Segue uma tradução:
Colapso financeiro, desastre ambiental e até mesmo o surgimento de Donald
Trump – o neoliberalismo desempenhou o seu papel em tudo isso. Por que a
esquerda não conseguiu chegar a uma alternativa?
Por George Monbiot*, no The Guardian, 15 de abril
Imagine se o povo da União Soviética nunca tivesse ouvido falar do comunismo.
A ideologia que domina nossas vidas não tem, para a maioria de nós, nome algum.
Mencioná-lo em uma conversa é ser recompensado com um encolher de ombros. Mesmo
que seus ouvintes tenham ouvido o termo antes, será uma luta para que consigam
defini-lo. Neoliberalismo: você sabe o que é?
Seu anonimato é tanto um sintoma quanto causa de seu poder. Ele desempenhou
um papel importante em uma variedade notável de crises: o colapso financeiro de
2007-8, a evasão de riqueza e o deslocamento de poder para o exterior, dos quais
os Panama Papers nos oferecem apenas um vislumbre, o lento colapso da saúde
pública e educação, o ressurgimento da pobreza infantil, a epidemia de solidão,
o colapso dos ecossistemas, a ascensão de Donald Trump. Mas nós reagimos a essas
crises como se elas surgissem de forma isolada, aparentemente desavisados de que
elas foram todas catalisadas ou agravadas pela mesma coerente filosofia; uma
filosofia que tem – ou tinha – um nome. Que poder maior pode haver do que operar
anonimamente?
O neoliberalismo se espalhou de tal forma que raramente o enxergamos como uma
ideologia. Parece que aceitamos a proposição de que esta utopia, essa fé
milenar, descreve uma força neutra; uma espécie de lei biológica, como a Teoria
da Evolução de Darwin. Mas esta filosofia surgiu como uma tentativa consciente
de remodelar a vida humana e alterar o foro de poder.
Ela enxerga a concorrência como a característica definidora das relações
humanas. Ela redefine os cidadãos como consumidores, cujas escolhas democráticas
são melhor exercidas por compra e venda, um processo que premia o mérito e pune
a ineficiência. Ela sustenta que "o mercado" proporciona benefícios que nunca
poderiam ser alcançados pelo planejamento
[estatal].
Tentativas de limitar a competição são tratadas como inimigas da liberdade.
Impostos e regulações devem ser minimizados, serviços públicos devem ser
privatizados. Organizações do trabalho e negociações coletivas de sindicatos são
retratadas como distorções de mercado que impedem a formação de uma hierarquia
natural de vencedores e perdedores. A desigualdade é remodelada como algo
virtuoso: recompensa pela utilidade e geradora de riqueza, que escorre para
enriquecer a todos. Esforços para criar uma sociedade mais igualitária são tanto
contraproducentes quanto moralmente corrosivos. O mercado garante que todos
recebam o que merecem.
Nós internalizamos e reproduzimos suas crenças. Os ricos se convencem de que
adquiriram sua riqueza através do mérito, ignorando as vantagens – como
educação, herança e classe
[social] – que podem ter ajudado a retê-la.
Os pobres começam a se culpar por seus fracassos, mesmo quando podem fazer pouco
para mudar suas circunstâncias.
Não importa o desemprego estrutural: se você não tem um trabalho é porque não
tem iniciativa. Não importam os custos impossíveis de habitação: se o seu cartão
de crédito está no limite, você é irresponsável e imprevidente. Não importa que
seus filhos já não tenham uma quadra de esportes na escola: se eles ficarem
gordos, a culpa é sua. Em um mundo governado pela competição, aqueles que ficam
para trás são tidos e autodefinidos como perdedores.
Como resultados, documentados por Paul Verhaeghe em seu livro
What About
Me?, estão epidemias de autoagressão, distúrbios alimentares, depressão,
solidão, ansiedade por desempenho e fobia social. Talvez não surpreenda que a
Grã-Bretanha, em que a ideologia neoliberal tem sido mais rigorosamente
aplicada, seja a capital da solidão na Europa. Somos todos neoliberais agora.
***
O termo neoliberalismo foi cunhado em uma reunião em Paris, em 1938. Entre os
delegados estavam dois homens que vieram a definir a ideologia, Ludwig von Mises
e Friedrich Hayek. Ambos exilados da Áustria, enxergavam a social-democracia,
exemplificada pelo New Deal de Franklin Roosevelt e o gradual desenvolvimento do
estado de bem-estar na Grã-Bretanha, como manifestação de um coletivismo que
ocupava o mesmo espectro do nazismo e do comunismo.
Em
O Caminho da Servidão, publicado em 1944, Hayek argumentava que o
planejamento governamental, esmagando o individualismo, levaria inexoravelmente
ao controle totalitário. Como
Burocracia, livro de Mises,
O Caminho
da Servidão foi amplamente lido. Ele chamou a atenção de algumas pessoas
muito ricas, que viram na filosofia uma oportunidade de se libertar da regulação
e de impostos. Quando, em 1947, Hayek fundou a primeira organização que iria
disseminar a doutrina do neoliberalismo – Sociedade Mont Pelerin – foi apoiado
financeiramente por milionários e suas fundações.
Com a ajuda destes, ele começou a criar o que Daniel Stedman Jones descreve
em
Mestres doUniverso como "uma espécie de
Internacional neoliberal": uma rede transatlântica de acadêmicos, empresários,
jornalistas e ativistas. Os ricos apoiadores do movimento financiaram uma série
de
think tanks que refinaram e promoveram a ideologia. Entre eles
estavam o American Enterprise Institute, a Heritage Foundation, o Cato
Institute, o Instituto de Assuntos Econômicos, o Centro de Estudos Políticos e o
Adam Smith Institute. Eles também financiaram departamentos e postos acadêmicos,
especialmente nas universidades de Chicago e Virgínia.
À medida que evoluía, o neoliberalismo tornou-se mais estridente. A visão de
Hayek de que os governos deveriam regular a concorrência para evitar a formação
de monopólios deu lugar – entre os apóstolos americanos, como Milton Friedman –
à crença de que o poder do monopólio poderia ser visto como uma recompensa pela
eficiência.
Outra coisa aconteceu durante essa transição: o movimento perdeu o seu nome.
Em 1951, Friedman estava feliz por se intitular como um neoliberal. Mas logo
depois disso, o termo começou a desaparecer. Mais estranho ainda, mesmo com a
ideologia se tornando mais nítida e o movimento mais coerente, o nome perdido
não foi substituído por qualquer alternativa comum.
No início, apesar do financiamento generoso, o neoliberalismo permaneceu às
margens. O consenso do pós-guerra foi quase universal: as receitas econômicas de
John Maynard Keynes foram amplamente aplicadas, o pleno emprego e a minoração da
pobreza eram objetivos comuns nos EUA e em grande parte da Europa Ocidental, os
tetos de impostos eram elevados e os governos procuravam resultados sociais sem
constrangimento, desenvolvendo novos serviços públicos e redes de segurança.
Mas na década de 1970, quando as políticas keynesianas começaram a desmoronar
e crises econômicas atingiram ambos os lados do Atlântico, as ideias neoliberais
começaram a penetrar o
mainstream. Como observou Friedman, "quando
chegou o momento em que você tinha de mudar... havia uma alternativa pronta ali
para ser pega". Com a ajuda de jornalistas simpatizantes e assessores políticos,
elementos do neoliberalismo, especialmente suas prescrições para a política
monetária, foram adotados pela administração de Jimmy Carter, nos EUA, e pelo
governo de Jim Callaghan, na Grã-Bretanha.
Depois de Margaret Thatcher e Ronald Reagan assumirem o poder, o resto do
pacote logo se seguiu: massivos cortes de impostos para os ricos, o esmagamento
de sindicatos, desregulamentação, privatização, a terceirização e a concorrência
nos serviços públicos. Por meio do FMI, do Banco Mundial, do Tratado de
Maastricht e da Organização Mundial do Comércio, as políticas neoliberais foram
impostas – muitas vezes sem o consentimento democrático – em grande parte do
mundo. O mais notável foi sua adoção pelos partidos que pertenceram à esquerda:
o Trabalhista
[na Inglaterra]e os Democratas
[nos EUA], por
exemplo. Como Stedman Jones observa, "é difícil pensar em outra utopia que tenha
sido tão plenamente posta em prática."
***
Pode parecer estranho que uma doutrina que promete escolha e liberdade possa
ter sido promovida com o slogan "não há alternativa". Mas, como Hayek observou
em uma visita ao Chile de Pinochet – uma das primeiras nações em que o programa
foi amplamente aplicado – "a minha preferência pessoal se inclina para uma
ditadura liberal do que em direção a um governo democrático desprovido de
liberalismo". A liberdade que o neoliberalismo oferece, que soa tão sedutora
quando expressa em termos gerais, acaba por significar liberdade para os
tubarões, não para os peixinhos.
Livre de sindicatos e de negociação coletiva significa liberdade para
suprimir salários. Livre de regulamentação significa a liberdade de envenenar os
rios, por trabalhadores em risco, cobrar taxas de juros iníquas e criar
instrumentos financeiros exóticos. Livre de impostos significa a liberdade de
fugir da distribuição de riqueza que tira as pessoas da pobreza.
Como Naomi Klein documenta em seu livro
A Doutrina do Choque, os
teóricos neoliberais defendem o uso de crises para impor políticas impopulares,
enquanto as pessoas estão distraídas: por exemplo, em seguida ao golpe de
Pinochet, na Guerra do Iraque e quando do furacão Katrina, que Friedman
descreveu como "uma oportunidade para reformar radicalmente o sistema
educacional" em Nova Orleans.
Onde as políticas neoliberais não podem ser impostas localmente, elas são
impostas de fora, por meio de tratados comerciais nos quais estão incorporadas
"soluções de disputas investidor-Estado": foros internacionais em que as
empresas podem pressionar pela remoção de proteções sociais e ambientais. Quando
parlamentos votaram para restringir vendas de cigarros, proteger o abastecimento
de água contra empresas de mineração, congelar contas de energia ou impedir que
companhias farmacêuticas explorassem o Estado, as empresas entraram com
processos, muitas vezes tendo sucesso. Democracia é reduzida a teatro.
Outro paradoxo do neoliberalismo é que a concorrência universal depende de
quantificação universal e comparação. O resultado é que trabalhadores,
candidatos a emprego e serviços públicos de todo tipo estão sujeitos a um regime
de chicana opressiva de avaliação e monitoramento, concebido para identificar os
vencedores e punir os perdedores. A doutrina que Von Mises propos que iria nos
libertar do pesadelo burocrático do planejamento central em vez disso criou um.
O neoliberalismo não foi concebido como uma oportunidade de se dar bem em
cima de outros, mas rapidamente se tornou uma. O crescimento econômico tem sido
marcadamente mais lento na era neoliberal (desde 1980 na Grã-Bretanha e nos EUA)
do que era nas décadas anteriores; mas não para os muito ricos. A desigualdade
na distribuição de renda e riqueza, após 60 anos de declínio, subiu rapidamente
nesta época, devido ao esmagamento dos sindicatos, reduções de impostos, aumento
dos aluguéis, privatização e desregulamentação.
A privatização ou mercantilização dos serviços públicos, como energia, água,
trens, saúde, educação, estradas e prisões permitiu que empresas montassem
cabines de pedágio em frente a bens essenciais e cobrassem rentabilidade
econômica por sua utilização, quer pelos cidadãos ou pelo governo. Rentabilidade
econômica é outro termo para rendimentos de capital. Quando você paga um preço
inflacionado por um bilhete de trem, apenas uma parte da tarifa compensa os
operadores pelo dinheiro gasto em combustível, salários, locomotivas e outros
gastos. O resto reflete o fato de que você não tem alternativa alguma.
Aqueles que possuem e administram serviços privatizados ou semiprivatizados
no Reino Unido fazem fortunas estupendas investindo pouco e cobrando muito. Na
Rússia e na Índia, oligarcas adquiriram bens do Estado por meio de saldões de
salvados. No México, Carlos Slim conseguiu o controle de quase todos os serviços
de telefonia fixa e celular e logo se tornou o homem mais rico do mundo.
A financeirização, como Andrew Sayer observa em
Why We Can't Afford the
Rich, teve um impacto similar. "Como a rentabilidade econômica", argumenta
ele, "os juros são... rendimentos de capital que revertem sem qualquer esforço".
Como os pobres ficam cada vez mais pobres e os ricos se tornam mais ricos, estes
aumentam seu controle sobre outro ativo crucial: o dinheiro. Os pagamentos de
juros, predominantemente, são uma transferência de dinheiro dos pobres para os
ricos. Como os preços dos imóveis e a retirada de financiamento pelo Estado
sobrecarregam as pessoas com dívidas (pense na mudança de bolsas de estudo para
empréstimos estudantis), os bancos e seus executivos fazem a festa.
Sayer argumenta que as últimas quatro décadas têm sido caracterizadas por uma
transferência de riqueza não só dos pobres para os ricos, mas dentro das
fileiras dos ricos: desde aqueles que fazem seu dinheiro por meio da produção de
novos bens ou serviços para aqueles que fazem seu dinheiro controlando ativos já
existentes e colhendo rentabilidade econômica, juros ou ganhos de capital.
Rendimentos do trabalho foram suplantados por rendas do capital.
As políticas neoliberais estão em todos os lugares assolados por falhas de
mercado. Não apenas os bancos são grandes demais para falir, mas também as
corporações que agora são responsáveis pela prestação de serviços públicos. Como
Tony Judt apontou em
Ill Fares the Land, Hayek se esqueceu de que os
serviços nacionais vitais não podem entrar em colapso, o que significa que a
concorrência não se aplica. As companhias levam os lucros, o Estado fica com os
riscos.
Quanto maior o fracasso, mais extremista a ideologia se torna. Os governos
usam crises neoliberais tanto como desculpa como oportunidade para cortar
impostos, privatizar serviços públicos ainda existentes, criar buracos na rede
de segurança social, desregulamentar corporações e re-regular cidadãos. O Estado
que se auto-odeia agora afunda seus dentes em todos os órgãos do setor público.
Talvez o impacto mais perigoso do neoliberalismo não seja a crise econômica
que tem causado, mas a crise política. Como o poder do Estado é reduzido, a
nossa capacidade de mudar o rumo de nossas vidas através de votação também se
contrai. Em vez disso, a teoria neoliberal afirma, as pessoas podem exercer a
sua escolha através do consumo. Mas alguns têm mais dinheiro para gastar do que
outros: nesta grande democracia do consumidor ou do acionista os votos não são
igualmente distribuídos. O resultado é uma perda de poder dos pobres e da classe
média. Como tanto partidos da direita quanto ex-partidos de esquerda adotam
políticas neoliberais semelhantes, a perda de poder se transforma em privação de
direitos. Um grande número de pessoas foi descartado da política.
Chris Hedges afirma que "movimentos fascistas montam sua base não dos
politicamente ativos, mas dos politicamente inativos, os 'perdedores' que
sentem, muitas vezes corretamente, que não têm voz ou papel a desempenhar no
campo político". Quando o debate político não fala a nós, as pessoas passam
então a responder a slogans, símbolos e sensações. Para os admiradores de Trump,
por exemplo, fatos e argumentos parecem irrelevantes.
Judt explicou que quando o grosso tecido de interações entre pessoas e o
Estado foi reduzido a nada, apenas a autoridade e obediência, a única força
restante que nos une é o poder
[coercitivo] do Estado. O totalitarismo
que Hayek temia é mais provável emergir quando os governos, tendo perdido a
autoridade moral que surge a partir da prestação de serviços públicos, são
reduzidos a "manipulação, ameaça e, finalmente, coação das pessoas para lhe
obedecer."
***
Tal qual o comunismo, o neoliberalismo é o deus que fracassou. Mas a
doutrina-zumbi se arrasta, e uma das razões é o seu anonimato. Ou melhor, um
conjunto de anonimatos.
A doutrina invisível da mão invisível é promovida por apoiadores invisíveis.
Lentamente, muito lentamente, começamos a descobrir os nomes de alguns deles.
Nós sabemos hoje que o Institute of Economic Affairs, que veementemente debateu
contra uma maior regulamentação da indústria do tabaco, tem sido secretamente
financiada pela British American Tobacco desde 1963. Nós descobrimos que Charles
e David Koch, dois dos homens mais ricos do mundo, fundaram o instituto que
criou o movimento Tea Party. Nós descobrimos que Charles Koch, na criação de um
de seus
think tanksobservou que "a fim de evitar críticas indesejáveis,
a forma como a organização é controlada e dirigida não deve ser amplamente
divulgada."
As palavras usadas pelo neoliberalismo muitas vezes escondem mais do que
esclarecem. "O mercado" soa como um sistema natural que pode agir sobre nós
igualmente, como a gravidade ou a pressão atmosférica. Mas é repleta de relações
de poder. O que "o mercado quer" tende a significar o que as corporações e seus
patrões querem. "Investimento", como Sayer observa, significa duas coisas
completamente diferentes. Uma é o financiamento de atividades produtivas e
socialmente úteis, o outro é a compra de ativos existentes para ordenhar
rentabilidade econômica, juros, dividendos e ganhos de capital. Usar a mesma
palavra para diferentes atividades "camufla as fontes de riqueza", levando-nos a
confundir extrativismo da riqueza com criação de riqueza.
Um século atrás, os novos-ricos foram ridicularizados por aqueles que tinham
herdado o seu dinheiro. Empresários procuravam aceitação social fazendo-se
passar por rentistas. Hoje, a relação se inverteu: os rentistas e herdeiros
denominam-se empresários. Eles afirmam ter trabalhado por seus rendimentos de
capital.
Esses anonimatos e confusões se enredam com a falta de nome e de
pertencimento do capitalismo moderno: o modelo de franquia que garante que os
trabalhadores não saibam para quem trabalham; empresas registradas através de
uma rede de regimes de sigilo
offshore tão complexa que até mesmo a
polícia não consegue descobrir os beneficiários; um regime fiscal que trapaceia
os governos; produtos financeiros que ninguém entende.
O anonimato do neoliberalismo está fortemente guardado. Aqueles que são
influenciados por Hayek, Mises e Friedman tendem a rejeitar o termo, dizendo –
com alguma justiça – que é usado hoje só pejorativamente. Mas eles não nos
oferecem nenhum substituto. Alguns se descrevem como liberais clássicos ou
libertários, mas essas descrições são tanto enganosas quanto curiosamente
humildes, como se eles sugerissem que não há nada de novo sobre
O Caminho da
Servidão, Burocracia ou clássico de Friedman,
Capitalismo e
Liberdade.
***
Por tudo isso, há algo admirável sobre o projeto neoliberal, pelo menos em
seus estágios iniciais. Era uma filosofia distinta, inovadora e promovida por
uma rede coerente de pensadores e ativistas com um plano claro de ação. Ela foi
paciente e persistente.
O Caminho da
Servidão tornou-se a estrada para o poder.
A vitória do neoliberalismo também reflete o fracasso das esquerdas. Quando o
laissez-faire levou à catástrofe de 1929, Keynes concebeu uma
teoria econômica abrangente para substituí-lo. Quando o gerenciamento keynesiano
da demanda chegou no limite nos anos 1970, havia uma alternativa pronta. Mas
quando o neoliberalismo se desfez em 2008, havia... nada. É por isso que o zumbi
neoliberal ainda caminha. A esquerda e o centro não produziram nenhum novo
pensamento econômico nos últimos 80 anos.
Cada invocação de lorde Keynes é uma admissão de fracasso. Propor soluções
keynesianas às crises do século 21 é ignorar três problemas óbvios. É difícil
mobilizar as pessoas em torno de velhas idéias; as falhas expostas na década de
1970 não desapareceram; e, mais importante, elas não têm nada a dizer sobre a
nossa situação mais grave: a crise ambiental. Keynesianismo funciona estimulando
a demanda para promover o crescimento econômico. A demanda dos consumidores e o
crescimento econômico são os motores da destruição ambiental.
O que a história de ambos, o keynesianismo e o neoliberalismo, mostra é que
não são suficientes para se opor a um sistema falido. Uma alternativa coerente
tem de ser proposta. Para os Trabalhistas, os Democratas e a esquerda em geral,
a tarefa central deveria ser o de desenvolver um Programa Apollo
[programa
norte-americano que levou o homem à Lua] na economia, uma tentativa
consciente de criar um novo sistema, adaptado às exigências do século 21.
Abraços
Marcos Rizzo
Em Terça-feira, 19 de Abril de 2016 17:59, "Marcos Rizzo
marcoshrizzo@yahoo.com.br [parusia]"
escreveu:
Neoliberalismo – a ideologia na raiz de todos os nossos problemas.
Neoliberalism
– the ideology at the root of all our problems
Neoliberalism
– the ideology at the root of all our prob...
Financial meltdown, environmental disaster and even the rise of Donald Trump
– neoliberalism has played its part in them all. Why has the left failed to come
up wit...
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em www.theguardian...
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Abraços
Marcos Rizzo