Cerca de 15% dos alcoólatras morrerão de cirrose e 20% a 30% dos casos de câncer estão associados ao consumo do álcool, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp. Esse número ganha proporções ainda mais preocupantes se levarmos em conta que o Brasil ocupa, hoje, o 4º lugar no ranking dos países que mais consomem bebidas alcoólicas o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Considerada uma droga lícita, o álcool figura entre os quatro fatores de risco que desencadeiam doenças crônicas levando à morte, segundo relatório recém divulgado pela OMS. O cigarro, a má alimentação e o sedentarismo são as outras causas apontadas pelo órgão, o que significa que os aspectos comportamentais configuram os principais motivos de mortes no mundo.
“A carga de doença ocasionada pelo álcool é muito alta, de 10% a 12% no Brasil, maior que o cigarro”, ressalta o especialista. Segundo ele, não há um controle social do álcool no País, onde existem aproximadamente 1 milhão de pontos de venda, e as propagandas comerciais são descontroladas, o que leva a um aumento do custo das doenças provocadas pela droga.
Dentro deste cenário, a nova lei adotada pelo estado de São Paulo que proíbe o consumo e venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos representa uma medida positiva para a população, uma vez que nove em cada dez alcoólatras começam a beber ainda na adolescência. Mas para o psiquiatra ainda não é o suficiente, outra atitude "é a proibição da propaganda nos meios de comunicação, cujo projeto de lei tramita no Congresso”, comemora.
Com a agência Saúde em Pauta
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