terça-feira, 2 de abril de 2013

Número de mortes por arma de fogo em residências aumenta mais de 60%

Eliomar de Lima

“O número de pessoas mortas por armas de fogo em residências cresceu 61,44% entre 2000 e 2010. O dado faz parte do estudo Mapa das armas de fogo nas microrregiões brasileiras, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a pesquisa, os homicídios provocados por violência doméstica foram os que mais cresceram em anos recentes. ”É crescimento e revela uma questão dramática de aumento no número de mortes dentro das residências”, explicou Daniel Cerqueira, diretor de Estudos e Política do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, um dos autores do estudo.

”Quando alguém morre dentro de uma residência, em 90 a 95 por cento dos casos, os perpetradores são maridos, namorados, cônjuges, parentes, vizinhos ou conhecidos. A morte dentro de casa não tem quase nada a ver com o crime econômico ou o crime organizado, mas é crime interpessoal”, declarou Cerqueira. Ressaltou que a discussão sobre violência doméstica ainda é um tabu no País. O estudo foi realizado com base nos dados de morte violenta do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora tenha existido aumento nos números relacionados à violência doméstica, o levantamento do Ipea conclui que o Estatuto do Desarmamento, instituído em dezembro de 2003, produziu “efeitos significativos” para diminuir as taxas de homicídio no País.

A conclusão vem da análise do número de assassinatos nas 20 microrregiões (locais com mais de 100 mil habitantes) com o maior número de armas nas mãos da população. Nesses locais, a taxa média de homicídio foi de 53,3 para cada 100 mil habitantes em 2010. Nas 20 microrregiões identificadas como as que têm o menor número de armamentos disponíveis, a taxa de homicídios cai para 7,2 para cada 100 mil habitantes.”

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