A revista norte-americana Science da última semana traz como matéria principal uma reportagem de seis páginas sobre a ciência brasileira. O texto destaca a atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Petrobras. Segundo a reportagem “Ciência brasileira: de vento em popa”, “uma economia vigorosa e descobertas de petróleo estão impulsionando a pesquisa no Brasil a novas alturas”. O texto assinala que, nos últimos oito anos, o Brasil “começou a viver uma grande expansão”. “Sua economia está crescendo de maneira acelerada e ele se tornou um ator nos assuntos mundiais, festejando um surto sem precedente de autoconfiança”.
A revista avalia que “os bons tempos também estão beneficiando a ciência”. “Entre 1997 e 2007, o número de papers brasileiros em publicações indexadas, avaliadas por pares mais que dobrou, para 19.000 por ano. O Brasil figura hoje em 13? em publicações, tendo ultrapassado Holanda, Israel e Suíça. Universidades brasileiras formaram duas vezes mais doutores este ano do que em 2001, e milhares de novos empregos acadêmicos foram abertos em 134 novos campi federais”.
Para a Science, houve “uma inversão da sorte” em relação à década de 1990. “Naquela época, os pesquisadores mendigavam fundos; o Brasil chegou a ter sua bandeira retirada do logotipo da Estação Espacial Internacional depois de não conseguir financiamento para construir seis componentes”.
A reportagem informa que o orçamento do Ministério de Ciência e Tecnologia saltou de US$ 600 milhões, há uma década, para US$ 4 bilhões. “O Brasil reiniciou seu programa de pesquisas nucleares em 2008, após 20 anos de calmaria. Com a economia brasileira crescendo a uma taxa de 7%, neste ano, o país pode se dar ao luxo de pagar US$ 14 milhões por ano para isso”. De acordo com a revista, a expectativa dos cientistas é de que o orçamento continue crescendo sob o comando da presidente eleita Dilma Rousseff.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, afirma que o reconhecimento da revista Sciense fortalece a continuidade do projeto iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área de ciência, tecnologia e educação. “O Brasil entende que não é só transferência de renda que resolve a questão da pobreza. ? preciso transferir conhecimento. Não se pode concentrar riquezas nem informação”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário