sábado, 3 de agosto de 2013

Propinoduto tucano em São Paulo: PT quer CPI para investigar desvios de R$ 425 milhões

 

psdb

A Bancada do PT da Assembleia Legislativa de São Paulo vai se reunir com o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade) e com a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo para discutir o cartel denunciado por executivos da multinacional Siemens, num esquema que lesou os cofres públicos paulistas em pelo menos R$ 425 milhões, com fraudes em  licitações públicas durante os sucessivos governos do PSDB nos últimos 20 anos.  A informação foi publicada na coluna Poder Online, do IG. O PT quer instalar também uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia para investigar o caso.
A denúncia sobre o propinoduto tucano, em contratos de licitação na compra de equipamentos ferroviários pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e pela Companhia do Metropolitano de São Paulo, foi publicada inicialmente pela revista Istoé, mas tem sido ignorada pela grande mídia. 
A partir de documentos da Siemens, empresa integrante do cartel que drenou recursos do Metrô e trens de São Paulo, o Cade e o Ministério Público concluíram que os cofres paulistas foram lesados em pelo menos R$ 425 milhões pelo esquema montado por empresas da área de transporte sobre trilhos para vencer e lucrar com licitações públicas durante os sucessivos governos do PSDB nos últimos 20 anos.
Toda a documentação, inclusive um relatório do que foi revelado por um ex-funcionário da empresa alemã, está em poder do Cade, para quem a Siemens – ré confessa por formação de cartel – vem denunciando desde maio de 2012 as falcatruas no metrô e nos trens paulistas, em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos. Até semana passada, porém, não se sabia quão rentável era este cartel.
Desvios - O líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino (PT), criticou a demora do Ministério Público (MP) Estadual para agir no caso.  “A impressão é que foi montada uma estrutura de corrupção entre a empresa Siemens e a Alstom, que é outra empresa que opera no metrô e CPTM, inclusive com repasses a executivos importantes do estado. Vimos fazendo denúncias desde 2008 de irregularidades em contratos e não apuradas pelo MP estadual ou pelo Tribunal de Contas do Estado”, disse Marcolino, em entrevista ao site Rede Brasil Atual.
Segundo o deputado, a ação do Ministério Público é lenta: “Há letargia do MP estadual de não fazer investigação como deveria. Ainda não entendemos o porquê da demora na investigação dos casos”.  Marcolino ressalta que a bancada do PT fez tentativa de instalação de três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) na Assembleia Legislativa. “Nunca conseguimos instalar uma CPI porque a base do governo e os partidos aliados se recusaram a apoiar sua criação.”
Agora há um fator favorável à criação da CPI, de acordo com o deputado: “Com a  denúncia da prática de cartel, agora será inadmissível que a bancada do governo na Assembleia não assine pela CPI. Quando a empresa vai a público e fala que manipulou contratos de licitação do governo do estado, há que trazer a público que houve desvio de dinheiro”, enfatizou Marcolino.
Ato público - Os metroviários de São Paulo e o Movimento Passe Livre (MPL) farão, no próximo dia 14, ato público para dar visibilidade e cobrar responsabilidades e a apuração das denúncias de desvios de recursos públicos do metrô paulistano e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no que ficou conhecido como propinoduto tucano. “A ideia é denunciar o cartel e o desvio de R$ 400 milhões do metrô e os transportes, que deveriam ser usados em investimento e redução de tarifas, por exemplo, que faria muito bem à população”, diz Mateus Preis, do MPL.

Da Liderança do PT na Câmara

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