Delúbio Soares (*)
A pobreza e a riqueza, a fome e a fartura, a doença e a saúde, a miséria e o desenvolvimento. Tudo isso nós já conhecemos ao longo dos séculos. Estão sujeitos a vasta gama de fatores que vão desde o simples (e complexo…) processo histórico à geografia dos países, passando pela formação política, as dotações de recursos naturais, os grandes conflitos internacionais e guerras, que escapam ao nosso desejo de um mundo mais justo, fraterno e rico.
Na América Latina e na África, especialmente, ainda se fazem notar a dura realidade da persistente pobreza, de enfermidades medievais que teimam em marcar triste presença em pleno século XXI, da péssima distribuição de renda e de sofríveis indicadores nas áreas da educação, do saneamento básico, da habitação e da expectativa de vida. Porém, muito menos do que antes. Bastante menos, felizmente.
O Brasil, por exemplo, em apenas uma década incorporou 40 milhões de cidadãs e cidadãos à classe média, retirando-os da pobreza e incluindo-os em uma nova e poderosa classe média, alterando significativamente seu perfil social e econômico. Nossa expectativa de vida aumentou exemplarmente, o analfabetismo caiu a níveis auspiciosos e os sinais em todas as áreas de desenvolvimento são claramente positivos.
O PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, constatou em seu mais recente relatório a contínua melhora do IDH, o “Índice de Desenvolvimento Humano”, ocorrido em nosso país entre os anos de 2011 e 2012. Seu desempenho social na última década garantiu-lhe posição de destaque no importantíssimo relatório anual daquele organismo da ONU.
Conseguimos chegar a 0,73 pontos numa escala que vai de 0 a 1 nos rígidos indicadores de qualidade de vida do ranking elaborado pelo PNUD. Ou seja, quando mais alto é o número, mais desenvolvido é o país. E o próprio organismo das Nações Unidas reconheceu que utilizou dados menos atualizados que aqueles que já lhe haviam sido disponibilizados pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. Não fora isso, nossa posição ainda seria mais confortável, chegando aos 0,75 pontos.
Os investimentos dos governos de Lula e Dilma na educação foram considerados por aquele organismo da ONU, simplesmente, como “espetaculares”. E no mesmo relatório se prevê que até 2050 o Brasil, ao lado da China e da Índia, deverá somar 40% do PIB mundial. Detalhe: ultrapassaremos – segundo o PNUD e seus rigorosos estudos macroeconômicos – os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, todos juntos.
Enquanto analistas econômicos vampirescos e trevosos e economistas que sopram as trombetas do apocalipse, conspiram contra o país diariamente em nossa imprensa, o relatório do PNUD/ONU revela um dado impressionante: ¾ do aumento das reservas internacionais mundiais – a chamada “poupança emergente” – entre os anos de 2000 e 2011, foram acumulados pelo Brasil, China e Índia, majoritariamente. Tamanho capital representa uma reserva impressionante de investimento para o desenvolvimento em nossos países.
Nosso IDH já apresentava crescente aumento desde o início da década passada, quando a revolução pacífica iniciada pelo governo do presidente Lula decretou guerra à pobreza e criou fortes mecanismos de valorização da cidadania, de apoio aos brasileiros mais carentes e de retomada do desenvolvimento econômico, formulando um projeto de país para a potência decaída e desacreditada que éramos ao fim dos anos do governo neoliberal de FHC. Com Lula e o governo do PT e dos partidos da base aliada saímos da tutela humilhante do FMI para o reconhecimento das demais Nações, ocupando o lugar de destaque desde há muito ao Brasil destinado no cenário internacional.
IDH e PNUD ainda são siglas desconhecidas para dezenas de milhões de brasileiros, esses nossos irmãos que saíram da mais infame miséria para condições decentes de vida e para o pleno exercício da cidadania nos governo de Lula e de Dilma. Mas esse povo guerreiro e abençoado, não é desconhecido para o brilhante corpo técnico da ONU, que, entre planilhas complexas, estudos profundos, relatórios pormenorizados e largas discussões, o olha com pasmo, respeito e sincera admiração.
(*) Delúbio Soares é professor
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