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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Danny Glover denuncia ação dos EUA e Canadá contra a economia venezuelana


247, com AVN - O ator e ativista americano Danny Glover apontou que governos como os Estados Unidos (EUA) e o Canadá estão por trás do agravamento do cerco econômico contra a Venezuela.

"As corporações governam o mundo, ditam a política, podem até criar uma crise cambial que desestabiliza as economias", disse Glover à agência de notícias RT.

Ele ressaltou que esses países têm interesses na indústria de mineração e petróleo do país latino-americano.

Ao mesmo tempo, criticou as sanções impostas pelos EUA contra a Venezuela, considerando-as como "um plano que afeta apenas o povo e põe em risco os ganhos alcançados pela Revolução Bolivariana nos últimos 20 anos".

"Tomam bilhões de dólares, que legitimamente pertencem aos venezuelanos, impõem sanções para que eles não possam usar seu próprio dinheiro e recursos, e então você vem salvá-los", disse Glover.

A Venezuela é vítima de uma agressão imperial que procura instalar um governo a serviço dos interesses da Casa Branca.

Nas últimas semanas, diversos fatores tentaram forçar a entrada da suposta "ajuda humanitária" e justificar uma agressão militar, que as autoridades legítimas rejeitaram categoricamente.

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/383806/Danny-Glover-denuncia-a%C3%A7%C3%A3o-dos-EUA-e-Canad%C3%A1-contra-a-economia-venezuelana.htm

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Sondagem 247: para 90%, militares devem evitar submissão do País aos EUA



247 - Uma nova sondagem feita com a comunidade 247, com 2,4 mil votos de assinantes solidários e membros do canal no YouTube até 17h50 desta quinta-feira 29, aponta que a grande maioria prefere que o grupo militar que cerca Jair Bolsonaro impeça que o Brasil seja submisso ao governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump. Apenas 10% votaram a favor de o Brasil ser submisso à política externa estadunidense.

A pesquisa foi publicada na aba "comunidade" do canal da TV 247 depois que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, bateu continência para John Bolton, Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, demonstrando que o vê com superioridade. Bolsonaro recebeu Bolton em sua casa nesta manhã, onde o assessor chegou por volta das 7h.

Integrantes das duas equipes participaram da conversa, que abordou Venezuela e Cuba, além da presença comercial chinesa na América Latina. Desde que foi eleito, Bolsonaro tem demonstrado não só apoio, mas subserviência aos EUA. Trump foi o primeiro presidente a parabenizar Bolsonaro após as eleições de outubro e pode até vir à sua posse.

"O Brasil deve dizer não ao imperialismo americano. Imperialismo que mais causou e ainda muitas desgraças e guerras no mundo todo", comentou na enquete Antonio Mollaco, que votou a favor da interferência do grupo militar. Já Maria Julita Guerra Ferreira, que deu o mesmo voto, diz ter escolhido esta opção, mas não concorda com nenhuma, pois para ela "a população brasileira deve exigir a defesa da soberania nacional".

Apesar de também ter votado contra a subserviência de Bolsonaro, Emilson Machado alerta: "não devemos esperar dos militares qualquer manifestação pois os mesmos já demonstram estar alinhados com a política externa dos EUA. É só observar a entrega do pré sal e a prisão sem provas do Lula. O que deve haver é uma forte reação dos partidos políticos de esquerda, dos movimentos sociais, dos democratas em geral a essa submissão aos EUA que sinaliza Bolsonaro".

Joyce Camargo, parte dos 10% do resultado da pesquisa, discorda da aposta nos militares para impedir tal gesto a favor de Trump. "Não tem quem possa impedir a estupidez dos bolsonazis. Nem forças armadas com culhão pra isso. O golpe segue desenfreado e o grito dos silenciosos não nos deixa dormir", lamenta.

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/376395/Sondagem-247-para-90-militares-devem-evitar-submiss%C3%A3o-do-Pa%C3%ADs-aos-EUA.htm

terça-feira, 27 de novembro de 2018

O guardador de carimbos que representará o o governo do Bolsonaro e não “Povo Brasileiro Bom e Honesto”

Futuro chanceler ataca marxismo, PT, universidades, mídia, 'ideias anticristãs' e a ONU

Fotos: ABr

247 - O diplomata Nélson Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, escreveu artigo publicado no começo da noite desta segunda-feira (26) no qual ataca o marxismo, o PT, as universidades, a mídia, as "ideias anticristãs" e mais "o alarmismo climático, o terceiro-mundismo automático, a adesão às pautas abortistas". O Itamaraty foi duramente criticado e até a própria Organização das Nações Unidas (ONU), fórum por excelência da diplomacia mundial

No texto, publicado no jornal Gazeta do Povo (aqui) ele reagiu de maneira agressiva às críticas ao anúncio de seu nome, em 14 de novembro. A reação no Itamaraty foi de escândalo pelo fato sem precedentes de um diplomata júnior ser alçado à condição de ministro das Relações Exteriores. Araújo foi promovido há poucos meses a ministro de primeira classe e chefia o Departamento de Estados Unidos e Canadá, um cargo de terceiro escalão. "Algumas pessoas gostariam que Jair Bolsonaro tivesse escolhido um chanceler que saísse pelo mundo pedindo desculpas. Jornalistas estão escandalizados, colegas diplomatas estão revoltados" -escreveu na abertura do artigo.

Segundo o futuro chanceler, sua meta é extirpar das relações internacionais brasileiras "a ideologia do PT", o que incluiria acabar com a "transferência brutal de poder econômico em favor de países não democráticos e marxistas", como a Venezuela -desconsiderando que a política externa brasileira é de Estado, e não de governo e que mantinha uma consistência histórica desde a década de 1970, interrompida apenas pelo golpe de 2016.

Depois de afirmar que "no idioma da ONU é impossível traduzir palavras como amor, fé e patriotismo", Araújo defendeu um "mandato popular" no Itamaraty, sinalizando uma ideologização sem precedentes nas relações internacionais do Brasil. O ataque à ONU está em linha com aquela que é a grande referência global do futuro governo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ataca as Nações Unidas com grande frequência.

"Você se satisfaz com o que escutou de sua professora de História numa aula do ensino médio, nunca mais estudou nada sobre marxismo ou qualquer outra corrente ideológica, e agora vem pontificar e tentar me dizer o que é ou o que não é ideologia? Os marxistas culturais de hoje dizem que o 'marxismo cultural' não existe e você acredita, simplesmente porque não tem os elementos de juízo e o conhecimento necessário", escreveu o futuro ministro, deixanod mais uma vez claro que chegará ao Itamaraty disposto a causar crises, em vez de aplacá-las.

Araújo critica que a ideologia marxista tenha penetrado "insidiosamente na cultura e no comportamento, nas relações internacionais, na família e em toda parte", com o objetivo de controle social.

Há um aspecto particularmente grave no artigo, pois o futuro ministro indicou de maneira mais ou menos explícita que haverá uma caça às bruxas e um tempo inédito de perseguições políticas no Itamaraty: "Se você repudia a 'ideologia do PT', mas não sabe o que ela é, desculpe, mas você não está capacitado para combatê-la e retirá-la do Itamaraty ou de onde quer que seja. Ao contrário, você está ajudando a perpetuá-la sob novas formas. Se a prioridade é extrair a ideologia de dentro do Itamaraty, não lhe parece conveniente ter um chanceler capaz de compreender a ideologia que existe dentro do Itamaraty?".

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/376147/Futuro-chanceler-ataca-marxismo-PT-universidades-m%C3%ADdia-'ideias-anticrist%C3%A3s'-e-a-ONU.htm

domingo, 15 de abril de 2018

Opinião: EUA atacaram Síria porque não suportam derrota de 'seus' grupos terroristas

 

REUTERS / SANA

Para o analista político Basem Tajeldine, o ataque conjunto realizado neste sábado pelos EUA, Reino Unido e França contra a Síria teve lugar porque essas potências "não suportam a derrota" de "seus" grupos terroristas que operam em território sírio, onde os extremistas "praticamente foram eliminados"; ele avalia ainda que os Estados ocidentais, com ajuda de seus meios de comunicação, "são muito bons" em "construir 'shows' mediáticos e manipular a informação"

14 de Abril de 2018 às 19:15 // Inscreva-se na TV 247 Youtube

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Sputnik - Especialista político explica que razões estão por trás do recente ataque lançado pelos EUA e seus aliados contra a Síria. O ataque conjunto realizado neste sábado pelos EUA, Reino Unido e França contra a Síria teve lugar porque essas potências ocidentais "não suportam a derrota" de "seus" grupos terroristas que operam em território sírio, onde os extremistas "praticamente foram eliminados", opina o analista político Basem Tajeldine.

O especialista supõe que o bombardeio contra Damasco "não é justificado" e "não há provas" do suposto ataque químico levado a cabo na semana passada na cidade síria de Douma (Ghouta Oriental) e que Washington e seus aliados usaram-no como pretexto para atacar o país árabe.

Ao mesmo tempo, ele afirma que os Estados ocidentais, com ajuda de seus meios de comunicação, "são muito bons" em "construir 'shows' mediáticos e manipular a informação", justificando, assim, sua agressão.

"A melhor explicação deste bombardeio é a reação desesperada dos EUA" que tentam "apoiar os grupos terroristas derrotados", violando o direito internacional e o raciocínio, afirmou.

'Falsos argumentos para justificar o ataque'

Tajeldine sublinha que o ataque aéreo contra Síria se realizou na véspera de a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) iniciar sua investigação sobre o suposto ataque químico na cidade síria de Douma.

EUA e seus aliados "déspotas" têm "estado utilizando falsos argumentos para agredir a Síria" e planejavam fazer com este país o que já fizeram com a Líbia e o Iraque, assegurou.

No entanto, o especialista político está seguro que eles "subestimaram" o apoio prestado a Damasco pelo Irão e pela Rússia, sendo que os EUA e seus aliados europeus não conseguiram atingir todos os alvos que planejavam afetar. 

Para concluir, o analista indica que a única forma como a Síria pode dissuadir e deter este tipo de agressões por parte de "assassinos" como o imperialismo é "armar-se como o fazem o Irã ou a Coreia do Norte, apesar das críticas que têm que enfrentar".

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/351254/Opini%C3%A3o-EUA-atacaram-S%C3%ADria-porque-n%C3%A3o-suportam-derrota-de-'seus'-grupos-terroristas.htm

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ou o Brasil acaba com Eduardo Cunha ou Eduardo Cunha acaba com o Brasil

 

O casal Cunha

O casal Cunha

Ou o Brasil acaba com Eduardo Cunha ou Eduardo Cunha acaba com o Brasil.

É inacreditável, é intolerável, é ultrajante para todos os brasileiros o que ele vem fazendo para rebaixar o país ao nível de uma republiqueta.

O depoimento hoje do ex-relator da Comissão de Ética que pode – enfim – determinar sua cassação, Fausto Pinatto, é estarrecedor. Mas não surpreendente, dado que não é o primeiro nessa direção.

Pinatto disse que teve medo de morrer.

“Fui abordado em aeroporto, o meu motorista foi abordado, recebi alguns recados em aeroporto de pessoas desconhecidas. Sofri todo tipo de pressão que você pode imaginar”, disse em entrevista à imprensa. “Falaram para pensar na minha família, que eu tinha filho pequeno, filha pequena, irmão pequeno.”

Pinato afirmou fez um boletim de ocorrência confidencial na Secretaria de Segurança de São Paulo. A família, disse, passou a se locomover num carro blindado. Um policial militar foi destacado para dormir em sua casa para protegê-lo e à família.

Isso tem um nome: terrorismo.

Depoimentos de delatores da Lava Jato contaram a mesma história. Nos vídeos das delações, era visível o pavor deles ao falar em Eduardo Cunha. As ameaças sempre incluíam as famílias.

E com tudo isso, e mais as provas acachapantes despachadas pelos suíços para as autoridades brasileiras, Eduardo Cunha continua de mãos livres para cometer suas barbaridades.

É evidente que ele deu um jeito de se livrar de Pinatto, que a esta altura deve estar dando graças a Deus por não mais comandar um processo que poderia e deveria dar na cassação de Eduardo Cunha.

Já são mais de dois meses em que todo o Brasil sabe o que fez e do que é capaz o presidente da Câmara dos Deputados, o terceiro cargo na hierarquia nacional.

E nada.

Ele está obstruindo os trabalhos da Comissão de Ética à frente de 200 milhões de brasileiros para escapar dos crimes que cometeu.

E nada.

Janot, Moro, o ministro da Justiça – ninguém é capaz de dar um basta? Você tem aí o confronto do esperto, Cunha, contra os tolos, os tíbios, os fracos, como os listados acima. Cunha tem, a seu favor, a mão amiga e cúmplice de políticos despudorados como Aécio, Serra, FHC e outros tantos da oposição.

Quem perde, nisso tudo, é a sociedade.

Um jornalista expressou hoje no Facebook o que é um sentimento amplamente espalhado hoje pelo país.

Ele propôs que Eduardo Cunha ficasse com tudo – a começar pelo dinheiro que roubou dos brasileiros, e continuando pelo cargo. “Mas devolva o Brasil”, acrescentou o jornalista.

Cunha sequestrou o Brasil. Transformou o país numa versão de Chicago dos anos de Al Capone.

Ninguém mais poderá alegar surpresa se algum opositor seu aparecer morto. Ameaças, se não são fortemente reprimidas, terminam em realidade, num momento ou em outro.

Quem ameaça uma família, e duas, e três, é porque pode sim dar o passo seguinte.

Eduardo Cunha tem que sofrer uma punição exemplar – e para ontem – por tudo de mal que vem fazendo ao país.

Tem que ser cassado e preso já. E tem que ser exposto em praça pública para que a sociedade saiba o que acontece com quem desce aos abismos morais a que ele rebaixou a si próprio – e ao Brasil.

É como se o Brasil estivesse acorrentado aos pés de Eduardo Cunha.

E então repito.

Ou o Brasil acaba com Eduardo Cunha ou Eduardo Cunha acaba com o Brasil.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

Paulo Nogueira

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Lula denuncia “golpe explícito” contra Dilma

 

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9 de Dezembro de 2015 às 16:25

247 – O ex-presidente Lula denunciou nesta quarta-feira 9, de Berlim, na Alemanha, uma "tentativa de golpe explícito" contra a presidente Dilma Rousseff no Brasil e chamou a votação de ontem para a formação da comissão do impeachment – cheia de manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "afronta jamais vista no País".

Para explicar a crise política no Brasil, Lula resgatou o fato de que o PT será o partido que mais governo o Brasil em 500 anos quando Dilma completar seu mandato, em 2018. "E me parece que alguns setores da sociedade brasileira, que perderam a quarta eleição no Brasil, não querem permitir que a presidenta Dilma complete o seu mandato", comentou.

Segundo ele, "depois que terminamos as eleições [de 2014], a oposição não conseguiu descer do palanque, ela continua fazendo campanha, e nós estamos passando por um momento político bastante delicado. Nós temos uma crise política, uma crise econômica e agora uma crise de denúncia de corrupção que já faz um ano que está permeando o noticiário da imprensa brasileira."

Em seu discurso, o ex-presidente disse que Cunha "conseguiu a construção de um apoio muito grande" em torno do impeachment, mesmo que não haja "uma acusação contra a presidenta Dilma". "Entretanto, o presidente da Câmara aceitou um pedido de impeachment, num gesto de vingança", criticou Lula, em referência ao anúncio feito pelo PT de que votaria contra o deputado no Conselho de Ética.

"O que está em jogo na verdade não é o julgamento da presidenta Dilma, é o estado democrático de direito, é a grande conquista que nós fizemos", reforçou Lula. "E é bom lembrar que o Brasil vive hoje o período mais longo da democracia da nossa história", completou. Segundo ele, o que ocorre por aqui "é uma tentativa de golpe explícito contra o Brasil e contra a presidenta Dilma Rousseff".

Lula também comentou a votação ocorrida ontem no plenário da Câmara, depois de muito tumulto, xingamentos e urnas quebradas. Por meio de manobras promovidas por Cunha, os deputados votaram, secretamente, para a formação da comissão especial que discutirá o pedido de impeachment. Para isso, foi criada, porém, uma chapa alternativa, gesto que resultou em recurso apresentado pelo PCdoB ao STF.

"Ontem seria votada uma comissão que analisaria o impeachment... 62 nomes foram indicados pelos partidos. E o presidente da Câmara, numa afronta jamais vista no País, não aceitou a lista apresentada pelos partidos e apresentou a lista dele para concorrer. E resolveu que a votação seria secreta. Houve muita confusão, e a votação foi secreta, e ele ganhou", contou Lula.

"Mas ele ainda não conseguiu voto suficiente para a decisão do impeachment", continuou o ex-presidente, lembrando que "ainda ontem a Suprema Corte revogou todas as decisões do Congresso Nacional e nós vamos agora esperar uma semana, quando haverá o julgamento do plenário da Suprema Corte". "Em contrapartida, nós vamos para a rua para defender o mandato legitimamente eleito da nossa presidenta", anunciou o petista.

https://www.brasil247.com/pt/247/poder/208833/Lula-denuncia-“golpe-explícito”-contra-Dilma.htm

terça-feira, 24 de novembro de 2015

O que escondem os sobressaltos financeiros da China

 

A abertura financeira é uma manobra de alto risco em sua fase inaugural. Uma comunicação desajeitada do governo chinês esquentou as coisas e tumultuou as finanças internacionais. Mas essa visão “curto prazista” dos mercados nãopermite compreender o que se passa na China

por Michel Aglietta

Em novembro de 2013, durante a sessão do Comitê Central, o Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou as diretrizes que definem suas prioridades de reforma por um período de vinte anos. Estas foram aprovadas pelo Congresso Nacional do Povo em março de 2014. Na China, os objetivos políticos são guiados por uma visão de longo prazo. A reforma da economia entrou em uma nova era, que deverá levar a transformações econômicas e sociais fundamentais. Ela se desenvolve em fases de cinco anos, orientadas por planos estratégicos. O 13º plano quinquenal, para o período 2016-2020, será apresentado ao público durante a sessão de outubro de 2015, detalhando sua estratégia.

Interpretar o balanço dessa reforma após dezoito meses é um desafio para os observadores ocidentais. Por várias razões profundas. Em primeiro lugar, eles não têm o mesmo referencial intelectual que os chineses. A maioria pensa que a economia de mercado é o fundamento de uma sociedade democrática. Fazer reformas estruturais consiste, portanto, em remover os obstáculos ao funcionamento do mercado, o que levaria automaticamente ao melhor dos mundos possíveis. Para a China, não é nada disso. A reforma econômica é uma ferramenta para objetivos políticos: a unidade da nação, dominando suas forças de ruptura, e a legitimidade do poder centralizado do PCC. A realização dessa finalidade suprema passa pela elevação do bem-estar do povo. Além disso, o presidente Xi Jinping tem uma intenção geopolítica que não se via desde as reformas lançadas por Deng Xiaoping em 1979. Ele quer que a China recupere seu lugar histórico no mundo, o de Império do Meio. Para isso, é necessário integrar a Ásia em torno do yuan; portanto, dissociar a moeda chinesa do dólar e torná-la uma divisa internacional de pleno direito. Embora deem uma visão coerente e unificada a longo prazo, esses objetivos múltiplos tornam difícil entender os eventos atuais.

A reforma é, de fato, um processo contraditório. Ela concretiza oportunidades, mas enfrenta obstáculos. Nos últimos vinte anos, a transformação da sociedade tirou 400 milhões de pessoas da pobreza, mas o rápido crescimento permitido por esse desempenho extraordinário aumentou a desigualdade e a degradação ambiental, que se tornaram insustentáveis.

Entre 1993 e 2012, a expansão da indústria foi o motor do crescimento. A China tornou-se a fábrica do mundo, utilizando ao máximo seu principal trunfo: uma mão de obra pouco qualificada, jovem e muito abundante no campo, que podia ser transferida a baixo custo para as cidades e não contava com serviços sociais básicos. Foi necessário também investir em infraestrutura para garantir o desenvolvimento rápido. Assim se deu uma acumulação excessiva de capital, sobretudo na indústria pesada, agravada pelo pacote de estímulo de 2009-2010 para enfrentar a crise financeira global.1 Esse regime criou gigantescas desigualdades sociais e enriqueceu uma elite cujos interesses poderiam opor-se à nova orientação.

No entanto, as condições de viabilidade desse regime de crescimento desapareceram. A mão de obra escasseou, com o envelhecimento da população.2 O mercado de trabalho tornou-se favorável a um aumento duradouro dos salários, assentado em reivindicações, elevando fortemente os custos de produção das empresas chinesas. A demanda estrangeira desacelerou. Além disso, o crescimento furioso da indústria ao custo mais baixo explorou ao máximo os recursos naturais, deteriorando de maneira grave o ambiente. Há, portanto, ao mesmo tempo, um obstáculo absoluto para continuar seguindo pelo caminho anterior e uma oportunidade de mudar o regime de crescimento graças à ascensão da classe média.

O desafio é passar de fábrica do mundo a uma sociedade de “prosperidade média”, mais inclusiva e eficaz quanto ao uso dos meios de produção. O trunfo da China está no dinamismo do setor privado, sob a forma de dezenas de milhões de empresas inovadoras, bem equipadas para adaptar as tecnologias avançadas à demanda em expansão dos consumidores urbanos.

O grande desafio reside na transição de um tipo de economia para outro, porque a mudança foi brutal. O crescimento da indústria passou de 12%, em 2012, para 6%, na previsão para 2015. Ela deixou um enorme superinvestimento; portanto, capacidade de produção excedente na indústria pesada. A taxa de utilização da capacidade produtiva foi de 71% na indústria do aço, 70% na de alumínio e cimento, e 72% na de vidro. No setor automobilístico, caiu para 76%. Os especialistas consideram que o limite normal de rentabilidade nessas indústrias fica entre 78% e 80%. A consequência foi um colapso da rentabilidade – a tal ponto que empresas públicas, de grande porte e altamente endividadas pelo esforço de investimento anterior, estão em condições financeiras perigosas, o que afeta os bancos que emprestaram a elas.

No total, considera-se que, para absorver a capacidade de produção excedente, é preciso que a taxa de investimento passe para 35% do PIB, contra os 50% atuais. Se a redução de investimento fosse realizada rapidamente, sob a ameaça de restrições financeiras sem compensação, haveria uma ruptura no crescimento, que poderia cair para menos de 5% ao ano. É o temido pouso forçado (hard landing). Haveria grandes consequências sociais e políticas para a legitimidade do poder político. Na verdade, como os sistemas de proteção social ainda não estão desenvolvidos, a sociedade urbana chinesa não tolera o desemprego. A economia deve ser capaz de criar, na média, pelo menos 10 milhões de empregos urbanos por ano – embora exista uma queda da população ativa, 100 milhões de habitantes migrarão do campo para as cidades até 2020. Em 2014, apesar da desaceleração da indústria, ela criou 13,2 milhões. É por isso que o governo se empenha em manter um crescimento em torno dos 7%, com o difícil objetivo de conseguir um pouso suave (soft landing).

Até agora, vem dando certo. A contribuição do consumo para o crescimento do PIB ultrapassa a do investimento.3 Em 2012, ela representava 4%, em uma taxa de crescimento de 7,8%; em 2013, 3,9% sobre 7,7%; em 2014, 5,6% sobre 7,3%. Desse modo, a participação do consumo no PIB aumenta, enquanto a do investimento diminui. Em termos de estrutura setorial, a participação dos serviços tornou-se dominante, com 46,1% do PIB, contra 43,9% para a indústria. Também é necessário que esse processo não seja interrompido por um infarto financeiro.

Mais liberalização

A dívida chinesa é sustentável? A dívida total dos agentes não financeiros atingiu 220% do PIB no final de 2013, sendo 150% para as empresas (contra, por exemplo, 317% nos Estados Unidos, 331% na França, 431% no Japão e 120% na Índia). Vimos que a capacidade de produção excedente explica a fragilidade dos balanços das empresas estatais na indústria pesada. Os promotores imobiliários que têm estoques de moradia não vendidos nas cidades de segunda e terceira categoria sofrem do mesmo mal.4

A queda da inflação agrava a situação financeira das empresas com sobrecapacidade. De fato, os preços globais de venda por atacado dos produtos dessas indústrias estão em queda. As empresas sofrem deflação. Segue-se que a taxa de juros real sobre sua dívida – ou seja, considerada em relação à variação dos preços de venda – aumenta. Assim, sua vulnerabilidade financeira se agrava.

É por isso que o governo tomou medidas de reestruturação, ostentando a absorção das sobrecapacidades, de modo a não provocar rupturas no tecido industrial: consolidação das empresas, ou seja, fusão, além de desmembramento e remembramento para eliminar acúmulo de atividade nos mesmos ramos, injeção de capital privado em estruturas de propriedade mista, transferência de ações detidas pelo Estado a holdings financeiras a fim de tornar a gestão das empresas mais eficiente. Os bancos comerciais foram instruídos a renovar os empréstimos às empresas que chegam à data de vencimento, mas a não fazer nenhum novo empréstimo a empresas que não reduzam sua sobrecapacidade em uma porcentagem definida segundo sua vulnerabilidade e setor.

Por fim, a dívida das coletividades locais inchou a partir do plano de estímulo de 2009, atingindo 33% do PIB no segundo semestre de 2013, de acordo com uma auditoria exaustiva do Tribunal de Contas chinês,5 e resulta da desigualdade dos recursos fiscais nas diferentes regiões e territórios. Os governos locais lançaram-se ao endividamento com a ajuda de obscuras empresas criadas especialmente para contrair empréstimos – uma forma de shadow banking(sistema bancário paralelo) – e refinanciadas pelos bancos oficiais. Aguardando a reforma fiscal prometida, que deve aumentar os recursos dos governos locais, 1 trilhão de yuans (R$ 620 bilhões) estão sendo reescalonados pela emissão de títulos garantidos pelo governo central, o que ajuda a se desembaraçar desses expedientes.

Entre a multiplicidade de mudanças institucionais necessárias para concluir a transformação, os líderes chineses optaram por priorizar a reforma financeira por duas razões principais. A primeira é quebrar a resistência à reforma sujeitando as empresas estatais do setor comercial à concorrência e, assim, forçando as instituições financeiras a avaliar corretamente os riscos. A segunda é elevar o yuan à categoria de moeda internacional de reserva – portanto, plenamente conversível até 2020. Nessa perspectiva, o governo quer aproveitar a oportunidade para introduzi-lo na cesta de direitos especiais de saque (DES)6 no fim de 2015. Desse modo, é preciso dissociar o yuan do dólar e afirmar a independência monetária da China; daí a decisão de 11 de agosto de 2015 de desvalorizar o yuan 3% em relação ao dólar, após ter ampliado diversas vezes as margens de flutuação diária das taxas de câmbio. Ao contrário do que foi relatado no breve pânico que assaltou as finanças internacionais, essa decisão não é de modo algum uma política de desvalorização competitiva: a queda de 3% é puramente simbólica e, obviamente, não tem nenhum efeito significativo sobre o comércio exterior, comparada à depreciação de 20% do euro desde julho de 2014. Mas ela sinaliza a disposição do Conselho de Estado (governo) de dissociar o yuan do dólar; portanto, de continuar a liberalização financeira.

Em última análise, essa decisão é compatível com a reforma do sistema financeiro interno. Na verdade, liberalizar as finanças é liberalizar as taxas de juros bancários e criar instrumentos financeiros de mercado (ações, títulos, derivativos), de modo que uma estrutura completa das taxas de juro por períodos de vencimento e categorias de títulos possa ser determinada de forma endógena, sem intervenção direta da administração.7 Nesse contexto, o papel das autoridades públicas não é mais fixar diretamente as taxas de juros e dizer aos bancos a quem e quanto eles devem emprestar, e sim estabelecer regras prudenciais para incentivar os atores financeiros a adotar meios para avaliar os riscos, fornecer aos detentores de poupança os meios para diversificar seus investimentos e manter balanços sólidos para absorver os choques.

É nesse contexto político que ocorrem as mudanças, primeiro com a abertura dos mercados de ações pela conexão entre as bolsas de Hong Kong e Xangai, em meados de 2014, depois com as medidas de liberalização do mercado de câmbio.

Que essas inovações institucionais criem perturbações financeiras não é algo que deva surpreender. Todos os países que liberalizaram abruptamente seus sistemas financeiros passaram por crises financeiras mais ou menos intensas e extensas: os países anglo-saxões – nas décadas de 1970, no caso do Reino Unido, e 1980, no caso dos Estados Unidos e outros países –, os escandinavos, a França e o Japão na virada da década de 1990, e até a Alemanha, em 2002. Esses redemoinhos acalmam-se quando os governos adaptam sua regulamentação prudencial e quando o Banco Central ajusta os instrumentos de ação de sua política monetária. É isso que as autoridades chinesas tentam fazer agora. Se os preços dos ativos financeiros tiverem uma margem razoável de flutuação no segundo semestre de 2015, o governo poderá abordar em 2016 o cerne da transição: a reforma das empresas estatais, a reforma fiscal, a dos direitos da população rural sobre o uso das terras e a da padronização e ampliação dos sistemas sociais.

Michel Aglietta

Michel Aglietta é professor de Economia na Universidade Paris Ouest Nanterre La Défense e conselheiro científico no Centro de Estudos Prospectivos e Informações Internacionais (Cepii) e no organismo governamental France Stratégie.

Ilustração: Alves

1 Esse plano atingiu o equivalente a US$ 700 bilhões, dirigidos principalmente para a construção civil e a infraestrutura, por iniciativa dos governos locais, com participação estatal de apenas 25%.

2 A população ativa diminuiu em 2,44 milhões de pessoas em 2013 (–1,6%), pelo segundo ano consecutivo. Cf. “Chine: la population active enregistre une deuxième année consécutive de baisse” [China: população ativa registra segundo ano consecutivo de queda], Xinhua, Pequim, 21 jan. 2014.

3 O crescimento do PIB para um ano é dividido entre as três fontes de demanda: consumo (público e privado), investimento total (incluindo variação dos estoques) e exportações líquidas (exportações – importações). O total das contribuições é igual ao crescimento do PIB.

4 Há quatro cidades de primeira categoria – Pequim, Xangai, Guangzhou e Shenzhen –, e trinta de segunda – capitais de províncias e cidades muito importantes (Chongqing, Chengdu, Wuhan, Tianjin, Xiamen...). As cidades de terceira categoria são aquelas com mais de 1 milhão de habitantes. A lista não está fechada, mas seriam entre cem e 150 cidades.

5 Trata-se da dívida total (coletividades locais, organismos públicos...). A do governo central é modesta (23% do PIB no final de 2013), bem inferior às reservas internacionais do Banco Central e dos fundos soberanos.

6 O valor dos DES é determinado por uma cesta de moedas: dólar, euro, libra, iene.

7 Ler Ding Yifan, “En Chine, une réforme financière à haut risques” [Na China, uma reforma financeira de alto risco] e “Bientôt des yuans dans toutes les poches?” [Logo o yuan estará no bolso de todo mundo?], Le Monde diplomatique, jul. 2015.

http://www.dihitt.com/barra/o-que-escondem-os-sobressaltos-financeiros-da-china

domingo, 22 de novembro de 2015

O Ocidente escolheu o pior caminho: a guerra

 

Seguramente são abomináveis e de todo rejeitáveis os atentados terroristas perpetrados no último dia 13 de novembro em Paris por grupos terroristas de extração islâmica. Tais fatos nefastos não caem do céu. Possuem uma pre-história de raiva, humilhação e desejo de vingança.

Estudos acadêmicos feitos nos USA evidenciaram que as persistentes intervenções militares do Ocidente com sua geopolítica para a região e a fim de garantir o suprimento do sangue do sistema mundial que é o petróleo, rico no Oriente Médio, acrescido ainda pelo fato do apoio irrestrito dado pelos USA ao Estado de Israel com sua notória violência brutal contra os palestinos, constituem a principal motivação do terrorismo islâmico contra o Ocidente e contra os USA (veja a vasta literatura assinalada por Robert Barrowes: Terrorism: Ultimate Weapon of the Global Elite en seu site: War is a Crime.org).

A resposta que o Ocidente tem dado, a começar com George W. Bush, agora retomado vigorosamente por François Hollande e aliados europeus mais a Rússia e os EUA é o caminho da guerra implacável contra o terrorismo seja interno na Europa seja externo contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Mas esse é o pior dos caminhos, como criticou Edgar Morin, pois guerras não se combatem com outras guerras nem o fundamentalismo com outro fundamentalismo (o da cultura ocidental que se presume a melhor do mundo e com o direito de ser imposta a todos). A resposta da guerra que, provavelmente, será interminável pela dificuldade de derrotar o fundamentalismo ou grupos que decidem fazer de seus próprios corpos bombas de alta destruição, insere-se ainda no velho paradigma pré-globalização, paradigma enclausurado nos estados-nações, sem se dar conta de que a história mudou e tornou coletivo o destino da espécie humana e da vida sobre o planeta Terra. O caminho da guerra nunca trouxe paz, no máximo alguma pacificação, deixando um lastro macabro de raiva e de vontade de vindita por parte dos derrotados que nunca, na verdade, serão totalmente vencidos.

O paradigma velho respondia guerra com guerra. O novo, da fase planetária da Terra e da Humanidade, responde com o paradigma da compreensão, da hospitalidade de todos com todos, do diálogo sem barreiras, das trocas sem fronteiras, do ganha-ganha e das alianças entre todos. Caso contrário, ao generalizar as guerras cada vez mais destrutivas, poderemos pôr fim a nossa espécie ou tornar a Casa Comum inabitável.

Quem nos garante que os terroristas atuais não se apropriem de tecnologias sofisticadas e comecem a usar armas químicas e biológicas que, por exemplo,colocadas nos reservatórios de água de uma grande cidade, acabe produzindo um dizimação sem precedentes de vidas humanas? Sabemos que estão se habilitando para montar ataques cibernéticos e telemáticos que podem afetar todo o serviço de energia de uma grande cidade, dos hospitais, das escolas, dos aeroportos e dos serviços públicos. A opção pela guerra pode levar a estes extremos, todos possíveis.

Devemos tomar a sério o que sábios nos alertaram como Eric Hobswbam ao concluir seu conhecido A era dos extremos: o breve século XX (1995:562):”O mundo corre o risco de explosão e implosão; tem que mudar...a alternativa para a mudança é a escuridão”. Ou então do eminente historiador Arnold Toynbee, depois de escrever dez tomos sobre as grandes civilizações históricas, nos vem esta advertência em seu ensaio autobiográfico Experiências (1969:422):” Vivi para ver o fim da história humana tornar-se uma possibilidade intra-histórica, capaz de ser traduzida em fato não por um ato de Deus mas do próprio homem”.

O Ocidente optou pela guerra sem trégua. Mas nunca mais terá paz e viverá cheio de medo e refém de possíveis atentados que são a vingança dos islâmicos. Oxalá não se realize o cenário descrito por Jacques Attali em seu Uma breve história do futuro (2008): guerras regionais cada vez mais destrutivas a ponto de ameaçarem a espécie humana . Aí a humanidade, para sobreviver, pensará numa governança global com uma hiperdemocracia planetária.

O que se impõe, assim nos parece, é o reconhecimento da existência de fato de um Estado Islâmico e em seguida formular uma coligação pluralista de nações e de meios diplomáticos e de paz para criar as condições de um diálogo para pensar o destino comum da Terra e da Humanidade.

Receio que a arrogância típica do Ocidente, com sua visão imperial e ao se julgar em tudo melhor, não acolha esse percurso pacificador mas prefira a guerra. Então torna a ganhar significado a sentença profética de M. Heidegger, conhecida depois de sua morte:” Nur noch ein Gott kann uns retten: então somente um Deus nos poderá salvar”.

Não devemos ingenuamente esperar a intervenção divina, pois o nosso destino está entregue à nossa responsabilidade. Seremos o que decidirmos: uma espécie que preferiu se auto-exterminar a renunciar à sua vontade absurda de poder sobre todos e sobre tudo ou então forjarmos as bases para uma paz perpétua (Kant) que nos conceda viver diferentes e unidos, na mesma Casa Comum.

* articulista do JB online e escritor

http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2015/11/21/o-ocidente-escolheu-o-pior-caminho-a-guerra/?from_rss=None

Fiúza perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado

Fiúza surta e diz que direito de resposta atenta contra liberdade

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22 de Novembro de 2015 às 13:23

247 – Guilherme Fiúza foi mais um colunista escalado pelo Globo para protestar contra a lei do direito de resposta.

No texto "Esqueça a sexta-feira 13", ele afirma que o Brasil deve se indignar com a lei recentemente sancionada pela presidente Dilma Rousseff. "A presidente da República, que foi guerrilheira e declarou seu horror à censura, acaba de aprovar uma lei apunhalando a liberdade de expressão", afirma. Confira:

Esqueça a sexta-feira 13

Por GUILHERME FIUZA

A presidente, que foi guerrilheira e declarou horror à censura, acaba de aprovar lei apunhalando liberdade de expressão
O massacre de Paris levou a Europa ao estado de guerra, e o mundo ao estado de alerta. Mas o Brasil só pode se indignar com um dos mais graves atentados terroristas da história da humanidade se lamentar primeiro a ruptura da barragem em Minas Gerais. Esse incrível dilema parece coisa do demônio, porque, como dizia Hélio Pellegrino, o demônio é burro. Só ele poderia, em meio ao sangue e à dor, sacar a calculadora.
O ser humano se choca e se revolta com o que quiser. O ser desumano decide o que deve chocar e revoltar os outros. Ele é imune ao sentimento. Perplexidade, medo e morte não atrapalham seus cálculos politicamente corretos. Sua bondade e seu altruísmo estão à venda na feira por 1,99. E acabam de produzir uma façanha: o país voltou a ter uma Lei de Imprensa igualzinha à da ditadura militar. Sancionada pelo governo da esquerda bondosa (1,99).
A presidente da República, que foi guerrilheira e declarou seu horror à censura, acaba de aprovar uma lei apunhalando a liberdade de expressão. Não deve ter ligado o nome à pessoa. A nova Lei do Direito de Resposta impõe aos veículos de comunicação prazos e ritos sumários para defender-se dos supostos ofendidos — uma mordaça, dado o risco de jornais e TVs terem que passar a veicular editoriais dos picaretas do petrolão, por exemplo. Este é, e sempre foi, o plano dos petistas amigos do povo em defesa da verdade: falar sozinhos.
É uma lei inconstitucional, e o Supremo Tribunal Federal terá que se manifestar sobre isso. Claro que a independência do Supremo vem sendo operada pelo governo popular segundo a mesmíssima tática progressista — onde progresso é você assinar embaixo do que eu disser. A democracia brasileira está, portanto, numa encruzilhada — e só Carolina não viu.
Carolina e os convertidos, que não são necessariamente comprados. Fora as entidades e cabeças de aluguel, existe a catequização sem recibo. Estudantes de escolas públicas e privadas do país inteiro enfrentam provas — vestibular inclusive — onde a resposta certa é aquela em que o governo do PT é virtuoso e os antecessores são perversos. O nome disso é lavagem cerebral, e os resultados estão aí: em qualquer cidade brasileira há estudantes sofrendo bullying ideológico da maioria catequizada. Essa é a verdadeira tropa de choque (ou exército chinês) dos companheiros que afundaram o Brasil sem perder a ternura.
Pense duas vezes, portanto, antes de se horrorizar com a carnificina da sexta-feira 13 em Paris. Sempre haverá alguém ao seu lado, ou na sua tela, para denunciar o seu elitismo. E para te perguntar por que você não se choca com a violência em Beirute. E para te ensinar que os próprios europeus são os culpados de tudo. Não adianta discutir — como já foi dito, o demônio é burro. Mas se você achar que isso é cerceamento da liberdade, não conte para ninguém: é mesmo. Trata-se da censura cultural, uma prima dissimulada da censura estatal (a da Lei de Imprensa).
A censura cultural se alimenta desses dilemas estúpidos — sempre buscando um jeito de colar no inimigo o selo de “conservador”, palavra mágica. No Brasil, quem é contra a indústria de boquinhas estatais do PT é conservador — e os que conservam as boquinhas são progressistas. Quem era contra o monopólio estatal da telefonia era conservador (neoliberal, elitista etc.). O monopólio foi quebrado, gerou um salto histórico de inclusão social, mas o sindicalismo petista que tentou conservar esse monopólio é que é progressista. Conservadores são os que acabaram com a conservação.
Jornalistas que criticam as malandragens fisiológicas da esquerda são conservadores — e para realçar o maniqueísmo, claro, vale inventar. O perfil de Carlos Alberto Sardenberg na Wikipédia, por exemplo, foi reescrito com algumas barbaridades por um computador progressista do Palácio do Planalto. O perfil do signatário deste artigo também foi enriquecido com algumas monstruosidades. Depois de retiradas, surgiu ali um editorial sobre “polêmicas” com o PT (que continua lá). Cita um vice-presidente do partido que acusou este signatário de maldizer os pobres e sua presença nos shoppings e aeroportos. Naturalmente, é o partido dele quem ameaça a presença dos pobres nos shoppings e nos aeroportos, com a pior crise econômica das últimas décadas — e com seu tesoureiro preso por desviar dinheiro do povo. Mas esses detalhes conservadores não estão no verbete.
Como se vê, a verdade tem dono. Se você não quer problema com a patrulha, leia a cartilha direito. E, se possível, diga que os 130 mortos pelo Estado Islâmico em Paris não são nada perto da matança nas periferias brasileiras (use à vontade a calculadora do demônio). Pronto, você está dentro. Aí, pode falar de tudo. Lula, por exemplo, disse a Roberto D’Ávila que passou cinco anos sem dar entrevista para não interferir no governo. Procede. Esse que você ouviu falando pelos cotovelos devia ser o palestrante da Odebrecht.

http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/206227/Fiúza-surta-e-diz-que-direito-de-resposta-atenta-contra-liberdade.htm

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

‘A desigualdade é mais grave que a corrupção’

 

Em novo livro, sociólogo e presidente do Ipea critica cientistas e classe média tradicional

Jessé de Souza, presidente do Ipea, lança “A tolice da inteligência brasileira” - Adriana Lorete

RIO - Depois de dizer que os 40 milhões de brasileiros que ingressaram no mercado de consumo nos últimos anos não formavam uma classe média - como então alardeava o governo -, Jessé Souza, que assumiu a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em abril, promete mais polêmica com o livro "A tolice da inteligência brasileira", que chega às lojas nos próximos dias. Nele, o sociólogo afirma que o Brasil não tem uma classe alta, mas sim uma "classe de endinheirados".

E argumenta que a classe média tradicional, além de conservadora, é tola e assume o papel de guardiã da moralidade para compensar seu medo da ascensão dos mais pobres, seu ressentimento com o sucesso dos mais ricos e ficar com a consciência tranquila diante da exploração que ela mesma pratica diariamente. "A classe média explora os mais pobres - e no Brasil essa exploração é uma espoliação absurda - mas finge que é boazinha, afinal de contas, a empregada doméstica é quase da família", diz o presidente do Ipea, órgão que é subordinado ao Ministério do Planejamento.

O GLOBO: O título do seu livro é bastante provocativo. Quem é a inteligência brasileira e onde está sua tolice?

SOUZA: No fundo é uma crítica aos grandes sociólogos do país e à forma como foi montada a Ciência Social no Brasil, mostrando como desde o início houve menos compromisso com cientificidade e mais com a política. É muito problemático quando há uma colonização do interesse da política, como ocorre aqui, um culturalismo conservador que idealiza os Estados Unidos e cria uma imagem negativa do Brasil. É a tolice da inteligência, dos nossos grandes pensadores, dos especialistas, que estão engolindo uma concepção de inferioridade do brasileiro, supondo que existem sociedades perfeitas, onde não há corrupção. Esses autores todos criaram uma ideia, que é assumida por todos nós, do brasileiro definido pela sua desonestidade e corrupção. E uma visão do Estado se opondo ao mercado, sendo ineficiente, enquanto o mercado é o reino de todas as virtudes. A noção de corrupção foi construída paulatinamente no Brasil e sempre pode ser despertada. Ela pode estar adormecida e ser acordada, porque faz parte do patrimônio cultural do Brasil.

Essa leitura está errada? O Estado, no Brasil, não é corrupto?

A questão não é o Estado ser ou não corrupto. Claro que é bom que não seja, é importante que seja transparente e não seja corrupto. Mas essa é a meia verdade, porque nem de longe é a questão principal. Todos os Estados do mundo são aprisionados por interesses privados. Nos EUA, o Estado é extremamente privatizado, segue os interesses das grandes empresas, o Exército americano mata muita gente no mundo para proteger interesses de empresas. O Estado é sempre privatizado. A questão é: por quem? Ou ele é privatizado por uma minoria ou é posto a serviço da maioria. Quase nunca no Brasil o Estado foi posto a serviço da maioria. Eu me lembro de dois momentos históricos, no governo de Getúlio Vargas e no período Lula-Dilma, quando os recursos foram usados também para promover a ascensão das classes populares.

No momento, o senhor acha que o Estado está a serviço da maioria?

Está numa encruzilhada, porque o Estado não tem uma vontade. A sociedade manda no Estado. Se a sociedade brasileira der uma guinada conservadora, o Estado vai ter que acompanhar. E, em grande medida, quem confere argumento para essa guinada conservadora é a leitura dessa pseudociência. Ela monta um jogo de oposição entre mercado e Estado, que não é verdadeiro, porque não se trata de uma luta, os dois vão juntos, um depende do outro. Mas essa oposição é dramatizada, e a questão é: isso serve a quem?

E por que de repente esse "drama" veio à tona com força?

Veio agora porque antes tinha um cenário muito favorável, todos ganhavam. Num contexto, onde começa a ter escassez, é aquela história: "farinha pouca, meu pirão primeiro". Então todos os setores que sabem que não têm como dar benefícios para todos querem voltar ao velho esquema do Estado privatizado pelo interesse de uma minoria. E conseguem isso demonizando o Estado. Foi assim na época de Getúlio Vargas, na época de João Goulart e na época de Lula e Dilma. Isso é fato.

O senhor está traçando o cenário atual como de um pré-golpe?

Tem uma tentativa óbvia de golpe que articula os mesmos elementos de todos os golpes anteriores. Esse nível de corrupção só pode ser mostrado agora, porque antes todas as investigações eram engavetadas e agora as coisas são levadas até o fim. Mas isso está sendo usado, numa dramatização, para o enfraquecimento do Estado, porque, numa sociedade conservadora como a nossa, qualquer ajuda efetiva para as classes populares é vista como um crime pela elite. E nossa classe média tem uma parte que é extremamente conservadora e não gostou da ascensão da classe popular, não gostou de o pessoal estar andando de avião, da meninada da periferia ir ao shopping. Isso não é racional, tem a ver com afeto, com o medo de que as pessoas que estão ascendendo tomem seu lugar, seus cargos, medo que seus privilégios sejam tocados. Quantas pessoas reclamam porque a empregada doméstica tem alguns poucos direitos e não podem mais usá-la como escrava?

A classe média teme a redução da pobreza e da desigualdade?

A classe média tradicional teme a ascensão dos que estão embaixo e tem ressentimento contra quem está em cima. Vai sempre dizer que a pessoa fez alguma coisa errada para chegar lá em cima, quase sempre com a ajuda do Estado. Ela é uma santa a vida toda, até porque nunca esteve em cargo de poder onde sua honestidade vai ser testada. Ela se põe como a guardiã da moralidade. A classe média exporta o mal, o mal está sempre fora. E explora os mais pobres - e no Brasil essa exploração é uma espoliação absurda - mas finge que é boazinha, afinal de contas, a empregada doméstica é quase da família. E, assim, exime-se da responsabilidade, como se o mundo fosse assim mesmo e você não tivesse nada a ver com essa exploração de classe que pratica diariamente. E como essa exploração é escondida, porque a ciência não tematiza, nem a empresa, nem a escola, nem a universidade, você fica cego em relação a sua parte na perversidade, na maldade, na exploração dos mais pobres e no abandono dos mais frágeis. E aí adquire a coisa que todos os seres humanos querem tanto quanto um prato de comida, que é a boa consciência, a capacidade de legitimar a vida que você tem, dizer que está ali por merecimento. Ela tem essa necessidade afetiva que vai ser satisfeita por um discurso que se torna dominante, mas permite que ela seja manipulada quando a época histórica convém.

Como foi a reação da classe alta?

Há um incômodo da elite também porque ela não percebe o mundo de modo diferente da classe média. No Brasil, não temos uma classe alta no sentido europeu do termo, temos a classe dos endinheirados. Pense no Eike Batista botando a Mercedes dele na sala. Jamais alguém de classe alta da França ou na Alemanha faria isso. Essa classe dos endinheirados também ficou incomodada. Apesar de isso ter sido bom para todo mundo, todo mundo ganhou, fortaleceu o mercado interno, a mudança social que aconteceu no Brasil gerou uma série de ressentimentos. A gente tem que ter a coragem de apontar isso. A desigualdade brasileira foi sempre cuidadosamente escondida, a ciência que a gente estava criando nunca pôs a desigualdade no centro das preocupações. Ao contrário, invisibiliza a desigualdade, torna invisíveis as causas e faz parecer que é por burrice ou preguiça que se é pobre.

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A desigualdade é mais grave do que a corrupção?

Sem dúvida alguma, a desigualdade é mais grave que a corrupção, é de longe a questão mais importante. Obviamente o combate à corrupção, a transparência nos negócios públicos são virtudes republicanas fundamentais a qualquer democracia. O problema é a corrupção ser manipulada politicamente para legitimar interesses que não podem ser expressos de modo direto. A corrupção tem que ser combatida como um fato cotidiano. Quando isso acontece nos outros países, não leva ao drama político, a esse carnaval todo. É o jogo de estar cuidando do interesse da maioria, de limpar o país, enquanto as pessoas continuam sofrendo.

Como avalia o resultado da Pnad, que foi divulgada sexta-feira?

Os dados recentes frustram os que achavam que o Brasil passaria por um retrocesso social inevitável com a crise econômica. Os números mostram, por exemplo, que a desigualdade continua caindo e a renda real do trabalho continua subindo. Também o analfabetismo continua caindo, e tudo indica que continua a haver uma melhora nas condições estruturais de vida da nova classe trabalhadora que ascendeu nos últimos anos, ou seja, do segmento que já havíamos estudado empiricamente e denominamos de "batalhadores brasileiros". O problema se dá nos aspectos conjunturais, especialmente no mercado de trabalho, onde o desemprego aumentou. Tudo combinado mostra que o modelo de desenvolvimento com ascensão social dos mais pobres não está liquidado. Mostra, inclusive, extraordinária capacidade de resistência

O que o senhor vê para o futuro?

A gente está numa encruzilhada onde há oportunidades e desvios. A gente pode fazer a mesma coisa que fez a História do Brasil no século XX, ceder ao golpismo, à possibilidade de as pessoas poderem mandar sem o voto. Ou a gente repete isso e os endinheirados e poderosos voltam a mandar sem terem sido eleitos, ou faz um processo de aprendizado, de mudar essa história. As duas hipóteses são possíveis.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/a-desigualdade-mais-grave-que-corrupcao-18054916#ixzz3s4kg8Tqd
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Beirute era a Paris do Oriente; agora, Paris é a Beirute do Ocidente. Por que?

 

gustavochacra

18 novembro 2015 | 12:14

Ao chegar a um café em Ashrafyieh, bairro cristão de Beirute, possivelmente o garçom te receberá dizendo “Bonjour”. A livraria mais tradicional do Líbano se chama Antoine e sua matriz fica na multireligiosa e cosmopolita Hamra. Dentro, há mais livros em francês do que em árabe. O shopping ABC, um dos mais caros da cidade, tem os cardápios dos restaurantes e as etiquetas das lojas em francês. Os jovens da classe média e da elite libanesa costumam frequentar liceus franceses. Um dos principais jornais do Líbano se chama L’Orient le Jour. Uma das melhores universidades é a Université Saint Jouseph.

Muitos libaneses são fluentes em francês, assim como em inglês e em árabe, e o país se considera parte do mundo francófono. Algumas ruas da cidade lembram Paris. E, para completar, o Líbano foi por mais de 20 anos um mandato francês. Os franceses sempre se consideraram defensores do Líbano. A bandeira libanesa, até a independência, era a da França com um cedro no meio.

Por estes motivos e muitos outros, Beirute era a chamada de a Paris do Oriente Médio. A cidade mais ocidentalizada do Oriente. Os franceses sempre viram o Líbano quase como um filho adotivo. Na França, ser do “Liban” sempre foi um diferencial. Arrisco dizer que muitos libaneses defendem que o país seja parte da França. Os que vivem em Paris são super integrados, assim como ocorre no Brasil.

A partir dos anos 1970, porém, Beirute passou a ser sinônimo de violência. Mesmo com a paz e a cidade reconstruída depois de 15 anos de Guerra Civil, o terrorismo e a instabilidade nunca acabaram totalmente. Dizer que Beirute era a Paris do Oriente Médio, por mais que se valorize a beleza, sofisticação e cosmopolitismo da capital libanesa, deixou de fazer sentido.

Hoje, porém, dá para dizer que Paris virou a Beirute da Europa. E no sentido ruim, infelizmente. A capital francesa se tornou, como a libanesa, sinônimo de terrorismo. Ambas foram alvos de atentado na semana passada. Uma pena. Gosto muito de Paris e este atentado atingiu o que há de melhor na cidade, com sua juventude buscando desfrutar a vida. Os jovens de Beirute, uma cidade que tenho um carinho especial por ter minhas origens no Líbano e que vou visitar todos os anos para não esquecer de onde eu vim, já tiveram de se acostumar a viver com a incerteza. O mundo ficou pior, sem dúvida.

Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/beirute-era-a-paris-do-oriente-agora-paris-e-a-beirute-do-ocidente-por-que/

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Boechat: 'PMDB é a maior aglomeração de salteadores da República'

 

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Jornalista fez duras críticas ao encontro que o PMDB realiza nesta terça-feira 17 em Brasília; Ricardo Boechat lembrou que o PMDB integrou "rigorosamente" todos os governos desde o fim da ditadura e que assumiu fatias importantes de poder nos governos Lula e Dilma; "Nossa inflação está sendo pressionada sucessivamente por conta dos aumentos na tarifa de energia elétrica e isso é obra do Ministério de Minas e Energia, que esteve nas mãos do PMDB durante os últimos muitos anos", afirmou; "Essa reunião de hoje é um movimento de traição mais vil que possa acontecer. Vocês são o maior aglomerado de salteadores que a República brasileira já viu", criticou

17 de Novembro de 2015 às 09:28

247 - O jornalista Ricardo Boechat, comentarista da rádio Band News, fez duras críticas na manhã desta terça-feira, 17, ao encontro que o PMDB realiza nesta terça, em Brasília, que deve marcar um primeiro movimento de afastamento gradual do partido da administração da presidente Dilma Rousseff.

Boechat lembrou que o PMDB integrou "rigorosamente" todos os governos desde o fim da ditadura. "E não integrou com uma fatiazinha de poder, com um Ministério da Pesca, o partido sempre teve pastas importantes, estatais, diretorias e fundos de pensão importantes, detendo uma parcela significativa de poder", afirmou.

E exemplificou: "A nossa inflação está sendo pressionada sucessivamente por conta dos aumentos na tarifa de energia elétrica e isso é obra do Ministério de Minas e Energia, que esteve nas mãos do PMDB durante os últimos muitos anos. O preço dos combustíveis, comprimido do jeito que foi, quebrando a Petrobras, esteve na mãos do PMDB", disse Boechat.

"Então, o partido vem querer dizer agora que não tem nada a ver com a degradação da zona? Não conheço as moças que trabalhavam aqui? Não me locupletei de seus corpos? Que papo é esse, PMDB, que conversa fiada é essa? Essa reunião de hoje é um movimento de traição mais vil que possa acontecer", afirmou.

Ricardo Boechat também questionou o distanciamento do vice-presidente Michel Temer em relação à responsabilidade por eventuais erros do governo. "Michel Temer querer dizer que não tem nada a ver com o que está aí. Ele foi vice-presidente nos últimos quatro anos. Não chegou Dilma e disse 'generala, essa política econômica vai dar caca'?", questionou.

O jornalista da Band News terminou seu comentário com uma frase dura contra o partido. "Vocês são o maior aglomerado de salteadores que a República brasileira já viu", afirmou.

Programa de governo

Durante o encontro do PMDB, organizado pela Fundação Ulysses Guimarães, entre os temas discutidos está o documento "Uma Ponte ara o Futuro", encarado com o programa de uma eventual governo do PMDB, que faz duras críticas à política econômica e fiscal do governo Dilma Rousseff e faz propostas polêmicas, como o fim da política de valorização do salário mínimo e a desvinculação de receitas para a Saúde e Educação".

A ministros petistas, o vice Michel Temer afirmou que o encontro será para discutir um programa para o país, que poderia ser debatido com o governo Dilma e, se as ideias peemedebistas não forem adotadas, podem ser um programa de governo do partido para 2018. O vice disse ainda que a ala que pede a saída do PMDB do governo é minoritária (leia mais).

PMDB do Rio ignora encontro

Estado em que o partido é mais forte, caciques do PMDB decidiram não participar de evento da sigla desta terça. “Tenho a inauguração de uma fábrica de tintas e o príncipe da Noruega, Haakon”, disse o governador Luiz Fernando Pezão. “Vou não. Muito trabalho por aqui. Tem uma Olimpíada ano que vem no Rio”, alegou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Já o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, está em Boston, num evento da Faculdade de Direito de Harvard (leia mais).

http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/205520/Boechat-'PMDB-é-a-maior-aglomeração-de-salteadores-da-República'.htm

domingo, 15 de novembro de 2015

Quem realmente está por trás da prisão do Dr. Othon?

Vice-Almirante R1 Dr Othon Luiz Pinheiro da Silva

Esse homem foi o responsável pelos avanços do Brasil no domínio da tecnologia nuclear. O Brasil nunca deixou que os EUA espionassem a produção de urano refinado. Othon foi o responsável pelo barateamento das centrífugas brasileira. Com o valor de uma centrífuga americana, Othon construiu 20 no Brasil. Numa concorrência com os americanos, quem levaria a melhor? Todas as manobras para eliminar o programa nuclear brasileiro, foi tentado pelos EUA, inclusive impondo ao Brasil assinar acordos internacionais de não proliferação de armas nucleares. O Brasil conseguiu se esquivar de todas essas manobras. Mas quando o Brasil resolveu alimentar submarinos com combustível nuclear, aí os americanos se desesperaram. Ainda mais porquê os brasileiros produziram um reator nuclear horizontal para seu submarino, com um rendimento superior aos verticais americanos. O Brasil só não havia construído seu submarino por deficiência na tecnologia da construção do casco, o que foi resolvido quando o Brasil comprou da França essa tecnologia. Com essa parte resolvida, o Dr. Othon começa a construção dos estaleiros onde serão construídos nossos submarinos atômicos. Será que os americanos estavam felizes com esse avanço do Brasil? Eles que tem muuito interesse no pre-sal brasileiro e até já tinha reativado a quarta frota de sua marinha para fiscalizar o atlântico sul. Como o Brasil só tinha submarinho alimentado a óleo diesel, que tem que vir à superfície a cada 12 horas, era fácil fiscalizar, mas com submarinos nucleares e mais rápidos do que os da quarta frota, isso já mais seria tolerado. E eis que de repente o Dr. Sergio Moro encontra irregularidades nas atividades do Sub Almirante Othon e o põe atrás das grades. Têm mesmo alguma coisa de estranho nisso, ou é eu que estou pirando?

Leia entre outras, a matéria do link abaixo:

http://www.defesanet.com.br/nuclear/noticia/19882/CV-Vice-Almirante-R1-Dr-Othon-Luiz-Pinheiro-da-Silva/

sábado, 14 de novembro de 2015

Reação do estado islâmico

Vê se eu entendi: Todo dia vejo na Imprensa Internacional que o Estado Islâmico (Isis) é criação da CIA que pertence aos EUA e querem formar um califado em terras da Síria e do Iraque. Os EUA, juntamente com a Arábia Saudita, Turquia e Kuait, querem derrubar o presidente da Síria e ajudam ao Isis. A Rússia defende a permanência do Governo Sírio e resolveu dar apoio aéreo bombardeando alvos do Isis, enquanto tropas da Síria, tropas Iranianas e hezbollah lutam por terra. A Rússia recebeu apoio do Egito. O Isis derrubaram um avião russo dentro do território do Egito. O Ocidente põe a culpa no Egito, acusando-o de garantir a segurança dos turistas e estão retirando todos eles de lá, praticamente eliminando a maior fonte de renda do Egito, que é o turismo. A França resolveu ajudar a Rússia na guerra contra o Isis, mandando bombardear alvos do Estado Islâmico. Agora o Isis assume os atentados na França, que certamente vai reduzir bastante o turismo nesse país europeu. Os EUA consideram a Rússia como o seu maior concorrente (ou inimigos), inclusive obrigando seus aliados a aplicarem sansões econômicas contra a Rússia. Será que todos que ajudarem ou ficarem do lado da Rússia, serão atacados? Então, se o mentor do Isis são os EUA, podem ser eles acusados de serem mentor dos ataques? Eu só queria entender.

Minhas dúvidas sobre disputa eleitoral em Sobral para prefeito

Um amigo da Imprensa me perguntou hoje no Becco do Cotovelo como eu via a disputa para prefeito em Sobral. Eu vou socializar para vocês o teor da minha resposta: Primeiro, tem algo dentro de mim, que não vê Oscar Rodrigues inimigo de Ferreira Gomes, sempre conviveram muito bem. Segundo, a questão econômica terá um peso ennorme na disputa eleitoral do ano que vem. Explicando: Não haverá doações de pessoas jurídicas para a campanha e os candidatos terão que prestar contas dos recursos, identificando a origem das doações. Por isso, tudo será feito em função de baratear custos.  Nesse caso, a forma mais fácil de ter uma campanha barata, é unir as principais forças, a família Oscar Rodrigues e a família Ferreira Gomes. Pensem nisso e dê sua opinião.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Parlamento e Lava Jato estão gerando prejuízo ao Brasil

 

Só 15 países no mundo exportam serviços de engenharia e o Brasil é um deles, com sete grandes empresas qualificadas. Para um país fazer parte desse seleto grupo, é necessário que possua empresas com suporte financeiro e capacidade técnica comprovada para ganhar e desenvolver grandes projetos. Ainda é necessário que tenha capacidade para financiar projetos a longo prazo. O Brasil tem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES (hoje é o maior banco do mundo nessa área de financiamento), que financia os projetos dessas empresas brasileiras em qualquer parte do mundo. O Brasil tem ainda mais de duas mil empresas menores, que dão suporte a esses grandes projetos, onde fornecem máquinas, peças e mão de obra qualificada. Com a confusão gerada pelos partidos de oposição tentando ganhar o governo no tapetão e a Lava Jato criminalizando as empresas para tentar incriminar o PT, levaram essas grandes empresas a perderem a confiança do mercado internacional e também dentro do país, de forma a terem que demitir muitos pais de famílias que trabalhavam a longo tempo nessas empresas. Nessa confusão, as empresas brasileiras estão sem ganhar concorrências a mais de dois anos. Com isso, o desemprego aumenta internamente, enquanto as empresas externas concorrentes das brasileiras, estão muito felizes e agradecidas ao parlamento federal e a Justiça brasileira. Em qualquer país do mundo, em face de denuncias de corrupção, seria investigadas e punidas, as pessoas supostamente envolvidas e nunca as empresas, pois pessoas físicas cometem crimes, pessoas jurídicas não. Esses dois poderes deveria está ajudando a melhorar nosso país. A oposição devia estar preocupada em gerar proposição que alternativa as ações do Governo, de forma a se qualificarem os novo embates eleitorais. A oposição não vai aumentar sua votação praticando a política do quanto pior, melhor.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os Quatro razões pelas quais a Rússia está a agir na Síria

 

israel attacks syria

Com tudo o que tem sido escrito sobre os acontecimentos no interior da Síria e do Irã, que têm acompanhado recente agressão russa, eu li muito pouco sobre as motivações subjacentes para o que está ocorrendo nesta parte volátil do mundo. Este artigo identifica as quatro principais razões que fundamentam a presença militar russa na Síria.

Rússia está protegendo seus únicos aliados do Oriente Médio

ISIS é uma criação da CIA. Como o ex chefe de -Exército de Operações Especiais de Empresa, Scott Bennett afirma, "ISIS foi uma criação da CIA, fornecido por trás ilegalmente deixando equipamento militar no Iraque". De acordo com Bennett, ISIS é financiado pela CIA , patrocinando secretas contas bancárias suíças. Finalidade do ISIS 'foi para eventualmente sangrar a Síria, onde eles iriam ajudar a fomentar o colapso do regime de Assad. Uma vez que a Síria tivesse sido derrubada, o Irã seria invadido e Petrodólar do Federal Reserve seriam salvos. Por outro lado, a Síria e o Irã são apenas o caminho da Rússia para o Oriente Médio. Posteriormente, Putin com muita habilmente virou o jogo sobre a estratégia da CIA de usar ISIS para derrubar a Síria e isso tem proporcionado a Rússia um pretexto para ter uma presença militar na região.

Rússia está conduzindo a carga Longe do Petrodólar

The BRICS have attacked the sacred Federal Reserve by undermining the Petrodollar. Os BRICS têm atacado o Federal Reserve sagrado por minar a Petrodólar.

No início da crise da Síria / Irã, todas as nações do mundo usavam o dólar como moeda de reserva do mundo, com exceção para o Irã e a Síria. Enquanto o mundo usa o dólar como um pré-requisito para a compra de petróleo, as nações do mundo estarão sempre provar ser subservientes aos Estados Unidos e seu "Petrodólar". O dólar Federal Reserve tem sido a moeda de reserva do mundo desde 1944. Ele fornece o único suporte para o dólar. Sem o dólar estar no status de moeda de reserva mundial, o dólar Hyper-inflar e causar acidente em um período muito curto de tempo. As vidas dos americanos médios estará a mercê como eles têm conhecido.
Houve tentativas anteriores para abandonar a prática de compra de petróleo do Iraque sem antes passar pelo Federal Reserve de comprar o Petrodólar. No início da década de 1990, a França e a Alemanha tentaram usar o Euro para "calmamente comprar" petróleo do Iraque. Iraque foi invadido pelos Estados Unidos. Quando a história se repetiu, o Iraque foi invadido novamente, e Saddam Hussein foi executado. Quando a Líbia não jogou a bola com os bancos centrais em grande parte da mesma questão, foi invadida e Kadafi foi executado. Voltando na história, Abraham Lincoln foi executado por razões semelhantes. Quando JFK imprimiu certificados de prata em uma tentativa de contornar a Reserva Federal, ele também foi executado. Putin está de pé alto em oposição a esta tendência. No final , ele também, vai ser executado ou assassinado depois de ter cumprido o seu propósito.
Enquanto crescia cansado de pagar preços mais elevados pelo petróleo, a fim de sustentar o Petrodólar, Rússia, sob Putin, liderou um esforço longe do status de reserva mundial do dólar. Irã e Síria começaram a vender o seu petróleo por ouro. Índia, Brasil, África do Sul e, acima de tudo, a China aderiram à revolução contra o dólar e os BRICS foram formados. Os EUA postulavam invadir o Irã, sob o pretexto de que o Irã estava desenvolvendo armas nucleares. Rússia e China ameaçaram tanto de nocautear os Estados Unidos e Obama recuou. Tudo isso acrescenta-se a morte do dólar e, finalmente, a Terceira Guerra Mundial.
Esses eventos resultaram em Putin tirar a superioridade moral dos Estados Unidos e ter paralisado a política militar dos EUA no Oriente Médio. Como resultado, o dólar agora tem um encontro com o destino. Ações de Putin estão deixando a Reserva Federal sem fazer backup para o dólar. Com um déficit $ 19000000000000 dólares, um dólar a 240000000000000 $ sem lastro e passivos obrigatórios (por exemplo, Segurança Social, Medicare, etc.) e uma gritante $ 1,5 quatrilhões de crédito dólar em dívida com derivativos de swap, o dólar, depois de perder muito do seu antigo estatuto Petrodólar, está a à beira do colapso e pode acontecer a qualquer momento.

A Rússia está se preparando para invadir o Oriente Médio

russian-military tank

Desculpa da Rússia para erradicar ISIS com o pretexto de salvar o regime Assad da Síria, tem proporcionado a Rússia com um meio para construir uma base militar de operações na Síria e serve para fornecer um caminho em que eles podem invadir os parceiros aliados dos EUA no Médio Oriente ricos em petróleo e que estão promovendo a continuidade do Petrodólar. Francamente, estou surpreso que os Estados Unidos, sob a liderança do Federal Reserve Board, ainda não tenha lançado um primeiro ataque nuclear. Temo que esse dia está chegando. A Reserva Federal não irá cair sem uma luta. A estratégia de combate russa é ocupar tantas partes do mundo como possível, assim, tornando-se impossível para os EUA para combater eficazmente a guerra econômica do BRICS sobre o Petrodólar.

Todo o mundo é um palco e Putin é o homem liderando

No Fear.

Sem medo.Putin é ex-KGB. Como resultado, após o colapso da União Soviética, a KGB transformou em a máfia russa e impiedosamente controla a política russa, media e grande parte da sua política externa. A máfia russa era uma entidade brutal. Em suma, Putin é um bandido, um bandido da KGB Mafioso que tenha assassinado brutalmente dezenas de milhares de seu próprio povo. Os tolos que se dedicam a adorar Putin são muito equivocados. A única razão que Putin goza de status de estrela do rock entre alguns americanos mal-informados é porque ele defende publicamente as crenças do povo russo, que também representa os valores americanos de classe média tradicionais. Putin é abertamente anti-gay, enquanto a Casa Branca exibe as cores do arco-íris após a decisão da Suprema Corte sobre o casamento gay. Putin proibiu OGM, enquanto o Congresso barra qualquer controle legítimo sobre a Monsatan, e Putin disse ao Banco de Compensações Internacionais (BIS) para ir para o inferno, enquanto Obama é o seu cão de colo. Putin é realmente arrogante o suficiente e suficiente um demagogo a acreditar que ele pode superar as forças bancárias satanicamente inspiradas no planeta. Eventualmente, Putin vai sofrer o mesmo destino de Saddam Hussein.

Conclusão

Curta de intervenção divina, a Terceira Guerra Mundial é uma conclusão precipitada. Toda e qualquer uma dessas quatro razões culminará com a data final com o destino. Em suma, Putin está sendo usado por BIS para mover o planeta em direção a III Guerra Mundial. O BIS quer a III Guerra Mundial, a fim de promover a ordem a partir do caos. Eles querem uma guerra de unificação política e econômica. Putin é seu cúmplice involuntário para esse fim. No final do dia, Putin, como Obama, irão levar suas

respectivas nações a aniquilação total e a versão final da Nova Ordem Mundial estará em cima de nós.

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sábado, 31 de outubro de 2015

Gilberto: 'objetivo da Zelotes é prender Lula'

 

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31 de Outubro de 2015 às 06:17

247 – Em entrevista concedida à jornalista Natuza Nery (leia aqui), o ex-ministro Gilberto Carvalho classificou a mais recente fase da Operação Zelotes, que investigou Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula como "palhaçada" e disse que o real objetivo é a prisão de Lula.

"O alvo é só um, é o PT, é o presidente Lula. Eles querem desmoralizar o presidente Lula para depois realizarem a prisão dele e o tirarem fora de 2018, é disso que se trata. A tática está definida, está clara. É a tentativa de ir aos poucos minando o partido, a credibilidade do presidente Lula, para depois levá-lo a um processo de condenação e prisão", disse ele.

Também alvo da ação, Gilberto criticou o desrespeito aos direitos individuais. "O que não pode, em defesa da democracia, é o atropelamento dos direitos individuais, e é isso que está em jogo. E tenho uma longa vida pública e já me habituei a enfrentar, mas ver os seus filhos expostos desse modo é um golpe duro", afirmou. "Critico o cidadão da Receita Federal que recomenda a quebra de sigilo bancário e fiscal dos meus familiares sem que contra mim haja nenhum indício real, efetivo, de que eu tenha sido beneficiário de qualquer propina ou ação dessas pessoas que estão presas hoje. É uma leviandade e uma exposição desnecessária. Não condeno a investigação, condeno a irresponsabilidade dessas pessoas."

O ex-ministro também nega as acusações de ter participado de "conluio" e diz ter orgulho de não ter enriquecido nos doze anos que passou no Palácio do Planalto. "Nunca participei de conluio nenhum. Nunca esse senhor [Mauro Mautone] apareceu para mim para fazer qualquer proposta nem tratar de nenhuma oferta. Até porque, no meu papel de chefe de gabinete, eu não acompanhava as audiências em sua imensa maioria. Esse senhor nunca me ofereceu qualquer beneficio pecuniário. Aliás, nos 12 anos de Planalto, nunca passei por esse constrangimento. Tenho orgulho de não ter enriquecido neste período."

Gilberto afirmou, ainda, que a Zelotes, ao deixar de lado os alvos iniciais, que são os grandes sonegadores, se transforma em circo político. "Espero que o mesmo tratamento dado a mim se dê àqueles que são os verdadeiros alvos da Operação Zelotes, grandes empresas brasileiras, redes de comunicação no Brasil. Só espero que a Zelotes não sirva apenas para construir esse circo político", afirma.

Lava Jato e doações de campanha

Segundo o ex-ministro, há também uma blindagem em relação a outros partidos nas investigações judiciais em curso no País. "Por que a Lava Jato, em toda delação premiada, não levantou sequer uma questão do financiamento das campanhas de outros políticos? Onde estão as informações do financiamento da campanha do senhor Aécio Neves, que recebeu mais dinheiro dessas empresa da Lava Jato do que Dilma Rousseff? Por que isso não vem a público?", questionou.

"Se o país não tiver consciência disso, nós seremos conduzidos a um processo que vai enganar todo mundo. Em nome do combate à corrupção, os grandes corruptores continuarão soltos e impunes, mas grande parte vai continuar praticando o mesmo assalto aos cofres públicos, como fizeram no Brasil no caso da privataria, da emenda da reeleição", diz ele. "O que me espanta e me dói é ver gente como o ministro do Supremo Gilmar Mendes e próceres do PSDB que denunciam a corrupção mas defendem com unhas e dentes o principal instrumento indutor da corrupção que é o financiamento empresarial de campanha. É uma hipocrisia. Se passar a Lava Jato, com tudo o que ela está provocando, e o PT pagar o seu preço, e todos esses mecanismos continuarem, a nação terá perdido muito."

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/203258/Gilberto-'objetivo-da-Zelotes-é-prender-Lula'.htm

Cientista social diz que Veja deixou de ser fascista para virar nazista

 

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31 de Outubro de 2015 às 16:58

247 – "A capa da veja dessa semana não deixa dúvidas. Não se trata mais de uma publicação fascista. Acho que já se trata de uma publicação nazista", disse o cientista social Robson Sávio Reis Souza, em seu Facebook.

Confira abaixo:

A capa da veja dessa semana não deixa dúvidas. Não se trata mais de uma publicação fascista. Acho que já se trata de uma publicação nazista. Por que nazista?

1. Ao fazer julgamentos e impor condenações, sem provas, sem direito a defesa e contraditório, usurpa da ordem constitucional, que possui órgãos institucionais encarregados de processarem a justiça.

2. Em nome de uma pseudo liberdade de imprensa, atenta contra direitos constitucionais, afrontado o estado democrático de direito, ao arrepio das leis.

3. É um panfleto totalitário: seus produtores, agem com bestial autoritarismo [porque além de se postarem como superiores, são autocentrados; manipulam informações para destilarem um ódio descomunal contra alguns grupos sociais e não conseguem mais respeitar princípios básicos da civilidade]. Ademais, julgam-se donos absolutos da verdade e, portanto, querem impor a qualquer custo essa verdade, além de tentar doutrinar seus seguidores, inoculando-lhes, em doses cavalares, o veneno desse ódio mortal.

4. É até mesmo antiliberal: sequer respeita princípios basilares dos direitos individuais, além de eliminar qualquer possibilidade de reconhecimento da diversidade étnico-política e cultural do país.

5. Ostenta teses militaristas, ao impor um modo único de pensamento,um modelo único de organização social, uma hierarquia verticalizada de comando, segregando/rotulando/excluindo e promovendo uma caça às bruxas, com tentativas de erradicação de todos(as) e tudo que é diferente de seu fundamentalismo político-ideológico.

6. Por fim, expressa um nacionalismo de extrema-direita, porque advoga claramente que um determinado segmento [e/ou elite política] é detentor natural dos rumos e destinos da nação e que qualquer subversão a essa ordem (natural, quase de base divina) é ilegítima e, portanto, deve ser combatida com requintes de perversão.

É preciso, em nome da democracia, dar um basta nesse folhetim que flerta com teses nazistas a cada nova edição…

http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/203301/Cientista-social-diz-que-Veja-deixou-de-ser-fascista-para-virar-nazista.htm

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Prascidelli critica silêncio do PSDB sobre confissão de FHC de que sabia de corrupção na Petrobras

 

valmirPrascidelli

O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) criticou hoje (23) o silêncio do PSDB e dos partidos oposicionistas aliados a ele em relação à confissão feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que sabia de esquemas de corrupção na Petrobras desde 1996 e nada fez para apurá-los. “Podemos dizer que, ou ele prevaricou, ou pactuava com aquela corrupção e protegia alguém”, afirmou Prascidelli, em artigo. A confissão de FHC foi feita em seu livro Diários da Presidência, que acaba de ser lançado.

Prascidelli criticou a oposição por não ter assinado o relatório final da CPI da Petrobras, concluída nesta semana, e observou que os esquemas de corrupção que vêm sendo investigados agora, durante o governo Dilma, podia ter sido desfeitos há quase vinte anos, se FHC não se omitisse. Portanto, observou o que existe hoje não é o “maior esquema de corrupção da história do País”, como afirma a oposição, mas é sim um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil “que está sendo apurado e investigado”.

O petista enumerou vários escândalos de corrupção ocorridos durante o governo FHC (1995-2002) que foram colocados debaixo do tapete, tais como o Sivam, a pasta rosa, o Banestado (evasão de divisas da ordem de US$ 32 bilhões), a compra de votos, em 1997, para a reeleição de FHC, a privataria nas teles, o mensalão tucano em Minas Gerais. E mais recentemente, disse Prascidelli, o cartel do Metrô de São Paulo e a atuação de tucanos na CPI do Cachoeira, no Congresso Nacional, para que os integrantes do governo do PSDB em Goiás não fossem indiciados.

Leia a íntegra do artigo:

A CPI E OS PALADINOS DO ENTREGUISMO

Valmir Prascidelli (*)

A CPI da Petrobras chega ao final depois de ter ouvido 132 pessoas entre investigados e testemunhas. Nos oito meses de trabalho, foram realizadas 56 reuniões ordinárias, três visitas técnicas a sedes da empresa, duas missões a Curitiba (PR) e uma diligência a Londres, na Inglaterra.

O debate ocorrido na CPI não foi entre os que queriam apurar irregularidades na estatal e os que preferiam escondê-los. Acima de tudo, foi um debate político, entre os que têm clareza sobre a importância da Petrobras para a soberania nacional e aqueles que, no governo FHC, tentaram privatizá-la e que agora têm projetos no Congresso Nacional para entregá-la ao capital internacional.

O relatório do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) deixa bastante claro qual é a importância que a empresa teve para o Brasil, ao longo da sua história e, acima de tudo, qual a importância que ela terá, no futuro, para o desenvolvimento do país, especialmente a partir da descoberta do Pré-Sal.

É claro que a Câmara dos Deputados é uma Casa política; que as discussões são acaloradas e que os ataques ao governo federal e ao Partido dos Trabalhadores são fruto dessas disputas partidárias.

Escândalos tucanos - Os deputados da oposição, em especial do PSDB, que gostam de posar de paladinos da Justiça, classificam o escândalo da Petrobras como “o maior da história do Brasil”. Creio sinceramente que este pode ser de fato o maior escândalo de corrupção da história do Brasil que está sendo apurado e investigado. Provavelmente esse escândalo não aconteceria se, em 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse tomado providências ao ser informado de que havia corrupção na estatal.

Esse fato não é nenhuma denúncia de algum petista, mas é reconhecido pelo próprio Fernando Henrique, em seu livro Diários da Presidência, que acaba de ser lançado. Ora, nós podemos dizer que, ou ele prevaricou, ou pactuava com aquela corrupção e protegia alguém. Os deputados do PSDB que acusam o PT de ter institucionalizado a corrupção na Petrobras se esquecem desse detalhe revelado pelo ex-presidente.

No livro, FHC explica que não apurou as denúncias de corrupção para não atrapalhar a aprovação da lei que instituiu o Conselho Nacional do Petróleo e do decreto 2.745, que simplifica o processo de licitações da estatal e hoje é criticado pelo PSDB. Se isso não foi prevaricação, não sei o que é...

Tucanoduto - Nenhum dos escândalos do PSDB foi apurado. Nem os velhos, como o Sivam, a pasta rosa, o Banestado, a compra de votos para a reeleição, a privataria nas teles, o mensalão tucano em Minas Gerais; nem os novos, como o cartel do Metrô de São Paulo. Sem falar na CPI do Cachoeira, quando o PSDB trabalhou para que os integrantes do governo de Goiás não fossem indiciados. Então, o desvio de verbas da Petrobras pode ser o maior escândalo de corrupção que foi apurado no Brasil.

Os “paladinos da Justiça” adoram usar a palavra transparência, mas na prática agem como os censores na época da ditadura. Em São Paulo, o governo Geraldo Alckmin, do PSDB, teve o desplante de decretar sigilo por 25 anos sobre os documentos relativos às irregularidades no Metrô, ao fechamento de escolas e à precária situação da segurança pública, além dos documentos da Sabesp, que é a responsável direta pela crise da falta de água no estado.

Desde o início, a CPI da Petrobras sempre esteve um passo atrás da chamada Operação Lava Jato. Sempre foi pautada pela imprensa, muitas vezes por meio de vazamentos seletivos e por escutas clandestinas e irregulares, assumidas aqui por delegados da Polícia Federal.

Nessa CPI, alguns partidos tiveram atuação muito mais política do que técnica ou jurídica. E, por vezes, ela foi impedida pela Justiça de ter acesso a documentos e de fazer algumas oitivas. Além disso, muitos deputados confundem os autos da Lava Jato com os autos da CPI.

Tortura psicológica - Na Comissão, não houve nenhuma materialidade para indiciar as pessoas que aqui foram citadas pelos delatores. Muitas vezes, os “paladinos da Justiça” do PSDB, do DEM e do Solidariedade trataram réus confessos e criminosos como heróis. Várias vezes tentaram intimidar depoentes, ameaçando-os e fazendo tortura psicológica.

Os “paladinos da Justiça” também tentam esconder que as contribuições das empresas – investigadas nesse caso – para os partidos políticos guardam uma grande similaridade. O PT e PSDB receberam valores muito aproximados, nos mesmos períodos e das mesmas empresas. Para nós é um escândalo e para eles são contribuições normais de campanha. Além da Petrobras, várias destas empresas também fazem obras para os governos estaduais do PSDB em Minas e São Paulo. Se as empresas utilizam o mesmo caixa, como separar o que é lícito do ilícito nas contribuições partidárias?

O relatório aprovado na CPI aborda exatamente aquilo que corresponde aos trabalhos da Comissão, aos documentos disponíveis e às oitivas . Além disso, apresenta um conjunto de recomendações à Petrobras, à Procuradoria Geral da República, ao Ministério da Justiça, ao Ministério de Minas e Energia.

Em relação à Câmara, o relatório apresenta propostas legislativas para governança, gestão de risco e controle interno das empresas estatais. Aponta caminhos para o necessário debate parlamentar sobre o papel da delação premiada, para que ela não seja usada parcialmente como muitas vezes vem acontecendo.

Por fim, o relatório indica caminhos para que as próximas CPIs não sejam subalternas a outras instituições e que tenha autonomia e altivez para fazer o trabalho de investigação.

Não me surpreende, portanto, o PSDB, o DEM, o Solidariedade e os demais partidos de oposição não terem aprovado o relatório.

De minha parte, parabenizo o deputado Luiz Sérgio pela coragem e serenidade, pois ele compreendeu que o papel desta CPI foi ajudar a desvendar o esquema de corrupção na Petrobras e ajudar a prepara-la para contribuir ainda mais com o Brasil.

(*) Deputado federal pelo PT de São Paulo

(Artigo publicado originalmente no site Brasil 247)

Equipe PT na Câmara