segunda-feira, 11 de abril de 2011

Relação Brasil-China

A partir de hoje (11/04), 309 executivos - acompanharão a comitiva da presidente Dilma Rousseff em sua viagem à China. A missão empresarial, que é coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), discutirá com ministros brasileiros e dirigentes chineses a ampliação do comércio bilateral e as oportunidades de investimentos nos dois países.
Para a CNI, o aumento significativo do comércio bilateral, que saltou de US$ 2,3 bilhões em 2000 para US$ 56, 3 bilhões no ano passado, o que corresponde a um crescimento de quase 2.500% em dez anos, implica necessariamente a diversificação da pauta de exportações brasileiras. Na opinião da entidade, o Brasil, que tem uma indústria diversificada e produz itens de alta tecnologia, não pode se concentrar apenas nas vendas à China de commodities como soja e minério de ferro.
Parte da missão empresarial, que é coordenada pela confederação e que integra a visita da presidente ao território chinês, participará também do Fórum Empresarial do BRIC (bloco que reúne Brasil, Índia, China e Rússia), nos dias 13 e 14 de abril, na cidade chinesa de Sanya. O fórum discute, entre outros temas, o crescimento da importância dos quatro países na economia mundial e o uso de energias alternativas. Segundo dados reunidos pela CNI, desde abril de 2009 a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos. Em 2011, a balança bilateral repetiu praticamente o superávit de 2009, pendendo para o Brasil e registrando US$ 5,1 bilhões. Em 2010, o Brasil vendeu à China US$ 30,7 bilhões, 46,5% a mais do que no ano anterior, e importou 60,8% a mais, no valor de US$ 25,5 bilhões. O mercado chinês responde por 15,2% das exportações totais do Brasil.
Para o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), no entanto, a ampliação das relações comerciais, financeiras e produtivas entre Brasil e China trazem oportunidades no curto e médio prazo, mas podem representar ameaças para o País no longo prazo.
Segundo a entidade, entre os riscos estão a perda de participação das exportações brasileiras em terceiros mercados para a China, "desadensamento" da estrutura produtiva nacional, perda do controle estratégico sobre fontes de energia e aumento da vulnerabilidade externa estrutural. Esta é a conclusão do documento "As relações bilaterais Brasil-China - A ascensão da China no sistema mundial e os desafios para o Brasil", divulgado na última sexta-feira.

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