segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Espionagem da NSA é mais ampla do que se imaginava, diz jornal

The New York Times publica matéria em que explica como agência dos EUA ultrapassa limites previstos por lei
                

A NSA (Agência de Segurança Nacional, na sigla em inglês) revisa enormes quantidades de e-mails e textos de qualquer cidadão norte-americanos que faça menção a respeito de estrangeiros sujeitos a vigilância. A informação, publicada nesta quinta-feira (08/08) pelo The New York Times, citando uma fonte de inteligência anônima, mostra que a rede de espionagem montada pelos Estados Unidos pode ser mais ampla do que se suspeitava.

De acordo com o jornal, a NSA "não só está interceptando as comunicações de norte-americanos que tenham contato direto com estrangeiros vigiados no exterior (...) como também está trabalhando uma rede mais ampla de pessoas que citem informações vinculadas a esses estrangeiros".

Embora já se soubesse que a NSA realiza extensas buscas de comunicações virtuais no exterior, a revelação de que ela também faz buscas de forma sistemática e sem permissão judicial das comunicações dos seus próprios cidadãos com o exterior representa uma espionagem em maior escala, diz o jornal.

O NYT acrescentou que a vigilância além da fronteira foi autorizada sob uma lei federal de 2008, conhecida em inglês como "Fisa" e que permite a espionagem em solo norte-americano sem a devida permissão judicial quando o alvo da investigação for um estrangeiro fora do país. No entanto, segundo a fonte citada pelo jornal, a lei não cobre a vigilância de comunicações telefônicas.

A porta-voz da NSA Judith A. Emmel disse ao periódico que as atividades da agência são legais e o objetivo é obter informação de inteligência não de norte-americanos, mas de “pessoas e organizações estrangeiras ou terroristas internacionais”. “No cumprimento da sua missão de inteligência de sinais, a NSA coleta apenas o que é expressamente autorizado a recolher”, disse ela. “Além disso, as atividades da agência são implantadas apenas em resposta às necessidades de informação para proteger o país e seus interesses”.

Para realizar esta vigilância, a NSA copia temporariamente os e-mails e mensagens de textos que cruzam fronteiras para depois revisar o conteúdo. Basta que essas comunicações mencionem um nome, e-mail ou outro tipo de informação sobre alvos estrangeiros para que sejam vigiados pela NSA.

Detalhes da vigilância norte-americana apareceram nos documentos vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. Em um deles, é mencionado que a agência "busca adquirir comunicações sobre o alvo que não são para o alvo ou a partir do alvo". Os arquivos foram publicados pelo jornal The Guardian em 20 de junho, mas a única regra marcada com "Top Secret" em meio a 18 páginas, no entanto, foi amplamente ignorada em meio a outras divulgações, de acordo com o NYT.

A fonte do NYT afirmou que havia palavras-chave e outros termos que tentavam ser bem precisos para minimizar o número de norte-americanos “inocentes” que teriam sido espionados pelo programa. No entanto, ele reconheceu que houve momentos em que as mudanças de provedores ou de tecnologia levou a uma coleta de informações além do necessário. Nesse caso, o coletor sempre precisa reportar o ocorrido em relatório, segundo a fonte.

O subdiretor de assuntos legais da ONG União de Liberdades Civis dos EUA, Jameel Jaffer, disse em comunicado que "o programa descrito pelo NYT envolve uma impressionante invasão da vida privada de milhões de pessoas".

Esta ampla rede de espionagem das comunicações dos americanos "é precisamente o tipo de espionagem generalizada que a Quarta Emenda (da Constituição) tenta proibir", diz o advogado. Para ele, “pessoas que saibam que suas comunicações serão rastreadas terão de mudar seu comportamento”. “Elas irão hesitar antes de visitar sites controversos, discutir temas polêmicos ou pesquisar questões políticas sensíveis”. “Individualmente, essas hesitações podem parecer inofensivas, sem maiores consequências. Mas o acúmulo delas com o tempo vai mudar a maneira como os cidadãos se relacionam entre eles mesmos e com o governo”, explicou.
operamundi.uol.com.br

Datafolha: Dilma cresce e Lula venceria no 1º turno

Dilma se reabilita, Marina segue bem cotada, Aécio e Joaquim Barbosa despencam, e só Lula venceria no 1º turno. Confira os números e os cenários

A presidente Dilma Rousseff (PT) recuperou parte da intenção de voto perdida por causa das manifestações de rua em junho. Ainda assim, continuaria sem vencer no primeiro turno se a disputa fosse hoje, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 7 a 9 deste mês, em todo o país, com 2.615 entrevistas.
Entre os candidatos de oposição, o destaque continua sendo Marina Silva, que no momento tenta montar seu novo partido, a Rede Sustentabilidade. A ex-senadora aparece novamente em segundo lugar, repetindo o movimento de avanço gradual em sua intenção de voto. Marina é a única candidata que manteve sua trajetória ascendente, mesmo durante os protestos de rua que tomaram conta do país em junho.
Outros dois candidatos de oposição, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ficaram estacionados ou registraram variações até o limite da margem de erro do levantamento, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que não é filiado a partido e declara não ter intenção de se candidatar, também tem oscilação negativa.
O ex-governador paulista José Serra, do PSDB, foi testado pela primeira vez e seu desempenho foi semelhante ao de seu colega de partido, o também tucano Aécio Neves. Sem espaço no PSDB, Serra estuda a possibilidade de sair para se candidatar a presidente por outro partido.
pesquisa datafolha lula dilma
Pesquisa Datafolha: cenário que apresenta Lula como candidato aponta vitória do ex-presidente já no 1º turno (Imagem: Folha)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o nome testado pelo Datafolha com melhor desempenho entre todos. Ele ganharia, com folga, a eleição no primeiro turno se a disputa fosse hoje.
Dos sete cenários testados pelo Datafolha, o que é considerado hoje o mais provável inclui Dilma, Marina, Aécio e Campos. Nessa simulação, a petista tem 35% contra 30% no levantamento do final de junho.
Marina oscilou de 23% para 26%. Aécio deslizou de 17% para 13%. Campos variou de 7% para 8%. Brancos, nulos, nenhum ou indecisos somam 18%. Nesse cenário, Dilma enfrentaria Marina Silva no segundo turno.
A recuperação de Dilma foi especialmente robusta entre eleitores do Sudeste, onde ela saiu de 22% para 29% das intenções de voto. E no Sul, pulando de 27% para 33%. No Nordeste ela manteve a marca de 45%. Se o candidato tucano é Serra e não Aécio, a presidente Dilma registra 32%.
Mas nesse cenário testado pelo Datafolha está incluído também Joaquim Barbosa, cujo percentual é de 11%. Marina marca 21%. Eduardo Campos, 5%. O melhor cenário para o PT é com Lula como candidato e pontuando 51%. Os adversários, somados, ficam com apenas 36%: Marina (20%), Aécio (11%) e Campos (5%).
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Na pesquisa espontânea, quando os entrevistados respondem em quem pretendem votar sem ver uma lista de nomes, apenas Lula registra uma melhora. Ele tinha 6% em junho e agora foi a 11%. Dilma ficou com os mesmos 16%. Aécio oscilou de 4% para 3%. Marina foi de 2% para 3%.
Se no levantamento de intenção de voto o desempenho de Serra é semelhante ao de Aécio Neves, a rejeição ao paulista é bem maior que a do mineiro. Para 36% dos entrevistados pelo Datafolha, Serra é um nome no qual eles não votariam de jeito nenhum. Aécio é rejeitado por 23%. Dilma, por 27%.
Folha Online

domingo, 11 de agosto de 2013

Concordo com o Oliveira, acho que o Sol não está para brincadeira

    Tenho a impressão que embora essa inversão ocorra sempre a cada 11 anos, parece que esta para daqui a 3-4 meses, tem algo de estranho e diferente no ar, ou melhor, no espaço.
Vou enumerar alguns elementos, com base em notícias antigas e recentes e alguns apontamentos pessoais:
 
1. O Sol tem apresentado um comportamento incomum nos últimos anos. Neste ano de máxima solar, não correspondeu com as expectativas dos cientistas, pois a atividade solar é relativamente baixa. - Parece que o Sol esta entrando em hibernação isso sugere que estamos entrando em um nova era glacial, uma espécie de mini era do gelo;
2. O Sistema Solar não está na mesma posição no espaço do que a 11 anos atrás -  portanto, isso implica em diferente incidência de raios cósmicos;
3. Os satélites de observação solar tem registrado muitos objetos estranhos próximos ao Sol, alguns gigantescos, bem maiores que a Terra - A intensa atividade extraterrestre indica que existe algum acontecimento excepcional desconhecido por nós, mas de conhecimento deles (ETs) que está na iminência de acontecer ou que já está acontecendo, cujo ápice ainda não foi alcançado;
4. Existem vídeos no youtube  que mostram alguns cometas em rotas de colisão com o Sol que mesmo passando pelo processo de sublimação, produziram grandes explosões solares - Bom, se a previsão da inversão é daqui a 3-4 meses, esse tempo coincide com a vinda do cometa ISON próximo ao Sol. Caso venha a colidir com o Sol, a explosão será intensa pois o ISON é bem grande (suponho);
5. Cometas, asteróides, meteoros em quantidades nunca antes vista, alguns asteróides descobertos após ou dias antes de tirar "fino" na Terra. Notícias aqui na lista citando 1400 asteróides orbitando o Sol, grupos de asteróides da mesma família do que explodiu na Rússia - As possibilidades de algum atingir a Terra é muito grande, visões proféticas não deixam dúvida quanto a isso;
6. Por fim, o campo magnético da Terra esta alterado, enfraquecido, em amplo processo de inversão de polaridade - Acredito que não apenas as alterações climáticas tem tudo haver com as alterações na atividade solar, como também tudo isso afeta as nossas consciências, em todos os níveis: físico, emocional, mental e espiritual.
 
Não quero mais me alongar, creio que a Parúsia está bem próxima.
 
Abraços,
Oliveira
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Guantánamo: Dezenas de prisioneiros em greve de fome há seis meses

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Fonte: www.esquerdanet.com

A greve de fome dos prisioneiros de Guántanamo começou há seis meses. Um advogado de alguns dos presos, David Reme, alerta para o risco de alguns dos detidos morrerem nos próximos dias. Os EUA gastam 2,7 milhões de dólares por ano com cada preso. A cantora britânica PJ Harvey gravou uma canção dedicada a Shaker Aamer, o único britânico detido em Guantánamo, onde está há 11 anos, sem acusação nem processo formal.

Artigo | 6 Agosto, 2013 - 23:26

A greve de fome dos prisioneiros de Guántanamo começou há seis meses. Um advogado de alguns dos presos, David Reme, alerta para o risco de alguns dos detidos morrerem nos próximos dias - Foto de AslanMedia/Flickr

Obama tinha prometido o encerramento da prisão norte-americana de Guantánamo, mas quatro anos e meio depois da sua primeira eleição ela continua a funcionar, com grande parte dos seus prisioneiros sem acusação, nem processo formal. Noventa por cento dos prisioneiros nunca foram acusados de crime algum.

Desde o dia 6 de fevereiro, os prisioneiros de Guantánamo iniciaram uma greve de fome de protesto pela sua situação de prisão ilegal e sem fim e também contra os abusos que sofrem.

Dos 166 detidos na prisão norte-americana de Guantánamo, 102 participam no protesto e, pelo menos, 45 foram alimentados à força nas últimas semanas.

Segundo David Reme, advogado de alguns dos detidos, vários prisioneiros perderam quase 20 quilos e estão desesperados. Reme alerta que alguns podem morrer nos próximos dias.

EUA gastam 454 milhões por ano com Guantánamo

O jornal Miami Herald noticiou recentemente que os EUA vão gastar este ano 454,1 milhões de dólares com a prisão de Guantánamo. A previsão é que os custos totais com a prisão de Guantánamo, até ao final de 2014, sejam de 5.242 milhões de dólares. Estes dados foram confirmados pela administração norte-americana, pela primeira vez na semana passada, numa reunião do Comité de Justiça do Senado dos EUA.

O senador Richard Durbin, que defende o encerramento de Guantánamo, há anos, foi o convocador daquela reunião e afirmou então: “Façam as contas: 166 prisioneiros, 454 milhões de dólares. Nós estamos a gastar 2,7 milhões de dólares com cada preso de Guantánamo”. Durbin lembrou que cada preso na prisão considerada mais segura dos EUA, no Colorado, cada preso custa em média 78 mil dólares por ano e salientou que estes gastos tão elevados já “seriam irresponsáveis, do ponto de vista fiscal, em tempos económicos normais”, são ainda piores quando o “Departamento de Defesa” está enfrentar cortes e despedimentos.

PJ Harvey canta: “Sem água há três dias/Não consigo dormir, ou manter-me acordado”

Neste fim de semana, a cantora britânica PJ Harvey, a única a ganhar duas vezes o Mercury Prize, publicou uma canção nova com o título “Shaker Aamer”, na plataforma online Soundcloud.

Shaker Aamer é um britânico originário da Arábia Saudita, que está preso desde 2001, sem qualquer acusação.

A canção é um apelo à libertação de Shaker Aamer e, nela, PJ Harvey canta: “No water for three days/I cannot sleep, or stay awake/Four months hunger strike/Am I dead, or am I alive?” [“Sem água há três dias/Não consigo dormir, ou manter-me acordado/Quatro meses de greve de fome/Estarei morto, ou estarei vivo?”].

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Guantanamo: Carta aberta dos presos em greve aos médicos militares

A greve de fome em Guantánamo e as promessas de Obama

Greve de fome, prisão sem fim: o que está a acontecer em Guantánamo

Greve de fome recoloca Guantánamo sob os holofotes

Greve de fome prossegue em Guantanamo

Cadê a moral do PSOL?

A esquerda sectária comandada por esse senhor udenista, que até hoje guarda mágoas do PT - em muitos casos, não duvidem, porque não conseguiram cargos de confiança quando o PT venceu o pleito de 2002 - vive reclamando sobre as alianças que o Partido dos Trabalhadores faz em nome da chamada "governabilidade".<br /><br />Por mais que se queira fazer ressalvas às alianças com, por exemplo, um PMDB da vida, pra ter moral para criticá-la, o partido de oposição tem necessariamente que ser coerente e não pode ambicionar, ele próprio, uma aliança com os fisiologistas pra chegar ao governo. O que dirá então fazer uma aliança com o que há de mais reacionário no país, isto é, o DEM e o PSDB? Pois foi justamente assim que o PIFOL venceu as eleições de Macapá!<br /><br />O engraçado é que essa turma até hoje não se manca e continua fazendo de conta que não sabe ou não lembra dessa aliança com os demo-tucanos, muito pior que qualquer eventual coligação que porventura fizessem com o PMDB. E não é demais lembrar que o Pifol também piou fininho com o Sarney, tão logo ganharam as eleições.<br /><br />Isso só confirma o que os mais antenados já perceberam: há mais em comum entra o DEM/PSDB e o Pifol do que sonha a vã filosofia dos incautos...<br /><br /><br />Em Macapá, PSOL vence... mas com apoio do DEM, PTB e PSDB: http://www.pstu.org.br/conteudo/em-macap%C3%A1-psol-vence-mas-com-apoio-do-dem-ptb-e-psdb<br /><br />Quem diria! No Amapá, PSOL elegeu prefeito com apoio de DEM e PSDB e agora vai papear com Sarney: http://www.claudemirpereira.com.br/2012/10/quem-diria-no-amapa-psol-elegeu-prefeito-com-apoio-de-dem-e-psdb-e-agora-quer-papar-com-sarney/<br /><br />Plínio de Arruda Sampaio prefere Serra para prefeito: http://umhistoriador.wordpress.com/2012/10/18/plinio-de-arruda-sampaio-prefere-serra-para-prefeito/<br /><br />"Sou Plínio, voto Serra": http://www.pco.org.br/editorial/sou-plinio-voto-serra/ebsb,o.html<br /><br />Mais imagens nada incautas em: https://www.facebook.com/MemesMessianicos

A esquerda sectária comandada por esse senhor udenista, que até hoje guarda mágoas do PT - em muitos casos, não duvidem, porque não conseguiram cargos de confia...nça quando o PT venceu o pleito de 2002 - vive reclamando sobre as alianças que o Partido dos Trabalhadores faz em nome da chamada "governabilidade".
Por mais que se queira fazer ressalvas às alianças com, por exemplo, um PMDB da vida, pra ter moral para criticá-la, o partido de oposição tem necessariamente que ser coerente e não pode ambicionar, ele próprio, uma aliança com os fisiologistas pra chegar ao governo. O que dirá então fazer uma aliança com o que há de mais reacionário no país, isto é, o DEM e o PSDB? Pois foi justamente assim que o PIFOL venceu as eleições de Macapá!
O engraçado é que essa turma até hoje não se manca e continua fazendo de conta que não sabe ou não lembra dessa aliança com os demo-tucanos, muito pior que qualquer eventual coligação que porventura fizessem com o PMDB. E não é demais lembrar que o Pifol também piou fininho com o Sarney, tão logo ganharam as eleições.
Isso só confirma o que os mais antenados já perceberam: há mais em comum entra o DEM/PSDB e o Pifol do que sonha a vã filosofia dos incautos...
Em Macapá, PSOL vence... mas com apoio do DEM, PTB e PSDB: http://www.pstu.org.br/conteudo/em-macapá-psol-vence-mas-com-apoio-do-dem-ptb-e-psdb
Quem diria! No Amapá, PSOL elegeu prefeito com apoio de DEM e PSDB e agora vai papear com Sarney: http://www.claudemirpereira.com.br/2012/10/quem-diria-no-amapa-psol-elegeu-prefeito-com-apoio-de-dem-e-psdb-e-agora-quer-papar-com-sarney/
Plínio de Arruda Sampaio prefere Serra para prefeito: http://umhistoriador.wordpress.com/2012/10/18/plinio-de-arruda-sampaio-prefere-serra-para-prefeito/
"Sou Plínio, voto Serra": http://www.pco.org.br/editorial/sou-plinio-voto-serra/ebsb,o.html
Mais imagens nada incautas em: https://www.facebook.com/MemesMessianicosVer mais

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José Albano Albano curtiu isto.

Imagem mostra 1400 asteroides que podem destruir a Terra

 

NASA fez ilustração por colocar como em alta prioridade o monitoramento de asteroides com o objetivo de proteger a Terra

Vanessa Daraya, de

NASA/JPL-Caltech

Ilustração de asteroides que podem colidir com a Terra

Segundo a NASA, nenhum desses asteroides mapeados na ilustração é uma ameaça preocupante nas próximas centenas de anos

São Paulo - A NASA, agência espacial americana, estima que existem mais de 1400 asteroides potencialmente perigosos (PHA) para a Terra. Esses corpos celestes orbitam o Sol e podem, no futuro, entrar em rota de colisão com o planeta. Uma nova ilustração mostra a órbita de cada uma dessas possíveis ameaças.

Leia Mais

Um asteroide entra para a categoria PHA quando fica relativamente próximo à órbita da Terra. Para os pesquisadores, isso significa algo em torno de 7,5 milhões de quilômetros. Esses corpos celestes também precisam ser grandes o bastante (diâmetro maior do que 350 metros) para causar danos sem precedentes ao atingir o planeta.

Mas, não é preciso entrar em pânico. Chamar um asteroide de PHA não indica que ele vá, necessariamente, colidir com a Terra, segundo a NASA. Esse tipo de evento só acontece uma vez a cada 10 mil anos. Além disso, nenhum desses asteroides mapeados na ilustração é uma ameaça preocupante nas próximas centenas de anos.

A NASA fez a ilustração porque coloca como em alta prioridade o monitoramento de asteroides com o objetivo de proteger a Terra. O NEO (Near Earth Object, objetos próximos da Terra, em tradução livre) é o projeto do Laboratório de Propulsão a Jato responsável por esses estudos. Ao observar e controlar esses asteroides, os pesquisadores podem fazer previsões mais precisas de suas órbitas, analisar as futuras aproximações e as probabilidades de impacto.

Inflação é de 0,0%. Chora, Urubóloga !

 

À Urubóloga, ao Cerra, ao FHC, ao Aécio, ao Eduardo Campriles, Ataulfo, Freire com “i” e às suaves apresentadoras da GloboNews (piores que o patrão).

Saiu na Agência Brasil:

Inflação oficial fecha julho em 0,03%

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou taxa de 0,03% em julho deste ano. Em junho, a taxa havia sido de 0,26%. Em julho do ano passado, a inflação foi 0,43%.
O dado foi divulgado hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação de julho deste ano foi a mais baixa desde julho de 2010, que havia sido de 0,01%. Entre os principais responsáveis pela queda da inflação estão os transportes, com queda de preços de 0,66% e alimentação, com deflação de 0,33%.
O grupo de despesas vestuário também teve queda de preços, de 0,39%. Por outro lado, as despesas pessoais (1,13%) foram o principal responsável por evitar uma queda maior da taxa.
O IPCA acumula taxa de 3,18% no ano. No acumulado de 12 meses, o IPCA registrou taxa de 6,27% e voltou a ficar abaixo do teto da meta de inflação do governo, que é de 6,5%.

Clique aqui para ler “Valor da cesta básica desaba. Preço do tomate cai 41%”.
Não deixe de ler, a propósito, palpitante post “Dilma faz um toma lá dá cá com a Folha”.
Em tempo: o preço do tomate caiu 0,27%. Infelizmente, o IBGE não calcula a variação do preço do pepino. Seria interessante saber se a Globo vai estimular uma elevação do pepino, para efeitos políticos. Sabe como é, amigo navegante, o Gilberto Freire com “i” (*) faz acrobacias com a inflação… – PHA

(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

Do conversa afiado do Paulo Henrique Amorim

Comissão especial aprova PEC do Orçamento impositivo

 

A proposta que obriga o Executivo a cumprir as emendas parlamentares individuais ao Orçamento da União (PEC 565/06) foi aprovada ontem após quase sete horas de debate, na comissão especial, presidida pelo deputado Pedro Eugênio (PT-PE). O relatório do deputado Edio Lopes (PMDB-RR) recebeu voto contrário do deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que defende a regra impositiva também para estados e municípios. “É uma questão de princípio, se o orçamento impositivo é bom para União tem que ser bom também para estados e municípios”, afirmou Molon.
O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) chegou a apresentar voto separado, que incluía a questão dos estados e municípios; restrição ao beneficiário inadimplente; realização de audiências públicas nos locais onde as emendas fossem destinadas; e um limite de 0,5% da receita corrente líquida, além de remeter para Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a prerrogativa de estabelecer mecanismos para o caso de impedimento de ordem técnica ou legal na execução do orçamento.
No entanto, o texto aprovado limita a execução das emendas parlamentares a 1% da receita corrente líquida da União. Estabelece também o prazo de 30 de junho de cada ano com data limite para o governo federal enviar ao Congresso as razões para não executar as emendas; 30 de setembro para o Executivo mandar a proposta de remanejamento dos recursos; e até 20 de novembro para deliberação da comissão mista sobre o assunto, o projeto será rejeitado.
O parecer acatou a proposta de realização de audiências públicas para informar a população do município sobre quais emendas parlamentares estão previstas e criou uma regra transitória para a execução das emendas parlamentares com recursos de restos a pagar. A obrigação valeria até o segundo ano após a aprovação dessa norma provisória, que valeria até 2015.
Para o deputado Ricardo Berzoini, mesmo não tendo estendido a obrigação para estados e municípios, a proposta terá uma consequência boa, “porque propicia uma maior transparência e visibilidade para sociedade, especialmente com a obrigatoriedade de realização de audiências públicas para que as comunidades atendidas possam tomar conhecimento do dinheiro que está indo para o município”.
O deputado Pedro Eugênio destacou o esforço de todos para a aprovação do texto. Ele lembrou que a proposta ainda será apreciada em plenário, “onde teremos todos os partidos convergindo para que as emendas parlamentares tenham execução obrigatória, porém limitadas às prioridades definidas no Orçamento do governo”.
Pedro Eugênio também enfatizou a importância da realização de audiências públicas, “principalmente nesse momento em que a sociedade cobra mais participação, mais informação e mais adequação do Parlamento às necessidades de desenvolvimento de cada local”.

Da LIderança do PT na Câmara

Bancada do PT propõe CPI para apurar propinoduto tucano em São Paulo

 

A Bancada do PT na Câmara vai apoiar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a denúncia de formação de cartel entre empresas para obras e manutenção de equipamentos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em São Paulo, num esquema com dirigentes do PSDB no estado.
As falcatruas geraram desvios de recursos públicos calculados em R$ 577 milhões, durante os governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. “As denúncias são contundentes, há provas materiais da formação de cartel com desvios de cifras milionárias dos cofres públicos”, disse o líder da Bancada, deputado José Guimarães (CE).
A proposta de CPI é do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que coordenará o processo de coleta de assinaturas. Ele lembrou que o Congresso Nacional pode contribuir para esclarecer o que considera como “um dos maiores escândalos da República” – o cartel que fraudou contratos, com plena “conivência dos governos tucanos paulistas”, conforme atestam as denúncias feitas por ex-executivos da multinacional alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça.
Mobilização – Além do mais, disse Teixeira, qualquer iniciativa na Assembleia Legislativa de São Paulo para investigar o PSDB é barrada por uma tropa de choque tucana. Desde que chegaram ao poder, há quase vinte anos, os governos do PSDB em São Paulo têm barrado todas as CPIs que envolvem denúncias contra tucanos. Nunca se instalou uma comissão com essa natureza em São Paulo.
Teixeira acredita que no Congresso as resistências cairiam, já que a sociedade quer esclarecer as denúncias.  “As falcatruas milionárias precisam ser investigadas a fundo, com identificação dos favorecidos, punição e restituição ao erário do valor correspondente ao sobrepreço das obras e do fornecimento de equipamentos”, disse Paulo Teixeira. O parlamentar afirmou ainda que, graças ao superfaturamento, a cidade de São Paulo vive um drama “profundo” na área de transportes públicos. “Esse dinheiro desviado podia ter sido aplicado na melhoria da mobilidade urbana da capital e na construção de escolas e creches”, completou.
No âmbito estadual, o PT/SP quer a abertura de uma CPI na Assembleia para investigar a responsabilidade ou omissão de agentes públicos e políticos do PSDB relacionados às denúncias de formação de cartel. 

Liderança do PT na Câmara

Justiça Eleitoral repassa dados de 141 mi de brasileiros para Serasa

 

Daniel Bramatti, Estadão

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu repassar informações cadastrais de 141 milhões de brasileiros para a Serasa, empresa privada que gerencia um banco de dados sobre a situação de crédito dos consumidores do País. A medida já está em vigor e afeta praticamente todos os cidadãos com mais de 18 anos, que não terão possibilidade de vetar a abertura de seus dados. O acesso foi determinado por um acordo de cooperação técnica entre o TSE e a Serasa, publicado no último dia 23 no Diário Oficial da União.

Pelo acordo, o tribunal entrega para a empresa privada os nomes dos eleitores, número e situação da inscrição eleitoral, além de informações sobre eventuais óbitos. Até o nome da mãe dos cidadãos e a data de nascimento poderá ser "validado" para que a Serasa possa identificar corretamente duas ou mais pessoas que tenham o mesmo nome.

Fonte: wwwsociedadeativa.net

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Deputado quer recompensar denunciantes de corrupção

FELIPE RECONDO - Agência Estado

Os deputados do Distrito Federal encontraram uma fórmula para legalizar a corrupção e estimular, com dinheiro sujo, a cidadania. Um projeto de lei aprovado pela Câmara Legislativa do DF recompensa com o dinheiro desviado o cidadão que denunciar um esquema de corrupção na cidade.

O projeto de iniciativa do deputado Professor Israel Batista (PDT-DF) transfere para a pessoa que denunciar o crime o equivalente a 10% do valor desviado e posteriormente recuperado por via judicial. O denunciante que fizer parte do esquema não poderia receber a recompensa caso denunciasse os comparsas.

Na justificativa, o deputado afirmou que o produto do crime pode fomentar a cidadania e coibir a prática de novos crimes de corrupção.

"Além do efeito de desestimular a prática de crimes contra a administração pública distrital, o presidente projeto tem o mérito de contribuir para estimular a cidadania, na medida em que incentiva a população a fiscalizar e denunciar a prática de crimes que, em última instância, repercutirão na esfera jurídica de cada indivíduo", afirmou o deputado.

A ideia do deputado, mal comparando, seria o mesmo que transferir um carro roubado para o cidadão que denunciar a existência de um esquema de roubo de veículos. A proposta foi encaminhada para a sanção do governador do DF, Agnelo Queiroz.

Há três anos, a mesma Câmara Legislativa do DF foi atingida por denúncias de corrupção. Deputados distritais foram flagrados recebendo propina para apoiar o então governador José Roberto Arruda, que na época era filiado ao DEM.

ACM contrata empresa por R$ 10 milhões sem licitação

 

:

Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) contratou a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam) por R$ 10,2 milhões para implantação do programa Nota Salvador; vereador lembra que a empresa é ligada à administração por onde já passou o titular da Sefaz, Mauro Ricardo Costa, ex-secretário de Finanças de São Paulo; em nota secretário diz que o procedimento "é legal conforme conta na Lei Federal 8.666/93"

5 de Agosto de 2013 às 13:34

Bahia 247

Em tempo de contenção de gastos com a máquina e de busca de aumento da arrecadação tributária, o prefeito ACM Neto (DEM) gasta R$ 10,2 milhões para implantar o programa Nota Salvador, integrante exatamente da reforma tributária sancionada há um mês. Além do gasto elevado, um detalhe chama atenção. A Prefeitura contratou uma empresa paulista para executar a implantação do programa com dispensa de licitação.

O Nota Salvador é um sistema informatizado que será usado pela prefeitura para emissão de notas fiscais eletrônicas (NFS-s) e parcelamento de débitos. Conforme denúncia do site Bahia Notícias com base em publicação do Diário Oficial do Município, não houve concorrência para escolher o grupo de informática que vai prestar "serviços técnicos".

A escolhida para operar o Nota Salvador é a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam), grupo que é controlado pela prefeitura da capital paulista.

O vereador José Trindade (PSL) criticou a medida do prefeito e lembrou que a empresa é ligada à administração por onde já passou o titular da Sefaz (Secretaria Municipal da Fazenda), Mauro Ricardo Costa, ex-secretário de Finanças de São Paulo.

"Não consigo acreditar que em toda a Bahia, em todo o Brasil, não exista outra empresa que possa implantar o sistema que a prefeitura escolheu", disse Trindade.

Em nota enviada ao Bahia Notícia, a Sefaz afirma que a Prodam será responsável por instalar o meio que dará suporte ao Nota Salvador, Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) e Parcelamento Administrativo Tributário (PAT).

"A empresa foi a responsável pela implantação dos referidos sistemas na Prefeitura de São Paulo e sua contratação propiciará um rápido processo de customização para a Prefeitura de Salvador com reflexos positivos na arrecadação municipal", diz o comunicado.

A secretaria ainda garante que a dispensa de licitação é legal, conforme conta na Lei Federal 8.666/93, e alega que a Prodam é uma "entidade integrante da Administração Pública, criada para esse fim específico, em data anterior à vigência da referida Lei". O Nota Salvador promete devolver ao contribuinte 30% do que ele pagar em impostos.

De onde JB tirou o nome para sua empresa de fachada

 

Paulo Nogueira 26 de julho de 2013

Pobre Assas-Paris2, templo do direito francês.

Assas-Paris

Assas-Paris

“A vida pública deve ser e tem que ser vigiada pela imprensa.”

Joaquim Barbosa disse isso ao receber um prêmio do Globo, em março passado.

“Não consigo ver a vida do Estado e de seus agentes e personagens sem a vigilância da imprensa. Na minha concepção, a transparência e abertura total e absoluta devem ser a regra. Não se deve ter mistério para aqueles que exercem a atividade pública que eu exerço atualmente”, acrescentou.

Devia ser assim. Mas é assim?

Vamos aos poucos. Algumas semanas depois, JB usou um avião da FAB para uma viagem inútil à Costa Rica.

Onde estava a imprensa para vigiá-lo no uso abusivo do avião e do dinheiro do contribuinte?

Bem, estava a bordo. Uma jornalista do Globo participou da boca livre da Costa Rica, conforme revelado na ocasião pelo Diário.

E então você vai ler, depois, no próprio Globo: “A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu investigação preliminar para apurar supostas irregularidades no uso de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).”

JB é poupado não apenas pelo Globo como pela Procuradoria da República.

É um jornalismo estranho, e uma estranha justiça.

O vôo de Costa Rica é significativo. Longe de se vigiarem, Globo e JB, na verdade, gozam de uma proximidade cúmplice e nociva para a sociedade.

Desde o prêmio, um filho de JB foi admitido na Globo, para trabalhar no programa de Luciano Huck.

É legal? É.

É imoral? É.

No código de ética dos juízes americanos, está escrito que algum tipo de vínculo pessoal como este que acabou unindo JB e a Globo por um filho desqualifica um magistrado para julgar causas em que a Globo, no caso, seja o réu.

Imaginemos que o processo de sonegação bilionária da Globo na operação dos direitos de transmissão da Copa de 2002 chegue ao STF.

Joaquim Barbosa se declarará impedido?

O código de ética dos juízes americanos também determina que os magistrados dêem as informações requeridas quando surge dúvida em relação a aspectos financeiros de sua vida.

Recentemente, soube-se que JB comprou um apartamento em Miami mediante o uso de uma empresa de fachada para não pagar impostos.

Para os que gostam de curiosidades, a empresa de JB recebeu o nome de Assas por causa da conhecida faculdade de direito de Paris em que ele gastou quatro anos em pós-graduação bancada pelo dinheiro público do brasileiro.

Quatro anos, repito. JB foi um estudante moroso: fez a faculdade de direito em Brasília em sete anos e meio.

O Globo foi atrás de informações sobre o apartamento?

Pausa para rir.

Depois que se soube que o valor da transação registrado no contrato foi zero, o jornalista Luís Nassif enviou uma mensagem ao STF pedindo explicações.

A resposta: “Prezado Nassif, o presidente Joaquim Barbosa não comentará.”

Voltemos a JB na premiação do Globo. (Em si um absurdo pela proximidade que traz a pessoas que devem manter uma distância intransponível pelo bem da sociedade.)

“Na minha concepção, a transparência e abertura total e absoluta devem ser a regra. Não se deve ter mistério para aqueles que exercem a atividade pública que eu exerço atualmente.”

Pausa para rir.

Transparência? Ausência de mistério?

É realmente estranha a noção de transparência de JB. Vale, provavelmente, para os outros.

Com ou sem avião da FAB, mas sempre com vôos bancados pelo contribuinte, Joaquim Barbosa gosta de viajar. Isso, infelizmente, não o faz produtivo.

Em Santa Catarina, com empresários, não deu para ler o processo da Varig, que se arrasta há sete anos

Em Santa Catarina, com empresários, não deu para ler o processo da Varig, que se arrasta há sete anos

Um dia depois de uma manifestação que parou Florianópolis, ele se ausentou de Brasília e foi para Santa Catarina, a convite da Fiesc, associação de empresários locais.

O encontro foi noticiado num site local. Foi memorável a resposta de um leitor.

“Com todo respeito à pessoa do ministro Joaquim Barbosa, mas será que não existem coisas mais importantes a fazer em Brasília? Como por exemplo: Analisar o processo do caso Varig ao qual o ministro pediu vistas. Já são 7 anos de espera, 7 anos de desespero, 7 anos esperando que a justiça seja feita, 7 anos em que os aposentados do Aérus esperam seus salários, 7 anos de humilhação, aposentados sem dinheiro para alimentação, remédio e o mínimo para suas subsistência. Será que isto não é importante para o ministro?”

Clap, clap, clap para o atento leitor.

Fonte  www.diariodocentrodomundo.com.br

Evento solar de grande proporção deve ocorrer nos próximos meses

 

Observações feitas por cientistas estadunidenses indicam que nos próximos quatro meses o campo magnético do Sol deve se inverter totalmente e produzir uma série de efeitos em cascata em todo o Sistema Solar, com possibilidade de mais tempestades geomagnéticas na Terra.

Inversão de polaridade do Sol
Clique para ampliar

Atualmente, estamos praticamente no pico do Ciclo Solar 24, um período caracterizado pela alternância entre a alta e baixa atividade da estrela, que se repete a cada 11 anos. Quando o Sol atinge este momento máximo, seu dínamo interno se auto-organiza e seu campo magnético se inverte.

De acordo com o físico solar Todd Hoeksema, diretor do Observatório Solar Wilcox, da Universidade de Stanford, os polos solares são indicadores bastante precisos dessa mudança e desde 1976 foram registradas três grandes inversões na orientação do campo magnético polar do Sol. Se a sequência for mantida, a quarta reversão deve ocorrer até o final de 2013.

Essa reversão acontece de modo rápido, com o campo magnético polar enfraquecendo até chegar a zero. Em seguida emerge novamente, mas com a polaridade invertida. Segundo Phil Scherrer, também ligado à Stanford, apesar de ser um processo com diversas implicações de grande escala, esse é um evento natural e faz parte do ciclo solar.

A inversão do campo magnético do Sol é de fato um evento de grande magnitude e quando acontece produz ondas de polaridades magnéticas reversas que se deslocam por toda a heliosfera, além da orbita de Plutão.

Consequências
À medida que o Sol gira, seu campo magnético induz uma corrente elétrica de alguns bilionésimos de amperes por metro quadrado que se estende por uma extensa área projetada a partir do equador solar chamada "esteira de corrente". Apesar da intensidade ser pequena, a corrente flui através de uma região de 10 mil km de espessura e milhares de quilômetros de largura.

Durante a inversão de campo magnético, a esteira se torna muito ondulada e na medida em que a Terra orbita o Sol, todo o planeta mergulha para dentro e para fora dessa estrutura, o que pode provocar poderosas tempestades geomagnéticas na Terra.

Inversão a caminho
Os dados registrados pelo observatório Wilcox revelam que os dois hemisférios do sol estão fora de sincronia. Enquanto o norte já mudou de polaridade, o polo sul ainda não apresentou essa reversão, mas segundo Scherrer é apenas uma questão de tempo.

Artes: No topo, concepção artística mostra o Sol e as linhas de fluxo magnético que fluem ao redor da estrela. No vídeo, explicação mais detalhada sobre o processo da reversão e da esteira de corrente. Créditos: Wilcox Solar Observatory, Nasa, Apolo11.com.

APOLO11.COM - Evento solar de grande proporção deve ocorrer nos próximos meses

www.apolo11.com

Criticar o governo, sim. O capitalismo, nunca

 

A tarefa da mídia parece ser separar o povo do povo. De um lado, as nossas ideias, do outro, os vândalos

Por Nirlando Beirão

por Nirlando Beirão — publicado 05/08/2013 09:19

34 comentários e Nenhum comentário

Dá para notar que os protestos de rua estão perdendo a mística, o encanto, para quem está do lado de lá deles – digo, a mídia oligárquica e, por extensão, aquela facção ameba, mais influenciável, da chamada opinião pública. Mais do que perder o fascínio, as manifestações começam a provocar descrença e irritação, como se a explosão espontânea e legítima das massas estivesse sendo agora apropriada por uns grupelhos descabelados de radicais e arruaceiros.

Não tenho mais idade para me regozijar com cenas de depredação, mas me irrita a hipocrisia dos que aplaudiam antes e agora criticam. Tenho até um pequeno, descompromissado palpite, a respeito desse divórcio que se deu entre o momento em que o protesto era uma beleza e o momento em que o protesto passou a ser um horror. Nada melhor, aliás, para balizar essa reviravolta, do que a cobertura, sempre tão isenta, sempre tão imparcial, do jornalismo eletromagnético da Globo e a dos dinossauros de papel.

Meu palpite me diz: enquanto a raiva se voltava contra o governo e os governantes, “essa infâmia de políticos corruptos”, “a dona Dilma”, “a turma do mensalão”, aí o partido da mídia se deliciava. As multidões ululantes vociferavam, justificadamente, contra a péssima qualidade dos serviços públicos, primeiro os transportes, depois a saúde, e a educação, e a segurança, e tudo o mais, se é por aí, ok, perfeito, abaixo os podres poderes, o Estado é o mal maior.

De repente, a agenda parece ter se ampliado. Se é para discutir a indigente situação dos serviços públicos no Brasil, por que não se ocupar também da sofrível – para dizer o mínimo – prestação de serviços privados?

Existe tão grande diferença assim entre o malfadado SUS e certos hospitais particulares onde o paciente é obrigado a pagar fortunas?

As universidades particulares, com suas mensalidades que pesam uma tonelada no bolso, são exemplos da excelência pedagógica de Harvard e de Cambridge?

E os serviços de telefonia, fixa e móvel?

E as filas dos bancos, aquilo lá é um exemplo de respeito ao cidadão?

E as companhias aéreas, com seu sistemático desrespeito ao viajante, sem falar dos golpezinhos que costumam dar em seus sites de contravenção?

Penso na indústria nacional, obsoleta, atrasada, sem nenhuma musculatura física ou criatividade mental para competir no mundo, indústria cujos produtos são um lixo (ressalvo os aviões da Embraer e as sandálias havaianas), incapaz de inovar tecnologicamente (que inveja da Coreia!), sempre queixosa, abúlica, pondo da culpa nos impostos e na infraestrutura.

Ah, e há o espinho que mais dói. Os rebeldes da rua – os que ainda estão aí – insistem em debater também a péssima qualidade da informação que se produz e se veicula no Brasil. Por isso as emblemáticas manifestações à porta da Globo, por isso a saudável insistência em desconfiar do viés partidário e, mais uma vez, eleitoreiro dos veículos que dizem falar em nome do povo.

Nesse Brasil de frases feitas e ideias curtas, o culpado é, tem de ser, sempre o governo e os políticos, mesmo que eles sejam eleitos por nós e mesmo sabendo-se que sem política não há democracia.

A mídia oligárquica nunca foi muito chegada à democracia. Menos ainda ao povo. A tarefa dela, agora, é tentar dizer que há povo e povo. Aquele que manifesta com as ideias das quais a gente gosta deve ser respeitado. Aquele de quem a gente discorda não passa de um bando de vândalos.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

2900 americanos oferecem-se para ir para a cadeia no lugar de Bradley Manning

 

Na petição, cidadãos dos EUA dizem que teriam orgulho de cumprir parte da pena a que o soldado venha a ser condenado, que pode chegar a 130 anos. “Ele fez-nos um favor e, como contrapartida, é minha vontade cumprir parte da sua sentença”, dizem.

Artigo | 5 Agosto, 2013 - 17:23

Peticionários dizem que Manning lhes fez um favor.

Mais de 2900 cidadãos dos Estados Unidos da América assinaram uma petição em que afirmam que se sentiriam honrados e teriam orgulho de servir parte da pena de cadeia a que o soldado venha a ser condenado. Apesar de ter sido absolvido do crime de ajuda ao inimigo, que é punido com prisão perpétua, Bradley Manning, pela soma dos restantes crimes de que foi considerado culpado, que incluem roubo e espionagem, pode ser ainda punido com uma condenação de até 130 anos de cadeia. Mas se a pena fosse dividida por todos os que se oferecem para ir para a prisão no lugar do soldado, daria pouco mais de um mês para cada um.

A petição será dirigida ao Major General Jeffrey S. Buchanan, que vai rever a sentença depois que o juiz militar Coronel Denise Lind tomar a decisão sobre a pena.

É minha vontade cumprir parte da sua sentença”

Os peticionários oferecem-se para cumprir pena, apesar de considerarem que Bradley Manning forneceu ao povo americano informação que o governo não forneceria, e por isso, “ele fez-nos um favor e, como contrapartida, é minha vontade cumprir parte da sua sentença”.

Entre os peticionários há jovens e mais idosos. Um deles, com 68 anos, propõe, “estritamente por motivos práticos, que os voluntários mais velhos vão primeiro. Para mim, seria um privilégio ir em primeiro lugar”.

“Um dia espero que o meu país não se envolva no massacre de civis, como foi mostrado nos filmes que ele divulgou. Ao fazê-lo, fez-nos a todos um favor”, afirma outro peticionário.

Todos sabem que a possibilidade de que seja permitido cumprirem a sentença em nome de Bradley Manning é nula, mas insistem em dizer que são absolutamente sinceros na sua disposição. Seja como for, pretendem demonstrar como valorizam a decisão do soldado de promover a fuga de informação, e acham que a petição pode cumprir um papel de pressão sobre os juízes que decidem a sentença e que vão rever o seu caso.

Fonte: esquerda.net

CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo

Com medo de morrer, Michael Levine dispara: “CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo”

publicado em 5 de agosto de 2013 às 11:56

Arma mortal

por Heloisa Villela, de Nova York, especial para o Viomundo

A CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo.

A imprensa norte-americana, prostituída por acesso ao poder, promove a guerra contra as drogas — que gasta bilhões de dólares sem resultados.

A solução para o problema do tráfico é dar poder às comunidades afetadas pelo comércio e consumo das drogas.

Estas são algumas conclusões de Michael Levine depois de 25 anos de experiência como agente secreto da Agência de Combate às Drogas (DEA) dos Estados Unidos. Norte-americano do Bronx, ele escreveu três livros nos quais conta, em detalhes, todas as operações que poderiam destruir grandes cartéis, mas que foram sabotadas pela CIA, a Central de Inteligência.

Quando não aguentava mais a frustração, Michael Levine escreveu uma longa carta sobre a participação da CIA no chamado “golpe da coca”, na Bolívia, em 1980, que colocou o general Luís García Meza no poder. Michael enviou a carta a dois jornalistas da revista Newsweek. Um deles, Larry Rohter — que mais tarde se tornaria correspondente do New York Times no Brasil e ficou famoso por publicar reportagem difamando o ex-presidente Lula, sugerindo ser um bêbado.

A carta, registrada, foi entregue. Ele guarda até hoje o recibo. Michael passou duas semanas ao lado do telefone, esperando que os jornalistas o procurassem em busca de mais informações. Nada. Na terceira semana, finalmente, o telefone tocou. Era o Departamento de Segurança Interna da DEA, avisando que ele estava sendo investigado.

Daí em diante, Michael se calou, completou os anos de trabalho que faltavam cumprindo tarefas burocráticas e preparando os livros que desnudam a hipocrisia da retórica moralista do governo norte-americano em torno do combate às drogas.

Nos anos em que trabalhou como agente da DEA, Michael Levine gravou conversas, registrou eventos e garante que não escreveu nada de memória. “Não precisei inventar nenhum diálogo”. Nesta entrevista ao Viomundo, ele relembra alguns dos casos que acompanhou de perto. Elogia Mao Tse-Tung e se diz entusiasmado com o nascimento de uma nova imprensa, na internet.

Viomundo – Depois de 25 anos de trabalho na DEA, por que decidiu escrever livros sobre a organização e sobre o trabalho da CIA?

Levine — Quando alguém está jantando às suas custas, você tem que ao menos tomar o café da manhã dele. Ou seja, quando alguém te fere, te prejudica você tem de ferí-lo a qualquer custo. Eu tinha que revidar contra a CIA e contra os burocratas dos EUA para os quais a guerra contra as drogas era apenas uma ferramenta, um instrumento. Eu estava basicamente furioso.

Viomundo — Eles atrapalharam sua vida pessoal um bocado, sem falar o que estavam causando ao país…

Levine — Eles mentem para o mundo. Agentes e policiais com os quais trabalhei deram a vida acreditando no que esses burocratas e políticos nos disseram — e era uma mentira. A guerra contra as drogas nunca foi travada honestamente. Sempre foi um instrumento para outras coisas. Por isso o Evo Morales usou uma cópia do “The Big White Lie”, levantou o livro há coisa de um ano e disse: “É por isso que estou expulsando a DEA do meu país”.

Evo Morales com a tradução do livro de Michael Levine

Viomundo — O que aconteceu com você depois que publicou o livro? Sofreu retaliações?

Levine — Fui ameaçado. Eu escrevi dois livros, “Deep Cover” e “The Big White Lie”, sobre casos de infiltração, quando você vai para outros países, assume outra identidade e corre riscos reais. Pode acreditar, eu tinha medo o tempo todo. Mas gravei tudo. Todos os diálogos que você vai encontrar nos dois livros vêm de gravações. Não tive que inventar. Eu estava equipado o tempo todo. O “Deep Cover” foi publicado primeiro e se tornou um best-seller na lista do New York Times. Eu fui a um importante programa de TV em NY, o Donahue Show, e quando estava no bastidor, na chamada Sala Verde, esperando para ir ao ar, recebi um telefonema do quartel general da DEA.

Não sabia nem como eles tinham descoberto que eu ia aparecer no programa porque tudo foi mantido em segredo até o último minuto. Mas eles sabem… E um dos chefões me disse: “Enquanto estou conversando com você Mike, dez advogados estão debruçados sobre o seu livro, analisando página por página, para ver se podemos indiciar você por algum crime”. Eu disse: se você está tentando me assustar, já conseguiu. Muito mais do que imagina. Mas agora não vou voltar atrás. Foi então que ele disse as palavras “lembre-se do sanduíche de pasta de amendoim com geleia”.

Ele estava falando do Sante Bario, um agente que trabalhou comigo. Ele estava no México quando eu era o encarregado da Argentina, sediado em Buenos Aires. De uma hora para outra, Sante Bario foi preso pelo departamento de assuntos internos da DEA for tráfico de drogas com base no depoimento de um informante. Ele ficou preso em uma pequena cadeia do México, na fronteira dos EUA. Ele estava preso há duas ou três semanas dizendo que tinha sido vítima de uma armadilha, que a acusação era uma mentira, quando deram a ele um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. Ele comeu e caiu no chão com convulsões. Entrou em coma. O primeiro exame de sangue indicou a presença de estricnina. Ele morreu um mês depois.

A autópsia concluiu que ele morreu porque engasgou com o sanduíche. Isso é fato. Você encontra essa reportagem na revista Time com o título “O estranho caso de Sante Bario”. Sante Bario se tornou uma ameaça para todos os agentes do DEA. Se você sair da linha pode terminar com um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. E ali estava eu, logo após publicar o livro “Deep Cover”, com um dos chefões do DEA me lembrando do sanduíche. Então a longa resposta à sua pergunta é: sim, eles me ameaçaram…

Viomundo — Ao mesmo tempo em que foi ameaçado, você teve apoio de pessoas com as quais trabalhou na DEA?

Levine — Algum apoio… Gradualmente, com o tempo, vários vieram me dizer que eu tinha razão, que estava certo. Recebi e-mails deles, esse tipo de coisa. Pouco depois de escrever “Deep Cover”, meu filho era policial em NY e foi morto em uma troca de tiros na rua.

A direção da DEA em NY disse a todos os agentes que não fossem ao enterro do meu filho. Para você ver como estavam furiosos comigo. Mas alguns desobedeceram a ordem e foram ao enterro. Mas sempre tive apoio. Mais tarde, botei isso no You Tube. O chefão da DEA olhou bem para a câmera do programa 60 Minutos, o mesmo programa no qual eu apareci, e disse: “Não existe outra forma de dizer isso. A CIA funciona como um bando de traficantes”.

Não tem prova melhor do que essa. Mas foram necessários vários anos para ele vir a público dizer o que eu já havia dito nos meus dois livros. Acho que você pode dizer que os cabeças da DEA eventualmente concordaram com tudo que eu disse em meus dois livros.

Garcia Meza, “produto” da CIA na Bolívia

Viomundo — Você disse que a guerra contra as drogas era na verdade uma ferramenta para outros objetivos nas mãos dos políticos. Que objetivos?

Levine — Eu volto no tempo até a Guerra do Vietnã. Sou velho assim…

Fui para o Sudeste Asiático com outra identidade e consegui atingir, ou seduzir, o maior traficante de heroína da região. Isso foi no começo dos anos 70 e eles me convidaram para o Golden Triangle, área onde eles tinham uma fábrica. Provavelmente a maior fábrica de produção de heroína do mundo.

Antes da visita, o serviço de inteligência veio me dizer que eu não ia. Anos depois eu fiquei sabendo o motivo. Essas pessoas no sudeste asiático eram nossos aliados no Vietnã e a única maneira de dar apoio a eles era vendendo heroína para o resto do mundo. A CIA tinha que protegê-los para que pudessem ser nossos aliados no Vietnã. É uma escolha política. O contribuinte americano não queria mais pagar por aquela guerra.

Muitos anos depois, quando eu estava em Buenos Aires, me infiltrei na organização do Roberto Suarez [na Bolívia] e cheguei a um ponto em que poderia, literalmente, acabar com a organização. A máfia de Santa Cruz. Eles eram responsáveis pela maior parte da cocaína do mundo. Novamente, como escrevi no livro “Big White Lie” e vou continuar a escrever sobre isso.

A CIA veio e ajudou Klaus Barbie [o nazista que recrutou mercenários na Bolívia para ajudar a colocar no poder o general Luis Garcia Mesa, quando a esquerda venceu as eleições com Siles Zuazo] e os direitistas a derrubarem o governo da Bolívia que ajudou a DEA nessa operação. Então, basicamente, a CIA traiu o povo da Bolívia e não a DEA, como o Evo Morales disse. A CIA decidiu ajudar os traficantes de cocaína porque não eram de esquerda, não eram comunistas. Eles não queriam o risco de ver a Bolívia se tornar esquerdista.

Então, pegaram os traficantes e deram a eles o controle – foi o infame golpe da coca, a primeira vez na história que traficantes de droga tomaram conta de um país. E nessa época eles tinham um programa chamado Operação Condor. Fiz muitos trabalhos no Brasil também nessa época e a Operação Condor era um acordo entre os países do Cone Sul. Minha investigação bateu bem nessa operação. Eles estavam matando as pessoas que eu estava investigando por causa da alegação de que tinham tendências esquerdistas. Era um jogo muito, muito sujo.

Aí você chega a uma operação que eu descrevi no “Deep Cover”. Eu fazia parte de uma equipe infiltrada na operação chamada Trisecta, em três países. Eu fechei um negócio com uma organização chamada La Corporacion, da Bolívia, que no fim dos anos 80 controlava toda a cocaína. Arrumei o envio de 15 toneladas de cocaína através do México. Fiz um negócio, gravado em vídeo, com o exército mexicano, para proteger a droga e deixá-la entrar nos EUA.

Esse acordo está em vídeo, no You Tube, você pode ver. Foi feito com a aprovação do presidente do México que ía ser empossado, Carlos Salinas de Gortari. Gravado em vídeo! Imagine isso. Estamos falando do envio de 15 toneladas de cocaína! Em uma casa luxuosa, de frente para o Pacífico. Temos mapas espalhados sobre a mesa. Estou conversando com o Coronel Jaime Carranza, neto do homem que escreveu a Constituição mexicana, e ele aponta para o mapa, mostra o local onde vamos pousar o avião com a primeira tonelada de cocaína e diz: é aqui que estamos treinando os Contras para a CIA. Esse vídeo foi enviado, naquela mesma noite, para o secretário da Justiça dos Estados Unidos, em Washington e ele, imediatamente, revelou nossa identidade porque telefonou para o ministro da Justiça do México para contar toda a nossa operação. Botei tudo isso no livro.

Viomundo — O milagre é você ainda estar vivo para contar essa história…

Levine — Muitas vezes eu acordo e apenas toco na minha mulher, que amo muito, e digo: Deus, que milagre ainda estar aqui! Quase tenho vontade de chorar. Simplesmente contrariei todas as probabilidades muitas vezes. Mas estou aqui, falando com você.

Viomundo — Você também escreveu sobre a conexão entre a CIA e a epidemia de crack nos EUA.

Levine — Mais uma vez… está tudo no You Tube. Eu era um agente infiltrado e estava trabalhando com a Sonia Atala. Eu era bem jovem, e me puseram com a mulher que o Pablo Escobar chamou de Rainha da Coroa de Neve. A rainha da cocaína.

Mas me puseram com ela porque ela se tornou informante da DEA. E eu tinha que me passar por amante dela. Estávamos viajando juntos e ela começou a me contar sobre algo que havia Bolívia. Uma cocaína que se podia fumar e que era violentamente viciante. Isso foi em 1983. Meu primeiro pensamento foi: isso vai direto pros EUA. E com certeza, um ano depois era o crack nos EUA.

Mas a história que não foi contada é que quem protegeu essa organização, esse envio da droga, e impediu que essa organização fosse desmantelada foi a CIA. Novamente. Esse era o papel deles. Não estavam nem aí se era crack, heroína, cocaína, o que fosse. É o imposto Junky [um dos nomes que se dá a viciados em drogas nos Estados Unidos]. O Congresso não vai pagar pela operação, então a CIA os ajuda a vender drogas para os EUA e para o mundo. Dá apoio à operação. É uma escolha muito simples. Eu fiquei furioso. Perdi um dos meus filhos. Ele foi assassinado por um viciado em crack em uma troca de tiros quando ele tentou impedir um assalto. E aqui temos uma agencia do governo americano, financiada pelos impostos que eu estou pagando, e todo mundo está pagando, e eles estão dando apoio a traficantes de drogas responsáveis pela morte de milhares, se não de milhões de pessoas.

Viomundo – Como explica o que está acontecendo agora no México com essa guerra contra as drogas que já matou mais de 50 mil pessoas? Guerra que está se espalhando para toda a América Central?

Levine — Enquanto os norte-americanos continuarem comprando drogas, enquanto houver um mercado gigantesco para as drogas, o dinheiro continua chegando ao México e é esse dinheiro que provoca essa guerra. A equação é muito simples. Eu escrevi um livro chamado “Fight back” que o Presidente Clinton recomendou que fosse lido por quem trabalha com comunidades com problemas de drogas. Recomendou e deixou em cima da mesa. Não fez nada.

Ele fala como comunidades e bairros podem se livrar das drogas sem esperar pelo governo federal, pela polícia, sem usar balas e armas. É questão de atacar o mercado. Esqueça isso de ir atrás dos traficantes. Isso não funciona. Acho que foi o prefeito de Medellín, na Colômbia, disse, há uns 20 anos, se você matar cada líder de cartel, existem outros cem na fila esperando para pegar o lugar de cada um deles.

Ainda estamos gastando milhões para ir atrás da estrela individual do momento. E hoje em dia eles têm esses nomes: Dr. Morte, Evil. A imprensa tem essa competição para ver quem consegue revelar o pior barão das drogas. É um jogo de tolos. Não é assim que se ganha o jogo. Você pega uma comunidade que quer se livrar das drogas. Eles vão atrás dos usuários da comunidade. Não precisa nem de prendê-los. Basta seguí-los com câmeras. Colocar alguém na esquina com um alto-falante. Isso funciona. São técnicas que funcionam. E o resultado é que os traficantes perdem o mercado.

Viomundo — Então você acredita que é possível acabar com o problema da droga?

Levine — Sim! Leia o “Fight back”. Funcionou para a China, funcionou para o Japão em uma determinada época. A China usou um método semelhante. Quando Mao Tse-Tung tomou o país, havia 70 milhões de viciados em heroína e ópio. Em três anos não havia mais nenhum. As pessoas dizem que ele executou todo mundo. Isso não é verdade. Houve 27 execuções nesse período. Se você comparar isso com os 60 mil mortos no México…

O que realmente funciona é transferir responsabilidade para a comunidade. A comunidade é que é responsável por seus viciados e cria reabilitação e tratamento obrigatórios. É muito humano! Salva a vida dos usuários e salva a comunidade. No livro “Fight Back” eu detalho o que poderiam fazer se quisessem.

Escritórios da DEA no mundo

Viomundo – Você está trabalhando, escrevendo mais um livro?

Levine — Eu e minha mulher estamos trabalhando em um próximo livro. Já temos o primeiro rascunho pronto. Mas quero escrever um livro sobre o Roberto Suarez. Ele talvez tenha sido o maior e menos conhecido traficante de drogas da história. Era da Bolívia.

Viomundo — Você também mencionou o papel da mídia. Contou o que aconteceu quando mandou a carta para Rother e Strasser da Newsweek. Esse Rother é o Larry Rother que depois se tornou correspondente do New York Times no Brasil e chamou o presidente Lula de bêbado?

Levine — Esse mesmo. A única coisa que posso dizer com certeza é que ele recebeu a carta porque mandei certificada. Recebi o comprovante de volta. A carta foi entregue na revista. Ele pode dizer que não leu. Mas recebeu. Foi a história da Bolívia. Mandei a carta de Buenos Aires, onde era attaché. Mandei em papel timbrado da embaixada. Me arrisquei um bocado ao fazer isso. O resto é história…

Viomundo — Em sua opinião, o que acontece com a imprensa norte-americana, eles só checam as informações com representantes do governo? São obedientes?

Levine — Sabe, já participei de vários programas sobre isso. Eles são, basicamente, putas. Se vendem por acesso. Se prostituem por acesso. Querem acesso ao porta-voz da CIA e para conseguir isso não podem escrever nada mais crítico sobre a CIA.

Caso contrário, o acesso é negado. Quer acesso à DEA? Quer saber o que estão fazendo? Quer escrever sua materinha incrementada sobre tráfico de drogas? Melhor não escrever nada muito crítico. Eu escrevi um artigo sobre a mídia. Ganhou todo tipo de prêmio. Meu artigo se chama “Mainstream media, the drug war shills”. Ele faz parte do livro “Into the Buzzsaw”, de Kristina Borjesson. O livro foi muito elogiado pelas pessoas que estudam a mídia. Acho que mostra muito bem como a mídia continua vendendo uma guerra contra as drogas que mata milhões de pessoas, é totalmente sem propósito e não resolve nada.

Viomundo — Como o Plano Colômbia que investiu milhões de dólares no país e no fim, a produção de cocaína dobrou…

Levine — O Plano Colômbia, a Operação Snow Cap… Meu Deus! O Plano Colômbia foi um desdobramento da Operação Snow Cap.

Ação contra as drogas tem objetivos políticos, diz autor

Viomundo — O que foi a Snow Cap?

Levine — Eram as operações paramilitares na Bolívia e no Peru. Militares e agentes do DEA indo atrás dos traficantes na Bolívia e no Peru. O Plano Colômbia foi apenas um desdobramento. Eu conheci basicamente as pessoas mais graduadas do tráfico de cocaína do mundo nos anos 80. Eles achavam que eu era um mafioso meio siciliano, meio portorriquenho, e estavam me vendendo 50 toneladas de cocaína. Eu disse a eles que tinha muito medo de ir para a Bolívia por causa da Operação Snow Cap.

Com todas as tropas, com os militares ali, como vou fazer um negócio desses na Bolívia com todos os militares norte-americanos lá? Meu interlocutor riu! Riu e disse: eles não fazem nada. Andam pra cima e pra baixo. Sabemos o que vão fazer antes deles fazerem. Te garanto que você estará perfeitamente seguro Luis. Esse era meu nome. Ele me chamava de Luis. Repeti essa conversa para os responsáveis pela operação Snow Cap no QG da DEA e eles disseram o seguinte: “Nós sabemos que não funciona, mas já vendemos ao longo do Potomac” [rio Potomac, nas margens do qual fica o poder em Washington], o que significa dizer que a ideia já foi vendida para o Congresso, então é o futuro da DEA que está na corda bamba. Esquece a guerra contra as drogas. O Plano Colômbia é a mesma coisa. É política.

Viomundo — Eles vendem os planos, pegam o dinheiro e precisam fazer de conta que estão fazendo algo…

Levine — Exato. É sempre a mesma coisa. Tem que mostrar estatísticas para provar que os bilhões que você está gastando estão sendo bem gastos.

Viomundo — Você acredita que todos os presidentes que passaram pela Casa Branca nas últimas décadas sabem de tudo isso?

Levine — Eles sabem exatamente. Sabem que o que eu estou te dizendo é fato. Eles também sabem que se virarem e disserem isso ao público durante uma campanha presidencial serão derrubados da Casa Branca. Por que? A grande mídia — os cachorrinhos da grande burocracia formada pela CIA, DEA, etc. – vai perseguir este político.

Viomundo — Como explica então que seus livros tenham sido tão bem recebidos e que você tenha sido convidado para tantos programas de televisão?

Levine — Porque na mídia existem grandes indivíduos que se destacam. Mas a percentagem de jornalistas de verdade é cada vez menor, desde Woodward e Bernstein [os jornalistas do Washington Post que revelaram o escândalo Watergate]. Não se pode comparar a mídia de hoje com a daquela época. Mas você pode dizer que o motivo pelo qual ainda estou fazendo isso tudo é porque continuo procurando pelos Woodwards e Bernsteins.

Viomundo — Você  consegue conversar melhor com os jornalistas que migraram para a internet?

Levine — A internet está crescendo rapidamente e faz com que eu me sinta realmente muito bem porque está se tornando um grande desafio para essa “mídia de tribunal” que se proclama jornalismo. Basicamente, são estenógrafos. É maravilhoso, para mim, ver esse crescimento da internet.

Viomundo — Você acha que o seu trabalho, seus livros e artigos, tiveram algum impacto, produziram alguma mudança?

Levine — Acho que talvez faça alguma diferença. Provavelmente depois que eu tiver morrido. Eu não sei. A gente nunca sabe. E por isso é que continua fazendo. Alguém como eu… eu cresci tendo que lutar por tudo que conquistei. Sou inclinado a isso, a brigar, não importa a consequência. E morrer brigando. É o que pretendo fazer.

Viomundo — Então nos conte um pouco dessa infância…

Levine — Cresci no South Bronx (em Nova York), em um bairro péssimo. Meu irmão se viciou em heroína aos 15 anos. Nosso pai nos abandonou quando nós éramos muito, muito pequenos. Praticamente, cresci nas ruas do Bronx. Me alistei no exército para acertar a minha vida. E realmente funcionou. Me tornei lutador de boxe, peso pesado, fiz artes marciais, o que foi outra influência importante, que ajudou a manter o equilíbrio na minha vida.

Aos 19 anos, no exército, eu me meti em uma briga com outro militar por causa de um chapéu de 3 dólares. Ele explodiu, sacou a arma, encostou na minha barriga e puxou o gatilho. A arma falhou. Talvez tenha sido a melhor coisa que já me aconteceu porque aprendi a sabedoria de um antigo ditado árabe que diz que qualquer momento é o momento certo para morrer.

Levei isso comigo para sempre. Agora, não perco mais tempo. Vivo cada momento até o limite, curto e saboreio. Logo depois disso decidi usufruir de tudo que a vida poderia me oferecer antes que eu morresse o que poderia acontecer a qualquer momento. E não havia melhor maneira para um menino pobre do Bronx viver toda essa adrenalina e excitação do que como um agente secreto infiltrado. Foi o que me propus a fazer e fiz. De resto…

Fonte: www.viomundo.com.br

“Pobre estudar medicina é uma afronta para a elite”, diz médico formado em Cuba

 

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José Coutinho Júnior, via Página do MST

A elitização do ensino de medicina no Brasil é um obstáculo para jovens de baixa renda entrarem nas universidades e se formarem. Já os problemas nas provas de revalidação do diploma dificultam o exercício da profissão em território nacional pelos brasileiros que conseguiram se formar no exterior.

“Quem estuda medicina em nosso país são os filhos das elites, em sua maioria. É uma afronta para a elite um negro, um pobre, um trabalhador rural, filho de Sem Terra estudar medicina na faculdade, principalmente pelo status conferidos por essa profissão”, afirma Augusto César (foto), médico brasileiro formado em Cuba e militante do MST.

Estudo do Ministério da Educação (MEC) aponta que 88% dos matriculados em universidades públicas de medicina estudaram em escolas particulares no ensino fundamental e médio. Os programas do governo de acesso à universidade, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), ampliaram o acesso, mas ainda não conseguiram universalizar e democratizar a educação.

“A maioria das pessoas que entram na universidade pública para cursar medicina tem dinheiro para fazer um bom cursinho ou estudou o tempo todo numa escola particular. Claro que há exceções, mas o ensino de medicina do nosso país é altamente elitizado”, acredita Augusto.

“A maior parte das pessoas que tem acesso às escolas de medicina são de classe média e classe média-alta. Um pobre numa universidade particular não consegue se sustentar pelo alto preço das mensalidades. Sem contar que hoje temos mais universidades privadas do que públicas na área da saúde, dificultando ainda mais o acesso”, diz a médica formada em Cuba Andreia Campigotto, que também é militante do MST.

Revalidação

A necessidade dos médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros passarem por uma prova para verificar se estão capacitados a exercer a profissão é um tema frequentemente pautado pela comunidade médica brasileira.

Independentemente do curso, todos os estudantes brasileiros que realizam um curso fora do país precisam passar por uma revalidação do diploma. No entanto, há falhas nesse processo no caso da medicina.

Um dos principais problemas é que não existe um padrão para o conteúdo dessas provas. Cada universidade federal pode abrir sua prova de reconhecimento de títulos no exterior. Com isso, o conteúdo não é uniforme.

Além disso, o custo dessas avaliações é alto. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cobra uma taxa de inscrição de R$1.172,20. Outras universidades pelo país têm preços similares.

Preconceito

“As provas são injustas, porque têm um nível de médicos especialistas, e não de ‘generalistas’, que é o que somos após nos graduar. Isso causa uma desaprovação considerável dos estudantes que vem de fora”, acredita Andréia.

“O que a categoria médica não divulga é que 50% dos estudantes da USP reprovaram na prova feita pelo Conselho de Medicina de São Paulo. Foi uma prova para médico generalista, muito mais fácil que a de revalidação”, revela.

Para Andréia, há um “grande preconceito” por parte dos profissionais brasileiros em relação aos médicos formados em outros países, o que cria um entrave para a revalidação dos diplomas.

“Seria justo se os profissionais que se formam no Brasil fizessem as mesmas provas que nós, para ver se realmente se comprova uma suposta má formação de nossa parte, bem como discursa a categoria médica brasileira”, observa.

Os dois médicos defendem a realização de uma avaliação dos conhecimentos dos profissionais graduados no exterior, mas destacam que as provas atuais não cumprem esse papel, porque não são aplicados testes adequados para auferir o conhecimento.

“As provas teóricas e práticas atuais não levam em conta as complexidades. Seria muito melhor colocar esse médico para trabalhar sob um tutor e, a partir daí, se instaurar uma avaliação rigorosa e permanente. Mas isso não tem sido pensado”, pontua Augusto.

Formação

A concepção de medicina ensinada nas universidades impede também que os estudantes vejam a luta pela saúde além do tratamento de doenças.

“Nas universidades de medicina, só se vê doença. Não se fala em saúde. Como você pode lutar pela saúde se só vê doenças? Também é saúde lutar pelo direito à cidade e por um sistema público de saúde de qualidade”, destaca Augusto.

De acordo com o militante, a concepção de saúde deve ultrapassar uma formação técnica. “O médico deve exercer a medicina a favor da construção de um país mais saudável, sem esperar que as pessoas ou uma comunidade adoeça para depois intervir sobre ela, pois é o modo de vida que vivemos que gera as doenças do país”, defende.

Andreia quer se tornar professora de medicina para colaborar para a mudança da forma de ensinar das universidades. Ela se classificou na primeira fase do concurso para lecionar na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Segundo ela, o campo da educação deve ser ocupado por aqueles que querem democratizar a educação. “Precisamos formar profissionais com um novo perfil, realmente voltados para atender o povo, para se fixar nos locais de difícil acesso, não só nos grandes centros como hoje. É um campo interessante de atuação”.

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Augusto César e Andreia Campigotto, ambos formados em medicina em Cuba, destacam as diferenças nos métodos de formação utilizados na área da saúde brasileira e cubana.

“Medicina cubana ensina a atender o povo com qualidade e humanismo”, afirma militante

José Coutinho Júnior, via Página do MST

A saúde no Brasil tem sido tema de grandes debates nas últimas semanas, provocados tanto pelas manifestações das ruas, que exigem melhoras e mais investimentos na área, quanto pelas propostas recentes do governo em trazer médicos de outros países para trabalhar em regiões mais carentes.

Essas propostas, assim como a obrigação dos estudantes de universidades públicas em cumprir dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS), tem sido alvo de fortes críticas das associações de médicos, que afirmam que essas não seriam as soluções para os problemas.

A Página do MST conversou com Augusto César e Andreia Campigotto, ambos militantes do Movimento e formados em medicina em Cuba, sobre o tema.

Nascido em Chapecó e com 25 anos de vida, Augusto César ainda não exerce a profissão. Está estudando para fazer a prova de revalidação do diploma cubano e, assim, poder atuar no Brasil. Quando conseguir seu registro, pretende trabalhar na área rural, atendendo os Sem Terra e os assentados da Reforma Agrária.

Andreia Campigotto tem 28 anos e nasceu em Nova Ronda Alta (RS). Trabalha em Cajazeiras, no sertão paraibano, como residente em medicina da família em uma unidade básica de saúde, que atende uma comunidade de 4 mil pessoas.

Formato

O curso de medicina cubano dura seis anos. Para estudantes de outros países, ele se inicia na Escola Latino-americana de Medicina, localizada em Havana. Depois de um período inicial de dois anos, os estudantes são enviados para as diversas universidades do país. Augusto e Andreia foram para a universidade da província de Camagüey.

O curso de medicina cubano não se difere muito do brasileiro, do ponto de vista curricular.

“Os dois primeiros anos trabalham com as ciências médicas. Estudamos fisiologia humana, anatomia humana e desde o primeiro ano temos contato com os postos de saúde. Quando somos distribuídos para as universidades, vivenciamos o sistema público de saúde. Comparado com o Brasil, o nível teórico é igual, mas o nível de prática é maior”, afirma Augusto.

“Um estudo do governo federal mostra a compatibilidade curricular dos cursos de medicina de 90% entre Brasil e Cuba. Então, não há grandes diferenças teóricas”, conta Andreia.

A diferença principal entre os dois cursos está na concepção de medicina e de saúde na formação dos médicos. “O curso brasileiro é voltado para as altas especialidades. Tem essa lógica de que você faz medicina, entra numa residência e se especializa. Já em Cuba o curso se volta à atenção primária de saúde, para entendermos a lógica de prevenção das doenças e o tratamento das enfermidades que as comunidades possam vir a ter”, diz Augusto.

Em contrapartida, “saúde” e “medicina” no Brasil são sinônimos de pedidos de exames e tratamento com diversos medicamentos, calcados em sua maioria na alta tecnologia. Com isso, a medicina preventiva fica em segundo plano, alimentando uma indústria baseada na exigência destes procedimentos.

“No Brasil, temos uma limitação na formação do profissional, pois ela é voltada ao modelo hospital acêntrico, que pensa só na doença e no tratamento. Em Cuba isso já foi superado. Lá eles formam profissionais para tratar e cuidar com qualidade, humanismo e amor cada paciente; aprendemos de verdade a lidar com a saúde do ser humano”, analisa Andreia.

Ela destaca que os médicos formados na ilha são capazes de atender a população sem utilizar somente a alta tecnologia, condição que não necessariamente limita um atendimento com qualidade à população que mais carece.

“É mais barato fazer promoção e prevenção de saúde. No entanto, isso rompe com a ditadura do dinheiro. Com isso, os médicos aguardam o paciente ficar doente para pedir um monte de exames e dar um monte de medicamentos”, afirma Augusto

De acordo com ele, essa estrutura fortalece o complexo médico-industrial, que se favorece sempre que há alguém internado ou que precise tomar algum medicamento.

“Não negamos a necessidade de medicamentos e equipamentos, porque precisamos dar atenção a esse tipo de paciente. Mas não precisamos esperar que todas as pessoas fiquem doentes para começar a trabalhar a questão da saúde”, acredita Augusto.

Crescimento da produção industrial mostra que economia está no rumo certo

 

Com alta de 1,9% em junho frente a maio, a produção industrial brasileira, divulgada na quinta-feira (1º) pelo IBGE, se recuperou da retração de 1,8% do mês anterior.  Os dados projetam cenário de longo prazo positivo e já ensejam a revisão de previsões para o PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos no País). Na comparação com junho de 2012, o crescimento foi de 3,1%, acima do esperado. No semestre, a alta é de 1,9%, resultado considerado bom, principalmente porque foi puxado pela forte expansão dos investimentos.
Os dados positivos foram puxados, sobretudo, pelo segmento de bens de capital, que é indicador do grau de investimento. Na variação mensal, a alta foi de 6,3%. Já na comparação entre junho deste ano e o mesmo mês de 2012, o grupo disparou 18%, sustentando a alta de 3,1% do total da indústria no período. Outros destaques foram máquinas para escritório (11,4%) e o setor farmacêutico (8,8%).
O aumento na importação de bens de capital - vale dizer, máquinas e equipamentos necessários para ampliar a produção das indústrias, é vital para a economia, destacou o  deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). Para ele, a importação de bens de capital sustenta um aumento importante da produção industrial e é sinal inequívoco de expansão dos investimentos e de retomada do crescimento econômico. “O fato é que, mesmo com solavancos, em razão da crise econômica mundial, estamos numa escalada de crescimento, com geração de empregos e renda”, disse.
O parlamentar observou que, a despeito da crise nas economias industrializadas e do negativismo espalhado por setores da mídia brasileira, o Brasil tem mostrado vigor econômico. “Com a presidenta Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega no comando da economia, mostramos que estamos no rumo certo, com controle da inflação e crescimento”.
Devanir criticou a abordagem da mídia brasileira sobre temas econômicos, já que se pauta por uma agenda catastrofista, com motivos políticos e eleitorais bem claros, sem se incomodar com a realidade dos números. “Quem vê certos “analistas” brasileiros pode ter a impressão de que o mundo vai acabar”, ironizou.
O parlamentar petista está otimista com a evolução do quadro econômico e acredita que mesmo o mais cético “analista” terá que refazer seus cálculos sobre o crescimento da economia brasileira.

PT na Câmara

As provas do esquema vêm aí

 

MP receberá documentos que deverão detalhar movimentações de beneficiários do esquema montado para desviar recursos do Metrô e trens de SP. Há indícios de uso de paraísos fiscais e fundações em Liechtenstein para ocultar rastros da propina
Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas

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O Ministério Público espera a chegada de uma nova leva de documentos da Suíça para avançar nas investigações de superfaturamento e outras irregularidades cometidas por autoridades e servidores públicos no esquema montado por empresas da área de transporte sobre trilhos durante os sucessivos governos do PSDB em São Paulo. Havia mais de três anos que o MP paulista tentava obter esses documentos. Para conseguir a autorização para receber a papelada, foram necessários um pedido da Justiça Estadual, outro do governo federal, por meio do Ministério da Justiça, e do aval das autoridades suíças.
Na última semana, a empresa alemã Siemens forneceu às autoridades brasileiras papéis em que afirma que o governo de São Paulo teve conhecimento e deu sinal verde para a formação do cartel para licitações de obras do Metrô e dos trens metropolitanos. De acordo com a multinacional, o governo avalizou o conluio entre as empresas para a partilha da Linha 5 do Metrô. As provas da negociação seriam os diários apresentados pela Siemens, uma das empresas participantes do cartel, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Siemens também confirmou, conforme antecipou ISTOÉ, que os acertos começaram em 2000, durante o governo de Mário Covas, e que acordos permitiram ampliar em 30% o preço pago por licitações para manutenção de trens da CPTM.

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As investigações tendem a avançar ainda mais nos próximos dias. No material aguardado pelos promotores encontram-se documentos sigilosos relativos ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo Covas. O MP espera ter mais elementos sobre suas movimentações financeiras no país europeu e os rastros que comprovam os caminhos percorridos pelo dinheiro detido na Suíça – que soma mais de US$ 1 milhão e foi congelado a pedido das autoridades do Brasil e da Suíça. Marinho já é alvo de denúncia judicial do MP paulista. Munido de um primeiro lote de documentos enviados pela Suíça, o Ministério Público não tem dúvidas de que os valores movimentados por Robson Marinho são fruto de propina paga pela Alstom. Segundo o MP, ele recebia o dinheiro ilegal em uma conta facilmente identificada antes de transferi-lo a uma empresa de fachada. Os documentos que chegarão nos próximos dias às mãos do MP poderão comprovar e reforçar essa versão.
Outro fato que o Ministério Público tentará esclarecer por meio dos novos documentos vindos da Suíça é se a Alstom usou, além de empresas em paraísos fiscais, fundações em Liechtenstein para ocultar os rastros da propina paga a servidores, autoridades e políticos do PSDB paulista. Essa prática já foi identificada em subornos a autoridades de outras nações pelo mundo. Segundo especialistas em crime financeiro, ela consiste, num primeiro momento, em abrir no Principado de Liechtenstein, localizado no centro da Europa, encravado nos Alpes, entre a Áustria e a Suíça, uma fundação filantrópica ou de sucessão familiar. Depois, na condição de procurador da fundação, o responsável pela lavagem do dinheiro cria uma conta na Suíça para receber doações de consultorias de fachada e repassar as quantias aos destinatários da propina.

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A documentação prestes a desembarcar no País envolve transações financeiras e depoimentos prestados por executivos da companhia francesa Alstom, flagrada ao usar a Suíça para movimentar valores e efetuar pagamentos de propina a políticos, servidores e lobistas de diferentes regiões do mundo para ganhar licitações, como as concorrências das linhas de trem e metrô no Estado de São Paulo. Além de ajudar nas investigações em andamento, as informações vindas da Suíça ganham mais peso no momento em que a multinacional alemã Siemens – em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos – denuncia ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e ao Ministério Público como ela e outras gigantes do setor, como também a Alstom, formaram uma máfia para vencer, com preços superfaturados, certames para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo. Para isso, contavam com a anuência de servidores e políticos do PSDB paulista, há quase duas décadas no poder.
Também na última semana, as denúncias sobre a formação de cartel para vencer licitações na área de transportes sobre trilhos no Brasil fizeram uma nova vítima no alto escalão da Siemens. O executivo Peter Löscher, que assumiu a presidência mundial da empresa há seis anos para moralizá-la, foi demitido na quarta-feira 31. De acordo com o jornal alemão “Deutsche Welle”, a queda dele, oficialmente creditada aos resultados fracos da empresa, tem como pano de fundo as denúncias no Brasil. Segundo revelou ISTOÉ, apenas em 16 contratos relativos a seis projetos, o cartel que operava nos trilhos paulistas deixou um prejuízo de RS 425,1 milhões ao erário. Para vencer licitações em São Paulo, multinacionais integrantes do esquema teriam pago propinas entre 5% e 7,5% do valor total dos contratos. As revelações publicadas por ISTOÉ levaram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a sair da inércia. Na terça-feira, segundo fontes próximas a ele, Alckmin reuniu-se com dirigentes do Metrô e da CPTM. No encontro, exigiu que eles dessem respostas públicas sobre irregularidades nas licitações. Na quinta-feira 1º, a pedido de Alckmin, funcionários citados nas denúncias de ISTOÉ foram chamados para dar explicações na Corregedoria-Geral do governo de São Paulo. Na segunda-feira 5, dirigentes das duas estatais também devem prestar esclarecimentos aos promotores. Na Assembleia Legislativa paulista, o pedido para a abertura de CPI já contabilizava 25 assinaturas na sexta-feira 2. São necessárias 32. “Precisamos saber os nomes dos agentes públicos envolvidos no esquema e quanto, de fato, foi desviado. Por isso, justifica-se uma CPI”, defende o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT).

Fotos: Renato Ribeiro Silva/Futura Press; tÉrcio teixeira/Folhapress; Tércio Teixeira/Folhapress
Foto: Alexander Hassenstein/Getty Images