Os rumos da economia brasileira foram debatidos ontem em audiência pública com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, promovida por várias comissões na Câmara. Mantega lembrou que ainda vivemos no rastro da crise econômica mundial. “Notamos uma lenta recuperação na economia americana, a Europa continua mergulhada numa recessão com desemprego crescente e os países emergentes também estão desacelerando seu crescimento”, disse.
Ele ressaltou "que o país está preparado para enfrentar esse novo capítulo da crise internacional". O ministro mais uma vez destacou que a inflação está sob controle e que fechará o ano dentro da meta e o superávit primário da União para 2013 ficará perto de 2,3%. “Nos últimos dez anos, mantivemos o superávit acima de 3% e, em anos de crise, em torno de 2%. O superávit feito pelo Brasil é maior do que o realizado pela maioria dos países” destacou. Guido Mantega demonstrou com números que nos últimos dez anos o crescimento médio da economia brasileira foi de 3,6%, e o investimento aumentou em 6, 1%.
Além disso, as reservas internacionais do Brasil saíram de US$ 37 bilhões para US$ 370 bilhões e a relação da dívida com o PIB caiu de 60% para 35%. Com paciência, o ministro rebateu as acusações da oposição: “Estamos falando sobre números concretos e não sobre peça de ficção”, disse, rechaçando a insinuação de que haja manipulação dos resultados. O ministro também negou as informações sobre sua saída do ministério.
“Em um momento de crise internacional, você colocar suspeitas sobre a solidez da equipe econômica, está contribuindo para turbulência da economia. Tem gente querendo enfraquecer o governo e dá ouvidos a fofocas”, disse Mantega. Mantega afirmou ainda que a diferença entre os protestos no Brasil e no exterior são as pautas. "Nos outros países a reivindicação é por empregos e salários. Aqui, são reivindicações específicas e visam melhoria dos serviços públicos." Segundo Mantega, a pauta das manifestações no Brasil é extensa e se refere a várias esferas de governo. "Compostas por diferentes partidos, é importante destacar", disse.
Deputados presentes à audiência repudiaram as falas de alguns parlamentares da oposição que se dirigiram de forma desrespeitosa ao ministro. O líder do PT, deputado José Guimarães, lamentou a atitude que considerou “uma agressão desmedida, deselegante e desproporcional”. Para Guimarães, o mais importante é que a fala do ministro dá segurança ao país e aos investidores. “A exposição do ministro foi absolutamente consistente, ele falou sobre dívida pública, inflação e previdência. Essas três grandes contas do governo estão em declínio e isso mostra o acerto da política econômica ”, afirmou.
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) também condenou a postura da oposição. “Quem usa de agressão é porque falta argumento”, disse. Para o deputado, a oposição tenta marcar o ministro por não concretizar as previsões, “mas eles previam uma grande crise energética, não aconteceu, também previam crise de desemprego e recessão e também não aconteceu”, constatou. “Porém, pior que errar nas previsões, a oposição também mente”, disse o deputado.
Segundo Zeca Dirceu, a oposição mente quando acusa o governo de inchaço da máquina pública, mente quando fala de descontrole inflacionário. “Dados do IBGE mostram que em 2002 o gasto com pessoal era de 4,8% do PIB e hoje é 4,3% do PIB; a inflação era de 12,5% em 2002, em 2012 foi de 5,8% e a previsão para 2013 é de 5,6%, apesar da torcida de alguns para que ela volte aos padrões do último ano de FHC”.
O deputado Cláudio Puty (PT-PA) considerou importante a exposição do ministro “por que deu a oportunidade de explicitar as diferenças de caráter programático entre os projetos para o país”. Segundo Puty, a fala da oposição deixou claro que ela defende uma política “cujo objetivo final é esfriar o mercado de trabalho, com aumento de juros”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário