domingo, 17 de outubro de 2010

Brasil ajudará afegãos a explorar super.-reserva

O governo brasileiro entrará no mercado trilionário de exploração de recursos minerais no Afeganistão. Uma delegação do Itamaraty retornou de Cabul na semana passada com um pedido oficial do governo afegão de ajudá-los a desenvolver o marco regulatório e o ambiente de negócios para abrir à iniciativa privada reservas intocadas, no valor de US$ 1 trilhão, descobertas pelos EUA no país, em junho.

Em busca de maior independência da Casa Branca, o presidente Hamid Karzai não pretende entregar o tesouro nas mãos dos tradicionais parceiros e seus aliados da Europa, e aposta em alternativas como o Brasil para ajudá-lo a desenvolver a mineração no país e intermediar a corrida ao tesouro afegão.

As reservas de ferro, cobre, cobalto, ouro e, principalmente, lítio - metal raro, usado pela indústria química e farmacêutica e na produção de baterias, laptops e celular - são tão extensas que podem transformar o Afeganistão num pólo minerador. Nova reserva de lítio, ainda não confirmada pelo governo afegão, chegaria a US$ 3 trilhões, a maior do mundo, segundo informação do Ministério de Minas afegão ao Itamaraty.

A delegação brasileira, comandada pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ministro Marco Farani, foi recebida em Cabul pelo ministro das Minas, Wahidullah Shahrani. Entre outros acordos, os oficiais discutiram a possibilidade de desenvolver tecnologia brasileira-afegã para produção de bateria de lítio, hoje detida apenas pela China, EUA e Coréia do Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 16 de outubro de 2010

PT pede ao TSE apreensão de material contra Dilma

agestado

O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou nesta tarde com representação no Tribunal Superior Eleitoral em Brasília para tentar impedir a distribuição de material contra a candidata Dilma Rousseff.

A representação, segundo o advogado Pierpaolo Cruz Bottini, do escritório Bottini & Tamasauskas Advogados, pede a busca e apreensão do material produzido pela Editora e Gráfica Pana, instalada no bairro do Cambuci, em São Paulo. Segundo o advogado, caso o juiz acate o pedido, os panfletos serão apreendidos pela Polícia Militar, para posterior avaliação acerca de sua legalidade. Para evitar a distribuição do material, militantes do PT prometem fazer campana em frente à gráfica. Não há, entretanto, nenhuma decisão judicial que impeça o transporte dos panfletos.

O escritório de advocacia que assessora o PT na campanha política também apresentou queixa formal no 5o. Distrito Policial da capital paulista. Segundo o delegado de plantão, Alfredo Jang, o boletim de ocorrência lavrado na tarde deste sábado a pedido da advogada Ana Fernanda Ayres, também do Bottini & Tamasauskas Advogados, tinha como finalidade apenas o registro da denúncia. Segundo a advogada, o documento propõe a averiguação de crime eleitoral e propaganda eleitoral.

A advogada argumentou que o panfleto não possui o CNPJ do autor, o que caracterizaria crime eleitoral, passível de apreensão do material. Paulo Ogawa, pai de Alexandre Takeshi Ogawa, proprietário da gráfica, estava presente no local no Sábado à tarde e disse que não havia qualquer sinalização de que o conteúdo tivesse cunho eleitoral, por isso não haveria irregularidade em sua impressão.

Segundo Ogawa, a gráfica produziu cerca de 2,1 milhões de panfletos, dos quais 1 milhão de unidades ainda estão no local - os 1,1 milhão restantes foram distribuídos antes do 1º turno da eleição presidencial. A encomenda da impressão foi feita por uma pessoa chamada Kelmon Luis, a pedido do bispo da Diocese de Guarulhos (SP), Dom Luiz Gonzaga Bergonzini. Ogawa informou que, em um primeiro momento, a gráfica fora consultada a respeito da possibilidade de impressão de 20 milhões de unidades do material.

O panfleto, que reproduz suposta nota da Comissão Episcopal Representativa do Conselho Episcopal Regional Sul 1 - CNBB, tem assinatura de representantes da Regional Sul I, entre eles o presidente regional, o bispo Nelson Westrupp. Ao longo do texto, há uma série de considerações sobre medidas tomadas pelo atual governo e a recomendação para que os brasileiros "deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto".

Ibope: no DF, Agnelo tem 53% e Weslian, 35%

agestado

O candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, lidera a corrida eleitoral com 18 pontos porcentuais de vantagem sobre Weslian Roriz, do PSC, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. O petista tem 53% das intenções de voto, contra 35% da adversária. Em votos válidos (excluídos brancos e nulos), Agnelo lidera por 60% a 40%. Na pesquisa espontânea - na qual os entrevistados manifestam sua preferência antes de ler os nomes dos candidatos -, Agnelo tem 16 pontos de vantagem (48% a 32%).

Weslian Roriz entrou na campanha às vésperas do primeiro turno, diante do risco de que a candidatura de seu marido, o ex-governador Joaquim Roriz, fosse inviabilizada pela Lei da Ficha Limpa. A mulher do ex-governador lidera entre os eleitores de menor renda e escolaridade. Entre os que ganham até um salário mínimo, ela vence por 52% a 33%. Na faixa entre um e dois salários mínimos, o placar é de 49% a 40%.

Agnelo assume a ponta entre os que recebem entre dois e cinco mínimos (56% a 34%) e acima disso (70% a 19%). Na parcela do eleitorado com estudo até a quarta série do ensino fundamental, Weslian lidera por 54% a 32%. Entre os que fizeram curso superior, Agnelo é quem está na frente (69% a 17%). No primeiro turno, o candidato do PT teve 48,4% dos votos válidos, enquanto a adversária ficou com 31,5%.

Sucessão presidencial

O Ibope também perguntou aos entrevistados sua opção de voto para presidente. Há no Distrito Federal um empate técnico entre os candidatos do PSDB, José Serra (45%), e do PT, Dilma Rousseff (43%). A intenção de voto no tucano segue o padrão de Weslian, sua aliada: ele vai melhor entre os eleitores de menor renda e escolaridade. Dilma, como Agnelo, vai melhor entre os que ganham mais de cinco salários mínimos e têm curso superior.

No primeiro turno, foi a candidata do PV, Marina Silva, quem venceu a disputa presidencial no Distrito Federal, com 42% dos votos válidos. Dilma ficou em segundo, com 31,7%, e Serra teve 24,3%. O Ibope entrevistou 2.002 eleitores entre os dias 12 e 14 deste mês. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 35.660/2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Quando a biografia diz não

AYRTON CENTENO

    Campanha eleitoral tem mil e uma utilidades. Uma delas é mostrar o que é transformado no que não é. Para isso, serve-se o candidato de sua capacidade de mimetizar referências positivas. No primeiro turno, apontado nas pesquisas qualitativas como o “candidato dos ricos”, José Serra metamorfoseou-se no pobre “Zé da Moóca”, o “amigo do Lula”. Mas a nova identidade não colou. Até seu mentor FHC chiou: “Serra não é Zé, Serra é Serra!” Então, voltou a ser Serra. É do jogo. Mas, convenhamos, o disfarce deste segundo turno vai além do decoro e do respeito às coisas sabidas e consabidas. Agora, Serra ou Zé ou Serra é “o homem do bem”. E é, convenhamos, demais até para as regras complacentes das fantasias eleitorais.

    Adversários e aliados, esquerda e direita, conservadores e progressistas, todo o mundo da política sabe que Serra, Zé ou Serra não cabe no novo figurino.

    “Serra é mais feio na alma do que no rosto”, carimbou Ciro Gomes. Integrante do PSDB até 1996, portanto ex-companheiro de viagem do tucano, Ciro já declarou que Serra “não tem escrúpulos” e “passaria com um trator até por cima da mãe”. Acusou-o de ser truculento e de agir destrutivamente. Ele sabe do que fala. A transformação da internet em uma cloaca nazista, plena de ódio, mentira e preconceito serve como ilustração.

    Relata a crônica política que sua antiga aliada do PFL, Roseana Sarney, e seus companheiros de PSDB, os ex-ministros Paulo Renato e Pedro Malan e o senador Tasso Jereissati – estes três adversários de Serra na disputa interna do PSDB à sucessão presidencial em 2002 – sabem bem como é amarga a condição de quem se atravessa no caminho do “homem do bem”.

    Mas um “homem do bem” precisa ter a coragem de assumir o que faz. Um “homem do bem” precisa dar respostas. E respostas convincentes. Serra, alvo de muitas perguntas, não costuma dá-las.

    Precisa explicar, por exemplo, como seu dileto amigo, primo político e ex-sócio, Gregório Marin Preciado, mais conhecido como “Espanhol”, conseguiu reduzir sua dívida no Banco do Brasil – na época de FHC presidente e Serra ministro — de R$ 448 milhões para apenas R$ 4,1 milhões! Menos de 1% do que devia! Quais dos milhões de credores do BB não gostariam de um tratamento vip desses? Mas não é para qualquer bico e sim para bico de tucano…Pelo menos, parece que naqueles  tempos era assim.

    Precisa explicar porque alojou o mesmo Preciado no conselho de administração do Banespa, banco de todos os paulistas, mais tarde privatizado, segundo o receituário tucano. Não antes do Banespa perder dinheiro grosso em negociações com o dito Preciado.

    Precisa explicar como o “Espanhol”, mesmo quebrado, arranjou US$ 3,2 milhões para depositar no exterior, através da conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova Iorque. Boa parte da bolada favoreceu empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e também de FHC, alvo de vários processos por conta das privatizações da Era Tucana.

    Precisa explicar como e porque seu ex-caixa ajudou o querido primo, antigo sócio e sempre amigo Preciado — este sem vintém e devendo ao Banco do Brasil — a comprar três estatais de energia elétrica – Coelba, da Bahia, Cosern, do Rio Grande do Norte, e Celpe, de Pernambuco. Representante da empresa Iberdrola, da Espanha, Preciado conseguiu, sempre com a mão amiga do ex-caixa de Serra, formar o consórcio Guaraniana que arrematou as três empresas estaduais. E tudo em sociedade com o BB. Ou seja, deu-se uma mágica segundo a qual um grande devedor do BB tornou-se sócio do próprio credor para comprar patrimônio público do povo brasileiro!

    Precisa explicar porque a maior parte do dinheiro de Preciado trafegou no exterior justamente em anos eleitorais, especialmente em 2002, quando o amigo, sócio e primo Serra disputou a Presidência contra Lula. Foram US$ 1,5 milhão. Mera casualidade? Serra deve explicar.

    Precisa explicar porque, junto com o primo e então sócio Preciado, desfez-se às pressas de um imóvel que seria penhorado por dívidas junto ao Banco do Brasil. Teriam praticado aquilo que é conhecido como “fraude pauliana”? Em outras palavras, fraude contra credor, impedindo-o de se ressarcir do dano sofrido?

   Precisa explicar como foi exatamente que sua filha e ex-sócia, Verônica Serra, tornou-se também sócia de outra Verônica, esta Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, na empresa Decidir em Miami. E qual exatamente foi o papel do banco Opportunity, de Dantas, no financiamento da empresa? Dantas que, por outra coincidência, arrematou várias estatais na era de ouro da privataria e, em uma de suas últimas aparições públicas, portava elegantes algemas aplicadas pelo delegado Protógenes Queiroz, da PF.

    Precisa explicar porque, durante muitos anos, omitiu das declarações à Justiça Eleitoral sua sociedade com a filha Verônica na ACP Análise da Conjuntura, firma que operava em São Paulo em imóvel do primo, ex-sócio e amigo Preciado. Por quê?              

    Precisa explicar a penca de empresas de nomes iguais ou similares – como se fosse preciso despistar alguém — abertas por sua ex-sócia e filha, além do genro Alexandre Bourgeois, no Brasil e em paraísos fiscais.

    Precisa explicar porque o alto tucanato abriu tantas empresas em paraísos fiscais do Caribe, notadamente no Citco Building, em Road Town, nas Ilhas Virgens Britânicas, e coincidentemente no tempo das privatizações. De onde saiu tanto dinheiro?

    Precisa explicar, aliás, onde foi parar mesmo o dinheiro das privatizações?

    É árduo senão impossível responder estas perguntas, todas oriundas de reportagens, representações do Ministério Público Federal, ações judiciais e relatórios de CPIs. Perguntar-lhe também tem sido difícil. Não somente pelo compromisso dos donos da mídia com o candidato, mas pela sua recorrente reação às raras questões embaraçosas apresentadas pelos repórteres. O tratamento padrão dado àqueles que dele divergem ou o questionam não ajuda na composição da alegoria de “homem do bem”. As redações sabem que, na pele de Serra ou Zé, a resposta pode ser igualmente brusca e destemperada. Foi assim nesta semana e assim tem sido ao longo de toda a campanha. Mas é um momento jornalisticamente revelador porque o candidato exibe-se inteiro como realmente é: autoritário e prepotente.

    O problema de Serra reside em um ponto: a categoria de “homem do bem” não é autoconcedida. Depende dos outros, de seus juízos e de toda uma história de vida e de escolhas. Do que se fez e do que se deixou de fazer. E do que se está fazendo exatamente agora.

    Serra pode querer ser, por conveniência, o “homem do bem”. Mas sua biografia diz não.

Economia deve chegar a R$ 80 milhões

    O Operador Nacional do Sistema elétrico estimou hoje que a vigência do horário de verão, a partir deste domingo e até 20 de fevereiro, deverá gerar uma economia de, pelo menos, R$ 80 milhões para o país, sem contar os R$ 2 bilhões que deixarão de ser gastos na capacidade de geração de energia por conta da redução da demanda.

    Os cálculos foram divulgados no Rio pelo diretor-geral do ONS, Hermes Chipp.

    O horário de maior consumo de energia passará das 18h às 21h para das 19h às 22h. Com mais uma hora de luz natural, a expectativa é de que a demanda por eletricidade caia entre 4,6% e 5%, percentual correspondente ao abastecimento de 70% da cidade do Rio

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PT DA PARAÍBA LANÇA NOTA DE REPÚDIO CONTRA O ARCEBISPO DA PARAÍBA DOM ALDO PAGOTTO, QUE ACUSOU PARTIDO DE TENTAR IMPLANTAR UMA "CULTURA DE MORTE"

A presidência do PT da Paraíba divulgou uma nota de repúdio à manifestação do arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Aldo Pagotto, que acusa o partido de tentar implantar uma “cultura da morte” no Brasil, em defesa da descriminalização do aborto.

Em vídeo divulgado no YouTube, o religioso afirma que, desde que chegou ao poder, em 2003, “o PT assumiu como projeto de governo a completa legalização do aborto no Brasil”.

Na nota divulgada o presidente do PT na Paraíba, Rodrigo Soares, afirma que o partido é “profundamente comprometido com a vida e com políticas públicas humanistas” e cita programas do governo Lula, como o Fome Zero e o Bolsa Família, como exemplo de políticas “que promovem os direitos humanos”.

A nota ainda lembra que cristãos de várias denominações são integrantes do PT e inclusive participaram de sua fundação, e que o partido “respeita o pluralismo religioso”.

Para Soares, a manifestação de dom Aldo foi “intolerante” e “agressiva”, contrária “à mensagem generosa do cristianismo”, e faz parte de uma “ação coordenada de forças de direita que visa difamar o PT”.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PT prepara dossiê contra Serra

Os petistas estão animados em ver José Serra, o presidenciável do PSDB, na defensiva sobre as relações que o ex-diretor do Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, tinha em seu governo. A ala paulista do PT prepara um dossiê com todas as denúncias de irregularidades supostamente cometidas por Souza quando o governo de São Paulo era comandado por José Serra.
A figura do ex-diretor foi trazida à tona por Dilma Rousseff. A candidata do PT disse que Preto arrecadou ilegalmente R$ 4 milhões e fugiu com o dinheiro. A divulgação desse dossiê deve ocorrer a qualquer momento.

Por Tiago de Oliveira

TSE suspende inserção de Serra com dados insuficientes sobre pesquisa

O ministro Joelson Dias, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu a veiculação da inserção de rádio e televisão da coligação “O Brasil pode mais”, que apóia José Serra para presidente da República, veiculada na terça-feira (12). De acordo com o ministro, a inserção divulgou resultado de pesquisa de intenção de votos sem deixar claro o período de sua realização e a margem de erro.

O pedido de suspensão, proposto pela coligação “Para o Brasil seguir mudando”, cuja candidata à Presidência é Dilma Rousseff, informou que as legendas da inserção veiculada na TV não estavam legíveis e pareciam mais “um borrão”, impossibilitando o telespectador de identificá-las. Já no rádio, a coligação de Dilma afirmou que não havia qualquer menção aos dados da realização da pesquisa, tendo em vista que foi reproduzida a narrativa da propaganda em vídeo.

Após analisar as mídias, o ministro Joelson Dias constatou, em juízo preliminar, que realmente a inserção de rádio não faz qualquer menção à identificação da pesquisa e que na propaganda da TV, apesar de aparecem as informações quanto à fonte da pesquisa , registro no TSE e margem de erro, os dados são de difícil leitura e compreensão, o que viola a legislação eleitoral.

Dessa forma, o ministro suspendeu a veiculação da inserção até que sejam informados, com clareza, os dados exigidos pela legislação. O ministro determinou ainda que a coligação de Serra não indique a inserção nos mapas de mídia entregue às emissoras para veiculação do horário eleitoral gratuito.

Dilma diz que combaterá a corrupção doa a quem doer

Dilma diz que combaterá a corrupção doa a quem doer

FOTO: Roberto Stuckert Filho

Dilma diz que combaterá a corrupção doa a quem doer

A candidata à Presidência pela Coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, participou hoje de uma missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida, em Aparecida (SP). Em seguida, concedeu uma entrevista coletiva onde reafirmou que não deixará pedra sobre pedra em investigações sobre corrupção no governo federal.

“Acho que, de fato, essa questão [o combate à corrupção] vai contribuir para que o país melhore. Não vou deixar pedra sobre pedra e vou investigar todos os malfeitos no governo federal”, disse a candidata.

Para isso, segundo ela, é importante uma Reforma Política para mudar algumas práticas comuns na política nacional e a necessidade do resgate de valores para que a sociedade brasileira evolua, assim como o Produto Interno Bruto (PIB).

“O Brasil precisa hoje também de uma melhoria nos padrões éticos e morais, e necessita, para transformar-se numa sociedade desenvolvida, que a gente valorize a relação da nação com valores culturais e éticos e morais", disse. "É um todo, que começa no combate ferrenho à corrupção. É importante perceber que não haverá impunidade [no meu governo].”

Preconceito

Dilma novamente foi firme e desautorizou qualquer pessoa a classificar o tamanho da sua crença em Deus.

“Eu acho que ninguém tem o direito de dizer qual é a minha crença. Ninguém tem esse direito. Quem pode julgar sobre crença religiosa é Deus. Eu fui, por opção, para um colégio de freiras, naquela época eu queria fazer a primeira comunhão. Estive nele até o final do ginásio. Os caminhos que sua vida toma faz atalhos e desvios, mas sempre te leva de volta para o seu caminho", disse.

Segundo ela, "o processo recente por qual passei me fez retomar várias coisas que estavam dentro de mim. E isso diz respeito a mim e não autorizo e não legitimo ninguém a falar sobre isso. É o cumulo do preconceito”.

País reduz 800 milhões de sacolas em 1 ano

Recuse, reduza, reutilize. Com este slogan, o Brasil começou a enfrentar, há pouco mais de um ano, um dos principais problemas da poluição nas cidades. A campanha do Ministério do Meio Ambiente O Saco é um Saco – criada para diminuir o consumo e o descarte de sacolas plásticas no País – ganhou a simpatia da opinião pública, a adesão de municípios, empresas privadas e já atingiu bons resultados. O balanço de um ano, realizado pelo ministério, mostra que a campanha já conseguiu evitar a utilização de cerca de 800 milhões de sacolas plásticas no Brasil.

As três maiores redes de supermercado do País, com mais de 50% do mercado, aderiram à campanha desde o início. “Os grandes supermercadistas facilitaram o comportamento ecologicamente correto de seus clientes, implementando programas diferenciados de estímulo ao consumo consciente”, explica Fernanda Altoé Daltro, coordenadora da campanha no Ministério do Meio Ambiente.

Divulgação/ Ambiente Brasil País reduz 800 milhões de sacolas em 1 ano

  • As sacolas plásticas têm alto impacto ambiental desde a sua fabricação

Entre as ações Segundo ela, a rede Walmart criou o caixa especial para clientes que usam sacolas retornáveis. O Carrefour começou a banir as sacolas plásticas de seus hipermercados em março de 2010. O Pão de Açúcar oferece pontos em seu cartão fidelidade aos clientes que recusam sacolas plásticas. “Mas não precisa ser grande para fazer o certo: caixas de papelão e sacolas retornáveis já são facilmente encontradas em qualquer mercado brasileiro”, informa a coordenadora.

São ao todo 15 parceiros institucionais incluindo Ongs ambientalistas, empresas públicas e privadas. Muitos municípios também estão aderindo espontaneamente à campanha. Em Jundiaí, no interior do estado de São Paulo, a prefeitura fez como outras 15 cidades do estado de Santa Catarina, no sul do País, que decidiram voluntariamente banir o uso das sacolas plásticas.

No site da campanha , dezenas de depoimentos de jovens e adultos que estão mudando seus hábitos a partir da iniciativa do governo. Dicas e esclarecimentos também estão disponíveis e ajudam o consumidor a formar uma idéia mais clara sobre o assunto. Ali é possível também aderir à campanha e entrar no clima da redução, reutilização e recusa das sacolas de plástico.

Impactos no meio ambiente

Práticas e gratuitas, as sacolas plásticas têm alto impacto ambiental desde a sua fabricação, pois para fazê-las é necessário utilizar petróleo ou gás natural como matéria-prima (ambos produtos não-renováveis que geram emissões de gases de efeito estufa em seu processo produtivo). A pegada ecológica das sacolinhas fica cada vez mais grave à medida que elas seguem na cadeia de consumo. De acordo com a coordenação da campanha, os brasileiros consomem cerca de 1,5 milhão de sacolinhas plásticas por hora. São 12 bilhões de sacolas por ano.

Depois de usadas uma vez, grande parte delas vai direto para o meio ambiente. No mar, as sacolas plásticas são confundidas com alimentos e acabam matando por asfixia tartarugas, aves marinhas e golfinhos. Nas cidades, as sacolinhas jogadas na rua ou descartadas de maneira displicente entopem bueiros e impedem o escoamento de água – agravando as enchentes.

Grandes rios brasileiros, como o Amazonas, já foram escolhidos como pontos de campanha de coleta das sacolas plásticas, devido ao excesso deixado pelos viajantes. As periferias das cidades, principalmente onde não há coleta de lixo adequada, estão lotadas de sacolas plásticas. Nos lixões, elas predominam. O problema afeta todos os países. O mundo consome cerca de 1 trilhão de sacolas plásticas todos os anos.

O que fazer?

A campanha O Saco é um Saco sugere algumas medidas que podem ser tomadas pelo cidadão para ajudar a livrar o País das sacolas de plástico. Reduzir ao máximo o consumo das sacolas é o primeiro. A primeira dica é levar uma sacola retornável para as compras sempre que possível. Se tiver de levar as sacolas, é bom utilizar toda sua capacidade.

Separar o lixo em casa – entre reciclável e orgânico – também ajuda. Sacos plásticos de outros produtos podem ser usados na lixeira ao invés das sacolinhas. É menos plástico em circulação. E quanto menos, melhor.

A mudança mais profunda que precisa ocorrer, no entanto, é procurar consumir menos, reduzir o uso de descartáveis e reutilizar ao máximo, conforme diz a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do ministério do Meio Ambiente, Samyra Crespo: “Não há solução mágica ou única. Temos que mudar nosso comportamento, mudar de hábitos, não tem saída”.

COP 10

A Editoria Internacional do Portal Brasil vai acompanhar a 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), que começa no 18 de outubro, em Nagoya (Japão), e elaborar matérias especiais sobre o tema. Entre os principais itens da agenda da COP-10 estará a aprovação do regime internacional de acesso a recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais a eles associados, bem como a repartição de benefícios oriundos da exploração comercial destes ativos. Leia mais aqui.

Fonte:
Portal Brasil

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dilma tem vantagem de 9,5 milhões

A primeira pesquisa de intenção de voto divulgada após o primeiro turno apresenta a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, com vantagem de 9,5 milhões sobre o candidato das oposições ao Governo Lula, José Serra ()PSDB). De acordo com o instituto Datafolha, Dilma obteve 48% contra 41% de Serra, na pesquisa realizada sexta-feira. Considerados os índices correspondentes aos votos válidos, a petista teve 54%, enquanto o tucano teve 46%.

    O instituto afirma que Serra herdou 51% das intenções de voto declaradas para Marina Silva no primeiro turno. Dilma, diz o Datafolha, ficou com 22%. E a parcela de indecisos entre eleitores do PV teria se multiplicado de 4%,antes do primeiro turno, para 18%, no fim da semana passada . Outros 9% dos eleitores de Marina disseram que pretendem anular o voto ou votar em branco.

    O Datafolha também sustenta que a vitória que a pesquisa aponta para Dilma é explicada pela larga vantagem da petista no Nordeste. Dilma tem 62% das intenções de voto na região, o dobro dos 31% dados a Serra. De acordo com o Datafolha, os candidatos estão técnicamente empatados nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste. No Sul, Serra obteve 48% das intenções de voto, enquanto Dilma obteve 43%.

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    Padre Odelir José Magri nomeado novo bispo da Diocese de Sobral

    Por: Roberto Nascimento

    O padre Odelir José Magri, foi nomeado nesta segunda-feira (11) pelo papa Bento XVI, como o novo bispo da Diocese de Sobral. Padre Oldelir substitui Dom Fernando Saburido, que foi designado a Arcebispo de Recife e residirá em Olinda, Pernambuco. Ele é natural de Campo Ere (SC), e faz parte da Congregação dos Padres Combonianos.

    Foi ordenado sacerdote aos 18 de outubro de 1992. Em São Paulo, fez diversos cursos para formadores, através da Universidade Gregoriana. Como sacerdote, exerceu o ministério pastoral no Congo Kinshasa, África (1992 a 1996); entre 1997 e 1999, monsenhor Odelir foi formador escolástico em São Paulo e pároco. Passou pelo Conselho Provincial ainda em 1999 até 2001 e foi mestre do noviciado de sua Congregação em Contagem (MG), entre 2002 e 2003. Padre Odelir José Magri é assistente geral da sua Congregação em Roma desde 2003.

    segunda-feira, 11 de outubro de 2010

    Quais as chances da Terra ser atingida por um cometa ou asteróide?

    O impacto de um cometa ocorrido em julho de 2009 contra o planeta Júpiter produziu em sua atmosfera uma enorme cicatriz do tamanho do planeta Terra e trouxe novamente a questão sobre as consequências que um choque desse tipo teria em nosso planeta.


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    Segundo o cientista Donald Yeomans, ligado ao NEO, Programa de Objetos Próximos à Terra, da NASA, existe atualmente 784 grandes objetos com tamanho superior a 1 quilômetro de diâmetro nas proximidades da Terra e caso qualquer um deles atingisse nosso planeta as consequências seriam catastróficas. "Basta ver o que aconteceu em Júpiter", disse Yeomans. "O objeto que se chocou contra Júpiter tinha aproximadamente esse tamanho".

    No entanto, Yeomans lembra que as chances de que um desses grandes objetos atinjam a Terra é muito pequena, mas objetos menores também representam riscos e lembrou que devem existir mais de 100 grandes Neos (objetos próximos à Terra) que ainda não foram descobertos.

    Baixo risco
    Bilhões de anos atrás os impactos eram muito mais comuns. Nossa Lua, por exemplo, mantêm até hoje o registro desses choques na forma de crateras, enquanto na Terra as cicatrizes estão quase todas encobertas pelas intempéries e dinâmicas geológicas do planeta.


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    Hoje em dia o sistema solar é menos congestionado que nos anos de sua formação, mas os grandes planetas por terem mais massa atraem para si os objetos errantes, como faz Júpiter e o Sol.

    Atualmente, um dos objetos que mais chama a atenção dos cientistas é um asteróide de 130 metros de comprimento chamado 2007 VK184. Observações recentes sugerem que existe 1 chance em 2940 de que 2007 VK184 se choque contra a Terra nos próximos 50 anos. Segundo os cálculos, o impacto da rocha produziria energia equivalente a 150 milhões de toneladas de TNT, aproximadamente 8 mil vezes a bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 1945.

    Entretanto, de acordo com Yeomans, à medida que as observações são refinadas os modelos computacionais reduzem as probabilidades de impacto e em pouco tempo as chances de que 2007 VK184 atinja a Terra serão praticamente nulas.

    Chances
    No entender de Yeomans, o maior problema atual não são os asteróides já catalogados e sim os que ainda não foram descobertos. Os cientistas estimam que deve haver pelo menos 156 grandes objetos com mais de 1 quilômetro a serem descobertos.

    Em média, a Terra é atingida por asteróides de 1 quilômetro a cada 500 mil anos e a cada 100 mil anos por objetos maiores que 500 metros. Para objetos menores a taxa de impacto aumenta para 700 anos para objetos de 50 metros e 140 metros para asteróides de até 30 metros. Objetos menores são praticamente incendiados durante a entrada na atmosfera, produzindo as chamadas bolas de fogo.

    Impactos gigantescos, como o que pode ter acabado com os dinossauros há 60 milhões de anos são provocados por asteróides com mais de 10 quilômetros de diâmetro e ocorrem em média a cada 100 milhões de anos.

    De todos os objetos próximos que podem cruzar a órbita da Terra, os maiores são o asteróide Sísifo, com 8 quilômetros de diâmetro e Toutatis, com 5.4 quilômetros.

    Fotos: No topo, concepção artística mostra um hipotético choque contra a Terra. Acima, imagem de alta resolução feita no dia 23 de julho de 2009 pelo telescópio espacial Hubble mostra a cicatriz negra provocada pelo impacto de um objeto - provavelmente um cometa - contra a atmosfera de Júpiter no dia 19 de julho de 2009. Créditos: Apolo11.com/Esa/NASA/Space Science Institute).

    Direitos Reservados
    Ao utilizar este artigo, cite a fonte usando este link:
    Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/cometa_73p.php?posic=dat_20090729-101839.inc

    Fome é "alarmante" em 29 países, revela estudo

    (Reuters) - Vinte e nove países apresentam níveis alarmantes de fome e mais de 1 bilhão de pessoas não tinham o que comer em 2009, de acordo com um novo relatório mundial sobre a situação no mundo todo.

    Líderes mundiais estão longe de uma meta estabelecida em 1990 de reduzir pela metade o número de pessoas famintas em 2015, segundo o Índice Mundial da Fome (GHI), publicação anual do Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares e outras entidades assistenciais.

    "O indicador da fome no mundo permanece em um nível definido como 'sério'", disse o relatório. A maioria dos países com dados "alarmantes" no índice ficam na África Subsaariana e no sul da Ásia. As crianças são citadas como especialmente vulneráveis.

    Países com número elevado de pessoas que passam fome precisam agir para melhorar a nutrição das crianças durante os primeiros mil dias depois da concepção, incluindo nutrição pré-natal e programas de educação nutricional para mulheres grávidas, disse Marie Ruel, chefe da divisão de pobreza, saúde e nutrição do GHI.

    "Para melhorar a nutrição infantil, os programas e políticas têm de enfocar na janela de oportunidade", disse Ruel. "A desnutrição na primeira infância perpetua a pobreza de uma geração para outra."

    A porcentagem de pessoas subnutridas caiu de 20 por cento em 1990-1992 para 16 por cento em 2004-2006. A ONU acredita que o número de pessoas que passam fome caia de 1 bilhão em 2009 para 925 milhões este ano.

    Mas o índice mostra que algumas regiões ainda estão lutando contra o problema e que as causas da fome diferem em todo o mundo, de acordo com o relatório.

    "Em comparação com os números de 1990, globalmente o índice mundial da fome melhorou 24 por cento", disse Ruel. No entanto o progresso varia enormemente de uma região para outra.

    Os dez países com os piores indicadores de fome -- todos classificados como "extremamente alarmantes" ou "alarmante" -- foram a República Democrática do Congo, Burundi, Eritréia, Chade, Etiópia, Serra Leoa, Haiti, Comoros, Madagascar e República Centro Africana.

    (Reportagem de Emily Stephenson)

    domingo, 10 de outubro de 2010

    Via Campesina e progressistas da Igreja armam contraofensiva em favor de Dilma

    Uma contraofensiva da Via Campesina, dos movimentos populares e dos setores progressistas da Igreja em favor da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, começou a ser articulada esta semana e, na próxima, ganham as ruas dois manifestos em favor da petista. Um deles, assinado pela Via Campesina e outros movimentos sociais, conclama "a militância de todos os movimentos sociais" a se engajarem na campanha para a eleição de Dilma. "Precisamos derrotar a candidatura Serra, pois ela representa as forças direitista e fascistas do país", diz o manifesto, que vai coletar adesões até amanhã.

    O outro documento está sendo preparado por grupos progressistas da Igreja Católica e protestante, para se contrapor à ação de setores religiosos que, às vésperas do primeiro turno, fizeram campanha anti-Dilma e anti-PT, sob o argumento de que candidata e partido eram "abortistas".

    A nota que será oficializada pelos movimentos sociais, ao fazer uma análise do primeiro turno das eleições, chega à conclusão de que os setores sociais progressistas tiveram vitórias, não apenas nas eleições parlamentares "e na reeleição de governadores progressistas", mas com a derrota eleitoral deYeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, que manteve um governo de "criminalização dos movimentos sociais". Não poupou críticas a nenhum dos candidatos à Presidência - à Dilma, pela falta de debate de projetos que interessam efetivamente à população, e à Serra, "pelo baixo nível de sua campanha presidencial". "A biografia do candidato já é a maior derrotada nessas eleições", diz a nota.

    Em relação a Marina Silva, candidata do PV no primeiro turno - que tem uma histórica ligação com os movimentos sociais -, o documento foi implacável. "Quanto à candidatura de Marina Silva, cumpriu o objetivo a que se propôs: o de provocar um segundo turno nessa campanha eleitoral. O tempo dirá se o seu êxito serviu para fortalecer a democracia ou foi utilizado para que as forças conservadoras retornassem ao poder."

    O documento articulado pela Via Campesina reitera sua posição de autonomia em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, cujos avanços "foram insuficientes, em que pese os acertos de sua política externa". O candidato do PSDB, José Serra, todavia, é colocado como "inimigo das bandeiras de luta" populares, pela sua atuação à frente do governo paulista e pelos oito anos dos governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso. "Pelo caráter antidemocrático e antipopular dos partidos que compõem a sua (de Serra) aliança eleitoral e por sua personalidade autoritária, estamos convictos que uma possível vitória sua (de Serra) significará um retrocesso aos movimentos sociais e populares em nosso país e para as conquistas democráticas no continente, e maior subordinação ao império estadunidense", justifica o documento.

    Até agora, aderiram a essa posição a Via Campesina, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), o Sindicato dos Engenheiros do Paraná, a Marcha Mundial das Mulheres, o Centro de Estudos Barão de Itararé [de blogueiros progre] e a Uneafro. Segundo fonte envolvida nessas articulações, correntes do PSOL e movimentos ambientalistas ligados à Marina mostraram interesse em aderir ao movimento, mas devem esperar posição de seus partidos.

    O documento é o primeiro passo de uma estratégia de mobilização dos setores sociais em favor de Dilma. O segundo momento é o envolvimento das bases dos movimentos na campanha do segundo turno, em favor de Dilma. Ainda assim, apesar da adesão à petista, os movimentos reiteram "a autonomia política frente aos governos".

    A matéria é da jornalista Maria Inês Nassif. Publicada hoje no jornal Valor Econômico.

    Foto: Dilma e o pequeno Gabriel, seu primeiro neto, nascido em setembro último.

    Redator: Cristóvão Feil

    Estudos indicam tendência liberalizante do aborto no mundo

    A maioria dos países que introduziram mudanças nas suas legislações sobre aborto desde 1996 adotaram regras mais permissivas sobre a prática, apontam estudos recentes publicados pelas Nações Unidas e pelo Instituto Guttmacher, especializado em saúde reprodutiva.

    Entre 1996 e 2009, ao menos 47 de 192 países da ONU aprovaram leis com artigos mais liberalizantes, segundo o World Population Policies 2009, da ONU (Organização das Nações Unidas).

    Nesse mesmo período, outros 11 países endureceram suas legislações sobre o tema.

    Dos 47 países que liberalizaram sua legislação, ao menos 21 aprovaram leis com artigos mais liberalizantes que os do Brasil, onde o tema se transformou em uma das principais questões na reta final da campanha presidencial.

    O assunto divide o partido da candidata do PT, Dilma Rousseff. O candidato do PSDB, José Serra, diz ser contra a legalização do aborto.

    LIBERALIZANTE

    Nos 21 países que adotaram leis mais abertas que as do Brasil, entre as razões em que prática abortiva é autorizada estão o caso de haver má-formação fetal, de a mãe não ter condições socioeconômicas para criar o filho ou de a mãe solicitar o procedimento.

    Mas, no panorama geral, em 2009, "quase todos os países permitiam o aborto para salvar a vida das mulheres", relata o World Population Policies. A permissão ao aborto por desejo da mãe passou a valer em 29% dos países da ONU, ante 10% em 1980.

    Em pesquisa do Instituto Guttmacher, as autoras Reed Boland e Laura Katzive, que se manifestam favoravelmente ao aborto, dizem que o motivo da tendência liberalizante é "o reconhecimento do impacto das restrições ao aborto nos direitos humanos femininos".

    Os países ibéricos são exemplos de liberalização. Em 2007, Portugal legalizou o aborto sem restrições até a 10ª semana de gestação e, depois desse período, em casos de má-formação fetal, de estupro ou de perigos à vida ou à saúde da mãe. Na Espanha, lei com termos semelhantes começou a vigorar neste ano.

    No México, onde a legislação sobre o tema é estadual, a Cidade do México passou a permitir, em 2007, o aborto sem restrições de motivos até 12 semanas de gravidez.

    Na Colômbia, a Corte Constitucional determinou em 2006 que o aborto é legítimo em casos de estupro, má-formação fetal ou de riscos para a vida da mãe. Até então, a prática era proibida no país.

    Há ainda países em que o aborto era totalmente ilegal, mas passou a ser aceito nos últimos anos se a mãe correr riscos ou se houver má-formação fetal (caso do Irã) ou de estupro (caso de Togo).

    No mesmo período, Nicarágua e República Dominicana proibiram totalmente a prática, enquanto Argentina, Equador, Nicarágua, Iraque e Japão, entre outros, endureceram suas legislações a respeito, segundo a ONU.

    O Uruguai chegou a aprovar o aborto no Congresso, dois anos atrás, mas a lei foi vetada pelo então presidente Tabaré Vázquez.

    E o México viu movimentos ambíguos nos últimos anos: enquanto alguns Estados se espelharam na capital federal e passaram a ser mais permissivos, outros aprovaram emendas constitucionais punindo a prática abortiva com mais rigor.

    REDUÇÃO

    Nos últimos 15 anos observou-se uma queda no número de abortos praticados no mundo: de estimados 46 milhões em 1995 para 42 milhões em 2003, segundo os últimos dados disponíveis pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A metade deles foi feita de maneira insegura ou clandestina, estima-se.

    Especialistas ouvidos pela BBC Brasil não traçam, porém, paralelos entre a redução no número de abortos e a tendência liberalizante observada em muitos países.

    "Estudos mostram que a chance de uma mulher fazer um aborto é praticamente a mesma onde o aborto é liberado e onde é restrito", explicou por e-mail Iqbal Shah, do Departamento de Pesquisas e Saúde Reprodutiva da OMS.

    "Diversas pesquisas em países que legalizaram o aborto indicam que a prática pode inicialmente aumentar, mas depois é reduzida. Isso não ocorre por causa da legalização, mas porque abortos que antes seriam realizados clandestinamente passam a ser contabilizados (oficialmente) quando a lei muda

    sábado, 9 de outubro de 2010

    Estudo: Incêndios florestais são sintomas das mudanças climáticas

    Há alguns meses diversos incêndios florestais se propagaram pelo interior da Rússia, cobrindo grande parte do país com uma densa camada de fumaça. Em menor escala, nas planícies do Colorado, EUA, as chamas também tiveram um crescimento significativo. No entender dos pesquisadores, esse fenômeno não é natural, mas a ponta do iceberg para incêndios em escala global.

    Incêndios Florestais
    Clique para ampliar

    De acordo com Amber Soja, especialista em queima de biomassa junto ao NIA, Instituto Nacional Aeroespacial, dos EUA, além dos efeitos imediatos sobre a saúde, essa queima de florestas é parte da equação do Aquecimento Global. Segundo a pesquisadora, as queimadas no hemisfério norte são um claro sintoma do aquecimento do planeta.

    "Estamos vivendo os primeiros sinais das mudanças climáticas e esses incêndios são parte dessas mudanças", disse Soja. Segundo a cientista, o aumento da temperatura será o fator decisivo no disparo de incêndios maiores e mais freqüentes. Esses incêndios que lançam mais partículas e gases na atmosfera, amplificando ainda mais o chamado Efeito Estufa.

    Números impressionantes
    "Descobrimos que 90% da queima de biomassa é provocada diretamente pelo Homem", disse Joel Levine, cientista-chefe da NASA que liderou um programa de estudo sobre queimadas entre 1985 e 1999.

    Levine e seus colegas visitaram diversos incêndios florestais no Canadá, Califórnia, Rússia, África do Sul, México e também em regiões áridas. Segundo o levantamento da época, a queima da biomassa mundial contribui com cerca de 30% do dióxido de carbono na atmosfera, gás que segundo os especialistas é o maior responsável pelo Aquecimento Global.

    "As estimativas atuais concordam com esses números", disse Paul F. Crutzen, um dos pioneiros à relacionar a queima da biomassa ao aumento do CO2. Crutzen recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1995, junto com Mario J. Molina e F. Sherwood Rowland, pelo estudo aprofundado da química da atmosfera.

    Hemisfério Norte
    Não existe consenso entre os cientistas de que a queima da biomassa global está em ascensão, mas definitivamente está aumentando nas latitudes mais ao norte, onde as florestas boreais são compostas basicamente de árvores coníferas.

    A razão é que, ao contrário dos trópicos, as latitudes setentrionais estão aquecendo mais rapidamente e experimentando menos precipitação, tornando-as mais suscetíveis ao fogo.

    "Estar perto de grandes incêndios é uma experiência única, disse Levine. "A fumaça é tão espessa que parece crepúsculo. Ela bloqueia o sol. Parece até outro planeta. É uma experiência muito estranha."

    Rússia
    No entender da cientista, os incêndios na Rússia foram causados por um clima muito mais quente que fez o verão bater o recorde histórico. O clima potencializou a incidência de raios, a principal causa da queima natural da biomassa.

    "O que está acontecendo com o clima do planeta é um grito de alerta para todos nós, ou seja, todos os chefes de estado, todos os chefes de organizações sociais. Precisamos tomar uma atitude mais enérgica para combater as mudanças globais do clima", disse o presidente da Rússia Dmitri A. Medvedev, invertendo radicalmente a antiga posição do país que afirmava que as alterações climáticas induzidas pelo homem não estavam ocorrendo.

    sexta-feira, 8 de outubro de 2010

    Tremor de magnitude 4,6 atinge região de Brasília

    BRASÍLIA (Reuters) - Um tremor de magnitude 4,6 atingiu a região Centro-Oeste do país na sexta-feira, segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). Não há registro de danos ou feridos.

    O sismo ocorreu às 17h17 e teve epicentro no município goiano de Mara Rosa, na divisa entre Tocantins e Goiás, informou o Observatório.

    "Houve um tremor seguido de outro. Há chances de acontecer novamente hoje", disse o diretor da organização, George França, segundo nota no site da UnB.

    O Serviço Geológico dos Estados Unidos também registrou o tremor e aferiu magnitude 5 ao sismo, cujo epicentro seria a 14,8 quilômetros de profundidade.

    A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal recebeu mais de 200 ligações referentes ao tremor e o Corpo de Bombeiros está verificando prédios que podem ter sofrido rachaduras.

    No município de Mara Rosa, epicentro do tremor, houve relatos de dois tremores.

    "Foi horrível. Tudo estava balançando. A TV estava se mexendo. No começo eu pensei que era um caminhão. Todo mundo sentiu isso", disse a aposentada Maria Terezinha Borges Cardoso.

    "Tudo estava se mexendo. Algumas pessoas saíram às ruas e rezaram. Algumas coisas caíram no chão", disse.

    No prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, houve orientação para que os servidores deixassem o prédio. No Tribunal de Justiça do Distrito Federal os funcionários foram dispensados.

    No Palácio do Planalto, servidores do quarto andar foram orientados a deixar o prédio caso um novo abalo fosse sentido. No andar estão a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria de Relações Institucionais.

    (Por Bruno Peres e Peter Murphy, com reportagem adicional de Hugo Bachega, em São Paulo)

    Dilma pede direito de resposta à TV Canção Nova

    “Por meio de representação direcionada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a coligação “Para o Brasil seguir mudando” e sua candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, solicitaram direito de resposta contra a TV Canção Nova, no tempo de 15 minutos, em horário matutino. Isso porque na manhã da terça-feira, dia 5, a emissora teria exibido, ao vivo, a realização de uma homilia na qual um padre pediu aos fiéis que não votem na candidata Dilma no segundo turno das eleições presidenciais.

    Segundo a representação, em toda a homilia transmitida pela TV Canção Nova, o religioso emitiu opiniões ofensivas à candidata e ao Partido dos Trabalhadores, com afirmações falsas de caráter difamatório e injurioso. “Dentre outras afirmações falsas e ofensivas, de cunho difamatório e calunioso, o referido padre afirma que o PT é a favor da interrupção de gestações indesejadas”, esclarece.

    Sustenta que a emissora não se limitou a emitir opinião contrária à coligação e á candidata, mas fez graves ofensas à honra e à reputação, “a ensejar a concessão de direito de resposta”. Entre as supostas acusações estão a de que: o país piorará se o PT e sua candidata ganharem as eleições; o partido defende a prática de aborto; a candidata e o PT pretendem aprovar leis que cerceiem as liberdades de imprensa e religiosa; ambos pretendem aprovar a celebração de casamento entre homossexuais; eles têm a intenção de transformar a nação brasileira em nação comunista com terrorista. Em todas elas, conforme a representação, o religioso afirma que poderia ser morto ou preso em virtude de suas afirmações, “em clara sugestão caluniosa de que o PT poderia praticar algum crime contra a sua integridade física”.”

    Sobral, uma das cidades mais Saneadas do Brasil

     

    A Prefeitura de Sobral continua desenvolvendo obras de drenagem, resolvendo problemas antigos da cidade. Paralela a essa ação, continuam as obras de saneamento, que atendem às principais ruas e avenidas do centro, ampliando o número de áreas saneadas e assegurando, que inserem Sobral na relação das cidades mais saneadas do Brasil com cerca de 70% da área urbana beneficiada.
    O saneamento básico é um serviço essencial na vida de uma comunidade, por sua importância na prevenção de doenças, a partir da higienização, interferindo de forma direta na elevação da qualidade de vida dos moradores e atratividade do local para empreendimentos externos. Esta realidade sobralense tem contribuído sobremaneira com o crescimento de Sobral, relacionada entres as 30 cidades do Brasil melhor de se morar e empreender.

    quinta-feira, 7 de outubro de 2010

    Brasileiro cria computador de papelão

    • Computador de papelão (foto do blog de André Ruschel)

     

    Um empresário brasileiro criou um computador ecológico com estrutura feita de papelão reciclado e componentes que consomem menos energia. Segundo o site brasileiro «G1», André Ruschel desenvolveu o «ThinEco» para mostrar como é possível produzir uma máquina «verde».

    A estrutura externa é feira de papelão usado para embalar peças automóveis, por causa da sua espessura e rigidez. «A estrutura é rígida e pode suportar uma pessoa sentada em cima sem amassar», garante. Depois vieram os testes, como deixar o computador ligado durante dois dias, mas este não sobreaqueceu. «Como o papelão tem orifícios naturais, o material possibilita a ventilação do equipamento», explica o empresário.

    O computador é muito similar a um netbook, porque não tem drive de CD e DVD, além de ter baixa capacidade de processamento, o que consome menos energia. Todos os componentes internos foram escolhidos pelo baixo consumo energético.

    André Ruschel explica que usou o «ThinEco», que pesa cerca de 1,2 quilos no evento «Microsoft TechEd Brasil 2010», em Setembro. «Eu fui fazer palestras sobre assuntos não relacionados ao computador. Usei o equipamento para me ajudar nas apresentações, como se fosse um notebook». Só que a estranha máquina acabou por chamar a atenção dos presentes.

    O computador, que demorou dois meses a montar, ficou pronto no final de Agosto. André Ruschel ainda está a pensar se vai comercializar o «ThinEco», já que o objectivo inicial do projecto não era comercial.

    ELEIÇÕES 2010 E OS APROVEITADORES DA BOA FÉ E DA CREDULIDADE EVANGÉLICA

    Rev. Sandro Amadeu Cerveira

    Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou
    com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos
    problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns
    caciques evangélicos. [1]
    Talvez o mais grotesco tenham sido os e-mails e “vídeos” afirmando que votar
    em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma
    (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria
    no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel
    Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não
    respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha
    absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além
    da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas
    “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos
    desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]
    A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se
    sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias
    denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato
    evangélico” a presidência da república simplesmente ignoraram esta
    assembleiana de longa data.
    Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia
    de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um
    plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de
    Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois
    e à apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.
    De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem)
    que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como
    esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de
    plebiscito” [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria
    esse plebiscito.
    O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato
    José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha
    adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do
    Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do
    PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer
    abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que
    nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me
    avisar desta “barbaridade”.
    Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das
    drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de
    que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando
    Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o
    consumo pessoal [6].
    Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar
    visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo (Edição
    eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do
    PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da
    união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7]
    Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja
    realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e
    adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha.
    Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus
    partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas
    propostas não teriam alternativa.
    A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a
    ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas
    bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco
    protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com
    chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e
    inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem
    esta comprometido com a “iniqüidade” é, no mínimo, desonesto.
    Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está
    igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é
    se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King
    quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.
    Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.
    Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme
    nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos
    pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.
    Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica,
    cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o
    apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.
    Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas
    do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas
    drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou
    presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei
    que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo
    legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de
    biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.
    Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o
    Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos
    lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda,
    justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da
    educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até
    podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já
    ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para
    nossos irmãos mais pobres.

    terça-feira, 5 de outubro de 2010

    A geoengenharia, possível plano B diante da mudança climática

    Por Matthew Berger, da IPS

    Enquanto muitos países continuam se negando a limitar suas emissões contaminantes e se tornam mais prováveis e frequentes os eventos climáticos extremos, alguns pesquisadores afirmam que é hora de desenvolver um plano alternativo: a geoengenharia. Por este método, o dióxido de carbono é eliminado da atmosfera, a quantidade de radiação solar que aquece o planeta diminui, ou as duas coisas. Há várias propostas que se ajustam a estas amplas categorias, e variam muito em termos de sua adaptação e viabilidade em grande escala. No momento, os planos são muito gerais e ocupam um lugar marginal nos debates sobre o clima.
    Isto se aplica especialmente à categoria de geoengenharia chamada “manejo da radiação solar”. Isto inclui, em ordem decrescente de viabilidade provável a grande escala, lançar aerossóis na atmosfera, branquear as nuvens marinhas, enviar ao espaço satélites com espelhos e branquear a superfície dos oceanos, segundo o pesquisador David Keith. A outra categoria da geoengenharia é a eliminação do dióxido de carbono, e inclui medidas tão aceitas como plantar florestas para utilizá-las como sequestradoras de carbono, ou queimar biomassa em lugar de combustíveis fósseis como carvão.
    Os enfoques mais recentes em matéria de eliminação do dióxido de carbono também propõem cultivar grandes quantidades de algas a partir das quais se possa elaborar biocombustível, e, o que gera maior controvérsia, espalhar minerais como ferro ou pedra de cal sobre partes do oceano. David, cientista ambiental da canadense Universidade de Calgary, é um dos principais promotores da geoengenharia. No entanto, ele e seus colegas se apressam em destacar que estas soluções para a mudança climática não devem ser vistas como substitutas da redução das emissões dos gases-estufa.
    Também observam que a maior parte destas tecnologias não está pronta para uso e o mais necessário é investigar para determinar quais consequências adversas podem ter tais soluções e, inclusive, se funcionarão. Isto é, se realmente isto pode ser pensado como um plano B. No momento, persistem muitos temores sobre as possíveis implicações ecológicas da geoengenharia. E será necessário resolver estes assuntos científicos, bem como outros políticos e legais, para avançar mais.
    Para Brad Allenby, professor de engenharia e ética na Arizona State University, preocupa o fato de se passar por alto sobre os efeitos colaterais destas soluções sobre outros fenômenos, como padrões meteorológicos e ciclo do nitrogênio. “Estas tecnologias são importantes, mas necessitamos compreender muito mais, em particular sobre a escala. Quando coloco na estratosfera material suficiente para mudar os padrões das monções?”, perguntou Allenby em uma conferência realizada no mês passado em Washington. Segundo ele, é necessário deixar de pensar na geoengenharia unicamente como “tecnologias de mudança climática”, já que este é apenas um de uma série de temas interligados.
    Além destes problemas conceituais e ecológicos, esta tecnologia potencial também apresenta questões espinhosas para o direito e a governança internacionais. Jason Blackstock, do Instituto Internacional para a Análise de Sistemas Aplicados, com sede em Viena, acredita que o uso da geoengenharia pode, em última instância, traduzir-se na narrativa política e em ação unilateral. Um país pobre que se sinta afetado porque outro rico não reduz suas emissões contaminantes pode decidir tomar medidas de geoengenharia por si próprio, disse. Jason afirmou não acreditar que os Estados Unidos serão os primeiros a adotar este tipo de medidas, sendo mais provável que uma economia emergente o faça.
    Também há a possibilidade de as corporações privadas ou os indivíduos usarem a geoengenharia para combater a mudança climática por sua conta. Mas, como disse Dan Bodansky, professor de leis, ética e sustentabilidade na Arizona State University, isto não será um ato isolado, mas “uma atividade contínua ao longo do tempo”. Será difícil tomar medidas de geoengenharia sem o conhecimento dos governos, e ainda não está claro quem tem jurisdição sobre isto e quais governos ou entidades deveriam responder neste sentido, disse. O outro temor é político. Se for possível ter fácil acesso às opções de geoengenharia, existirá ainda o incentivo de reduzir significativamente as emissões?
    É possível que até 2015 as opções de geoengenharia possam ser usadas para negociar em cúpulas como a 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, realizada em dezembro, em Copenhague, e a que acontecerá este ano em Cancun, disse Jason. No momento, David e seus colegas simplesmente esperam que se pesquise mais, tanto as tecnologias da geoengenharia como as polêmicas questões que apresenta. Admitem que a geoengenharia em escala planetária tem grandes riscos, mas também sabem que pode chegar o momento em que os supere o risco de emergências induzidas pela mudança climática. Envolverde/IPS

    O teto do mundo desmorona

    Por Bhuwan Sharma, da IPS

    Katmandu, Nepal, 5/10/2010 – Nas últimas duas temporadas, Dawa Sherpa não pôde escalar o Everest. Este embaixador do Fundo Mundial para a Natureza, que já por duas vezes conquistou o cume da montanha mais alta da Terra, pode não voltar a vê-la por culpa da mudança climática. “A neve que cobre a montanha diminui e as fendas se abrem nas geleiras. Nos últimos dois anos houve frequentes avalanches”, disse Dawa.
    O montanhista disse que, ao chegar ao Acampamento Base, a 5.380 metros de altitude (o Everest tem 8.848 metros), já se pode ver claramente a devastação causada pelo aquecimento global. Em 2010, um de seus colaboradores sherpas (moradores dos montes Himalaias) perdeu a vida em uma avalanche. Dawa recordou que o montanhista nepalês Apa Sherpa, que atingiu o ponto mais alto do Everest por 20 vezes desde 1990, viu no ano passado charcos de água a oito mil metros de altitude.
    As geleiras cobrem cerca de 10% do Nepal, de onde fluem 10% dos riachos. O derretimento dos gelos é uma das várias consequências da mudança climática nesta nação da Ásia meridional. O ministro de Florestas e Conservação do Solo, Jagadish Chandra Baral, falou à IPS de um assombroso exemplo de como o aquecimento do planeta afeta o setor agrícola do Nepal.
    “A área de cultivo de maçãs no distrito de Mustang está mudando gradualmente para altitudes maiores”, já que as crescentes temperaturas nas áreas mais baixas permitem a reprodução de vermes nos frutos, explicou Jagadish. “Os moradores dizem até há pouco tempo podiam cultivar facilmente maçãs saudáveis a uma altitude baixa, como em Lete (aldeia a 2.480 metros), mas hoje as maçãs tendem a serem atacadas por vermes, inclusive mais acima, como em Larjung (2.550 metros), Kobang (2.640 metros) e Marpha (2.670 metros)”, acrescentou.
    Agora há planos para reassentar a aldeia de Dhe na área de Mustang, perto do Tibete, porque suas fontes de água estão secando e a flora desaparece rapidamente, deixando pouco para os animais comerem. Segundo o jornal inglês Republica informou em junho, um total “de 150 pessoas (23 famílias) serão reassentadas devido ao impacto da mudança climática no sustento dos pobres na aldeia”.
    A localidade “sofre uma aguda escassez de água para irrigação nos últimos seis ou sete anos”, prossegue o jornal. “A terra irrigada diminuiu para menos de 50%, e a pecuária, principalmente a criação de cabras, caiu entre 40% e 45%”. A ironia é que o Nepal praticamente não contribui em nada para a mudança climática. Os países industrializados são os maiores emissores dos gases-estufa, causadores do fenômeno. De fato, China e Índia, que rodeiam o Nepal, são duas nações de rápida industrialização e estão entre os maiores emissores de dióxido de carbono.
    No começo deste ano, o Grupo Internacional de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC) admitiu ter errado ao prever que as geleiras na Cordilheira do Himalaia desapareceriam até 2035. Isto fortaleceu os céticos do aquecimento global. Mas o IPCC disse que, embora tenha errado a data, não errou no prognóstico de que os glaciares do Himalaia derreterão.
    “Temos ampla evidência científica para demonstrar que a mudança climática está causando um retrocesso das geleiras do Himalaia”, disse Madan Shrestha, da Academia de Ciências e Tecnologia. Madan estuda o assunto desde 1974, quando integrou a Expedição Glaciológica ao Nepal, um esforço conjunto de pesquisadores japoneses e nepaleses. O especialista disse que ficou chocado ao ver uma foto feita em outubro de 2009 da geleira Yala (entre 5.100 e 5.700 metros de altitude) na área de Lamtang, no centro do Nepal.
    “A fotografia era uma evidência do fato de que a massa das geleiras havia diminuído e que ocorrera um significativo retrocesso”, afirmou Madan. Uma análise comparativa das fotos feitas em diferentes períodos de tempo revela claramente que o destino de outras geleiras, como a AX010 (entre 4.950 e 5.390 metros) na montanha de Shorong, não é diferente, acrescentou.
    Madan disse que o Nepal precisaria fazer muito em termos de mitigação do aquecimento global. “Como sinal de resposta aos esforços internacionais deveríamos afirmar nossa vontade de participar das ações de mitigação, mas nossa atenção se concentra na adaptação”, afirmou. Ele propôs a introdução de variedades de cultivos resistentes ao calor e o fortalecimento das represas para que possam conter a crescente pressão da água, entre outras coisas. E destacou o exemplo do Japão, que adotou tipos de arroz resistentes às inundações. Envolverde/IPS
    * Este artigo da IPS é parte de uma série apoiada pela Rede de Conhecimentos sobre Clima e Desenvolvimento (http://www.cdkn.org).

    Aquecimento Global

    Por Washington Novaes

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    “As informações são a cada dia mais contundentes, o ceticismo perde espaço. É preciso avançar rapidamente com políticas públicas. Só que nos faltam instrumentos eficazes.”
    Ficou muito mais difícil para os chamados “céticos das mudanças climáticas” continuarem a negar que elas têm se intensificado em conseqüência do aumento da temperatura na Terra, com forte contribuição das ações humanas para o processo. Um Comitê de Revisão dos Procedimentos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, órgão científico da Convenção do Clima da ONU), liderado pelo InterAcademy Council (o IAC, que reúne sociedades acadêmicas de vários países), concluiu que o processo dirigido pelo IPCC precisa aperfeiçoar seus procedimentos, como acentuou editorial do jornal O Estado de S. Paulo (5/9). Mas que, no todo, “serviu bem à sociedade”: “O engajamento de muitos milhares dos mais destacados cientistas e outros pesquisadores no mundo no processo e na comunicação sobre a compreensão das mudanças climáticas, seus impactos e a possível estratégia de adaptação e mitigação, é uma conquista considerável em si mesma” – diz o parecer do IAC. “Da mesma forma, o compromissos dos governos para o processo e sua aceitação dos resultados é uma indicação clara do êxito.
    Através de uma parceria maior entre cientistas e governos, o IPCC ampliou a consciência do público sobre mudanças climáticas, elevou o nível do debate científico e influenciou a agenda científica de muitas nações.”
    O IAC critica alguns pontos da atuação do IPCC, principalmente a conclusão precipitada de que as geleiras do Himalaia se derreteriam até 2035. E entende que o painel precisa modernizar sua estrutura, trabalhar mais a complexidade de certos fenômenos, ter “mais transparência em seus procedimentos”, instituir um comitê executivo, limitar a um mandato os poderes dos seus executivos. De modo geral, entretanto, reconhece o valor dos quatro relatórios do IPCC.
    Os “céticos” enfrentam também, no mesmo momento, uma mudança radical de postura de Bjorn Lamborg, autor do livro “O ambientalista cético”, que tanto furor causou há poucos anos. Surpreendentemente, ele declara agora que vai começar a enfrentar o problema das mudanças climáticas – em lugar de negá-las. Junto com oito economistas, ele passa a liderar um movimento que sugere forte investimento em energia alternativas, principalmente solar, eólica e de marés. Embora achem que lobbistas de empresas investidoras nessas energias “exageraram as mudanças climáticas”, esses analistas sugerem agora um investimento de US$100 bilhões nesse campo. Coincidência ou não, nesses mesmos dias o jornal britânico Sunday Telegraph publicou um pedido de desculpas ao presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, a quem acusara de ter “conflitos de interesse”, receber pagamentos de empresas interessadas na área de energias. Após auditoria da KGPM nas contas pessoais de Pachauri, o jornal afirmou que “não há nenhuma evidência de benefícios pessoais com as funções de consultor”.
    Na direção contrária à dos “céticos”, o Instituto de Meio Ambiente da Suécia e o cientista Sivan Kartha publicaram trabalho de análise das intenções manifestadas na Convenção do Clima, em Copenhague, pelos países emissores. Segundo o parecer, se se concretizarem apenas as ações propostas ali pelos países emissores, até o fim do século a temperatura planetária se elevará em 3,5 graus Celsius, com “efeitos desastrosos para a produção agrícola, a disponibilidade de água e os ecossistemas em geral”, além de elevação do nível do mar e possível desaparecimento de ilhas no Pacífico (O Globo, 31/8). Esse relatório foi reforçado por outro, da Administração Nacional dos Oceanos e Atmosfera, dos Estados Unidos, segundo quem sete dos 10 indicadores de aquecimento global “estão em ascensão”.
    Nada disso, entretanto, significa que se terá nestes próximos tempos mudança importante nos rumos dessa grave questão. As lógicas financeiras, que influenciam países e empresas, continuam a comandar o processo. De 4 a 9 de outubro, em Tianjin, na China, acontecerá mais uma reunião preparatória da assembléia geral da Convenção do Clima, prevista para novembro, em Cancun, no México. Mas não se espera que aconteça em Tianjin nenhum milagre. Nem mesmo em Cancun. O próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, tem reiterado que não se prevê nenhum acordo importante para Cancun – no máximo, a definição de um “roteiro” para a discussão seguinte, na África do Sul, em 2011. Talvez se defina – na linha do relatório do IAC – que não seja renovado em outubro o mandato de Rajendra Pachauri, que pretendia ficar mais quatro anos no posto.
    O governo brasileiro, que não contesta os relatórios do IPCC, anunciou na semana passada que já tem R$200 milhões para combater efeitos de mudanças climáticas, com projetos de pesquisas e ações específicas, que serão prioritárias no Semi-Árido nordestino. Ali, como mostrou a recente Conferência sobre Desertificação, os problemas não cessam de avançar, com a contribuição do clima.
    É importante, mas é pouco. Os eventos extremos entre nós têm-se intensificado – basta lembrar enchentes e desabamentos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, inundações em São Paulo, eventos terríveis no Nordeste, elevação inédita de temperaturas no Centro do país – com nível inacreditável de queimadas -, notícias de avanço do nível do mar e destruição de ocupações no litoral.
    As informações são a cada dia mais contundentes, o ceticismo perde espaço. É preciso avançar rapidamente com políticas públicas. Só que nos faltam instrumentos eficazes. Ainda no começo desta semana, como lembrou este o jornal O Estado de S. Paulo (5/6), “os remédios para mudanças de microclimas são muito complexos”. E a situação de emergência, de extrema secura do ar na capital no mês de agosto, não pôde ser enfrentada com eficácia, porque “envolve toda a parte de ocupação do solo e também uma política de mobilidade. E São Paulo não tem um Plano B” (6/9). É grave.

    *Washington Novaes é jornalista. Este artigo foi originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 10 de setembro de 2010.

    segunda-feira, 4 de outubro de 2010

    Se Dilma ganhar no 2º turno, poderá casar e batizar no Congresso

    “Em 2011, a base aliada de um eventual governo Dilma Rousseff (PT) será 13% maior do que aquela que emergiu das urnas há quatros anos e estava alinhada com a administração do presidente Lula. Serão 402 deputados federais, ante os 380 de hoje e os 357 eleitos em outubro de 2006. O PT será o partido com maior número de cadeiras, com 88 parlamentares, seguido pelo PMDB, com 79.

    Ou seja, se hoje o presidente Lula tem uma maioria folgada na Câmara, o eventual governo Dilma Rousseff deve ter ainda mais tranqüilidade com os deputados federais. E a eventual administração de José Serra (PSDB) terá razoáveis dificuldades com a oposição dos petistas.

    É o que revela levantamento do Congresso em Foco com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), coletados até pouco depois da 0h desta segunda-feira. De forma inversa, as oposições devem encolher um pouco mais. Se em outubro de 2006 PSDB, DEM, PPS e PSOL somavam 156, atualmente eles são 133. E a previsão é que em 2011 eles sejam apenas 111 parlamentares. Uma redução de 29%.”

    TSE – Eleição no Pará pode ser anulada

    “O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, alertou nesta segunda-feira para a possibilidade de anular a eleição no Pará. Na disputa ao Senado, 57% dos votos foram dados a candidatos banidos das eleições pela Lei da Ficha Limpa. O segundo e o terceiro colocados na disputa no Pará concorreram sem registro: Jader Barbalho (PMDB) obteve 1.799.762 votos e Paulo Rocha (PT), 1.733.376.

    Lewandowski explicou que, pela lei, quando há mais de metade dos votos nulos em uma eleição, ela não tem validade. Seria necessário, portanto, realizar nova votação. O ministro informou que a situação será resolvida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, na proclamação dos resultados da votação.

    - No caso do Pará, a lei em tese estabelece que se houver maioria de votos nulos será feita nova eleição. É possível que o processo tenha alguma particularidade que motive uma interpretação diferente. Não quero me pronunciar previamente até para não influenciar o TRE – analisou.

    A indefinição ocorreu porque nem a Justiça Eleitoral, nem o Supremo Tribunal Federal (STF) conseguiram julgar os casos a tempo. O TSE já negou recurso a Barbalho, que recorreu ao STF.

    Paulo Rocha também teve o recurso negado pelo TSE, mas ele recorreu ao próprio tribunal, que deverá examinar o caso ainda nesta semana.

    - Estamos dando prioridade absoluta para o julgamento de candidatos que tiveram os registros indeferidos. Se tudo der certo, teremos definido antes da diplomação – garantiu o ministro.

    Lewandowski lembrou que a situação dos chamados “fichas sujas” só será definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte teve a chance de fazer isso no julgamento do ex-candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), mas um empate impossibilitou a decisão. Lewandowski acredita que o impasse só será resolvido quando for nomeado novo ministro para o Supremo.

    - Se nenhum ministro mudar de opinião, e as manifestações dos ministros foram públicas e muito bem fundamentadas, acredito que o impasse perdurará até a nomeação do próximo ministro – afirmou.

    Lewandowski citou outros casos de “fichas sujas” que deixam o cenário de votações indefinido. Na Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB) concorreu sem registro ao senado e obteve primeiro lugar, com 1.004.183 votos – ou 35% do total. Não se sabe ainda se ele será empossado no cargo.

    No Amapá, João Capiberibe (PSB) também concorreu ao senado sem registro e ficou em segundo lugar, com 130.411 votos.”

    (O Globo)

    A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma

    Por Leonardo Boff,
    Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso” pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais”, onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
    Esta história de vida me avaliza fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a mídia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
    Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “família” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
    Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
    Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
    Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogressista, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo -Jeca Tatu-; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua achando que lhe pertence (p.16)”.
    Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
    Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coronéis e para “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa mídia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da mídia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
    O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
    Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
    O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
    O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocolonial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?
    Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.

    Eleições 2010 – O Resultado segundo a imprensa internacional

    Olha só como os principais jornais internacionais repercutem a disputa pela presidência da República, que acabou indo para o segundo turno entre Dilma (PT) e Serra (PSDB):

    * NEW YORK TIMES

    O jornal americano “New York Times” diz que a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, sofre com a falta de carisma que tornou o presidente Lula tão popular no país.
    “Especialistas não têm dúvida de que Rousseff irá prevalecer no segundo turno contra [O TUCANO JOSÉ]Serra. Apesar de sua falta de experiência política e carisma, ela foi exaltada na onda de prosperidade no Brasil sob a liderança de Lula, cujos índices de aprovação chegam a 80%”, escreve o “NYT”.
    “Rousseff, que militou contra a ditadura na década de 1960, é considerada uma administradora competente, mas sofre com a falta do carisma sedutor que ajudou Lula a se tornar tão popular”, continua o jornal.
    O “NYT” diz ainda que o fato de a eleição não ter sido decidida no primeiro turno se deve à “presença forte” da candidata Marina Silva. “Rousseff perdeu votos por conta da presença forte de uma terceira candidata, Marina Silva, do Partido Verde, ex-ministra do Meio Ambiente, que teve mais de 19% dos votos”.

    * LE MONDE

    O jornal francês destaca as eleições presidenciais na primeira página de seu site e também ressalta que a campanha de Roussef preza a “continuidade da política que tem ajudado a tirar milhões de brasileiros da pobreza e do país experimentar um boom econômico sem precedentes”.

    * DER SPIEGEL

    A revista alemã ainda mantinha a apuração parcial dos votos em seu site –apontando que, se a apuração seguisse o caminho indicado, a eleição iria para 2º turno.
    A “Der Spiegel” também traz a recusa de Lula sobre uma suposta candidatura em 2014, com uma citação atribuída a Lula: “Não, não. Se você já esteve na Presidência, então só precisa de paz na vida”.

    * LE FIGARO

    Outro jornal francês, também destaca as eleições brasileiras em sua página principal e diz que “não houve surpresa” na vitória de Dilma sobre Serra no 1º turno.

    * EL PAÍS

    O diário espanhol põe as eleições em submanchete, e destaca Marina Silva (PV) como um “fator decisivo” para o 2º turno. “Dilma Rousseff não conseguiu evitar uma segunda etapa eleitoral”, diz o texto, apontando também que assessores da candidata já admitiam 2º turno na tarde de domingo (3).
    “Lula escolheu uma sucessora improvável, pouco conhecida, e se lançou com todas as suas forças e enorme popularidade (80%) em uma campanha eleitoral agitada”, diz o jornal. “Esse 2º turno será, sem dúvida, decepcionante para o presidente mais popular de toda a história do Brasil, que acreditou poder transmitir todo esse respaldo pessoal”.

    * WALL STREET JOURNAL

    Para o “Wall Street Journal”, a decisão no segundo turno demonstra um grande revés nas previsões feitas por especialistas. “Dilma Rousseff, 62, uma ex-guerrilheira esquerdista, terminou em primeiro lugar com uma grande folga na eleição presidencial do Brasil neste domingo, mas falhou ao não conseguir votos suficientes para evitar um segundo turno no maior país da América Latina –um revés para uma candidata cuja vitória no primeiro turno era certa algumas semanas atrás”, diz o “WSJ”.

    * THE INDEPENDENT

    O jornal britânico “The Independent” aponta que Dilma está tentando ser a primeira chefe de Estado mulher no Brasil –e também narra brevemente a trajetória da ex-ministra enquanto combatente antagônica ao regime militar (1965-1984). Sobre Serra, o jornal diz apenas que ele era governador do Estado de São Paulo –e que perdera as eleições presidenciais para Lula em 2002 como representante do PSDB.

    * THE TIMES

    Já o também inglês “The Times” coloca, em chamada de capa, que “Dilma Roussef promete aos eleitores que seguirá os passos do presidente Lula para reduzir o abismo entre ricos e pobres”.

    * REUTERS

    A agência destaca que Rousseff foi “escolhida a dedo” por Lula para continuar suas “políticas esquerdistas que fizeram do Brasil um dos mais empolgantes mercados emergentes.” A Reuters ressalta ainda que “nem Rousseff, nem Serra fogem dos programas sociais e políticas que favorecem o investimento estrangeiro que fizeram Lula popular.”

    * THE DAILY TELEGRAPH

    O inglês “The Daily Telegraph” indica que “Dilma Rousseff, a favorita para vencer as eleições presidenciais no Brasil, foi forçada a um segundo turno com seu principal rival, depois de não assegurar os 50% de votos no primeiro turno”. O jornal aponta ainda uma “inesperado crescimento tardio” da terceira candidata, Marina Silva (PV), com 19,5% dos votos válidos.
    O diário britânico diz ainda que as recentes descobertas sobre Erenice Guerra, somadas a questões cristãs sobre as posições de Dilma sobre o aborto e outros problemas sociais aparentemente instituiu dúvidas na cabeça dos eleitores –a ponto de custar a ela a vitória no 1º turno.

    * DAILY MAIL

    Em um texto inserido à tarde no site do jornal, Dilma é chamada de “guerrilheira e marxista por formação”, que pode vir a se tornar “a mulher mais poderosa do mundo” –mais influente que a secretária de Estado Hillary Clinton ou que a chanceler alemã Angela Merkel. Entretanto, até a publicação da reportagem, o jornal não publicou nenhum resultado do primeiro turno das eleições brasileiras.

    (Portal Uol)

    TRE – CE divulga votação dos indeferidos

    O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) divulgou no fim da manhã desta segunda-feira (4) a votação dos candidatos que foram indeferidos, mas que apresentaram recurso. Eis a relação dos mais votados:

    Governador: 21 – MARIA DA NATIVIDADE – 3.063 votos.

    Senador: 432 – POLÔ – 76.030 votos; 210 – TARCISIO LEITÃO – 12.879 votos.

    Deputado Federal: 1113 – EUGÊNIO RABELO – 82.028 votos; 4569 – MANOEL SALVIANO – 76.915 votos; 1331 – ILÁRIO MARQUES 58.156 votos; 2222 – ADLER GIRÃO – 30.875 votos; 3131 – JOCÉLIO VIANA – 12.411 votos; 1599 – JOSÉ GERARDO ARRUDA FILHO – 2.119 votos.

    Deputado Estadual: 13200 – DEDÉ TEIXEIRA – 52.679 votos; 15555 – NETO NUNES – 45.843 votos; 17999 – PERBOYRE SILVA – 29.443 votos.