Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com
A revolução histórica que começou a acontecer, há pouco tempo, no ato de ler, no conceito de livro que tínhamos até poucos anos atrás, com o advento do leitor eletrônico e do e-book, parece estar tomando rumo diferente.
O tradicional e primeiro leitor eletrônico, o Kindle, apareceu com a função de ser o aparelho para lermos livros eletrônicos, os e-books, surgidos pouco antes. Com tela fosca, que não emite brilho, ele é apropriado para ler grandes textos. E os livros eletrônicos começaram a ser pensados como um negócio viável, por parte de editoras e livrarias, pois se o e-reader esta começando a vender bem, os livros eletrônicos também serão mais e mais procurados. Até no Brasil, as grandes editoras se mobilizaram e já estão publicando títulos no novo formato, embora a oferta ainda seja reduzida.
Mas com o sucesso do Kindle, ainda que um pouco tímido, em proporção à venda de livros de papel, outros aparelhos começaram a surgir. Só que não eram aparelhos para serem usados exclusivamente como leitores de livros. Os novos aparelhos, já não mais apenas leitores eletrônicos, fazem de tudo, como se fossem um computador portátil e passaram a ser chamados de “tablets”. Eles não tem a tela que não emite brilho, suas telas são semelhantes as de um e-book e agregam múltiplas funções, como acesso a internet – por wi-fi ou 3G, correio eletrônico, games, fotos, filmes, assinatura de jornais e revistas, celular, etc. Existe, também, um número sem fim de aplicativos para tais aparelhos, para fazer muito mais, uns pagos, outros não.
Com o aparecimento do tablet mais popular, o da maçã, muitos outros, alguns até com mais funções, passaram a concorrer no promissor mercado: quase toda grande marca de eletrônicos está lançando o seu. O aparelho, maior que um smartphone e menor que um notebook passou a ser o sonho de consumo, inclusive dos brasileiros.
E muitos dos que compram um tablet, atualmente, nem lembram ou não se importam com o fato de eles serem, também, leitores eletrônicos. Há tanto para se fazer com eles, que ler livro pode ser a última função que muita gente pensaria para ele. E não é só por isso: o preço do e-book, no Brasil é, algumas vezes, parecido com o preço do livro impresso em papel, o que significa que é muito caro.
Isso talvez modifique um pouco aquela previsão precipitada de que o livro impresso estaria acabado, que não resistiria por muito tempo, com a adesão cada vez maior ao leitor eletrônico. Parece que, como vínhamos dizendo desde o início, o livro tradicional não só poderá conviver harmonicamente com o livro eletrônico, se for o caso, como poderá manter a hegemonia por um bom tempo, ainda.
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