O ódio destilado pela direita quando há um governo (pelo menos) de centro-esquerda é recorrente no Brasil. Na tentativa de influir no resultado das eleições, reacionários de diferentes matizes despejam impropérios de toda natureza. A retórica da reação tem alvo certo: a política em prol dos menos favorecidos.
Alguns exemplos recentes de reacionários e seus discursos:
a) Maité Proença, ex-atriz, acha o Bolsa Família um incentivo a vagabundagem. Aufere-se de sua oratória que socorrer miseráveis é condená-los à perpetuação de sua miséria, imobilismo e preguiça. Melhor deixá-los à própria sorte. Maité teve melhor destino, pois seu pai, promotor de Justiça, lhe deixou pensão de 13 mil reais.
b) Ney Matogrosso, ex-rebelde, tem asco da política e dos políticos e decidiu anular seu voto. Menos mal, pois o candidato da direita perderá um sufrágio caso a promessa seja realmente cumprida.
c) Danuza Leão, ex-rica, direciona suas baterias contra os empregados domésticos. Ela não tem mais dinheiro suficiente para cumprir com a nova lei. E a preocupação maior: fica difícil estipular o que é hora extra, fora o “Maria me traz um copo de água”. Coitada da madame!
d) Ronaldo, ex-fenômeno, decidiu não mais fazer investimentos no Brasil no ano que vem. Ele diz que o País é inseguro, instável e que o povo está revoltado com o governo. As opiniões de Ronaldo, entretanto, podem repentinamente mudar. Criticou a realização da Copa antes dela começar e fez elogios quando o Mundial acontecia. Ronaldo, decididamente, não sabe distinguir as coisas.
e) Ferreira Gullar, ex-comunista, afirma que no capitalismo não tem saída, pobre continuará pobre pois a base do sistema é a exploração. Ele diz que “a natureza é injusta, um nasce inteligente e o outro, burro ou aleijado”. Não há possibilidade de transformação, a não ser no caso dele, que agora é neodiretista.
f) Zé Ramalho, ex-pobre, acha o governo chato, voltado para o social. Acha uma lástima andar de avião pois não há mais primeira classe, tudo é muito igual. E o mais grave, ele diz, é “fazer uma viagem comendo um kit Bauducco”. Para ele, isso é coisa para quem leva uma vida de gado.
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