segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

BRASIL PODE ATINGIR SUA META DE REDUÇÃO DE DESMATAMENTO AINDA EM 2012

 

 

Presidente da CNA diz, em Londres, que esforços dos produtores rurais e melhoria da fiscalização contribuíram para a queda

Londres (20/02/2012) - O Brasil deve atingir seu compromisso de reduzir em 80% o desmatamento no país ainda em 2012, oito anos antes do prazo estipulado, disse nesta segunda-feira (20/02), em Londres, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu.

Em palestra na London School of Economics (LSE), a senadora apresentou dados oficiais que mostram que, em 2010, foram desmatados 6.600 km2. “O compromisso assumido pelo governo brasileiro durante a COP-15, em Copenhague, em 2009, foi de chegar a uma área de 5.400 km2 em 2020. Ou seja, já praticamente chegamos a essa meta dez anos antes”, afirmou a senadora Kátia Abreu.

Para a presidente da CNA, os principais fatores que contribuíram para a queda no desmatamento no Brasil foram a melhoria da fiscalização por parte das agências ambientais e os esforços do setor agropecuário brasileiro no sentido de aumentar sua produtividade sem a necessidade de destruir a vegetação nativa.

“O produtor rural brasileiro não tem interesse em desmatar. O grande interesse dele hoje é produzir mais no mesmo espaço de chão. Ele sabe que se deixar a água acabar, a terra se degradar e as encostas desmoronarem, ele vai perder dinheiro. Ele sabe que se não corrigir seu passivo ambiental, ele não vai vender seu produto, porque hoje há uma enorme pressão do mercado por alimentos que respeitem o meio ambiente”, disse a senadora Kátia Abreu.

A atividade agropecuária brasileira ocupa uma área de 236 milhões de hectares – ou 27,7% do território nacional. Outros 61% estão preservados como mata nativa nos seis biomas do Brasil, entre eles a Amazônia. Com a aplicação de tecnologias que reduzem as emissões de gás carbônico e com iniciativas endossadas pela CNA, como o Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) do Governo federal, o setor terá condições de incorporar à produção até 70 milhões de hectares de terras que hoje se encontram degradadas.

Entre essas iniciativas estão técnicas de agricultura sustentável exclusivamente brasileiras, como a integração lavoura-pecuária-floresta, além do trabalho de plantio direto, de restauração de pastagens degradadas e a fixação biológica do nitrogênio no solo. “O Brasil está hoje na condição única de produzir, de maneira sustentável e sem derrubar uma árvore, 400 milhões de toneladas de alimentos até 2050, contribuindo com a meta de 2,8 milhões da FAO para alimentar os 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta até lá”, disse a senadora Kátia Abreu.

O setor agropecuário brasileiro responde por 20,2% do PIB, por 37% dos empregos e por 37% das exportações do país. O Brasil é também o maior exportador mundial de açúcar, café, suco de laranja, soja e frango.

Assessoria de Comunicação CNA

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