segunda-feira, 7 de julho de 2025

Sputnik Brasil: Cúpula do BRICS no Rio: o que está em jogo para o Brasil e o Sul Global?

 

Representantes dos países do BRICS durante encontro de conselheiros de segurança nacional, em 30 de abril de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025

No segundo encontro após a expansão inédita no número de membros e com a entrada de novos países parceiros, o Rio de Janeiro recebe a cúpula de chefes de Estado do BRICS entre os dias 6 e 7 de julho. Especialistas analisam à Sputnik Brasil as expectativas e o peso do evento.
A cada dia, novos desafios globais surgem e reforçam o papel do Sul Global nas decisões internacionais. Desta vez, os olhares do mundo se voltam para o seu principal grupo, o BRICS, cuja cúpula acontece em meio à crise no Oriente Médio, que por pouco não viu uma guerra total entre um de seus membros, o Irã, e Israel, a situação na Ucrânia e pautas tradicionais do grupo, como comércio, desdolarização e fortalecimento do mundo multilateral.
#654 Mundioka - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025
Mundioka
O que esperar da Cúpula do BRICS no Brasil?
O professor associado de política internacional e comparada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dawisson Belém Lopes lembra ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, que o Rio vai receber a cúpula dois anos depois do anúncio da maior expansão da história do BRICS.

"Já houve tempo de o arranjo expandido se acomodar. Então vai ser especial porque vamos conseguir, de fato, ler o que os atores pretendem fazer daqui por diante. Lembrando que o Brasil [que está na presidência rotativa do grupo] fez no fim do ano passado um outro evento grande, que foi também o encontro de chefes de Estado do G20, e terá no fim de 2025 a COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas]. É uma grande tarefa logística", resume.Brasil, anfitrião de cúpulas do BRICS: retrospectiva dos eventos no país que de novo acolhe o grupo ampliado no Rio - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025

Multimídia
Brasil, anfitrião de cúpulas do BRICS: retrospectiva dos eventos no país que de novo acolhe o grupo ampliado no Rio
Já o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) Guilherme Casarões enfatiza ao Mundioka que o país assumiu a presidência do grupo em um dos momentos mais complexos da geopolítica mundial moderna e, diante disso, a aposta para a cúpula é que a diplomacia brasileira adote "uma receita muito parecida com a usada no encontro do G20".
Conforme o especialista, na ocasião, as discussões tiveram como foco três temas que permitem a adoção de "consensos mínimos" e que ainda possibilitam ao Brasil exercer "algum tipo de liderança".
 
"Um deles são as mudanças climáticas e transição energética, que é muito importante, até porque o Brasil já vem exercendo uma liderança multilateral e pode construir algum tipo de acordo importante no BRICS, que representa também uma fatia significativa dos exportadores de combustíveis fósseis em nível global. O segundo é o combate à fome e à pobreza, uma marca registrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve tentar ampliar a aliança global. E, por fim, uma reivindicação histórica, que é a reforma da governança global", cita Casarões.

'BRICS é importante demais para a gente fingir que não existe'

Apesar de ser deixado em segundo plano na cobertura midiática, inclusive do Brasil, o professor Dawisson Belém Lopes lembra que o BRICS é um grupo representativo em vários âmbitos, respondendo por quase 40% da economia global e mais de 48% da população do planeta.
"Então não adianta querer fechar os olhos para esse movimento. Em termos de paridade de poder de compra, o grupo abriga cinco das oito maiores economias, além de potências nucleares, concentração de biodiversidade e recursos naturais, inclusive minerais raros e críticos, de potencial energético quase que inesgotável", diz.
O especialista pontua ainda que "há certa má vontade" do Ocidente, principalmente com o BRICS, por ser um movimento que contesta e revisa os pilares da ordem internacional estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial. "Parte dessa cobertura tímida tem a ver com o posicionamento ideológico. Mas não adianta, o BRICS é importante demais para fingir que não existe."
A reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do BRICS. Esta reunião antecede a cúpula que ocorrerá a partir de domingo - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025
Panorama internacional
BRICS deve mostrar ao mundo que é possível criar novo modelo de financiamento, brada Lula4 de julho, 10:54

Ausências importantes no BRICS: cúpula no Rio deve ter menor importância que a de Kazan?

Questionado sobre uma eventual perda de importância estratégica da cúpula no Rio em relação a Kazan, que ocorreu na Rússia no ano passado, o especialista em relações internacionais pontua que o Brasil está "em uma encruzilhada em que sedia vários encontros internacionais". Além disso, enfatiza que Moscou vivia uma situação diferente na época, de tentativa de isolamento pelo Ocidente, por conta da operação militar especial na Ucrânia.
"Mesmo assim, sou otimista, mas temos que lembrar que […] a cúpula de Kazan tinha um sentido muito especial para os russos, quase como uma espécie de redenção para um país que foi tentativamente desconectado do sistema internacional pelo Norte Global", justifica.
Outro ponto citado por Dawisson Belém Lopes são as ausências dos presidentes Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Abdel Fattah al-Sisi (Egito) — um problema a ser gerenciado pelo Brasil. "Mas ainda entendo que haverá muitos fatos importantes, decisões sensíveis sendo tomadas no Rio de Janeiro. Eu não subestimaria o evento enquanto um produtor de decisões relevantes para as relações internacionais."
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, discursa em evento do G20, States of the Future, em 22 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 04.07.2025
Notícias do Brasil
Sanções financeiras são ferramenta de manipulação política, diz Dilma em evento do Banco do BRICS4 de julho, 10:22

Há risco de fragmentação interna do BRICS?

Diante da diversidade de culturas, costumes e posicionamentos diplomáticos dos países do BRICS, que une desde a América Latina à África até a Ásia e Europa, divergências sobre os desafios globais podem ser comuns. Apesar disso, o professor da UFMG acredita que há mais pontos de concordância do que o contrário e, para além disso, os Estados têm encontrado laços que os unem.
"Esse conflito entre Israel e Irã não é um tema que coesiona o BRICS de ponta a ponta, por exemplo. A Índia, que é um membro fundador, mantém relações muito boas com Israel. Então não esperemos uma posição em uníssono, porque não vai acontecer. Isso vale para praticamente qualquer outro tópico em que você pode encontrar divergências pontuais. Mas os Estados têm sabido explorar aquilo que os conecta, e vejo que essa é a virtude do grupo", defende.
Por fim, o especialista foi questionado se há possibilidade no futuro de o BRICS se tornar um bloco, a exemplo de Mercosul e União Europeia. Para Belém, esse não é necessariamente um objetivo e, por isso, considera o BRICS o "primeiro movimento revisionista de potências médias [com exceção de China, Rússia e, em pouco tempo, Índia]".
"A maioria dos países tem relevância regional, mas ainda assim conseguiram se coordenar e fazer a diferença, com efeitos muito importantes na cena internacional. Então essa é a novidade, e isso jamais aconteceu antes. Quando existia um movimento de não alinhados, havia pouquíssima capacidade de intervenção e de criar um programa de ação efetivo […]. Agora, o BRICS não. Ele tem um projeto geopolítico e quer alcançar suas metas em todos os campos das relações internacionais."

Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20250704/cupula-do-brics-no-rio-o-que-esta-em-jogo-para-o-brasil-e-o-sul-global-41047667.html

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Brasil247: Funcionário de TI vendeu senha por R$ 15 mil em mega-ataque ao sistema financeiro

 

Operador da empresa C&M confessou em depoimento ter facilitado invasão que atingiu instituição de pagamentos

Polícia Civil de São Paulo (Foto: Divulgação)
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247 - O funcionário de tecnologia da informação João Nazareno Roque, detido na quinta-feira (3) sob acusação de ter colaborado com um dos maiores ataques cibernéticos contra o sistema financeiro nacional, revelou aos investigadores que comercializou suas credenciais de acesso por R$ 15 mil. Segundo o g1, durante o interrogatório, o suspeito também detalhou como os criminosos adotavam táticas sofisticadas de segurança, substituindo os aparelhos celulares a cada quinze dias para evitar rastreamento.

Em depoimento prestado na Delegacia de Crimes Cibernéticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Roque explicou que exercia suas funções na empresa C&M há cerca de três anos. O primeiro contato com os hackers aconteceu em março, quando foi abordado por um desconhecido ao deixar um estabelecimento noturno na capital paulista.

Segundo Roque, o criminoso que o procurou demonstrava conhecimento prévio sobre seu local de trabalho, revelando que atuava em uma companhia especializada em sistemas de pagamentos. Segundo o depoimento do acusado, essas informações haviam sido obtidas através de conhecidos dos hackers, que já possuíam dados detalhados sobre sua atuação profissional e o local onde prestava serviços.

A primeira proposta financeira surgiu uma semana após o encontro inicial. O suposto aliciador entrou em contato telefônico manifestando interesse em conhecer o funcionamento interno dos sistemas da C&M, empresa terceirizada da BMP Instituição de Pagamento S/A, que posteriormente se tornaria o alvo principal do ataque. O valor oferecido inicialmente foi de R$ 5 mil pelo fornecimento de acesso.

Aproximadamente quinze dias depois, o mesmo criminoso realizou nova abordagem, desta vez propondo um pagamento adicional de R$ 10 mil para que Nazareno executasse comandos específicos dentro da plataforma digital. Este segundo pagamento foi efetuado em espécie, através de cédulas de R$ 100 entregues por um motociclista.

Durante o interrogatório policial, o suspeito confirmou que os comandos solicitados pelos hackers foram executados no mês de maio. Ele também destacou que os criminosos utilizavam estratégias de comunicação que dificultavam o rastreamento, fazendo contato sempre através de números telefônicos diferentes.

Ainda segundo a reportagem, o funcionário da C&M informou às autoridades que manteve comunicação com quatro hackers distintos durante todo o processo que culminou no ataque ao sistema da BMP Instituição de Pagamento S/A.

Os advogados Daniel Bialski e Bruno Borragine, representantes legais da BMP, manifestaram reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pela Polícia Civil em colaboração com o Poder Judiciário. Em pronunciamento oficial, afirmaram que a empresa "busca recuperar os valores milionários desviados, bem como identificar e prender toda essa extensa rede da organização criminosa por trás desses crimes".

A prisão de Roque foi efetuada no bairro City Jaraguá, localizado na região norte da capital paulista. A reportagem tentou contato com a defesa do acusado, mas não obteve retorno. A empresa C&M, procurada para comentar o caso, ainda não se manifestou sobre o ocorrido.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/funcionario-de-ti-vendeu-senha-por-r-15-mil-em-mega-ataque-ao-sistema-financeiro

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Brasil247: Câmara decide aumentar tempo mínimo para progressão de pena por homicídio

 

A decisão vale para crimes cometidos contra agentes de segurança pública

Criminalidade (Foto: ABR)
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Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (2) por 334 votos favoráveis e 65 contrários o projeto de Lei (PL) 1112/23 que aumenta, de 50% para 80% o mínimo de cumprimento de pena no regime fechado para progressão ao semiaberto de condenados por crime de homicídio contra agentes de segurança pública - como policiais, membros do Poder Judiciário, Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, no exercício da função ou em decorrência dela. O texto segue para análise do Senado.

Para o autor do projeto, deputado Alfredo Gaspar (União-AL) a iniciativa visa “dificultar a progressão de regime quando os criminosos forem condenados por homicídio contra autoridades públicas, tendo em vista a especial gravidade dos delitos”.

Na avaliação do deputado, os “condenados por crimes tão graves devem ter critérios mais rígidos para a progressão de regime, ficando mais tempo presos e desestimulando a prática de delitos contra o aparelho estatal”.

Além do projeto, os deputado aprovaram a urgência para a votação do Projeto de Lei Complementar 41/19, do Senado, que prevê avaliação periódica sobre o impacto de incentivos fiscais concedidos pela União para empresas.

Com a aprovação da urgência, o projeto poderá ser votado em plenário sem passar antes pelas comissões da Câmara.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/camara-decide-aumentar-tempo-minimo-para-progressao-de-pena-por-homicidio

terça-feira, 1 de julho de 2025

Agência Brasil: Supersalários no Judiciário crescem 49,3% em 2024, mostra estudo

 

Valor extrateto saltou de R$ 7 bilhões para R$ 10,5 bilhões em um ano
Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 01/07/2025 - 08:02
Brasília
Fachada do edifício sede do Supremo Tribunal Federal - STF
© Marcello Casal JrAgência Brasil

Os gastos do Judiciário com salários acima do limite constitucional aumentaram 49,3% entre 2023 e 2024. O valor extrateto saltou de R$ 7 bilhões para R$ 10,5 bilhões em apenas um ano, muito acima da inflação oficial do período, que atingiu 4,83%.

Os valores constam de estudo inédito do Movimento Pessoas à Frente, organização suprapartidária que propõe melhoras na gestão do serviço público. A pesquisa foi realizada em parceria com o pesquisador Bruno Carazza, professor, economista e jurista com pós-doutorado em Harvard, com foco em políticas públicas e governança.

Com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o levantamento expôs o avanço dos chamados penduricalhos – verbas indenizatórias e adicionais que permitem aos magistrados receber além do teto legal do funcionalismo público.

Segundo o estudo, os auxílios e benefícios correspondem a mais de 43% do rendimento líquido dos magistrados, devendo ultrapassar 50% em breve. Na prática, grande parte da remuneração ultrapassa o teto constitucional (hoje em R$ 46.366,19) de forma indireta e muitas vezes não tributada.

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Evolução

De 2023 para 2024, o rendimento líquido médio de juízes subiu de R$ 45.050,50 para R$ 54.941,80, aumento de 21,95%. O crescimento continuou neste ano, e o valor chegou a R$ 66.431,76 em fevereiro de 2025.

A pesquisa destaca que esses aumentos são impulsionados por verbas classificadas indevidamente como indenizatórias, que escapam do teto e da tributação de Imposto de Renda. As distorções criam um cenário de disparidade dentro do funcionalismo público, considerando que apenas 0,06% dos servidores se beneficia dessas brechas.

De acordo com a diretora executiva do Movimento, Jessika Moreira, os supersalários representam um problema estrutural que se arrasta desde a Constituição de 1988. Apesar de várias tentativas legislativas, nenhuma foi eficaz em conter esses abusos. A organização alerta que, se a tendência continuar, o valor de supersalários poderá dobrar novamente em apenas dois anos.

Reforma administrativa

Diante desse cenário, o Movimento Pessoas à Frente defende que o fim dos supersalários seja prioridade na reforma administrativa em discussão no Congresso Nacional. A proposta está sendo debatida por um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados, coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).

Em parceria com uma coalizão de dez organizações da sociedade civil, o movimento elaborou um manifesto em que sugere nove medidas para combater os supersalários.

Entre as medidas propostas estão:

•     Classificação adequada das verbas entre remuneratórias e indenizatórias;

•     Limitação das verbas indenizatórias a critérios como natureza reparatória, caráter transitório e criação por lei;

•     Aplicação correta do Imposto de Renda sobre verbas remuneratórias;

•     Reforço da transparência e da governança na remuneração pública;

•     Exigência de lei para criação de qualquer adicional salarial;

•     Eliminação de classificações indevidas e transformação de verbas em remuneratórias;

•     Fim da vinculação automática entre subsídios;

•     Enquadramento como improbidade administrativa de pagamentos acima do teto sem respaldo legal;

•     Criação de barreiras ao pagamento de retroativos, com limite temporal.

O movimento também propõe o fim de benefícios concentrados no sistema de Justiça, como férias de 60 dias (frequentemente convertidas em dinheiro), licenças por tempo de serviço, aposentadoria compulsória como punição (que mantém os vencimentos) e gratificações por acumulação de funções.

No início de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a reforma administrativa comece pela discussão dos supersalários. No ano passado, o governo enviou proposta de emenda à Constituição para limitar os supersalários dentro do pacote de corte de gastos, mas o Congresso desidratou a proposta e incluiu uma regulamentação por lei ordinária, que pode ser mudada mais facilmente que uma lei complementar.

Organização da sociedade civil plural e suprapartidária, o Movimento Pessoas à Frente trabalha com especialistas, acadêmicos, parlamentares e representantes da sociedade civil. A organização tem como objetivo propor políticas que melhorem a gestão de pessoas no setor público, com foco especial em lideranças e equidade.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Agência Brasileira: Ministério da Justiça regulamenta uso de IA em investigações criminais

Norma é inédita para uso intelgiência artificial na segurança pública
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 30/06/2025 - 13:21
Brasília
Rio de Janeiro (RJ), 25/06/2025 - Polícia Federal - PF - deflagra operação em combate ao crime de armazenamento de imagens de abuso sexual infantojuvenil. Foto: PF/Divulgação
© PF/Divulgação

O Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou, nesta segunda-feira (30), no Diário Oficial da União, uma portaria na qual autoriza servidores dos órgãos de segurança pública a empregarem modernas ferramentas tecnológicas de informação, incluindo soluções de inteligência artificial (IA), em investigações criminais.

As diretrizes da Portaria nº 961 se aplicam às forças federais (ou seja, às polícias Federal (PF), Rodoviária Federal (PRF), Penal Federal e Penal Nacional e Força Nacional de Segurança Pública), e também aos órgãos estaduais, distritais e municipais que recebem recursos dos fundos nacionais de Segurança Pública (FNSP) e Penitenciário (FPN). A regulamentação também alcança o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), além das secretarias nacionais de Segurança Pública (Senasp) e de Políticas Penais (Senappen), ambas do ministério.

Em nota, a pasta informou que a iniciativa “busca modernizar a atuação das forças de segurança brasileiras, sem abrir mão da proteção aos direitos fundamentais dos cidadãos”. O próprio texto da portaria justifica que a razão de ser da norma é assegurar “a legalidade, a adequação, a necessidade e a proporcionalidade como condições do uso de sistemas de tecnologia da informação nas atividades de investigação criminal e inteligência de segurança pública que possam gerar riscos à privacidade e a outros direitos fundamentais”.

Além de poderem ser usados em investigações criminais, as ferramentas poderão ser empregadas para reforçar a segurança de estabelecimentos prisionais, seja para detectar, localizar e permitir o bloqueio do sinal de dispositivos móveis de telecomunicações (celulares, smartphones, tablets etc), seja para acessar informações armazenadas nestes mesmos aparelhos, quando apreendidos.

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Contudo, os órgãos de segurança pública só poderão utilizar as soluções de tecnologia da informação para a obtenção de dados sigilosos com autorização judicial, para fins de investigação criminal e de instrução processual. E, “sempre que tecnicamente viável”, deverão ser descartados os dados sigilosos das pessoas que não tiverem relação com os fatos investigados, bem como os obtidos fora do período autorizado pela Justiça. Informações encontradas de forma fortuita, que possam constituir crime e extrapolem a autorização inicial, deverão ser comunicadas ao juízo competente para eventual continuidade das investigações.

Inteligência Artificial

O uso de soluções de inteligência artificial deverá ser “proporcional, observar o dever de prevenção de riscos e as leis aplicáveis à espécie”. A regulamentação proíbe os agentes dos órgãos de segurança pública de empregarem aparatos que permitam a identificação biométrica à distância, em tempo real e espaços públicos – exceção à busca de vítimas de crimes, pessoas desaparecidas ou em circunstâncias que envolvam ameaça grave e iminente à vida ou à integridade das pessoas.

Também são considerados exceções os casos em que o uso sirva à instrução de inquérito ou processo criminal; flagrante delito de crimes passíveis de serem punidos com mais de dois anos de prisão ou para possibilitar o cumprimento de mandados judiciais de prisão ou a recaptura de réus ou detentos.

Caberá ao órgão que recorrer a estas ferramentas adotar as medidas necessárias para garantir que apenas agentes no pleno exercício de suas funções e previamente autorizados possam ingressar nas respectivas instalações e utilizar as soluções, por meio da adoção de certificados digitais, biometria ou autenticação multifator.

De acordo com o Ministério da Justiça, a Portaria nº 961 é a primeira norma específica acerca dos parâmetros a serem observados quanto ao uso da inteligência artificial no campo da segurança pública. “A medida representa um avanço significativo na modernização das forças de segurança brasileiras, posicionando o país na vanguarda da aplicação responsável de tecnologia para proteção da sociedade”, sustenta a pasta, em nota.

 

Agência Brasil: Moraes será relator de ação do PSOL contra derrubada do decreto do IOF

 

Partido pretende anular votações da Câmara dos Deputados e do Senado
Andre Richter - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 30/06/2025 - 14:44
Brasília
Brasília (DF), 10/06/2025 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes começa a ouvir os réus do núcleo 1 na ação da trama golpista, os interrogatórios ocorrerão presencialmente na sala de julgamentos da primeira turma da corte 
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
© Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu nesta segunda-feira (30) que o ministro Alexandre de Moraes será o relator da ação na qual o PSOL pretende anular as votações da Câmara dos Deputados e do Senado que derrubaram o decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Na sexta-feira (27), a ação foi distribuída para o ministro Gilmar Mendes. No entanto, o ministro afirmou que o caso deveria ser analisado por Alexandre de Moraes, que já atua como relator de outras ações sobre a questão.

No despacho proferido hoje, Barroso concordou que Moraes deve comandar o processo.

"A análise do tema exige que primeiro se delimite se o Presidente da República exerceu seu poder dentro dos limites regulamentares ou da delegação legislativa. Diante do exposto, determino a redistribuição do processo para o ministro Alexandre de Moraes", decidiu.


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Ação

O PSOL entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF para derrubar a deliberação do Congresso sobre o decreto do IOF.

O partido, que faz parte da base do governo, reconhece que a Constituição autoriza o Congresso a sustar medidas do Executivo. Contudo, a legenda diz que a suspensão só pode ocorrer nos casos em que houver exorbitância do poder regulamentar do presidente da República.

Segundo a legenda, o decreto apenas alterou as alíquotas do IOF, "não havendo qualquer desrespeito ao limite de atuação normativa".

"O Congresso Nacional, ao sustar o Decreto nº 12.499/2025, por meio do DL 176/2025, sem a devida demonstração de exorbitância de poder normativo, violou os próprios limites fixados no art. 49, V, da Constituição. O STF, inclusive, já declarou inconstitucional decreto legislativo editado nessas mesmas condições, como se verifica no julgamento da ADI 5744", argumenta o partido.

Decreto

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou um decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio. Diante da pressão do Congresso, o governo editou, no início de junho uma medida provisória com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos.

A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, versão que foi derrubada pelo Congresso nesta semana. 

 

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Motta e Alcolumbre DESISTEM de encarar Dino e FOGEM de audiência sobre e...

🔴 14h Motta e Alcolumbre fogem de audiência com Dino sobre emendas - 2 p...

Agência Brasil: Entenda a decisão do STF sobre responsabilização das redes sociais

 Plataformas deverão remover conteúdo criminoso assim que notificadas

André Richter - repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/06/2025 - 19:11
Brasília
Brasília/DF, 19/01/2024, Golpes feitos pelo telefone celular. Crime cibernético, Fake news, cyber crime, golpe, fraude, Fraude bancária. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (26) que as plataformas que operam as redes sociais devem ser responsabilizadas diretamente pelas postagens ilegais feitas por seus usuários.

A decisão da Corte é inédita e vai provocar alterações na forma atuação das big techs no Brasil, um dos principais mercados para empresas como o Google, que também opera o YouTube, além do TikTok e da Meta, empresa que controla Facebook, Instagram e WhatsApp.

Por 8 votos 3, a maioria dos ministros entendeu que o Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) é parcialmente constitucional.

Criada há mais de dez anos, a lei exige que haja uma ordem judicial específica para a responsabilização civil das plataformas digitais por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.

O texto original do dispositivo definia que as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo ilegal. A justificativa para a norma era assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura.

Contudo, a Corte entendeu que, diante das postagens massivas de desinformação, com conteúdo antidemocrático e discursos de ódio, o artigo do MCI não protege os direitos fundamentais e a democracia.

Dessa forma, as redes devem ser responsabilizadas pelas postagens ilegais se não retirarem do ar o conteúdo ilegal após receberem uma notificação extrajudicial dos envolvidos, sem necessidade de decisão judicial prévia, como foi definido pelo Marco da Internet.

O principal ponto da decisão envolve a retirada imediata de postagens com conteúdo de crimes graves. Em caso de descumprimento, as plataformas deverão ser responsabilizadas pelos danos morais e materiais causados pelos usuários a terceiros.

Para prever a punição, os ministros definiram um rol com as seguintes postagens irregulares, que também poderão ser enquadradas no Código Penal:

  • Atos antidemocráticos;
  • Crimes de terrorismo;
  • Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou automutilação;
  • Incitação à discriminação em razão de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexualidade ou identidade de gênero (condutas homofóbicas e transfóbicas);
  • Crimes praticados contra a mulher em razão da condição do sexo feminino, inclusive conteúdos que propagam ódio ou aversão às mulheres;
  • Crimes sexuais contra pessoas vulneráveis, pornografia infantil e crimes graves contra crianças e adolescentes

 

Brasília (DF - Artistas e jornalistas defendem remuneração de conteúdo por big techs. Pagamento é um dos pontos mais polêmicos do PL das Fake News. Foto: Pixabay/Wikimedia
Logomarcas de plataformas digitais e big techs Pixabay/Wikimedia

Replicações

O STF também definiu que as replicações de postagens que foram declaradas ilegais pela Justiça devem ser retiradas por todos os provedores, independentemente de novas decisões.

Impulsionamento

O Supremo definiu os casos em que as redes deverão responder na Justiça independentemente de notificação. A situação vale para anúncios e impulsionamentos pagos e uso de rede artificial de distribuição (chatbot ou robôs) para a propagação das ilegalidades. 

Crimes contra a honra

Nos casos envolvendo crimes de calúnia, difamação e injúria cometidos por uma pessoa contra a outra, continua valendo a necessidade de decisão judicial para retirada da postagens.

E-mail e WhatsApp

Por se tratar de mensagens privadas e do direito à inviolabilidade do sigilo das comunicações, a maioria dos ministros decidiu que os provedores de serviços de e-mail e de mensageria instantânea (WhatsApp e Telegram) não respondem diretamente por conteúdos ilegais. Nesse caso, continua valendo o Artigo 19. 

Autorregulação

A decisão do STF também determina que as plataformas deverão editar regras de autorregulação para dar transparência ao processo de recebimento de notificações extrajudiciais, além de apresentarem relatórios anuais sobre o tema. 

Representante no Brasil

Embora a maioria das plataformas já tenha representantes no Brasil, o STF também confirma que as plataformas devem constituir pessoa jurídica no país e atender às determinações da Justiça, fornecer informações sobre moderação de conteúdo e outras determinadas pela Justiça.

Validade

A decisão da Corte vai valer até que o Congresso elabore uma lei para tratar da responsabilização.

"Enquanto não sobrevier nova legislação, o art. 19 do MCI deve ser interpretado de forma que os provedores de aplicação de internet estão sujeitos à responsabilização civil, ressalvada a aplicação das disposições específicas da legislação eleitoral e os atos normativos expedidos pelo TSE", definiu o STF. 

A decisão da Corte deverá cumprida pelas plataformas a partir de agora e não será aplicada em casos retroativos. 

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Os congressistas de direita e extrema direita são os inimigos dos brasileiros mais pobres

por Jacinto Pereira

Caiu por terra o argumento do pobre de direita de que o governo da esquerda está afundando o Brasil. Todos os índices da economia estão melhorando. Só para exemplificar, o Brasil teve o maior crescimento entre todos os países do Sul Global. Daqui pra frente vale o argumento da esquerda, de que quem atrapalha o Brasil é o Congresso de maioria de Extrema Direita, que aprova todas as pautas contra os Trabalhadores e as classes mais pobres desse Grande País. 

Sobral 24 Horas: Tragédia em Sobral: Caso de feminicídio seguido de suicídio choca os moradores do bairro Sinhá Saboia

 quarta-feira, junho 25, 2025  Nenhum comentário

Na noite desta quarta-feira (25), uma tragédia abalou a cidade de Sobral, no Ceará. Um episódio de feminicídio seguido de suicídio foi registrado na Rua Marechal Rondon, no bairro Sinhá Sabóia. Segundo informações preliminares, o agente de saúde Paulo Jander Policarpo da Silva, de 37 anos, utilizou uma arma de fogo para tirar a vida de sua companheira, Camile Alves da Silva, 22 anos, e, em seguida, cometeu suicídio com um disparo na cabeça.

A violência ocorreu na residência do casal e foi testemunhada por seu filho, uma criança que se encontrava no local no momento do ocorrido. A cena chocou familiares, vizinhos e a comunidade, que lamentam a perda precoce de Camila e a tragédia familiar.

A Polícia Militar foi acionada rapidamente, isolando a área para os procedimentos iniciais. A perícia forense foi chamada para realizar os trabalhos no local, e os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Sobral para os procedimentos de praxe.

Este triste episódio reforça a importância de ações de combate à violência doméstica e de apoio às vítimas. As autoridades continuam investigando o caso para compreender melhor as circunstâncias que levaram a essa tragédia.

Com informações de Sobral na Mídia
 
Fonte:  https://www.sobral24horas.com/2025/06/tragedia-em-sobral-caso-de-feminicidio.html

Agência Brasil: PF combate crimes de abuso sexual infantojuvenil em quatro estados

 Homem foi preso por vender mídias envolvendo crianças e adolescentes

Agência Brasil
Publicado em 25/06/2025 - 19:30
Rio de Janeiro
02/06/2023 - Brasília - A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (2) uma operação para reprimir a pornografia infantil. Foto: Polícia Federal/ Divulgação
© Polícia Federal/ Divulgação

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quarta-feira (25), em quatro estados, a Operação Multiplus, com a finalidade de combater a aquisição e o compartilhamento de arquivos com cenas de abuso sexual infantojuvenil.

Os agentes federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados nos municípios de Nova Iguaçu, no Rio, em Londrina, no Paraná, em Imperatriz, no Maranhão, e em Cuiabá, capital de Mato Grosso.

De acordo com a PF, um dos investigados, alvo do mandado judicial cumprido em Nova Iguaçu, comercializava pela internet fotos e vídeos contendo cenas de abuso sexual infantojuvenil, em conjunto com um homem que foi preso pela Polícia Federal em Vitória da Conquista, na Bahia, durante a Operação Proteção Integral II, no dia 14 de maio deste ano.

Os demais alvos da ação de hoje são consumidores do material comercializado pelos dois homens.

Durante as buscas, um dos investigados que comprava as mídias foi preso em flagrante pelo armazenamento de material contendo cenas de abuso sexual contra crianças e adolescentes. A prisão ocorreu durante o cumprimento do mandado judicial em Londrina, e o homem foi encaminhado à Delegacia da PF no município. Ele responderá pela posse de arquivos contendo cenas de abuso sexual infantojuvenil.

A operação visa coibir a prática de armazenar e compartilhar arquivos contendo cenas de abuso sexual infantojuvenil, conduta que, por si só, constitui crime, disse o delegado federal Giuliano Cucco, responsável pela investigação. "Porém, estudos e a experiência policial indicam que essas pessoas, além de armazenar tais arquivos, tendem a progredir criminosamente e, se tiverem oportunidade de abusar de uma criança ou adolescente, não hesitarão em fazê-lo. Então, é importante que a sociedade civil organizada e todas as forças de segurança movimentem esforços no sentido de afastar de vez essa prática nociva”, acrescentou Cucco.


As investigações foram iniciadas após relatórios enviados à PF pelo National Center for Missing & Exploited Children, organização privada sem fins lucrativos de proteção à criança, estabelecida pelo Congresso dos Estados Unidos em 1984.

A Operação Multiplus insere-se no contexto de compromisso firmado pelo Brasil junto à comunidade internacional por meio da Convenção sobre os Direitos da Criança, tratado assinado durante a Assembleia Geral da Nações Unidas (ONU) em 1989, que visa à proteção de crianças e adolescentes ao redor do mundo.

O Brasil comprometeu-se a reunir esforços com as demais nações signatárias para proteger as crianças e adolescentes, inclusive contra todas as formas de exploração e abuso sexual.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Brasil247: Bolsonarista é condenado a 12 anos de prisão por assassinato de petista em bar durante eleições

 Edmilson Ferreira da Silva esfaqueou Antônio Carlos após discussão política em Cascavel

Edmilson Ferreira da Silva esfaqueou Antônio Carlos após discussão política em Cascavel
Laís Gouveia avatar
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247 - A Justiça do Ceará condenou o bolsonarista Edmilson Ferreira da Silva a 12 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do eleitor petista Antônio Carlos Silva de Lima, morto a facadas em um bar no município de Cascavel (CE) durante o período eleitoral de 2022. A decisão foi divulgada após o júri popular realizado na última segunda-feira (24). As informações são do portal UOL.

O juiz Vinicius Rangel Gomes, da 1ª Vara da Comarca de Cascavel, determinou que a pena seja cumprida inicialmente em regime fechado. Edmilson está preso preventivamente desde o crime e, embora possa recorrer da decisão, o pedido para aguardar o recurso em liberdade foi negado.

Na sentença, o magistrado destacou a gravidade do caso e o impacto na convivência democrática: “O motivo que levou o réu a ceifar a vida da vítima revela-se não apenas torpe, mas profundamente inquietante: intolerância à orientação política da vítima. Não se trata aqui de mera divergência de ideias, o que é próprio da democracia; trata-se do repúdio violento e mortal à existência do outro enquanto sujeito de opinião e expressão”, escreveu.

Discussão política terminou em morte

O crime ocorreu no fim da tarde de 24 de setembro de 2022, por volta das 18h45, no distrito de Guanacés, zona rural de Cascavel. Segundo o Ministério Público do Ceará (MP-CE), Edmilson chegou ao bar acompanhado da esposa e de um amigo. Ele cumprimentou os presentes e, em tom provocativo, perguntou em voz alta: “Quem é Lula aqui?”De acordo com a denúncia, a vítima, Antônio Carlos, se manifestou, o que deu início a uma discussão motivada pelas preferências políticas opostas dos dois. O bate-boca rapidamente evoluiu para agressões físicas, até que Edmilson sacou uma faca e desferiu três golpes contra Antônio.Ferido gravemente, o petista foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, mas não resistiu.

Testemunhas confirmaram a motivação política do crime. O dono do bar relatou em depoimento que “o crime teria motivação devido à escolha de candidatos para o cargo de presidente, sendo que o declarante afirma saber que a pessoa de Antônio falava ser eleitor do ex-presidente Lula”.

 

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/nordeste/bolsonarista-e-condenado-a-12-anos-de-prisao-por-assassinato-de-petista-em-bar-durante-eleicoes

terça-feira, 24 de junho de 2025

Brasil247: Sob Bolsonaro, 'Abin paralela' espionou sindicalistas contrários à privatização da Eletrobras

 Relatório da PF aponta que estrutura clandestina chefiada por Ramagem atuou contra servidores da estatal, chamados de "mais vermelhos que sangue"

Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do deputado federal Alexandre Ramagem 06/10/2024 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)
Otávio Rosso avatar
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247 - O relatório da Polícia Federal divulgado na última semana revela que a chamada "Abin paralela", montada durante o governo Jair Bolsonaro (PL), espionou servidores da Eletrobras que se manifestavam contra a privatização da empresa. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo a investigação, a estrutura clandestina teria sido coordenada por Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência e hoje deputado federal. O relatório aponta que a espionagem foi solicitada diretamente por Bolsonaro a Ramagem, como indicado em mensagens interceptadas pela PF.

"O pedido foi realizado por Jair Bolsonaro para Ramagem conforme se depreende da interlocução: ‘o 01 [Ramagem] foi instado pelo 01 geral [Bolsonaro] a resolver uma questão em Furnas, pois há servidores que estão remando contra ações governamentais, em função de posicionamentos, políticos e ideológicos’", diz a PF.

Entre os alvos da operação clandestina estavam os diretores Edvaldo Risso (Eletronuclear) e Pedro Brito (Furnas), além dos servidores Felipe Araújo, Leonardo Pessoa, Victor Costa e Caio Brasil Neto, todos ligados a Furnas. De acordo com os investigadores, os nomes foram incluídos em relatórios internos da agência paralela, nos quais eram identificados como opositores à política de privatização e descritos em tom pejorativo. Um dos trechos citados pela PF revela que os agentes chamavam os servidores de "mais vermelhos que sangue".

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/apos-pedido-de-bolsonaro-abin-paralela-espionou-sindicalistas-contrarios-a-privatizacao-da-eletrobras

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Brasil247: Abin Paralela, Bolsonaro e a estranha Operação Itarareca: jornalista do interior foi alvo depois de denunciar esquadrão da morte

Por Joaquim de Carvalho

Relatório da PF, além de responsabilizar criminosos, serve para entender o período da história em que todos podiam ser alcançados pela ditadura em construção

Jesus Vicente: "Assustador" (Foto: Josué de Lima/Linha 42)

O jornalista José Jesus Vicente é uma das pessoas monitoradas pela Abin Paralela, e esse caso evidencia o risco que o Brasil correria caso Jair Bolsonaro avançasse em seu projeto autoritário.

Vicente, que além de jornalista, é ator e conhecido por suas aventuras, sobretudo por caminhar longas distâncias, com postagens em seu blog. 

Trabalha hoje no portal Porque, de Sorocaba, onde também trabalhou como repórter de outras publicações. 

O único veículo da grande imprensa em que atuou foi o Diário Popular, rebatizado Diário de S. Paulo, quando foi vendido para o Grupo Globo. Deixou a chamada grande imprensa há mais de dez anos.

No relatório da Polícia Federal, ele é citado duas vezes. A primeira na página 213, com um mapa que mostra três deslocamentos dele, um no bairro em que costuma fazer caminhadas, perto de sua casa.

“Itarareca” é o nome da operação que deu origem a seu monitoramento. “Não entendo por que fui monitorado. Eu não estava fazendo nenhuma reportagem de política naquela época”, disse.

O monitoramento ocorreu nos dias 2 e 3 de setembro de 2020, com cinco consultas feitas pelo terminal de computador 01. 

A data coincide com a visita de Jair Bolsonaro à pequena cidade de Tapiraí, no Vale do Ribeira, região paulista onde o ex-presidente viveu e onde ainda mora grande parte da sua família.

Jesus Vicente foi professor da rede pública na cidade, com o qual mantinha vínculos, inclusive por publicar uma revista que mostrava atrações turísticas.

Bolsonaro chegou a falar de Tapiraí em uma live na véspera, chamando-a de Itapiraí, como muitas pessoas costumam dizer, daí, possivelmente, o nome Itapirareca.

Na live, o então chefe do Executivo diz ter telefonado para o destacamento da Polícia Militar e pedido para falar com um policial. Segundo ele, quem atendeu pensou se tratar de trote, e desligou.

Na transmissão em rede social, Bolsonaro pediu que avisassem que era ele mesmo que havia telefonado e, no dia seguinte, desceu de helicóptero no campo de futebol de Tapiraí. 

Foi uma visita surpresa, para ele ir ao destacamento e cumprimentar um policial, com quem conversou reservadamente.

Dois meses antes, eu editei no Diário do Centro do Mundo (DCM) uma reportagem do jornalista José Jesus Vicente sobre o desaparecimento de Afonso Domingo da Silva, de 26 anos.

O jovem era negro e o envolvimento da PM na provável execução foi descoberta em razão do capotamento do viatura, na cidade. 

A reportagem de Jesus Vicente jogou luzes sobre um suposto esquadrão da morte na região onde a família Bolsonaro é hoje uma das mais prósperas.

Jesus Vicente mencionou, em sua reportagem, o desentendimento que a vítima havia tido com o proprietário de um posto de gasolina de Tapiraí, de onde os policiais saíram para invadir a casa do jovem negro.

“É a única coisa que explica porque eu fui monitorado”, afirmou. Como mostra o relatório da Polícia Federal sobre o inquérito da Abin, o monitoramento da Abin começou um dia antes da visita-surpresa a Tapiraí – no mesmo dia da live, portanto.

Jesus Vicente publicou outra reportagem no Diário do Centro do Mundo, que eu também editei, cerca de quatro meses depois, sobre a denúncia de que o Grupo Votorantim estaria grilando terras na região.

Mas esta não coincide com as mobilizações de Bolsonaro. “Hoje ser citado num relatório sobre a Abin Paralela é um troféu, mas o que aconteceu na época, sem que eu soubesse, é assustador”, comentou.

Ao saber por onde Jesus Vicente andava, a Abin poderia acionar espiões para fazer observação in loco, como ocorreu em outros casos, ou, o que é pior, fornecer endereços para uma ação mais grave. 

“Se simulassem um assalto, e me matassem, quem iria associar o crime à reportagem que fiz sobre os PMs?”, afirmou.

Bolsonaro sempre disse que jogava nas quatro linhas da Constituição, que assegura o direito à privacidade.

Uma ação clandestina como esta permite o terror do Estado ou de pessoas associadas a ele. A coincidência de datas nem sua declaração de apreço pela PM de Tapiraí servem como prova contra Bolsonaro.

Mas apresenta indícios. No relatório da Polícia Federal, Bolsonaro é citado como o principal destinatário do produto das ações clandestinas e da instrumentalização da Abin”.

Na página 123, a Polícia Federal relata uma espionagem de cunho absolutamente político.

No dia 10 de junho de 2021, num chat da Abin, o participante com telefone (032) 991463854 (região de Juiz de Fora) relata que houve um encontro de Lula com Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro Nelson Jobim e o empresário Jonas Barcellos, na fazenda deste último, chamada Mata Velha.

“Assunto central: como tirar JB da corrida eleitoral ou criar fatos para invalidar a eleição (robôs, gabinete paralelo, patrocínio de postagens, etc…). Tive informação de pessoa que esteve lá durante um almoço”, escreve. E avisa: “Solicitação do Ch”.

A mensagem é dirigida a Marcelo Bormevet, o agente da PF que organizou o esquema de segurança naquele 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, e depois, no início do governo, teve o nome apresentado por Carlos Bolsonaro a Gustavo Bebianno para nomeação na Abin.

“Bormevet, achar tudo sobre essa fazenda e esse empresário. Esse é o pedido. Tente tudo sobre o empresário, a fazenda e a relação com os nomes noticiados”, determina.

O pedido é classificado como urgente (“UUU”).

Carlos Bolsonaro é um nome recorrente no inquérito, em que está indiciado. Mas um detalhe tem passado despercebido. 

Está no depoimento de Caio César dos Santos Cruz, filho do general Santos Cruz, que foi com Bolsonaro a Juiz de Fora naquele 6 de setembro de 2018.

Caio Santos Cruz foi investigado por representar a empresa israelense Verint System Ltda, que vendeu ao Brasil o software First Mile, usado para quebrar sigilo de celulares sem autorização judicial.

O filho do general entrou na empresa representante da Verint, a Suntech/Cognyte, em 2016, e participou de eventos internacionais em que o First Mile foi apresentado. 

No mesmo ano, depois do golpe contra Dilma, Carlos, que era (e é) vereador no Rio de Janeiro, e o irmão Eduardo foram a Israel numa comissão partidária. 

Como disse Caio Santos Cruz em seu depoimento à Polícia Federal, chamou a atenção dele o fato de que os dois pediram reunião com agências de segurança de Israel, com o conhecimento da Cognyte, que o reportou para seu representante no Brasil.

“Chamou a atenção do declarante porque não é usual”, registrou a PF no depoimento de Caio Santos Cruz.

Em março de 2019, conforme Santos Cruz, foi a vez de Flávio Bolsonaro, no início de seu mandato como senador, viajar a Israel e participar da reunião em que o First Mile, já adquirido pelo governo brasileiro, teve suas aplicações demonstradas.

“Não é comum a participação de civil nesse tipo de reunião”, disse o filho do general à PF. “Nessa reunião, não estavam presentes representantes do Ministério da Justiça nem da Defesa”, acrescentou.

Qual o interesse dos filhos de Jair Bolsonaro, um deles vereador, no equipamento de inteligência que, agora se sabe, foi usado em larga escala contra determinação legal e para monitoramentos por razões diversas?

A proximidade de Israel com Bolsonaro ficou demonstrada desde o início do governo, quando Benjamin Netanyahu aproveitou a posse para fazer turismo (ou aparentar fazer turismo) no Brasil.

Pelo que indica o relatório, o inquérito da PF sobre a Abin, além de servir para a responsabilização de criminosos, é um documento para entender esse período da história do Brasil, em que ninguém estava seguro, todos podiam ser alvo de uma ditadura em construção.

Fonte:  https://www.brasil247.com/blog/abin-paralela-bolsonaro-e-a-estranha-operacao-itarareca-jornalista-do-interior-foi-alvo-depois-de-denunciar-esquadrao-da-morte

quarta-feira, 18 de junho de 2025

STF quebra sigilo: Carlos e Jair Bolsonaro eram os articuladores da Abin Paralela

 

O Supremo também mencionou Alexandre Ramagem como outro aliado do bolsonarismo com atuação direta no esquema criminoso

Jair, Carlos Bolsonaro, Alexandre Ramagem e a Abin (Foto: Divulgação)
Leonardo Lucena avatar
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247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou nesta quarta-feira (18) o sigilo da investigação sobre o uso de um programa secreto de monitoramento pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Participantes do esquema criminoso faziam o monitoramento ilegal de pessoas tidas como opositoras do bolsonarismo.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL-RJ) foi o idealizador da estrutura paralela. O ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) era o líder operacional do esquema criminoso. Já Jair Bolsonaro era o beneficiário direto das operações, conforme apontaram as investigações da PF.

Segundo o documento entregue pela corporação ao STF, o grupo era formado por "figuras de alto escalão do governo à época, incluindo potencialmente o então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e seu filho, Vereador Carlos Nantes Bolsonaro".

Policiais federais descreveram o núcleo como "o responsável por definir as diretrizes estratégicas" do esquema, por "determinar os alvos das ações clandestinas (opositores, instituições, sistema eleitoral) e se beneficiar politicamente das operações". A PF indiciou Jair e Carlos Bolsonaro.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/stf-quebra-sigilo-carlos-e-jair-bolsonaro-eram-os-articuladores-da-abin-paralela

Se o trabalhador soubesse o que é política de Esquerda ou de Direita, com certeza votaria mais nos partidos progressistas, que são os defensores das políticas sociais

 

 

Jacinto Pereira

Carteira assinada, Férias, Décimo Terceiro Salário, INSS, FGTS, Vale Transporte, Seguro Desemprego, Merenda Escolar, SAMU192, SUS, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Luz Para Todos, Água para Todos, Merenda Escolar, PROUNE, FIES, Brasil Sem Miséria, Brasil Sorridente, Farmácia popular, Mais Médicos e muitos outros programas sociais, são políticas defendidas ou criadas pela Esquerda Progressista que hoje são operacionalizadas pelo Governo liderado pelo Partido dos trabalhadores. 

Você que vota nos partidos de Direita, que não gosta dos partidos de Esquerda, abdicaria de todas essas políticas por serem defendidas ou criadas pelos progressistas de Esquerda?

 Fonte: https://www.blogger.com/blog/post/edit/7910370922163291105/938326200754538352