Rachaduras na África, Sinais do fim ?
Author: Valter Amorim
Uma fenda aberta em 2005 em um deserto na Etiópia é considerada por alguns geólogos o berço de um “novo oceano”. A rachadura, com 56 quilômetros de extensão e 6 metros de largura, e Mais de 2,5 quilômetros cúbicos de lava incandescente já brotaram da rachadura, o suficiente para encher mil estádios de futebol, é objeto da curiosidade intelectual de um consórcio de pesquisadores britânicos, americanos e etíopes, que mantêm um site com o diário das investigações.
Tudo começou quando o Vulcão Dabbahu, no terminal norte da fissura, entrou em erupção. O magma passou a fluir pela fenda, em um processo chamado intrusão, ampliando-a . Agora, um estudo publicado na“Geophysical Research Letters” conclui que os processos envolvidos na criação da fissura, no Deserto de Afar, são quase idênticos aos que ocorrem no fundo dos oceanos, segundo afirma Cindy Ebinger, da Universidade de Rochester, uma das autoras da pesquisa. “A resposta é ‘sim’, é um processo análogo.”
A rachadura está crescendo com uma velocidade sem precedentes e é a maior já vista em séculos.
Ela pode chegar ao Mar Vermelho, separando a Etiópia e a Eritréia do resto do continente africano e criando um novo oceano. A situação lembra um filme de ficção científica da década de 1960, chamado “Uma Fenda no Mundo”.
Na vida real nada de tão radical deve acontecer. A fenda que apareceu na África é o resultado do movimento normal das chamadas placas tectônicas. Essas placas deslizam umas de encontro às outras, provocando terremotos e criando novas cadeias de montanhas.
Quando duas placas se separam um continente pode se fragmentar e um oceano surgir no meio. Foi assim que nasceu o Oceano Atlântico, quando a América se separou da África, há 200 milhões de anos.
NASCIMENTO - Para o cientista Tim Wright e sua equipe da universidade de Oxford, trata-se de uma oportunidade única de observar o nascimento de um novo mar, mapeando o avanço da rachadura com imagens dosatélite europeu Envisat.
A pesquisa foi publicada na famosa revista científica “Nature” e os dados preliminares indicam que a Etiópia e a Eritréia estarão separadas do resto da África dentro de um milhão de anos. Daí que ninguém precisa se preocupar com as conseqüências desta fenda no mundo. A mudança climática global é muito mais urgente e pode afetar nossa civilização dentro de menos de 50 anos, ao contrário das mudanças geológicas que levam milênios para produzirem grande mudanças.
Foi lá, num vale vulcânico chamado de Rift Valley pelos cientistas, que a espécie humana surgiu e se espalhou para o resto do mundo. Os paleontólogos que fazem pesquisas na região encontram camadas de cinzas depositadas por intensas erupções que aconteceram há milhões de anos. Outra região semelhante, mas muito mais perigosa é o chamadoCinturão de Fogo do Pacífico, perto do sudeste asiático. Lá, a crosta terrestre está se abrindo no fundo do mar, o que provoca abalos submarinos capazes de gerar ondas gigantes, os tsunamis, como os que atingiram recentemente a Indonésia. Não há nada que a humanidade possa fazer para deter esses processos de movimentação da crosta do Planeta.
As populações que moram nessas regiões geologicamente ativas podem apenas se precaver, instalando bóias de alerta contra tsunamis e evitando morar perto dos vulcões e das fendas em atividade, como esta da África. Como cresce o fundo do mar. As placas que formam a crosta do nosso planeta flutuam como balsas em cima de um oceano de magma, ou rocha derretida a mais de mil graus de temperatura. Assim, sempre que uma fenda se abre, a lava brota do interior do planeta, preenchendo rapidamente a abertura.
Quando a esfria, ela se solidifica formando uma nova crosta no lugar da que se partiu. O fundo do mar cresce deste modo, com a América do Sulava l e a África se afastando gradualmente, enquanto a rachadura no meio do oceano vai sendo preenchida com camadas de um novo solo marinho. No caso da fenda na África, o novo solo formado no interior da fenda vai ficar abaixo do nível do mar, provocando a gradual invasão das águas do Mar Vermelho e formando um novo oceano.
Isso faz com que a geografia do planeta mude gradualmente ao longo das eras. Se um viajante do tempo chegar na Terra, daqui a 250 milhões de anos, vai ter que desenhar um novo mapa do mundo. Porque provavelmente a Califórnia já terá se separado dos EUA, a Etiópia do resto da África e é provável até que a América Central tenha se fragmentado, criando um braço de mar a unir o Atlântico e o Pacífico.
Fonte: (JLC)
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