quinta-feira, 31 de julho de 2025

Vermelho: Povo brasileiro se levantou contra agressão de Trump, diz presidenta da UNE. Confira atos do dia 1º/8

Bianca Borges afirma que manifestações reagem à taxação imposta por Trump e denuncia ataque à economia e à democracia brasileira

Foto: UNE

O Brasil será palco nesta sexta-feira (1º) de uma ampla jornada de mobilizações populares contra a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump. Na visão das entidades estudantis, das centrais sindicais e de outros movimentos que organizam os atos, o tarifaço pode agravar o desemprego e impactar setores estratégicos da economia, além de representar uma tentativa de “chantagem imperialista”.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), em conjunto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, está à frente da mobilização, que deve ocorrer especialmente em capitais e grandes cidades brasileiras. Segundo a presidenta da UNE, Bianca Borges, é uma resposta direta “à tentativa de submissão do Brasil aos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos”.

“Trump achou que ficaríamos de joelhos. Mas, desde o dia 10 de julho, o povo brasileiro tem se levantado contra essa agressão”, declarou Bianca ao Portal Vermelho.

Os atos estão confirmados para ocorrer ao longo do dia 1º de agosto em ao menos 12 capitais, com possibilidade de ampliação para outras localidades. Santos, no litoral paulista, também está na lista. Em Curitiba, a manifestação ocorre no sábado (2). Confira os locais e horários:

  • São Paulo (SP): às 10h no Consulado dos EUA
  • Santos (SP): às 17h na Estação da Cidadania
  • Salvador (BA): às 15h no Campo Grande
  • Rio de Janeiro (RJ): às 18h no Consulado dos EUA
  • Brasília (DF): às 9h em frente à Embaixada dos EUA
  • Porto Alegre (RS): às 18h na Esquina Democrática
  • Belo Horizonte (MG): às 17h na Praça Sete
  • Manaus (AM): às 16h na Praça da Polícia com caminhada até a praça do BK
  • Recife (PE): às 15h30 na Praça do Derby
  • São Luís (MA): às 15h na Praça Deodoro
  • Fortaleza (CE): às 15h30 na Praça da Bandeira
  • Florianópolis (SC): às 19h30 na Praça da Alfândega
  • Curitiba (PR): às 10h30 na Boca Maldita (sábado, 2/8)

A UNE orienta que os participantes levem bandeiras do Brasil e do movimento estudantil, megafones e água – e que usem maquiagens e símbolos nas cores do Brasil para reforçar a defesa da soberania nacional.

Pautas vão além das tarifas

Além da defesa da soberania, os manifestantes irão às ruas com uma pauta social e econômica mais ampla, que inclui:

  • Fim da escala de trabalho 6×1
  • Isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
  • Taxação dos super-ricos
  • Redução da jornada de trabalho
  • Rejeição ao PL da devastação ambiental
  • Contra a pejotização irrestrita
  • Fim do genocídio em Gaza

Denúncia contra interesses imperialistas

Para os organizadores, o pacote de tarifas anunciado por Trump não se limita a uma disputa comercial, mas expressa uma ofensiva geopolítica e ideológica. Segundo a UNE, a medida visa pressionar o governo brasileiro a ceder nos campos político, econômico e estratégico — sobretudo no que diz respeito ao controle de recursos como as terras raras, minerais essenciais à indústria bélica e tecnológica global.

A entidade lembra que o Brasil é o segundo maior produtor mundial desses minérios, atrás apenas da China, o que o torna alvo de interesses internacionais. “A chantagem dos EUA também busca enfraquecer tecnologias nacionais como o PIX, que tem ameaçado lucros de empresas de cartão de crédito norte-americanas”, afirmam os organizadores.

Defesa da democracia e críticas ao bolsonarismo

Os ataques de Trump também são vistos como um gesto de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado declarado do republicano. “Trump tenta usar o Brasil como palco de sua guerra ideológica, inclusive para blindar Bolsonaro, que responde por tentativa de golpe de Estado. Mas quem governa o Brasil é o povo brasileiro”, afirmou Bianca Borges.

A UNE denuncia a submissão da família Bolsonaro aos interesses de Washington e recorda episódios em que o ex-presidente chegou a oferecer a exploração da Amazônia a empresas norte-americanas. A entidade completa 88 anos em 2025 e, segundo sua presidenta, honra o legado de resistência dos estudantes desde a luta contra o nazifascismo até os “caras-pintadas” dos anos 1990. “Hoje, diante da nova face da extrema direita mundial, não será diferente. Vamos às ruas por um Brasil livre, justo e soberano”, concluiu Bianca Borges.

Fonte:  https://vermelho.org.br/2025/07/30/nesta-sexta-1-13-cidades-se-manifestam-em-defesa-da-soberania-contra-tarifas-dos-eua/

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