Apesar do considerável aumento na diversidade de títulos nacionais, boa parte dos livros lançados no país ainda é formada por obras de autores estrangeiros. Não somos exceção. O mercado globalizado de entretenimento (onde soma-se boa parte da produção cinematográfica, fonográfica e editorial) é uma engrenagem ancorada num hipotético consumidor global, a quem se destinam negociações cada vez mais vultosas.
Em que pese as barreiras linguísticas, que de certo modo ainda mantém um aspecto artesanal comparado às mídias eletrônicas, o mercado de livros opera numa lógica previsível. Os grandes grupos editoriais do mundo (um dos tentáculos de gigantes do mercado de comunicação e entretenimento) expõem seus produtos em grandes feiras mundiais, negociando os direitos de publicação para os mais distintos mercados.
Nesse cenário, assim como em praticamente tudo que não seja commodity, o Brasil é comprador. Diga-se de passagem: cada vez mais robusto. Mas não mais do que uma linha no faturamento dos editores ingleses e norte-americanos que dão as cartas. Nem nossas editoras nem o governo parecem muito incomodados com esse papel. Ancorados numa população imensa de parcos leitores, seguimos confortáveis, pelo menos enquanto os ventos soprarem a favor.
Ao lado da Feira de Frankfurt, a Feira do Livro de Londres, que acontece na capital inglesa durante esta semana, é o principal evento para medir-se a temperatura do mercado livreiro globalizado. Entre os 24 mil profissionais envolvidos no evento, as primeiras impressões dão conta de uma retomada de negócios após o freio imposto pela crise europeia. A maior prova é a euforia com alguns títulos, como o primeiro livro adulto de J.K. Rowling, que antes mesmo do evento já vinha sendo leiloado entre algumas das principais editoras brasileiras; a nova aventura de James Bond, a cargo do premiado romancista William Boyd; e “Children of the Jacaranda Tree” [As crianças da árvore de jacarandá], romance de estreia do americano de origem iraniana Sahar Delijani sobre a Revolução comandada pelos aiatolás.
Ninguém! Pois é. A Universidade Columbia, de Nova York, anunciou ontem os vencedores do Pulitzer em diversas categorias. Porém, em ficção o espaço ficará vago. Pela 11a. vez em sua história quase centenária (a primeira em 35 anos), o prêmio mais importante dos Estados Unidos não encontrou um livro que justificasse a honraria. Nenhum dos três finalistas conseguiu se sobressair na avaliação dos jurados. As editoras já começam a bufar. O Pulitzer é daqueles prêmios que mudam o patamar de um autor e o faturamento de um livro.
Copiados do site da CBN hoje. É importante que tomemos conhecimento disto
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