domingo, 13 de julho de 2014

Condenado, Arruda se alia a Roriz, Gim e Luiz Estevão para tentar governo do DF

 

Afastados da política por envolvimento em corrupção, Arruda, Roriz e Luiz Estevão aliaram-se a Gim e lançaram chapa para disputar o governo do DF

11/07/2014 - 10h09 / Por Agência PT

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Sombra: na prisão, Arruda foi flagrado em uma janela da PF em Brasília ao observar o movimento de jornalistas

Representantes do atraso e de um passado que insiste em tentar voltar ao poder no País querem assumir o governo do Distrito Federal.  O grupo, velho conhecido da população e das páginas policiais, é comandado por três ex-senadores acusados de envolvimento em irregularidades. Dois renunciaram ao mandato. O outro entrou para a história como primeiro senador cassado no Brasil.

Não é preciso forçar muito a memória para relembrar suas histórias. O primeiro é ninguém menos que ex-tucano e ex-demo José Roberto Arruda, agora, candidato ao governo do DF pelo PR.

Arruda é a figura central do “Mensalão do DEM”, estourado pela Polícia Federal, em 2009, durante a operação Caixa de Pandora, que investigou desvios de recursos do DF. Ele foi flagrado em vídeo gravado pelo operador do esquema, Durval Barbosa, ao receber recursos desviados da população, disse que o dinheiro seria usado para a compra de panetones.

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Mão na massa: vídeo flagrou Arruda recebendo maço de dinheiro de Durval Barbosa

À época, foi preso e cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  Antes disso, como senador da República, renunciou ao mandato após o escândalo da violação do Painel do Senado para manter os direitos políticos.

Sua chapa conta com o apoio incondicional do também ex-senador e ex-governador do DF Joaquim Roriz. Como Arruda, ele foi forçado a abandonar o mandato após ser acusado de envolvimento em irregularidades investigadas no Banco de Brasília, uma das estatais do governo local.

Ambos aliaram-se ao senador cassado Luiz Estevão, que foi preso e condenado por envolvimento em desvios nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Empresário, cartola do futebol brasiliense e, agora, presidente regional do PRTB.

Roriz e Estevão são os responsáveis pela indicação de ex-deputado Jofran Frejat (PR), homem de confiança da família Roriz, para ser o vice de Arruda.

Para completar a chapa, Roriz, Arruda e Estevão compuseram com o senador Gim Argello (PTB), que assumiu o mandato com a renúncia de Roriz e foi rejeitado para a coligação pela reeleição do governador do DF, Agnelo Queiroz, do PT.

Como primeiro suplente, Gim terá a ex-primeira-dama do DF Weslian Roriz, que foi derrotada por Agnelo em 2010. Na verdade, é quase uma reedição da composição que lhe concedeu o mandato de senador.

Como seus parceiros, Argello também tem problemas com a Justiça. Ele responde a inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) e teve seu nome rejeitado para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Com baixo potencial de votos, restou-lhe retornar à matilha das velhas raposas da política do DF.

Impugnação - Apesar da campanha nas ruas, a vida não será fácil para Arruda e seus aliados. Na quarta-feira (9), ele foi condenado por improbidade administrativa, em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF).

A condenação foi fundamentada nos crimes investigados na Caixa de Pandora, cometidos durante sua passagem pelo governo, o que pode enquadrá-lo na chamada Lei da Ficha-Limpa.

Se isso acontecer, o projeto de poder de Arruda será novamente brecado.

Nesta tarde, o PSOL-DF protocolou no Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) pedido de impugnação de sua com base na derrota judicial.

O procurador eleitoral do DF, Elton Ghersel, entretanto, não está otimista. Para ele, mesmo condenado, são mínimas as chances de Arruda ter sua candidatura impugnada com base na nova lei.

“O fato de essa decisão ser posterior ao registro de candidatura nos impede de pedir a impugnação da candidatura”, argumentou.

No entanto, existe a possibilidade de que, caso eleito, Arruda seja impedido de tomar posse do cargo. O Ministério Público Eleitoral estuda as medidas a serem adotadas.

Por Flávia Umpierre e Alessandra Fonseca, da Agência PT de Notícias

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