domingo, 22 de fevereiro de 2015

Contas secretas do HSBC paralisam o mundo, menos o Brasil

 

Interesse no conteúdo das contas não é apenas curiosidade em conhecer segredos de milionários. O projeto de jornalismo internacional aborda irregularidades cometidas sob o manto do sistema financeiro

por Portal GGNpublicado 13/02/2015 11:54, última modificação 13/02/2015 15:30

Interesse no conteúdo das contas não é apenas curiosidade em conhecer segredos de milionários. O projeto de jornalismo internacional aborda irregularidades cometidas sob o manto do sistema financeiro

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São Paulo – A lista de nomes de mais de 100 mil correntistas da filial do HSBC em Genebra, que construiu uma indústria de lavagem de dinheiro, intermediada por empresas offshore como forma de fugir da fiscalização dos países de origem, está correndo pelo mundo. Aos poucos, cada uma das pessoas e entidades estão sendo reveladas. França, Espanha, Suíça, Dinamarca, Índia, Angola, Bélgica, Chile, Argentina, e outros países, divulgam reportagens detalhadas a cada dia, com novas informações. Menos o Brasil.

O primeiro jornal a ter conhecimento foi o francês Le Monde. Ele teve acesso aos dados secretos de uma investigação iniciada em 2008, pelo governo da França, por meio de informações vazadas do ex-funcionário do HSBC, franco-italiano especialista em informática, Hervé Falciani.

Percebendo que o esquema envolvia mais de 200 países, o Le Monde decidiu compartilhar todo o material com o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), uma rede que integra 185 jornalistas de mais de 65 países, que investigam casos em profundidade. Do Brasil, são cinco membros: Angelina Nunes, Amaury Ribeiro Jr., Fernando Rodrigues, Marcelo Soares e Claudio Tognolli.

Os cinco, portanto, teriam acesso à considerada maior base de investigações fiscais do mundo, até hoje, de posse inicial do Le Monde. Nesses arquivos estão os nomes, profissões e valores de ativos de todos os clientes da filial do HSBC na Suíça. O ponto fraco dos documentos é delimitar quando houve indícios de participação de ilegalidades, uma vez que não é proibido ter uma conta bancária na Suíça. Estão incluídos nomes da realeza, figuras públicas, políticos, celebridades, empresários.

O ICIJ formou um grupo menor de jornalistas para investigar os documentos do projeto denominado como Swiss Leaks. Participam todos os países do Consórcio. Do Brasil, Fernando Rodrigues, do Uol, é o único que tem em mãos as apurações dos clientes brasileiros.

Até o momento, as informações divulgadas pelo ex-repórter da Folha de S. Paulo são de que os dados do HSBC indicam 5.549 contas bancárias secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, em um saldo total de US$ 7 bilhões. Nenhum nome. Fernando Rodrigues explica que entrou em contato com autoridades brasileiras, para saber se há ilegalidade nessas operações bancárias, ou se os valores foram declarados à Receita. E que estaria desde novembro aguardando a resposta.

Essa desculpa não bate com o histórico do jornalista. O fato de divulgar a existência da lista e segurar os nomes dá margem a toda sorte de interpretações.

Enquanto isso, o jornalista investigativo argentino, Daniel Santoro, também membro do ICIJ, publica nomes e sobrenomes: os empresários Juan Carlos Relats, Raúl Moneta, e pessoas próximas ao governo, como o grupo Werthein. Os chilenos Francisca Skoknic e Juan Andrés Guzmán, também jornalistas, divulgam os conhecidos de alto patrimônio local: Andrónico Luksic, José Yuraszeck, Ricardo Abumohor, Óscar Lería, Álvaro Saieh, José Miguel Gálmez e o clã Kreutzberger, com filhos e parentes do apresentador de televisão "Don Francisco".

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O jornal argentino Clarín mostra claramente os envolvidos em irregularidades no HSBC suíco

"O Instituto de Religiosas de San José de Gerona chegou a ter 2,7 milhões na Suíça", foi a última manchete do jornal espanhol El Confidencial, que horas antes também publicou que a família de empresários Prado figuravam na lista. Nas reportagens, o jornal indica: "a lista Falciani foi descoberta".

Da Bélgica, o Mondiaal Nieuws mancheta: “entre os 722 belgas da lista do HSBC, estão novamente um monte de diamantes industriais bem conhecidos e descendentes de famílias nobres”. A mesma linha segue o folhetim indiano The Indian Express: “77 dos 1.195 indianos na lista suíça do HSBC estão ligados à indústria de diamantes. O jornalista Appu Esthose Suresh viajou à Mumbai para descobrir como uma pequena empresa familiar controla a indústria”.

O Paraguai denunciou o próprio presidente Horacio Cartes, que tem uma conta na filial do banco na Suíça. Egito, Dinamarca, Rússia, os países não param. O que pode ser o maior esquema de rombo fiscal está paralisando o noticiário mundial.

No Brasil, o jornalista que poderia trazer as melhores investigações publicou quatro reportagens em sua página do blog. Três delas (aqui, aqui e aqui) são a tradução de artigos de outros jornalistas estrangeiros, sem nenhuma referência ao que ocorre aqui, e quem está envolvido.

Na quarta reportagem, enquanto aguarda a resposta das autoridades brasileiras, Fernando Rodrigues deu espaço a dados latino-americanos: “na América Latina, nacionais de vários países estão na lista do HSBC. (...) O saldo total máximo mantido nessas contas secretas de latino-americanos ultrapassa US$ 31 bilhões”.

O Brasil figura como o 9º no ranking de países com a maior remessa de dólares, de acordo com os arquivos vazados da Suíça. A quantia máxima de dinheiro associada a um cliente ligado ao Brasil foi de US$ 302 milhões. Foram abertas 5.549 contas de clientes brasileiros entre 1970 e 2006. Essas informações estão no site do ICIJ.

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Documento elaborado pela investigação jornalística aponta o Brasil como fonte de recursos de origem pouco clara

Os documentos ainda mostram que 8.667 clientes são vinculados ao Brasil. Destes, 55% tem um passaporte brasileiro ou a nacionalidade. No gráfico, é destacada a distribuição entre os tipos de contas: 70% numeradas, 10% contas vinculadas a companhias Offshore, e 20% vinculadas a uma pessoa.

As investigações, partindo de jornalistas pelo mundo, está permitindo recuperar centenas de milhões de dólares em impostos não pagos.

Como bem frisaram os jornalistas chilenos Francisca Skoknic e Juan Andrés Guzmán, "o interesse em divulgar o conteúdo destas contas não é baseado na curiosidade em conhecer os segredos dos milionários. Este projeto de jornalismo internacional – que participam mais de 140 jornalistas de 45 países – busca trazer luz sobre o dinheiro depositado na Suíça, uma jurisdição utilizada pelo alto sigilo sobre os ativos, que os protege e, em particular, sobre os clientes do HSBC, o banco que já foi objeto de uma investigação do Senado dos EUA que revelou que tem sido usado para proteger os fundos de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, entre outras irregularidades. Além disso, um grande número de contas – incluindo as de muitos chilenos – estão ligados ao uso de empresas sediadas em paraísos fiscais, uma das maneiras mais comuns de esconder quem são os verdadeiros donos".

http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2015/02/hsbc-contas-secretas-paralisam-o-mundo-menos-o-brasil-1806.html

Conversa Afiada: Lava Jato vai pegar tucano gordo

 

14 de fevereiro de 2015 | 13:42 Autor: Miguel do Rosário

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Segundo o blogueiro Paulo Henrique Amorim, vem novidade por aí.

O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, vai iniciar o processo contra os políticos envolvidos na Operação Lava Jato, logo depois do Carnaval.

E haverá “tucanos magros” e “tucanos gordos” no esquema.

Esta seria uma das hipóteses segundo qual, segundo Amorim, o juiz Sergio Moro, liberou os depoimentos de Youssef e Costa logo antes do carnaval.

Para “lubrificar” a grande imprensa com escândalos numa época de pouca atividade política.

Por essa mesma razão fizeram tanta festinha com o nome de Dirceu – com ajuda, naturalmente, do advogado de Alberto Youssef, o doutor Antonio Figueiredo Basto, o personagem que mais tem feito dobradinha com a Globo.

Tudo que a Globo inventa, Basto confirma. Toda informação que atrapalha a narrativa da mídia (ou seja, que envolve tucano), Basto trabalha para derrubar.

O fato é que a Lava Jato, quando sair das mãos da “República do Paraná” e chegar, definitivamente, à PGR e ao STF, poderá ter um tratamento diferente.

Desenvolvedor cria aplicativo que quebra privacidade de perfis no WhatsApp

 

Por Mobile Xpert | Mobile Xpertsex, 13 de fev de 2015

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Por Larissa Ximenes - Uma falha no Whatsapp foi o suficiente para que um desenvolvedor holandês pudesse criar uma ferramenta de espionagem através do famoso aplicativo de mensagens instantâneas, chamada de WhatsSpy Public. Essa ferramenta explora essa falha e deixa expostas as informações que o usuário do WhatsApp achava estarem salvas através das configurações de privacidade.

O WhatsSpy Public permite que qualquer pessoa possa rastrear as atualizações de status e as fotos de perfil de qualquer um, mesmo que as “vítimas” tenham configurado seus WhatsApp para que essas informações não fossem mostradas a ninguém ou apenas aos seus contatos.

O desenvolvedor, Maikel Zweerink, diz que embora a pessoa ache que está segura com essas configurações, sua ferramenta ainda possibilita que qualquer um tenha essas informações de forma fácil. Ele ainda afirma que não se trata de um hack, mas, sim, de uma falha de design do aplicativo, e que a habilidade de “seguir” um completo estranho já pode ser usada e abusada por causa disso.

A boa notícia é que a ferramenta não permite que o “espião” possa ver as mensagens enviadas pelo usuário.

Maikel, em uma entrevista para o Mirror, contou que usou a ferramenta para espionar seu irmão durante um dia inteiro e depois ligou para o mesmo, contando todos os passos dados por ele durante esse dia. O irmão ficou surpreso, já que achou estar seguro por causa das suas configurações de privacidade.

O WhatsSpy Public está disponível para download na internet, porém para instalá-lo é preciso de algum conhecimento técnico mais avançado. Nele, o usuário poderá ver uma espécie de linha do tempo com as informações sobre que está sendo “seguido” ou monitorado pela ferramenta.

O WhatsApp ainda não se pronunciou sobre o assunto.

https://br.noticias.yahoo.com/blogs/mobile-xpert/desenvolvedor-cria-aplicativo-que-quebra-205314778.html

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Xenofobia ou pobrefobia?

 

A mobilização contra a violência não será fértil se ignorarmos o terreno que a alimentou. Provocada pelas intervenções externas no Oriente Médio, a radicalização dos jovens jihadistas efetua-se também dentro de uma Europa que afasta o espírito das Luzes e deixar prosperar preconceitos e discriminações

por Benoît Bréville

No dia seguinte aos assassinatos perpetrados no Charlie Hebdo e na loja Hyper Cacher, alunos se recusaram a observar o minuto de silêncio em homenagem às vítimas. Um dos argumentos elencados pelos recalcitrantes tinha a ver com o “dois pesos, duas medidas” da liberdade de expressão na França: por que se fala tanto dessa chacina enquanto as pessoas morrem em silêncio no Oriente Médio? Por que a Charlie Hebdo poderia ofender uma figura sagrada do islã, quando Dieudonné se vê proibido de criticar os judeus? A questão foi considerada tão crucial que Najat Vallaud-Belkacem, ministra da Educação Nacional, anunciou, em 15 de janeiro de 2015, a necessidade de formar os educadores para responder a ela.

E não resta dúvida de que a formação proposta retomará o argumento desenvolvido pelos principais meios de comunicação e partidos políticos desde o início do caso das caricaturas: existe uma diferença de natureza entre desenhos blasfemos, que ultrajam uma divindade, e propósitos antissemitas constitutivos de um delito, porque contêm um atentado à dignidade das pessoas. É igualmente provável que a explicação não vá calar todos os rebeldes, porque o caso de Dieudonné e das caricaturas mascara um problema mais profundo: a impunidade quase total com a qual intelectuais como Alain Finkielkraut, Eric Zemmour, Philippe Tesson, mas também jornais como Le Point, L’Express, Valeurs Actuelles ou ainda Le Figaro, exibem sua rejeição ao islã, ora descrito como uma crença retrógrada, ora como uma “ameaça à identidade de nosso país” – segundo as palavras de uma pesquisa encomendada pelo site Atlantico.fr. “A popularidade de Dieudonné se deve ao fato de que, para ele, se por um lado podemos tratar impunemente ou quase os negros, os árabes, os muçulmanos, em uma palavra, os ‘subalternos’, de outro é quase impossível [...] tocar num só fio de cabelo dos judeus ou tocar em Israel sem ser imediatamente tachado de antissemitismo”,1 estima o etnólogo Jean-Loup Amselle.

Esse funcionamento da liberdade de expressão é interpretado de diversas maneiras. Alguns o justificam pelo genocídio judeu e pelo antissemitismo secular da sociedade francesa, que obrigariam a ficar constantemente em guarda. Para outros, ele reflete uma islamofobia profundamente ancorada nas mentalidades, herdada do período colonial, que torna toleráveis aos olhos de todos os propósitos hostis aos muçulmanos. Quanto a eles, os adeptos das teorias da conspiração veem nesse desequilíbrio o sinal do pretendido domínio dos judeus sobre os meios de comunicação e os órgãos de poder: alimentando o ódio ao islã, o “lobby judeu” legitimaria as intervenções ocidentais no mundo árabe para, ao final, favorecer os propósitos de Israel ou de Washington. Esse tipo de discurso, produzido e retomado pelos sites de Alain Soral e de Thierry Meyssan, encontra um sucesso crescente. Ele se aproveita, para se instalar nas mentes, do vazio teórico e político deixado pelo refluxo das formações progressistas.

Essas interpretações, por mais diferentes que sejam, repousam sobre uma mesma abordagem etnocultural, que define os grupos sociais segundo suas origens ou suas religiões (os “judeus”, os “muçulmanos”, os “árabes”...). Mas o “dois pesos, duas medidas” observado em matéria de discursos estigmatizantes se presta a uma leitura totalmente diferente, essencialmente social. Os judeus se instalaram na França há muito tempo, desde os primeiros séculos da era cristã. Muitos se estabeleceram entre o fim do século XIX e o início da Segunda Guerra Mundial, fugindo dos pogroms e da ascensão do nazismo na Europa central e oriental. Depois, uma nova onda, decorrente da descolonização do norte da África, se produziu após 1945. Operários, artistas ou pequenos comerciantes, os judeus vindos do entreguerras viviam com frequência em bairros pobres e em más condições, onde se defrontavam com o racismo de seus vizinhos franceses. Como muitos refugiados políticos, eles dispunham por vezes de um capital cultural superior à média de seu país de origem (um traço igualmente observado entre os refugiados afegãos, sírios e africanos). Ao longo de décadas, certos descendentes ascenderam na sociedade, a ponto de ocupar hoje postos de poder, sobretudo nos meios jornalístico, político e universitário – ou seja, aqueles que produzem, orientam e controlam os discursos públicos.

Já os imigrantes de cultura muçulmana chegaram à França após a Segunda Guerra Mundial, sobretudo a partir dos anos 1960, vindos do Magreb e depois da África subsaariana, por vezes recrutados pela indústria em função de critérios físicos. Seus filhos e netos se criaram numa sociedade em crise, atingida pelo desemprego e pela precariedade crescente das quais eles são as principais vítimas e que diminuem suas chances de ascensão social. Ainda que alguns se elevem à classe média, e mesmo a níveis superiores, eles permanecem pouco representados nas esferas mais altas.2 Frequentemente atacados pelos meios de comunicação e pelos líderes políticos, os estrangeiros e os franceses muçulmanos têm poucas armas para se defender na arena pública, o que permite que o discurso xenófobo funcione com força total. Não é, aliás, um acaso que os roms, grupo mais desprovido de recursos para se opor aos discursos estigmatizantes, sejam alvo de ataques ainda mais rudes, desde Jean-Marie Le Pen, que julga que a presença deles “cheira mal e dá coceira”, até Manuel Valls, segundo o qual “os roms não podem se inserir na França, em sua maioria” e têm, portanto, “vocação para voltar para casa”.

A condição social

A situação atual dos judeus e dos muçulmanos faz eco, em alguns aspectos, à dos imigrantes russos e armênios no entreguerras. Os russos emigraram para a França após as revoluções de 1905 e, sobretudo, de 1917; seu número se elevava a 72 mil em 1931. A maior parte trabalhava na indústria automobilística ou como motoristas de táxi e pertencia às categorias populares. Mas o grupo contava igualmente com uma elite, com frequência oriunda da nobreza ou da burguesia: pintores, jornalistas, editores, escritores tão bem inseridos no meio cultural parisiense que impulsionaram uma “moda russa” nos anos 1920. O conjunto do grupo desfrutou esse sucesso, beneficiando-se de um “tratamento de favor”3 que o colocou ao abrigo das estigmatizações que atingiram outros imigrantes.

Os armênios, por exemplo. Chegados à França após o genocídio de 1915, eles ocuparam quase exclusivamente postos não qualificados. Ainda que pouco numerosos (17 mil em 1931), foram imediatamente julgados “inassimiláveis”. “Se os russos estão longe do povo francês sob vários aspectos, eles têm em geral um nível cultural que permite contatos. Com os armênios, mesmo esse contato é difícil”,4 considerava Georges Mauco, a cabeça pensante das políticas migratórias durante os anos 1930 e sob o regime de Vichy. Assim, a condição social determinou poderosamente a percepção dos migrantes, como a de seus descendentes, pela blindagem institucional que ela proporciona a uns e da qual priva outros. No entanto, há trinta anos esse entendimento está cada vez menos mobilizado: prefere-se a ele uma análise cultural, que considera os problemas dos imigrantes segundo critérios de origem.

A guinada veio entre 1977 e 1984. Durante as três décadas precedentes, a temática da imigração estivera presente nos discursos públicos. Os meios de comunicação evocavam os estrangeiros incidentalmente quando falavam de habitação, emprego e economia. Longe de suas posições dos anos 1930, a direita saudava então a contribuição dos trabalhadores estrangeiros. Assim, após a morte de cinco operários africanos asfixiados durante o sono pela fumaça de um fogo mal apagado num lar de Aubervilliers, o Le Figaro explicou, num tom que hoje ele não exibe mais: “Quem se preocupa com a saúde desses desafortunados transplantados? Eles limpam as ruas quando as sarjetas estão geladas, depois tentam triunfar sobre a tuberculose que os mina ou sobre o óxido de carbono! Eis a sorte desses deserdados. É preciso aplicar com urgência um remédio para isso”.5

A situação mudou com a crise econômica em 1975 e mais ainda após a eleição de François Mitterrand para a presidência da República. Em menos de três anos, a questão dos “trabalhadores imigrantes” cedeu lugar ao “problema dos árabes” da “segunda geração” e, por ricochete, dos muçulmanos. Eventos que outrora eram analisados de maneira social passaram então a ser abordados por um viés étnico.

Passagem às origens culturais

Em julho de 1981, jovens enfrentaram a polícia no bairro de Minguettes, em Vénissieux, na periferia de Lyon.6 Foi como em 1976 e em 1979, mas, naquela época, a imprensa local tinha restringido o caso à seção de “amenidades”. Tendo passado para a oposição, a direita decidiu dessa vez aproveitar o evento para enfraquecer o novo governo, que acabava de regularizar 100 mil clandestinos. Assim, ela transformou esses enfrentamentos em fato social, mostrando o “problema da imigração”, ainda mais porque se podia ver nisso o resultado da degradação física e social dos grandes conjuntos de habitações sociais ou a ociosidade dos jovens num contexto de desemprego endêmico e de “inatividade” maciça. “Nos bairros com forte densidade de pessoas provenientes do Magreb, a situação se tornou explosiva. O governo, ao interromper as expulsões de indivíduos duvidosos, encoraja, portanto, os delinquentes”, escreveu o Le Figaroem 7 de julho de 1981. Desde então, o que o historiador Gérard Noiriel chama de “filão nacional-securitário” passou a ser explorado sem trégua por esse jornal, que denunciou as regularizações dos sem documentos, escancarando “a porta de nosso país para a invasão e a aventura” (22 set. 1981), os “bandos de loubards[‘manos’] [...] essencialmente de origem magrebina” (5 jul. 1982) ou ainda a “lei dos imigrantes” que regeria o bairro de Minguettes (22 mar. 1983).

Esse discurso se tingiu de uma coloração religiosa no momento das greves na indústria automobilística – um setor duramente atingido pela crise, no qual a mão de obra estrangeira constitui mais da metade dos efetivos. O movimento começou no outono francês de 1981 e atingiu seu ponto culminante em 1983-1984. Aquilo que no começo não passava de um simples conflito trabalhista, lembrando em certos aspectos o movimento de greve espontâneo que nascera da vitória da Frente Popular em 1936, era então apresentado como um enfrentamento cultural. Sob o pretexto de que eles exigiam, entre outras coisas, a abertura de salas de oração nas fábricas – uma prática encorajada pelo patronato nos anos 1970, que via nisso um meio de assegurar a paz social7 –, o governo e a imprensa acusaram os grevistas de serem manipulados pelos aiatolás iranianos. Esses trabalhadores são “estimulados por grupos religiosos e políticos cujos motores têm pouco a ver com as realidades sociais francesas”, explicou o primeiro-ministro, Pierre Mauroy, em 11 de janeiro de 1983.

Um círculo vicioso

Mesma conversa noFigaro, que acrescentava: “Os mais otimistas contam com as faculdades de assimilação das populações estrangeiras, como ocorreu no passado com as colônias italianas e portuguesas. Mas o exemplo, infelizmente, não é mais válido. A origem cultural da nova imigração constitui um obstáculo difícil de superar”. Só que os portugueses nem sempre foram bem-vistos pela imprensa. Por muito tempo suas práticas religiosas ostensivas e impregnadas de superstição lhes foram reprovadas, a ponto de eles terem sido descritos, no entreguerras, como uma “raça exótica”, mais difícil de integrar que os italianos8 – os quais foram, antes, julgados menos integrados que os belgas...

Quando não se alinhava com a posição de seus adversários, a esquerda dos anos 1980 respondia aos ataques contra a imigração magrebina valorizando a “cultura beure [magrebina]”, retomando, de maneira inversa, o discurso culturalista da direita. O Libération, que desempenhou um papel ativo nessa empreitada, abriu a partir de setembro de 1982 uma seção “beur”, que informava sobre os acontecimentos artísticos que supostamente poderiam interessar aos membros dessa “comunidade”. Depois, o diário apoiou ativamente a Marcha pela Igualdade contra o Racismo, que ele rebatizou de Marcha dos Beurs, e acompanhou a criação do SOS Racismo, contribuindo para deslocar o olhar da luta pela igualdade para o da luta contra as discriminações. O Le Monde ficou feliz com o fato de que “as crianças da segunda geração imigrada se apoderam da canção, do cinema, do teatro” (4 jul. 1983), enquanto a semanal Marie Claire celebrava o “creme dos beurs” (abr. 1984). Mas, se a cultura da elite ganhava em legitimidade, a base, cujas condições de existência se degradavam em acordo com a desindustrialização, permanecia estigmatizada.

Em menos de três anos, o debate sobre a imigração foi esvaziado do conteúdo social. Depois dessa reviravolta, os estrangeiros e seus descendentes eram o tempo todo lembrados de sua “comunidade”, sua religião, seu risco de acentuar o fosso entre os franceses “autóctones” de um lado, os imigrantes e seus descendentes de outro. Os temas diretamente ligados à imigração (o racismo, as discriminações etc.) eram abordados como problemas culturais, atentando para as origens das pessoas em questão; qualquer que fosse sua causa, todo evento geopolítico, social ou mesmo esportivo que envolvesse uma maioria de atores de origem árabe ou muçulmana revivia invariavelmente o debate sobre o islã, a imigração e o lugar destes últimos na República: Guerra do Golfo, atentados de 11 de setembro de 2001, conflito israelo-palestino, enfrentamentos entre jovens e policiais na periferia, jogadores de futebol de origem argelina se abstendo de cantar a Marselhesa etc.

No entanto, o sentimento de pertencer a uma “comunidade” árabe ou muçulmana não é um dado natural. Ele se construiu ao longo desses acontecimentos que enviam as populações imigradas a suas origens. Nesse sentido, a Guerra do Golfo (1990-1991) teve um papel fundador. Enquanto os bombardeiros aliados decolavam para Bagdá, alguns alunos de faculdade e do ensino médio denunciavam a dominação do Ocidente e exibiam sua solidariedade com o mundo árabe. “Saddam é um árabe exposto ao ostracismo de todos, como nós em nossos bairros. Por uma vez, não sentimos humilhados, mas defendidos”, declarava então um estudante do ensino médio.9 Essas reações, muito minoritárias, logo desencadearam um debate sobre a lealdade dos filhos de imigrantes. “Seja o que for que se faça, seja o que for que se diga, o beur de Saint-Denis se sentirá sempre mais próximo de seus irmãos que vaiam a França nas ruas de Argel e de Túnis”, escreveu o Le Figaro Magazine (25 jan. 1991). Por reação, os filhos de imigrantes reafirmam suas origens e sua religião estigmatizadas. Segundo os sociólogos Stéphane Beaud e Olivier Masclet, essa guerra desempenha “um papel importante na construção de uma consciência mais ‘racial’ que social entre os filhos de imigrantes magrebinos, especialmente inclinados a pensar a sociedade sob a forma de oposições sucessivas – eles/nós, ocidentais, árabes, franceses/imigrantes, ricos/pobres etc. – que são eles próprios marcados por sua experiência de diversas formas de relegação”.10

Dois problemas indissociáveis

A ideia de que as populações árabe e negra colocavam um problema inédito na história da imigração ganhou progressivamente o conjunto do espectro político. Ela dividiu até a esquerda radical, da qual algumas correntes postulam a singularidade dos imigrantes “pós-coloniais” e da maneira como eles seriam percebidos pelos “brancos”. “O tratamento das populações oriundas da colonização prolonga, sem nela se reduzir, a política colonial”, indica o chamado dos Indígenas da República lançado em 2005. “É como árabes, como negros ou como muçulmanos que as populações originárias das antigas colônias são discriminadas e estigmatizadas”,11 explica Sadri Khiari, um dos fundadores do movimento. Segundo ele, a “violência específica da qual negros e árabes são objeto ou que eles carregam na memória como descendentes de colonizados e emigrantes-imigrantes [...] determina reivindicações que só pertencem a eles, como aquelas relativas às discriminações raciais, ao respeito a seus pais ou, para os muçulmanos, ao direito de ter lugares de oração dignos e de usar o véu. Na realidade, mesmo quando suas exigências são idênticas àquelas de seus vizinhos brancos, ainda assim elas são diferentes”.12

Esse discurso, que contribuía para colocar em concorrência causas legítimas (a dos “brancos” e a das “minorias”), se apoiava num postulado discutível: se os negros e os árabes são discriminados, isso acontece essencialmente em função da cor de sua pele ou pelo fato de eles serem pobres? O exemplo das “abordagens pela aparência”, na origem de frequentes enfrentamentos entre jovens e policiais, esclarece a problemática. Em 2007-2008, dois sociólogos seguiram discretamente patrulhas de polícia nas vizinhanças das estações de metrô Gare du Nord e Châtelet-Les Halles, em Paris.13 Examinando cuidadosamente 525 abordagens, eles constataram que as pessoas identificadas como “negras” ou “árabes” tiveram respectivamente 6 e 7,8 vezes mais riscos de serem abordadas que os brancos. Mas outra variável se mostra igualmente determinante: a aparência decorrente das vestes. As pessoas vestidas com um “traje jovem”, em particular aquelas que exibiam um “look hip-hop”, apresentavam 11,4 vezes mais risco de serem abordadas que aquelas que vestiam uma “roupa do dia a dia” ou “descontraída”. Em outras palavras, um branco com um blusão de moletom e um boné – o uniforme da juventude popular da periferia – estava mais exposto à repressão policial que um negro de terno e gravata.

Evidentemente, a fronteira entre essas variáveis não é estanque. A juventude de origem imigrante é super-representada na população que exibe um “look hip-hop”. As discriminações raciais se juntam às desigualdades sociais para reforçá-las, tornando esses dois problemas indissociáveis. A escolha de insistir sobre esse ou aquele critério –a cor da pele ou o pertencimento a classes populares – é ao mesmo tempo política e estratégica. Ela participa da definição das fraturas da sociedade francesa. Ressaltar o componente social das desigualdades permite combater a ideia de que as populações de origem magrebina e africana constituiriam um problema específico, totalmente distinto das ondas migratórias precedentes e das classes populares em seu conjunto.


ASCENSÃO DA INTOLERÂNCIA

Os atentados de Paris foram seguidos de numerosos atos e ameaças contra muçulmanos. Desde 2007, há um forte aumento dessas ações e daquelas visando os judeus. Em seu último relatório, a Comissão Nacional Consultiva de Direitos Humanos (CNCDH) assinala a persistência dos preconceitos raciais e uma elevação preocupante da intolerância. Ao agregar as respostas a uma série de questões, a comissão calcula a imagem de diversas minorias. A CNCDH revela que as expressões racistas “banalizam-se sobre um pano de fundo de ciberanonimato, do debate sobre os limites do humor e de um olhar de desconfiança em direção ao discurso antirracista, percebido como censor”. Os roms, os muçulmanos e os árabes são os principais alvos da recrudescência da violência. Essa pesquisa mostra que a tolerância cresce em função do nível educacional e que ela é mais forte entre os eleitores de esquerda, bem como, em linhas gerais, entre aqueles de centro. A comissão recomenda o investimento em educação para forçar o recuo dos raciocínios simplistas.

Benoît Bréville

http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1806

“Veneza Paulista” privatiza rio e oferece alívio caro à crise hídrica

 

Laura Capriglione e Conta D'Água — 11/02/15
Enquanto a capital paulista enfrenta rodízio e falta d’água, condomínio no interior desvia curso de rio para criar clima veneziano. Moradores passeiam entre as casas de pedalinho

Você anda chateado com a perspectiva de viver o tal do rodízio de cinco dias a seco para apenas dois com água? Anda procurando, sôfrego, tutoriais no Youtube sobre como construir sua cisterna caseira? Na geladeira da sua casa, ao lado dos tradicionais ímãs com os telefones da pizzaria, da lavanderia e do petshop, agora já tem um de caminhão-pipa? Seus dias de angústia acabaram!

Bem pertinho, a 70 km de São Paulo, você poderá se tornar o feliz proprietário de uma casa com água à vontade — água até dizer chega. Na verdade, trata-se de um rio inteiro, desviado de seu curso normal só para o bem-estar e lazer dos moradores. E tudo com a segurança de um condomínio fechado, vigiado 24 horas por dia por câmeras de monitoramento.

Cenas bucólicas da Veneza Paulista. Pedalinhos e pontes marcam o cenário das ilhas artificiais. Fotos: Mídia NINJA

Trata-se do Condomínio Ribeirão do Vale, situado em Bom Jesus dos Perdões, na beira da rodovia Dom Pedro I. Ali, cerca de 100 casas, 95% das quais equipadas com piscinas, desfrutam o privilégio de ter um rio de águas límpidas passando pelo quintal. Moradores usam pedalinhos –sim, pedalinhos! — para visitar os vizinhos. Pontes românticas ligam os quarteirões ilhados.

Que lindo!

E pensar que, enquanto uns se viram com pedalinhos, piscinas e um rio para chamar de seu, quase no centro de São Paulo milhares de pessoas se veem completamente à mercê dos caprichos da Sabesp, ligando e desligando a água quando lhe dá na telha.

Contraste hídrico entre a Veneza Paulista… | Foto: Sintaema

…e a favela na Vila Mariana, bairro da capital paulista | Foto: Helio Mello/Projeto Xingu

O repórter e fotógrafo Hélio Carlos Mello, do Projeto Xingu e do Conta D’Água, testemunhou, por exemplo, o que acontece com a favela da rua Doutor Mario Cardim, na Vila Mariana. As quinhentas famílias e mais de 2.000 moradores empilhados em barracos tentando preservar alguma dignidade diante das precárias condições de saneamento e superpovoamento do local…

Noventa por cento das casas não têm caixa d’água e, portanto, quando a torneira fica seca é a vida que seca.

Quem ali tem dinheiro para comprar água mineral ou contratar caminhão-pipa a R$ 1.200 a carga de 15.000 litros?

A ironia cruel é que também a favela da Vila Mariana convive diariamente com um rio, no caso o córrego do Sapateiro, que foi aterrado e passa bem embaixo do chão. Em alguns barracos ainda dá para ouvir o som da água subterrânea correndo. Mas fica nisso.

Diariamente, os moradores da favela Mario Cardim se apressam em fazer as atividades domésticas de lavar roupas e panelas, ao mesmo tempo em que põem a comida no fogo. Tudo muito rápido, antes que a torneira seque novamente.

Mas não pensemos nisso. E voltemos rapidamente para o Condomínio Ribeirão do Vale, injustamente apelidado de Veneza Paulista. É injusto porque o condomínio tem vantagens notáveis sobre o original vêneto/italiano. Por exemplo, moradores da versão brasileira podem pescar em seus quintais peixes nativos, como tilápias, pacus, curimbatás, bagres. Também se encontram ali espécies alienígenas, como os matrinxãs, que foram trazidos da bacia amazônica especialmente para o local.

Veneza perde!

Foto: Mídia NINJA

Foto: Mídia NINJA

Os repórteres da Conta D’Água visitaram o condomínio para ver como funciona esse paraíso. Entraram na área privada a pretexto de comprar um imóvel. Havia dois, anunciados pela internet.

Logo no primeiro, depararam-se com o morador na casa vizinha, senhor Luís, que explicou: o condomínio mantém três moinhos em funcionamento permanente a fim de oxigenar a água e manter os peixes saudáveis por mais tempo.

Pescador sortudo, ele se vangloriava da peixada de curimbatá na brasa que fizera na véspera. “Aqui é um oásis no meio da seca”.

O oásis, no caso, custa caro: R$ 330.000, que é o preço de um imóvel assim anunciado: “4 dormitórios, 3 wc, sala, cozinha, varanda com churrasqueira, piscina, rio com pedalinho”.

A ducha de água fria, contudo, o próprio corretor encarregou-se de jogar nos ansiosos compradores que éramos nós. É que as casas do local não têm escritura definitiva. Mas apenas uma tal “escritura de direitos possessórios”. Ou seja, R$ 330.000 a menos no bolso, o comprador será apenas um “posseiro”, sem direito a registro definitivo do imóvel.

Mas, o corretor avisa, “não tem perigo, não”. “O próprio ex-prefeito de Bom Jesus dos Perdões, Calé Riginik, do PSDB, é o morador até hoje da casa 10 do condomínio. Você acha que o ex-prefeito compraria um imóvel aqui se houvesse o mínimo risco de perdê-lo?” Imagine o leitor se em vez do prefeito e de gente como nós, fingindo ter R$ 330.000, “cash”, se não haveria risco de uma violenta “ação de reintegração de posse”, como aconteceu no tristemente famoso caso Pinheirinho.

Sistema de segurança do condomínio e o que restou do rio Atibaia, ao fundo | Foto: Mídia NINJA

Sistema de segurança do condomínio e o que restou do Rio Atibaia, ao fundo. Foto: Mídia NINJA

Em uma entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” realizada em 2010, o então secretário de obras de Bom Jesus dos Perdões, Gerson Coli, admitiu que o condomínio foi instalado sobre o leito do ribeirão Cachoeirinha, “sem licenças dos órgãos devidos (como a Cetesb)”.

No dia 4 de novembro de 2011, entretanto, veio a redenção diretamente do Departamento de Águas e Energia Elétrica da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Governo do Estado de São Paulo, sendo governador o tucano Geraldo Alckmin (PSDB).

“Fica a Sociedade de Amigos Marinas do Atibaia autorizada a utilizar recursos hídricos no Condomínio Ribeirão do Vale, para fins de lazer e paisagismo”. O despacho informa ainda que a água do ribeirão da Cachoeirinha pode ser captada à razão de 97,42 m³/hora, durante as 24 horas do dia, todos os dias e meses do ano.

Dá um total de 97.420 litros captados por hora. Ou 2.338.080 litros por dia. Ou 70 milhões de litros por mês. Ou 840 milhões de litros por ano.

O delírio paisagístico também se expressa na decoração do condomínio. | Foto: Mídia NINJA

Faça chuva ou faça sol, a água do Ribeirão da Cachoeirinha, água limpa que vem do alto da serra, será desviada por entre os canais artificiais que atravessam o condomínio, para só então ser lançada no Rio Atibaia, que abastece 95% de Campinas (SP), e precisa ser frequentemente socorrido por água do Sistema Cantareira (esse falido), já que se encontra em níveis críticos.

As palavras “crise” e “falência” estabeleceram nos dias atuais uma terrível parceria com as palavras rio, represa, abastecimento e sistema hídrico. E pensar que a palavra “Atibaia”, que dá nome ao rio que recebe as águas do condomínio, veio do tupi, significando rio manso, de águas tranquilas, abundantes, agradáveis ao paladar, “manancial de água saudável”.

É triste.

Em volta da tal Veneza Paulista, nas beiras dos rios, mais da metade da mata nativa já foi convertida em plantações de Eucalyptos urophylla, destinadas à produção de lenha e carvão, fonte energética para alimentar os fornos das pizzarias e padarias da Região Metropolitana de São Paulo.

O resultado dessa devastação toda, que acaba em pizza, tem sido a redução espetacular e veloz do total de chuvas na região. Em apenas vinte anos (de 1985 a 2005), o total de precipitações pluviométricas ali caiu de 1.800 mm por ano para uma média de 1.200 mm por ano.

Quando tudo acabar, entretanto, se comprarmos nosso chalé no condomínio, poderemos dizer, como num filme: “Nós sempre teremos Veneza…”

Mas cadê a graça de viver assim?

Calma e pescaria na Veneza Paulista. Seu Luís | Foto: Mídia NINJA

Calma e pescaria na Veneza Paulista. Seu Luís | Foto: Mídia NINJA


Reportagem atualizada em 13/2, às 9h53

http://ponte.org/veneza-paulista-privatiza-rio-e-oferece-alivio-a-crise-hidrica/

Em plena crise hídrica, Sabesp ainda premia grandes consumidores

 

Lista obtida pelo EL PAÍS contém clientes com contratos que incentivam consumo

Há 500 grandes consumidores de água da Sabesp que pagam preços excepcionalmente bons. Eles têm um contrato que premia o consumo, quanto maior ele for, menor será o preço pago por litro de água. É a lógica contrária à aplicada ao restante dos usuários. Mimar os melhores clientes é uma estratégia comum no mundo empresarial, exceto pelo fato de que São Paulo atravessa a pior crise hídrica em 84 anos.

Nessa lista, com data de dezembro de 2014, há condomínios de luxo, bancos, hospitais, shoppings, igrejas, indústrias, supermercados, colégios, clubes de futebol, hotéis e entidades como a Bolsa de Valores de São Paulo, a concessionária da linha 4 do Metrô, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ou a SPTrans.

Alguns clientes [consultar lista], como o shopping Eldorado, consomem por mês cerca de 20.000 m3, o mesmo que mais de 1.200 famílias de quatro membros juntas, considerando que cada indivíduo gasta 130 litros por dia. O shopping, que recebe 1,8 milhão de visitantes por mês, não é o maior consumidor, e há quem gasta até três vezes mais, como a fábrica de celulose Viscofan no Morumbi, a campeã de consumo na lista à qual teve acesso EL PAÍS.

Alvo principal desses contratos, o setor industrial responde por cerca de 40% do consumo de água no Estado

Mas o consumo mensal desses clientes premium pode ser ainda maior porque o levantamento, que foi enviado pela Sabesp à CPI que investiga os contratos da companhia com a Prefeitura, está incompleto. Na lista, que contempla 294 clientes que assinaram seus contratos a partir de junho de 2010, há poucas indústrias. Alvo principal desses contratos, o setor industrial responde por cerca de 40% do consumo de água no Estado, conforme os dados do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE).

O atrativo dos contratos é que todos estes clientes pagam menos do que o valor de tabela aplicado para as atividades comerciais e industriais que desempenham. Para o shopping Eldorado, por exemplo, cada mil litros de água custam 6,27 reais, enquanto os clientes do setor comercial que não assinaram esse contrato pagam 13,97 reais. Um desconto de mais de 55%. Já a Viscofan se beneficia de um desconto de 75%, pois a tarifa aplicada é de 3,41 reais para cada mil litros, quando, caso não tivesse o contrato, deveria pagar 13,97 reais.

O atrativo dos contratos é que todos estes clientes pagam menos do que o valor de tabela aplicado para as atividades comerciais e industriais que desempenham

Entre os exemplos há o caso do Hotel Hilton, na avenida Nações Unidas, no distrito financeiro de São Paulo. O mega-hotel, que mantém aberto um spa e um centro fitness 24 horas por dia, além de uma piscina com vista panorâmica, consome por mês o mesmo que 751 famílias de classe média com quatro membros (11.722 m3/mês). O hotel paga 6,76 reais por cada metro cúbico, quando a tarifa comercial é de 13,97. Neste caso, o valor é menor, inclusive, do que o pago por uma família de quatro membros que paga a tarifa comum (7 reais/m3).

Dos três exemplos citados apenas o shopping respondeu aos questionamentos da reportagem. O empreendimento afirma que toma medidas compensatórias diante de seu alto consumo com o objetivo de reduzi-lo em 15%. O hotel Hilton não havia respondido até a publicação desta reportagem.

A lista secreta

Os contratos, que incluem grandes descontos no fornecimento de água e tratamento de esgoto, foram desenhados para fidelizar os que usam no mês pelo menos 500 metros cúbicos – ou 500.000 litros– o que equivale ao consumo médio mensal de 128 pessoas. Mas o objetivo da Sabesp com essa estratégia, implementada em 2002, não é só fidelizar. A companhia quer impedir que seus clientes comerciais e industriais optem pelo uso de poços privados, conforme afirma em seu último relatório enviado aos investidores.

Nesta crise, deveriam valer para todos as mesmas tarifas e condições de uso da água, porque o acesso à água daqui pra frente não pode mais ser visto como um privilégio de quem têm dinheiro

Carlos Thadeu, gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

Esta lista de clientes era secreta até agora, pois a Sabesp se negou a divulgá-la com o argumento de proteger suas relações comerciais e a privacidade de seus clientes. A companhia também não esclareceu as questões enviadas pela reportagem. A falta de transparência e a vigência dos acordos e suas condições provocam críticas dos especialistas, pois, à beira de um racionamento, a companhia manteria uma política de incentivo a alta de consumo.

“Nesta crise, deveriam valer para todos as mesmas tarifas e condições de uso da água, porque o acesso à água daqui pra frente não pode mais ser visto como um privilégio de quem têm dinheiro ou contrato específico”, afirma Carlos Thadeu, gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

O consumo médio destes 294 clientes representa 1,23% do total do município, segundo cálculos da Sabesp incluídos no documento enviado aos vereadores. O percentual poderia aumentar expressivamente se forem somados os 206 consumidores mais antigos que a companhia omitiu na lista, como as grandes indústrias.

O corregedor-geral da administração estadual, Gustavo Ungaro, determinou no fim de janeiro que a companhia de saneamento entregue em até 30 dias os contratos de demanda firme porque “não há como negar interesse coletivo" da informação, "quer por envolver a atuação de uma sociedade de economia mista quer por ter por objeto a administração de um bem público: a água.” Ungaro analisava recurso da Agência Pública, que em dezembro pediu duas vezes os dados à Sabesp por meio da Lei de Acesso à Informação, mas a empresa se negou a dá-los.

Medidas de contenção

Até março de 2014, o modelo dos contratos incentivava ainda mais o consumo. Até a data, ele poderia ser comparado ao de um pacote de telefonia e internet, em que o cliente paga um valor cheio por um volume (de dados ou de água) acordado previamente. Se usava menos água, portanto, pagava o mesmo valor, mas se ultrapassava a quantidade contratada pagava uma diferença.

mais informações

Com o agravamento da crise hídrica, a Sabesp modificou essa obrigatoriedade de consumo mínimo, liberou os clientes para usarem fontes alternativas de água e os incluiu no programa de multas pelo aumento de consumo até os mananciais se recuperarem.

Com essa liberação, 70% dos clientes adotaram fontes alternativas e reduziram seu consumo com a companhia, segundo o documento enviado à Câmara. É por isso que na lista aparecem vários exemplos de empresas cujo consumo caiu abaixo dos 500m3 exigidos para assinar este tipo de contrato.

A companhia, porém, não inclui seus clientes fidelizados no Programa de Redução de Consumo – que premia com 30% de desconto quem economizar 20%. Assim, uma grande redução do consumo não significaria necessariamente um grande alívio na conta desses clientes.

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/12/politica/1423765554_696443.html

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Vazam documentos em que PSDB promete entregar Petrobrás aos norte americanos

 

DenúnciasPetrobrásPSDB20:36-Comente este artigo


As petroleiras americanas não queriam a mudança no marco de exploração de petróleo no pré-sal que o governo aprovou no Congresso, e uma delas ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB) Aécio (PSDB), a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse.
Por redação
Telegramas enviados da embaixada americana para o Depto. dos Estado dos EUA, vazado pelo Wikileaks, denunciam que José Serra (PSDB-SP) prometeu entregar o pré-sal às petroleiras do exterior.
Segundo a organização internacional, responsável por divulgar telegramas confidenciais de governos e instituições multinacionais, o candidato a presidência do Brasil na época pelo PSDB, José Serra, afirmou por meio de telegrama enviado à Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil dizendo: “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, afirmava o tucano.
“Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, respondeu a diretora, sobre o assessor da presidência Marco Aurelio Garcia e o secretário de comunicação Franklin Martins, grandes articuladores da legislação. Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras
se fosse eleito presidente. A diretoria ainda ousou acusar o governo brasileiro de fazer uso “político” do modelo de partilha de exploração do Pré-sal e afirmou “As regras sempre podem mudar depois”, sobre o modelo adotado pelo Governo.
“A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?”
Este é o título de um extenso telegrama enviado pelo consulado americano no Rio de Janeiro a Washington em 2 de dezembro de 2012. Como ele, outros cinco telegramas publicados no WikiLeaks mostram como a missão americana no Brasil tem acompanhado desde os primeiros rumores até a elaboração das regras para a exploração do pré-sal – e como fazem lobby pelos interesses das petroleiras.
Os documentos revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em especial, com o fato de que a Petrobras será a única operadora – e como elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei.
É que, para o pré-sal, o governo brasileiro mudou o sistema de exploração. As exploradoras não terão, como em outros locais, a concessão dos campos de petróleo, sendo “donas” do petróleo por um deteminado tempo. No pré-sal, elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, a Petrobrás terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos. Outra decisão bastante criticada foi a criação da estatal PetroSal para administrar as novas reservas.
Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia, chega a dizer ao representante econômico do consulado americano que a nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: “O PMDB precisa da sua própria empresa”,afirmou.
Uma das maiores preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro. Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: “O PSDB não apareceu neste debate”.“Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro”, conclui o telegrama do consulado.É isso que mostra telegrama diplomático dos EUA, de dezembro de 2009, obtido pelo site WikiLeaks (WWW.WIKILEAKS.CH). A organização teve acesso a milhares de despachos. A Folha e outras seis publicações têm acesso antecipado à divulgação no site do WikiLeaks.
“Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.
Um dos responsáveis pelo programa de governo de Serra, o economista Geraldo Biasoto confirmou que a proposta do PSDB previa a reedição do modelo passado.
“O modelo atual impõe muita responsabilidade e risco à Petrobras”, disse Biasoto, responsável pela área de energia do programa. “Havia muito ceticismo quanto à possibilidade de o pré-sal ter exploração razoável com a mudança de marcos regulatórios que foi realizada.”
Segundo Biasoto, essa era a opinião de Serra e foi exposta a empresas do setor em diferentes reuniões, sendo uma delas apenas com representantes de petroleiras estrangeiras. Ele diz que Serra não participou dessa reunião, ocorrida em julho deste ano. “Mas é possível que ele tenha participado de outras reuniões com o setor”, disse.
SENSO DE URGÊNCIA
O despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro.
O texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem “senso de urgência”. Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra respondeu, sempre segundo o relato: “Vocês vão e voltam”.
A executiva da Chevron relatou a conversa ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara no começo deste mês.
Desde 1997, quando acabou o monopólio da Petrobras, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão.
Nesse caso, a empresa vencedora da licitação ficava dona do petróleo a ser explorado -pagando royalties ao governo por isso.
Com a descoberta dos campos gigantes na camada do pré-sal, o governo mudou a proposta. Eles serão licitados por meio de partilha.
Assim, o vencedor terá de obrigatoriamente partilhar o petróleo encontrado com a União, e a Petrobras ganhou duas vantagens: será a operadora exclusiva dos campos e terá, no mínimo, 30% de participação nos consórcios com as outras empresas.
A Folha teve acesso a seis telegramas do consulado dos EUA no Rio sobre a descoberta da reserva de petróleo, obtidos pelo WikiLeaks.
Datados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, mostram a preocupação da diplomacia dos EUA com as novas regras. O crescente papel da Petrobras como “operadora-chefe” também é relatado com preocupação.
O consulado também avaliava, em 15 de abril de 2008, que as descobertas de petróleo e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderiam “turbinar” a candidatura de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.
O consulado cita que o Brasil se tornará um “player” importante no mercado de energia internacional.
Em outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, a executiva da Chevron comenta que uma nova estatal deve ser criada para gerir a nova reserva porque “o PMDB precisa de uma companhia”.
Texto de 30 de junho de 2008 diz que a reativação da Quarta Frota da Marinha dos EUA causou reação nacionalista. A frota é destinada a agir no Atlântico Sul, área de influência brasileira.

http://www.portalmetropole.com/2015/01/vazam-documentos-em-que-psdb-promete.html

Ceará registra 76 mortes violentas durante o carnaval

 

Apesar da leve alta registrada, as forças de segurança consideraram o Carnaval deste ano tranquilo.

Redação
jornalismo@cearanews7.com.br

Na tarde desta quinta-feira (19), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Estado do Ceará, em conjunto com as suas vinculadas Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, apresentou o resultado da Operação Carnaval 2015. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa, nas dependências da SSPDS. A operação iniciou na sexta-feira (13) às 18 horas e durou até às 6 horas dessa quarta-feira (17). Também participaram órgãos da Prefeitura Municipal de Fortaleza – Secretaria Municipal de Segurança Cidadã, Guarda Municipal de Fortaleza, Defesa Civil do Município, Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) –, além da Secretaria do Turismo do Estado.
Durante o período, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) abordou 19,3 mil veículos nas rodovias estaduais. Destes, 718 foram apreendidos, com uma diferença de 107 veículos a mais do que o ano de 2014. Já em relação ao registro de acidentes nas estradas, houve redução de 62 ocorrências. Neste ano, foram contabilizados 48, ocasionando 11 mortos. Em 2014, foram registrados 110 acidentes, com 17 mortes. Contudo, as autuações pela Lei Seca aumentaram. Foram 429 neste ano, 30 casos a mais do que no ano passado. Neste carnaval, 424 Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) foram apreendidas, enquanto em 2014 foram 398.
Como resultado do trabalho desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros Militar, o número de afogamento fatais registrados no Estado caiu de cinco (05) em 2014 para três (03) no Carnaval deste ano. Foram resgatadas com vida 104 pessoas durante o feriado, sendo 33 a mais do que no ano passado. No total, foram registradas 6.944 ações de prevenção.
A Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS atuou na Operação Carnaval 2015 com sete aeronaves, totalizando 57 horas de vôo em missões como remoções aeromédicas, resgate em afogamento, apoio à Marinha do Brasil, vôos de patrulhamento e apoios a operações policiais, entre outras. Ao todo, foram atendidas 66 demandas operacionais. Entre as sete aeronaves, duas são operacionais multimissão, equipadas com UTI aérea.
Armas apreendidas
Também houve um aumento na apreensão de armas de fogo durante o Carnaval. A Polícia aprendeu 75 armas. Destas, 24 foram em Fortaleza, 11 na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e 40 no interior do Estado. Em 2014, o número de apreensões foi de 61.
Foram presas e apreendidas em flagrante 522 pessoas. A maioria, no interior, com 314 autuações. A Capital e RMF somaram 208 autuações.
CVLI
Os números de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), comparados com 2014, permaneceram estáveis na Capital e RMF, com 25 e 13 casos, respectivamente. Já no interior, os números oscilaram. No Norte do Estado, houve uma queda de 16 CVLI em 2014 para 15 neste ano. Contudo, no Interior Sul, foram 23 delitos. Um aumento de seis casos, se comparado a 2014, quando houve 17 infrações dessa natureza na região. Ao todo, foram registrados 76 CVLI no Ceará durante o feriado de 2015. Em 2014, foram 71. Apesar da leve alta registrada, as forças de segurança consideraram o Carnaval deste ano tranqüilo, uma vez que nos locais de concentração de festa houve poucas ocorrências.
O aumento verificado no período foi puxado por uma tendência de alta que vem se apresentando no Interior Sul. Com o objetivo de reverter a situação, o Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Delci Teixeira, acompanhado do Delegado Geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, do Comandante Geral da Polícia Militar, Cel. Giovani Pinheiro, e do Comandante Geral dos Bombeiros, Cel. Carlos Gurgel, se dirigiu a Juazeiro do Norte nesta quinta-feira (19), onde está sendo realizada uma série de reuniões. Uma força tarefa, sob responsabilidade do Comandante Geral adjunto da PM, Cel. Hervano Macedo, foi designada para combater os crimes na região.
* Com informações da SSPDS.

http://www.cearanews7.com.br/ver-noticia.asp?cod=24856

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

'Oposição precisa de projeto, além de atacar PT'

 

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Jornalista Mauro Santayanna, um dos mais experientes do País, elenca razões para a necessidade da oposição em ter um "projeto alternativo para o país que vá além da permanente criminalização do Partido dos Trabalhadores", em benefício de sua própria sobrevivência; ele lembra que é o PMDB, e não a oposição, quem governaria o Brasil caso a presidente Dilma deixasse seu cargo; diz que na "remotíssima" chance do impeachment, ele só atingiria a presidente, e não o PT; "sempre sobra um estilhaço para quem joga pedra nos outros e tem telhado de vidro", acrescenta; e a bateria de ataques, pelo exagero, pode levar a população a pensar em conspiração e acabar levando o Planalto a se recuperar, argumenta

19 de Fevereiro de 2015 às 10:18

247 – Um dos mais experientes jornalistas brasileiros, Mauro Santayanna relaciona, em um artigo sobre o atual cenário político, as razões que comprovam a necessidade da oposição em ter um "projeto alternativo para o país que vá além da permanente criminalização do Partido dos Trabalhadores", em benefício de sua própria sobrevivência.

Ele ressalta que não seria a oposição quem governaria o País caso a presidente Dilma Rousseff deixasse seu cargo, mas sim o PMDB. Santayanna afirma ainda que uma "remotíssima" chance de aprovação de impeachment prejudicaria especificamente a presidente, e não seu partido, o PT.

Entre os motivos para que a oposição pense em um projeto além dos ataques ao governo, ele cita que "sempre sobra um estilhaço para quem joga pedra nos outros e tem telhado de vidro". Além de que a bateria de ataques, pelo exagero, poderia levar a população a pensar em conspiração e acabar levando o Planalto a se recuperar.

Leia abaixo a íntegra de seu artigo:

DE CONFISCOS E DE IMPEACHMENTS

Anteontem, cerca de 200 pessoas se reuniram na Avenida Paulista, para pedir uma "intervenção" militar, com a derrubada do governo. No Whats Up convocam-se brasileiros para saírem às ruas pelo impeachment da Presidente da República; para que não se abasteça em postos da Petrobras - as multinacionais penhoradamente agradecem - e alerta-se a população para que retire seu dinheiro da CEF, porque o governo vai confiscar o que estiver depositado nas contas de poupança da instituição, que teve um crescimento de mais de 22% em sua carteira de crédito, 7 bilhões de reais em lucro e uma inadimplência de apenas 2.56% em 2014.

É preciso lembrar que, caso Dilma saia, será o PMDB que continuará a governar o país. O poder não será entregue aos anti-petistas mais radicais ou aos militares como - dentro e fora da internet - defendem alguns.

Seria o PMDB, e não a oposição, que conduziria uma eventual (cada vez mais distante) reforma política. E ele provavelmente lançaria candidato próprio daqui em 2018.

Além disso, na remotíssima possibilidade de que fosse aprovado o impeachment da Presidente da República, ele só atingiria a a prória Presidente, e não o PT, como partido.

Nesse caso, alguém acredita que Lula deixaria de se lançar Presidente, contando com uma militância muitíssimo mais aguerrida pela promulgação - para todos os que votaram em Dilma e no PT- do que seria encarado como um golpe branco?

A oposição - principalmente a mais preparada - precisa, até mesmo em benefício da democracia, e da sua própria sobrevivência política, construir um projeto alternativo para o país que vá além da permanente criminalização do Partido dos Trabalhadores.

Primeiro, porque - como se vê por escândalos de outras agremiações políticas, incluído o da Petrobras - sempre sobra um estilhaço para quem joga pedra nos outros e tem telhado de vidro.

Em segundo lugar, porque a bateria de ataques, constantes, repetitivos, contundentes, que está ocorrendo, a cada dia, a cada hora, sem descanso, pode, pelo exagero, acabar levando a maioria da população a identificar, neles, apenas mais uma espécie de conspiração contra o governo, fazendo com que a popularidade do Palácio do Planalto termine por se recuperar, mais tarde, como ocorreu em outras ocasiões em que a destruição do PT era tida como certa, como nas manifestações de 2013, e no massacre institucional do "mensalão".

E, finalmente, porque se enganam aqueles que acham que a direita vai reservar lugar, no seu bonde, para eles.

A direita é, por natureza, radical, impiedosa e excludente.

Quando ela - ou melhor, o seu extremo - se organizar institucionalmente, seu discurso será claramente fascista, inequívoco, e antidemocrático, o que poderá dificultar certas alianças.

E ela terá seu próprio projeto, partido e candidato - convenientemente engordados pelo discurso anticomunista e "anti-bolivariano" de agora - para entrar na disputa.

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/170470/'Oposição-precisa-de-projeto-além-de-atacar-PT'.htm

Carnaval tem menor número de registros nas estradas

 

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O carnaval de 2015 foi considerado o menos letal dos últimos oito anos; redução de acidentes chegou a 22%, houve 18% menos feridos e o número de mortos caiu 28% na comparação dos dois carnavais; entre sexta (13) e quarta (18), foram registrados 2.785 acidentes no país, que resultaram em 120 mortes e 1.786 feridos

19 de Fevereiro de 2015 às 21:46

Michèlle Canes - Repórter da Agência Brasil

O carnaval de 2015 foi considerado o menos letal dos últimos oito anos. O número de mortos, feridos e de acidentes registrados nas estradas brasileiras caiu em relação ao carnaval de 2014, conforme divulgou hoje (19) a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A redução de acidentes chegou a 22%, houve 18% menos feridos e o número de mortos caiu 28% na comparação dos dois carnavais. Os números são calculados com base em grupos de 1 milhão de veículos, cada. Entre sexta-feira (13) e quarta-feira de cinzas (18), foram registrados 2.785 acidentes no país, que resultaram em 120 mortes e 1.786 feridos.

“Nós atribuímos isso, em larga medida, à mudança de fiscalização da PRF e a outras situações desenvolvidas ao longo do período, como o próprio aperfeiçoamento da lei que trata do alcoolismo ao volante. Acreditamos que este ano o aperfeiçoamento da fiscalização nas estradas levou a este resultado, que superou, inclusive, as nossas expectativas”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Entre as melhorias estão os índices de três estados. No ano passado, Bahia, Minas Gerais e Paraná foram responsáveis por 40% das mortes registradas nas estradas durante o carnaval. Este ano, para mudar os índices, houve um reforço no efetivo, e os números caíram. Apesar da melhora, Minas Gerais – que teve redução de 47% nos óbitos com relação à frota - ainda apresentou a maior quantidade de acidentes e mortos em números absolutos. Devido às características de Minas, de ter a maior malha rodoviária federal, uma economia forte e grande frota de veículos, também serve de corredor de transporte para outros estados. Então, muitas pessoas de estados vizinhos utilizam as rodovias de Minas para transitar”, disse o coordenador da Operação Rodovida, Stênio Pires.

As colisões frontais foram responsáveis pelo maior número de mortes, apesar de não representarem o principal tipo de acidente. Esse tipo de batida é causado principalmente pela mistura entre ultrapassagens forçadas em locais proibidos e a alta velocidade. “A imprudência ainda ocasiona 85% dos acidentes. Os dois fatores principais são a ultrapassagem e a velocidade. E quando temos esses dois fatores somados, com certeza o acidente é grave”, reforçou Pires.

A PRF registrou também pessoas que dirigiram sob efeito de álcool. Foram feitos mais de 85 mil testes de bafômetro, que resultaram em 372 prisões de condutores e mais de 2 mil sanções administrativas: multas, recolhimento da carteira de motorista e retenção de veículos. O coordenador da operação acredita que as mudanças recentes na legislação brasileira, como o aumento do valor de multas para certas infrações, ajudaram na redução dos acidentes. “Quanto maior o rigor da legislação, melhor para a fiscalização. Tem o receio da população de ser autuado por conta da fiscalização”, acrescentou.

A Operação Carnaval faz parte da segunda etapa de uma ação mais ampla, a chamada Operação Integrada Rodovida. A medida conta com ação de diferentes órgãos dos governos federal, estaduais e municipais para reduzir a violência no trânsito. A primeira etapa da Operação Rodovida aconteceu entre os dias 12 de dezembro de 2014 e 31 de janeiro de 2015, e a segunda etapa teve início no dia 6 de fevereiro e termina no próximo dia 22.

Brasil 247

Dr. Moro, o senhor está dizendo que o STF pode ser corrompido?

 

18 de fevereiro de 2015 | 23:49 Autor: Fernando Brito

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Registrou-se alguma tentativa de interferência do Ministro da Justiça sobre o Sr. Dr. Juiz Sérgio Moro?

Acaso José Eduardo Cardozo telefonou-lhe pedindo para “aliviar” alguém?

Seu trabalho – que não é o de acusar, mas o de julgar – foi obstaculizado por alguma ação do Ministério da Justiça?

Não.

Então, Dr. Moro, o senhor está cometendo os maiores pecados que pode praticar um Juiz.

O de falar sobre o que está fora do processo judicial aos seus cuidados.

Referir-se aos advogados dos réus como “emissários dos presos” é fazer uma redução criminosa do papel da advocacia.

Pretender que eles não possam discutir o procedimento do juízo e, até, suas decisões – desde que as cumpram – é manifestar uma visão autoritária da Justiça, própria dos absolutistas, que consideram o exercente do poder algo próximo de Deus, sobre quem não se permite dúvida ou discordância.

Coisa de tiranos, não de homens da Justiça.

O senhor, por acaso, tem a seu lado o acocoramento do espírito da liberdade que, um dia, já ficou de pé neste país.

Dizer que é necessária a manutenção de uma prisão preventiva para “preservar a integridade da Justiça contra a interferência do poder econômico” é o mesmo que dizer que as instâncias judiciais acima da sua – porque, certamente, só o que erode sua independência é o arreganho autoritário que lhe acompanha o narcisismo – são corruptíveis.

No caso, o Supremo Tribunal Federal.

É a ele que o senhor acusa de estar sujeito à “interferência do poder econômico”.

Mais especificamente, chama de corruptível ao Ministro Teori Zavaski, a quem cabe apreciar, em segunda instância, suas decisões?

Porque é essa a exegese de suas palavras desabridas.

O senhor acha que o Ministro da Justiça, que não tomou sequer a providência de mudar a equipe de delegados que se refestelaram no facebook em politicagem eleitoral, vai ser portador de pressões econômicas sobre os ministros do Supremo?

Porque é o Supremo, e só ele, quem pode revogar suas decisões.

Se em relação a Cardozo é um delírio, em relação aos integrantes do STF é uma ofensa.

O senhor está fazendo, na prática, uma acusação à honra dos ministros do STF que, se tiverem brio, hão de lhe chamar às falas mediante simples representação.

Infelizmente, brio parece estar mais escasso no Brasil do que as chuvas.

Mas, apesar do avassalamento dos caráteres, haverá pessoas do povo, simples como eu, a perguntar-lhe: afinal, Dr. Moro, a quem o senhor está chamando de corruptor e de corrupto, além dos réus a quem o senhor, generosamente – depois de te-los chamado de “bandidos profissionais” já perdoou-

A quem o senhor diz que haveria a malsinada “interferência do poder financeiro”?

Tijolaço

Detran e PRE autuam 550 condutores com base na Lei Seca

 

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Mesmo com o rigor da Lei Seca, 550 condutores foram autuados pelo Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) durante o período do Carnaval 2015 nas rodovias estaduais, por conduzirem os veículos sob efeito de bebidas alcoólicas. Eles responderão a processo administrativo e receberão uma multa de R$ 1.915,40, além de terem suspensas a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa por 12 meses.

O Detran registrou mais de 7 mil infrações durante o período da operação carnaval que aconteceu de 13 e 17, pelo Detran e a Polícia Rodoviária Estadual. Deste total, cinco mil foram por excesso de velocidade e dois mil por veículos não licenciados, condutores não alcoolizados, não habilitados ou conduzindo motocicleta sem capacete.

Houve registros ainda de 63 acidentes com 14 mortes nas rodovias estaduais, sendo três envolvendo motocicletas, com 37, dos quais 17 estavam em motocicletas. O Detran e a PRE realizaram 155 operações em todas as regiões do Estado.

http://www.cearaagora.com.br/site/2015/02/detran-e-pre-autuam-550-condutores-com-base-na-lei-seca/

domingo, 15 de fevereiro de 2015

TRINTA AÇUDES DO CEARÁ ESTÃO COM MENOS DE 1% DE ÁGUA

 

Dos 149 açudes monitorados no Ceará, 30 estão com volume abaixo de 1% da capacidade e outros 94 têm volume inferior a 30%. O dados são do Portal Hidrológico do Ceará e dos boletins da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Em setembro de 2014, eram 15 os reservatórios com volume menor que um 1%. As bacias hidrográficas em pior situação são Curu, Sertões de Crateús, Banabuiú e Baixo Jaguaribe.

Considerando a situação geral dos reservatórios, houve queda de 10 pontos percentuais no volume - passando de 29,64% em fevereiro do ano passado para os atuais 19,33%. Os dados foram coletados na última quinta-feira, 12. Para Hypérides Macêdo, especialista em Recursos Hídricos e ex-secretário Nacional do Ministério da Integração, a queda na reserva de água dos açudes cearenses corresponde ao “normal que acontece no período seco do ano de junho a janeiro. O problema maior é que a reposição em 2014 foi reduzida por conta da pouca chuva”, destaca.

A maior preocupação, segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, é que a água está concentrada em dois reservatórios (Castanhão e Orós). O gestor lembra que as bacias do Alto Jaguaribe, do Médio Jaguaribe e a Metropolitana acumulam - respectivamente - 38,99%, 21,92% e 20,63% do volume total de cada uma. É um contraste quando observadas a Bacia do Baixo Jaguaribe, que tem apenas 1,8% do seu volume total, ou a Bacia dos Sertões de Crateús - que tem somente 0,35%.

Açudes com volume inferior a 1%:

Broco: 0,44%

Faé: 0,60%

Forquilha II: 0%

Parambu: 0,99%

Pau preto: 0,99%

Trici: 0,22%

Várzea do boi: 0,52%

Jenipapeiro II: 0,75%

São Domingos II: 0,48%

Umari: 0,56%

Madeiro: 0,34%

Carmina: 0,48%

Várzea da volta: 0,4%

Desterro: 0%

Jerimum: 0,01%

Salão: 0,99%

São Domingos: 0%

São Mateus: 0,52%

Sousa: 0,06%

Tejuçuoca: 0,66%

Barra Velha: 0,98%

Barragem do Batalhão: 0%

Carnaubal: 0%

Colina: 0,98%

Cupim: 0,08%

Flor do Campo: 0,01%

Jaburu II: 0,07%

São José III: 0%

Sucesso: 0%

Santa Maria de Aracatiaçu: 0,76%

(O Povo)

http://sobraldeprima.blogspot.com.br/

EI divulga vídeo com decapitações em massa

 

:

O grupo extremista Estado Islâmico divulgou, neste domingo (15), um vídeo onde exibe a decapitação de 10 homens identificados como cristão coptas egípcios que teriam sido capturados na Líbia; no vídeo, os prisioneiros aparecem vestidos com roupas laranjas, ajoelhados e algemados com as mãos para trás.; em seguida, eles são decapitados pelos extremistas

15 de Fevereiro de 2015 às 20:05

247 - O grupo extremista Estado Islâmico divulgou, neste domingo (15), um vídeo onde exibe a decapitação de 10 homens identificados como cristão coptas egípcios que teriam sido capturados na Líbia. No vídeo, os prisioneiros aparecem vestidos com roupas laranjas, ajoelhados e algemados com as mãos para trás. Em seguida, eles são decapitados pelos extremistas.

Além das imagens da execução, o vídeo traz a informação de que é "uma mensagem assinada com sangue para a nação da cruz" e que é dirigida aos "seguidores da hostil igreja egípcia".

Na última edição da revista eletrônica mantida pelos militantes do Estado Islâmico, o grupo anunciou que havia capturado 21 cristãos coptas egípcios

Brasil 247

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Vereador denuncia esquema de propina dentro do Demutran de Juazeiro do Norte

 

O vereador Bertran Rocha (PT do B), da base do prefeito Raimundo Macedo (PMDB), denunciou nesta quinta-feira (12), no plenário da Câmara Municipal, um esquema de propina, que segundo ele, estaria sendo praticado para a liberação de veículos apreendidos e em poder do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), órgão da Secretaria de Segurança de Juazeiro do Norte. "Ninguém retira moto apreendida pelo Demutran sem pagar a quantia de R$ 100,00 a agentes públicos de lá", afirmou o vereador, que faz parte da base do prefeito Raimundão. Na mesma denúncia, Bertran também denunciou que peças de motos desaparecem misteriosamente.
Bertran disse que colocou nos últimos 15 duias, seis assessores para realizar campana no Demutran, depois de ser impedido de retirar a moto de um correligionário. "Todos nesta cidade sabem que alguns vereadores da base têm regalias. Alguns retiram motos e veículos apreendidos e outros não. Fui tentar retirar a moto de um leiteiro amigo, que estava com a documentação atrasada e não deixaram. Me disseram sem constrangimento algum que só retiraria se pagasse", revelou o vereador ainda em plenário.
Indignado com o fato, Bertran disse que tentou alertar alguns colegas do problema que, conforme ele, vem ocorrendo no Demutran, mas ninguém lhe ouviu. "Por isso, faço agora a denúncia no plenário da casa", explicou. O vereador disse possuir documentos que comprovam sua denúncia e pretende levar o caso ao conhecimento do Ministério Público.
O caso teve ampla repercussão na sessão ordinária desta quinta-feira. Os vereadores Tarso Magno (PR), Gledson Bezerra (PTB), Darlan Lobo (PMDB) e até o líder do prefeito, vereador Capitão Vieira Neto (PTN), concordaram em enviar requerimento ao secretária da Segurança, coronel Antônio Herdez Miranda, para que ele compareça à câmara para dar explicações, antes do caso seguir para investigações do Ministério Público. "Não podemos julgar o atual secretário, Herdez Miranda. Ele assumiu a pasta há 20 dias. Por isso vamos ouvir o que ele tem a dizer", ponderou o vereador Gledson Bezerra.
Já o vereador Cláudio Luz (PT), que na gestão passada (Dr. Santana) foi secretário de Segurança de Juazeiro do Norte, lamentou o fato. Segundo ele, em sua gestão foi implantada um sistema de informatização, onde todos os veículos apreendidos pelo Demutran eram cadastrados e arquivados nos computadores. Para liberar, só através de senha do servidor responsável pelo setor. "Infelizmente, esse sistema foi abandonado e hoje é feito de forma manual, que dá margem a corrupção e desvio de conduta", afirmou Luz.
Por Roberto Bulhões do pessoal do blog em Juazeiro do Norte.

Postado por pompeumacarioàs 06:59:00

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Política 'desastrosa' da distribuição de água agravou crise hídrica no Ceará

 

Especialista alerta que açudes teriam sido construídos para beneficiar grandes empresas.

Redação
jornalismo@cearanews7.com.br

O agravamento da crise hídrica no Estado do Ceará nos últimos anos, foi tema de aula pública realizada nesta quinta-feira (11) no campus do Instituto Federal do Ceará (IFCE) em Crateús. Durante o evento, foram discutidas as razões naturais da seca na região, quais setores da sociedade usam e gastam mais água, quem se privilegia e quem sofre com o problemas.
Um dos destaques foi a participação do professor Alexandre Araújo Costa, PhD em Ciências Atmosféricas pela Universidade de Yale, com publicações nas revistas científicas mais importantes do mundo.
Membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que se tornou uma das referências mais citadas nas discussões sobre mudança climática, Alexandre revela que além do problema da falta de chuvas, muita água estaria sendo retiradas dos açudes cearenses para beneficiar grandes empresas.
O especialista chama atenção ainda para que o governador Camilo Santana mude a política de distribuição da água, conduzida desastrosamente nos últimos oito anos pelo ex-governador Cid Gomes, priorizando o agronegócio e as grandes indústrias.
Alexandre cita o exemplo de açudes que foram construídos especificamente para atender a demanda de algumas empresas, e que ao longo dos últimos três anos secaram, como o açude Sítio Novos em Caucaia.
Ouça abaixo trecho da entrevista veiculada na edição desta sexta-feira (12) do jornal Ceará News (Rede Plus FM - Feliz FM Fortaleza 90,7 e Rádio Ministério Canaã Fortaleza 93,5).

http://www.cearanews7.com.br/ver-noticia.asp?cod=24688

Cunha: "Não vejo espaço para impeachment"

 

LUIS MACEDO:

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi enfático nesta quarta-feira, 11, ao rechaçar a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, defendida abertamente pela oposição no Congresso e por seus representantes na grande mídia; "Não vejo espaço para isso [pedido de impeachment da presidente]. Não concordo com esse tipo de discussão e não terá meu apoiamento", afirmou; tido como desafeto da presidente, Cunha reconheceu: "Existe uma diferença muito grande entre você ter qualquer tipo de divergência ou forma como atuar com independência. Mas o governo que aí está legitimamente eleito"

11 de Fevereiro de 2015 às 15:00

Brasília 247 - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), jogou nesta quarta-feira, 11, um balde água fria nos ânimos dos parlamentares da oposição que defendem eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Não vejo espaço para isso [pedido de impeachment da presidente]. Não concordo com esse tipo de discussão e não terá meu apoiamento", decretou Cunha. "Existe uma diferença muito grande entre você ter qualquer tipo de divergência ou forma como atuar com independência. Mas o governo que aí está legitimamente eleito. Não dá para você, no início do mandato, querer ter esse tipo de tratamento neste processo", afirmou.

Cunha autorizou a criação de uma CPI na Câmara para investigar o esquema de corrupção na Petrobrás. Após o recesso de Carnaval, o presidente da Casa disse que instalará a comissão e indicará nomes para compô-la, caso os partidos não façam isso.

"Quem não tiver indicado, eu vou indicar. Isso será uma prática normal aqui, a gente conceder os prazos e os partidos que não indicarem, nós vamos substituir, indicar e, depois, eles substituem, se assim entenderem", explicou o presidente.

Cunha disse ainda que o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), candidato derrotado na disputa pela liderança do PMDB na Câmara, ocupará o "principal posto" da CPI. Mas não disse se Luma ficaria com a presidência ou a relatoria da comissão.

http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/169803/Cunha-N%C3%A3o-vejo-espa%C3%A7o-para-impeachment.htm

O BRASIL DA MÍDIA GOLPISTA, E O BRASIL DE VERDADE

 

Vago ao acaso pela internet na manhã desta segunda e topo com dois artigos que, diferentes em vários pontos, são iguais no desalento, na neurastenia e no pessimismo.
Um é de Mino Carta e o outro de Vinicius Mota, secretário de redação da Folha.
O de Mino diz no subtítulo: “O Brasil vive um momento sombrio de extrema gravidade e Dilma tem de agir depressa para evitar o pior.” Mino pergunta: “Ainda dá tempo?”
O título do de Mota dá um passo além. “Rumo ao abismo.”
Penso um pouco e chego à seguinte conclusão: os dois andam lendo demais jornais e revistas. Podem também estar vendo e ouvindo mais do que deviam Globo, Globonews, CBN, Jovem Pan etc.
Pela mídia, o Brasil parece um país em que os cidadãos fazem fila para se suicidar à beira de viadutos.
A predominância de más notícias é impressionante.
Dou um pulo, ao acaso, no G1. Na primeira página, você encontra:
Ao vivo, a marcha do dólar (para cima) e da Bolsa (para baixo);
Inadimplência recorde em recolhimento de seguros de moto;
8277 pessoas mortas em acidentes nas rodovias federais em 2014;
Mulher morta em tiroteio entre PM e ladrões em SP;
Ação da PM que deixou um morto no Rio;
Lixo, drogas, briga, sexo e pancadão na Vila Madalena;
Carreta que tomba e esmaga dois carros em SC;
Vídeo de carros arratados por enchente;
Vídeo em que o namorado bate no cachorro de uma mulher;
Áudio em que presos no RS ordenam assassinatos.
A lista vai adiante.
Se o G1 fosse uma pessoa, você poderia classificá-lo como doentiamente mórbido. Quando até inadimplência de motos é primeira página, é porque o quadro é de extrema gravidade.
Mas o G1 é apenas um produtor de conteúdo entre tantos, em todas as mídias, que sofrem do mesmo mal – um desequilíbrio patológico.
O Brasil que eles refletem é um pesadelo irremediável.
Mesmo um mero locutor esportivo está tomado por essa doença. Outro dia, ao transmitir um jogo de tênis, Osvaldo Maraucci, da ESPN, disse que os brasileiros desistiram do Brasil. Garantiu aos ouvintes que Miami tem um número recorde de brasileiros.
Onde se baseia tanto negativismo?
Nas pessoas é que não é.

O mesmo Datafolha do fim de semana que trouxe queda da aprovação de Dilma – saudada com rojões pela imprensa – mostrou algo que ninguém explorou.

59% dos brasileiros consideram o Brasil um país “ótimo ou bom” para viver. Outros 28% optaram pelo adjetivo “regular”.
Apenas 13% disseram que somos um país “ruim ou péssimo”.
Perguntados sobre se sentiam vergonha ou orgulho de serem brasileiros, os entrevistados orgulhosos superaram amplamente os envergonhados.
74% optaram por orgulho contra apenas 24% de envergonhados.
É como se houvesse dois Brasis. O da mídia e o de verdade.
Para quem consome muita imprensa, são dados surpreendentes.
Mas não para quem vive a vida como ela é no Brasil. Pesquisas que aferem o grau de felicidade das pessoas nos países colocam sempre o Brasil em boa posição.
Agora mesmo: forma-se na mídia um consenso de uma crise generalizada. “Temo havermos perdido o rumo da história”, escreveu FHC num artigo.
Os dados objetivos sustentam isso? O desemprego é um dos mais baixos do mundo. Milhões de pessoas deixaram a pobreza nos últimos anos. Jovens pobres frequentam como nunca as universidades.
A economia, é certo, vive um momento complicado – mas o mundo todo está na mesma situação. Estados Unidos? Sim. Alemanha? Sim. Reino Unido? Sim. Japão? Sim.
Até a China dos 14% de crescimento anual ficou lá para trás.
Não somos patinhos feios num universo de gansos lindos e prósperos. O PIB brasileiro talvez tenha crescimento zero em 2015, mas, neste soluço, estaremos na companhia das maiores economias do mundo.
E teremos um relativo conforto diante de outro emergente, a Rússia, que prevê queda de 5% no PIB neste ano.
Logo, não há razões concretas para a depressão patológica da imprensa.
O brasileiro é feliz. A mídia é torturada. O problema não está, naturalmente, no brasileiro – mas na mídia, que em sua formidável miopia enxerga o mundo como uma miserável extensão de si mesma.
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5853 visitas - Fonte: Diário do Centro do Mu

Serra defende entrega do pré-sal ao capital

 

O senador José Serra (PSDB-SP), em entrevista publicada nesta quinta-feira (5) no Estadão, afirma que a Petrobras tem “excesso” de diversificação e defende a venda de ativos que, segundo ele, dão prejuízo, como por exemplo, o pré-sal.

Serra afirma que a estatal deve se resumir em “explorar e produzir petróleo”. “Hoje, ela atua na distribuição de combustíveis no varejo, nas áreas de petroquímica, fertilizante, refinaria, meteu-se em ser sócia de empresa para fabricar plataformas e investiu até em etanol, justamente quando a política de contenção de preços da gasolina arruinava o setor. O que dá prejuízo precisa ser enxugado”, disse ele. Quando o repórter pediu para que ele definisse esse “enxugado”, Serra revela seu verdadeiro interesse: “Vendido, concedido ou extinto”.
O senador ignora o fato de que sem a atuação da Petrobras nenhum destes setores teria se desenvolvimento, já que a iniciativa privada, principalmente os cartéis internacionais do petróleo, não se interessa no avanço dessas plataformas. Além disso, as ações estratégicas da Petrobras tem efeito multiplicador gerando uma política de conteúdo nacional, milhares de empregos qualificados na construção naval, na indústria de equipamentos, na siderurgia, na metalurgia, na tecnologia.
Primeiro passo tucano: pré-sal
Segundo o senador tucano, a primeira tarefa é revisar o modelo do pré-sal. “Tem que começar pela revisão do modelo do pré-sal: retirar a obrigatoriedade de a empresa estar presente em todos os poços, ser a operadora única dos consórcios e ter que suportar os custos mais altos da política de conteúdo nacional”.
Cobiçada há anos pelos cartéis internacionais do petróleo, a Petrobras é a maior empresa da América Latina, inclusive a de maior lucro, com mais de U$ 10 bilhões. A estatal foi a maior produtora de petróleo do mundo, ultrapassando a norte-americana Exxon. E a extração de petróleo do pré-sal, que Serra quer entregar, já passa de 500 mil barris por dia.
Da redação do Portal Vermelho
Com informações do Estadão
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