quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desespero ainda marcam o país mais pobre da América Latina

Renata Giraldi
Na Agência Brasil
Em Brasília

O terremoto no Haiti gerou comoção mundial e reações por parte de organizações estrangeiras, de entidades civis e da comunidade internacional. Mas depois de um ano, ainda há 1 milhão de pessoas em alojamentos improvisados. A epidemia de cólera agrava a situação de alerta, pois foi responsável pela morte de 3.481 pessoas e o registro de 157 mil casos de contaminação. Imagens de prédios destruídos, lixo e falta de estrutura básica ainda marcam o país.
Essas imagens até hoje são presentes para a equipe da Agência Brasil formada pela jornalista Luciana Lima e pelo fotógrafo Roosewelt Pinheiro. Os dois foram os primeiros repórteres de agências de notícias a chegar ao Haiti após o terremoto. Luciana e Roosewelt  desembarcaram em Porto Príncipe, capital haitiana, por volta das 18h de 13 de janeiro.
Impressionados com o que viram, os jornalistas tiveram o apoio do Exército brasileiro. Inicialmente, Luciana e Roosewelt informaram-se sobre o que havia ocorrido, depois foram para as ruas. “O que mais me chamou a atenção foram o olhar e o caminhar sem rumo das pessoas. Era como se todo mundo tivesse olhando para o nada”, disse ela. “Os corpos empilhados também foram uma imagem chocante.”
De forma semelhante observou o repórter fotográfico Marcello Casal, que chegou dias depois. “O sentimento é de impotência. Uma menininha chorava sem parar olhando para mim. Peguei na mão dela e levei para um militar brasileiro”, disse Casal.
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que apenas 19% da população no Haiti têm acesso à água, ao saneamento e à higiene. Para especialistas, o baixo acesso às condições de higiene explica o agravamento das epidemias. A falta de comida e de emprego é outro fator de preocupação das entidades estrangeiras.
De acordo com a ONU, de US$ 1 bilhão previsto para ser repassado ao país, apenas 72% foram repassados, registrando déficit de US$ 400 milhões. As estimativas indicam que há promessas de repasses de  US$ 3 bilhões, que serão investidos em projetos de várias áreas. Só para o controle do cólera são necessários US$ 174 milhões.

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