Por Redação do Saúde em Pauta
Cigarro é principal fator evitável de morte no mundo
Mais de 200 mil pessoas morrem por ano em consequência do cigarro, segundo o Ministério da Saúde. No Brasil, existem 25 milhões de fumantes. O tabagismo está relacionado ao surgimento de mais de 50 doenças. Estes são apenas alguns dos dados correlacionados ao tabaco, planta da qual é extraída a nicotina, principal elemento do cigarro. Mesmo com o mau cheiro exalado pelo produto, muitas pessoas não conseguem livrar-se do hábito. Com o objetivo de reiterar os malefícios causados pela substância e evitar o aumento do número de fumantes e mortes, é lembrado hoje, 1º, o Dia Mundial Sem Tabaco.
O órgão mais prejudicado pelo tabaco é o coração, visto que, apenas no Brasil, das 300 mil mortes decorrentes de doenças cardiovasculares, 15% estão relacionadas ao tabagismo, segundo o Dr. Marcio Gonçalves de Sousa, cardiologista e coordenador do Comitê de Controle de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia. “O cigarro é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Em primeiro lugar, o tabagismo atinge o coração e, em seguida, o principal alvo é o pulmão”, revela.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 23 pessoas morrem por hora no País em razão do hábito de fumar. Os homens ainda são maioria entre os fumantes, porém, as mulheres com idade entre 18 e 24 anos vêm equiparando-se nas estatísticas. Aos 50 anos de idade, mesmo que uma mulher tenha fumado a mesma quantidade de cigarros que um homem, ela apresenta 25% a mais de chance de desenvolver um problema cardiovascular. Embora a medicina desconheça porque o sexo feminino sofre mais impacto com os efeitos do cigarro, é importante frisar que o cigarro faz mal para ambos os sexos.
Um alerta é feito especialmente às gestantes, àquelas que, mesmo com a confirmação da gravidez, não conseguem ou querem deixar de fumar. O cigarro provoca danos à mãe e ao bebê, como o aborto espontâneo, o nascimento de crianças com baixo peso e má formação, além de crescer os riscos deste bebê vir ao mundo com problemas respiratórios que podem acompanhá-lo por toda a vida.
Aumento do risco de câncer
A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou nesta quarta-feira, 30, que continua proativa na luta contra a produção de cigarros. Diferentemente do álcool que, se consumido em uma pequena quantidade não acarreta riscos à saúde, o tabaco não dispõe de um número mínimo de cigarros sem que prejudique o indivíduo fisicamente, segundo o Dr. Alex Macedo, pneumologista e prof. de pneumologia da Universidade Metropolitana de Santos. “O tabaco costuma ter efeitos a médio e longo prazo. Existem mais de 60 substâncias cancerígenas dentre as mais de 4.700 presentes no cigarro e o hábito de fumar provoca riscos para o surgimento de câncer de bexiga, de língua, de laringe, de esôfago e o mais comum, o de pulmão”, diz. Um primeiro e único cigarro já demonstra sua ação negativa no organismo. Em um jovem de 20 anos que experimenta o tabaco, por exemplo, é possível observar uma maior frequência dos batimentos cardíacos e o aumento da pressão arterial.
Além dos já citados riscos à saúde, os fumantes estão sujeitos ao desenvolvimento de mais uma patologia, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A enfermidade consiste na junção da bronquite e da enfisema pulmonar, causando a diminuição da capacidade de respiração, além de provocar sintomas como a falta de ar e a fadiga para desempenhar qualquer atividade, até mesmo comer. A DPOC costuma surgir, em média, em pessoas acima dos 40 anos e que fumam por, no mínimo, 20 anos.
Fumante passivo
Mesmo sem fumar, é muito comum convivermos com um familiar, um colega de trabalho ou o parceiro que possua o hábito. Este comportamento é tão nocivo quanto o fumante ativo, visto que a inalação da fumaça provoca os mesmos riscos para o surgimento de doenças. “Frequentar o mesmo espaço que um fumante aumenta consideravelmente a taxa de doenças respiratórias, alérgicas e cardiovasculares”, alerta o pneumologista.
É hora de parar
O fumante vive, em média, 12 anos menos do que um não fumante e, após 10 anos o abandono do vício é que se pode dizer que o sujeito não desenvolverá mais doenças relacionadas ao fumo. Mesmo com todas as estatísticas e informações alarmantes sobre o tabagismo, abandonar o vício é uma tarefa que demanda força de vontade, pois 90% deseja parar de fumar e alguns fatores são essenciais e colaboram neste processo. “O primeiro passo é ter força de vontade e colocar na cabeça o objetivo de acabar com este vício. Este caminho é difícil, pois é uma dependência química e exige esforço do indivíduo. A informação é imprescindível, pois relata os riscos e os males que o cigarro pode gerar”, diz o Dr. Márcio Gonçalves de Sousa, e complementa: “Apenas 5% consegue parar sozinho. O panorama atual melhorou devido a abordagem sobre as consequências do tabagismo e existe uma gama extensa de terapias ao fumante”.
Para o Dr. Alex Macedo, além da importância e vontade de eliminar o hábito do tabagismo o ideal é procurar ajuda profissional, no caso um psicólogo, e o tratamento específico para cada caso. “A medicação é necessária para quem não consegue largar o tabaco por vontade própria. Algumas técnicas como a reposição de nicotina diminuem os efeitos da abstinência, melhorando o apetite e a insônia”, diz. O processo é longo e exige paciência, cada um deve respeitar seus limites e mesmo diante uma recaída, ter em vista que a tentativa de recomeçar a vida sem o cigarro é completamente válida.
* Publicado originalmente no site Saúde em Pauta.
Publicado Por Envolverde
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