“Diante de um dólar valorizado em relação ao real, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, disse nesta terça-feira que o Brasil terá de conviver com uma taxa de câmbio mais fraca se a recente desvalorização do real em relação ao dólar seguir a mesma tendência de outras moedas. Aldo, que está em Londres participando de um evento, disse, curiosamente, que não há nada que o BC possa fazer para impedir a desvalorização do real. Desconsiderando completamente que a moeda brasileira há muito deixou de ter caráter flutuante – já que é vítima de intervenção do governo desde o início de 2011 – o diretor do BC afirmou ainda que a queda está inserida num “cenário normal” em que o dólar tem se valorizado ante as principais moedas mundiais. “Temos de conviver com isso”, afirmou ele.
Desde 2011, o Banco Central e o Ministério da Fazenda se esforçaram para valorizar o dólar diante do real, como forma de estimular as exportações brasileiras. Com o real depreciado, os produtos brasileiros ficam mais competitivos no mercado internacional. Assim, o dólar ficou próximo a casa de 2 reais por uns meses, até começar a subir em maio e atingir o patamar de 2,147 reais na última sexta-feira - o maior valor de fechamento desde 5 de maio de 2009, quando terminou a 2,1480 reais.
No dia, o dólar chegou a ultrapassar 2,15 reais, mas o BC decidiu intervir com um leilão de swap cambial tradicional (equivalente à venda de dólares no mercado futuro), freando a alta da moeda. Contudo, nem mesmo o dólar em franca valorização tem ajudado as exportações. Em maio, foi registrado superávit na balança comercial, mas graças apenas à agricultura (soja, em especial). Sem a exportação do grão, o país viveria um novo quadro deficitário, como o visto em abril.”
(Veja Online)
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