DA REUTERS, EM BANCOC
As inundações deixaram ilhados nesta segunda-feira dois polos industriais na zona leste da capital tailandesa, Bancoc, além de se aproximarem do centro da cidade, afetando o tráfego de ônibus. Os trens, no entanto, continuaram circulando, e importantes bairros comerciais permanecem secos.
A água vem avançando lentamente desde o final de julho, começando pelo norte e nordeste do país e assolando províncias industriais e zonas de cultivo de arroz no centro, até chegar à região de Bancoc, três semanas atrás.
A inundação está agora a apenas 7 km do bairro de Silom, no coração da capital, onde há grande atividade empresarial e de entretenimento.
Somkid Tanwatanakul, vice-diretor da Autoridade de Polos Industriais da Tailândia, disse que as águas -- atingindo 1,5 metro -- chegaram agora aos arredores do Polo Industrial de Lat Krabang, na zona leste da capital. No local funcionam 254 fábricas, com quase 50 mil operários, em grandes empresas, como Unilever, Johnson & Johnson, Isuzu Motors e Honda Motor.
"Reforçamos os diques em torno do polo até uma altura de 2,6 metros. Minha preocupação é que, se tanta água continuar se acumulando por muito tempo sem ter para onde ir, o polo pode não resistir."
Apichart Weerawong/Associated Press
Casal empurra carrinho com criança em rua inundada da cidade de Bancoc, na Tailândia
O polo industrial fica a cerca de 10 km ao norte do aeroporto de Suvarnabhumi, o principal da cidade, que continua funcionando normalmente, por trás de um dique reforçado de três metros de altura.
A companhia aérea Thai Airways International afirmou que sua central de passagens foi transferida para o aeroporto e dois outros locais, devido a dificuldades no acesso à sede da companhia, na zona norte de Bancoc. O antigo aeroporto Don Muang, ainda usado para voos internos, está fechado desde 25 de outubro.
A Honda, que já havia sido afetada pelo terremoto de março no Japão, teve de fechar duas fábricas na Tailândia, o que levou a empresa a cancelar, em 31 de outubro, sua previsão de lucros. Waraporn Pongpaiboon, funcionário da Honda tailandesa, disse que os empregados enfrentam dificuldades para chegar às fábricas, e que havia problemas também para escoar a produção.
Outro polo industrial, Bang Chan, também ao norte do aeroporto internacional, está igualmente ameaçado pelas águas. Ali há 93 fábricas, com cerca de 130 mil operários. Ralos e uma vala permitiram a entrada de água suja nas ruas, mas as fábricas propriamente ditas foram poupadas.
"Começamos a cobrir as instalações da fábrica com barragens de ferro depois de ouvirmos falar sobre a inundação (no polo industrial de) Ayutthaya", disse Charo Kritchankran, gerente de uma fábrica da empresa de alimentos e produtos elétricos Saha-Union.
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