quarta-feira, 28 de abril de 2021

É trágico mas é verdade

O governo brasileiro, para agradar aos EUA, deixa de aceitar a entrada no Brasil da vacina Sputnik V. Uma vacina produzida por um dos laboratórios mais antigos do mundo. Uma vacina aprovada por 15 organizações sanitárias internacionais. A única vacina que chegou a 97% de eficiência. Uma vacina que combate mais de uma cepa do vírus COVID19. 62 nações já estão fazendo uso ou já contrataram esse imunizante. Mesmo a Rússia se propondo a fornecer todas as informações e documentos necessários para a aprovação e desafia a ANVISA para um debate público sobre a Sputnik V, o Governo Bolsonaro tenta junto ao STF proibir que os governos do Nordeste recebam os 37 milhões dessa vacina já contratadas. Infelizmente o governo brasileiro prefere deixar morrer milhares(ou milhões) de cidadãos, só para agradar o Governo Americano, que promove uma guerra com a Rússia e a China na Geopolítica global. Postado por Jacinto Pereira

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Não é movimento recomendável...

port.pravda.ru Não é movimento recomendável... 23.04.2021 Que navios da Marinha dos EUA entrem no Mar Negro e aspirem a sobreviver, no caso de, Deus nos proteja, qualquer tipo de conflito com a Rússia - sim, sim, vocês leram corretamente, essa ideia andou por aí! - é delírio, é fantasia, ou, para ser ainda mais preciso - é ficção anticientífica. Esse grupo, para nem falar de um solitário destróier da classe Arleigh Burke (são os tipos mais ativos na Marinha dos EUA), que entra periodicamente no Mar Negro para "mostrar bandeira" e presença dos EUA/OTAN naquele corpo de água crucial, sabe perfeitamente que o Mar Negro, para todos os planos e objetivos, é lago da Rússia. Todos recordarão boato muito disseminado (disseminado, muito provavelmente por super zelosos, mas não muito letrados, "patriotas" russos) sobre o destróier DDG-75 USS Donald Cook, que teria tido todo seu equipamento eletrônico "torrado" por um par de intrépidos Su-24s russos em abril de 2014, os quais teriam forçado - rezam os boatos - essa nave norte-americana a retornar às pressas para Constanta, Romênia, onde, consta, parte da tripulação teria manifestado desejo de abandonar o barco. O NYT e outros veículos da mídia norte-americana declararam, não sem alguma razão, que os boatos não passariam de "propaganda" russa. Alguma razão, sim, até que têm. A realidade dos eventos com o USS Donald Cook pouco teve a ver com Su-24s ou algum tipo de contramedidas eletrônicas (ing. electronic countermeasure, ECM). A razão para encurtar tão drasticamente a viagem do destróier norte-americano, como o presidente Vladimir Putin da Rússia destacou, ele mesmo, mais de uma vez , foi que o Donald Cook foi detectado, rastreado e, quando a necessidade impôs-se, foi cercado no campo de visão do radar - de fato, dos radares - dos complexos costeiros de mísseis cruzadores antinavios K-300P Bastion e Bal localizados no litoral da Crimeia, os quais, claro, fizeram muito barulho, literalmente, quando os detectores de radiação passiva do Donald Cook puseram-se a gritar que o destróier já era presa da mira de uma das armas mais temidas do arsenal russo - um lançador de mísseis P-800 Oniks (Onyx). Esse míssil supersônico de longo alcance Mach=2,5 é que torna tão mortífera a primeira linha de defesa da Frota Russa do Mar Negro, porque é precisamente um tipo de armamento projetado e construído para supersaturar a defesa aérea das naves dos EUA equipadas com o Aegis Combat Control System e com o radar Spy-1. Oficiais navais norte-americanos são bem adestrados na qualificação de baterias e capacidade de mísseis, incluindo tetos de saturação de seus sistemas de Defesa Aérea embarcados; sabem que é absolutamente impossível qualquer defesa contra um salvo de mísseis P-800 Oniks 4+ ou de X-35 8+ subsônicos, no ambiente de contramedidas eletrônicas ativas no Mar Negro. Rússia pode repetir esse salvo e até salvos muitas vezes maiores, com a frequência e a densidade desejáveis. Mas essas são só as capacidades de uma 15ª Brigada Independente de Artilharia de Mísseis da Defesa da Costa [ing. 15th Independent Costal Defense Missile-Artillery Brigade] em Sevastopol, que pode deslocar seus lança-mísseis para qualquer ponto da Crimeia, inclusive para áreas super defendidas pela Frota do Mar Negro e também pelas forças da Defesa Aérea na Crimeia, locações que ocultam o lançamento. Os sistemas de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, IVR [ing. Intelligence, surveillance and reconnaissance, ISR] da Rússia garantem atualizações para situação operacional e distribuem alvos para qualquer receptor do lado russo, em tempo real. Claro, é preciso não esquecer que dois esquadrões (24+ aeronaves de combate) de SU-27SM/SU-30SM também estão instalados na Crimeia e que cada uma dessas aeronaves pode transportar vários tipos de armas de ataque, incluindo o míssil antinavios X-31A Mach=3.5 e o míssil antirradiação X-31P. E o Regimento de Aviação em Simferopol, que aloca 22 Su-24Ms está sendo reequipado com SU-30SMs. Vale lembrar, lateralmente, que esses venerandos combatentes (Su-24Ms) também carregam X-31As, os quais, levados a sério, garantem o primeiro salvo (multiplique por 0,5) que consiste de 30-40 mísseis, só por unidade militar. Acrescentem-se aqui os mísseis dos complexos costeiros, e estamos olhando para 60-70 mísseis, só no primeiro salvo, pelo menos. É suficiente para afundar vários Grupos de Combate (um porta-aviões e respectiva escolta), mesmo que todos os aviões embarcados e todos os respectivos sistemas Aegis-Spy-1 funcionem adequadamente. E, claro, ninguém deve esquecer que a Frota do Mar Negro também inclui navios e esses, mesmo considerando um cruzador, punhado de fragatas e SSKs [submarinos convencionais?] ligados ao Esquadrão Mediterrâneo em torno da Síria, ainda reúnem vários mísseis 3M54 da família Kalibr que aceleram a Mach=2,9 e efetivamente não são interceptáveis no salvo de 2+. Todos esses mísseis aqui nomeados são guiados por inteligência artificial em salvo e têm resistência muito alta contra 'mistura de sinais' [ing. jamming] (alguns deles até podem, eles mesmos, 'misturar' os sensores do inimigo). E isso, claro, ainda não é tudo. A Frota do Mar Negro é apoiada pelas forças do Distrito Militar do Sul, das quais faz parte. E como se as notícias e informes acima já não fossem suficientemente ruins para qualquer combinação de forças navais de EUA/OTAN que entrem no Mar Negro, aqui as coisas ficam realmente ainda mais deprimentes para o Pentágono. A 4ª Força Aérea e Exército de Defesa Aérea da Rússia, que é parte desse distrito, conta com aqueles tão incômodos MiG-31Ks (a base original deles é o Distrito, e continuam a voar missões de lá, desde 2017) armados com mísseis supersônicos Kinzhal Kh-47M2, cuja velocidade Mach=10+, cuja violenta capacidade de manobra e cujo incrível alcance de 2.000 quilômetros os tornam inalcançáveis por qualquer tecnologia de defesa aérea que exista nos EUA e possa vir a existir em futuro próximo (e que não existirá antes de 7-10 anos). Na verdade, há muitas dúvidas de que esses mísseis sejam efetivamente detectáveis. Esses aviões de combate são capazes de afundar não só qualquer coisa no Mar Negro, mas também no Mediterrâneo Ocidental, sem sequer entrar na Região do Krasnodar[1] ou Crimeia. Obviamente, a Rússia não diz onde estão baseadas essas aeronaves, a cada momento. Quem sabe? Ora... a inteligência dos EUA talvez saiba, mas é caso clássico de contenção para o bem. Assim, a probabilidade de o Kinzhal acertar qualquer alvo no Mar Negro não depende da habilidade do alvo para responder, mas da probabilidade de o próprio míssil estar em plenas condições de combate. Assim, como todos podem ver, há muita bondade subsônica, supersônica e hipersônica a distribuir, disponível para a Frota da Rússia no Mar Negro (porque dessa se trata aqui!). O pessoal competente no Pentágono sabe disso. Por isso se pode dizer que a aparição daqueles dois destróiers no Mar Negro é, literalmente, 'só para aparecer', e para tentar colher alguma inteligência relacionada à probabilidade - que hoje já diminui a olhos vistos - de confronto no Donbass. Escrevo frequentemente que muita gente nos EUA - e falo aqui dos políticos - não têm como perceber a escala da diferença de qualidade que põe os EUA muito atrás da Rússia em poder de fogo e em todos os domínios. Não é diferença só quantitativa; é qualitativa; e a distância só faz aumentar. E há quanto tempo estou avisando, não é mesmo?******* [1] Krasnodar é capital da Região Kuban russa, do rio Kuban e do Mar Negro, e a 90km do Mar de Azov. A região também é chamada "a pérola da Rússia", por seus solos particularmente férteis. É também uma das regiões de mais rápido crescimento econômico da Rússia (vide mapa) [NTs]. Foto: By Nikolay Krassovsky - http://www.belygorod.ru/img2/1000_rushud/Used7/0KrasovskiyN_VozvrVSevasCVM.jpg, Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4111539 https://port.pravda.ru/russa/23-04-2021/52701-eua_mar_negro-0/ Fonte:

domingo, 18 de abril de 2021

Em busca de uma ordem econômica mundial multipolar

port.pravda.ru por Michael Hudson entrevistado por Pepe Escobar O texto aqui apresentado baseia-se numa entrevista que Michael Hudson deu a Pepe Escobar, sendo moderadora Alanna Hartzok co-foundadora de Earth Rights Institute e administradora do International Union for Land Value Taxation. O evento decorreu na Henry George School, com a sua diretora pedagógica Ibrahima Drame, sob o tema "Na busca de uma ordem mundial multipolar". Devido à extensão da entrevista (1h50) foram seleccionados apenas excertos considerados mais relevantes. A importância desta entrevista é resumida na sua frase final: "Você nunca lerá algo assim no Washington Post ou em The New York Times. Eles nem sabem o que é a Organização de Cooperação de Xangai". Claro, nem tão pouco em qualquer dos media corporativos na Europa. O texto completo da entrevista está aqui .. MH (00:04:00) - Os Estados Unidos abandonaram o padrão ouro em 1971, quando a isso os forçou a guerra do Vietnan - responsável pelo seu défice da balança de pagamentos. Todos naquela época temiam que o dólar fosse cair, que houvesse hiperinflação. O que aconteceu foi algo totalmente diferente. Como não havia ouro para liquidar os défices da balança de pagamentos dos EUA, convenceram os seus aliados a investir em Títulos do Tesouro dos EUA, porque bancos centrais não compram empresas. Não compram matérias-primas. Tudo o que podem comprar são outros Títulos de governo. Então, de repente, a única coisa que podiam comprar com todos os dólares que possuíssem eram Títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Os títulos que compraram destinaram-se essencialmente a financiar ainda mais a guerra, o défice da balança de pagamentos e as 800 bases militares que os Estados Unidos têm por todo o mundo. Pepe Escobar. Acho que o mundo mudou tanto nos últimos 50 anos que o que temos agora não é tanto um conflito entre a América e a China, ou a América e a Rússia, mas entre uma economia financeirizada, dirigida por planeadores financeiros que controlam a disponibilidade de recursos, despesas do governo e criação de dinheiro, e uma economia dirigida por governos democráticos, ou menos democráticos, mas certamente uma economia mista. LIBERDADE SÓ PARA A WALL STREET Na América existe algo totalmente diferente desde 1980. Algo que não foi previsto por ninguém, porque parecia ser muito perturbador, ou seja, o sector financeiro a dizer: "Precisamos de liberdade - para nós mesmos, em relação ao governo". Por "liberdade" eles queriam dizer retirar o planeamento, os subsídios, as políticas económicas e tributárias das mãos do governo e colocá-las nas mãos da Wall Street. O resultado foi um libertarianismo como "mercado livre", na forma de uma economia centralizada que se concentra nas mãos dos centros financeiros - Wall Street, a City de Londres, a Bolsa de Paris. O que existe hoje é uma tentativa de o sector financeiro assumir o papel que a classe senhorial teve na Europa, desde os tempos feudais até o século XIX. É uma espécie de ressurgimento do feudalismo. Se se olhar para os últimos 200 anos de teoria economica, de Adam Smith e Marx em diante, todos esperavam que uma economia mista se tornasse cada vez mais produtiva e se libertasse dos latifundiários - e também da atividade bancária. Mas nos Estados Unidos e na Inglaterra, as finanças tornaram-se algo completamente diferente. Os bancos não emprestam dinheiro para construir fábricas. Eles não criam dinheiro para fazer meios de produção. Eles obtêm dinheiro para assumir os ativos existentes. Nos EUA cerca de 80% dos empréstimos bancários são empréstimos hipotecários para transferência de propriedade de bens imóveis. Tal como os proprietários de terras no passado, que tentavam fazer tudo o que podiam através da Câmara dos Lordes na Inglaterra e das câmaras altas na Europa, eles tentam bloquear qualquer tipo de governo democrático. A luta é na realidade contra qualquer governo que faça algo que não seja controlado pelos 1% e pelos bancos. Essencialmente, trata-se da fusão entre Finanças, Seguros e Imobiliário - o sector FIRE. O que temos é um retrocesso do capitalismo no Ocidente de volta ao feudalismo, mas feudalismo com uma expressão financeira, muito mais do que nos tempos medievais. A luta contra a China é pelo medo de não poderem fazer à China o que fizerem à Rússia. A América adoraria que houvesse uma figura como Yeltsin na China para dizer: vamos dar todas as ferrovias que construímos, a ferrovia de alta velocidade, vamos dar todas as fábricas a indivíduos e deixá-los administrar tudo. Então, os americanos vão emprestar-lhes o dinheiro ou comprá-los e, assim, controlá-los financeiramente. A China não está a deixar isso acontecer. E a Rússia impediu que isso acontecesse. A fúria no Ocidente é que o sistema financeiro americano não é capaz de assumir controlo sobre mais recursos estrangeiros e agricultura estrangeira. Restam apenas meios militares para se apoderarem desses recursos, como vimos no Próximo Oriente e agora se vê na Ucrânia. MH (00:12:47) - Não vejo como possível nenhuma repetição de uma nova Bretton Woods porque, como descrevi em Super Imperialism, a conferência de Bretton Woods foi concebida para tornar total o controlo americano sobre a Grã-Bretanha, sobre a Europa. Bretton Woods era um sistema centrado nos Estados Unidos destinado impedir a Inglaterra de manter o seu império. Também evitaria que a França mantivesse seu império e que a América assumisse o controle da área da libra esterlina. O Banco Mundial deveria impedir que outros países se tornassem independentes e auto-suficientes do ponto de vista alimentar, para garantir que apoiassem a agricultura intensiva e não uma reforma agrária. A luta do Banco Mundial foi impedir a reforma agrária e assegurar que os Estados Unidos e outros investidores estrangeiros dominassem a agricultura desses países. Esse tipo de Bretton Woods não pode ser feito novamente. Já que Bretton Woods foi uma ideia para centralizar o superávite económico mundial num único país, os Estados Unidos, isso nunca mais poderá ser feito. Quando a América emite dólares, e estes acabam nos bancos centrais, o que podem esses bancos fazer com eles? Tudo o que realmente podem fazer é devolvê-los ao governo dos Estados Unidos. Portanto, a América tem um almoço financeiro grátis. Pode gastar com as suas forças armadas ou aumentar aquisições de empresas noutros países. Os dólares foram embora, mas os países estrangeiros não podem trocá-los por ouro. Eles não têm nada para trocá-los. Tudo o que eles podem fazer é financiar o défice orçamental dos EUA comprando cada vez mais Títulos do Tesouro. Estes são os passivos do balanço de bases militares estrangeiras e operações relacionadas. O que é irónico é o que aconteceu nos últimos anos na luta contra a Rússia e a China. Os próprios EUA acabaram com os seus almoços grátis. Diziam, ok, agora teremos sanções contra a Rússia e a China. Vamos ficar todo o dinheiro que tiverem em bancos estrangeiros, como ficámos com o dinheiro da Venezuela. Então a Rússia e a China verificaram que não podem mais lidar com dólares, porque os Estados Unidos recusam unilateralmente o seu uso a qualquer país que não siga a sua diplomacia militar e financeira. E agora a Rússia e a China estão a desdolarizar-se. Negociam nas moedas próprias. Eles fazem o oposto do que Bretton Woods tentou criar. Eles estão a sugerir (a outros países) a independência monetária em relação aos Estados Unidos. O que está em causa é que tipo de economia precisamos para elevar padrões de vida, salários e auto-suficiência e preservar o meio ambiente. O que é necessário para o mundo ideal que desejamos? Bem, para começar, é necessária muita infraestrutura. Na América e na Grã-Bretanha, a infraestrutura foi privatizada. Tem que dar lucro. E ferrovias ou concessionárias de energia eléctrica, como se acabou de ver no Texas , são monopólios naturais. Durante 5 000 anos, as infraestruturas na Europa, Médio Oriente e Ásia foram mantidas no domínio público. Se são dadas a proprietários privados, eles vão cobrar uma renda de monopólio. A ideia da China é proporcionar um sistema educacional gratuito e permitir que todos procurem ter uma educação. Na América, para obter educação, é necessário contrair dívidas entre 50 000 a 200 000 dólares. A maior parte de tudo o que vier a ganhar será pago ao credor. Mas na China, pode-se ter educação gratuita, o dinheiro que os alunos irão ganhar será gasto na economia, comprando os bens e serviços que eles produzem. Então a economia estará a expandir-se, não a encolher, não sendo sugada pelos bancos que financiam a educação. A mesma forma de evitar a procura de rendas por privatizações, pela finança ou por monopólios, se aplica às ferrovias e aos cuidados de saúde. O capitalismo industrial estava a evoluir em direcção ao socialismo. Era a medicina socializada, infraestruturas socializadas, educação socializada. Portanto, a luta contra o socialismo é também uma luta contra o que tornou o capitalismo industrial bem-sucedido nos Estados Unidos e na Alemanha. Os Estados Unidos acusam de serem comunistas ou socialistas, os países que tentam tornar a sua força de trabalho próspera, educada e saudável, em vez de doente e com expectativas de vida mais curtas. O que significa ser independente da economia de austeridade do "Mundo Livre" financeirizado dos EUA. MH ( 00:25:51) - A Europa tinha uma escolha: ou poderia encolher e ser uma economia satélite dos EUA ou poderia juntar-se ao crescimento. A Europa decidiu renunciar ao crescimento e tornar-se um conjunto de oligarquias e cleptocracias clientes. Está disposta a permitir que o seu sector financeiro assuma o controlo de cada país, tal como nos EUA. Trata-se de um "mercado livre", as autoridades americanas contaram-me que podem simplesmente comprar os políticos europeus pois eles são subornáveis. Estar pronto para a venda é o que significa um mercado político livre. É por isso que quando o presidente Putin diz que a América e a Europa não são susceptíveis de realizar acordos, isso significa que eles estão na política apenas pelo dinheiro. Não há ideologia. Não há ideia de benefício social geral. O sistema é baseado em como ficar rico, e pode-se ficar rico sendo subornado. Por isso entram na política. Como nos EUA em que por decisão do Supremo Tribunal, os políticos podem ser pessoalmente financiados. Então, temos dois sistemas incompatíveis. Eles estão em trajetórias diferentes. Há um sistema que está a encolher como no Ocidente e outro que está a crescer como no Oriente. Há uma força militar destrutiva no Ocidente e, basicamente, uma força de crescimento económico produtivo na Eurásia. O confronto agora está a ocorrer principalmente na Ucrânia. Com os EUA a apoiarem os neonazistas. MH (00:30:41)?- Putin continua a lembrar aos russos o acontecido aos 22 milhões que morreram na Segunda Guerra Mundial. Ele disse que a Rússia não deixaria isso acontecer novamente. Assim, quando a crise passar, pode recomeçar-se de uma posição normal. Mas não há normalização na América. Estará numa posição, ainda mais recuada financeiramente do que antes da crise. As economias como a da China e da Rússia não têm problemas com os défices. Portanto, o Ocidente estará a começar com 99% de sua população ainda mais endividada com os 1%. Essa polarização entre 1% e 99% não existe na China. E na Rússia, Putin está a tentar minimizá-la, dado o legado da cleptocracia que os neoliberais lá colocaram. Pepe Escobar (00:36:27) questiona MH sobre o papel do super Mario "Goldman-Sachs" Draghi, agora primeiro ministro da Itália, afirmando que há mais ou menos um consenso entre analistas italianos independentes e bem informados de que Draghi pode ser o cavalo de Tróia perfeito para acelerar a destruição do Estado italiano. Isto irá acelerar o projeto globalista da União Europeia, que é absolutamente não centrado no Estado. Isso também faz parte da "grande reinicialização". MH (00:38:55) - Bem, a Itália é um exemplo muito bom para se olhar. Quando se tem um país que precisa de infraestruturas e gastos públicos social-democratas, é preciso um governo para criar o crédito. Mas quando os americanos - e especificamente os lobistas do mercado livre da Universidade de Chicago - criaram o sistema financeiro da zona do euro, a sua premissa era que os governos não deveriam criar dinheiro. Apenas os bancos deveriam ter permissão para fazer isso, para benefício dos detentores das suas ações e títulos. Portanto, nenhum governo europeu pode ter um défice orçamental suficientemente grande para lidar com o coronavírus ou com os problemas que assolam a Itália há uma década. Eles não podem criar o seu dinheiro para promover empregos, revitalizar as infraestruturas ou a economia. O Banco Central Europeu só empresta a outros bancos centrais. São criados milhões de milhões de euros apenas para comprar ações e títulos, não para gastar na economia, não para contratar mão-de-obra, não para construir infraestruturas, mas apenas para salvar os detentores de ações e títulos de perderem dinheiro com a queda dos preços dos ativos. Isso torna 1% ou 5% da população ainda mais rica. Portanto, na prática, a função do Banco Central Europeu é criar dinheiro apenas com o propósito de poupar aos 5% mais ricos perdas nas suas ações e títulos. SERVIDÃO PELA DÍVIDA O custo dessa limitação é empobrecer a economia e basicamente torná-la parecida com a Grécia, que foi um ensaio geral de como a zona do euro iria reduzir os seus países à dependência da dívida. No feudalismo, todos tinham que se tornar servos para terem acesso à terra. Bem, agora está-se na moderna servidão pela dívida, a versão da servidão do capitalismo financeiro. Os EUA não querem rivais. Querem satélites. O que temos basicamente são os EUA a dizerem: "Bem, nós sabemos qual é a resposta para o comunismo. É o fascismo", e temo-los visto a comprarem políticos. Fizeram todos os truques sujos para lutar contra qualquer grupo de esquerda na Itália, assim como fizeram na Iugoslávia e da mesma forma que fizeram na Grécia. Exterminaram os guerrilheiros, todos os principais grupos anti-nazistas, da Grécia, Itália e outros lugares. De repente, todos eles foram assassinados ou retirados dos seus cargos - e substituídos pelas mesmas pessoas contra as quais os Estados Unidos haviam lutado durante a Segunda Guerra Mundial. Bem, agora a Itália está finalmente a ser confrontada com isso tentando contra-atacar. O que está a acontecer, entre a Itália do Norte a Itália do Sul, são as mesmas divisões que ocorrem noutros países. A transcrição na íntegra encontra-se em thesaker.is/... Esta entrevista encontra-se em https://resistir.info https://patrialatina.com.br/em-busca-de-uma-ordem-economica-mundial-multipolar-1/ Fonte" https://www.blogger.com/blog/post/edit/712009256119215276/2283622244984428485

25 anos após Massacre de Eldorado do Carajás, violência no campo dispara no Brasil

Em 1996, 21 sem-terra foram mortos pela PM do Pará; sob Bolsonaro, número de conflitos fundiários é o maior em 10 anos Catarina Barbosa Belém (PA) | Brasil de Fato | 17 de Abril de 2021 às 07:00 Pará, palco da chacina em 1996, é líder no ranking de assassinatos de lideranças do campo no Brasil Pará, palco da chacina em 1996, é líder no ranking de assassinatos de lideranças do campo no Brasil - Amnesty International A chacina que ceifou a vida de 21 camponeses no município de Eldorado do Carajás, no sudoeste do Pará, completa 25 anos neste sábado (17). Em abril de 1996, cerca de 3,5 mil famílias sem-terra ocupavam a Fazenda Macaxeira, em busca de um pedaço de chão para plantar e sobreviver. Representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) garantiram aos trabalhadores a desapropriação da área para a reforma agrária. O cenário mudou quando um laudo considerou a propriedade como produtiva, beneficiando o latifundiário que se dizia dono da fazenda. Em protesto, mais de 1,5 mil camponeses começaram uma marcha pela rodovia BR-155 com destino a Belém. Os trabalhadores questionavam a veracidade do laudo e tentavam pressionar as autoridades públicas. No dia 17 de abril, próximo a área de Eldorado conhecida como "curva do S", foram cercados por um contingente de 150 homens da Polícia Militar (PM) de Pará. O protesto terminou naquele momento, sob gritos, choro e sangue. Pará lidera assassinatos por conflitos de terra O massacre dos 21 trabalhadores sem-terra ganhou manchetes nacionais e internacionais. Passados 25 anos, poucos são os avanços no campo da reforma agrária na região. As ameaças e ataques aos trabalhadores rurais, antes promovidos sobretudo por latifundiários do agronegócio, são realizados agora também por empresários de outros setores, como mineração e energia. De acordo com o monitoramento realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), 320 trabalhadores e lideranças foram assassinadas no Pará entre 1996 e 2019. O estado lidera o ranking nacional de conflitos por terra. Nesse mesmo período, outros 1.213 receberam ameaças de morte, 1.101 foram presos pela polícia, 30.937 foram vítimas do trabalho escravo e 37.574 famílias foram despejados em decorrência de decisões judiciais. Inúmeras lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), movimentos sindicais, religiosos e ambientalistas foram vítimas da violência no campo no Pará, entre elas Onalício Barros, Valentim Serra, José Dutra da Costa, José Pinheiro Lima, Dorothy Stang, José Claudio e Maria, Jane Julia, Dilma, Carlos Cabral, Raimundo Paulino, Ronair Lima, Fernando Araújo e muitos outros. :: Leia também: MST relembra 25 anos do Massacre de Eldorado do Carajás com ações e luta em todo país :: Para Tito Moura, da direção do MST no estado, o conflito no campo sempre foi latente na região, sobretudo no sul e sudeste do Pará, e são fruto da herança colonialista que ainda vigora no Brasil. O dirigente do MST classifica o massacre como uma tentativa de calar os camponeses da região. Desde 1996, o caso que mais se aproximou, em termos de violência, do ocorrido em Carajás foi a Chacina de Pau D'Arco. Em maio de 2017, 16 policiais civis e militares mataram dez trabalhadores sem-terra que ocupavam a Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau D’Arco, no Pará, com a justificativa de cumprimento de mandados judiciais no local. :: Leia também: Testemunha da chacina de Pau D’arco relatou ameaças da polícia antes de ser morto :: Novos contornos da violência no campo Tito Moura lembra que as respostas das autoridades ao Massacre de Eldorado dos Carajás, como a criação da Delegacia de Conflitos Agrários e a Ouvidoria Agrária, ocorreram depois da repercussão internacional do caso. Os conflitos no campo, explica Moura, ganharam outro formato a partir do golpe de 2016, que depôs a ex-presidente Dilma Rousseff, e da posse de Jair Bolsonaro (sem partido) à presidência. "Depois do governo Bolsonaro, quando foi quase extinta a ouvidoria, o conflito se acirrou na região. Há vários relatos de pessoas que sofrem violências. O MST não recuou enquanto movimento de massa. O que repensamos foi, justamente, redobrar os cuidados necessários para continuarmos lutando". Próximo ao palco do Massacre, novos conflitos agrários surgiram e vêm fazendo vítimas. "De quatro anos para cá, foram assassinadas algumas lideranças em Parauapebas [cidade no sudeste do Pará]. Nós desconfiamos de uma ligação entre pistoleiros e um consórcio de fazendeiros da região", diz Moura. "Esse consórcio de fazendeiros conta com uma milícia própria que despeja sem terra, assassina trabalhador, joga agrotóxicos em cima dos nossos acampamentos. São diversas formas de ameaças", afirma. Moura teme que, depois do fim da pandemia, as ameaças aos trabalhadores rurais voltem a se acirrar na região. "Depois da pandemia, com a fome que o povo está passando, não tem outro lugar para as pessoas irem a não ser para as ocupações de terra. Vai ter conflito, com certeza. Não tem um INCRA que funcione, não tem um governo que funcione, não tem uma ouvidoria agrária que funcione. Temos que estar muito atentos porque o governo está disposto a ir para o conflito, a armar a pistolagem para assassinar trabalhador na região", alerta o dirigente estadual do MST. Números sobre assassinatos no campo e ameaças no Brasil Andréia Silvério, da Coordenação da Executiva Nacional da CPT, explica que as ameaças e violências aos povos do campo acontecem de diversas maneiras no Pará e em todo o país, e que o poder público tem se omitido de mediar e prevenir os conflitos. "Multiplicam-se denúncias de ameaças e diversos tipos de violência, como pulverização aérea de agrotóxicos sobre assentamentos populares, exploração indevida do território, despejos ilegais. O governo Bolsonaro, criminosamente, sucateia órgãos como INCRA, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e paralisa a reforma agrária". Segundo dados da CPT, desde 1985, quando a comissão iniciou a publicação do caderno "Conflitos no Campo Brasil", 1.501 casos de assassinatos foram registrados em todo o país. As vítimas incluem indígenas, posseiros, quilombolas, pescadores, agricultores, ribeirinhos, sem-terra e lideranças religiosas. O número inclui, ainda, 250 vítimas de massacres. Já o total de massacres no campo de 1985 a 2020 chegou a 51. "Além disso, em 2020, 159 pessoas foram ameaçadas de morte, 35 sofreram tentativas de assassinato e mais de 30 mil famílias foram ameaçadas de serem retiradas dos seus territórios, tanto pelo poder público, quanto pelo poder privado", pontua Silvério. "Muitas perderam suas casas em plena pandemia. Tivemos um aumento de mais de 30% nas ocorrências de conflitos por terra, a maioria na Amazônia legal". O primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro, em 2019, foi o que registrou o maior número de conflitos no campo dos últimos 10 anos, com um total de 1.833 ocorrências registradas. Em 2018, foram registradas 1.489 ocorrências. :: Leia mais: Com Bolsonaro, número de conflitos no campo é o maior dos últimos 10 anos :: O número de assassinatos no campo apresentou um aumento de 14% em 2019 (32) em relação a 2018 (28). As tentativas de assassinato, por sua vez, passaram de 28 para 30, e as ameaças de morte de 165 para 201. Novas frentes de ataque Para Ayala Ferreira, da direção nacional do MST, o massacre não encerrou um ciclo de conflitos na luta pela terra e pela reforma agrária nessa região, que apenas ganhou novas proporções. "Há um avanço da fronteira agrícola e minerária na região Norte do país. Há um avanço da apropriação e privatização da terra, sobretudo das terras públicas, que poderiam ser destinadas para a reforma agrária e para a demarcação de terras indígenas e quilombolas", explica. "Atrelado a isso, vemos essa desconstrução de todos os mecanismos que poderiam ser adotados para se avançar na política de reforma agrária. É um bloqueio proposital para favorecer o agronegócio, o latifúndio oligárquico, a mineração. Para favorecer os grandes projetos que tendem a se expandir na região em função do momento econômico e político do país". "Há um esforço de transformar o Brasil nesse grande fornecedor de matérias primas, de commodities agrícolas e minerárias para dar conta das necessidades do mercado internacional. O problema do conflito do campo se agravou porque não há uma agenda positiva para os sujeitos que lutam pela terra aqui na região", pontua. "Ao contrário, há cada vez mais uma negação desses direitos, de criminalização daqueles que ousam se organizar, se mobilizar para lutar pelos seus direitos". Para o professor e dirigente estadual do MST no Pará, Batista Nascimento Silva, o acordo entre o agronegócio e o judiciário tem permitido que os trabalhadores tenham seus direitos violados. "Nossas pressões, nesse momento, estão se dando mais por meio da mídia, para tentar barrar as ações de despejo forçadas – mesmo na pandemia – na nossa região". O que diz o Incra? Questionado pela reportagem do Brasil de Fato acerca dos avanços da reforma agrária na região sul e sudeste do Pará, o Incra disse: "Em 17 de outubro de 1996, foi criada a Superintendência Regional do Incra no Sul do Pará - SR (27), com sede em Marabá (PA) e mais 4 Unidades Avançadas, localizadas nos municípios de Conceição do Araguaia, São Félix do Xingu, São Geraldo do Araguaia e Tucuruí. Desde então, foram criados 447 projetos de assentamento em 39 municípios da região. Somando-se os projetos criados antes de 1996, temos um total de 514 assentamentos. Atualmente, existem 72 mil famílias assentadas pelo Programa Nacional de Reforma Agrária, numa área total de 4,6 milhões de hectares. Diversas políticas públicas vêm sendo implementadas pelo Incra na região. Uma delas é a concessão de créditos rurais para assentados. Somente em 2020, foram aplicados R$17 milhões nas várias modalidades do Crédito Instalação. A titulação é outra ação que tem sido priorizada. No ano passado, o Incra Sul do Pará emitiu 21.675 documentos titulatórios para produtores assentados, sendo 1.175 de caráter definitivo. Essas medidas garantem a propriedade definitiva dos assentados sobre suas parcelas rurais, permitindo o acesso às linhas de crédito e minizando conflitos no campo. O Projeto de Assentamento 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás, é uma das áreas que estão em processo de titulação. Nos próximos dias, o Incra irá ao assentamento para se reunir com os assentados e solucionar pendências com vistas à titulação". Edição: Poliana Dallabrida

sábado, 17 de abril de 2021

STF: Após recusar impeachment de Moraes, Nunes Marques nega ação contra Gilmar Mendes

Ação foi movida em 2017 pelo ex-PGR Claudio Lemos Fonteles, que acusou ministro da Corte de crime de responsabilidade Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 16 de Abril de 2021 às 15:38 Contrário ao entendimento de autor da ação, Nunes Marques decidiu que presidência do Senado tem autoridade para arquivar processo dessa natureza de forma monocrática - Fellipe Sampaio/Agência Brasil Após determinar o arquivamento de um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ministro Kassio Nunes Marques também arquivou, na tarde da última quinta-feira (15), um pedido de impedimento do ministro Gilmar Mendes, O pedido, protocolado em 2017 pelo ex-procurador-geral da República (PRG) Claudio Lemos Fonteles, havia sido feito primeiramente ao Senado Federal. À época, Fonteles argumentou que a conduta de Gilmar Mendes configurava crime de responsabilidade, e citou uma conversa gravada pela Polícia Federal (PF) entre o ministro da Corte e o então senador Aécio Neves (PSDB-MG) em que a dupla conversava sobre a lei de abuso de autoridade. :: Leia também: Julgamento no STF: Nunes Marques, Fux e a noção jurídica de prejuízo :: O presidente do Senado já havia arquivado o pedido. Porém, segundo o ex-PGR, o pedido não poderia ter sido arquivado por decisão monocrática, e necessitaria de análise de mesa diretora da Casa, e recorreu ao STF. Em sua decisão, Nunes Marques afirmou que a lei prevê o arquivamento de um pedido dessa natureza pelo presidente do Senado ou pela mesa diretora, e citou jurisprudência estabelecida pelo ministro Edson Fachin, que admitiu o arquivamento por decisão monocrática. "O Tribunal tem considerado que a atuação do Presidente do Senado e da Mesa Diretora em processo de impeachment de Ministro do Supremo Tribunal Federal não é meramente burocrática, mas sim uma atividade propriamente de exame preliminar de conteúdo, de modo a evitar que o Plenário seja chamado a avaliar todo e qualquer requerimento, inclusive aqueles manifestamente infundados", disse Nunes Marques em sua decisão. A decisão completa pode ser lida aqui. Alexandre de Moraes No mesmo dia da análise do processo contra Gilmar Mendes, Nunes Marques havia determinado o arquivamento da ação movida pelo senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), que pedia o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. :: Leia também: Nunes Marques arquiva ação sobre impeachment de Alexandre de Moraes :: Na avaliação do ministro indicado por Jair Bolsonaro (sem partido), o STF não pode interferir em um processo de impeachment que não tenha sido analisado pelo presidente do Senado, pois a questão precisa ser votada primeiramente no plenário da Casa. *Com informações do portal Forum, Uol e Conjur Edição: Poliana Dallabrida Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2021/04/16/stf-apos-recusar-impeachment-de-moraes-nunes-marques-nega-acao-contra-gilmar-mendes

quarta-feira, 14 de abril de 2021

E a catástrofe sanitária continua no Brasil

Brasil registrou três mil oitcentos e oito mortos nas vinte e quatro horas de ontem. Já ultrapassou os trezentos e cinquenta e oito mil mortes e dois milhões e seiscentos mil contaminados desde o início da pandemia. Triste mesmo é ver que o Governo Federal ajuda mais ao COVID19 do que aos cidadãos, com suas atitudes em relação ao controle social. Faz isso quando retarda a oferta de vacinas. Poderia ter comprado setenta milhões de doses no ano passado ainda e preferiu se indispor com os países habilitados para nos vender. E fez isso para agradar aos americanos, preferindo politizar e ideologizar essas compras em detrimento da saúde do povo brasileiro. Para piorar, resolveu confrontar a ciência, proibindo o uso de mascaras e apoiando a aglomeração de pessoas ao invés do afastamento.

terça-feira, 13 de abril de 2021

Recordes brasileiros em coisas ruins

Por Jacinto Pereira l - O Brasil pela primeira vez de 100 pedidos de impeachment de um presidente. Esse mecanismo constitucional é pedido quando o chefe da nação comente crime de responsabilidade. O que eu estranho é ter milhões de pessoas que defendem a sua inocência, coisa improvável mediante a capacidade das autoridades e lideranças que assinaram esses pedidos. ll – O nosso País está passando pela maior perda de vidas de seus cidadãos. Nem nas guerras em que nossa nação participou, não morreu tanta gente. E a causa dessa calamidade é uma pandemia causada pelo vírus COVID19. Não dá nem para acreditar que isso poderia acontecer no Brasil, um país que possui um dos melhores programas de saúde pública do muno, trata-se do SUS – sistema único de saúde. Temos alguns dos melhores e mais capacitados laboratórios de pesquisas biológicas do mundo, com capacidade para produzir qualquer tipo de vacinas e outros medicamentos. lll – Nossa poderosa Nação nunca passou por um isolamento internacional tão grande como está passando agora. Países vizinhos e mais de longe (como fizeram hoje a Argentina e a França), estão fechando suas fronteiras para a entrada de brasileiros e também para a vinda de seus cidadãos para o nosso país.

Governo Biden avalia como sanções contra Rússia mudarão situação em Donbass

A administração do presidente norte-americano Joe Biden está considerando o impacto de novas sanções e outras punições contra Rússia na situação no oeste da Ucrânia, de acordo com mídia dos EUA 13 de abril de 2021, 06:17 h Atualizado em 13 de abril de 2021, 06:29 Sputnik - Administração Biden está avaliando sanções em resposta a uma análise da inteligência dos Estados Unidos sobre as ações russas, inclusive a alegada "interferência russa" nas eleições norte-americanas de 2020 e suposto ataque cibernético contra SolarWinds, segundo informou a emissora CNN. Altos funcionários da administração Biden se reuniram na semana passada para discutir como agirão em relação à Rússia. A escalada da situação em Donbass complicou a discussão. Atualmente, os funcionários norte-americanos estão avaliando como sanções potenciais poderiam agravar ainda mais a situação na república autoproclamada de Donbass. Na semana passada, a agência Bloomberg revelou que a Casa Branca finalizou revisão de inteligência de alegados "delitos" da Rússia, tais como o ataque cibernético contra SolarWinds e a interferência nas eleições presidenciais de 2020. Segundo as fontes, os Estados Unidos estão considerando, dentre outras coisas, impor sanções e expulsar diplomatas russos. A situação na região de Donbass agravou no fim de fevereiro. A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) relatou o aumento significante de violações do cessar-fogo, enquanto os militantes afirmam que as Forças Armadas da Ucrânia usam artilharia. Os Estados Unidos acusam Rússia de "ações agressivas" e exigem explicação do movimento das tropas russas na Crimeia e na região de Rostov, perto da fronteira com a Ucrânia. Por sua vez, a Federação da Rússia declarou que movimenta suas Forças Armadas dentro de seu território conforme acha necessário, sem apresentar ameaça para ninguém. Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/governo-biden-avalia-como-sancoes-contra-russia-mudarao-

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Boa Noite 247 - Kajurugate ameaça Bolsonaro

A importância das diferenças

por Jacinto Pereira É triste ver pessoas que são governadas até pelas suas próprias fezes, querer moldar o comportamento das outras pessoas. Sabemos que nem nossos próprios dedos são iguais. Então, essas pessoas que querem que todos pensem como elas, deviam cortar seus próprios dedos, deviam corta-los de forma a deixa-los todos do mesmo tamanho, para mostrar até onde ele pode ir em defesa de sua tese de igualdade. Tem pessoas que defendem que ESQUERDA não deveria existir. Porém, eu nunca ouvi falar que uma dessas pessoas tenham cortado seu braço esquerdo para ficarem só com o da direita. Devíamos pensar que o Criador de Tudo, criou a cada um de nós todos, como seres únicos e particularmente diferente dos demais, mas necessários para o bom funcionamento para o seu projeto. Os homens considerados mais Sábios na história da Humanidade, foram sempre os que mais entenderam e defenderam a importância das diferenças, assim como as necessidades delas existirem. Portanto, se isto é aceito como verdade, os mais burros são os que defendem que todos tenham comportamentos e as atitudes iguais. Eu quero estar sempre ao lado dos que defendem a importância das diferenças, principalmente na política.

domingo, 4 de abril de 2021

119 MORTES POR COVID-19, EM SOBRAL NO MÊS DE MARÇO

Com 119 óbitos confirmados pelos órgãos oficiais, o mês de março ficou atrás apenas de junho de 2020, onde este número alcançou a lamentável marca de 155 mortos. Além disso, março registrou dois tristes recordes: o pior dia da pandemia com 15 mortes registradas em 24 horas e o pior final de semana com 24 pessoas mortas. O mês de março registrou 119 óbitos por covid-19 e média de 3,7 óbitos por dia, sendo ultrapassado apenas pelo mês de junho de 2020 que registrou 155 óbitos e média 5,1 por dia. Março teve dois recordes tristes quando em 24h, dia 23, registrou 15 óbitos e em único final de semana registrou 24 óbitos. Comparado a fevereiro que registrou 19 óbitos, março teve um aumento de 527%. Até o dia 31 de março o ano de 2021 registrou 141 óbitos por covid-19. A média de 2021 até agora é de 47 óbitos por mês, acima da média de 2020 que foi de 36. O ano de 2020 fechou com 327 óbitos e o pico foi nos meses de maio com 73, junho com 155 e julho com 54. Em casos confirmados março ficou em terceiro com 2.863 casos, ficando atrás de dois meses de 2020, junho com 4.537 casos e julho com 3.413. Comparando o número de casos com o número de óbitos, março foi mais letal que junho de 2020. A cada 24 casos confirmados, março teve um óbito e o mês de junho uma morte para cada 29 casos. Fonte: http://wilsongomessobral.blogspot.com/

A mentira destruiu a democracia no Brasil e sua reconstrução só será possível se houver compromisso com a verdade histórica

"O Brasil foi meticulosamente destruído por mentiras contadas pelos grandes meios de comunicação e também pelas gangues da extrema-direita nas redes sociais", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247


(Foto: Ricardo Stuckert)
 

Num passado muito distante, naquele tempo em que os brasileiros eram pessoas cordiais, amigáveis e que confraternizavam, o Primeiro de Abril era um dia de pregar peças nos amigos com pequenas mentiras inofensivas. Um dia para nos fazer rir diante da dura realidade. Hoje, neste Dia da Mentira, precisamos refletir sobre como tantas falsificações grosseiras, contadas por "jornalistas profissionais", dos meios de comunicação empresariais, nos trouxeram até esta situação de completo descalabro.

A primeira delas, a mais óbvia, a de que a ex-presidente Dilma Rousseff cometeu "pedaladas fiscais" e que, por isso, foi afastada por um processo natural de impeachment. Como bem lembrou ontem em entrevista à TV 247, Dilma disse que a pena já havia sido anunciada pelos editorialistas da mídia do "jornalismo profissional", antes mesmo que o "crime" fosse cometido, logo após sua reeleição, em 2014. O impeachment estava sacramentado. Faltava apenas encontrar o pretexto, a "fake news", a mentira, gostosamente espalhada por veículos de comunicação pretensamente sérios como Folha de S. Paulo, Globo, Estadão e Valor Econômico.

Dilma também foi alvo de uma série de outras mentiras, que até hoje circulam, como a de que teria "quebrado o Brasil", quando, ao contrário, fez com que o país alcançasse a menor taxa de desemprego de sua história: um índice de 4,3%, que contrasta com os 14,3% atuais. Mas os mentirosos profissionais não se interessam nem mesmo em olhar as estatísticas oficiais do governo brasileiro. Para eles, o que valia era disseminar falsos consensos, politicamente orientados.

Assim como a ex-presidente, Lula também foi alvo de uma série de mentiras: como a de que teria comandado o maior esquema de corrupção do mundo para ganhar, como prêmio, a reforma da cozinha de um apartamento  meia-boca no litoral de São Paulo. Mas como já ensinavam os nazistas, uma mentira mil vezes repetida vira verdade. Assim agiu o "centro democrático" brasileiro nos últimos anos: mentindo, mentindo, mentindo até não poder mais. O objetivo era retomar o poder por meio da manipulação das mentes, e não da disputa honesta por um projeto alternativo de País.

Deu errado. A direita tradicional brasileira, que espalha outra grande mentira ao se rotular como "centro", foi suplantada por mentirosos muito mais audaciosos e competentes: a turma da extrema-direita, que já vinha testando sua força nas redes sociais, com seus memes e vídeos de fraudes como o "kit gay", a "mamadeira erótica", a capa de Lula bilionário na Forbes, a Ferrari de ouro de Lulinha e, claro, a fraude de que os filhos do ex-presidente são os verdadeiros donos da Friboi.

Foi a mentira do "jornalismo profissional" que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff. Foi também a mentira do "jornalismo profissional" que prendeu o ex-presidente Lula durante 580 dias. Tudo isso para que a "ponte para o futuro", que era também mentirosa no seu nome, uma vez que fez o Brasil retroceder um século, fosse implantada pelo governo golpista Temer-PSDB. Foram tantas, mas tantas mentiras contadas pela direita limpinha, que os mentirosos profissionais agora estão aí, negando a ciência, espalhando mentiras sobre a covid-19 e dizendo que 1964 foi uma vitória contra um comunismo que João Goulart jamais tentou implantar no Brasil.

A mentira destruiu a democracia no Brasil e sua reconstrução só será possível se houver compromisso com a verdade histórica. A verdade há de ser o pilar para um novo país.

 

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/a-mentira-destruiu-a-democracia-no-brasil-e-sua-reconstrucao-so-sera-possivel-se-houver-compromisso-com-a-verdade-historica