segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Leia a íntegra do discurso de posse do presidente Lula

 

Presidente empossado defendeu a democracia em discurso no Congresso Nacional, confira a íntegra

www.brasil247.com - Pronunciamento do presidente da República recém empossado, Luiz Inácio Lula da Silva. Pronunciamento do presidente da República recém empossado, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

247 - Confira a íntegra do discurso lido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional em sua cerimônia de posse neste domingo (1).

>> “Democracia para sempre”, diz Lula, em seu histórico discurso de posse

>> “Superamos a mais abjeta campanha de mentiras”, diz Lula, em discurso de posse

Discurso de Lula:

"Pela terceira vez compareço a este Congresso Nacional para agradecer ao povo brasileiro o voto de confiança que recebemos. Renovo o juramento de fidelidade à Constituição da República, junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros que conosco vão trabalhar pelo Brasil.

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Se estamos aqui, hoje, é graças à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos ao longo desta histórica campanha eleitoral.

Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu; as mais violentas ameaças à liberdade do voto, a mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado.

Nunca os recursos do estado foram tão desvirtuados em proveito de um projeto autoritário de poder. Nunca a máquina pública foi tão desencaminhada dos controles republicanos. Nunca os eleitores foram tão constrangidos pelo poder econômico e por mentiras disseminadas em escala industrial.

Apesar de tudo, a decisão das urnas prevaleceu, graças a um sistema eleitoral internacionalmente reconhecido por sua eficácia na captação e apuração dos votos. Foi fundamental a atitude corajosa do Poder Judiciário, especialmente do Tribunal Superior Eleitoral, para fazer prevalecer a verdade das urnas sobre a violência de seus detratores.

Queridos amigos e amigas,

Ao retornar a este plenário da Câmara dos Deputados, onde participei da Assembleia Constituinte de 1988, recordo com emoção os embates que travamos aqui, democraticamente, para inscrever na Constituição o mais amplo conjunto de direitos sociais, individuais e coletivos, em benefício da população e da soberania nacional.

Vinte anos atrás, quando fui eleito presidente pela primeira vez, ao lado do companheiro vice-presidente José Alencar, iniciei o discurso de posse com a palavra “mudança”. A mudança que pretendíamos era simplesmente concretizar os preceitos constitucionais. A começar pelo direito à vida digna, sem fome, com acesso ao emprego, saúde e educação.

Disse, naquela ocasião, que a missão de minha vida estaria cumprida quando cada brasileiro e brasileira pudesse fazer três refeições por dia.

Ter de repetir este compromisso no dia de hoje – diante do avanço da miséria e do regresso da fome, que havíamos superado – é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao país nos anos recentes.

Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que esta Nação levantou, a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer este edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços.

SENHORAS E SENHORES,

Em 2002, dizíamos que a esperança tinha vencido o medo, no sentido de superar os temores diante da inédita eleição de um representante da classe trabalhadora para presidir os destinos do país. Em oito anos de governo deixamos claro que os temores eram infundados. Do contrário, não estaríamos aqui novamente.

Ficou demonstrado que um representante da classe trabalhadora podia, sim, dialogar com a sociedade para promover o crescimento econômico de forma sustentável e em benefício de todos, especialmente dos mais necessitados. Ficou demonstrado que era possível, sim, governar este país com a mais ampla participação social, incluindo os trabalhadores e os mais pobres no orçamento e nas decisões de governo.

Ao longo desta campanha eleitoral vi a esperança brilhar nos olhos de um povo sofrido, em decorrência da destruição de políticas públicas que promoviam a cidadania, os direitos essenciais, a saúde e a educação. Vi o sonho de uma Pátria generosa, que ofereça oportunidades a seus filhos e filhas, em que a solidariedade ativa seja mais forte que o individualismo cego.

O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição de Governo é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da Saúde.

Desmontaram a Educação, a Cultura, a Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, a proteção às florestas, a assistência social.

Desorganizaram a governança da economia, dos financiamentos públicos, do apoio às empresas, aos empreendedores e ao comércio externo. Dilapidaram as estatais e os bancos públicos; entregaram o patrimônio nacional. Os recursos do país foram rapinados para saciar a estupidez dos rentistas e de acionistas privados das empresas públicas.

É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos.

SENHORAS E SENHORES,

Diante do desastre orçamentário que recebemos, apresentamos ao Congresso Nacional propostas que nos permitam apoiar a imensa camada da população que necessita do Estado para, simplesmente, sobreviver.

Agradeço à Câmara e ao Senado pela sensibilidade frente às urgências do povo brasileiro. Registro a atitude extremamente responsável do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União frente às situações que distorciam a harmonia dos poderes.

Assim fiz porque não seria justo nem correto pedir paciência a quem tem fome.

Nenhuma nação se ergueu nem poderá se erguer sobre a miséria de seu povo.

Os direitos e interesses da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão os pilares de nosso governo.

Este compromisso começa pela garantia de um Programa Bolsa Família renovado, mais forte e mais justo, para atender a quem mais necessita. Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros, que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra.

SENHORAS E SENHORES,

Este processo eleitoral também foi caracterizado pelo contraste entre distintas visões de mundo. A nossa, centrada na solidariedade e na participação política e social para a definição democrática dos destinos do país. A outra, no individualismo, na negação da política, na destruição do Estado em nome de supostas liberdades individuais.

A liberdade que sempre defendemos é a de viver com dignidade, com pleno direito de expressão, manifestação e organização.

A liberdade que eles pregam é a de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente e impor a lei do mais forte acima das leis da civilização. O nome disso é barbárie.

Compreendi, desde o início da jornada, que deveria ser candidato por uma frente mais ampla do que o campo político em que me formei, mantendo o firme compromisso com minhas origens. Esta frente se consolidou para impedir o retorno do autoritarismo ao país.

A partir de hoje, a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público.

Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a Nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros, com direito amplo de defesa, dentro do devido processo legal.

O mandato que recebemos, frente a adversários inspirados no fascismo, será defendido com os poderes que a Constituição confere à democracia. Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com a verdade. Ao terror e à violência, responderemos com a Lei e suas mais duras consequências.

Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre!

Para confirmar estas palavras, teremos de reconstruir em bases sólidas a democracia em nosso país. A democracia será defendida pelo povo na medida em que garantir a todos e a todas os direitos inscritos na Constituição.

SENHORAS E SENHORES,

Hoje mesmo estou assinando medidas para reorganizar as estruturas do Poder Executivo, de modo que voltem a permitir o funcionamento do governo de maneira racional, republicana e democrática. Para resgatar o papel das instituições do estado, bancos públicos e empresas estatais no desenvolvimento do país. Para planejar os investimentos públicos e privados na direção de um crescimento econômico sustentável, ambientalmente e socialmente.

Em diálogo com os 27 governadores, vamos definir prioridades para retomar obras irresponsavelmente paralisadas, que são mais de 14 mil no país. Vamos retomar o Minha Casa Minha Vida e estruturar um novo PAC para gerar empregos na velocidade que o Brasil requer. Buscaremos financiamento e cooperação – nacional e internacional – para o investimento, para dinamizar e expandir o mercado interno de consumo, desenvolver o comércio, exportações, serviços, agricultura e a indústria.

Os bancos públicos, especialmente o BNDES, e as empresas indutoras do crescimento e inovação, como a Petrobras, terão papel fundamental neste novo ciclo.

Ao mesmo tempo, vamos impulsionar as pequenas e médias empresas, potencialmente as maiores geradoras de emprego e renda, o empreendedorismo, o cooperativismo e a economia criativa.

A roda da economia vai voltar a girar e o consumo popular terá papel central neste processo.

Vamos retomar a política de valorização permanente do salário-mínimo. E estejam certos de que vamos acabar, mais uma vez, com a vergonhosa fila do INSS, outra injustiça restabelecida nestes tempos de destruição.

Vamos dialogar, de forma tripartite – governo, centrais sindicais e empresariais – sobre uma nova legislação trabalhista. Garantir a liberdade de empreender, ao lado da proteção social, é um grande desafio nos tempos de hoje.

SENHORAS E SENHORES,

O Brasil é grande demais para renunciar a seu potencial produtivo. Não faz sentido importar combustíveis, fertilizantes, plataformas de petróleo, microprocessadores, aeronaves e satélites. Temos capacidade técnica, capitais e mercado em grau suficiente para retomar a industrialização e a oferta de serviços em nível competitivo.

O Brasil pode e deve figurar na primeira linha da economia global.

Caberá ao estado articular a transição digital e trazer a indústria brasileira para o Século XXI, com uma política industrial que apoie a inovação, estimule a cooperação público-privada, fortaleça a ciência e a tecnologia e garanta acesso a financiamentos com custos adequados.

O futuro pertencerá a quem investir na indústria do conhecimento, que será objeto de uma estratégia nacional, planejada em diálogo com o setor produtivo, centros de pesquisa e universidades, junto com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, os bancos públicos, estatais e agências de fomento à pesquisa.

Nenhum outro país tem as condições do Brasil para se tornar uma grande potência ambiental, a partir da criatividade da bioeconomia e dos empreendimentos da socio-biodiversidade. Vamos iniciar a transição energética e ecológica para uma agropecuária e uma mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte, uma indústria mais verde.

Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola.

Incentivaremos, sim, a prosperidade na terra. Liberdade e oportunidade de criar, plantar e colher continuará sendo nosso objetivo. O que não podemos admitir é que seja uma terra sem lei. Não vamos tolerar a violência contra os pequenos, o desmatamento e a degradação do ambiente, que tanto mal já fizeram ao país.

Esta é uma das razões, não a única, da criação do Ministério dos Povos Indígenas. Ninguém conhece melhor nossas florestas nem é mais capaz de defendê-las do que os que estavam aqui desde tempos imemoriais. Cada terra demarcada é uma nova área de proteção ambiental. A estes brasileiros e brasileiras devemos respeito e com eles temos uma dívida histórica.

Vamos revogar todas as injustiças cometidas contra os povos indígenas.

Queridos amigos e amigas,

Uma nação não se mede apenas por estatísticas, por mais impressionantes que sejam. Assim como um ser humano, uma nação se expressa verdadeiramente pela alma de seu povo. A alma do Brasil reside na diversidade inigualável da nossa gente e das nossas manifestações culturais.

Estamos refundando o Ministério da Cultura, com a ambição de retomar mais intensamente as políticas de incentivo e de acesso aos bens culturais, interrompidas pelo obscurantismo nos últimos anos.

Uma política cultural democrática não pode temer a crítica nem eleger favoritos. Que brotem todas as flores e sejam colhidos todos os frutos da nossa criatividade. Que todos possam dela usufruir, sem censura nem discriminações.

Não é admissível que negros e pardos continuem sendo a maioria pobre e oprimida de um país construído com o suor e o sangue de seus ascendentes africanos. Criamos o Ministério da Promoção da Igualdade Racial para ampliar a política de cotas nas universidades e no serviço público, além de retomar as políticas voltadas para o povo negro e pardo na saúde, educação e cultura.

É inadmissível que as mulheres recebam menos que os homens, realizando a mesma função. Que não sejam reconhecidas em um mundo político machista. Que sejam assediadas impunemente nas ruas e no trabalho. Que sejam vítimas da violência dentro e fora de casa. Estamos refundando também o Ministério das Mulheres para demolir este castelo secular de desigualdade e preconceito.

Não existirá verdadeira justiça num país em que um só ser humano seja injustiçado. Caberá ao Ministério dos Direitos Humanos zelar e agir para que cada cidadão e cidadã tenha seus direitos respeitados, no acesso aos serviços públicos e particulares, na proteção frente ao preconceito ou diante da autoridade pública. Cidadania é o outro nome da democracia.

O Ministério da Justiça e da Segurança Pública atuará para harmonizar os Poderes e entes federados no objetivo de promover a paz onde ela é mais urgente: nas comunidades pobres, no seio das famílias vulneráveis ao crime organizado, às milícias e à violência, venha ela de onde vier.

Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo.

Sob a proteção de Deus, inauguro este mandato reafirmando que no Brasil a fé pode estar presente em todas as moradas, nos diversos templos, igrejas e cultos. Neste país todos poderão exercer livremente sua religiosidade.

SENHORAS E SENHORES,

O período que se encerra foi marcado por uma das maiores tragédias da história: a pandemia de Covid-19. Em nenhum outro país a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar emergências sanitárias, graças à competência do nosso Sistema Único de Saúde.

Este paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista, obscurantista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes.

O que nos cabe, no momento, é prestar solidariedade aos familiares, pais, órfãos, irmãos e irmãs de quase 700 mil vítimas da pandemia.

O SUS é provavelmente a mais democrática das instituições criadas pela Constituição de 1988. Certamente por isso foi a mais perseguida desde então, e foi, também, a mais prejudicada por uma estupidez chamada Teto de Gastos, que haveremos de revogar.

Vamos recompor os orçamentos da Saúde para garantir a assistência básica, a Farmácia Popular, promover o acesso à medicina especializada. Vamos recompor os orçamentos da Educação, investir em mais universidades, no ensino técnico, na universalização do acesso à internet, na ampliação das creches e no ensino público em tempo integral.

Este é o investimento que verdadeiramente levará ao desenvolvimento do país.

O modelo que propomos, aprovado nas urnas, exige, sim, compromisso com a responsabilidade, a credibilidade e a previsibilidade; e disso não vamos abrir mão. Foi com realismo orçamentário, fiscal e monetário, buscando a estabilidade, controlando a inflação e respeitando contratos que governamos este país.

Não podemos fazer diferente. Teremos de fazer melhor.

SENHORAS E SENHORES,

Os olhos do mundo estiveram voltados para o Brasil nestas eleições. O mundo espera que o Brasil volte a ser um líder no enfrentamento à crise climática e um exemplo de país social e ambientalmente responsável, capaz de promover o crescimento econômico com distribuição de renda, combater a fome e a pobreza, dentro do processo democrático.

Nosso protagonismo se concretizará pela retomada da integração sul-americana, a partir do Mercosul, da revitalização da Unasul e demais instâncias de articulação soberana da região. Sobre esta base poderemos reconstruir o diálogo altivo e ativo com os Estados Unidos, a Comunidade Europeia, a China, os países do Oriente e outros atores globais; fortalecendo os BRICS, a cooperação com os países da África e rompendo o isolamento a que o país foi relegado.

O Brasil tem de ser dono de si mesmo, dono de seu destino. Tem de voltar a ser um país soberano. Somos responsáveis pela maior parte da Amazônia e por vastos biomas, grandes aquíferos, jazidas de minérios, petróleo e fontes de energia limpa. Com soberania e responsabilidade seremos respeitados para compartilhar essa grandeza com a humanidade – solidariamente, jamais com subordinação.

A relevância da eleição no Brasil refere-se, por fim, às ameaças que o modelo democrático vem enfrentando. Ao redor do planeta, articula-se uma onda de extremismo autoritário que dissemina o ódio e a mentira por meios tecnológicos que não se submetem a controles transparentes.

Defendemos a plena liberdade de expressão, cientes de que é urgente criarmos instâncias democráticas de acesso à informação confiável e de responsabilização dos meios pelos quais o veneno do ódio e da mentira são inoculados. Este é um desafio civilizatório, da mesma forma que a superação das guerras, da crise climática, da fome e da desigualdade no planeta.

Reafirmo, para o Brasil e para o mundo, a convicção de que a Política, em seu mais elevado sentido – e apesar de todas as suas limitações – é o melhor caminho para o diálogo entre interesses divergentes, para a construção pacífica de consensos. Negar a política, desvalorizá-la e criminalizá-la é o caminho das tiranias.

Minha mais importante missão, a partir de hoje, será honrar a confiança recebida e corresponder às esperanças de um povo sofrido, que jamais perdeu a fé no futuro nem em sua capacidade de superar os desafios. Com a força do povo e as bênçãos de Deus, haveremos der reconstruir este país.

Viva a democracia!

Viva o povo brasileiro!

Muito obrigado."

Fonte: https://www.brasil247.com/poder/leia-a-integra-do-discurso-de-posse-do-presidente-lula

Bom dia 247: a posse histórica de Lula (2.1.23)

domingo, 1 de janeiro de 2023

A posse de Lula, cobertura especial da TV 247

Carlos Bolsonaro xinga Mourão após pronunciamento: "um bosta"

Em recado a Jair Bolsonaro, Mourão criticou “lideranças” que, por meio do “silêncio” e do “protagonismo inoportuno e deletério”, contribuíram para um “clima de caos” no país

www.brasil247.com - Carlos Bolsonaro e Hamilton Mourão Carlos Bolsonaro e Hamilton Mourão (Foto: Câmara RJ | Reprodução)

247 - O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) xingou pelo Twitter o ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos) após seu pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão na noite deste sábado (31).

"Nenhuma novidade vinda desse que sempre disse que era um Bosta!", publicou.

No discurso, Mourão fez uma crítica velada a Jair Bolsonaro (PL), citando “lideranças” que, por meio do “silêncio” e do “protagonismo inoportuno e deletério”, contribuíram para um “clima de caos” no país.

A declaração de Mourão deixou bolsonaristas revoltados.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/carlos-bolsonaro-xinga-mourao-apos-pronunciamento-um-bosta

Partido dos Trabalhadores: pelos braços do povo, Lula é reconduzido à Presidência

 

Lula é empossado presidente pela terceira vez e reafirma o Partido dos Trabalhadores como a maior força progressista da América Latina

www.brasil247.com - (Foto: Ricardo Stuckert)

Do site do Partido dos Trabalhadores – O povo brasileiro foi duramente golpeado nos últimos seis anos por um projeto de destruição da soberania do país, encampado por setores conservadores e pelo capital estrangeiro.

Após a primeira etapa, o impeachment fraudulento que apeou Dilma Rousseff do poder, em 2016, o golpe contra a democracia avançou com a prisão ilegal de Luiz Inácio Lula da Silva, estratégia bem-sucedida de retirá-lo da disputa presidencial em 2018. 580 dias de prisão e quatro anos depois do esfacelamento institucional do Brasil causado pelo fascismo de Jair Bolsonaro, o povo reagiu e deu a resposta nas urnas, elegendo Lula com 60,3 milhões de votos.

Trata-se da maior consagração eleitoral da história, uma vitória construída pela coligação Brasil da Esperança. Agora, neste dia 1º, os brasileiros celebram a posse de seu maior líder, conferindo-lhe o direito de assumir o mandato de presidente pela terceira vez, na presença recorde de 19 chefes de Estado e representantes de quase 120 países.

Resistente como Lula, o povo brasileiro teve de suportar a morte de 700 mil compatriotas pelo descaso de Bolsonaro com a vida, em quase três anos de pandemia. Além da saúde, os ataques ao povo foram ininterruptos em praticamente todas as áreas da esfera pública: educação, cultura, ciência e tecnologia, meio ambiente, direitos humanos, diplomacia, segurança alimentar, segurança pública, relações institucionais.

Nada escapou ao desmonte das políticas públicas patrocinado pela crueldade incontrolável de Bolsonaro. O resultado deste desgoverno que finalmente se encerra é a fome crônica de 33 milhões de pessoas. Mais da metade da população tem hoje algum tipo de insegurança alimentar. Mais de 70% da população está endividada, o desemprego castiga quase 11 milhões de trabalhadores. A violência explodiu, com ataques aos povos indígenas e quilombolas.

A hecatombe só não foi maior graças à atuação dos partidos de oposição no Congresso, em especial do Partido dos Trabalhadores que, sob a liderança incansável da presidenta Gleisi Hoffmann, montou uma trincheira na Câmara e no Senado para defender os direitos do povo brasileiro. Foi a oposição, por exemplo, que lutou e garantiu R$ 600 de auxílio no momento em que a população vulnerável mais precisou.

Agora, renovado e com uma bancada mais forte, o partido segue na missão de reconstruir o país, apoiando projetos de interesse popular no Congresso. “O povo vai ser tratado com políticas públicas decentes porque é para isso que serve o Estado”, afirmou Gleisi, após a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último dia 12.

O futuro chegou

Mais uma vez, o povo teima em transformar o próprio destino, como sempre quis Lula. “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas. Mas jamais conseguirão deter a chegada da primavera”, previu ele, às vésperas da prisão, naquele que se tornou um dos mais emblemáticos discursos que um líder popular já proferiu na história latino-americana. “É o povo quem vai recuperar esse país!”, bradou Lula, em perfeita consonância com o futuro.

Pois o futuro chegou. Inicia-se, neste 1º de janeiro, um novo tempo, o tempo da harmonia, da prosperidade e da cidadania. É o tempo de acabar com a fome de milhões de brasileiros, de gerar empregos e renda, de proteger e cuidar dos povos indígenas, dos quilombolas, das comunidades LGBTQIA+, das mulheres e das nossas crianças. Tempo de recuperar o bravo Sistema Único de Saúde (SUS), fundamental na pandemia, de investir na educação de nossas crianças e jovens. Tempo de trilhar o caminho do crescimento inclusivo do país, com investimentos públicos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/partido-dos-trabalhadores-pelos-bracos-do-povo-lula-e-reconduzido-a-presidencia

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Jornal A FOLHA: Bolsonaro sai do governo pela porta dos fundos e v...

Jornal A FOLHA: Bolsonaro sai do governo pela porta dos fundos e v...: Ele desembarca nesta noite em Orlando, na Flórida Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/Presidência da República) 247 - Após fazer seu último p...

Entre o Rei e o Edson Arantes

 

Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor


"Pelé em campo foi uma espécie de deus", diz Eric Nepomuceno

www.brasil247.com - Pelé Pelé (Foto: Acervo Pelé/Divulgação)

Por Eric Nepomuceno, para o 247

Lembro que jovem repórter daquele glorioso Jornal da Tarde, de São Paulo, que sumiu no breu da história, uma vez me escalaram para uma missão estranha: ir ao estádio da Vila Belmiro, em Santos, num jogo com o Pelé, e não ver o jogo.

Minha missão era contar como era a vida de quem vivia no estádio mas mas não via o jogo. O bilheteiro, o ascensorista, o vendedor de belas e bebidas que circulava nas arquibancadas, os seguranças da porta. Não lembro quem era o adversário – estamos falando de 1969, talvez 1970. Mas lembro perfeitamente que estava conversando com o ascensorista quando ouvimos, de porta fechada e tudo, uma gritaria distante, e ele me disse: “Foi gol do Pelé”. Antes de ir conferir, perguntei como ele sabia. E a resposta foi fulminante: “Só quando ele marca a gente escuta aqui dentro do elevador”. Sou de uma geração que viu Pelé surgir e crescer. Eu tinha dez anos, quando o Mundial não era transmitido pela televisão – a gente ouvia os jogos pelo rádio –, aprendi, pela mesma gritaria, quando Pelé marcava um gol. Ao vivo, eu vi Pelé jogar poucas vezes. E confesso que, mais ainda que os gols, o que me impressionava eram os passes. Semelhante precisão eu nunca mais vi na vida, e isso que sou futeboleiro desde meus oito ou nove anos. Aliás, tem mais lembrança: em 1957, eu garoto de nove anos, mudei com a família para a Alemanha, onde meu velho, físico tarimbado, ia estudar para ser um dos pioneiros do estudo da acústica no Brasil.

Em nosso voo da Panair ia a seleção brasileira disputar, creio eu, a classificação para a Copa do ano seguinte.

Lembro até hoje daqueles grandalhões e de um garotinho negro, magricela e silencioso, com olhos brilhantes, que ao ver que eu mirava tanto seu rosto sorriu. 

E disse para a minha mãe: “Eu sou o Pelé”. 

Foi a única vez que nos vimos de perto e ao vivo.

Torno, e de novo peço perdão, a ser reiterativo. 

Pelé em campo foi, para a minha geração e para as que vieram depois – meu filho Felipe, por exemplo, só viu Pelé em gravações antigas –, uma espécie de deus. 

Nunca vi nada igual antes, nunca vi nada igual depois. 

Aliás, nunca vi nada sequer parecido – e sou da geração que v/iu Tostão, Didi, Coutinho, Júnior, e Zico, e Gerson, e Garrincha (outro deus), e meu bom amigo Sócrates, e Maradona, e Messi, e por aí vai, claro que cada um em sua posição em campo, mas gênios todos.

Pelé, na minha opinião, foi, para mim, uma mescla de Pablo Picasso e Joan Miró na pintura. 

Nada foi igual antes dele, nada foi igual depois dele. 

Não me lembro de nenhuma outra imagem de beleza absoluta que resultou em fracasso que o drible de Pelé num goleiro – não me lembro agora e não vou perguntar ao doutor Google – na copa de 1970. Drible absoluto, divino, e a bola saiu pela tangente.

Aos meus 22 anos ficou claro para mim, e para sempre, que um fracasso podia ter luz e dignidade. 

Naquele caso específico, dignidade suprema.

Reitero: no futebol, mesmo nesse de hoje, maquinal, mecânico, desumanizado ou quase, nada, absolutamente nada, se parece ao futebol luminoso de Pelé.

Para mim foi, sem sombra nem réstia de dúvida, o melhor dos melhores de todos os tempos.

Porém, como lamentavelmente costuma acontecer, entre a figura pública e a pessoa, há, no caso de Pelé, um abismo sem fundo. Porque o Edson foi um cidadão abominável.

Registrou sua primeira filha como “branca”. E se recusou a admitir uma outra filha como sua. Ela morreu sem ver a Justiça reconhecendo a paternidade do deus da bola. 

E aos filhos dela, netos dele, Edson concedeu uma mesada miserável, de 3.500 reais, enquanto ele só não nadava em dinheiro por preguiça: mergulhava e ficava boiando.

Hoje li de várias fontes, a começar pelo sempre admirado Juca Kfouri, que Pelé não morreu, quem morreu foi o Edson Arantes do Nascimento.

Que assim seja. Que não se confunda a imagem e a memória de um cidadão degradado com a do maior deus, o maior gênio, o maior dos maiores do futebol, do esporte mais amado do planeta.

Que Pelé descanse em paz. Que Edson seja esquecido.

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/entre-o-rei-e-o-edson-arantes

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

PREFEITO DE SOBRAL CE - [IVO GOMES] - Pod do Taki #54

Polícia Civil prende homem que se passava por missionário e cometia extorsão e estupro virtual no Ceará

 

Por Ferreira Junior em 29/12/2022 às 11:25:06


A Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) deflagrou, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (29/12), a "Operação Matheus 7:15" com o objetivo de cumprir um mandado de prisão e um de busca e apreensão em desfavor de um homem, de 22 anos, que utilizava contas de perfis falsos em nome de dois missionários da Região do Cariri. Entre os crimes investigados estão extorsões e estupro virtual.

A prisão ocorreu no município de Barbalha, na Área Integrada de Segurança 19 (AIS 19) do Estado. Os mandados são oriundos de uma investigação conduzida pela Delegacia Regional de Quixadá. O caso é apurado desde o último mês de agosto.

Na residência do suspeito foram apreendidos aparelhos eletrônicos, imagens sacras, chips telefônicos e diversos materiais utilizado nos crimes que ocorriam no meio cibernético.

O nome da operação faz menção à passagem bíblica que versa sobre os falsos profetas, que utilizam da fé das pessoas para enganá-las. Está na Bíblia, em Mateus 7:15, "Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm até vós vestidos de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes".

Detalhes do trabalho policial serão divulgados ao longo do dia após a conclusão da operação em andamento.

Fonte: SSPDS

Fonte:  https://blogdoferreirajunior.com.br/noticia/819/policia-civil-prende-homem-que-se-passava-por-missionario-e-cometia-extorsao-e-estupro-virtual-no-ce.html

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Boa noite 247 - Lula x Arthur Lira: acordo na PEC não encerra disputa (2...

(EX) ALIADO DE BOLSONARO PERDE ORÇAMENTO SECRETO; VAI DESCONTAR NO GOVER...

Gleisi: queremos a PEC, mas decisão de Gilmar não deixará o pobre na mão

 Presidente do PT avalia que a PEC “é importante porque traz outras soluções e privilegia a política, o parlamento, para a saída de problemas”

www.brasil247.com - Gleisi Hoffmann e Gilmar Mendes Gleisi Hoffmann e Gilmar Mendes (Foto: Gabriel Paiva | Carlos Moura/SCO/STF)

247 - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), publicou sua posição no Twitter na manhã desta segunda-feira (19) sobre a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que retira o Bolsa Família do teto de gastos.

Mesmo com a decisão de Gilmar, que retira a pressão sobre Lula, Gleisi defende a importância da PEC como solução de outros problemas relacionados ao orçamento além do Bolsa Família.

“Queremos a PEC do Bolsa Família, ela é importante, porque traz outras soluções e privilegia a política, o parlamento, para a saída de problemas”, escreveu Gleisi.

“Mas se a Câmara não der conta de votar, a decisão do ministro Gilmar não deixará o povo pobre na mão”, concluiu a presidente do PT.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) comentou que "o STF decidiu que miséria humana não pode ser objeto de chantagem" após a decisão de Gilmar. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou ser “uma grande vitória contra a fome”.

Decisão de Gilmar

A decisão de Gilmar Mendes foi dada de forma liminar na noite deste domingo (18) e atendeu a uma ação movida pela Rede Sustentabilidade que pedia que os recursos necessários para o financiamento do Bolsa Família ficassem de fora do teto constitucional.

O ministro fixou também entendimento de que pode ser garantido dinheiro para o Auxílio Brasil pela abertura de crédito extraordinário e que deve haver verba suficiente para que seja mantido o valor de R$ 600.

"Reputo juridicamente possível que eventual dispêndio adicional de recursos com o objetivo de custear as despesas referentes à manutenção, no exercício de 2023, do programa Auxílio Brasil (ou eventual programa social que o suceda [...] pode ser viabilizado pela via da abertura de crédito extraordinário [...], devendo ser ressaltado que tais despesas [...] não se incluem na base de cálculo e nos limites estabelecidos no teto constitucional de gastos", afirmou o ministro.

"Os recursos financeiros existem para fazer frente às inúmeras despesas que decorrem dos direitos fundamentais preconizados pela Constituição", disse ainda.

Com a decisão, o governo do presidente eleito poderá ampliar, através de crédito suplementar, o valor do benefício dos R$ 405 previstos no orçamento de 2023 para o Auxílio Brasil para os R$ 600 pretendidos com a retomada do nome Bolsa Família.

Fonte: https://www.brasil247.com/poder/gleisi-queremos-a-pec-mas-decisao-de-gilmar-nao-deixara-o-pobre-na-mao

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Lula 3: a vitória e o novo documentário de Joaquim de Carvalho

Após cinco dias foragido, PF consegue prender empresário evangélico bolsonarista

 

Foragido, Oliveira participou de uma live com bolsonaristas em frente ao batalhão.

www.brasil247.com - Pastor Fabiano Oliveira Pastor Fabiano Oliveira (Foto: Reprodução/Instagram)

247 - O pastor Fabiano Oliveira, que estava foragido há cinco dias, foi preso durante um ato golpista nesta segunda-feira (19). As informações são do portal G1.

A informação foi confirmada pela superintendência da PF. Oliveira estava em um ato de bolsonaristas em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército em Vila Velha, na Grande Vitória (ES).

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De acordo com o superintendente da PF no estado, Eugênio Ricas, o pastor não reagiu à prisão.

"Foi preso pela PF, sem resistência, encaminhado ao DML [Departamento Médico Legal] e entregue ao sistema prisional", detalhou Eugênio Ricas.

Oliveira estava foragido desde a última quinta-feira (19). Ele é um dos alvos da operação contra bolsonaristas radicais que promovem atos antidemocráticos desde o fim do segundo turno.

O empresário não foi preso antes porque, segundo o superintendente da PF, um grupo de pessoas se aglomerou em frente ao batalhão, e que uma ação da PF naquele momento poderia ser revidada, colocando em risco a integridade de terceiros.

CHOQUEI

@choquei

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🚨VEJA: Pastor Bolsonarista, que integra a milícia digital e questiona a veracidade da eleição, é preso em frente ao exército.

8:48 AM · 19 de dez de 2022

1,7 mil

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André Serafim

@AndrSerafim5

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Pastor Fabiano foi preso nessa madrugada no Estado do Espírito Santo. @CarlosBolsonaro @JovemPanNews @Rconstantino @jairbolsonaro @PastorMalafaia @BolsonaroSP

6:47 AM · 19 de dez de 2022

856

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Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/apos-cinco-dias-foragido-pf-consegue-prender-empresario-evangelico-bolsonarista