quarta-feira, 23 de julho de 2025

Agência Brasil: STF termina de ouvir testemunhas de núcleo 3; réus depõem na segunda

Grupo inclui réus que planejavam sequestro e execução de autoridades
Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/07/2025 - 12:30
Brasília
08.01.2023-Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os dez réus do núcleo 3 da trama golpista que é julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devem ser interrogados na próxima segunda-feira, 28 de julho. A data foi marcada nesta quarta-feira (23) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, que deve conduzir os depoimentos.  Esse grupo é composto por réus que teriam executado ações táticas que incluíam o monitoramento de alvos do complô e planos de sequestro e execução de autoridades. 

Nesta quarta foram encerrados também os depoimentos de todas as testemunhas dos quatro núcleos da trama golpista, com a oitiva dos últimos nomes arrolados pelas defesas do núcleo 3. Com esses últimos depoimentos, foram ouvidas todas as testemunhas que se dispuseram a comparecer para responder a perguntas relacionadas à tentativa de golpe de Estado, seja por indicação da acusação ou das defesas dos 31 réus que compõem os quatro núcleos do processo.

Está marcado para esta quinta-feira (24) o interrogatório dos seis réus do núcleo 2, que foram acusados de gerenciar ações estratégicas para o sucesso do golpe, com a redação de uma minuta de decreto golpista e a utilização ilegítima da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

No mesmo dia, serão interrogados também os sete réus do núcleo 4, que segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foram responsáveis por espalhar notícias falsas e desinformação com o objetivo de criar desconfiança nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral, construindo clima social favorável ao golpe. 

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Os interrogatórios serão transmitidos ao vivo pela TV Justiça, assim como ocorreu com os depoimentos dos réus do núcleo 1 da trama golpista. Em ações penais, tal procedimento costuma ser público e aberto, mas o caso da trama golpista é o primeiro em que são também veiculados ao vivo pelos canais oficiais do Supremo. 

O procedimento difere ainda do adotado para as oitivas das testemunhas. Nesse caso, por ordem de Moraes, os depoimentos não foram transmitidos, podendo ser acompanhados apenas por jornalistas diretamente de uma sala, em Brasília. Com o encerramento de todos os depoimentos, as gravações com as falas das testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 da trama golpista devem ser anexadas aos autos de cada ação penal. 

O caso da trama golpista foi dividido em quatro ações penais, conforme fatiamento do caso feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, com autorização da Primeira Turma do Supremo. O procedimento foi justificado como sendo uma forma de racionalizar e agilizar o processamento do caso, apesar de criticado pelas defesas. 

Confira abaixo quem são os réus dos núcleos 2, 3 e 4: 

Núcleo 2

Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro);

Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro); Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal);

Mário Fernandes (general do Exército);

Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal);

Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário adjunto de Segurança do Distrito Federal).

Núcleo 3

Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército);

Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel);

Estevam  Theophilo (general);

Fabrício Moreira de Bastos (coronel);

Hélio Ferreira (tenente-coronel);

Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel);

Nilton Diniz Rodrigues (general);

Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel);

Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel);

Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel);

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel);

Wladimir Matos Soares (policial federal).

Núcleo 4

Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);

Ângelo Martins Denicoli (major da reserva);

Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente);

Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel);

Reginaldo Vieira de Abreu (coronel);

Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).

terça-feira, 22 de julho de 2025

Agência Brasil: Moraes determina bloqueio de bens e contas de Eduardo Bolsonaro

 Parlamentar que está nos EUA não poderá fazer transações financeiras

André Richter - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/07/2025 - 21:13
Brasília
Brasília (DF) 19/11/2024 Deputado Eduardo Bolsonaro durante entrevista a imprensa.  Foto Lula Marques/ Agência Brasil
© Lula Marques/ Agência Brasil
Versão em áudio

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (21) o bloqueio das contas bancárias e dos bens do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Com a medida, o parlamentar está impedido de fazer transações financeiras, inclusive receber doações em dinheiro, via Pix, realizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, para bancar a estadia nos Estados Unidos.

Segundo o próprio Bolsonaro, cerca de R$ 2 milhões já foram enviados para Eduardo.

Em março deste ano, o deputado pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. A licença terminou no domingo (20). O parlamentar já disse que não vai renunciar.

De acordo com o regimento interno da Câmara dos Deputados, o deputado pode ser cassado por faltas ao não retornar ao Brasil.

Ele é investigado no STF por incitar o governo norte-americano a adotar medidas contra o governo brasileiro e o STF em decorrência da ação penal da trama golpista, que tem Bolsonaro como um dos réus. 

Na sexta-feira (18), no mesmo inquérito, o ex-presidente foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de sair de casa entre 19h e 6h.

As medidas foram determinadas pelo ministro após a Procuradoria-Geral da República (PGR) alegar risco de fuga do ex-presidente, que deve ser julgado pelo Supremo em setembro. 

Ao participar de podcast, Eduardo Bolsonaro informou sobre o bloqueio das contas e afirmou que nada será encontrado. 

Brasil247: Cidade campeã de emendas per capita decreta calamidade financeira

 A situação crítica levou o município a decretar estado de calamidade financeira

(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Laís Gouveia avatar
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247 - A prefeitura de São Luiz do Anauá (RR) decretou calamidade financeira e afirma ter herdado um cenário de obras inacabadas, desvios de verbas públicas e contratos sem respaldo legal. A denúncia foi feita pelo atual prefeito Elias da Silva (PP), conhecido como Chicão, em entrevista ao UOL, e levanta suspeitas sobre o uso de mais de R$ 90 milhões enviados à cidade por meio de emendas parlamentares, especialmente na modalidade Pix.

Chicão acusa diretamente seu antecessor, James Batista (Solidariedade), de ter deixado um rombo nas contas públicas e de ser responsável por desvios milionários em obras que nunca saíram do papel. “Há muitas obras inacabadas. Foram feitos pagamentos sem a obra ter sido feita e não há dinheiro para concluir”, afirmou. A atual gestão aponta pagamentos por serviços não executados em ao menos quatro empreendimentos:

  •  Parque da Vaquejada: R$ 6,6 milhões
  •  Praça dos Buritis: R$ 3 milhões
  •  Portal da cidade: R$ 1,8 milhão
  •  Casas populares: R$ 1,2 milhão

Além disso, o prefeito denuncia que cerca de R$ 680 mil descontados dos salários de servidores, referentes a empréstimos consignados, nunca foram repassados aos bancos.

A situação crítica levou o município a decretar estado de calamidade financeira, o que permite a renegociação de contratos e a suspensão de pagamentos. A medida é usada em casos de grave desequilíbrio nas finanças públicas — uma espécie de “falência” administrativa.

Boa parte dos recursos que chegaram à cidade foi repassada por meio das chamadas emendas Pix — uma modalidade de transferência direta do governo federal a estados e municípios, com menos exigências de controle e transparência. “Esse recurso entra direto no caixa do município. Até recentemente, não tinha plano de trabalho e nem necessidade de prestação de contas. Com menos controle, o risco do dinheiro sumir por corrupção ou ineficiência aumenta”, explicou Juliana Sakai, diretora executiva da Transparência Brasil, ao UOL.

A administração atual também chamou a atenção para o uso do dinheiro público em projetos considerados supérfluos ou extravagantes, como um portal de entrada da cidade com 25 metros de altura e arquitetura neoclássica. A obra, ainda inacabada, teria sido inspirada, segundo moradores, na casa do cantor Gusttavo Lima.

Reportagem publicada pelo UOL revelou que a distribuição de emendas parlamentares no Brasil frequentemente ignora critérios técnicos de desenvolvimento e necessidade. Muitas vezes, os recursos não chegam às cidades mais carentes, beneficiando municípios com baixa população, mas com fortes articulações políticas.

Apesar das acusações, Chicão já foi vice-prefeito e secretário de Saúde durante as duas últimas gestões — justamente nos períodos em que os supostos desvios ocorreram. Ele nega conivência com os problemas. “Recebi o município sem um centavo”, declarou, ao justificar o rompimento com o antigo aliado político.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/cidade-campea-de-emendas-per-capita-decreta-calamidade-financeira

quinta-feira, 17 de julho de 2025

SOMOS 99%! Chegou a hora de nos unirmos para enfrentar o maior problema ...

Agência Brasil: PF faz operação contra fraudes em benefícios pagos pelo INSS

Objetivo é burlar pagamento de Benefício de Prestação Continuada
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 17/07/2025 - 11:48
Brasília
Macaé/RJ - 17/07/2025 -A Polícia Federal deflagrou a Operação Fraus com o objetivo de desarticular uma organização criminosa atuante há mais de 10 anos, especializada em cometer fraudes contra o INSS. Foto: PF/RJ
© Foto: PF/RJ

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (17), uma operação para aprofundar as investigações acerca de mais uma suposta fraude contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O alvo da chamada Operação Fraus é uma provável organização criminosa especializada em burlar o sistema de segurança do instituto e desviar recursos públicos destinados ao pagamento de auxílios assistenciais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS).

Segundo a PF, entre os investigados há servidores do INSS, correspondentes bancários e outros profissionais com conhecimentos técnicos que lhes permitia fraudar os benefícios assistenciais. Com base nos indícios que os investigadores reuniram durante o monitoramento do grupo, a PF estima que o suposto esquema funcionava há mais de dez anos, podendo ter causado mais de R$ 30 milhões de prejuízo aos cofres públicos.

Oito mandados de busca e apreensão expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro foram cumpridos esta manhã, em cinco cidades fluminenses: Rio de Janeiro (3 mandados), Armação de Búzios (2), Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu.

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Nos endereços residenciais e comerciais alvos da operação foram apreendidos cerca de R$ 74 mil em dinheiro; três veículos; armas de fogo e munições; joias; celulares; computadores; notebooks; mídias de armazenamento, além de documentos e outros elementos que podem ajudar os investigadores responsáveis pelo caso.

Segundo o delegado Adriano Espindula Soares, chefe da delegacia da PF em Macaé, a PF já possui indícios suficientes para afirmar que os investigados integram uma organização criminosa muito bem estruturada, que contava com a participação de agentes públicos e outras pessoas que se valiam do livre acesso a plataformas restritas do INSS, como o aplicativo Meu INSS, para obter dados de beneficiários e, assim, fraudar o sistema.

“A liderança do grupo era exercida por um indivíduo cujo vulgo é Professor, ou o Rei do Benefício”, afirmou Soares ao se referir a um dos principais investigados, responsável por ensinar os membros da organização a como praticar as fraudes mediante o acesso indevido ao sistemas restritos do INSS.

“Durante o período de apuração de apenas seis meses, constatou-se que o prejuízo supera R$ 1,6 milhão. Porém, a investigação vem revelando que isso pode chegar a mais de R$ 30 milhões”, reforçou o delegado federal.

A PF assegura que não só já identificou os principais integrantes do suposto esquema, como, ainda durante a fase de monitoramento, obteve acesso a conversas e documentos que comprovam que o grupo deu entrada em ao menos 415 requerimentos fraudulentos para a obtenção do BPC/LOAS.

O volume de pedidos, segundo a PF, seria tão grande que, em alguns casos, o grupo sequer conseguia abrir a tempo as contas bancárias informadas para o recebimento do benefício em nome de terceiros, o que resultava na suspensão do pagamento por ausência de saque.

“Com base em tudo isso, pode-se inferir que aqueles que, em situação de vulnerabilidade, realmente precisam [do benefício] tiveram seus recursos comprometidos”, finalizou Soares, destacando que o expressivo número de solicitações fraudulentas também sobrecarregavam o já bastante demandado sistema do INSS.

Em nota, o Ministério da Previdência Social, ao qual o INSS está subordinado, destacou que o suposto esquema começou a ser investigado a partir de um relatório elaborado pela Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP), da própria pasta. O ministério também garantiu ter apoiado toda a apuração policial, incluindo a operação desta quinta-feira.

A Agência Brasil também consultou o INSS e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, gestor do BPC/Loas, e aguarda pelas manifestações para atualizar esta reportagem.

O BPC é um benefício assistencial que garante que pessoas a partir dos 65 anos de idade, e também as quem têm alguma deficiência, independentemente de suas idades, recebam, mensalmente, o equivalente a um salário mínimo (atualmente, R$ 1.518). Para isso, a pessoa deve provar que não tem condições financeiras de se manter. O Bolsa Família também é concedido a pessoas de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e cuja renda de cada pessoa da família não ultrapasse R$ 218 - por exemplo, se apenas um integrante de uma família de sete pessoas recebe um salário mínimo, a renda de cada parente é de R$ 216,85.

 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Brasil247: IOF: veja o que fica valendo e o que não entrará em vigor após decisão do ministro Alexandre de Moraes

 

A alíquota do imposto aumenta para compras internacionais com cartão de crédito e débito

Ministro Alexandre de Moraes, do STF (Foto: REUTERS/Diego Herculano)
Leonardo Lucena avatar
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247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes restabeleceu quase todo o decreto que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O Congresso havia suspendido a proposta editada pelo presidente Lula, e o governo federal recorreu à Corte.

Com a decisão do magistrado, ficam valendo alguns trechos do decreto original. Um deles é sobre compras internacionais com cartão de crédito e débito: a alíquota do IOF aumenta de 3,38% para 3,5%. A porcentagem para compra de moeda em espécie e remessas ao exterior: passa de 1,1% para 3,5%, conforme destacou o Portal G1.

No caso de empréstimos a empresas, o percentual sobe de 0,0041% para 0,0082%. Para Seguros VGBL (voltados a pessoas de alta renda), a porcentagem sai de 0% para 5% de IOF. Os fundos de investimento em direitos creditórios passam a ter cobrança de 0,38%.

A cobrança de IOF sobre operações de risco sacado não se aplicará no território nacional. O ministro Alexandre de Moraes entendeu que a medida criou uma nova base de tributação e ultrapassou os limites legais para decretos presidenciais.

O governo previa arrecadar R$ 12 bilhões em 2025 com as mudanças no IOF. 

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/iof-veja-o-que-fica-valendo-e-o-que-nao-entrara-em-vigor-apos-decisao-de-moraes

🔥Lula ESMAGA TRUMP e China se reúne com POTÊNCIAS NUCLEARES após Trump A...

Brasil247: 'Trump quer acabar com o Pix para beneficiar operadoras de crédito dos EUA', denuncia Lindbergh

 Investigação dos EUA contra o Pix expõe tentativa de proteger gigantes do cartão de crédito, afirma Lindbergh Farias

Lindbergh Farias (Foto: Kayo Magalhaes / Câmara)
Guilherme Levorato avatar
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247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), acusou nesta quarta-feira (16) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tentar “acabar com o Pix” para proteger os interesses de operadoras de cartão de crédito norte-americanas, como Visa e Mastercard. A declaração foi feita nas redes sociais, após a revelação de que o Departamento de Comércio dos EUA (USTR) abriu uma investigação contra o Banco Central do Brasil.

De acordo com o parlamentar, a ofensiva norte-americana é uma tentativa de sabotagem às conquistas do povo brasileiro. “Trump quer acabar com o Pix para beneficiar operadoras de cartão de crédito americanas. Parece que a tentativa de prejudicar o nosso país e o povo brasileiro com sanções deu muito errado, né, Bolsonaros?”, escreveu Lindbergh. Ele ainda classificou os bolsonaristas como “golpistas traidores” e ressaltou: “nós estamos aqui para defender a soberania do Brasil e as conquistas que a gente produz. Bolsotrump contra o Pix”.

A denúncia ocorre em meio à apuração conduzida pelo governo dos Estados Unidos sobre possíveis “barreiras injustas” impostas pelo Banco Central à entrada do WhatsApp Pay no mercado brasileiro. Segundo revelou a jornalista Marina Barbosa, em coluna publicada no portal UOL, o foco da investigação é a decisão do BC, em 2020, de suspender imediatamente o serviço de pagamento da Meta — dona do WhatsApp, Facebook e Instagram — poucos dias após seu anúncio oficial no Brasil.

O WhatsApp Pay foi lançado em junho de 2020, antes mesmo do Pix, cuja estreia estava inicialmente prevista para novembro daquele ano. Contudo, após o anúncio do serviço da Meta, o BC e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinaram sua suspensão alegando riscos à competição e à estabilidade do sistema financeiro.

Na época, a autoridade monetária brasileira justificou a medida afirmando que a liberação do WhatsApp Pay poderia acarretar “danos irreparáveis ao sistema brasileiro de pagamentos”, especialmente em relação à concorrência, eficiência e privacidade. Negou, no entanto, que estivesse protegendo o recém-criado Pix, ou os interesses dos grandes bancos.

Fato é que, com a movimentação da Big Tech norte-americana, o Banco Central decidiu antecipar a implementação do Pix, que acabou lançado já em agosto de 2020. A liberação do WhatsApp Pay, por outro lado, foi lenta e restrita: o envio de dinheiro entre pessoas físicas só foi autorizado em março de 2021, enquanto os pagamentos a estabelecimentos comerciais foram liberados apenas dois anos depois, em março de 2023.

A iniciativa do Departamento de Comércio dos EUA contra o Brasil se apoia na tese de que a atuação do Banco Central teria desequilibrado o ambiente concorrencial, favorecendo o Pix em detrimento do WhatsApp Pay. O argumento é que ambos os serviços funcionam por meio de “economias de rede” — modelo em que o primeiro a chegar tende a dominar o mercado por conectar, com mais eficiência, consumidores e prestadores de serviço.

Para o advogado Luciano Timm, ex-secretário nacional do consumidor e atual diretor da Associação Brasileira de Liberdade Econômica, a forma como o Banco Central conduziu o processo acabou abrindo espaço para contestação internacional. 

O embate entre Pix e WhatsApp Pay escancara uma disputa mais ampla: o controle sobre o mercado bilionário de pagamentos digitais. Com a popularização do Pix, o Brasil reduziu drasticamente o uso de cartões de crédito e débito — atingindo diretamente as receitas das operadoras internacionais. A ofensiva norte-americana busca reequilibrar esse jogo, mesmo que à custa da soberania regulatória brasileira.

Ao reagir com firmeza às investidas de Trump, Lindbergh ecoa o sentimento de defesa do modelo desenvolvido localmente por técnicos do Banco Central. “Quem criou o Pix foram servidores do Banco Central do Brasil!”, pontuou o deputado. A tentativa de associar a criação do sistema a Jair Bolsonaro — repetida diversas vezes durante seu mandato — também foi alvo de críticas. “Bolsonaro passou anos se gabando de uma mentira”, declarou o petista.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/trump-quer-acabar-com-o-pix-para-beneficiar-operadoras-de-credito-dos-eua-denuncia-lindbergh

terça-feira, 15 de julho de 2025

Agência Brasil: PGR pede condenação de Bolsonaro e mais 7 réus por golpe de Estado

 

Expectativa é de julgamento no STF ser realizado em setembro
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 15/07/2025 - 00:24
Brasília
Brasília (DF), 10/06/2025 - O ex presidente Jair Bolsonaro chegando para depoimento na 1 turma do STF.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes começa a ouvir os réus do núcleo 1 na ação da trama golpista, os interrogatórios ocorrerão presencialmente na sala de julgamentos da primeira turma da corte 
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
© Valter Campanato/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus do núcleo 1 da trama golpista.

A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, por volta das 23h45, e faz parte das alegações finais, a última fase antes do julgamento dos acusados, que deve ocorrer em setembro deste ano.

No documento, que tem 517 páginas, o procurador-geral, Paulo Gonet, defende que Bolsonaro e os demais réus sejam condenados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

As penas máximas para os crimes passam de 30 anos de prisão

Além de Bolsonaro, a PGR pediu a condenação dos seguintes réus

  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em caso de condenação, Cid deverá ter a pena suspensa devido ao acordo de delação premiada assinado com a Policia Federal (PF) durante as investigações. 

Bolsonaro

Na manifestação, o procurador-geral descreveu o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro na trama golpista.

Segundo ele, Bolsonaro figura como líder da organização criminosa e foi o “principal articulador e maior beneficiário” das ações para tentar implantar um golpe de Estado no país em 2022.

Nas palavras de Gonet, o ex-presidente instrumentalizou o aparato estatal e operou em “esquema persistente” de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório após o resultado das eleições presidenciais.

“Com o apoio de membros do alto escalão do governo e de setores estratégicos das Forças Armadas, mobilizou sistematicamente agentes, recursos e competências estatais, à revelia do interesse público, para propagar narrativas inverídicas, provocar a instabilidade social e defender medidas autoritárias”, disse o procurador.

Próximos passos

Com a apresentação da manifestação da PGR, começa a contar o prazo de 15 dias para que a defesa de Mauro Cid, delator na investigação, apresente suas alegações finais ao STF.

Em seguida, será a vez das defesas dos réus apresentarem suas alegações no mesmo prazo.

Após receber todas as manifestações, a data do julgamento será marcada pela Primeira Turma da Corte.

Nos bastidores do STF, a expectativa é de que o julgamento seja realizado em setembro deste ano.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

TRUMP AJUDA LULA E HUGO MOTTA CONFIRMA PRISÃO DE BOLSONARO!! EDUARDO CHO...

Face book: Pato arrependido

 Por Walter Falceta

"Aí, em imagens, o traidor da Inconfidência Mineira, Joaquim Silvério dos Reis, e sua "reencarnação", o também militar Jair Bolsonaro, que entregou o Brasil ao inimigo estrangeiro.
O primeiro era coronel; o segundo, capitão. Ambos eram tidos como maus militares, medrosos, incapazes e sempre interessados no próprio interesse.
Ambos são conhecidos por seus negócios paralelos, à margem da lei.
Silvério costumava aparecer com ouro vivo para comprar propriedades. Bolsonaro, com dinheiro vivo, com o mesmo propósito.
O intento malévolo da Metrópole, ou seja, dos colonizadores, se fazia presente pela cobrança do quinto do ouro extraído.
Em seguida, veio a "derrama". Clima de terror e violência.
Uma forma de oprimir economicamente o Brasil. Como agora, com a aplicação dos 50% de tarifas sobre exportações, conforme determinação do tirano Donald Trump, "monarca" do império contemporâneo.
Em 1789, informado sobre a insurreição dos brasileiros, Joaquim Silvério dos Reis escreveu uma carta de delação aos opressores. Como resultado, os principais líderes da revolta foram presos. Tiradentes foi assassinado e esquartejado.
 
Fonte:  https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=1452968719381335&id=100040046624957&rdid=VP2pniaYbVPx85F8
Como gratificação, Silvério cobrou um porção de ouro, perdão para sua dívidas fiscais, uma mansão para moradia, pensão vitalícia, título de Fidalgo da Casa Real, fardão e hábito da Ordem de Cristo, o cargo de tesoureiro de três provîncias e um encontro com o príncipe regente Dom João.
Acredita-se que recebeu apenas parte do prêmio. Tornou-se, no entanto, odiado pelos brasileiros, que contra ele promoveram seguidas tentativas de justiçamento.
Depois de fugir para Lisboa, retornou ao Brasil e se refugiou no Maranhão, onde morreu amaldiçoado por todos.
Jair Bolsonaro, prestes a ser condenado por diversos crimes, entre eles planejar o assassinato de opositores e a tomada violenta do poder, promoveu traição semelhante.
Por meio do filho delinquente, conspirou contra o Brasil, a fim de prejudicar a Pátria e, dessa forma, escapar das garras da Justiça.
Agindo nas sombras, como todo covarde, oferece os Estados Unidos as riquezas todas do Brasil. Em troca, exige liberdade para cometer seus crimes, licença para roubar e permissão para atentar contra seus concidadãos.
A pergunta que fica é: terá esse criminoso o mesmo destino de Silvério dos Reis?"
Por Walter Falceta

Repórter Ceará: Elmano anuncia novos 174 policiais militares nas ruas a partir de agosto

Ainda na oportunidade, o chefe do Executivo Estadual também confirmou a adesão de 2.050 profissionais de segurança por meio de quatro concursos


Foto: Divulgação/PMCE

O governador Elmano de Freitas anunciou, nesta quinta-feira, 10, em publicação por meio de suas redes sociais, a chegada de novos 174 policiais militares às ruas de todo Ceará a partir do mês de agosto deste ano. Ainda na oportunidade, o chefe do Executivo Estadual também confirmou a adesão de 2.050 profissionais de segurança por meio de quatro concursos.

“Minha determinação é de garantir cada vez mais policiais nas ruas para enfrentar o crime e dar mais tranquilidade para a população”, destacou o governador Elmano de Freitas.

No próximo domingo, 13, acontecerão as provas do concurso para policial militar com 1.000 vagas disponíveis. Em agosto, serão realizados mais dois certames: para oficial investigador da Polícia Civil do Ceará (PCCE) com 500 vagas e para bombeiro militar com 450 vagas.

Elmano também lembrou que o concurso para delegado da PCCE, com 100 vagas, já está em fase de prova física, o equivalente a sua segunda etapa.


Brasil247: Gonet apresenta hoje parecer pela condenação de Bolsonaro e demais golpistas

 

 Após encerrar o prazo legal, procurador-geral da República envia ao STF manifestação final em processo sobre tentativa de golpe

Paulo Gonet, Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro no STF - 10/06/2025 (Foto: Antonio Augusto/STF)

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247 – O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresenta nesta segunda-feira (14) as alegações finais no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete de seus principais aliados. A informação é do jornal O Globo, que detalha os próximos passos do julgamento que se aproxima da fase decisiva no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a entrega do parecer pela Procuradoria-Geral da República (PGR), inicia-se oficialmente o período de 15 dias para que as defesas dos acusados se manifestem. O primeiro a apresentar alegações finais será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de delação premiada. Após ele, os demais réus terão o mesmo prazo para protocolar suas manifestações.

Paulo Gonet utilizou integralmente o prazo disponível, que se encerra nesta segunda-feira, para concluir o posicionamento da PGR. O período foi estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, em despacho assinado no dia 27 de junho. Embora o Poder Judiciário esteja em recesso durante o mês de julho, a contagem dos prazos não foi suspensa devido à condição de prisão preventiva de um dos réus, o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa.

Além de Bolsonaro, Mauro Cid e Braga Netto, também são réus na ação penal o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, e os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Segundo a PGR, todos eles integravam o chamado “núcleo crucial” da organização criminosa que planejou a ruptura institucional no Brasil.

Outras 23 pessoas são rés em ações penais paralelas, distribuídas em outros núcleos identificados nas investigações.

Concluído o prazo para as defesas, o ministro Alexandre de Moraes elaborará seu voto e liberará o caso para julgamento na Primeira Turma do STF, composta também pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Será essa composição a responsável por decidir se os réus serão condenados ou absolvidos.

Conforme apuração de O Globo, a expectativa é que o julgamento tenha início até o mês de setembro, uma vez que todos os prazos processuais deverão ser concluídos dentro do cronograma estipulado. Integrantes do Supremo e da PGR já consideram o processo suficientemente maduro para ser levado a julgamento no terceiro trimestre do ano.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/gonet-apresenta-hoje-parecer-pela-condenacao-de-bolsonaro-e-demais-golpistas

sábado, 12 de julho de 2025

Agência Brasil: Moraes determina multa de R$ 7,3 milhões a blogueiro Allan dos Santos


Para o ministro, o investigado despreza o Judiciário brasileiro
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 10/07/2025 - 18:10
Brasília
Fachada do edifício sede do Supremo Tribunal Federal - STF
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo
© Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o blogueiro Allan dos Santos pague multa de R$ 7,3 milhões pelo sucessivo descumprimento da proibição de uso das redes sociais. A decisão foi assinada na segunda-feira (7) e divulgada hoje. 

A decisão de Moraes foi proferida após Allan dos Santos realizar mais uma postagem nas redes sociais e pedir aos seus seguidores que enviem para ele um dossiê sobre cada funcionário que trabalha com os ministros do STF.  "Quero saber quem são, onde trabalharam, se possuem empresas no nome deles, sobretudo no exterior. Pagarei 150 dólares por cada dossiê", postou.

Para o ministro, o blogueiro continua desprezando o Judiciário brasileiro ao manter as publicações nas redes sociais.

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"As condutas do investigado, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos, revelam seu completo desprezo pelo Poder Judiciário, comportamento verificado em inúmeras ocasiões durante o trâmite deste procedimento e que justificaram a fixação de multa diária para assegurar o devido cumprimento das decisões desta Corte", afirmou.

Desde 2021, Allan está com a prisão preventiva decretada pelo ministro. No entanto, ele fugiu para os Estados Unidos após passar a ser investigado pela Corte no inquérito a disseminação de notícias falsas e a atuação de uma milícia digital para atentar contra a democracia.  Também há um pedido de extradição contra o blogueiro bolsonarista.

 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Brasil247: STF amplia investigações sobre desvios em emendas e mira uso eleitoral de recursos públicos

Operação revela ligação entre verba de parlamentares, fraudes em licitações e campanhas municipais

Flávio Dino (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

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247 – O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma nova frente de apuração sobre o uso de emendas parlamentares, com foco na destinação irregular de recursos para campanhas eleitorais. A informação foi revelada com base em documentos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação envolve indícios de fraude em licitações, desvio de verbas públicas e compra de votos em municípios do interior do Ceará.

Segundo a Polícia Federal, emendas indicadas pelo deputado federal Júnior Mano (CE) abasteceram licitações fraudulentas em cidades administradas por aliados políticos. Parte dos recursos, após a vitória de empresas ligadas ao esquema, teria sido utilizada em campanhas eleitorais de candidatos apoiados por Mano nas eleições municipais de 2024. A investigação aponta que o parlamentar “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.

Esquema operado por aliados e novos alvos

O caso está sob sigilo e tramita no STF, uma vez que envolve parlamentares com foro privilegiado. De acordo com a PF, o esquema era operado por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, eleito prefeito de Choró (CE), mas impedido de tomar posse por decisão da Justiça Eleitoral. Mensagens obtidas pelos investigadores mostram conversas entre Bebeto e aliados de Júnior Mano sobre o pagamento de propinas em troca da liberação das emendas. Os percentuais, que chegavam a 12%, eram chamados de “pedágio” ou “imposto” nos diálogos — uma prática descrita pela PF como “institucionalizada de corrupção”.

Em nota, Júnior Mano negou qualquer irregularidade e afirmou que “sua correção de conduta será reconhecida ao fim da investigação”. Desde 2021, a cidade que mais recebeu emendas do deputado foi Nova Russas, governada por sua esposa, Giordanna Mano, que não foi alvo da operação.

Outros parlamentares citados

Além de Júnior Mano, as investigações também mencionam emendas associadas a outros parlamentares cearenses: José Guimarães (PT), atual líder do governo na Câmara; Eunício Oliveira (MDB) e Yuri do Paredão (MDB). Nenhum dos três foi alvo da operação.

Em nota, Guimarães declarou: “Reafirmo o fato de que não destinei emendas parlamentares à localidade de Choró (CE)”. Sobre Canindé, outra cidade citada, afirmou que “uma simples consulta ao Siafi comprova que não destinei emenda entre 2024 e 2025”.

A assessoria de Eunício Oliveira informou que o parlamentar “destina emendas para obras em dezenas de municípios cearenses, de forma transparente e de acordo com a legislação” e que já pediu a suspensão de uma emenda para Canindé. Yuri do Paredão, por sua vez, afirmou que “o fato de todos os recursos estarem disponíveis no Portal da Transferência da Câmara demonstra a seriedade e a responsabilidade com que o deputado conduz suas ações”.

Expansão do escopo e tensão entre os Poderes

A descoberta do uso de emendas para alimentar campanhas eleitorais impulsionou o STF a autorizar, por decisão do ministro Gilmar Mendes, a abertura de uma investigação específica sobre a execução ilícita desses recursos. Há expectativa de que novas manifestações da PGR sejam apresentadas ainda neste semestre, o que preocupa lideranças no Congresso diante da possibilidade de novas medidas cautelares, como quebras de sigilo e buscas autorizadas pela Corte.

As apurações já haviam provocado, em abril, a queda do então ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), denunciado pela PGR por desvio de emendas em seu mandato anterior como deputado. Parte da verba teria sido destinada à pavimentação de ruas em Vitorino Freire (MA), município então governado por sua irmã.

Outros casos recentes

As investigações sobre o uso político de emendas parlamentares não são isoladas. Em fevereiro, emendas indicadas por Afonso Motta (PDT-RS) foram alvo de operação da PF, que resultou na demissão de seu chefe de gabinete. Em março, a Primeira Turma do STF tornou réus os deputados Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e o suplente Bosco Costa (SE), todos do PL, acusados de negociar R$ 6,6 milhões em emendas em troca de R$ 1,6 milhão em propina.

Em outro caso, a PF apontou que um servidor estadual recebia comissão de 6% sobre verbas destinadas por um deputado para um hospital em Santa Cruz do Sul (RS), formalizadas inclusive por contrato — evidência, segundo a PF, de corrupção sistematizada.

CGU e o padrão das irregularidades

Parte relevante dessas apurações teve origem em relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), que detectaram concentrações atípicas de emendas em municípios ligados a parlamentares, sem critérios técnicos claros. Os indícios apontam para superfaturamento, favorecimento político e uso de empresas de fachada para viabilizar os desvios.

As descobertas ampliam o mal-estar entre os Poderes. Nos bastidores, ministros do STF reconhecem que o avanço das investigações tem contribuído para as tensões com o Congresso e com setores do Executivo. A ofensiva sobre as emendas parlamentares — vistas por muitos como instrumento legítimo de articulação política — levanta questões fundamentais sobre os limites da autonomia legislativa e a necessidade de maior transparência no uso dos recursos públicos.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/stf-amplia-investigacoes-sobre-desvios-em-emendas-e-mira-uso-eleitoral-de-recursos-publicos

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Agência Brasil: Empresários do Brics se reúnem no Rio em busca de ampliação de negócio

 

Encontro é realizado neste sábado
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/07/2025 - 12:33
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 05/07/2025 – Fórum Empresarial do Brics 2025, no Pier Mauá. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil

Empresários dos países que compõem o Brics se reúnem neste sábado (5), no Rio de Janeiro, um dia antes da cúpula dos chefes de governo do grupo. Entre os objetivos do encontro está ampliar os negócios entre as 11 nações que integram o grupo.

"Atualmente, o comércio intra bloco comporta crescimento significativo, pois hoje, apesar da relevância econômica individual de cada nação, o volume de trocas entre nós representa muito pouco, quando comparado ao que comercializamos com o resto do mundo. É preciso avançar", destacou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.

Para o CEO da Embraer, Francisco Neto, que também coordena o Conselho Empresarial do Brics (Cebrics), é preciso ampliar o comércio e a integração da cadeia de suprimentos desses países.

Entre as recomendações do Cebrics estão a "expansão de rotas aéreas, especialmente para conectar cidades de pequeno e médio porte, a melhoria do acesso ao capital, finanças sustentáveis e facilitação de fluxos de investimento internacional, modernização da logística comercial e do comércio digital, e o fortalecimento da cooperação com o novo banco de desenvolvimento para financiamento de infraestrutura", disse Neto.

O Brics é composto por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Juntos, eles somam quase metade da população mundial, 40% da economia global e mais de 20% do comércio mundial. 

Em termos de recursos naturais, os membros do grupo concentram cerca de 70% das reservas de terras raras, mais de 40% da produção de petróleo e quase 80% da produção de carvão mineral.

De acordo com a CNI, o comércio do Brasil com os outros países do Brics totalizou 210 bilhões de dólares, ou 35% do total. O bloco foi destino de 121 bilhões de dólares em exportações brasileiras.

Outras prioridades dos empresários do Brics são promover inovação e a transformação digital, além de transição energética e desenvolvimento sustentável.

"Nossas recomendações [em transição energética e desenvolvimento sustentável] abordaram temas como: segurança alimentar e agricultura sustentável; agricultura regenerativa e restauração de terras; combustíveis e aviação sustentável, o SAF; energias renováveis e economia circular; e a descarbonização das cadeias de valor e tecnologias verdes", disse Neto.

Segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, nos últimos dez anos, os encontros do Brics se transformaram num grande e importante protagonista da geopolítica mundial. "Os Brics são o motor da economia mundial. Eles representam mais de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) do mundo e crescem bem acima da média mundial. Portanto, são promotores do desenvolvimento mundial , disse.

Alckin destacou a importância do encontro de empresários, para promover "as oportunidades de investimentos recíprocos entre os nossos países, o fortalecimento do comércio exterior e o incentivo à inovação para podermos avançar ainda mais".

Mulheres

Outro objetivo do Fórum de Empresários é ampliar a participação das mulheres na economia desses países. Segundo a presidente da Aliança Empresarial das Mulheres do Brics, Monica Monteiro, apenas 15% das empresas que atuam internacionalmente no mundo são lideradas por mulheres. E elas enfrentam obstáculos no acesso ao crédito.

"Para a gente conseguir escalar, a gente vai precisar de recurso. Para ter recurso, a gente precisa realmente de linhas que sejam direcionadas para mulher. Porque quando abre uma linha, as empresas maiores vão lá e elas já são lideradas por homem. A gente tem que ter realmente metas para poder atingir esse número", afirmou Monica.

Sputnik Brasil: Cúpula do BRICS no Rio: o que está em jogo para o Brasil e o Sul Global?

 

Representantes dos países do BRICS durante encontro de conselheiros de segurança nacional, em 30 de abril de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025

No segundo encontro após a expansão inédita no número de membros e com a entrada de novos países parceiros, o Rio de Janeiro recebe a cúpula de chefes de Estado do BRICS entre os dias 6 e 7 de julho. Especialistas analisam à Sputnik Brasil as expectativas e o peso do evento.
A cada dia, novos desafios globais surgem e reforçam o papel do Sul Global nas decisões internacionais. Desta vez, os olhares do mundo se voltam para o seu principal grupo, o BRICS, cuja cúpula acontece em meio à crise no Oriente Médio, que por pouco não viu uma guerra total entre um de seus membros, o Irã, e Israel, a situação na Ucrânia e pautas tradicionais do grupo, como comércio, desdolarização e fortalecimento do mundo multilateral.
#654 Mundioka - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025
Mundioka
O que esperar da Cúpula do BRICS no Brasil?
O professor associado de política internacional e comparada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dawisson Belém Lopes lembra ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, que o Rio vai receber a cúpula dois anos depois do anúncio da maior expansão da história do BRICS.

"Já houve tempo de o arranjo expandido se acomodar. Então vai ser especial porque vamos conseguir, de fato, ler o que os atores pretendem fazer daqui por diante. Lembrando que o Brasil [que está na presidência rotativa do grupo] fez no fim do ano passado um outro evento grande, que foi também o encontro de chefes de Estado do G20, e terá no fim de 2025 a COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas]. É uma grande tarefa logística", resume.Brasil, anfitrião de cúpulas do BRICS: retrospectiva dos eventos no país que de novo acolhe o grupo ampliado no Rio - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025

Multimídia
Brasil, anfitrião de cúpulas do BRICS: retrospectiva dos eventos no país que de novo acolhe o grupo ampliado no Rio
Já o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) Guilherme Casarões enfatiza ao Mundioka que o país assumiu a presidência do grupo em um dos momentos mais complexos da geopolítica mundial moderna e, diante disso, a aposta para a cúpula é que a diplomacia brasileira adote "uma receita muito parecida com a usada no encontro do G20".
Conforme o especialista, na ocasião, as discussões tiveram como foco três temas que permitem a adoção de "consensos mínimos" e que ainda possibilitam ao Brasil exercer "algum tipo de liderança".
 
"Um deles são as mudanças climáticas e transição energética, que é muito importante, até porque o Brasil já vem exercendo uma liderança multilateral e pode construir algum tipo de acordo importante no BRICS, que representa também uma fatia significativa dos exportadores de combustíveis fósseis em nível global. O segundo é o combate à fome e à pobreza, uma marca registrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve tentar ampliar a aliança global. E, por fim, uma reivindicação histórica, que é a reforma da governança global", cita Casarões.

'BRICS é importante demais para a gente fingir que não existe'

Apesar de ser deixado em segundo plano na cobertura midiática, inclusive do Brasil, o professor Dawisson Belém Lopes lembra que o BRICS é um grupo representativo em vários âmbitos, respondendo por quase 40% da economia global e mais de 48% da população do planeta.
"Então não adianta querer fechar os olhos para esse movimento. Em termos de paridade de poder de compra, o grupo abriga cinco das oito maiores economias, além de potências nucleares, concentração de biodiversidade e recursos naturais, inclusive minerais raros e críticos, de potencial energético quase que inesgotável", diz.
O especialista pontua ainda que "há certa má vontade" do Ocidente, principalmente com o BRICS, por ser um movimento que contesta e revisa os pilares da ordem internacional estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial. "Parte dessa cobertura tímida tem a ver com o posicionamento ideológico. Mas não adianta, o BRICS é importante demais para fingir que não existe."
A reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do BRICS. Esta reunião antecede a cúpula que ocorrerá a partir de domingo - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025
Panorama internacional
BRICS deve mostrar ao mundo que é possível criar novo modelo de financiamento, brada Lula4 de julho, 10:54

Ausências importantes no BRICS: cúpula no Rio deve ter menor importância que a de Kazan?

Questionado sobre uma eventual perda de importância estratégica da cúpula no Rio em relação a Kazan, que ocorreu na Rússia no ano passado, o especialista em relações internacionais pontua que o Brasil está "em uma encruzilhada em que sedia vários encontros internacionais". Além disso, enfatiza que Moscou vivia uma situação diferente na época, de tentativa de isolamento pelo Ocidente, por conta da operação militar especial na Ucrânia.
"Mesmo assim, sou otimista, mas temos que lembrar que […] a cúpula de Kazan tinha um sentido muito especial para os russos, quase como uma espécie de redenção para um país que foi tentativamente desconectado do sistema internacional pelo Norte Global", justifica.
Outro ponto citado por Dawisson Belém Lopes são as ausências dos presidentes Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Abdel Fattah al-Sisi (Egito) — um problema a ser gerenciado pelo Brasil. "Mas ainda entendo que haverá muitos fatos importantes, decisões sensíveis sendo tomadas no Rio de Janeiro. Eu não subestimaria o evento enquanto um produtor de decisões relevantes para as relações internacionais."
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, discursa em evento do G20, States of the Future, em 22 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025
Notícias do Brasil
Sanções financeiras são ferramenta de manipulação política, diz Dilma em evento do Banco do BRICS4 de julho, 10:22

Há risco de fragmentação interna do BRICS?

Diante da diversidade de culturas, costumes e posicionamentos diplomáticos dos países do BRICS, que une desde a América Latina à África até a Ásia e Europa, divergências sobre os desafios globais podem ser comuns. Apesar disso, o professor da UFMG acredita que há mais pontos de concordância do que o contrário e, para além disso, os Estados têm encontrado laços que os unem.
"Esse conflito entre Israel e Irã não é um tema que coesiona o BRICS de ponta a ponta, por exemplo. A Índia, que é um membro fundador, mantém relações muito boas com Israel. Então não esperemos uma posição em uníssono, porque não vai acontecer. Isso vale para praticamente qualquer outro tópico em que você pode encontrar divergências pontuais. Mas os Estados têm sabido explorar aquilo que os conecta, e vejo que essa é a virtude do grupo", defende.
Por fim, o especialista foi questionado se há possibilidade no futuro de o BRICS se tornar um bloco, a exemplo de Mercosul e União Europeia. Para Belém, esse não é necessariamente um objetivo e, por isso, considera o BRICS o "primeiro movimento revisionista de potências médias [com exceção de China, Rússia e, em pouco tempo, Índia]".
"A maioria dos países tem relevância regional, mas ainda assim conseguiram se coordenar e fazer a diferença, com efeitos muito importantes na cena internacional. Então essa é a novidade, e isso jamais aconteceu antes. Quando existia um movimento de não alinhados, havia pouquíssima capacidade de intervenção e de criar um programa de ação efetivo […]. Agora, o BRICS não. Ele tem um projeto geopolítico e quer alcançar suas metas em todos os campos das relações internacionais."

Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250704/cupula-do-brics-no-rio-o-que-esta-em-jogo-para-o-brasil-e-o-sul-global-41047667.html