

Fonte: https://exame.abril.com.br/economia/2017-o-ano-em-que-transacoes-por-cartao-superaram-o-dinheiro/

sábado, 27 de janeiro de 2018

China pronta para militarizar o Mar do Sul da China


A Sinalização da China pode finalmente "militarizar" oficialmente o Mar da China Meridional

A resposta ao navio de guerra dos EUA revela pretexto para implantações nas bases das Ilhas Spratly.

By Steven Stashwick

26 Jan, 2018

A China pode estar se preparando para "militarizar" abertamente suas bases insulares no Mar da China Meridional. Depois de anos de contra-acusar os Estados Unidos de militarizarem a região, ao mesmo tempo que consideravam que as ilhas artificiais eram "instalações de defesa necessárias", as autoridades chinesas estão usando um trânsito recente por um navio de guerra dos EUA para estabelecer as bases para a implantação de capacidades reais de projeção de força para são postos avançados.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China afirmou que um destruidor da Marinha dos Estados Unidos violou sua soberania sobre o Scarborough Shoal navegando dentro de 12 milhas náuticas da característica disputada no Mar da China Meridional em 17 de janeiro. Em um passo incomum, a China foi a primeira a revelar que o trânsito ocorreu e pode usá-lo para sinalizar futuras implementações militares nas bases que ele construiu em ilhas recuperadas nas Ilhas Spratly.

Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, disse que a passagem do navio dos EUA ameaçou gravemente a segurança dos navios e pessoal chineses na área, mas não elaborou como. Ele continuou dizendo que a China tomaria "medidas necessárias" para salvaguardar sua soberania.

O Scarborough Shoal é reivindicado pela China e pelas Filipinas. A partir de 2012, a China ocupou efetivamente o cardume, usando navios da milícia marítima paramilitares e da polícia para expulsar os pescadores filipinos. No início de 2016, os Estados Unidos aparentemente acreditavam que a China poderia tentar iniciar a recuperação de terras em Scarborough Shoal como um prelúdio para a construção de instalações militares semelhantes ao que ele fez nas Ilhas Spratly, levando o chefe da Marinha dos EUA a expressar uma preocupação pública rara Movimentos iminentes da China. Analistas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais especularam que os esforços de reclamação pretendidos pela China só foram bloqueados após a intensa diplomacia dos bastidores e a sinalização de dissuasão.

Uma vez que não há estruturas no Scarborough Shoal para apoiar a implantação de equipamentos militares, a menos que a China tente novamente construir uma ilha artificial no cardume, essas "medidas necessárias" provavelmente significam apenas uma presença marítima chinesa mais pesada na área. Mas outros comentários chineses apontam para a possibilidade de a China usar o trânsito de Hopper como pretexto para a militarização em outros lugares do Mar da China Meridional.

A militarização é um tema sensível nas águas estratégicas do Mar da China Meridional. Para reprimir a preocupação com a sua robusta campanha de construção da ilha, o presidente da China, Xi Jinping, disse que a China "não pretendia" militarizar as Ilhas Spratly em 2015 observações na Casa Branca. As ilhas recuperadas são agora o lar de extensas instalações de comunicação e sensores, longas pistas e hangares endurecidos e bunkers de armazenamento de munições. As autoridades chinesas explicaram por muito tempo essa construção como "instalações de defesa necessárias", mas não a militarização.

Já em 2016, a inteligência dos EUA avaliou que as bases da Spratlys da China poderiam ou poderiam, em breve, acolher forças como lutadores, bombardeiros e mísseis anti-navio ou de ataque terrestre de longo alcance que eram capazes de projetar poder muito além de todos os requisitos defensivos. Mas até à data, a China apenas implementou mísseis de curto alcance e armas de defesa de pontos que não podem projetar o controle sobre os mares ou céus em torno das ilhas, permitindo que as autoridades chinesas sustentem uma reivindicação plausível para ficar dentro da promessa do presidente Xi de que a China não militarize-os. Mas as autoridades chinesas agora parecem estar colocando a base narrativa para afirmar que a situação estratégica no Mar da China Meridional forçará a China a implantar as capacidades militares mais robustas que as bases da Spratlys podem acomodar.

As autoridades chinesas lançaram a premissa de que os Estados Unidos o forçavam a implantar capacidades militares crescentes para a região para fins defensivos antes. Em 2016, um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional invocou esta explicação quando respondeu a um relatório do think tank dos EUA revelando novas armas defensivas nas bases Spratlys da China dizendo que "se alguém estiver flexionando seus músculos na sua porta, você não pode pelo menos obter um estilingue? "

As recentes declarações da China indicam que as implantações podem ser mais iminentes.

Na sequência dos comentários do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o jornal oficial do Diário do Povo publicou um editorial dizendo que a presença dos EUA no Mar da China Meridional "atingira uma parede de tijolos". Ele continuou a alertar que as atividades dos Estados Unidos forçariam a China a " fortalecer e acelerar "o acúmulo de capacidades no Mar da China Meridional para garantir paz e estabilidade na região. Um editorial no tablóide do Global Times afirmou ainda mais explicitamente que a China exerceu restrições em suas respostas à presença militar dos Estados Unidos no Mar da China Meridional e que, eventualmente, a China "militarizaria as ilhas".

Afirma que a liberdade de navegação dos EUA representa uma ameaça para as ilhas é um pretexto mais plausível para a militarização. Os Estados Unidos se destacam em ação no horizonte, usando mísseis de longo alcance para atingir alvos de mais além do que eles estarão sujeitos a um fácil contra-ataque. Se os Estados Unidos iriam atacar as instalações construídas da China no Mar da China Meridional, há poucas razões para que seus navios de guerra ou bombas fiquem dentro do alcance visual das ilhas para fazê-lo.

É duvidoso, então, que o trânsito do Hopper teve algum efeito nos planos da China. A China tem vindo a construir as capacidades das ilhas por algum tempo, com desdobramentos talvez restringidos apenas pelo desejo de mitigar a reação dos Estados Unidos e de outros países da região. Também é possível que as avaliações dos Estados Unidos em 2016 tenham sido otimistas quanto à disponibilidade das ilhas para acomodar implantações sustentadas.

A Iniciativa de Transparência Marítima da Ásia lançou recentemente um relatório revelando que a China completou mais de 70 hectares de novas construções e melhorias de instalações em suas bases no Mar da China Meridional, no ano passado. Essa construção fornece algum contexto para relatórios recentes de mídia oficial chinesa sobre as instalações especiais e os preparativos necessários para apoiar a implantação de aviões de combate às ilhas Paracel no ano passado. Detalhes sobre as acomodações especiais que os militares chineses tiveram que fazer para as condições tropicais no Mar do Sul da China, como hangares de avião selados e termostáticos, sugerem que suas bases no Spratlys estão agora chegando a um nível de conclusão que pode apoiar com confiança forças de combate avançadas, e tudo o que a China precisa agora é uma desculpa para justificar as implantações.

https://thediplomat.com

Postado por Um novo Despertar às 19:46

Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

Marcadores: Mar do Sul da China

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O temor de um confronto entre EUA e Turquia no norte da Síria


EUA APOIANDO CURDOS NO NORTE DA SÍRIA: TURCOS REAGEM. ESTARIA A AMÉRICA INDO A GUERRA COM A TURQUIA?

By Mehmet Ersoy

Global Research, 26 Jan, 2018


A operação Olive Branch no norte da Síria começou há cinco dias. Cinco dias atrás, a região de Afrin tornou-se um possível foco de um conflito em grande escala entre as tropas turcas auxiliadas pelos combatentes armados do Exército Sírio Livre e as unidades curdas apoiadas pelos EUA que dominavam a área. A operação começou com bombardeios e ataques aéreos da artilharia turca e Força Aérea  e, mais tarde, cresceu em uma invasão total.

Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um dos incentivos para que Ancara agisse na Síria fosse uma possível ameaça das Forças Democráticas da Síria (SDF), caracterizadas como um "exército terrorista", que poderia iniciar uma ofensiva no território da Turquia. É bastante peculiar que este exército esteja armado com equipamentos fornecidos por Washington e treinado por instrutores militares americanos que ainda podem estar nas fileiras do SDF.

Recentemente, surgiram focos mostrando um helicóptero turco derrubado e um tanque danificado atingido com tiros de armas fabricadas nos EUA.

Obviamente, isso trouxe à agenda um possível confronto direto entre Ancara e Washington e instou os presidentes dos dois países a trocar declarações bastante difíceis sobre a crise (1, 2).

Mas o que os turcos pensam sobre o conflito e o envolvimento dos EUA no apoio curdo? Como não houve grandes pesquisas realizadas ainda sobre este tema, uma breve análise da atividade on-line pode esclarecer as tendências atuais da sociedade turca.

Um dos melhores exemplos são as seções de comentários para notícias ou artigos sobre a operação. Eles contêm uma quantidade impressionante de comentários agressivos dirigidos aos Estados Unidos. Por exemplo, estes foram escritos sob a mesma notícia no aviso dos EUA para parar o fornecimento de unidades curdas:

"Os americanos devem fazer o certo depois de todos os erros cometidos"

"Se quiserem permanecer vivos, devem parar os suprimentos"

"Não importa quantos de vocês há, venha, o que é necessário será feito. EUA, venham também "

Os leitores de Hurriyet expressam o mesmo ponto de vista:

"Não Turquia nem a Síria são importantes para os EUA. Eles só querem garantir seus lucros no Oriente Médio. A luta contra os terroristas deve continuar até que nenhum deles viva "

Os posts no Twitter representam principalmente a mesma atitude negativa em relação à política de Washington.

“US statements on Afrin come one after the other. As I understood, they said they would stop supporting PYD but they never will! They dress PYD militants as civilians and make it look like Turkey kills civilian population”

"Aqui está o EUA de duas faces. Ontem: - Estamos contra a operação de Afrin. Hoje: se PYD entrar em Afrin, cortaremos o suporte. Ei, quem está tentando enganar? "

E quanto ao Facebook, pode-se encontrar essas pesquisas como esta:


What do you think about US aiding Kurdish terrorists?

  • Washington supports terrorists all over the world!
  • Our “ally” USA is not our friend. All ties with Washington must be disrupted.
  • Such support must be stopped immediately!
  • I support [it]. PYD/PKK are not terrorists

And they are followed by angry comments:

"Um estado terrorista apoia terroristas"

Como podemos ver, muitos turcos assumiram uma posição bastante agressiva em relação aos EUA por causa do projeto curdo. No entanto, há muitos que criticam Erdogan por dar início à operação militar Olive Branch e ameaçar a vida de um certo número de jovens turcos.

Fonte: https://undhorizontenews2.blogspot.com.br/

O risco de perder o posto de liderança global


A EROSÃO PERIGOSA DA LIDERANÇA GLOBAL DOS EUA

By Prof. Alon Ben-Meir

Apenas um ano depois de o Trump ter sido inaugurado, os EUA já sofreram um retrocesso alarmante ao seu papel de liderança global e danificaram gravemente sua imagem. Em breve, Trump conseguiu desconcertar nossos amigos e aliados, intensificar a inimizade entre nós e nossos inimigos, e evocar medo, preocupações e imprevisibilidade para a consternação da comunidade internacional. Não consigo imaginar o quanto a reputação da América vai diminuir, pois um número cada vez maior de países, incluindo os nossos aliados, se resignaram à falta de liderança americana sob o relógio de Trump, o que terá grandes repercussões adversas em nosso interesse nacional e influenciará o mundo todo.

A noção de "America First First" de Trump, o abandono do nosso poder suave e as declarações imprudentes tem países profundamente perturbados com fortes laços com os EUA, enfureceu aqueles que foram malignos por sua repreensível retórica e deleitaram nossos adversários, deixando os Estados Unidos cada vez mais isolados.

Sobre a questão das armas nucleares da Coréia do Norte e dos mísseis antibalísticos, em vez de envolver Pyongyang em uma diplomacia silenciosa para resolver o conflito, ele recorreu à retórica belicosa e às ameaças que apenas aumentaram as tensões e aproximaram os EUA e a Coréia do Norte do impensável - guerra nuclear.

No acordo do Irã, em vez de tentar negociar pacificamente quaisquer mudanças, especialmente para as disposições do acaso, Trump decertificou o acordo e ameaçou retomar o antigo e impor novas sanções, o que o torpedaria completamente. Ele exigiu que o Congresso modifique o acordo, mesmo que os outros cinco signatários do acordo rejeite veementemente qualquer adulteração do acordo por causa da contínua adesão do Irã. Teerã rejeita quaisquer mudanças e ameaçou se retirar do acordo e retomou seu programa nuclear, o que poderia levar à proliferação de armas nucleares e sujeitar os habitantes da região a viverem na sombra da conflagração nuclear.

Sobre a imigração, a atitude racista de Trump em relação aos muçulmanos e pessoas de cores tem enfraquecido severamente a imagem única dos Estados Unidos como país de imigrantes, o que tornou a América excelente em primeiro lugar. Sua referência a África, Haiti e El Salvador como países "shithole" provocou uma indignação internacional sem precedentes.

Decenas de embaixadores americanos em todo o mundo foram convocados para explicar o inexplicável, que os próprios embaixadores não conseguiram entender. Por que um presidente dos Estados Unidos sentaria essa imundície, na Casa Branca, não menos? O ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, colocou isso sucintamente quando disse:

"O que ele [Trump] comunicou causou que os racistas se regozijem, as minorias a chorar e o vasto coração da América para llorar"

Quanto aos tratados e acordos internacionais, a Trump ignorou completamente nosso compromisso em cumprir esses acordos. Ele insiste em renegociar os termos do NAFTA e retirou-se efetivamente da Parceria Transpacífico (conectando as Américas com a Ásia e a Austrália). Ele retirou os EUA do Acordo sobre o Clima de Paris e retirou-se da Organização das Nações Unidas para a Ciência e a Cultura (UNESCO), acusando-o de ter desvios anti-Israel.

Como resultado, ele prejudicou gravemente a credibilidade dos Estados Unidos, fazendo com que muitos países se preocupassem com a celebração de acordos bilaterais com os EUA, já que eles não podem mais confiar em sua administração para cumprir seus compromissos. Isso deixa uma ampla abertura para nossos adversários para preencher o vácuo que ele criou.

Trump surpreendeu as democracias de todo o mundo com o ataque incessante à imprensa. Embora alguns de seus predecessores ocasionalmente tenham banalizado a imprensa, nenhum deles montou uma crítica tão vil. Ele acusa todos os meios de comunicação (exceto FOX News) de ser o inimigo das pessoas, afirmando que estão tendenciosas e espalhando "Fake News" para maltratá-lo e ridicularizar suas iniciativas políticas.

Infelizmente, enquanto a América era vista como o farol da liberdade e da democracia para ser imitada, Trump está minando conscientemente um dos nossos pilares constitucionais centrais - a imprensa livre - para a total consternação das democracias em todo o mundo.

Sobre a questão da confiabilidade dos EUA, muitos países que dependem da América para sua segurança nacional estão preocupados com o compromisso real de Trump com a salvaguarda de sua segurança. Suas críticas à OTAN, que é o núcleo da segurança da Europa Ocidental, e seu apaziguamento da Rússia, que é visto como o inimigo mais firme do Ocidente, levanta questões sobre onde ele resistiria se estivessem ameaçados.

Esta preocupação está sendo expressada por nossos aliados no Oriente Médio e na Europa, o que ainda está diminuindo o papel da América. A chanceler alemã Merkel expressou suas dúvidas, afirmando que:

"Os tempos em que pudemos confiar plenamente nos outros passaram por nós um pouco ... nós, europeus, devemos realmente levar nosso destino em nossas próprias mãos ... Temos que saber que devemos lutar pelo nosso futuro por nossa conta, pelo nosso destino como europeus. "

O fato de Trump mentir tantas vezes quanto ele respira profundamente incomoda países em todo o mundo, porque eles não podem mais dar sua palavra por adquirida em questões de grande importância para eles.

Trump parece ser totalmente inconsciente da realidade de que, sem a liderança global americana, que abrange mais de sete décadas, o mundo será ainda mais caótico do que hoje. Trump não tem nenhuma estratégia final para a Síria, o Iraque e o Afeganistão, nem o foco ou o interesse em derrubar os conflitos violentos disseminados e desestabilizadores e abusos de direitos humanos em todo o mundo.

É triste que, na mais recente sondagem Gallup 'Rating World Leaders', os EUA estão em terceiro lugar, atrás da Alemanha e da China (e logo à frente da Rússia). O dano causado pela Trump à credibilidade americana e liderança moral global não será facilmente reparado depois de eleger um novo presidente. Vai levar tempo e um presidente estável, politicamente qualificado e intelectualmente competente com visão e compreensão do papel fundamental dos Estados Unidos na arena internacional antes que a liderança global da América possa ser restaurada.

O partido republicano tornou-se cúmplice nos erros de Trump e políticas equivocadas. Agora cabe aos democratas fazerem o seu ato juntos, recuperar o controle da Câmara e do Senado, e controlar Trump antes que ele cause danos irreparáveis ​​ao papel e responsabilidade global dos Estados Unidos.

*

O Dr. Alon Ben-Meir é professor de relações internacionais no Centro de Assuntos Globais da NYU. Ele ensina cursos de negociação internacional e estudos do Oriente Médio. alon@alonben-meir.com Web: www.alonben-meir.com

https://www.globalresearch.ca

Fonte: https://undhorizontenews2.blogspot.com.br/

Adeus a tecnologias 'stealth': novo radar russo pode detectar aviões furtivos


Caça norte-americano F-35 cumprindo missão


© flickr.com/ Forsvarsdepartementet

DEFESA

06:28 23.01.2018(atualizado 06:34 23.01.2018)URL curta

16502

Tecnologias russas capazes de detectar aviões furtivos do inimigo podem vir a fazer parte do sistema da defesa antiaérea unida da OTSC – Organização do Tratado de Segurança Coletiva, declarou o chefe do Estado-Maior Conjunto da aliança, Anatoly Sidorov.

A-29 Super Tucano, foto de arquivo

CC0 / DEPARTAMENTO DE DEFESA DOS EUA

EUA podem passar a usar aviões de produção brasileira para combater Daesh?

Inovações russas capazes de desativar tecnologias furtivas do inimigo podem vir a ser usadas na criação do sistema de defesa antiaérea unida da OTSC, declarou militar, citado pelo jornal Rossiyskaya Gazeta. Sidorov comentou que essas inovações seriam eficazes tanto contra aviação do inimigo como contra ataques com mísseis.

O sistema Rezonans-NE funciona graças ao princípio de reflexão ressonante de ondas de rádio da superfície de aparelhos aéreos, facilitando vigilância de aeronaves e mísseis do inimigo, explicou Aleksandr Scherbinko, vice-diretor executivo da empresa de design Rezonans.

"Este modelo pode ser de grande interesse, levando em consideração criação do sistema de defesa antiaérea unida da OTSC, cuja inauguração está prevista para o ano de 2020", disse Sidorov.

Hoje em dia, sistemas unidos de defesa antiaérea foram criados no Leste Europeu e no Cáucaso. Por enquanto, o projeto é bilateral e realizado com o Cazaquistão, que ratificou o acordo necessário para levá-lo a cabo. Atualmente, estão sendo negociados acordos semelhantes com outros membros do bloco, tais como Quirguistão e Tajiquistão.

A criação do sistema antiaéreo unido na região da Ásia Central é condição-chave para desenvolvimento e integração da OTSC, apontou Sidorov.
Fonte: https://br.sputniknews.com/defesa/2018012310341480-otsc-defesa-antiarea-detectar-avioes/

China prepara resposta voadora que desafia tecnologia 'stealth' estadunidense


Avião E-2 Hawkeye estadunidense semelhante ao futuro KJ-600 chinês


10:29 26.01.2018(atualizado 11:00 26.01.2018)URL curta

460

China está desenvolvendo um radar voador capaz de detectar aeronaves que utilizam a tecnologia de camuflagem "stealth" estadunidense.

Caça norte-americano F-35 cumprindo missão

© FLICKR.COM/ FORSVARSDEPARTEMENTET

Adeus a tecnologias 'stealth': novo radar russo pode detectar aviões furtivos

Trata-se do projeto de avião de alerta rápido de base naval, projetado para operar a partir de porta-aviões chineses. Conhecido sob o nome de KJ-600, o radar da aeronave supostamente contará com um sistema capaz de detectar aviões de combate furtivos, como os F-22 e F-35 estadunidenses, informa o jornal chinês South China Morning Post.

Um especialista militar consultado pelo jornal, destacou que o radar KJ-600 será de varredura eletrônica ativa, também conhecido como AESA (Active Electronically Scanned Array, na sigla em inglês) e permitirá detectar aviões com tecnologia furtiva.

"AESA pode detectar caças elaborados com tecnologia 'stealth' a uma longa distância", declarou o especialista citado pelo jornal.

O avião poderá também converter-se em um centro de comando voador que compensará a desvantagem da China no ar frente aos Estados Unidos. A nova tecnologia será utilizada no terceiro porta-aviões, que o país asiático está construindo em Xangai, e assim poderá competir com a catapulta eletromagnética, igual ao sistema estadunidense EMALS (Electromagnetic Aircraft Launch System, na sigla em inglês).

As fotografias do KJ-600 que começaram a circular na Internet, possivelmente sugere que suas caraterísticas serão muito parecidas com as do E-2 Hawkeye estadunidense — o avião de alerta rápido, capaz também de operar de porta-aviões.

Supõe-se que deva pesar entre 25 e 30 toneladas e, além do radar gigantesco instalado em sua parte superior, possui dois motores turboélices.

Painel de processamento de dados no posto de comando russo

© SPUTNIK/ SERGEY PYATAKOV

Mídia ocidental: Rússia tem resposta aos caças stealth norte-americanos

Os especialistas destacam que o desenvolvimento do KJ-600 sugere que a China deseja desempenhar papel mais significativo no céu sobre suas fronteiras e lembrar aos EUA sobre a distância que devêm manter.

Tal ponto de vista coincide com a opinião de Collin Koh, investigador da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura. "Se estivesse projetado para operar ao redor de águas chinesas, dependeria de sistemas de alerta rápido terrestres", advertiu.

"A maior vantagem do KJ-600 é que está equipado com radar e sistema de comunicações mais sofisticadas que permitirão controlar uma ampla variedade de sinais", sublinhou.

Fonte: https://br.sputniknews.com/defesa/2018012610370791-china-radar-aviao-porta-avioes-eua-camuflagem-steath-video/

Alarme nos EUA: Rússia encontra método inovador para contornar sanções


Estátua da Liberdade, em Nova York


© AP Photo/ Richard Drew

ECONOMIA

11:45 26.01.2018(atualizado 13:10 26.01.2018)URL curta

660

A verdadeira ameaça para a hegemonia dos EUA é a rápida inovação tecnológica nas finanças. Países como a Venezuela e a Rússia já planejam lançar suas próprias criptomoedas para contornar as sanções financeiras de Washington.

A verdadeira ameaça para os EUA é o desenvolvimento tecnológico do setor financeiro, fazendo com que Washington perca controle do setor, lê-se no artigo publicado no portal Foreign Policy.

Distrito central de Pequim

© AFP 2018/ WANG ZHAO

Quais são as armas da China na guerra comercial contra EUA?

Isso inclui novas formas de realizar transações financeiras, incluindo através da tecnologia de blockchain (tecnologia de banco de dados distribuído) no qual se baseia o bitcoin e que agora está sendo cada vez mais utilizada em transações regulares por parte de bancos e outras grandes empresas.

"Bem como os EUA conseguiram obter os melhores benefícios da Internet, agora Washington deve perguntar-se: 'como podemos seguir sendo relevantes em um mundo decentralizado'", declarou Yaya Fanusine, ex-analista da CIA.

Segundo Foreign Policy, graças ao espetacular aumento do valor do bitcoin e o interesse de tais Estados como a Venezuela e a Rússia em criar suas próprias alternativas ao dólar, a preocupação dos EUA de poder estar se tornando em um país menos relevante está crescendo.

Abandonar o dólar

Os esforços da Rússia, China e de outros Estados para criar uma arquitetura financeira paralela à já existente, para que os legisladores dos EUA e da Europa não mantenham o controle sobre quem está enviado dinheiro e aonde preocupam Washington, preocupa e muito.

"Por exemplo, em 2015, a Rússia buscou desenvolver sua própria alternativa ao SWIFT, o sistema de pagamento de Bruxelas que conecta a Europa ao sistema financeiro internacional", explicou o Foreign Policy.

Dólar

© SPUTNIK/ NATALIA SELIVERSTOVA

Dólar está 'doente'? Moeda dos EUA atinge menor cotação desde 2014

Além disso, a China e a Rússia discutiram criar um sistema de pagamento alternativo para os países emergentes no âmbito do bloco BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Não é de admirar que os desejos de criar um sistema alternativo preocupam os especialistas. Segundo eles, isso poderia facilitar que pessoas e empresas contornem as sanções ocidentais.

Tecnologia de blockchain

A Rússia e a China podem também desenvolver a tecnologia de blockchain que "acelera todo tipo de transações financeiras e reduz drasticamente os custos". E o melhor é que utilização de moedas virtuais é opcional. As empresas IBM e Maersk já usam a tecnologia de blockchain para poupar custos, utilizando moedas tradicionais como dólar, euro e iene.

"Há gigantes bancários internacionais que estão desenvolvendo plataformas com base no blockchain para fazer todo tipo de transações financeiras de maneira mais rápida e barata", avisaram os autores do artigo.

Bitcoin

© SPUTNIK/ VLADIMIR ASTAPKOVICH

Prêmio Nobel: resultado mais provável para bitcoin é colapso e olvido

A dependência dos EUA de suas sanções financeiras para conter terceiros Estados por suas políticas – o Irã, Coreia do Norte, Rússia, Venezuela – é evidente: elas são a primeira escolha dos legisladores norte-americanos. 

O fato de que o dólar e a bolsa de Nova York são epicentro das finanças mundiais dá aos EUA uma vantagem que poderia ser ameaçada por uma inovação financeira, concluíram os especialistas.
Fonte: https://br.sputniknews.com/economia/2018012610372831-eua-russia-sancoes-blockchain/

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Que países da América Latina mais desaprovam política norte-americana?


Trump e Peña Nieto

© AFP 2018/ YURI CORTEZ

Américas

13:12 25.01.2018(atualizado 13:16 25.01.2018) URL curta

441

Como revelou estudo de Gallup Poll, empresa de pesquisa de opinião dos EUA, as ações de Washington não receberam grande aprovação internacional. Em particular, a estratégia de Trump para acabar com êxitos alcançados na América Latina durante administração antecessora afetou dramaticamente a percepção da política norte-americana na região.

Mão, escultura de Oscar Niemeyer

CC BY 2.0 / Waterlat Globacit / Vistas do Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil

'Nós, latino-americanos, devemos nos afastar totalmente dos EUA'

De acordo com a pesquisa, o número de países que desaprovam a política dos EUA triplicou em comparação com o ano passado: de 15 países em 2016 para 53 em 2017. A maior desaprovação foi demonstrada pela Noruega, onde 83% da população se mostraram contra as ações dos EUA. Por sua vez, em sua maior parte, países africanos são a favor da política dos EUA, recebendo avaliação positiva de 11 países de um total de 15.

Quanto aos países latino-americanos, além do Haiti e República Dominicana, todos avaliaram a política de Trump predominantemente negativa.

Assim, o maior nível de desaprovação foi demonstrado pelo Chile (74%) e pelo México (72%). Mas a insatisfação não para por aí, Uruguai (70%), Argentina (69%) e Costa Rica (68%) demonstraram ser contra política dos EUA. No Brasil, 52% dos entrevistados não concordam com as ações norte-americanas na esfera política. O maior nível de aprovação foi expresso pela República Dominicana (42%).

A Sputnik Mundo conversou com especialistas dos países latino-americanos, que demonstraram a maior desaprovação das ações de Washington, sobre os resultados da pesquisa.

Guillermo Holzmann, professor chinelo da Universidade de Talca, explicou que as declarações críticas de Trump quanto ao acordo sobre o livre comércio afetaram significativamente os resultados do estudo.

"No Chile há muitas dúvidas em relação às decisões insuficientemente transparentes de Trump sobre o livre comércio", afirmou Holzmann.

Sebastián Piñera obteve 54,5% dos votos contra 45,2% de Alejandro Guillier

© AFP 2018/ Cláudio Reyes

‘Vitória de Piñera, no Chile, amplia tendência conservadora na América Latina'

Além disso, o especialista mencionou a saída dos EUA do Acordo de Paris, reforçando que as preocupações das autoridades e população chilenas somente aumentaram, pois muitos chilenos esperam que as consequências das mudanças climáticas sejam neutralizadas. 

De acordo com Holzmann, o Chile é um país profundamente envolvido no processo de globalização e por isso depende fortemente das ações de outros países. A participação do seu país no Conselho de Segurança da ONU comprova, segundo o cientista político, compromisso do Chile com problemas mundiais. A política externa chilena sempre teve como base o fortalecimento de ligações multilaterais, onde interação com EUA é recebida positivamente.

Por sua vez, o especialista em ciências políticas, Armando Chaguaceda, da Universidade mexicana de Guanajuato afirmou à Sputnik Mundo que os dados obtidos pela pesquisa quanto ao México não devem surpreender já que o espírito anti-imperialista é fortemente presenciado no país.

"O México perdeu metade de seu território desde o século XIX [devido às ações dos EUA], então, o país tem relações bem complexas com os EUA, apesar de elas terem sido reestabelecidas após a Revolução Mexicana. Em certo grau, isso explica o sentimento anti-imperialista, mas não antiamericano", explicou Chaguaceda.

Bandera de México

CC0 / Pixabay

México diz que não pagará pelo muro na fronteira com EUA 'sob nenhuma circunstância'

Além disso, ameaças de Trump de abandonar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) também contribuíram para tomada de atitude dos mexicanos à política de Trump, sendo este contrato considerado de importância crucial para o país latino-americano.

O tratamento de Trump no que diz respeito a imigrantes também influenciou fortemente na forma como mexicanos enxergam EUA. De acordo com o professor, é um assunto que não causa nem apoio nem entendimento por parte da população mexicana.

Fonte: https://br.sputniknews.com/americas/2018012510364606-america-america-latina-politica-aprovacao/

Projeto Iceberg, o ambicioso plano da Rússia para avançar na corrida pelos recursos do Ártico


David Hambling BBC Future

Direito de imagem Getty Images Image caption Base militar de Arktichesky Trilistnik, aberta em abril, inclui espaço para moradia e garagens para veículos especiais

O Ártico, o menor dos cinco oceanos da Terra, é conhecido por abrigar condições extremas - afinal, suas águas são congeladas e seus ventos, cortantes.

Mas abaixo da superfície de gelo, que varia de acordo com as estações, a região esconde um tesouro de recursos naturais.

Estima-se que ali haja bilhões de barris de petróleo e trilhões de metros cúbicos de gás natural em reservas ainda a serem descobertas.

E uma superpotência luta para ser a primeira a explorá-las: a Rússia.

Décadas depois do colapso da União Soviética, Moscou embarcou em uma missão para perfurar o fundo do mar do Ártico, enviando uma frota de robôs e embarcações não tripuladas ao local.

Agora, depois de anos de perfuração na área, planeja usar uma tecnologia nunca antes vista para dar o próximo passo.

Bem-vindos ao Projeto Iceberg: um ambicioso plano para a utilização de tecnologia avançada em condições extremas.

Direito de imagem Getty Images Image caption Presidente russo, Vladimir Putin, junto a primeiro-ministro, Dimitri Medvedev, no Ártico

Corrida antiga

A corrida pelos preciosos recursos do Ártico não é nova. As reservas de gás e petróleo estão cercadas por países poderosos - Rússia, Dinamarca, Noruega, Estados Unidos e Canadá disputam um pedaço desse tesouro.

A própria Rússia vem perfurando a região há décadas. Em agosto de 2007, enviou minissubmarinos ao Polo Norte, a 4,2 mil metros de profundidade, para colocar uma bandeira de titânio no fundo do mar e advogar para si o território.

Direito de imagem Getty Images Image caption Rússia embarcou em missão para perfurar fundo do leito marinho do Ártico

Agora, a comunidade global observa o país tentar expandir seu controle e sua influência sobre as águas do Ártico.

Da mesma forma que extrair petróleo do Mar do Norte era considerado um desafio de engenharia nos anos 70, o Ártico apresenta inúmeros obstáculos. Com profundidades que chegam a até 5 mil metros e em grande medida coberto de gelo, o oceano é provavelmente o local mais difícil do mundo para fazer perfurações.

Mas jamais se tentou algo na linha do Projeto Iceberg.

A Fundação para Estudos Avançados da Rússia planeja "o desenvolvimento de campos de hidrocarbonetos com total autonomia sob a água, sob o gelo, nos mares do Ártico com condições severas de gelo".

Em outras palavras: robôs submarinos para buscar petróleo.

Mas há quem sugira que as metas propostas pelo Projeto Iceberg não são realistas e que poderiam ser uma cortina de fumaça para o desenvolvimento de sistemas militares sob o gelo.

Supersubmarinos e usinas nucleares debaixo d'água

A peça-chave é Belgorod, o maior submarino nuclear já construído - são 182 metros de comprimento.

A embarcação vai realizar análises submarinas e colocar cabos de comunicação sob o gelo, mas sua principal função será servir de "navio-mãe" para uma frota de submarinos menores.

Direito de imagem Getty Images Image caption Rússia tem brigada militar para o Ártico

"O Belgorod é uma plataforma para o desenvolvimento de vários sistemas, incluindo aqueles que ainda não existem", diz Vadim Kozyulin, analista de defesa do PIR Centre, um think tank focado em assuntos ligados à segurança e sediado em Moscou.

Esse é o motivo por trás do tamanho gigantesco do submarino: a embarcação acaba de ganhar uma nova estrutura de 30 metros, com instalações de ancoragem para submarinos tripulados e não tripulados.

Direito de imagem Getty Images Image caption Mudança climática impõe desafios para povos autóctones

Talvez o plano mais ambicioso do Projeto Iceberg seja o de que as primeiras usinas de energia nuclear funcionem como paradas para outros submarinos.

Essas estações de energia subaquáticas serão instaladas no fundo do mar e vão funcionar como pontos de recarga para a passagem de submarinos não tripulados.

O projeto atual consiste em um reator de 24 megawatts com uma vida útil de 25 anos. Cada um funcionará quase que inteiramente de forma autônoma, recebendo a visita de técnicos uma vez por ano para manutenção de rotina.

Mas a Rússia possui um histórico ruim em relação à segurança nuclear no mar, tendo perdido sete submarinos nucleares desde 1961, alguns deles por problemas de reator - os acidentes envolvendo navios operados pela antiga União Soviética representam 14 dos desastres nucleares mais graves ocorridos no mar.

Em determinada ocasião, um submarino inteiro foi exposto a altos níveis de radiação, enquanto outro sofreu uma perda de refrigeração e uma fusão parcial do reator. Um desses acidentes foi dramatizado no filme americano K-19: The Widowmaker (2002).

A empresa de energia russa, a Nikiet, argumenta que a ausência de operadores vai melhorar a segurança. Isso significa menos riscos de erros humanos, como o que causou o desastre de Chernobyl.

Uma das teorias que explica a causa do maior desastre nuclear da história é de que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator violando diretrizes técnicas.

"Acredito que grande parte da tecnologia nuclear proposta aqui está amadurecida e bem compreendida", diz William Nuttall, professor de energia da Open University, no Reino Unido.

Direito de imagem Getty Images Image caption Ártico esconde tesouro de recursos naturais

Eugene Shwageraus, do Centro de Energia Nuclear da Universidade de Cambridge, também no Reino Unido, diz que, mesmo não tripulado, o reator poderia ser supervisionado à distância. Neste sentido, segundo ele, seria semelhante a muitos reatores modernos que exigem pouco envolvimento do operador no dia a dia.

"Os reatores de hoje já são bastante 'autônomos', produzindo energia 24 horas por dia e durante sete dias por semana com operadores apenas observando as leituras dos instrumentos", afirma.

Os reatores subaquáticos estão em estágio avançado de desenvolvimento, e o objetivo é que o primeiro entre em operação até 2020.

O fator robô

Embora haja seres humanos envolvidos nesse aspecto do projeto, muitas outras operações de rotina serão realizadas apenas por robôs.

Os "cavalos de batalha" serão submarinos não tripulados em águas profundas ou veículos subaquáticos autônomos (AUVs).

Os AUVs são atualmente usados em pequenos números por muitos países, e geralmente controlados de perto por operadores, em vez de circularem livremente. A Rússia já esteve em desvantagem nessa área, mas parece ter se recuperado.

O Harpsichord-2R-PM AUV foi desenvolvido para o Iceberg e pretende ser o precursor de uma família de diferentes veículos subaquáticos. Essa embarcação de duas toneladas, de 6 metros de comprimento (20 pés) no formato de um torpedo está sendo testada no Mar Negro, mas também vem sendo usada para ajudar a recuperar destroços de aeronaves.

Em 2009, um desses AUVs localizou um avião da Marinha da Rússia que caiu durante um voo teste, deixando 11 mortos.

A queda aconteceu no mar de Sakhalin, uma ilha russa perto do Japão, mas a busca por seus destroços foi dificultada pelo gelo e pelo clima adverso. A capacidade da AUV de operar sozinha embaixo d'água permitiu recuperar as caixas-pretas, necessárias para ajudar a determinar as causas do acidente.

Mas, apesar de sua função de monitoramento subaquático, os AUVs nunca foram usados para perfurar o fundo do mar.

Igor Vilnit, responsável pelo Escritório de Desenho Central para Engenharia Marítima Rubin, a maior empresa de design de submarinos da Rússia, afirma que o objetivo é ter um perfurador AUV em operação nos próximos cinco anos.

No entanto, em meio à perfuração e à exploração subaquática, há questões maiores que se estendem para além das tensões políticas.

A mudança climática está acelerando o derretimento das calotas do Ártico - e isso representa uma série de desafios para os povos locais, bem como para a vida selvagem. Um exemplo são os ursos polares.

Mas à medida que as temperaturas mais altas derretem a cobertura de gelo do Ártico, deixando a região mais acessível à ação humana, o aquecimento global também pode agravar a turbulência política na região.

Fortalecimento militar

Em uma entrevista a jornalistas em março do ano passado, o vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, disse que o desenvolvimento do Ártico ajudaria a fortalecer as relações com os países vizinhos. Segundo ele, a região deveria ser um "território de paz e cooperação".

Mas sua declaração não é consistente com outras atividades russas na área.

Cerca de 50 ex-bases militares soviéticas foram recentemente reativadas. O Exército russo incorporou novas brigadas para o Ártico, chegando, inclusive, a exibir veículos especiais militares para operações polares na parada militar do ano passado.

A frota marinha da Rússia também vai ganhar seu próprio navio quebra-gelo de última geração, assim como navios-patrulha adaptados às condições locais, essencialmente mini-quebra-gelos armados com mísseis.

O Projeto Iceberg avança em meio às sanções impostas pelos países do Ocidente contra a Rússia por causa da anexação da península da Crimeia. As sanções restringem o acesso que companhias russas de gás e petróleo têm à tecnologia e à ajuda financeira necessárias para desenvolver poços no Ártico.

Apesar disso, a Rússia decidiu prosseguir sozinha. No início do ano passado, o país iniciou uma complexa operação de perfuração de uma península remota na extremidade do Mar de Laptev. O objetivo era alcançar reservas de petróleo a 15 mil metros de profundidade sob o oceano congelado.

Image caption Exercícios militares na região de Murmansk | Foto: TASS/Getty Images

Mas Kozyulin permanece cético quanto à cadeia de estações de carregamento de energia nuclear planejadas segundo as diretrizes do projeto. Segundo ele, essas estações são "muito fantasiosas". Ele se pergunta por que, sendo essa operação supostamente comercial, companhias de petróleo russas como a Gazprom não estão envolvidas.

Isso leva a crer, argumenta o especialista, que a verdadeira proposta do projeto é militar. Os reatores subaquáticos poderiam ser usados, por exemplo, para prover energia a um sistema de monitoramento marítimo planejado pela Rússia, conhecido como Harmony, que detecta e rastreia submarinos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Em paralelo, a Rússia está solicitando a expansão de seu território submarino no Ártico junto à Comissão dos Limites da Plataforma Continental da ONU. Tal reivindicação vai de encontro à de outros países, incluindo o Canadá, diz Stephen Blank, especialista em Rússia do think tank americano American Foreign Policy Council. A Rússia foi bem-sucedida com alguns de seus pedidos no ano passado.

"A Comissão concedeu à Rússia o direito a extensos territórios no Mar de Okhotsk (no Pacífico Ocidental) em 2013", pondera. "Moscou rapidamente o converteu em um bastião naval exclusivo. Isso provavelmente servirá como um precedente em relação ao Ártico", acrescenta.

Direito de imagem Getty Images Image caption Rússia está solicitando expansão de seu território submarino no Ártico junto à Comissão dos Limites da Plataforma Continental da ONU

Blank diz acreditar que o aumento do efetivo militar na região se deve aos temores de que outros países cheguem primeiro aos recursos energéticos do Ártico.

"Não me surpreenderia se eles também tivessem mantido algum tipo de projeto secreto em águas profundas por algum tempo", afirma o especialista.

É difícil dizer se o plano russo de explorar gás e petróleo no Ártico é realista, ou se a Rússia simplesmente quer proteger o território para que possa explorá-lo em algum momento no futuro.

O que ninguém deve duvidar é da determinação de Moscou de ser pioneiro em se beneficiar da região.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

China promete 'humilhação total' aos EUA se não pararem provocações


Navio chinês mostra suas capacidades durante manobras (imagem ilustrativa)


© AP Photo/ Xinhua, Wu Dengfeng, File

ÁSIA E OCEANIA

12:11 24.01.2018(atualizado 12:12 24.01.2018)URL curta

19265

Duas mídias oficiais do Partido Comunista da China comunicam que Pequim militarizará a zona "se EUA não pararem suas provocações".

Mar do Sul da China.

© REUTERS/ RITCHIE B. TONGO

China estaria aumentando presença no mar do Sul da China com 'resultados impressionantes'

Pequim ameaçou Washington com "humilhação total" se continuar com suas "provocações" no mar do Sul da China, depois que o destróier dos EUA se aproximou da ilha de Huangyan [também conhecida como recife de Scarborough, no mar do Sul da China] sem a permissão do governo chinês.

Em 17 de janeiro à noite, o destróier estadunidense USS Hopper navegou a 12 milhas náuticas da ilha de Huangyan, no mar do Sul da China, cuja soberania é reivindicada por Pequim. O Pentágono qualificou a manobra como parte de suas operações "de rotina" em águas neutras.

'Se EUA não pararem suas provocações, China militarizará as ilhas'

Em resposta, o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista da China, publicou um breve comentário onde advertiu que embora Pequim "exerça a moderação" em meio às provocações dos EUA no mar do Sul da China, "há limites".

"Se EUA não pararem suas provocações, cedo ou tarde China militarizará as ilhas", avisa o informe intitulado "EUA já não domina o mar do Sul da China". "Washington estará sem opções de contramedidas e sofrerá uma humilhação completa", destaca a mídia.

Bandeiras chinesas e norte-americanas

© AP PHOTO/ NG HAN GUAN, POOL

Nova estratégia de defesa dos EUA irrita a China

Da mesma forma, o The People's Daily — outro jornal oficial do Partido Comunista, criticou na segunda-feira (22) os EUA por realizarem as chamadas operações de "liberdade de navegação", que danificam os esforços da China para "melhorar a cooperação pacífica" na região. 

O jornal sublinha que se Washington seguir provocando problemas e criando tensões no mar do Sul da China, Pequim "será obrigada a concluir que é necessário fortalecer e acelerar o processo de construção de suas capacidades" na zona para "proteger a paz e a estabilidade regionais".

Fonte: https://br.sputniknews.com/asia_oceania/2018012410353923-eua-mar-sul-china-provocacoes-violacao-humilhacao/

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Por que a América precisa de guerra



Pelo Dr. Jacques R. Pauwels

Global Research , 23 de janeiro de 2018

GR Nota do Editor: Este artigo incisivo foi escrito em 30 de abril de 2003, na sequência imediata da guerra contra o Iraque, pelo historiador e cientista político Jacques Pauwels. O artigo pertence em grande medida à presidência de George W. Bush. Uma questão atempada: por que a administração Trump quer guerra, incluindo a guerra na Coréia do Norte, Irã, Rússia e China?


Coréia, Vietnã, Camboja, Iraque, Líbia, Síria, Iêmen ... Por que os EUA estão em guerra há mais de meio século ...? E por que os americanos apoiam a agenda militar dos EUA?


* * *


As guerras são um desperdício terrível de vidas e recursos e, por essa razão, a maioria das pessoas se opõe, em princípio, às guerras. O presidente americano, por outro lado, parece amar a guerra. Por quê? Muitos comentaristas buscaram a resposta em fatores psicológicos. Alguns opinaram que George W. Bush considerou seu dever terminar o trabalho, mas por algum motivo obscuro não completado por seu pai na época da Guerra do Golfo; outros acreditam que Bush Junior espera uma guerra curta e triunfante que lhe garanta um segundo mandato na Casa Branca.

Eu acredito que devemos procurar em outro lugar uma explicação para a atitude do presidente americano.

O fato de Bush estar interessado na guerra tem pouco ou nada a ver com sua psique, mas um grande negócio com o sistema econômico americano. Este sistema - a marca de capitalismo dos Estados Unidos - funciona em primeiro lugar para tornar os americanos extremamente ricos como a "dinastia do dinheiro" de Bush, ainda mais rica. Sem guerras quentes ou frias, no entanto, este sistema não pode mais produzir o resultado esperado sob a forma de lucros cada vez maiores que o dinheiro e poderoso da América consideram como seu direito de primogenitura.

A grande força do capitalismo americano também é sua grande fraqueza, ou seja, sua produtividade extremamente alta. No desenvolvimento histórico do sistema econômico internacional que chamamos de capitalismo, uma série de fatores produziram enormes aumentos de produtividade, por exemplo, a mecanização do processo produtivo iniciado na Inglaterra já no século XVIII. No início do século 20, os industriais americanos fizeram um contributo crucial na forma de automatização do trabalho por meio de novas técnicas, como a linha de montagem. O último foi uma inovação introduzida por Henry Ford, e essas técnicas tornaram-se coletivamente conhecidas como "fordismo". A produtividade das grandes empresas americanas cresceu espetacularmente.

Por exemplo, já na década de 1920, inúmeros veículos derrubaram as linhas de montagem das fábricas de automóveis de Michigan todos os dias. Mas quem deveria comprar todos esses carros? A maioria dos americanos na época não tinha livros de bolso suficientemente robustos para tal compra. Outros produtos industriais inundaram igualmente o mercado, e o resultado foi o surgimento de uma desarmonia crônica entre o crescente estoque econômico e a demanda atrasada. Assim surgiu a crise econômica geralmente conhecida como a Grande Depressão. Era essencialmente uma crise de superprodução. Os armazéns estavam cheios de commodities não vendidas, as fábricas demitidas, o desemprego explodiu e, assim, o poder de compra do povo americano diminuiu ainda mais, tornando a crise ainda pior.

Não se pode negar que, na América, a Grande Depressão só terminou durante e a Segunda Guerra Mundial. (Mesmo os maiores admiradores do presidente Roosevelt admitem que suas políticas de New Deal muito divulgadas trouxeram pouco ou nenhum alívio.) A demanda econômica aumentou espetacularmente quando a guerra que começou na Europa e em que o próprio EUA não era um participante ativo antes de 1942 , permitiu que a indústria americana produza quantidades ilimitadas de equipamentos de guerra. Entre 1940 e 1945, o estado americano gastaria não menos de 185 bilhões de dólares em tais equipamentos, e a participação das despesas militares no PNB aumentou entre 1939 e 1945 de um 1,5% insignificante para aproximadamente 40%. Além disso, a indústria americana também forneceu quantidades gigantescas de equipamentos para os britânicos e até mesmo os soviéticos via Lend-Lease. (Entretanto, na Alemanha, as subsidiárias de corporações americanas como a Ford, a GM e a ITT produziram todo tipo de aviões e tanques e outros brinquedos marciais para os nazistas, também depois de Pearl Harbor, mas essa é uma história diferente.) O problema-chave da Grande Depressão - o desequilíbrio entre oferta e demanda - foi assim resolvido porque o estado "preparou a bomba" da demanda econômica por meio de enormes ordens de natureza militar.

No que diz respeito aos americanos comuns, a orgia de gastos militares de Washington trouxe não apenas um emprego praticamente pleno, mas também salários muito mais elevados do que nunca; Foi durante a Segunda Guerra Mundial que a miséria generalizada associada à Grande Depressão chegou ao fim e que a maioria do povo americano alcançou um grau de prosperidade sem precedentes. No entanto, os maiores beneficiários, de longe, do boom econômico da guerra foram os empresários e corporações do país, que realizaram lucros extraordinários. Entre 1942 e 1945, escreve o historiador Stuart D. Brandes, os lucros líquidos das 2.000 maiores empresas da América foram mais de 40 por cento maiores do que no período 1936-1939. Tal "boom de lucro" era possível, ele explica, porque o estado ordenou bilhões de dólares de equipamentos militares, não conseguiu instituir controles de preços e taxar os lucros pouco ou nenhum valor. Esta generosidade beneficiou o mundo dos negócios americanos em geral, mas em particular a elite relativamente restrita das grandes corporações, conhecida como "grande negócio" ou "América corporativa". Durante a guerra, um total de menos de 60 empresas obtiveram 75% de todos os lucrativos ordens militares e de outros estados. As grandes corporações - Ford, IBM, etc. - revelaram-se como os "porcos de guerra", escreve Brandes, que gormandized na abundante quantidade de gastos militares do estado. A IBM, por exemplo, aumentou suas vendas anuais entre 1940 e 1945 de 46 para 140 milhões de dólares, graças a pedidos relacionados à guerra, e seus lucros aumentaram de acordo.

As grandes corporações da América exploraram o seu conhecimento fordista ao máximo para aumentar a produção, mas mesmo isso não era suficiente para atender às necessidades de tempo de guerra do estado americano. Era necessário muito mais equipamentos e, para produzi-lo, os Estados Unidos precisavam de novas fábricas e tecnologia ainda mais eficiente. Esses novos ativos foram devidamente eliminados e, por isso, o valor total de todas as instalações produtivas do país aumentou entre 1939 e 1945 de 40 para 66 bilhões de dólares. No entanto, não foi o setor privado que empreendeu todos esses novos investimentos; Em razão de suas experiências desagradáveis ​​com a superprodução durante os anos trinta, os empresários da América acharam essa tarefa muito arriscada. Assim, o estado fez o trabalho ao investir 17 bilhões de dólares em mais de 2.000 projetos relacionados à defesa. Em troca de uma taxa nominal, as empresas privadas podiam alugar essas fábricas novas para produzir ... e ganhar dinheiro vendendo a produção de volta ao estado. Além disso, quando a guerra terminou e Washington decidiu se despojar desses investimentos, as grandes corporações do país compraram-nos pela metade e, em muitos casos, apenas um terço, do valor real.

Como a América financiou a guerra, como Washington pagou as altas contas apresentadas pela GM, ITT e outros fornecedores corporativos de equipamentos de guerra? A resposta é: em parte por meio da tributação - cerca de 45 por cento -, mas muito mais através de empréstimos - aproximadamente 55 por cento. Por isso, a dívida pública aumentou dramaticamente, ou seja, de 3 bilhões de dólares em 1939 para não menos de 45 bilhões de dólares em 1945. Em teoria, essa dívida deveria ter sido reduzida ou aniquilada, cobrando impostos sobre o enorme os lucros empunhados durante a guerra pelas grandes corporações dos Estados Unidos, mas a realidade era diferente. Como já observamos, o Estado americano não conseguiu taxar de forma significativa os ganhos extraordinários da América corporativa, permitiu que a dívida pública cagou e pagasse suas contas e os juros sobre seus empréstimos, com suas receitas gerais, ou seja, por meio da receita gerada por impostos diretos e indiretos. Particularmente em razão da regressiva Lei de Receita, introduzida em outubro de 1942, estes impostos eram cada vez mais pagos por trabalhadores e outros americanos de baixa renda, e não por super-ricos e as corporações das quais os últimos eram donos, principais acionistas e / ou altos gerentes. "O ônus do financiamento da guerra", observa o historiador norte-americano Sean Dennis Cashman, "estava firmemente pressionado sobre os ombros dos membros mais pobres da sociedade".

No entanto, o público americano, preocupado com a guerra e cego pelo sol brilhante do pleno emprego e salários altos, não conseguiu notar isso. Os americanos afluentes, por outro lado, estavam profundamente conscientes da maneira maravilhosa pela qual a guerra gerava dinheiro para si e para suas corporações. Aliás, era também dos empresários ricos, banqueiros, seguradoras e outros grandes investidores que Washington emprestou o dinheiro necessário para financiar a guerra; A América corporativa, portanto, também se beneficiou da guerra empobrando a parte do leão dos interesses gerados pela compra dos famosos títulos de guerra. Em teoria, pelo menos, os ricos e poderosos da América são os grandes campeões da chamada empresa livre, e se opõem a qualquer forma de intervenção estatal na economia. Durante a guerra, no entanto, nunca levantaram objeções à forma como o Estado americano gerenciou e financiou a economia, porque sem essa violação dirigista em larga escala das regras da livre iniciativa, sua riqueza coletiva nunca poderia ter proliferado, como fez durante esses anos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os proprietários ricos e os principais gerentes das grandes corporações aprenderam uma lição muito importante: durante uma guerra, há dinheiro a ser feito, muito dinheiro. Em outras palavras, a árdua tarefa de maximizar lucros - a atividade chave dentro da economia capitalista americana - pode ser absolvida muito mais eficientemente através da guerra do que pela paz; No entanto, é necessária a cooperação benevolente do estado. Desde a Segunda Guerra Mundial, os ricos e poderosos da América permaneceram profundamente conscientes disso. Assim é o seu homem na Casa Branca hoje [2003, ou seja, George W. Bush], o descendente de uma "dinastia do dinheiro" que foi lançada em pára-quedas na Casa Branca, a fim de promover os interesses de seus familiares, amigos e associados ricos na América corporativa, os interesses de dinheiro, privilégio e poder.

Na primavera de 1945, era óbvio que a guerra, fonte de lucros fabulosos, acabaria em breve. O que aconteceria então? Entre os economistas, muitos Cassandras evocaram cenários que se mostraram extremamente desagradáveis ​​para os líderes políticos e industriais dos Estados Unidos. Durante a guerra, as compras de equipamentos militares de Washington, e nada mais, restabeleceram a demanda econômica e, assim, tornaram possível não só o pleno emprego, mas também os lucros sem precedentes. Com o retorno da paz, o fantasma de desarmonia entre oferta e demanda ameaçou voltar a perseguir a América de novo, e a crise resultante poderia ser ainda mais aguda do que a Grande Depressão dos "trinta sujos", porque durante os anos de guerra o produtivo A capacidade da nação aumentou consideravelmente, como já vimos. Os trabalhadores deveriam ser demitidos precisamente no momento em que milhões de veteranos de guerra chegariam em busca de um emprego civil e o desemprego resultante e o declínio do poder de compra agravariam o déficit da demanda. Visto da perspectiva dos ricos e poderosos dos EUA, o desemprego futuro não foi um problema; O que importava era que a idade dourada dos lucros gigantesco chegaria ao fim. Tal catástrofe teve que ser prevenida, mas como?

As despesas do estado militar foram a fonte de lucros elevados. A fim de manter generosos os lucros, novos inimigos e novas ameaças de guerra foram urgentemente necessários agora que a Alemanha eo Japão foram derrotados. Quão afortunado que existisse a União Soviética, um país que durante a guerra tinha sido um parceiro particularmente útil que tirou as castanhas do fogo para os Aliados em Stalingrado e em outros lugares, mas também um parceiro cujas idéias e práticas comunistas permitiram que ele fosse facilmente transformado em novo bogeyman dos Estados Unidos. A maioria dos historiadores americanos agora admite que, em 1945, a União Soviética, um país que havia sofrido enormemente durante a guerra, não constituiu uma ameaça para os Estados Unidos economicamente e militarmente superiores e que o próprio Washington não percebeu os soviéticos como uma ameaça . Esses historiadores também reconhecem que Moscou estava muito interessado em trabalhar em estreita colaboração com Washington na era do pós-guerra.

Na verdade, Moscou não tinha nada a ganhar, e tudo a perder, de um conflito com a superpotência da América, que estava cheia de confiança graças ao seu monopólio da bomba atômica. No entanto, a América - América corporativa, a América do super-rico - precisava urgentemente de um novo inimigo para justificar as despesas titânicas de "defesa" que eram necessárias para manter as rodas da economia da nação girando a toda velocidade também após o fim da guerra, mantendo assim as margens de lucro exigidas - ou melhor, desejadas - níveis elevados, ou mesmo aumentá-los. É por esta razão que a Guerra Fria foi desencadeada em 1945, não pelos soviéticos, mas pelo complexo "militar-industrial" americano, como o presidente Eisenhower chamaria essa elite de indivíduos e corporações ricas que sabiam lucrar com a "guerra" economia."

A este respeito, a Guerra Fria excedeu as expectativas mais favoráveis. Mais e mais equipamentos marciais tiveram que ser desencadeados, porque os aliados dentro do chamado "mundo livre", que na verdade incluíam muitas ditaduras desagradáveis, tinham que ser armados até os dentes com equipamentos dos EUA. Além disso, as próprias forças armadas dos Estados Unidos nunca deixaram de exigir tanques maiores, melhores e mais sofisticados, aviões, foguetes e, sim, armas químicas e bacteriológicas e outras armas de destruição em massa. Para esses bens, o Pentágono estava sempre pronto para pagar enormes somas sem fazer perguntas difíceis. Como foi o caso durante a Segunda Guerra Mundial, foi novamente principalmente as grandes corporações que foram autorizados a preencher os pedidos. A Guerra Fria gerou lucros sem precedentes, e eles entraram nos cofres daqueles indivíduos extremamente ricos que passaram a ser os proprietários, os principais gerentes e / ou os principais acionistas dessas corporações. (Será uma surpresa que, nos Estados Unidos, os generais do novo Pentágono, recentemente aposentados, ofereçam rotineiramente empregos como consultores de grandes corporações envolvidas na produção militar e que empresários ligados a essas corporações são regularmente nomeados como altos funcionários do Departamento de Defesa , como assessores do presidente, etc.?)

Durante a Guerra Fria também, o estado americano financiou suas despesas militares disparadas por meio de empréstimos, o que causou que a dívida pública subisse a alturas vertiginosas. Em 1945, a dívida pública representava "apenas" 258 bilhões de dólares, mas em 1990 - quando a Guerra Fria chegou ao fim - não era inferior a 3,2 trilhões de dólares! Este foi um aumento estupendo, também quando se leva em conta a taxa de inflação, e isso levou o estado americano a se tornar o maior devedor do mundo. (Aliás, em julho de 2002, a dívida pública americana havia atingido 6,1 trilhões de dólares). Washington poderia e deveria ter cobrado o custo da Guerra Fria, cobrindo os enormes lucros alcançados pelas empresas envolvidas na orgia do armamento, mas nunca houve dúvida de tal coisa. Em 1945, quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim e a Guerra Fria pegou a folga, as corporações ainda pagavam 50 por cento de todos os impostos, mas durante o curso da Guerra Fria, essa parcela diminuiu de forma consistente, e hoje apenas equivale a aproximadamente 1 por cento.

Isso foi possível porque as grandes corporações da nação determinam em grande parte o que o governo em Washington pode ou não fazer, também no campo da política fiscal. Além disso, a redução da carga tributária das corporações foi facilitada porque, após a Segunda Guerra Mundial, essas corporações se transformaram em multinacionais, "em casa em todos os lugares e em lugar algum", como um autor americano escreveu em conexão com a ITT e, portanto, é fácil evite pagar impostos significativos em qualquer lugar. Os Estados Unidos, onde conseguiram os maiores lucros, 37 por cento de todas as multinacionais americanas - e mais de 70 por cento de todas as multinacionais estrangeiras - não pagaram um único dólar de impostos em 1991, enquanto as demais multinacionais remeteram menos de 1 por cento de suas lucros em impostos.

Os custos elevados do céu da Guerra Fria não foram suportados por aqueles que se beneficiaram dele e que, aliás, também continuaram a absorver a maior parte dos dividendos pagos em títulos do governo, mas pelos trabalhadores americanos e a classe média americana. Esses americanos de renda baixa e média não receberam um centavo dos lucros cedidos tão profusamente pela Guerra Fria, mas eles receberam sua parte da enorme dívida pública para a qual esse conflito era em grande parte responsável. Eles são, portanto, os que estavam realmente presos com os custos da Guerra Fria, e são eles que continuam a pagar com seus impostos por uma parte desproporcional do ônus da dívida pública.

Em outras palavras, enquanto os lucros gerados pela Guerra Fria foram privatizados em benefício de uma elite extremamente rica, seus custos foram socializados implacavelmente ao grande detrimento de todos os outros americanos. Durante a Guerra Fria, a economia americana degenerou em uma estafa gigantesca, em uma redundância perversa da riqueza da nação em benefício dos ricos e em desvantagem não só dos pobres e da classe trabalhadora, mas também da classe média, cuja os membros tendem a subscrever o mito de que o sistema capitalista americano serve seus interesses. Na verdade, enquanto os ricos e poderosos dos Estados Unidos acumulavam cada vez mais riquezas, a prosperidade alcançada por muitos outros americanos durante a Segunda Guerra Mundial foi gradualmente corroída e o padrão geral de vida declinou lenta mas firmemente.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a América testemunhou uma modesta redistribuição da riqueza coletiva da nação em benefício dos membros menos privilegiados da sociedade. Durante a Guerra Fria, no entanto, os americanos ricos tornaram-se mais ricos, enquanto os não-ricos - e certamente não só os pobres - tornaram-se mais pobres. Em 1989, o ano em que a Guerra Fria se deteriorou, mais de 13 por cento de todos os americanos - aproximadamente 31 milhões de indivíduos - eram pobres de acordo com os critérios oficiais de pobreza, o que definitivamente subestima o problema. Por outro lado, hoje 1 por cento de todos os americanos possuem nada menos do que 34 por cento da riqueza agregada do país. Em nenhum país "ocidental" grande, a riqueza é distribuída de forma mais desigual.

A porcentagem minúscula de americanos super-ricos achou esse desenvolvimento extremamente satisfatório. Adoravam a idéia de acumular mais e mais riquezas, de engrandecerem seus já enormes recursos, à custa dos menos privilegiados. Eles queriam manter as coisas assim ou, se for o possível, tornar esse esquema sublime ainda mais eficiente. No entanto, todas as coisas boas devem acabar e, em 1989/90, a abundante Guerra Fria passou. Isso apresentou um problema sério. Os americanos comuns, que sabiam que haviam suportado os custos desta guerra, esperavam um "dividendo de paz".

Eles pensaram que o dinheiro que o estado gastou em gastos militares agora poderia ser usado para produzir benefícios para si próprios, por exemplo sob a forma de um seguro de saúde nacional e outros benefícios sociais que os americanos, em contraste com a maioria dos europeus, nunca desfrutaram. Em 1992, Bill Clinton realmente ganharia as eleições presidenciais, balançando a perspectiva de um plano nacional de saúde, que, é claro, nunca se materializou. Um "dividendo para a paz" não interessou nada à elite rica da nação, porque a provisão de serviços sociais pelo Estado não produz lucros para empresários e corporações e, certamente, não é o alto lucro gerado pelas despesas do estado militar. Algo tinha que ser feito, e tinha que ser feito rápido, para evitar a implosão ameaçadora dos gastos militares do estado.

A América, ou melhor, a América corporativa, ficou órfã de seu inimigo soviético útil e precisava urgentemente conjurar novos inimigos e novas ameaças para justificar um alto nível de gastos militares. É neste contexto que, em 1990, Saddam Hussein apareceu na cena como uma espécie de deus ex machina. Este ditador de pote de lata tinha sido previamente percebido e tratado pelos americanos como um bom amigo, e ele havia sido armado até os dentes para que ele pudesse fazer uma guerra desagradável contra o Irã; Foram os EUA - e aliados como a Alemanha - que originalmente o forneceram com todos os tipos de armas. No entanto, Washington precisava desesperadamente de um novo inimigo, e de repente o tocou como um "novo Hitler" terrívelmente perigoso, contra o qual a guerra precisava ser travada com urgência, embora fosse claro que uma solução negociada da questão da ocupação do Iraque de O Kuwait não estava fora de questão.

George Bush Senior foi o agente de elenco que descobriu esse novo inimigo útil da América e quem desencadeou a Guerra do Golfo, durante a qual Bagdá foi derramado com bombas e os insultantes recrutas de Saddam foram abatidos no deserto. O caminho para a capital iraquiana estava aberto, mas a entrada triunfante dos marines em Bagdá foi repentinamente abandonada. Saddam Hussein foi deixado no poder para que a ameaça que deveria formar pudesse ser invocada de novo para justificar manter a América de armas. Afinal, o colapso súbito da União Soviética mostrou o quão inconveniente pode ser quando alguém perde um inimigo útil.

E assim, Marte poderia continuar sendo o santo padroeiro da economia americana ou, com mais precisão, o padrinho da máfia corporativa que manipula essa economia de guerra e colhe seus enormes lucros sem suportar seus custos. O projeto desprezado de um dividendo da paz poderia ser enterrado sem cerimônias, e as despesas militares poderiam continuar sendo o dinamismo da economia e a fonte de lucros suficientemente elevados. Essas despesas aumentaram implacavelmente durante a década de 1990. Em 1996, por exemplo, eles totalizaram não menos de 265 bilhões de dólares, mas quando se acrescenta as despesas militares não oficiais e / ou indiretas, como os juros pagos sobre empréstimos utilizados para financiar guerras passadas, o total de 1996 totalizou aproximadamente 494 bilhões dólar, totalizando uma despesa de 1,3 bilhão de dólares por dia! No entanto, com apenas um Saddam considerável como bogeyman, Washington achou conveniente também procurar em outros lugares inimigos e ameaças novos. A Somália parecia temporariamente promissora, mas, em devido tempo, outro "novo Hitler" foi identificado na Península dos Balcãs na pessoa do líder sérvio Milosevic. Durante a maior parte da década de noventa, os conflitos na ex-Jugoslávia forneceram os pretextos necessários para intervenções militares, operações de bombardeamento em larga escala e a compra de mais e mais novas armas.

A "economia de guerra" poderia assim continuar a correr em todos os cilindros também após a Guerra do Golfo. No entanto, em vista da pressão pública ocasional, como a demanda por um dividendo de paz, não é fácil manter esse sistema. (Os meios de comunicação não apresentam problemas, como jornais, revistas, estações de TV, etc. são de propriedade de grandes corporações ou dependem deles para receitas publicitárias). Como mencionado anteriormente, o Estado tem que cooperar, então em Washington é preciso homens e mulheres pode-se contar, de preferência, indivíduos das próprias filas corporativas, indivíduos totalmente comprometidos com o uso do instrumento de despesas militares, a fim de proporcionar os altos lucros que são necessários para tornar os muito ricos da América ainda mais ricos. A este respeito, Bill Clinton ficou aquém das expectativas, e a América corporativa nunca poderia perdoar seu pecado original, ou seja, que ele conseguiu se eleger, prometendo ao povo americano um "dividendo de paz" sob a forma de um sistema de saúde seguro.

Por isso, em 2000, foi acordado que não o clone de Clinton, Al Gore, se mudou para a Casa Branca, mas uma equipe de líderes duros militaristas, praticamente sem exceção de representantes de América rica e corporativa, como Cheney, Rumsfeld e Rice, e claro, o próprio George W. Bush, filho do homem que havia mostrado com a Guerra do Golfo como poderia ser feito; O Pentágono também foi representado diretamente no gabinete de Bush na pessoa do Powell alegadamente apaixonado pela paz, na realidade outro anjo da morte. Rambo mudou-se para a Casa Branca, e não demorou muito para que os resultados mostrasse.

Depois que Bush Junior foi catapultado para a presidência, ele procurou por algum tempo como se ele fosse proclamar a China como o novo inimigo da América. No entanto, um conflito com aquele gigante apareceu um pouco arriscado; Além disso, todas as grandes corporações fazem muito dinheiro negociando com a República Popular. Outra ameaça, de preferência menos perigosa e mais credível, era necessária para manter as despesas militares em um nível suficientemente alto. Para este fim, Bush e Rumsfeld e companhia não teriam desejado nada mais conveniente do que os eventos de 11 de setembro de 2001; é extremamente provável que eles estivessem cientes dos preparativos para esses ataques monstruosos, mas que eles não fizeram nada para impedi-los porque sabiam que eles poderiam se beneficiar com eles. De qualquer forma, eles aproveitaram a oportunidade para militarizar a América mais do que nunca, para bombear bombas contra pessoas que não tinham nada a ver com o 11 de setembro, para fazer guerra ao conteúdo de seus corações e, portanto, para as corporações que fazem negócios com o Pentágono para anunciar vendas sem precedentes. Bush declarou a guerra não em um país, mas no terrorismo, um conceito abstrato contra o qual não se pode realmente fazer guerra e contra a qual uma vitória definitiva nunca pode ser alcançada. No entanto, na prática, o slogan "guerra contra o terrorismo" significava que Washington agora se reserva o direito de fazer guerra em todo o mundo e permanentemente contra quem a Casa Branca defina como terrorista.

E então, o problema do fim da Guerra Fria foi definitivamente resolvido, uma vez que havia uma justificativa para gastos militares cada vez maiores. As estatísticas falam por si mesmas. O total de 265 bilhões de dólares em gastos militares em 1996 já foi astronômico, mas graças a Bush Junior, o Pentágono foi autorizado a gastar 350 bilhões em 2002 e, para 2003, o presidente prometeu aproximadamente 390 bilhões; No entanto, agora é praticamente certo que a capa de 400 bilhões de dólares será arredondada este ano. (Para financiar essa orgia de gastos militares, o dinheiro deve ser salvo em outros lugares, por exemplo, cancelando almoços gratuitos para crianças pobres, cada pouco ajuda.) Não é de admirar que George W. entregue com alegria e orgulho, pois ele - essencialmente um filho rico e mimado de talento e intelecto muito limitado - superou as expectativas mais ousadas não só de seus familiares e amigos ricos, mas de uma América corporativa como um todo, a que ele deve seu trabalho.

O 11 de setembro forneceu a Bush com carte blanche para fazer a guerra onde quer que e contra quem ele escolheu, e como este ensaio pretende deixar claro, não importa o que tanto gosta de ser tocado como inimigo do dia. No ano passado, Bush derramou bombas no Afeganistão, presumivelmente porque os líderes desse país abrigaram Bin Laden, mas recentemente o último saiu da moda e foi mais uma vez Saddam Hussein que supostamente ameaçou a América. Não podemos lidar aqui detalhadamente com os motivos específicos pelos quais a América de Bush queria absolutamente a guerra com o Iraque de Saddam Hussein e não com, digamos, a Coréia do Norte. Uma das principais razões para combater esta guerra em particular foi que as grandes reservas de petróleo do Iraque são desejadas pelos trusts do petróleo dos EUA, com quem os próprios arbustos - e Bushites como Cheney e Rice, depois de quem um petroleiro passa a ser nomeado - são tão intimamente ligado. A guerra no Iraque também é útil como uma lição para outros países do Terceiro Mundo que não dançam para a melodia de Washington e como um instrumento para emascular a oposição doméstica e apressar o programa de extrema direita de um presidente não eleito nas gargantas dos próprios americanos.

A América de riqueza e privilégio está empatada na guerra, sem doses de guerra regulares e cada vez mais fortes, já não pode funcionar corretamente, isto é, produzir os lucros desejados. Neste momento, esse vício, esse desejo está sendo satisfeito por meio de um conflito contra o Iraque, que também é muito apreciado pelos corações dos barões do petróleo. No entanto, alguém acredita que os belicistas irão parar, uma vez que o couro cabeludo de Saddam se juntará aos turbantes do Talibã na vitrine de troféus de George W. Bush? O presidente já apontou o dedo para aqueles cuja virada virá em breve, ou seja, os países do "eixo do mal": Irã, Síria, Líbia, Somália, Coréia do Norte e, claro, esse antigo espinho ao lado da América, Cuba. Bem-vindo ao século 21, bem-vindo à nova e corajosa nova era de guerra permanente de George W. Bush!

Jacques R. Pauwels é historiador e cientista político, autor de "O Mito da Boa Guerra: América na Segunda Guerra Mundial" (James Lorimer, Toronto, 2002). Seu livro é publicado em diferentes idiomas: em inglês, holandês, alemão, espanhol, italiano e francês. Juntamente com personalidades como Ramsey Clark, Michael Parenti, William Blum, Robert Weil, Michel Collon, Peter Franssen e muitos outros ... ele assinou "The International Appeal against US-War".


Da imprensa internacional no sábado 22 de março de 2003:


O custo para os Estados Unidos da guerra no Iraque e suas conseqüências poderia facilmente ultrapassar US $ 100 bilhões ... A manutenção da paz no Iraque e a reconstrução da infra-estrutura do país poderiam aumentar muito mais ... O governo Bush ficou preso sobre o custo da guerra e reconstrução ... Tanto a Casa Branca como o Pentágono se recusaram a oferecer números definitivos.

(The International Herald Tribune, 22/03/03)


Estima-se que a guerra contra o Iraque custará cerca de 100 bilhões de dólares. Em contraste com a Guerra do Golfo de 1991, cujo custo de 80 milhões foi compartilhado pelos Aliados, espera-se que os Estados Unidos paguem o custo total da guerra atual ... Para o setor privado americano, ou seja, as grandes corporações, a próxima reconstrução de A infra-estrutura do Iraque representará um negócio de 900 milhões de dólares; os primeiros contratos foram concedidos ontem (21 de março) pelo governo americano a duas corporações. (Guido Leboni, "Um custo de 100.000 milhões de dolares", El Mundo, Madri, 22/03/03)

https://www.globalresearch.ca

Fonte: https://undhorizontenews2.blogspot.com.br/