A presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia de anúncio de um programa de investimento de portos no Palácio do Planalto. Dilma Rousseff voltou a criticar, nesta quinta-feira, as empresas de energia que não aderiram nesta semana à proposta do governo para antecipar a renovação de concessões, durante o anúncio de plano para os portos brasileiros. 06/12/2012 REUTERS/Ueslei Marcelino
BRASÍLIA, 6 Dez (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff assegurou nesta quinta-feira que o Tesouro Nacional irá bancar a diferença da tarifa de energia elétrica para que o percentual de queda da conta de luz no próximo ano seja o prometido pelo governo, apesar da adesão parcial das empresas de geração.
Em discurso no lançamento do plano de investimento para o setor de portos, Dilma voltou a criticar as empresas que se negaram a renovar antecipadamente as concessões e a ressaltar que o país precisa de energia mais barata.
"Nós tivemos não colaboradores nessa missão, e quando você tem não colaboradores, os não colaboradores deixam no seu rastro uma falta de recursos", disse a presidente.
"Essa falta de recursos vai ser bancada pelo Tesouro do governo federal" acrescentou.
Mais tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse a jornalistas que ainda não há uma decisão sobre a participação adicional do Tesouro no programa de redução das tarifas de energia elétrica.
O governo anunciou em setembro um plano de redução, em média, de 20,2 por cento das tarifas a partir do próximo ano, que previa a renovação antecipada e condicionada das concessões elétricas que vencem entre 2015 e 2017.
Mas o plano do governo foi frustrado com a recusa das empresas estatais estaduais Cesp, Cemig e Copel em aceitar a renovação das concessões. Com isso, a redução média das tarifas ficou em 16,7 por cento.
O governo reagiu à recusa das empresas com ataque, culpando os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, todos comandados pelo PSDB --principal partido de oposição ao governo federal--, pelo fato de suas respectivas estatais não terem aderido à prorrogação na geração de energia.
"Fizemos uma proposta de reduzir o preço da energia elétrica, essa proposta não foi feita com o chapéu alheio, esse chapéu que nós estamos usando é de todos os brasileiros, porque é deles que é a energia elétrica, eles pagaram por isso", disse a presidente.
Em evento na quarta-feira, Dilma já havia dito a uma plateia de empresários da indústria que o governo não recuaria da sua decisão de reduzir as tarifas de energia e que lamentava profundamente a grande "insensibilidade" dos que não percebiam a importância da medida para garantir um crescimento sustentável.
Em discurso nesta quinta, a presidente indicou ainda que as empresas que não aderiram ao plano de redução do preço de energia do governo não serão contempladas com uma nova rodada de renovações dos seus ativos.
"A hora de prorrogar passou. Agora é hora de devolver", discursou a presidente sob aplausos.
Sobre o plano de investimentos em portos, a presidente disse esperar que a nova regulamentação estimule fortemente os investimentos no setor.
"O que nós queremos é que haja uma explosão de investimentos", afirmou.
(Reportagem de Leonardo Goy e Jeferson Ribeiro)
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