Os Estados Unidos alertaram Reino Unido, Austrália, Canadá, Dinamarca, Noruega e Israel a respeito do provável teor de documentos diplomáticos norte-americanos sigilosos que devem ser divulgados nos próximos dias pelo WikiLeaks, segundo disse o próprio site.
O novo lote de documentos, referentes a um período entre 2006 e 2009, deve incluir milhares de comunicações diplomáticas citando suspeitas de corrupção na Rússia, Afeganistão e outros países da Ásia Central. As revelações podem causar constrangimentos para os EUA junto a outros governos.
O Departamento de Estado havia admitido na quarta-feira (24) que estava em contato com outras capitais para alertar sobre os possíveis documentos.
O WikiLeaks diz que o próximo lote de documentos será sete vezes maior do que o pacote anterior, divulgado em outubro, com 400 mil relatórios do Pentágono sobre a guerra do Iraque.
O jornal londrino "Al Hayat" disse que um dos documentos a serem revelados mostra que a Turquia ajudou a rede terrorista Al Qaeda no Iraque. Já o americano "Washington Post" antecipou a revelação de que os EUA ajudaram o PKK, grupo separatista curdo que luta contra o governo turco desde 1984.
O jornal israelense "Haaretz "afirmou que a embaixada dos EUA em Tel Aviv também fez alertas ao governo de Israel sobre o conteúdo de alguns documentos em poder do WikiLeaks.
Uma fonte americana afirmou à rede de TV americana CNN que Washington ordenou a suas embaixadas no mundo todo que revisem as mensagens enviadas entre 2006 e 2009.
Segundo um alto funcionário, que falou em condição de anonimato, o Departamento de Estado trabalha intensamente há meses para tratar o potencial impacto da publicação destes documentos. A franqueza nestes relatórios diplomáticos, afirma, é fundamental e o vazamento pode causar muitos prejuízos, além de comprometer as fontes diplomáticas tradicionais, e, em alguns casos, gerar risco de morte.
Oficialmente, o porta-voz do Departamento de Estado, Phillip Crowley, diz que o governo dos EUA está em contato com outros governos e notificou o Congresso do que poderia ser publicado.
Os EUA criticam o WikiLeaks pelos vazamentos de documentos, alegando que eles colocam em risco a segurança nacional e de indivíduos.
IRAQUE
O embaixador americano no Iraque, James Jeffrey, afirmou que o Wikileaks é um obstáculo terrível para a diplomacia no Iraque e por isso a missão americana em Bagdá está muito preocupada com a próxima postagem de documentos secretos.
"Estamos preocupados com a publicação de novos documentos. O Wikileaks é um obstáculo absolutamente terrível em meu trabalho, que consiste em ter conversas com pessoas baseadas na confiança", afirmou aos jornalistas convidados à embaixada.
O WikiLeaks anunciou no último dia 21 em sua conta da rede social Twitter que "no próximo mês veremos um novo mundo no qual a história global é redefinida" e que "a próxima publicação será sete vezes maior em tamanho que os materiais do Iraque".
O site revelou, em outubro, 391 mil documentos sobre a Guerra do Iraque que continham várias denúncias de torturas e abusos que os Estados Unidos nunca averiguaram, morte de civis que não foram informadas e a ajuda iraniana a milícias iraquianas. Em julho, o portal publicou 70 mil documentos da guerra do Afeganistão.
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