quarta-feira, 23 de julho de 2014

Centros comerciais do Brasil batem recordes

 

Brasil, sociedade, comercio, economia, centro comercial

Foto de arquivo

Foto: pt.wikipedia.org/Marcos Elias de Oliveira Júnior/cc-by-sa 3.0

Foto de arquivo

Nenhum centro comercial novo foi inaugurado nos EUA desde 2006. Tal é a estatística oficial. No entanto, no Brasil esta indústria persiste e até bate recordes

Segundo o balanço oficial de 2013 da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), no ano passado 38 shoppings foram inaugurados no país, o que é um recorde. Já o outro recorde, e talvez mais importante, é que 23 deles – ou seja, a maioria, – foram inaugurados fora das capitais estaduais. Também, segundo o documento, “a maior parte desses malls foi construída em municípios que possuem até 500 mil habitantes, e o tamanho desses empreendimentos é de 26.142 mil metros quadrados de ABL (Área Bruta Locável)”.

Desses shoppings, dois devem abrir em Roraima, pela primeira vez. De acordo com os dados da Abrasce, o estado que comparte fronteira com Venezuela e Guiana não tinha grande centro comercial antes. Ambos estarão na capital, Boa Vista (onde se viu uma capital sem shopping center?).

O Pátio Roraima Shopping, cuja inauguração é prevista para outubro de 2014, vem sendo construído no centro da cidade desde 2012. Batizado inicialmente de Boulevard Boa Vista Shopping, no ano corrente recebeu novo nome que homenageia o nome do estado e do maior monte de três países. Segundo a página oficial no Facebook do projeto, isto se deve a uma iniciativa das empresas Saphyr e a Hemisfério Sul Investimentos, que realizam as obras. Naquela altura, em 2012, a mídia local comentava que os moradores de Boa Vista tinham que fazer compras fora da cidade e inclusive fora do país, na Venezuela. “Mas agora será o contrário, as pessoas virão para Boa Vista”, afirmava então um dos sócios do projeto comercial, Dirceu Vinhal, citado pela Folha de Boa Vista. De acordo com o site do shopping, 11 lojas estão já confirmadas, entre elas C&A, Lojas Americanas e Riachuelo.

O Roraima Garden Shopping, de 26.657 metros quadrados de ABL, situado na margem do rio Cauamê na capital de Roraima, deve abrir suas portas no segundo semestre deste ano. Este empreendimento tem uma campanha publicitária mais ativa, com postagens regulares ao Facebook. É gerenciado pela empresa Tenco.

Segundo dados do projeto, o posicionamento “é baseado no tripé da sustentabilidade ”, ou seja, “de projetos economicamente viáveis, ecologicamente corretos e socialmente justos”; daí, segundo os autores do projeto, a denominação Garden (Jardim, em inglês). O site do centro comercial mostra 20 lojas confirmadas, entre elas Lojas Americanas, C&A, Renner, Riachuelo e mais.

Segundo informações oficiais da Abrasce, outros shoppings não estão previstos para Roraima em 2014 e 2015. Por agora, 24 inaugurações estão planejadas para o ano que vem. No total, em finais de 2013, havia no país 495 shopping centers em operação em 173 cidades e com faturamento total de 129,2 bilhões de reais, o que representa um crescimento de 8,6% comparado com 2012.

É interessante também o assunto geográfico: lidera em faturamento o Sudeste (75,908 bilhões de reais), seguido pelo Sul (18,927 bilhões de reais). A terceira posição é ocupada pelo Nordeste (19,884 bilhões de reais), e a quarta, pelo Centro-Oeste (10,356 bilhões de reais). A última região em termos de faturamento é o Norte, com 5,147 bilhões. Mas isso foi sem os dois shoppings que vão se inaugurar em Boa Vista.

Quanto aos consumidores, os dados oficiais apontam para 415 milhões de visitas por mês no ano passado, o que também seria crescimento de 4,2% em relação a 2012. Não é só compras, também locais de diversão, como os cinemas, com 2.386 salas em total no país. A Associação também indica que havia, no início deste ano, 843.254 empregos diretos nos centros comerciais brasileiros, com aumento de 4,8% em relação a 2012.

De acordo com a Abrasce, isso significa um “aumento do poder aquisitivo da população”.

Nesta questão, a mídia brasileira fica dividida. Por exemplo, a Rede Brasil Atual acha que o salário mínimo de 724 reais, reajustado em 2014, garante o maior poder de compra desde 1979. Já a Gazeta do Povo comentava, na véspera do Ano Novo de 2014, que o reajuste do imposto de renda iria reduzir este indicador. Já a Datafolha cujos dados traz o portal de notícias da Globo em julho, diz que há pessimismo econômico, com 35% dos entrevistados acreditando que o poder de compra dos salários irá diminuir no que resta do ano, contra 26% que acham que irá aumentar.
Leia mais:

http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_07_23/Centros-comerciais-do-Brasil-batem-recordes-7901/

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