Ahmadinejad criticou a tentativa de interferência no caso da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte
Foto: Reuters
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quinta-feira que os Estados Unidos, onde mais de 50 mulheres estão no corredor da morte, não têm o direito de criticar a República Islâmica pela condenação à morte, por apedrejamento, de uma mulher iraniana.
"Tenho um lista de 53 mulheres condenadas à morte nos Estados Unidos e que atualmente esperam para ser executadas. Nesta situação surge a pergunta: se o problema com uma mulher no Irã é visto como uma violação dos direitos humanos, então, por que não se coloca o caso das 53 mulheres nos Estados Unidos?", questionou-se o líder.
Ele perguntou por que a imprensa se cala quando os EUA condenam alguém à morte, mas quando o Irã o faz a mídia cria enorme repercussão. "Se eles acham que é dessa maneira que ensinam o povo iraniano, não é assim. Eles matam as pessoas na Ásia, na África e condecoram os assassinos".
No que diz respeito à cidadã iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte, Ahmadinejad disse que o caso está seguindo o procedimento judicial. "Consideramos que este assunto não levanta nenhum problema", acrescentou o presidente iraniano, em entrevista coletiva.
O caso de Sakineh, 43 anos, mãe de dois filhos, acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento, despertou uma onda de críticas e protestos da comunidade internacional.
Questão nuclear
Ahmadinejad disse ainda que seu país está disposto a dialogar sobre a questão do programa nuclear iraniano, mas "sobre bases justas e de respeito mútuo".
Ele se disse aberto a negociações com o Grupo 5+1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China - mais a Alemanha.
"Devido a sua moral exploradora, alguns membros desse grupo negociador tentam conseguir vantagens nas negociações", ressaltou Ahmadinejad em entrevista coletiva em Baku, capital do Azerbaijão, onde nesta quinta-feira participará da terceira cúpula dos países à beira do mar Cáspio.
O líder iraniano destacou que, quando as conversas sobre o programa nuclear iraniano estavam em seu apogeu, foram adotadas as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra seu país.
"Isso foi feito para pôr o Irã em condições desvantajosas", explicou Ahmadinejad. "Os seis meses que passaram desde então demonstraram a inutilidade do embargo".
Ele comparou as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra seu país com uma "picada de mosquito" e acrescentou que, apesar delas, a economia iraniana manteve seu crescimento
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