Governos vem se preocupando cada vez mais com ataques à infra-estrutura das nações
Países já estão utilizando técnicas de guerra cibernética para lançar ataques uns contra os outros e há necessidade de vigilância contínua para proteger sistemas críticos de computadores, disse o diretor da agência britânica de espionagem de comunicações, em um raro discurso.
Iain Lobban, diretor do Government Communications Headquarters (GCHQ), afirmou que sistemas do governo britânico são alvo de mil tentativas mensais de infiltração. "O ciberespaço é disputado a cada hora, a cada dia, a cada minuto, a cada segundo", disse ele em um raros discurso, na noite de terça-feira. Suas declarações, feitas diante de uma platéia em Londres, foram publicadas na quarta-feira.
A internet reduziu "as barreiras de acesso ao jogo da espionagem", disse. Sua expansão eleva o risco de perturbações à infra-estrutura, por exemplo usinas de energia e serviços financeiros, segundo ele.
"A ameaça é real e digna de atenção", disse Lobban, cujo GCHQ, uma grande operação de escuta semelhante à Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, cuida de atividades como decifração de códigos e coleta de informações.
Políticos e líderes dos serviços de espionagem britânicos e do restante do mundo vêm lançando alertas cada vez mais freqüentes sobre a crescente ameaça da guerra cibernética. A questão ganhou destaque no mês passado quando especialistas em segurança sugeriram que o worm Stuxnet, que ataca um sistema industrial amplamente utilizado, pode ter sido criado por um Estado a fim de atacar instalações nucleares no Irã.
"É verdade que vimos o uso de técnicas de guerra cibernética por um país contra outro, a fim de criar pressão diplomática ou econômica", disse Lobban no Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, sem mencionar detalhes específicos.
Um relatório parlamentar recente informou que o GCHQ havia indicado que países como Rússia e China representam a maior ameaça de ataque eletrônico contra o Reino Unido.
Os Estados Unidos estão criando um cibercomando em suas forças armadas para proteger suas redes e montar ataques cibernéticos, e Lobban disse que é preciso haver acordo sobre "normas corretas de comportamento no ciberespaço para os Estados responsáveis."
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