Mostrando postagens com marcador Meio Ambiente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Meio Ambiente. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Geração de lixo supera taxa de crescimento populacional

 

A média brasileira de produção de lixo por pessoa é 1,062 quilo (kg) por dia. Foto: Shutterstock

A média brasileira de produção de lixo por pessoa é 1,062 quilo (kg) por dia. Foto: Shutterstock

Por Camila Maciel, da Agência Brasil –

Produção de lixo no país cresce 29% em 11 anos, mostra pesquisa –

A geração de lixo no Brasil aumentou 29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco vezes a taxa de crescimento populacional no período, que foi 6%, de acordo com levantamento divulgado hoje (27) pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A quantidade de resíduos com destinação adequada, no entanto, não acompanhou o crescimento da geração de lixo. No ano passado, só 58,4% do total foram direcionados a aterros sanitários.

Mais de 41% das 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no país em 2014 tiveram como destino lixões e aterros controlados. Segundo a Abrelpe, esses locais são inadequados e oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde. No ano anterior, o percentual foi 41,7%. A metodologia da pesquisa envolveu 400 municípios, o equivalente a 91,7 milhões de pessoas. Por dia, o brasileiro gera, em média, 1,062 quilo de lixo.

Esse dados mostram que mais de 78 milhões de brasileiros, ou 38,5% da população, não têm acesso a serviços de tratamento e destinação adequada de resíduos sólidos. Além disso, mais de 20 milhões de pessoas não dispõem de coleta regular de lixo, pois cerca de 10% dos materiais gerado não são recolhidos. O volume de lixo produzido aumentou 2,9%, entre 2013 e 2014. A coleta de resíduos, por sua vez, melhorou 3,2%.

Esta é a primeira pesquisa que retrata a situação da gestão dos resíduos, depois da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. Em relação à reciclagem, a pesquisa revela uma evolução de 7,2 ponto percentual. Em 2010, apenas 57,6% dos municípios tinham alguma iniciativa de coleta seletiva. No ano passado, o percentual aumentou para 64,8%.

Entraves da PNRS

“Nem mesmo com a edição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que traz entre os princípios, como primeira ação na hierarquia dos resíduos, a minimização da geração, a gente percebe que isso ainda não está em curso. Nós ainda estamos em linha de crescimento de geração [de lixo], tanto no total quanto per capita”, destacou o presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

A média brasileira de produção de lixo por pessoa é 1,062 quilo (kg) por dia. Na avaliação por estado, Brasília lidera com mais de 1,5 kg/dia per capita, seguida por São Paulo e Rio de Janeiro, empatados em cerca de 1,2 kg/dia.

Entre os entraves para o funcionamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Carlos Filho aponta falta de vontade política dos gestores municipais, pouca capacidade técnica para viabilização da solução adequada e falta de recursos. “Não adianta dar mais prazo, não adianta estender a lei. O que precisa é conjugar esses três fatores e colocar isso em prática. Do contrário, vamos continuar sofrendo com uma gestão inadequada”, declarou. Para ele, dar mais tempo para cumprimento da lei pode agravar problemas ambientais já registrados hoje, como contaminação do solo e das águas. (Agência Brasil/ #Envolverde)

* Edição: Stênio Ribeiro.

** Publicado originalmente no site Agência Brasil.

http://www.envolverde.com.br/1-1-canais/producao-de-lixo-no-pais-cresce-29-em-11-anos/

Propostas do Brasil na Conferência do Clima serão ambiciosas, diz secretário

 

O conteúdo do EcoDesenvolvimento.org está sob Licença Creative Commons. Para o uso dessas informações é preciso citar a fonte e o link ativo do Portal EcoD. http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2015/julho/propostas-do-brasil-na-cop21-serao-ambiciosas#ixzz3g4YuqKKW  Condições de uso do conteúdo  Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives De acordo com o secretário, outra meta “ambiciosa” no acordo feito entre Brasil e Estados Unidos é o compromisso de, até 2030, ter 20% da matriz elétrica desses países oriunda de fontes renováveis, sem considerar a fonte hidrelétrica. Foto: Julio César Mulatinho

De acordo com o secretário, outra meta “ambiciosa” no acordo feito entre Brasil e Estados Unidos é o compromisso de, até 2030, ter 20% da matriz elétrica desses países oriunda de fontes renováveis, sem considerar a fonte hidrelétrica. Foto: Júlio César Mulatinho

Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil –

As propostas que o Brasil apresentará na 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima deverão seguir o mesmo caminho, com metas ambiciosas, dos acordos climáticos firmados entre Brasil e Estados Unidos no último mês de junho. A informação foi dada dia 15 pelo secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink.

Segundo ele, o Brasil é uma liderança internacional nas negociações sobre o clima e está trabalhando em alto nível político, com contribuições da sociedade acadêmica, civil, em todos os setores, para apresentar uma proposta robusta e inovadora na conferência, olhando pós-2020. “Nós demos, como disseram os americanos, um flash [uma mostra do que será apresentado na COP 21]. A questão de restaurar 12 milhões de hectares [de florestas] até 2030 é uma meta muito ambiciosa, é metade da área do estado de São Paulo de reflorestamento.”

De acordo com o secretário, outra meta “ambiciosa” no acordo feito entre Brasil e Estados Unidos é o compromisso de, até 2030, ter 20% da matriz elétrica desses países oriunda de fontes renováveis, sem considerar a fonte hidrelétrica. “Nós hoje somos [utilizamos] 9% [de outras fontes renováveis], nos Estados Unidos, são cerca de 7%, vão ter que alcançar 20% até 2030. É por esse caminho que estamos indo”, disse Klink sobre as propostas para a COP 21.

Ele lembrou que o Brasil já tem a Política Nacional sobre Mudança do Clima, com metas de reduzir em 38% as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2020. “Já passamos desse limite, já reduzimos mais de 41%. Então, estamos usando esse aprendizado para apresentar uma boa contribuição [na COP 21].”

A COP 21, que será realizada em Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro deste ano, reunirá 196 países na construção de um novo acordo climático com metas globais de redução de gases causadores do efeito estufa e novos caminhos para o desenvolvimento sustentável.

Para Klink, o tema das mudanças climáticas envolve também questões de crescimento e desenvolvimento econômico e igualdade social e que o acordo entre Brasil e Estados Unidos, “países que mais reduziram emissões de gases”, ajuda a pensar conjuntamente o tema e colocar as necessidades reais em pauta, “como inovar nas questões de florestas, energia, de financiamento, continuar o combate ao desmatamento.”

O secretário informou que as primeiras reuniões entre representantes dos dois países estão marcadas para outubro, para a troca de aprendizagens e tecnologias. (Agência Brasil/ #Envolverde)

* Edição: Valéria Aguiar.

** Publicado originalmente no site Agência Brasil.

http://www.envolverde.com.br/1-1-canais/propostas-do-brasil-na-conferencia-do-clima-serao-ambiciosas-diz-secretario/

domingo, 15 de fevereiro de 2015

TRINTA AÇUDES DO CEARÁ ESTÃO COM MENOS DE 1% DE ÁGUA

 

Dos 149 açudes monitorados no Ceará, 30 estão com volume abaixo de 1% da capacidade e outros 94 têm volume inferior a 30%. O dados são do Portal Hidrológico do Ceará e dos boletins da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Em setembro de 2014, eram 15 os reservatórios com volume menor que um 1%. As bacias hidrográficas em pior situação são Curu, Sertões de Crateús, Banabuiú e Baixo Jaguaribe.

Considerando a situação geral dos reservatórios, houve queda de 10 pontos percentuais no volume - passando de 29,64% em fevereiro do ano passado para os atuais 19,33%. Os dados foram coletados na última quinta-feira, 12. Para Hypérides Macêdo, especialista em Recursos Hídricos e ex-secretário Nacional do Ministério da Integração, a queda na reserva de água dos açudes cearenses corresponde ao “normal que acontece no período seco do ano de junho a janeiro. O problema maior é que a reposição em 2014 foi reduzida por conta da pouca chuva”, destaca.

A maior preocupação, segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, é que a água está concentrada em dois reservatórios (Castanhão e Orós). O gestor lembra que as bacias do Alto Jaguaribe, do Médio Jaguaribe e a Metropolitana acumulam - respectivamente - 38,99%, 21,92% e 20,63% do volume total de cada uma. É um contraste quando observadas a Bacia do Baixo Jaguaribe, que tem apenas 1,8% do seu volume total, ou a Bacia dos Sertões de Crateús - que tem somente 0,35%.

Açudes com volume inferior a 1%:

Broco: 0,44%

Faé: 0,60%

Forquilha II: 0%

Parambu: 0,99%

Pau preto: 0,99%

Trici: 0,22%

Várzea do boi: 0,52%

Jenipapeiro II: 0,75%

São Domingos II: 0,48%

Umari: 0,56%

Madeiro: 0,34%

Carmina: 0,48%

Várzea da volta: 0,4%

Desterro: 0%

Jerimum: 0,01%

Salão: 0,99%

São Domingos: 0%

São Mateus: 0,52%

Sousa: 0,06%

Tejuçuoca: 0,66%

Barra Velha: 0,98%

Barragem do Batalhão: 0%

Carnaubal: 0%

Colina: 0,98%

Cupim: 0,08%

Flor do Campo: 0,01%

Jaburu II: 0,07%

São José III: 0%

Sucesso: 0%

Santa Maria de Aracatiaçu: 0,76%

(O Povo)

http://sobraldeprima.blogspot.com.br/

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

FUNCEME DIVULGARÁ PROGNÓSTICO DA QUADRA CHUVOSA DE 2015 NESTA TERÇA-FEIRA

 

O prognóstico climático para a quadra chuvosa de 2015 no Ceará, elaborado pela Fundação Cearense de Recursos Hídricos (Funceme), será divulgado na próxima terça-feira, dia 20 de janeiro, às 10 h, no auditório do Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado. Trata-se de uma das mais relevantes informações para a orientação de políticas públicas nas áreas de agricultura e gestão de recursos hídricos, com impactos também em outros setores da sociedade.

O Governo Estadual, sensibilizado da gravidade do panorama da seca no Ceará, que chega em 2015 ao quarto ano consecutivo, enxerga a importância do prognóstico e trata a questão dos recursos hídricos como prioridade. Atualmente, 176 dos 184 municípios cearenses têm decretos de estado de emergência por consequência da estiagem. E a situação dos açudes também preocupa, pois nos 149 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), há disponíveis somente 20,4% da capacidade de armazenamento de água, havendo várias regiões do Estado em que o sistema de reservatórios está abaixo dos 10%.

http://sobraldeprima.blogspot.com.br/

sábado, 10 de janeiro de 2015

Brasil alcança primeira posição em proteção de manguezais do mundo

 

por Redação da ONU Brasil

Manguezais Brasil alcança primeira posição em proteção de manguezais do mundo

Os estados do Pará e do Maranhão abrigam 57% do total da área de manguezais do país. Foto: Flickr/Breno Peck (Creative Commons)

Os manguezais são os ecossistemas com maior produtividade e biodiversidade do planeta, além de possuírem papel fundamental na resiliência das comunidades e atividades econômicas costeiras.

A conservação dos manguezais brasileiros teve uma grande vitória em novembro. A faixa protegida no Brasil tornou-se a maior do mundo, com o acréscimo de três reservas extrativistas – Cuinarana, Mestre Lucindo e Mocapajuba -, além da ampliação da Reserva Marinha de Araí-Peroba.

A faixa nacional de manguezais abrange 13.400 km² ao longo de quase todo o litoral brasileiro e correspondem a 9% dos manguezais do mundo. No entanto, cerca de 25% dos manguezais brasileiros foram destruídos no último século e muitos estão classificados como vulneráveis ou ameaçados de extinção.

Os manguezais são os ecossistemas com maior produtividade e biodiversidade do planeta, além de possuírem papel fundamental na resiliência das comunidades e atividades econômicas costeiras.

Localizada no litoral paraense e com áreas também no estado do Maranhão, a faixa de proteção já contava com oito reservas extrativistas e foi ampliada em 51%, passando de 213 mil para 322 mil hectares. Além disso, a área de manguezais protegidos aumentou em 41% e o número de famílias beneficiárias chegou a 34 mil, ou seja, um acréscimo de 22%.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apoiou a consolidação dessa faixa de proteção por meio do Projeto Manguezais do Brasil, que une a conservação do ecossistema à promoção da qualidade de vida da comunidade local e ao uso sustentável dos recursos naturais. No total, 568 mil hectares de manguezais serão beneficiados pelo Projeto, gerando impactos positivos nos meios de vida de alguns dos segmentos mais vulneráveis da sociedade brasileira.

* Publicado originalmente no site ONU Brasil.

http://envolverde.com.br/ambiente/projeto-pnud-ajuda-brasil-alcancar-primeira-posicao-em-protecao-de-manguezais-mundo/

Planeta insustentável: a civilização do lixo

 

por Najar Tubino*

shutterstock 4076833 1024x768 Planeta insustentável: a civilização do lixo

Foto: Shutterstock

80% do consumo privado no mundo é realizado por 20% da população, e a cada 1% de crescimento nos países emergentes, o lixo acumulado cresce 0,69%.

Esta é uma montanha que não para de crescer. Nos cálculos da ONU e do Banco Mundial nas últimas três décadas a geração de resíduos sólidos urbanos cresceu três vezes mais rápido do que a população. Os sete bilhões de habitantes produziram 1,4 bilhão de toneladas de lixo e em 10 anos o montante chegará a 2,2 bilhões de toneladas. Lógico que metade desse lixo é gerada pelos países da Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento, a OCDE, clube dos 34 ricos do planeta. Entre eles os países da União Europeia, além de Coreia do Sul, Japão, Austrália e Reino Unido. Os Estados Unidos lideram a estatística, com 5% da população mundial consomem 40% dos produtos, com um detalhe importante: em 2010 a Agência Ambiental (EPA) divulgou que os estadunidenses jogavam 34 milhões de toneladas de sobras de comida todo ano. O Brasil já é considerado o quinto país na lista dos campeões do lixo com 78 milhões de toneladas para 2014.

O pesquisador Maurício Waldmam, pós-doutor pela Unicamp e autor do livro “Lixo: cenários e desafios” criou uma versão da mitologia grega para traduzir a gravidade da situação. Trata-se do mito da Esfinge, um demônio com corpo de leão, cabeça de mulher e asas de água, que apavorava os habitantes de Tebas. Para ir embora propôs um enigma, decifrado por Édipo, tragédia de Sófocles – “decifra-me ou devoro-te”.

Decifra-me ou devoro-te

Eis o que o que a montanha de lixo planetária está nos propondo. Maurício Waldman comenta:

“- No Brasil, como em qualquer parte do mundo, o que a Era do Lixo está expondo de modo radical é a impossibilidade de mantermos o modus vivendi e modus operandi, que lastreou o surgimento e a difusão da civilização ocidental… o lixo assumiu o contorno de uma calamidade civilizatória. Em termos mundiais apenas a massa de lixo municipal coletado, estimada em 1,2 bilhão de toneladas, supera a produção global de aço – 1 bilhão. As cidades ejetam dois bilhões de toneladas de refugo, superando em 20% a produção de cereais. Os números falam por si”.

No dia 2 de agosto terminou o prazo para os municípios brasileiros se adequarem a lei federal 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, depois de tramitar durante 20 anos no Congresso Nacional. Dois dias depois, a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) lançou a publicação “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013”, uma pesquisa realizada em 404 municípios envolvendo quase metade da população. No ano passado foram coletados 76 milhões de toneladas com um aumento de 4,1%, comparado ao ano anterior. Apenas 58,3% dos resíduos têm destinação final adequada. Ou seja, o restante 41,7% são depositados em lixões e aterros controlados, que são quase lixões. Dos mais de cinco mil municípios do país, 3.344 ainda fazem uso de locais impróprios para destinação final de resíduos. E 1.569 municípios utilizam lixões a céu aberto, que é a pior forma de descarte. Enfim, mais da metade dos municípios brasileiros não se adequou à nova legislação, embora desde a década de 1980 seja proibido jogar lixo em qualquer lugar.

Nova York gera 24,8 mil toneladas de lixo

Em outubro desse ano, na Índia, o primeiro-ministro Narendra Modi de vassoura em punho lançou a campanha Índia Limpa, e convocou quatro milhões de funcionários públicos federais para se engajarem. “Depois de tantos anos de independência não podemos continuar convivendo com esta imundície”, disse ele, acrescentando que o governo investirá R$24 bilhões em cinco anos para varrer a sujeira. No caso indiano a situação é particularmente grave, porque metade dos 1,2 bilhão de habitantes não tem acesso a banheiros e fazem suas necessidades fisiológicas em qualquer canto. Porém, mesmo entre os ricos o problema continua grave. Os japoneses geraram quase 500 milhões de toneladas de resíduos urbanos e seus aterros sanitários tem vida útil de oito anos. Aqueles que recebem o lixo de Tóquio tem vida útil de quatro anos, conforme a publicação Lixo Zero, do Instituto Ethos, coordenada pelo economista Ricardo Abramovay.

Nova Iorque, onde são geradas 24,8 mil toneladas por dia – em São Paulo são pouco mais de 18 mil toneladas – os resíduos são enterrados em aterros de Nova Jersey, Pensilvânia e até na Virgínia, alguns distantes 500 quilômetros. A capital dos turismo da classe média brasileira recicla apenas 18% do que produz. Aliás, os Estados Unidos reciclam apenas um terço das garrafas pet, índice que é de 72% no Japão. Os estadunidenses produzem 624 mil toneladas de lixo diariamente. E mais: 80% do lixo eletrônico são exportado para a China. Até recentemente os países da OCDE exportavam 200 milhões de toneladas de lixo para outros países. É interessante o estilo de vida dos EUA, onde todos os anos são repostos 600 milhões de quilos de carpetes.

Brasil é o quinto mercado mundial

No Brasil, uma pesquisa recente do Banco Mundial apontou que se 42% dos resíduos sólidos jogados em lixões a céu aberto fossem para aterros sanitários – onde o chorume e o metano são coletados – o aproveitamento do biogás e a compostagem abririam 110 mil novos empregos nos próximos 18 anos e acrescentariam US$35 bilhões na economia. Também supririam 1% da demanda de energia elétrica. Na União Europeia o cálculo apontou que se todo o lixo fosse tratado acrescentaria 42 bilhões de euros no setor de coleta e reciclagem e mais 400 mil empregos. A Alemanha é o país líder na reciclagem com aproveitamento de 48% dos materiais utilizados. O mercado global do lixo da coleta até a reciclagem movimenta US$410 bilhões. Mas a ONU ressalta que os orçamentos dos municípios estão destinados até 30% da sua verba para o lixo. No caso da capital paulista em 2013 foi R$1,8 bilhão, 20% mais do que o ano anterior.

O Brasil até 2020, ou seja, daqui a seis anos, será o quinto maior mercado consumidor do mundo. Já somos o maior consumidor de cosméticos, o segundo em cervejas, o terceiro em computadores, o quarto em carros e motos e o quinto em calçados e roupas. O problema cresce, porque a questão é: o que fazer com a montanha de lixo? A Confederação Nacional dos Municípios diz que são necessários investimentos de R$70 bilhões para atender a demanda dos municípios que jogam os resíduos no lixão.

Cheiro de ovo podre

Porém, isso não explica o óbvio: 80% do consumo privado no mundo é realizado por 20% da população. Quer dizer, 5,6 bilhões de pessoas rateiam o que resta da miséria, mesmo que isso signifique ter um smartphone, televisão fininha e um valão na porta de casa, onde corre o esgoto a céu aberto, com todas as embalagens e utensílios domésticos imaginados. Nos países da OCDE a média de carros por cada mil habitantes é de 750, na China é 150 e na Índia 35. A mesma organização diz que a cada 1% de crescimento nos países emergentes, o lixo acumulado cresce 0,69%. Como os emergentes continuarão crescendo, deduz-se que a montanha idem.

Em meio a isso tudo, a época natalina comercial cristã, com o mercado de luxo bombando no Brasil – em São Paulo ricos de todo o país gastaram R$10 bilhões em 2012 -, comecei a elaborar a seguinte questão: existe um problema maior do que as emissões de gás carbônico, metano e óxido nitroso – os gases estufa – na atmosfera. Trata-se do gás sulfídrico H2S, sulfeto de hidrogênio, conhecido popularmente pelo cheiro de ovo podre, ou pelo cheiro de qualquer rio podre – caso do Tietê, em SP -, ou córrego carregado de esgoto, locais onde o gás se expande. Este cheiro da podridão, de coisa decomposta, degradada, em meio à globalização e a concentração de renda no planeta, é que está definindo os rumos da civilização do lixo. A tecnologia venceu a natureza, pensaram os mecanicistas desde a Revolução Industrial, agora reforçados pelos agentes do sistema financeiro. O que não estava nos planos do capitalismo esclerosado é que a expansão acabaria devorando o mercado com clientes, industriais, comerciantes e demais componentes econômicos afogados em uma gigantesca montanha de lixo. O enigma grego foi decifrado e só falta puxar a descarga.

* Publicado originalmente no site Carta Maior.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Evacuação de São Paulo não é uma hipótese impossível

 

cantareiraRecentes rumores vindos da diretoria da Sabesp em São Paulo, desmentidos posteriormente, não descartavam a possibilidade de os moradores da cidade serem obrigados a ir para outros lugares devido à falta de água. Mesmo se a situação é gravíssima, uma evacuação em massa ainda não está na ordem do dia. Mas será que esta medida dramática e radical pode ser definitivamente descartada no futuro?

Na opinião do filósofo Roberto Malvezzi, da equipe de preservação do rio São Francisco, a resposta pode ser “não” se as autoridades continuarem a contar somente com as chuvas para resolver a crise, sem criar um Plano B.

Implicado há décadas na questão hídrica e ambiental, Malvezzi pensa que a campanha eleitoral em São Paulo travou um debate mais aprofundado sobre a crise hídrica:

Roberto Malvezzi, da equipe do rio São Francisco, critica a gestão pública da crise da água em São Paulo. (Foto:DR)

“Em primeiro lugar, temos uma realidade científica. O Brasil passou por vários processos de destruição do seu cerrado, muitos cientistas pensam, inclusive, que o cerrado está extinto. Com isso, começamos a ter problemas das chuvas que caem na região escoarem rapidamente pelas superfícies. Estamos com o enfraquecimento de vários aquíferos*. E uma das regiões que está sofrendo com isso é a região do Cantareira. Não é uma questão momentânea, é mais profunda e para muita gente não tem mais retorno”, observa Malvezzi.

Outro ponto relevante que preocupa o entrevistado é a média per capita de água em São Paulo, pouco mais de 260m³ por ano, sendo que o padrão da ONU é 1000m³por pessoa. “Isso mostra que cada vez que houver crise – e tudo indica que no futuro elas serão mais constantes e severas – e que se esta estiagem se prolongar até fevereiro ou março, teremos uma catástrofe social em São Paulo”, prevê Malvezzi, lembrando que não existe um Plano B do governo, que continua apostando na vinda de chuvas como solução maior.

Mesmo se geólogos estão reunidos para analisar a possibilidade de se recorrer às águas dos poços, o especialista teme que esse tipo de medida, “a toque de caixa”, não baste para resolver os problemas de São Paulo, pelo menos neste momento emergencial.

Reaprender a viver com pouca água

Roberto Malvezzi acredita que se nada fôr resolvido nos próximos meses, a possibilidade de uma saída em massa da população paulistana não é uma fantasia. “Vai depender de ter água”, ele diz, citando um exemplo que considera sintomático: “Os jornais estão dizendo que algumas empresas que precisam de muita água já estão deixando São Paulo, por falta de garantia hídrica”.

O entrevistado acredita que São Paulo já está no fio da navalha com esta pouca disponibilidadeper capita. “E quando falamos nisso, não falamos apenas do uso doméstico, estamos falando também do uso industrial, dos serviços, da área da educação, saúde, comércio, estamos incluindo todos os usos, então, o problema está posto: as autoridades estão contando com as chuvas”.

O especialista lembra que o Nordeste, diante da falta de água, contou com as chuvas por quase um século e depois de perceber que isto era inviável, partiu para a prevenção. “Hoje a região está saindo de uma estiagem de quase três anos, sofrida, mas ao mesmo tempo não precisa mais de migração pois foi criada uma infraestrutura, uma estrutura e uma cultura de você conviver com pouca água e depois manejá-la” , explica Malvezzi, lembrando que São Paulo não tem essa cultura, essa tradição, que está enfrentando isso pela primeira vez e está se perdendo.

* Nota da redação: Aquífero é uma formação geológica subterrânea com capacidade de armazenar água e com permeabilidade para permitir que a água armazenada se movimente.

http://www.paraibaurgente.com.br/s/mundo/evacuacao-de-sao-paulo-nao-e-uma-hipotese-impossivel

domingo, 2 de novembro de 2014

A falácia da Guerra pela água

 

A falácia da Guerra pela água

Cachoeira no Paraíba do Sul, pivô de disputa recente entre Rio e SP

 

Atribuir conflitos a uma eventual escassez atende 
apenas a interesses midiáticos, políticos e ideológicos

Por Luiz Antônio Bittar Venturi*

Internacionalmente, não existem registros de conflitos por disputa de recursos hídricos, apenas algumas tensões políticas ou diplomáticas em alguns casos específicos. A maior parte das 261 bacias internacionais existentes no mundo é gerida por meio de acordos que asseguram o compartilhamento de suas águas.

É o caso do Tratado de Cooperação da Bacia Amazônica, o Tratado da Bacia do Prata, a Comissão Internacional para Proteção do Rio Danúbio (Europa), a Iniciativa da Bacia do Nilo (África), o Protocolo de Damasco, assegurando o compartilhamento das águas do Rio Eufrates (Oriente Médio), Tratado de Paz entre Israel e Jordânia acerca do compartilhamento do Rio Jordão, entre outros. O mundo já entende que uma bacia hidrográfica deve ser gerida enquanto sistema integrado, independentemente das fronteiras políticas que possa abranger. Observe que, mesmo em áreas onde o recurso hídrico é mais escasso, nunca houve a chamada guerra pela água, nem há perspectiva de que haja, já que as soluções técnicas e de planejamento estão se tornando mais eficientes e mais baratas, sobretudo se comparadas aos custos de uma guerra. Paula Duarte Lopes, em Água no Século XXI: Desafios e oportunidades, afirma: “No que diz respeito à água, a última guerra – no sentido clássico do termo – registrada teve lugar entre duas cidades-Estado na Suméria antiga (Umma e Lagash), em 2500 a.C. Não existe qualquer registro histórico de outra guerra entre entidades políticas autônomas ou explicada por motivos hídricos”.

O especialista turco em hidropolítica Dursun Yildiz converge com essa opinião ao afirmar que, “quando olhamos para os trabalhos acadêmicos, podemos ver claramente que a tese da realização da guerra da água parece quase impossível. Esse conceito é mais publicado em revistas e jornais populares”. Afirmar que a água vai acabar, como já vimos, é uma insensatez malthusiana, e atribuir conflitos a uma eventual escassez atende apenas a interesses midiáticos, políticos e ideológicos, pois não se assenta em base científica, mas a uma perspectiva fatalista que talvez tenha maior valor 
de mercado.

No Brasil, porém, a recente disputa entre os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro reveste-se de desconhecimento técnico e de interesses políticos. Desconhecimento de que uma bacia deve ser gerida como um conjunto sistêmico, cujo potencial hídrico pode ser medido em relação à demanda e, dessa forma, ter as águas compartilhadas pelos estados. Essa disputa é também revestida de interesses políticos, pois, alimentar o discurso de que “estão roubando nossa água e não vamos permitir que isso aconteça”, tem uma forte conotação emocional que pode facilmente ser revertida em benefícios eleitorais. Não há o menor problema em compartilhar as águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul, como já se faz há milênios em outras bacias, e como se está fazendo com o São Francisco.

*Professor livre-docente do departamento de geografia da USP

VEJA NA EDIÇÃO IMPRESSA E NA EDIÇÃO DIGITAL: SUGESTÕES DIDÁTICAS, INFOGRÁFICOS E ARTES EXCLUSVAS.

Publicado na edição 91, de outubro de 2014

http://www.cartanaescola.com.br/single/show/456

sábado, 25 de outubro de 2014

A crise da água em São Paulo, a ONU, as eleições e o tiro pela culatra do governador

 

Preocupado com as repercussões eleitorais, para o seu partido, da grave crise da água em São Paulo e na tentativa de desqualificar qualquer crítica a seu governo em relação ao tema, o governador Geraldo Alckmin enviou uma “dura” carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, queixando-se das análises e condutas da relatora especial da ONU para o direito à água, Catarina de Albuquerque, que visitou o Brasil em missão oficial no final do ano passado.

Alckmin questiona declarações feitas pela relatora à Folha de S. Paulo, em agosto deste ano, ocasião na qual esteve novamente no país, em visita não oficial, a convite da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e de outras instituições, para participar de debates e aulas sobre o tema de sua especialidade – o direito humano à água.

Irritado com as posições da relatora, que questiona a atuação da Sabesp em relação à garantia deste direito para a população de São Paulo, o governador reclama que ela não conversou com a empresa em agosto para ouvir seus argumentos e que incorreu em grave erro ao dizer que as perdas de água em São Paulo são de 40% (e não de 31,2%!, depois corrigido pelo jornal, que reconheceu o erro do jornalista), e ainda afirma que a ONU não pode se manifestar em momentos eleitorais.

Tive a oportunidade de conhecer Catarina de Albuquerque, jurista portuguesa, durante meus dois mandatos como relatora da ONU para o direito à moradia, concluídos em junho deste ano. Neste período pude atestar a seriedade e independência com que Catarina desenvolve seu trabalho. Infelizmente, o governador Geraldo Alckmin demonstra que não conhece o papel de um relator especial, nem o funcionamento do sistema de procedimentos especiais, ao qual as relatorias da ONU estão vinculadas, nem muito menos o “código de conduta” que acusa Catarina Albuquerque de ter violado.

Ao enviar carta ao secretário-geral Ban Ki-moon, Alckmin ignora que a relatora não é funcionária da ONU e que não responde, portanto, ao seu comando central. Os relatores são especialistas eleitos pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para desenvolver um trabalho com total independência, visitando países e realizando pesquisas temáticas na sua área de atuação. Esse trabalho é então apresentado ao Conselho de Direitos Humanos ou à Assembleia Geral, a partir de relatórios que trazem análises e recomendações.

Além disso, a relação entre o Conselho de Direitos Humanos e os países se dá por meio da representação diplomática dos países junto aos escritórios da ONU em Genebra ou em Nova York. O Estado de São Paulo não é um Estado Membro da ONU. Ao se dirigir diretamente ao órgão, o governador parece também ignorar as atribuições de cada instância de governo em sua relação com a ONU.

Quando da realização de sua visita oficial, em dezembro de 2013, Catarina cumpriu todos os requisitos exigidos: reuniu-se com órgãos governamentais das cidades que visitou, ouviu dirigentes de empresas de abastecimento de água e saneamento, inclusive a Sabesp, visitou municípios em diversos estados e escutou também representantes da sociedade civil. Só depois disso dirigiu-se à imprensa. Quando retornou ao país em agosto, concedeu entrevista à Folha, que queria comentar o seu relatório oficial, já então divulgado publicamente. Evidentemente, como a qualquer membro da imprensa, interessava ao jornalista relacionar o relatório (elaborado antes do colapso da água em São Paulo) à crise, assunto “quente” do momento.

A maior parte do conteúdo da entrevista é uma explicação, em termos mais diretos, do conteúdo de seu relatório oficial. O relatório, aliás, já apontava perigos de desabastecimento de água no país, citando dados da Agência Nacional de Águas (ANA), assim como a inadequação de posturas como a da Sabesp de não fornecer serviços de abastecimento de água e de saneamento em assentamentos informais. De acordo com o marco internacional dos direitos humanos, referência a partir da qual a relatora deve avaliar as situações que analisa, se o abastecimento de água é um direito humano, estamos diante, sim, da uma violação de um direito.

Na entrevista à Folha, Catarina afirma que o governo do Estado viola o direito humano à água ao priorizar a distribuição de recursos entre os acionistas da Sabesp – que tem capital aberto na bolsa de valores – em detrimento dos investimentos necessários à garantia de abastecimento de água para consumo atual e futuro da população. Isso deve ser prioridade em relação aos demais usos da água (industrial, agrícola, turismo), questão que ela também levanta em seu relatório oficial.

Finalmente, exatamente por ser independente, um relator não pode deixar de se manifestar “em função de uma conjuntura eleitoral”, como quer o governador, sob pena de, aí sim, pautar sua postura por cálculos eleitorais e não pelo marco dos direitos humanos, que devem ser cumpridos sempre: antes, durante, depois e – sobretudo – independentemente de eleições.

A tática “shoot the messenger” (mate o mensageiro) é velha conhecida dos relatores independentes: quando um governo não gosta das críticas que ouviu, procura desqualificar quem as formulou.

Infelizmente, para o governador, o tiro saiu pela culatra. Ao tentar desqualificar Catarina, sua atitude apenas chama mais atenção para um tema fundamental no debate público eleitoral deste momento: qual é a responsabilidade do Estado em relação aos direitos humanos dos cidadãos, dos quais o direito à água faz parte? A primazia da lógica de mercado na gestão de empresas que oferecem serviços públicos, como a Sabesp, permite a garantia de direitos? A proposta do não controle do Estado sobre os preços dos serviços públicos em geral – como a que defende o PSDB – pode garantir os direitos da população de acesso a estes serviços?

No debate eleitoral sobre a crise da água, a competência em fazer ou deixar de fazer obras é muito menos relevante do que esta questão de fundo: o papel do Estado na garantia de direitos. Questão que, claramente, também divide as propostas dos candidatos à presidência em campos opostos.

https://br.noticias.yahoo.com/blogs/habitat/a-crise-da-agua-em-sao-paulo-a-onu-as-eleicoes-e-o-211258217.html

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Municípios poderão ter mais quatro anos para acabar com lixões

 

por Iara Guimarães Altafin*

lixaocapa Municípios poderão ter mais quatro anos para acabar com lixões

Lixão da Estrutural, em Brasília Edilson Rodrigues/Agência Senado

Poderá ser prorrogado até 2018 o prazo para que os municípios acabem com os lixões. O período fixado em lei para que depósitos de lixo a céu aberto fossem transformados em aterros sanitários acabou em 2 de agosto, mas poderá ser ampliado por mais quatro anos por força de artigo incluído na MP 651/2014.

O texto foi aprovado na noite de terça-feira (14) pelo Plenário da Câmara e precisa passar pelo Senado até 6 de novembro, caso contrário a medida provisória perderá a validade. A MP trata de incentivos tributários, mas os deputados incluíram o novo prazo para fim dos lixões atendendo a 3,5 mil cidades que ainda não cumpriram a determinação legal.

O texto aprovado também prorroga o prazo dado a municípios e estados para elaboração de seus planos de gestão de resíduos sólidos. A tarefa, que deveria ter sido concluída em 2012, agora poderá ser feita até agosto de 2016.

Desde o início do ano a Confederação Nacional de Municípios (CNM) pede a prorrogação dos prazos estabelecidos na lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), alegando falta de recursos e de técnicos capacitados para a elaboração dos planos de gestão e para a implantação de sistemas adequados de descarte e reciclagem de lixo.

Ainda há dúvida, no entanto, quanto ao aval do governo à prorrogação do prazo. Durante a votação da matéria na Câmara dos Deputados, o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-SP), disse haver a possibilidade de veto. Fontana afirmou que o Ministério do Meio Ambiente tem buscado alternativas para ajudar os municípios que ainda não acabaram com os seus lixões.

Debates

Preocupação com as dificuldades de adoção das normas fixadas pela lei levou à criação, no Senado, da Subcomissão Temporária de Resíduos Sólidos, ligada à Comissão de Meio Ambiente (CMA). Presidida pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB), a subcomissão discutiu formas para a implementação da lei.

O colegiado realizou seis audiências públicas com especialistas e gestores municipais e estaduais, que explicitaram o baixo cumprimento das novas regras e o risco iminente de punição aos municípios e estados inadimplentes. A possibilidade de prorrogação dos prazos legais foi discutida pelos especialistas, que manifestaram receio de que a medida incentive a falta de compromisso com a aplicação da lei.

Também foi central a discussão quanto ao custo para transformação de lixões em aterros sanitários e para a construção de sistemas adequados para processamento e reciclagem de resíduos sólidos. Os prefeitos cobram ajuda federal, mas a União lembra que o novo modelo requer responsabilidade compartilhada.

As alternativas apresentadas nos debates serão reunidas pela relatora da subcomissão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), em relatório a ser analisado pelos integrantes do colegiado.

* Com informações da Agência Câmara.

** Publicado originalmente no site Agência Senado.

(Agência Senado)

sábado, 20 de setembro de 2014

Brasil se destaca nos compromissos firmados com o Protocolo de Montreal

 

por Redação do Pnud

protocolodemontreal Brasil se destaca nos compromissos firmados com o Protocolo de MontrealApós a eliminação de CFCs dos produtos comercializados no Brasil e o recolhimento e substituição de equipamentos que ainda continham o gás, país agora luta pra eliminar os HCFCs.

“Para mim, o Protocolo de Montreal é vida.”

Essa frase de Suely Carvalho, que foi diretora da Unidade do Protocolo de Montreal no PNUD em Nova York, define a importância do tratado internacional de 1987, que proíbe a utilização de substâncias que destroem a camada de ozônio, como os clorofluorcabonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). Veja a entrevista na íntegra no vídeo abaixo.

A camada de ozônio protege a Terra da incidência dos raios solares ultravioletas, nocivos para todos os seres vivos. Nos seres humanos, essa radiação provoca o câncer de pele, que mata milhares de pessoas por ano em todo o mundo, bem como afeta todo o sistema imunológico, minando a resistência humana a doenças como herpes. O Brasil é signatário do Protocolo desde 1990 e contou com o apoio do PNUD para o Plano Nacional de Eliminação de CFCs, concluído em 2012.

Para que o país pudesse alcançar a eliminação definitiva do CFC, o gás mais nocivo à camada de ozônio, o Plano executou diversos projetos de capacitação, institucionalização de normas técnicas, regulamentações e substituição de equipamentos que continham substâncias degradantes da camada de ozônio.

Segundo Carlos Castro, coordenador da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do PNUD, “a parceria de mais de 20 anos com o governo brasileiro é um fator fundamental para a implementação do Protocolo no país. Desde 1991, as metas e diretrizes têm sido mantidas e cumpridas com êxito, apesar da alternância de governos, algo raro de acontecer”.

Suely complementa: “Com a ajuda do PNUD, o governo brasileiro pôde trazer a transferência de tecnologia, para uma quantidade muito grande de pequenas e médias empresas, capacitando, melhorando as práticas ocupacionais. Enfim, trazendo benefícios não só tecnológicos, mas também na manutenção de emprego e de mercados para essas empresas para que elas continuassem competitivas nesse mundo globalizado”.

Em 11 anos de esforços, o Brasil teve um resultado extraordinário, cumprindo a sua meta em 2007, três anos antes do previsto. Por meio de mais de 150 projetos implementados, o país reduziu 9.276 toneladas de gases CFCs.

O sucesso do Plano Nacional de Eliminação dos CFCs levou o Brasil a continuar seu engajamento no Protocolo de Montreal e a instituir o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH). Com o diagnóstico do consumo de HCFCs do país, o PBH, iniciado em 2012, aborda a estratégia brasileira para a eliminação dos HCFCs até 2040, prazo estipulado pelo Protocolo.

Nessa nova fase, o PNUD foi escolhido pelo governo brasileiro como agência implementadora para o setor de espumas de poliuretano, prestando assistência técnica e operacional especializada para implementação das atividades aprovadas pelo Comitê Executivo do Fundo Multilateral para o alcance das metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal.

Como parte das atividades do PBH, o PNUD e o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o governo da Itália, realizaram um seminário sobre Alternativas para o HCFC no setor de espumas – Opções Tecnológicas e Equipamentos, em Chapecó (SC).

O seminário abriu um espaço de interação entre empresas do setor de espumas de poliuretano e fornecedores de equipamentos nacionais e internacionais na discussão de opções de tecnologias que não possuem Potencial de Destruição da Camada de Ozônio para minimizar os impactos ambientais, considerando os impactos na saúde e na segurança humana.

Entenda como a Camada de Ozônio é destruída

O processo de destruição da camada de ozônio ocorre pelo acúmulo e liberação das substâncias destruidoras do ozônio, os gases CFCs, HCFCs, brometo de metila (BR) e óxido de nitrogênio (NO). Os gases CFCs e HCFCs não são removidos rapidamente pela chuva e pela neve. Quando atingem a estratosfera, os gases sofrem ação da radiação ultravioleta e liberam radicais livres que reagem com moléculas de ozônio e consequentemente provoca a destruição da camada. A estimativa para a recuperação total da camada de ozônio é de até 2050.

Além de ser prejudicial para os seres humanos, um outro fator problemático é que os mesmo gases que destroem a camada afetam também o efeito estufa. Ontem, a World Meteorological Organization divulgou um boletim que afirma que um novo recorde foi alcançado em relação à concentração, na atmosfera, de dióxido de carbono, que não é nocivo a camada de ozônio, mas é um dos principais responsáveis pela mudanças climáticas.

* Publicado originalmente no site do Pnud.

Desmatamento na Amazônia é o segundo menor em 25 anos

 

por Redação do MMA

Amazonia 1024x768 Desmatamento na Amazônia é o segundo menor em 25 anos

Desmatamento confirmado pelo INPE foi de 5.891 km2. Foto: © WWF-Brasil/Bruno Taitson

Com o resultado, o Brasil poderá receber até 2,5 bilhões de dólares em pagamentos por redução de emissões na região.

O desmatamento na Amazônia para o período de agosto de 2012 a julho de 2013 foi confirmado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 5.891 km2 e é a segunda menor taxa registrada anualmente nos últimos 25 anos. A diferença entre a estimativa divulgada pelo governo em novembro de 2013 (5.843 km2) e o número consolidado pelo INPE foi menor que 1%.

A partir do número consolidado pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), o Comitê Técnico Científico do Fundo Amazônia (CTFA) validou nesta quarta-feira (10/09) o cálculo das reduções de emissões de CO2 oriundas do desmatamento, que ficou na ordem de 516 milhões de toneladas de CO2 – uma redução de 64% em relação ao referencial adotado. O CTFA é formado por cientistas de notório saber.

Com o resultado, o Brasil poderá receber até 2,5 bilhões de dólares em pagamentos por redução de emissões de desmatamento alcançados na região da Amazônia Legal, baseado em dados do Fundo Amazônia, que adota o valor de US$ 5,00 por tonelada de CO2 para captação de recursos de doações junto aos governos estrangeiros, empresas, instituições multilaterais, organizações não governamentais e pessoas físicas. O cálculo das emissões provenientes do desmatamento pelo Fundo Amazônia toma como base a média de carbono na biomassa de 132,3 tC/ha.

Os números confirmam, ainda, uma redução de 79% desde a criação do Plano de Ação para Prevenção e Combate ao Desmatamento na Amazônia Legal, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Casa Civil da Presidência da República, em 2004.

Dados de Satélite

O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes/INPE) registra, via satélite, áreas equivalentes a pouco mais de seis campos de futebol (6,25 hectares). Os dados são coletados periodicamente de imagens do satélite Landsat 8/OLI. O resultado preliminar é divulgado no final do mês de novembro. Em meados do ano seguinte, após o detalhamento dos estudos e a coleta de dados em campo, as taxas são consolidadas oficialmente. O Pará lidera as taxas por estado, com uma área desmatada de 2.346 Km2, representando um aumento de 35% com relação ao período anterior. O segundo a lista é o Mato Grosso, com 1.139 Km2, o que corresponde percentualmente a um aumento de 50% em relação ao ano anterior. O Acre e o Amapá registraram reduções na área desmatada, de 28% e 15% respectivamente.

Confira o resultado do PRODES 2013 aqui.

* Publicado originalmente no site Ministério do Meio Ambiente.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Disputa pela água em São Paulo revela descaso com os rios

 

por Malu Ribeiro*

secawiki Disputa pela água em São Paulo revela descaso com os riosjuliana | Envolverde

Foto: Reprodução/ Wikimedia Commons

A seca que afeta drasticamente a região Sudeste e acirra a disputa por água entre São Paulo e Rio de Janeiro expõe a fragilidade e o desmonte do Sistema Nacional de Recursos Hídricos no Brasil, associada à incapacidade da Agência Nacional de Águas para promover a gestão compartilhada da água, dirimir conflitos e garantir o acesso à população.

A disputa por água que teve início neste ano entre as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Piracicaba – e agora se agrava entre os Estados da região Sudeste – revela também o descaso com os rios e como a falta de investimentos em saneamento básico aumentam a crise. A escassez de água na região Sudeste não se deve apenas à super exploração e ao clima, é decorrente também da poluição dos rios por falta de tratamento de esgoto, do baixo controle de efluentes industriais e do uso de defensivos agrícolas.

A poluição e o desperdício agravaram o impacto da seca e a disputa pelos poucos mananciais que apresentam qualidade de água boa.

Refém do setor elétrico há décadas, o sistema de recursos hídricos, implementado há 17 anos no Brasil justamente para buscar o uso racional da água e o enfrentamento de crises, estabelece que a gestão da água deve ser compartilhada entre a União e os Estados. E o planejamento estratégico, a definição dos usos prioritários e a tomada de decisão deve se dar por bacia hidrográfica, com a participação da sociedade e dos usuários públicos e privados, nos Comitês de Bacias Hidrográficas.

Apesar da legislação de recursos hídricos ser considera avançada e reconhecida no cenário internacional, o conflito com o setor elétrico é antigo e tem se sobreposto à gestão da água. A ANEEL, agência reguladora do setor energético, toma decisões de forma centralizada, enquanto que a ANA, agência reguladora da água, atua de forma compartilhada com os órgãos gestores dos Estados e seus sistemas de gerenciamento de recursos hídricos.

Essa diferença essencial no modelo de gestão, somada ao privilégio e poder de um setor em detrimento do outro, tem representado na prática o enfraquecimento do Sistema de Recursos Hídricos na esfera federal e nos Estados.

Passadas quase duas décadas da Lei de Recursos Hídricos (9433/97), apenas oito comitês de bacias hidrográficas foram implantados em rios interestaduais, de domínio da União. Dentre eles, os mais antigos e atuantes são justamente os dos rios Paraíba do Sul e o Piracicaba, Capavari e Jundiaí, que estão no centro da crise. Outros 141 Comitês de Bacias estão instalados e em funcionamento nos Estados.

Deixar que a tomada de decisão em relação ao uso ou a preservação dos volumes de água do Rio Jaguari paulista ou do Jaguari mineiro, formador do Sistema Cantareira, se dê por decisão política nos Estados ou de forma unilateral pela ANA será um enorme retrocesso. Pois nem cariocas nem paulistas podem ficar sem água para abastecimento humano por conta do setor elétrico ou da necessidade de uso de água desses rios para diluição de esgotos.

Neste momento de crise, esperamos que a ANA e os Governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro reconheçam os Comitês de Bacias para planejamento e tomada de decisão. É preciso tratar a gestão da água de forma estratégica e integrada com a priorização de investimentos em saneamento básico, na despoluição dos rios e na recuperação e conservação de matas essenciais para que possamos garantir água em quantidade e qualidade nos próximos anos.

* Malu Ribeiro é coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica.

** Publicado originalmente no Blog do Planeta e retirado do site SOS Mata Atlântica.

(SOS Mata Atlântica)

domingo, 3 de agosto de 2014

REFLEXÕES SOBRE O EFEITO-ESTUFA

 
Luiz Carlos Baldicero Molion, PhD Instituto de Ciências Atmosféricas , Universidade Federal de Alagoas lcmolion@gmail.com
O  fenômeno  do  efeito-estufa,  como  descrito  nos  livros  de  Meteorologia,  é  questionável  e desafia as leis da Termodinâmica! Esse fenômeno nãoestá descrito nos livros de Física. A versão clássica o compara com o que ocorre nas casas de vegetação (estufa de plantas = greenhouse), nas
quais  a  radiação  solar  atravessa  os  painéis  de  vidro  e  aquece  o  chão  e  o  ar  interno.  A  radiação
infravermelha térmica (IV), emitida dentro da casa  de vegetação, não consegue passar pelo vidro, que a absorve por ser opaco a ela (vidro absorve comprimentos de onda superiores a 2,8 µm) e a impede de escapar para o ambiente exterior à casa de vegetação. Esse seria o fenômeno responsável pelo aumento de sua temperatura. Em princípio, ocorreria a mesma coisa na atmosfera terrestre. A radiação solar incide sobre a atmosfera, parte dela(30%) é refletida de volta para o espaço exterior
por  nuvens,  moléculas  do  ar  e  pela  própria  superfície  terrestre,  porém  boa  parte  atravessa  a atmosfera  e  é  absorvida  pela  superfície  terrestre,  que  se  aquece.  Aquecida,  a  superfície  emite radiação  IV  que,  por  sua  vez,  seria  absorvida  por  gases  constituintes  minoritários  da  atmosfera, como  vapor  d’água,  gás  carbônico  (CO2)  e  metano  (CH4),  os  chamados  gases  de  efeito-estufa (GEE), que atuariam de forma semelhante ao vidro. Os GEE emitiriam a radiação IV absorvida em
todas  as  direções,  inclusive  de  volta  à  superfície. Essa  seria  a  explicação  para  o  ar  adjacente  à superfície ser mais quente que as camadas superiores da atmosfera. Em princípio, quanto maior a concentração  dos  GEE,  maior  seria  a  absorção  da  radiação  pela  atmosfera  e  emissão  para  a superfície  e  mais  quente  ficaria  o  planeta.  Ou  seja,  maior  injeção  de  CO2 e  CH4 na  atmosfera tenderia a intensificar o efeito-estufa.
A  primeira  vez  que  o  fenômeno  da  “casa  de  vegetação aquecida”  foi  mencionado  na literatura  foi  por  Joseph  Fourier  (o  mesmo  da  Matemática)  em  1826.  Depois,  em  1859,  John Tyndall descobriu que gases, como vapor d'água e CO2e CH4, absorviam radiação IV. Em 1896, Svante  Arrhenius  (da  Química)  afirmou  que,  segundo  seus  cálculos,  a  temperatura  global
aumentaria de 5°C a 6°C se a concentração de CO2
dobrasse. Arrhenius nem calculadora tinha e o
IPCC precisou de complexos modelos de clima, que rodam em supercomputadores, e gastar bilhões de  dólares  para  chegar  ao  mesmo  número  de  Arrhenius.  Entretanto,  em  1909,  Robert  W.  Wood construiu dois modelos de casa de vegetação, uma de vidro e outra de quartzo, que não absorve a radiação IV, e demonstrou que as temperaturas finais das duas eram semelhantes. Ou seja, a casa de vegetação se mantinha aquecida não por causa da propriedade do vidro absorver radiação IV, e sim
porque o ar, aquecido e menos denso, ficava confinado dentro da casa de vegetação e não conseguia
se  misturar  ou  subir  (convecção),  dando  lugar  a  ar  mais  frio,  proveniente  de  outras  camadas
atmosféricas,  conforme  ocorre  na  atmosfera  livre.  Portanto,  a  absorção  pelos  GEE  não  seria  o
mecanismo principal para aquecer o ar próximo à superfície. O assunto, porém, foi deixado de lado
porque o clima era muito frio naquela época. Foi só em 1938 que um técnico em máquinas a vapor da British Electric, Guy S. Callendar, escreveu um  trabalho, associando o aumento de temperatura entre  1925  e  1937  à  emissão  de  CO2 proveniente  do  aumento  de  geração  de  energia  por termelétricas.  Na  época,  ele  foi  amplamente  refutado  pelos  "papas"  da  Climatologia,  mas  não desistiu. Ora, sabe-se hoje que o aumento da temperatura entre 1925-1946 foi devido ao aumento da
atividade solar, maior transparência da atmosfera e aquecimento dos oceanos, portanto, natural! Em
1956,  Charles  Keeling  modificou  um  cromatógrafo  a  gás  a  fim  de  medir  CO2  utilizando  um
comprimento de onda de radiação IV que é absorvido pelo CO2, e passou a medir a concentração de CO2por absorção de IV e não por análises químicas como era feito até então. Keeling se associou a Callendar  para  defender o aquecimento  global  pelo  CO2.  Porém,  ninguém  se  importou  muito, porque ocorreu em resfriamento global entre 1946-1976, embora a concentração de CO2 estivesse
crescendo rapidamente devido ao aumento da atividade industrial pós-guerra. A partir de 1977, o clima  começou  a  se  aquecer  novamente  e,  em  1988,  Dr.  James  Hansen  astrônomo,  não meteorologista),  GISS/NASA,  deu  um  depoimento  no  Congresso  Americano  afirmando  que  o
aquecimento  era  devido  ao  aumento  de  CO2,  liberado  pelo  homem  por  meio  da  queima  de combustíveis fósseis: petróleo, carvão mineral e gás natural. Nesse mesmo ano, foi criado o IPCC, e daí a histeria global se instalou! Como pode ser percebido, o efeito-estufa nunca foi comprovado ou teve sua existência demonstrada. Ao contrário, há 100 anos, Robert W. Wood já demonstrara que seu conceito é falso! Porém, uma mentira repetida inúmeras vezes, torna-se verdade. Ao  medir  a  emissão  de  IV  pela  Terra  para  o  espaço  exterior  com  sensores  a  bordo  de plataformas  espaciais,  encontra-se uma temperatura  efetiva de  corpo negro igual a 255K  (18°C
negativos) pela Lei de Stefan-Boltzmann. A temperatura média do ar à superfície é cerca de 288K (15°C). Aí, é dito que “o efeito-estufa aumenta de  33°C (diferença entre 288 e 255) a temperatura na Terra e, se ele não existisse, a temperatura de superfície seria 18°C negativos”! Essa afirmação é falsa, pois, se não existisse atmosfera, não existiriam nuvens que são responsáveis pela metade do
albedo planetário. Assim, o fluxo de radiação solar seria 15% maior e a temperatura planetária igual a 268K  (-5ºC). Mas, o  mecanismo questionável é o processo de  absorção e  emissão de  IV pelos GEE. Se o CO2 for tratado como corpo negro, como ele absorve eficientemente radiação IV em 15 microns, sua emissão, que é máxima nesse comprimento de onda (Lei de Kirchhoff), corresponderia
a  uma  temperatura  de  aproximadamente  193K  (80°C  negativos)  decorrente  da  Lei  de  Wien.  Um corpo  frio  (CO2  no  ar)  aqueceria  um  corpo  quente  (superfície)?  Certamente,  isso  fere  as  leis  da Termodinâmica,  porque  o  calor  não  flui  do  frio  para o  quente!  Os  GEE  absorvem  radiação  IV seletivamente, em algumas poucas faixas ou bandas de comprimento de onda, por meio de rotação, vibração  e  mistas  de  rotação-vibração  de  suas  moléculas.   Uma  molécula  de  GEE,  ao  rodar  ou
vibrar, devido à absorção da radiação IV seletiva,  dissipa a energia absorvida na forma de calor ao
interagir com outras moléculas vizinhas (choque, atrito), aumentando a temperatura das moléculas
de ar adjacentes, e não “re-irradia” IV. Ou seja, a radiação IV absorvida pelos GEE é transformada
em  energia  mecânica  e  em  calor!  Existem  cerca  de  2.600  moléculas  de  outros  gases  [Nitrogênio (N
2=78%)  +  Oxigênio  (O2=21%)  +  Argônio  (Ar=0,9 =99,9%]  para  cada  molécula  de  CO2 (0,039%). Isso constitui a mistura gasosa denominada “ar” e suas moléculas (matéria) são aquecidas termodinamicamente quando se fornece calor a elas.  É mais aceitável, então, que as temperaturas próximas  da  superfície  sejam  mais  elevadas  devido  ao  contato  do  ar  com  a  superfície  quente (condução,  “chapa  quente”)  e  à  pressão  atmosférica  (peso  do  ar).  Ou  seja,  a  massa  atmosférica, submetida  à  aceleração  da  gravidade  (peso  por  área=pressão),  é  que  mantém  o  ar  confinado  na superfície  que  se  aquece  por  compressão  (  lei  dos  gases  perfeitos=temperatura  proporcional  à
pressão) e por condução de calor. Quando o ar se aquece, sua densidade diminui, a tal ponto que se o  empuxo,  ao  qual  fica  submetido,  superar  seu  peso  (1,29  kg  por  m3),  o  ar  é  forçado  a  subir (convecção = transporte de calor por meio do transporte vertical da massa de ar) e é reposto por ar mais  frio  que  vem  de  seu  entorno  e  das  camadas  superiores.  Portanto,  o  processo  físico  mais relevante  para  o  aquecimento  do  ar  parece  ser  a  condução  do  calor  da  superfície  aquecida  pela
radiação solar. Em adição, o ar é aquecido por liberação de calor latente (convecção úmida = calor liberado para a atmosfera quando o vapor d’água se  liquefaz, formando nuvens e chuva) e por um pequeno percentual de absorção direta de radiação solar. A emissão de radiação IV teria um papel secundário no controle da temperatura do ar próximo à superfície. E a emissão de radiação IV seria proveniente não dos GEE apenas, e sim da massa molecular que compõe a camada de ar como um todo. A camada de ar (matéria) absorveria calor pelos diversos processos descritos e, ao se aquecer, emitiria IV em todas as direções, como qualquer corpo material. Portanto, os GEE, em particular o CO2, como são constituintes minoritários, com muito pouca massa molecular presente na mistura gasosa,  dariam  muito  pouca  contribuição  à  essa  massa  gasosa  atmosférica  total  e, consequentemente, a sua emissão. Em outras palavras, se os GEE não existissem, a temperatura do ar próximo à superfície  atingiria valores semelhantes aos que ocorrem  atualmente. Portanto, se  a
concentração de CO2 dobrar devido às emissões antrópicas, o aumento de sua massa molecular seria ínfimo,  de  0,039%  para  0,078%,  e  sua  contribuição,  para  a  temperatura  do  ar,  desprezível, impossível de ser detectada com a instrumentação disponível atualmente.
Nos trópicos, a temperatura do ar próximo à superfície depende basicamente da cobertura de nuvens  e  da  chuva.  O  ciclo  hidrológico  é  o  “termostato”  da  superfície.  Quando  o  tempo  está nublado e chuvoso, a temperatura é baixa. Isso porque, a cobertura de nuvens funciona como um guarda-sol,  refletindo  radiação  solar  de  volta  para o  espaço  exterior  em  sua  parte  superior.
Simultaneamente,  a  água  da  chuva  é  mais  fria  e  sua  evaporação  rouba  calor  da  superfície, refrigerando o ar. Quando não há nuvens e chuva, acontece o contrário, entra mais radiação solar no sistema, aquece a superfície e, como não existe água para evaporar, o calor do Sol é usado quase que exclusivamente para aquecer o ar (calor sensível). Em adição, se o ar estiver úmido logo após
uma  chuva  de  verão,  a  sensação  térmica  é  intensificada,  pois  a  alta  umidade  do  ar  dificulta
transpiração da pele, que é o mecanismo fisiológico que regula a temperatura dos seres humanos. Durante o período seco, tem-se ar descente sobre a  região, que provoca alta pressão atmosférica, céu claro, e dificulta a ascensão do ar aquecido, reduzindo a cobertura de nuvens. Isso faz com que a superfície e o ar em contato atinjam temperaturas altas. Numa cidade, devido à impermeabilização
do solo, não há água da chuva para evaporar, todo calor do Sol é usado para aquecer o ar. Como as cidades cresceram e a população se aglomerou nelas,a impressão que a população metropolitana tem é que o mundo está se aquecendo. Um termômetro,instalado numa cidade, corrobora com essa percepção,  pois  passa  a  medir  temperaturas  cada  vez mais  elevadas  com  o  crescimento  da  área urbanizada com o tempo, o chamado “efeito de ilha de calor urbana”. Ou seja, a sensação térmica sentida pelo ser humano advém de condições atmosféricas locais e não globais. Não se conhece a metodologia  de  cálculo  da  “temperatura  média  global”  e  os  locais  das  séries  de  temperaturas
utilizadas  pelo  IPCC.  São  mantidos  em  segredo!  Mas, se  ela  foi  calculada  utilizando-se  termômetros “selecionados a dedo”, particularmente os instalados nos grandes centros urbanos onde se localizam as séries temporais mais longas, com dados contaminados pelo efeito de ilha de calor urbana, não é surpresa que a década de 2000 tenha sido considerada a “mais quente” dos últimos 750 anos! Na realidade, não há como calcular “uma temperatura média global” e a adotá-la como medida da variabilidade climática global. Uma medida mais adequada dessa variabilidade seria a estimativa da variação temporal do  calor armazenado nos oceanos. Concluindo, o efeito-estufa, como  descrito  na  literatura,  nunca  foi  demonstrado  e  é  difícil  aceitar  que  o  processo  de  emissão pelos  GEE,  em  particular  o  CO2,  seja  o  principal  causador  de  temperaturas  altas  próximas  à
superfície. A emissão de radiação IV atmosférica é  proveniente da massa de ar total (matéria), para a qual a contribuição do CO2 é muito pequena quando comparada com as massas de N2e de O2, e o aumento  de  sua  concentração  teria  um  efeito  desprezível  na  massa  de  ar  e  em  sua  temperatura. Frases como “temos que impedir que a temperatura aumente mais de 2C,  mantendo a concentração de  CO2  abaixo  de  460  ppmv”,  não  têm  sentido  físico  algum. Tal  cálculo  é  proveniente  de  uma
grande  simplificação  da  equação  de  absorção  radiativa  dos  GEE,  “ajustada”  para  reproduzir  o aumento de temperatura com a variação da concentração de CO2
observada. E essa equação não tem base  científica  alguma!  Portanto,  a  redução  das  emissões  de  carbono  para  a  atmosfera  não  terá efeito algum sobre a tendência do clima, pois o CO2 não controla o clima global. E a tendência para os próximos 20 anos é de um resfriamento global, mesmo que a concentração de CO2
continue a aumentar. Considerando que 80% da matriz energética global dependem dos combustíveis fósseis, a
imposição da redução das emissões de carbono, na realidade, afetará o desenvolvimento dos países
pobres, particularmente o Brasil, aumentando as desigualdades sociais no planeta.

http://sci.tech-archive.net/pdf/Archive/sci.physics/2008-04/msg00498.pdf, 1909

Fonte: http://www.icat.ufal.br/laboratorio/clima/data/uploads/pdf/REFLEX%C3%95ES_EFEITO-ESTUFA_V2.pdf

domingo, 6 de julho de 2014

Bogotá será sede mundial da Rio+20

 

por Redação do EcoD

brt ecod Bogotá será sede mundial da Rio+20

Sistema de BRT da capital colombiana ajudou a melhorar a mobilidade urbana da cidade. Foto: mariordo59

A capital da Colômbia, Bogotá, foi escolhida pelas Nações Unidas como sede mundial para acompanhamento dos objetivos da Rio+20 por seu compromisso no combate às mudanças climáticas e suas conquistas no desenvolvimento sustentável nos últimos anos. Um encontro sobre o tema será realizado na cidade entre 10 e 12 de agosto.

Representantes da prefeitura da capital colombiana e da ONU apresentaram Bogotá como a sede mundial dos “Diálogos de Alto Nível sobre Cidades, Transporte e Turismo Sustentável” no segundo aniversário da Cúpula “Rio+20″.

O encontro é uma iniciativa em comemoração ao aniversário da Rio+20 e do documento intitulado The Future We Want (O futuro que nós queremos), elaborado na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que teve o primeiro encontro em 2013, em Berlim.

A agenda acadêmica reunirá mais de 350 líderes mundiais entre representantes de alto nível de entidades internacionais e nacionais, especialistas e acadêmicos como Boyd Cohen (Cidades Inteligentes), o secretário-geral do conselho internacional para as iniciativas ambientais locais (Iclei), Gino Van Begin, e o prefeito de Quito, Manuel Rodas.

A capital colombiana ainda lidera projetos de transporte sustentável, como um de táxis elétricos e a frota de ônibus híbridos da Transmilênio.

O secretário-geral do Fórum Global de Assentamentos Humanos (GFHS), Lu Haifeng, declarou que Bogotá foi escolhida como cidade anfitriã por demonstrar “suas conquistas em relação ao desenvolvimento sustentável”.

Conquistas e experiências

Além disso, o objetivo dos diálogos é fortalecer os compromissos dos Estados e das cidades para combater os efeitos das mudanças climáticas para solucionar os temas de mobilidade e reduzir a pobreza.

“Nestes últimos anos, Bogotá demonstrou suas conquistas e boas experiências em relação ao desenvolvimento sustentável”, ressaltou Haifeng, que destacou as boas práticas que Bogotá tem implementado para se tornar uma cidade sustentável, com mobilidade verde e proteção ao patrimônio.

Para Haifeng, um pré-requisito para erradicar a pobreza e melhorar a eficiência dos recursos para garantir o desenvolvimento sustentável é transformar “as cidades mais verdes” e conseguir que “o transporte urbano e turismo sejam mais sustentáveis”.

Ampliar as discussões

O prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, afirmou que esta reunião “permitirá ampliar as discussões em nível global”. “Fomos os líderes da construção de redes de cidades que se aglutinam ao redor das tarefas da mudança climática”, acrescentou Petro.

O “Plano de Desenvolvimento Distrital: Bogotá Humana 2012-2016″ estabelece políticas públicas para “a adaptação à mudança climática” e a redução dos gases efeito estufa. A capital colombiana ainda lidera projetos de transporte sustentável, como um de táxis elétricos e a frota de ônibus híbridos da Transmilênio.

Já o diretor do Instituto de Desenvolvimento Urbano, William Camargo, reconheceu que Bogotá tem uma série de iniciativas associadas à sustentabilidade e à mudança climática que ajudam a “reduzir a mortalidade e a morbidade”.

Nesse sentido, existem linhas que avançam em um caminho de desenvolvimento sustentável “com a inclusão e a melhora da qualidade de vida de todos os cidadãos de Bogotá”.

* Publicado originalmente no site EcoD.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Custo com o despejo de plásticos ultrapassa 75 bilhões de dólares ao ano, diz ONU

 

por Redação da ONU Brasil

Plastico1 Custo com o despejo de plásticos ultrapassa 75 bilhões de dólares ao ano, diz ONU

Garrafas de plástico e resíduos de lixo as margens de um rio. Foto: ONU/Martine Perret

Resíduos de plástico ameaçam a vida marinha: estimativas anuais afirmam que somente este tipo de lixo causa 13 bilhões de dólares em prejuízos financeiros para os ecossistemas marinhos. Estas afirmações fazem parte de duas publicações lançadas nessa segunda-feira (23) na reunião inaugural da Assembleia Ambiental da ONU (UNEA, na sigla em inglês). O cálculo do impacto financeiro negativo pelo despejo de plásticos no meio marinho e pela poluição do ar causada pela sua incineração chega a 75 bilhões de dólares por ano.

O documento “Valorizar o plástico“, produzido pelo Projeto de Divulgação do Plástico (PDP) e a Trucost, mostra todos os impactos ambientais da cadeia dos plásticos e também formas para gerenciar e divulgar o uso desse material na indústria de bens de consumo. Apresentado pelo diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, foi lançado em conjunto com a nova edição do anuário do PNUMA, que traz atualizações sobre os impactos ambientas ao longo da última década.

“Estes relatórios mostram que a redução, a reciclagem e uma nova concepção dos produtos que usam plástico podem trazer vários benefícios para a economia verde: desde reduzir o dano econômico para os ecossistemas marinhos e para a indústria do turismo e da pesca — vital para muitos países em desenvolvimento — até trazer recursos e oportunidades de inovação para várias empresas enquanto reduz riscos para a sua reputação”, disse Steiner.

Uma grande quantidade ​​de resíduos de plástico entra no oceano como lixo em atividades turísticas e de pesca ou através de aterros mal geridos. Todo esse plástico, além de atrapalhar a navegação, mata animais marinhos, que ingerem o material ao confundi-lo com alimento, e causa danos críticos aos habitats, como os recifes de coral. Além disso, há uma grande preocupação com a contaminação química do plástico nos oceanos.

O relatório também afirma que, apesar das empresas de bens de consumo atualmente economizarem 4 bilhões de dólares a cada ano devido a uma boa gestão de uso do plástico, como a reciclagem, a divulgação sobre uso do plástico ainda é fraca. Menos da metade das cem empresas avaliadas informou dados relevantes relacionados a sua utilização.

“A pesquisa revela a necessidade de as empresas considerarem uma medida de impacto do plástico, assim como elas fazem com a pegada do carbono, a água e as florestas”, disse o diretor do PDP, Andrew Russell. “Ao medir, gerenciar e relatar o uso do plástico, as empresas podem mitigar os riscos, maximizar as oportunidades e se tornar mais bem sucedidas e sustentáveis.”

As recomendações do documento incluem que as empresas monitorem seu uso de plástico e publiquem os resultados em relatórios anuais, além de se comprometer a reduzir o impacto ambiental do plástico através de metas claras, prazos e formas inovadoras de reciclagem. Saiba mais em http://bit.ly/1lNCGku

* Publicado originalmente no site ONU Brasil.

http://envolverde.com.br/noticias/custo-com-o-despejo-de-plasticos-ultrapassa-75-bilhoes-de-dolares-ao-ano-diz-onu/

sábado, 26 de abril de 2014

Indígenas dos Estados Unidos exigem limpeza do pior lixão nuclear do Projeto Manhattan

 

por Michelle Tolson, da IPS

cartel Indígenas dos Estados Unidos exigem limpeza do pior lixão nuclear do Projeto Manhattan

Cartaz proibindo a passagem na barreira perimetral da reserva nuclear de Hanford, no Estado de Washington. Foto: Jason E. Kaplan/IPS

Nação Yakama, Estados Unidos, 24/4/2014 – Executivos, políticos e funcionários do Departamento de Energia dos Estados Unidos discutiam como alertar as gerações que viverão dentro de 125 mil anos sobre o lixo radioativo de Hanford, o local mais contaminado do país, localizado no extremo noroeste. “Eu lhes direi como”, interrompeu o nativo Russell Jim.

“Olharam entre si e depois para mim. Então lhes disse: estamos aqui desde o começo dos tempos, por isso também estaremos nessa oportunidade. Aí se deram conta de que tinham um problema nas mãos”, conta à IPS este homem de 78 anos que faz parte do povo yakama. Com suas longas tranças, Jim é uma figura impactante. Dirige o Programa de Recuperação Ambiental e Manejo de Resíduos (ERWM) das tribos yakama e permanece tranquilamente sentado em seu escritório nas áridas terras da Nação Yakama.

A reserva, situada no sudeste do Estado de Washington, tem 486 mil hectares, dez mil integrantes de tribos reconhecidas federalmente e cerca de 12 mil cavalos selvagens vagando pelas desertas estepes. É o que resta de um território de quase cinco milhões de hectares que, em 1855, os yakamas tiveram que ceder pela força ao governo norte-americano, e está a apenas 32 quilômetros do complexo nuclear de Hanford.

Embora a corrida armamentista nuclear tenha terminado em 1989, o lixo radioativo é a herança deixada em diferentes lugares deste país pelo Projeto Manhattan. Hanford, em particular, começou a operar em 1943. Aqui foi produzido o plutônio da bomba atômica que os Estados Unidos lançaram sobre a cidade japonesa de Nagasaki, em 1945. Chegou a ter nove reatores e cinco grandes complexos para processar esse metal pesado. Hoje está quase totalmente desmantelado. Mas segue contendo e vazando radioatividade muito prejudicial.

Os yakamas conseguiram evitar que seus pesqueiros ancestrais se convertessem em depósitos de resíduos procedentes de outros lugares, invocando o tratado de 1855 que lhes assegura acesso aos seus “lugares usuais e costumeiros”. Mas Hanford está longe de ser um ambiente são, apesar da promessa de limpeza feita pelo Departamento de Energia. “O governo está tentando reclassificar o lixo como de ‘baixa radioatividade’. Querem deixá-lo aqui e enterrá-lo em lixões quase superficiais. Mas os cientistas dizem que é preciso enterrar a grande profundidade”, afirmou Jim.

Tom Carpenter, da organização Hanford Challenge, explicou à IPS que esta “é uma batalha para que os federais cumpram sua promessa de retirar o lixo pelo Estado de Washington e pelas tribos. Há 67,5 quilômetros de faixas cavadas de 4,5 metros de largura por seis metros de profundidade, sem revestimento e cheias de caixas e frascos de resíduos”. Além disso, há 177 tanques subterrâneos de lixo radioativo e seis deles apresentam vazamentos. Supõe-se que quando se detecta um vazamento os resíduos devem ser retirados no prazo de 24 horas ou quando for “praticável”. Mas as empresas contratadas dizem que não há espaço suficiente.

Três denunciantes que trabalhavam nas tarefas de limpeza expressaram suas preocupações e foram demitidos. A denúncia foi divulgada por uma emissora local, mas os grandes meios de comunicação a ignoram, como fazem com a luta dos yakamas. “Antes tínhamos um encarregado de imprensa, mas o Departamento de Energia disse que não precisávamos dele porque está tudo bem”, contou Jim. O ERWM é financiado por esse Departamento, mas perdeu 80% dos fundos após um corte federal.

Naturalmente, não está tudo bem. Os sedimentos radioativos chegaram às camadas subterrâneas e dali ao rio Colúmbia. Alguns vazamentos estão a pouco mais de cem metros do curso de água, onde as tribos têm acesso ao monumento nacional Hanford Reach. Esta reserva natural, uma área de amortização do complexo nuclear, é a maior área de desova do salmão real no rio Colúmbia.

O governo do Estado de Washington informa que a água subterrânea contaminada com urânio, estrôncio 90 e cromo já entrou no curso do rio. “No leito do rio há cerca de 150 fluxos de água subterrânea de Hanford entre as quais nadam os salmões jovens”, pontuou Jim. “Helen Caldicott (fundadora da organização Médicos Pela Responsabilidade Social) nos disse, em 1997, que se comêssemos pescado do Colúmbia morreríamos”, acrescentou.

lider Indígenas dos Estados Unidos exigem limpeza do pior lixão nuclear do Projeto ManhattanA consultora ambiental dos yakamas, Callei Ridolfi, afirmou à IPS que a dieta desses indígenas contém entre 150 e 519 gramas de pescado por dia, quase o dobro do ingerido por outras tribos e muito mais do que a população geral. Por isso têm possibilidade de um em 50 contrair câncer pela ingestão de pescado de espécies não migratórias. Já o salmão, que passa a maior parte de sua vida no oceano, é menos afetado. Segundo um estudo publicado em 2002 pela Agência de Proteção Ambiental sobre os contaminantes que afetam os peixes da região, o esturjão e o coregono-de-montanha eram os que apresentavam maiores concentrações de bifenil policlorado (PCB).

No ano passado, os Estados de Washington e Oregon recomendaram limitar a uma vez na semana o consumo de peixes residentes em uma faixa do Colúmbia onde há várias represas, devido à contaminação com PCB. “Os lubrificantes com PCB foram usados durante anos nos transformadores, sobretudo em represas hidrelétricas”, disse à IPS o administrador de pesca da Comissão Intertribal de Pesca do Rio Colúmbia, Mike Matylewich.

Embora a recomendação não incluísse Hanford Reach, onde não há represas, Jim duvida de sua segurança. “O Departamento de Energia disse ao Congresso que o corredor do rio está limpo. Não está, mas eles temem ser processados”, afirmou este homem que sobreviveu a um câncer. Sua tribo nunca foi indenizada pelos vazamentos radioativos ocorridos entre 1944 e 1971 e que chegaram a 6,3 milhões de curies de netúnio-239. O toxicologista Steven G. Gilbert, da Médicos Pela Responsabilidade Social, assegura que falta transparência e informação sobre a limpeza de Hanford, que é um “enorme problema”.

Dos nove reatores nucleares, oito foram desativados. Mas a geradora elétrica da Energy Northwest, de 1.175 megawatts, ainda funciona. “Muita gente não sabe que há um reator nuclear que continua funcionando. E é do mesmo tipo que o de Fukushima, no Japão”, pontuou Gilbert.

Em meio a esta disputa estão as tribos, que são nações soberanas. Russell Jim afirma que frequentemente se comete o erro de descrevê-las como “partes interessadas”, quando são governos separados. “Fomos a única tribo a denunciar a questão nuclear e testemunhar em um subcomitê do Senado em 1980. Em 1982, solicitamos o status de tribo afetada. Os umatillas e os nez percés nos seguiram mais tarde”, observou.

A cadeia montanhosa Yucca Mountain, no Estado de Nevada, foi designada pelo Congresso como lugar de armazenamento provisório dos resíduos de Hanford e outros complexos nucleares, mas o presidente Barack Obama eliminou o plano. Duas tribos dessa região, os paiutes do sul e os shoshones ocidentais, também se declararam afetadas. A Planta-Piloto de Isolamento de Resíduos (WIPP) do Estado do Novo México, foi então destinada a receber o lixo de Hanford, mas depois de um incêndio em fevereiro isso já não é mais possível.

O Boletim de Cientistas Atômicos expressou, no dia 23 de março, sua preocupação porque não há lugares onde armazenar esses perigosos dejetos. Os Estados Unidos têm as maiores existências do mundo de combustível nuclear usado, cinco vezes mais do que a Rússia. “O melhor material para armazená-lo é o granito, abundante no nordeste. Um local ideal fica a 48 quilômetros da capital, mas isso está fora de consideração” por sua proximidade com a Casa Branca, apontou Jim, com um sorriso mordaz. Mas esse veterano líder nativo não pensa em se render. “Nós somos os únicos que não podemos sair daqui”, enfatizou. Envolverde/IPS

Fonte: http://envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/indigenas-dos-estados-unidos-exigem-limpeza-pior-lixao-nuclear-projeto-manhattan/

terça-feira, 22 de abril de 2014

Radiação de Fukushima está matando nossas crianças ,governo esconde a verdade - alerta ex-prefeito

UND: O mais assustador dessa tragédia  de Fukushima , é existirem pessoas que ainda acreditam que tudo está normal naquela região. Que se pode esconder as dimensões de uma tragédia anunciada , e que mal sabem como lidar com seus efeitos que permanecerão por inúmeras gerações.

A morte silenciosa toma diversas faces e aqueles que sabem da verdade , fingem-se de cegos, conduzem milhões ou bilhões a cegueira da falta de transparência sobre os reais efeitos nocivos da radiação liberada por esta tragédia ao meio ambiente e seus impactos nos seres vivos. Isso é visível a todos com o passar dos meses ou anos. Até quando terá que doer na carne, para que todos saibam e façam algo para minimizar danos maiores?

Um absurdo isso tudo. Creio que Fukushama para uma reflexão.

 

Publicado em: 21 de Abril, 2014 14:03
Editado em:  22 de Abril, 2014 10:32

Students walk near a geiger counter, measuring a radiation level of 0.12 microsievert per hour, at Omika Elementary School, located about 21 km (13 miles) from the tsunami-crippled Fukushima Daiichi nuclear power plant, in Minamisoma, Fukushima prefecture.(Reuters / Toru Hanai)

Alunos andam perto de um contador Geiger, medindo um nível de radiação de 0,12 microsievert por hora, em Omika Elementary School, localizada a cerca de 21 km (13 milhas) da Fukushima Daiichi  a usina nuclear danificada por -tsunami, em Minamisoma, prefeitura de Fukushima.(Reuters / Toru Hanai)


Katsutaka Idogawa , ex-prefeito de Futaba , uma cidade perto da usina nuclear de Fukushima desativada, está alertando seu país que a contaminação de radiação está a afetar o maior tesouro do Japão - seus filhos.
Questionado sobre os planos do governo para realocar as pessoas de Fatuba para a cidade de Iwaki, no interior da prefeitura de Fukushima , Idogawa criticou a medida como uma "violação dos direitos humanos. "

Em comparação com Chernobyl , os níveis de radiação ao redor de Fukushima "são quatro vezes maiores ", disse à RT Sophie Shevardnadze , acrescentando que " é muito perigoso para as pessoas a voltar a prefeitura de Fukushima . "
" Ela não está de forma segura , não importa o que o governo diga. "
Idogawa alega que o governo começou a programas para voltar  com as pessoas para suas cidades , apesar do perigo de radiação. UND: Deveriam eles do governo irem morar lá dentro da Usina por um bom tempo e saírem com a saúde impecável.
"Prefeitura de Fukushima  lançou a campanha inicial Venham. Em muitos casos, desabrigados são forçados a retornar. [ o ex-prefeito produziu um mapa da prefeitura de Fukushima , que mostrou que a contaminação do ar diminuiu um pouco, mas a contaminação do solo continua a mesma. ] "

Screenshot from RT video

Screenshot from RT video 

De acordo com Idogawa há cerca de dois milhões de pessoas que residem na prefeitura que estão relatando " todos os tipos de problemas médicos ", mas o governo insiste  que essas condições não estão relacionadas com o acidente de Fukushima . Idogawa quer  a sua negação por escrito. UND: Não, é que  para o governo tá puríssimo os arredores de Fukushima. É que não são os dos deles que estarão lá vivendo, então...
"Eu exigiu que as autoridades sustentem a sua alegação por escrito, mas eles ignoraram o meu pedido. "
Mais uma vez, Idogawa alude à tragédia nuclear que atingiu a Ucrânia em 26 de abril de 1986, alegando que o povo japonês " nunca se esqueça de Chernobyl. " No entanto, poucas pessoas parecem estar atendendo advertência do ex-funcionário do governo.
" Eles acreditam que o governo diz , quando na realidade a radiação ainda está lá. Isso está matando as crianças . Eles morrem de doenças cardíacas , asma , leucemia, tireoidite ... Muitas crianças ficam extremamente exaustas depois da escola ; outros são simplesmente incapazes de assistir aulas de educação física . Mas as autoridades ainda escondem a verdade de nós, e eu não sei porquê. Eles não têm os seus próprios filhos ? Dói muito saber que não pode proteger os nossos filhos.
" Eles dizem que Prefeitura de Fukushima é segura, e é por isso que ninguém está trabalhando para evacuar as crianças , movê-los em outro lugar. Nós não estamos ainda autorizados a discutir isso. "
O ex-prefeito achou irônico que quando se discute os Jogos Olímpicos de Tóquio , previstos para 2020, o primeiro-ministro Abe frequentemente menciona a palavra japonesa ", omotenashi ", que literalmente significa que você deve " tratar as pessoas com um coração aberto. " UND: Acho que podemos dizer que o premiê queira dizer agora uma nova frase: Omortonaschi...Putz...
Na opinião de Idogawa , o mesmo tratamento não se aplica igualmente às pessoas mais intimamente ligadas à Fukushima : os trabalhadores envolvidos nas operações de limpeza .
"O equipamento estava piorando ; preparação foi piorando. Então, as pessoas tinham de pensar na sua segurança em primeiro lugar . É por isso que aqueles que entendiam o perigo real de radiação começaram a sair. Agora temos pessoas não profissionais que trabalham lá .

Reuters / Chris Meyers

Reuters / Chris Meyers

Eles realmente não entendo o que eles estão fazendo. Esse é o tipo de pessoas que usam a bomba errado , que cometem erros como esse.
"Estou muito envergonhado pelo meu país, mas tenho que falar a verdade para a questão de manter o nosso planeta limpo no futuro.
Idogawa em seguida, fez alguns paralelos com um dos eventos mais trágicos da história do Japão : o uso de bombas atômicas sobre as cidades industriais de Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos no final da Segunda Guerra Mundial.
"As autoridades mentiu para todos ( sobre os efeitos dos bombardeios atômicos ) ... Eles esconderam a verdade. Essa é a situação que estamos vivendo dentro. Não é só de Fukushima. Japão tem alguma história escura. Esta é uma espécie de sacrifício para o passado. "
Quando pressionado sobre os detalhes de um relatório das Nações Unidas que diz que não houve mortes relacionadas com a radiação ou doenças agudas observadas entre os trabalhadores e público em geral , Idogawa rejeita -o como " completamente falsa", antes de fornecer algumas das suas próprias experiências no auge da crise.
"Quando eu era prefeito , eu sabia que muitas pessoas que morreram de ataques cardíacos e havia muitas pessoas em Fukushima que morreram de repente , mesmo entre os jovens. É uma pena que as autoridades escondem a verdade de todo o mundo, a partir da ONU. Precisamos admitir que , na verdade, muitas pessoas estão morrendo. Não temos permissão para dizer isso, mas os funcionários da TEPCO também estão morrendo. Mas manter a mãe sobre isso. "
Quando solicitado a fornecer dados sólidos sobre o número real de pessoas que morreram em tais circunstâncias , Idogawa absteve , dizendo que " não é só uma ou duas pessoas . Estamos a falar de dez a vinte pessoas que morreram dessa forma. "
Questionado sobre outras opções que o Japão para fornecer fontes de energia para os seus 126 milhões de pessoas , ele respondeu que apesar de ter muitos rios , o governo deixa de promover a energia hídrica .
Por quê? Porque não é " rentável para grandes empresas ! "
Idogawa passa a fornecer um modelo para atender às necessidades de energia do Japão que soa surpreendentemente simples.
"Nós podemos fornecer eletricidade para um grande número de pessoas, mesmo com um investimento limitado, sem os impostos. Basta usar a gravidade, e podemos ter tanta energia que não haverá necessidade de usinas nucleares mais. "
Premonições de desastre
Mesmo antes da falha enorme na usina nuclear de Fukushima em 11 de março de 2011, o dia  que o nordeste do Japão foi atingido por um tsunami provocado por um terremoto que causou o colapso de três dos seis reatores nucleares da usina , Idogawa sabia que a instalação era perigosa.
" Perguntei-lhes sobre possíveis acidentes de uma usina de energia nuclear , fingindo que não sabia nada sobre ele, e acabou por eles não foram capazes de responder a muitas das minhas perguntas ", disse ele . " Francamente, que é quando ele primeiro passou pela minha cabeça que a sua gestão não tem um plano de contingência. Foi então que eu percebi que a instalação poderia ser perigoso " .
O ex-prefeito , que passou a ser em uma cidade vizinha no dia do tsunami , lembrou a condução de volta para Futaba sobre a notícia do terremoto. Apenas mais tarde ele descobrir o quão perto ele chegou a perder a vida no tsunami que se aproximava.
"Eu consegui chegar lá antes do tsunami maior veio . Foi só depois que eu percebi que eu escapei da água ... eu tive sorte . O tsunami veio depois que eu foi embora esse caminho e até as montanhas . "

Members of the media and Tokyo Electric Power Co. (TEPCO) employees wearing protective suits and masks walk toward the No. 1 reactor building at the tsunami-crippled TEPCO's Fukushima Daiichi nuclear power plant in Fukushima prefecture March 10, 2014.(Reuters / Toru Hanai)Os membros da mídia e Tokyo Electric Power Co. ( TEPCO ), os funcionários vestindo ternos e máscaras de proteção  ao caminhar em direção ao prédio do reator número 1 da Fukushima Daiichi a usina nuclear danificada por - tsunami da TEPCO em Fukushima 10 de março, 2014 . ( Reuters / Toru Hanai )Perguntas sobre a usina nuclear dominou seus pensamentos sobre a casa 30 minutos de carro . "Eu só ficava pensando : 'Se ela é tão forte, que vai acontecer com a usina ? E se o reator é danificado? E se os vazamentos de água ? Qual será a cidade fazer? O que devo fazer como prefeito ? "Uma vez em seu escritório, Idogawa olhou pela janela e foi confrontado com o que ele descreveu como " uma visão aterradora . ""Normalmente, você não podia ver o mar de lá, mas naquela época eu poderia vê-lo a cerca de 300 -500m de distância", disse ele.Foi nesse ponto que o prefeito percebeu que a usina de energia nuclear provavelmente tinha sofrido algum tipo de dano. Depois de passar a noite assistindo as notícias na televisão , a única fonte de informação uma vez que mesmo telefones celulares não estavam funcionando , Idogawa anunciou uma evacuação de emergência na manhã seguinte . Nem todos os moradores , no entanto, ouviu a transmissão de emergência ." Mais tarde , eu aprendi que nem todos os moradores  de Futaba ouviram o meu anúncio. Eu me sinto culpado por isso ... eu descobri que a prefeitura de Fukushima não tivesse me dado todas as informações em tempo hábil. E agora o governo não está tomando todas as medidas para garantir a segurança das pessoas a partir de radiação, e não está a monitorizar a implementação de procedimentos de evacuação " .

Além da energia nuclearKatsutaka Idogawa acredita que uma transformação para uma forma mais limpa, mais segura da fonte de energia para o Japão seria necessária uma vontade de mudar as leis do país ." Há muitas leis no Japão , talvez demais. Há leis sobre os rios e as maneiras que está acostumado . Nós poderíamos mudar as leis a respeito do uso da água na agricultura e começar a utilizar os rios para produzir eletricidade. Mudando apenas essa lei só vai permitir a produção de uma grande quantidade de energia. "Tudo isso poderia ser feito " sem contaminar o nosso planeta. "No entanto, essas propostas ousadas não " apelar para as grandes empresas , porque você não precisa de grandes investimentos , você não precisa construir grandes usinas de energia . Não é que lucrativo para os investidores, para os capitalistas . "Mas para o ex-prefeito de uma cidade japonesa arrasada , perdeu para a radiação nuclear, Idogawa detecta uma mudança radical a se formar na opinião pública.Os japoneses estão começando a " perceber que precisamos evitar desastres nucleares , então 60-70 por cento da população é a favor do uso de energia natural. "" Demorou muito tempo, mas um dia nós vamos seguir o exemplo da Europa, da Alemanha . "

http://rt.com

Fonte: http://undhorizontenews2.blogspot.com.br/