sexta-feira, 28 de agosto de 2015

“Isto é imoral”: um juiz sueco analisa os rendimentos de Moro e colegas

 

Rendimentos anabolizados

Rendimentos anabolizados

O texto abaixo é de Claudia Wallin, jornalista brasileira radicada na Suécia. Claudia é autora do livro Um país sem excelências e sem mordomias, no qual mostra a simplicidade espartana dos políticos suecos.

Quanto vale, data venia, um juiz?

A dúvida é tão dilacerante quanto a atual temporada sueca de degustação do surströmming, o arenque do Báltico fermentado que tem o inominável odor de mil esgotos destampados.

Chamo um magistrado sueco em busca de algum bom senso, e tento explicar o inexplicável: no Brasil, digo a ele, juízes e procuradores da República descumprem a Constituição ao receber vencimentos que excedem esplendidamente o teto salarial permitido pela lei máxima do país, valendo-se de anabolizantes como auxílio-moradia, auxílio-alimentação e auxílio-saúde.

“En gång till”, me interrompe, atordoado, o magistrado Thed Adelswärd, especialista em ética jurídica – “repita isso, por favor”.

“Imagine que o anormal virou normal, nos labirintos do notório saber jurídico dos guardiões da lei brasileira”, prossigo. “Mas no Brasil surgiu um juiz federal que acendeu a esperança nos corações de milhões de brasileiros, que dizem não aguentar mais a corrupção enraizada nas entranhas do governo”.

“Excelente”, reage o magistrado sueco.

“O juiz tem se mostrado implacável, ao encurralar integrantes do governo e levar executivos das maiores empreiteiras do país à cadeia. Diz-se no Brasil que pertence a uma rara safra de juízes, que encaram a magistratura como profissão de fé”, continuo.

“Hum-hum”, desdenha o sueco, como quem ouve uma duvidosa delação premiada.

“O juiz chegou a batizar de “Erga Omnes” a última etapa da operação contra o que seria o maior escândalo de corrupção da história brasileira, quiçá do mundo. Mandou assim um recado: nada, nem ninguém, está acima da lei”, continuo.

“Correto”, diz o magistrado, a um passo do anticlímax.

“O problema é que acaba de ser revelado que o juiz federal, o herói da cruzada contra a corrupção, também recebe vencimentos que ultrapassam o teto salarial permitido pela Constituição”, relato.

Diz o artigo 37 da Carta que funcionários públicos devem ser remunerados em parcela única, sempre limitados ao salário do ministro do Supremo Tribunal, atualmente de R$ 37,4 mil. Mas em abril, conforme informações do site Consultor Jurídico, o salário do juiz chegou a R$ 77.423,66, por obra de auxílios para ajudar o magistrado em despesas como alimentação e transporte.

“Há ainda outros juízes que chegam a receber R$ 100 mil por mês”, digo ao juiz Thed Adelswärd, chefe no tribunal da cidade de Lund e representante da Suécia na Associação Internacional dos Magistrados (AIM), a maior organização mundial de juízes.

“Isto é imoral”, diz Adelswärd. “Se viola a Constituição do Brasil, não cabe dúvida. Na Suécia, seria impensável. Juízes, em nosso país, sabem que têm o dever de respeitar a Constituição, porque isso é parte fundamental do trabalho da Justiça de um país.”

“Não quero ser crítico em relação a nenhum juiz brasileiro, e também não me agrada usar a palavra imoral. Mas a pergunta é – como é possível terem conseguido obter todo esse dinheiro e tantos benefícios? – indaga-se o juiz.

“Respeito o direito soberano de cada país de fazer as suas próprias escolhas, e é importante que o salário de um juiz não seja baixo a ponto de tornar atraente para ele aceitar subornos. Também conheço alguns juízes brasileiros, e eles me dizem que a carga horária de trabalho dos magistrados brasileiros é muito elevada. Mas para um juiz sueco, os vencimentos de um juiz brasileiro parecem ser uma remuneração excessiva”, ele acrescenta.

O juiz sueco não gostou do que ouviu sobre seus colegas brasileiros

O juiz sueco não gostou do que ouviu sobre seus colegas brasileiros (foto: Carl Johan Erikson)

Pergunto se os tribunais suecos disponibilizam frotas de carros, para servir os magistrados em seu trajeto de casa para o trabalho.

“É evidente que não. Pedalo com frequência para a Corte, em minha bicicleta Crescent de sete marchas que comprei com meu próprio salário há oito anos”, diz Thed Adelswärd.

Pergunto se magistrados suecos têm auxílio-moradia, auxílio-saúde, auxílio-creche, auxílio-educação ou (como previsto na Loman, a nova Lei Orgânica da Magistratura) auxílio-funeral.

“Absolutamente não. Nenhum juiz sueco tem qualquer tipo de benefícios extras ou vantagens como carros à disposição. Temos salários mensais, e é com nossos salários que pagamos todas as nossas despesas”, enfatiza o magistrado.

Gostaria de ser juiz no Brasil? – quero saber.

“Tenho um excelente emprego na Suécia”, rebate diplomaticamente o juiz. “E não me sentiria confortável em trabalhar nas condições em que parecem trabalhar os juízes no Brasil. Em minha opinião, um juiz deve ter um padrão de vida comparável ao dos cidadãos que deve julgar.”

Por quê?

“Porque juízes não devem formar uma classe à parte, e sim ser parte da sociedade. Juízes devem ser pessoas capazes de compreender a situação em que vivem os cidadãos comuns, pois detêm o poder de julgar”, diz o magistrado sueco.

“Imagino que isso seja mais difícil no Brasil, onde a distância entre os ricos e pobres é gigantesca. E a enorme desigualdade de um país sempre gera uma forte criminalidade. Um país com maior igualdade social, como a Suécia, é mais capaz de evitar níveis desproporcionais de violência”, observa Thed Adelswärd.

“Mas o fato de juízes e promotores terem remuneração e vantagens excessivas pode ser muito perigoso, e criar graves problemas sociais. Porque quando os cidadãos perdem o respeito pela Justiça, eles passam a não respeitar as leis, e a fazer justiça com as próprias mãos”, completa ele.

Volto à pergunta original: quanto vale um juiz?

Peço ao magistrado para revelar seu contracheque, e informar quanto paga em impostos neste país – onde quem ganha mais, também paga tributos mais altos.

“Ganho acima dos demais juízes, pois sou chefe de divisão do tribunal”, ele diz.

“Em números exatos, meu salário é de 77.900 coroas suecas (cerca de R$ 33 mil. Em impostos, pago um total de 32,340 coroas (R$ 13,7 mil). Sobram portanto, em valores líquidos, cerca de 45 mil coroas suecas (aproximadamente R$ 19 mil). E aqui na Suécia, o imposto geral sobre o consumo (IVA) é de 25%”, destaca Thed Adelswärd.

Na Suécia, a estrutura do poder judiciário é organizada em três níveis: os tribunais distritais (Tingsrätt), os tribunais de recursos e apelações (Hovrätt ou Kammarrätt) e o Supremo Tribunal (Högsta domstolen).

O salário dos juízes dos tribunais distritais varia entre 57,500 e 61 mil coroas suecas (aproximadamente entre R$ 24,3 mil e R$ 25,8 mil).

Nos tribunais de apelação, os magistrados suecos recebem vencimentos de 58 mil a 61,5 mil coroas suecas (o equivalente a R$ 24,6 mil e R$ 26 mil, respectivamente). O salário médio no país é de 27,3 mil coroas suecas.

Para os integrantes da Suprema Corte – que na Suécia não têm status de ministro, e nenhum benefício extra atrelado ao cargo -, a remuneração é de 99,7 mil coroas suecas (cerca de R$ 42,2 mil).

“E os reajustes salariais dos juízes tratam normalmente da reposição da perda inflacionária anual, em torno de 2%”, lembra Kristina Mäler, do sindicato dos juízes da Suécia (Jusek).

Sim, existe um sindicato dos magistrados na Suécia. É assim que os juízes suecos, assim como os trabalhadores de qualquer outra categoria, cuidam da negociação de seus reajustes salariais.

A negociação dos reajustes salariais da magistratura se dá entre o sindicato Jusek e o Domstolsverket, a autoridade estatal responsável pela organização e o funcionamento do sistema de justiça sueco.

Enquanto isso, no País das Maravilhas, o procurador federal Carlos André Studart Pereira alerta: o teto salarial dos integrantes do Judiciário e do Ministério Público virou piso.

“Juízes e membros do Ministério Público, sem qualquer peso na consciência, recebem remunerações estratosféricas, estando total e vergonhosamente distorcido o regime de pagamento por subsídio, em que é vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, premo, verba de representação ou outra espécie remuneratória”, denuncia Carlos André, que escreveu a pedido da Associação Nacional dos Procuradores Federais (Anpaf)

“Todos os dias temos notícias de concessão de mais benefícios. O regime de subsídio acabou. O teto remuneratório de R$ 33.763,00 virou piso. Parcelas claramente de caráter remuneratório são rotuladas de indenizatória para fugir do abate-teto. Foram criadas várias espécies de auxílios: auxílio-livro, auxílio- saúde, auxílio-educação, auxílio-transporte, auxílio-táxi etc. Por outro lado, o indivíduo que recebe um salário mínimo tem que se virar com R$788,00 para custear, nos termos da Constituição, “suas necessidades vitais básicas e a de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” (artigo 7o, inciso IV, CRFB).”

O texto completo do procurador Carlos André Studart Pereira, “O Teto Virou Piso”, é leitura obrigatória no site Consultor Jurídico: http://s.conjur.com.br/dl/teto-virou-piso.pdf

E como já se perguntava o poeta satírico Juvenal na Roma antiga: ”Quis custodiet ipsos custodes?” – ”Quem vigia os vigias?”

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Claudia Wallin

Sobre o Autor

A jornalista brasileira Claudia Wallin, radicada em Estocolmo, é autora do livro Um país sem excelências e mordomias.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/isto-e-imoral-um-juiz-sueco-analisa-os-rendimentos-de-moro-e-colegas-por-claudia-wallin/

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Grupo de 35 deputados pede afastamento de Cunha

 

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados:

27 de Agosto de 2015 às 16:43

247 – Um manifesto pedindo o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi assinado por 35 deputados federais e divulgado na tarde desta quinta-feira 27. O documento tem como base a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo Janot, o peemedebista recebeu ao menos US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras.

"A diferença de condição de investigado em um inquérito para a de um denunciado é notória. Neste caso, Cunha é formalmente acusado de ter praticado crimes. Com a denúncia do MP, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua própria defesa", diz trecho do documento", que tem a adesão de parlamentares de oito partidos. O único correligionário de Cunha que defende seu afastamento é Jarbas Vasconcelos (PE).

O manifesto foi formulado no gabinete do PSOL da Bahia, com a presença de ao menos dez deputados. De acordo com os parlamentares que defendem a saída de Cunha do comando da Casa, a denúncia contra ele é "gravíssima". Cunha não quis comentar a reação dos colegas contra ele. "Não comento sobre isso, cada um tem direito de fazer o que quer", disse a jornalistas, quando questionado sobre o assunto.

Assinaram o pedido: Adelmo Carneiro Leão (PT/MG); Alessandro Molon (PT/RJ); Arnaldo Jordy (PPS/PA); Chico Alencar (PSOL/RJ); Chico D''Angelo (PT/RJ); Clarissa Garotinho (PR/RJ); Edmilson Rodrigues (PSOL/PA); Eliziane Gama (PPS/MA); Erika Kokay (PT/DF); Givaldo Vieira (PT/ES); Glauber Braga (PSB/RJ); Heitor Schuch (PSB/RS); Helder Salomão (PT/ES); Henrique Fontana (PT/RS); Ivan Valente (PSOL/SP); Jarbas Vasconcellos (PMDB/PE); Jean Wyllys (PSOL/RJ); João Daniel (PT/SE); Jorge Solla (PT/BA); José Stedile (PSB/RS); Julio Delgado (PSB/MG); Leonardo Monteiro (PT/MG); Leônidas Cristino (PROS/CE); Leopoldo Meyer (PSB/PR); Luiz Couto (PT/PB); Luiza Erundina (PSB/SP); Marcon (PT/RS); Margarida Salomão (PT/MG); Moema Gramacho (PT/BA); Padre João (PT/MG); Pedro Uczai (PT/SC); Sergio Moraes (PTB/RS); Silvio Costa (PSC/PE); Valmir Assunção (PT/BA); Waldenor Pereira (PT/BA).

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/194602/Grupo-de-35-deputados-pede-afastamento-de-Cunha.htm

Blitz de trânsito no Brasil vai passar a ter teste de uso de drogas em 2016

 

Atualmente, o Brasil conta com a lei 13.103/15, que estabelece a realização de exame para analisar o consumo de drogas em motoristas que tirem ou renovem carteiras de habilitação para caminhão, ônibus e veículos com dois reboques

© AFP 2015/ PATRIK STOLLARZ

 

A partir do ano que vem, o Brasil vai contar com testes de uso de drogas durante as fiscalizações de trânsito, assim como já acontece na verificação de consumo de álcool, através dos bafômetros.

Durante audiência pública na Comissão de Viação de Transportes, da Câmara dos Deputados, em Brasília, o assessor do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito, Daniel Cândido, explicou que os agentes já foram apresentados ao novo kit de detecção de drogas e alguns são capazes de registrar dezenas de drogas através da saliva.

"Olha, deu entrada, na verdade, pra gente avaliar, um equipamento, um produto que mede, na verdade, a questão de substâncias psicoativas. A relação delas é enorme, de 30 a 40, que é feito pelo exame de saliva".

Pelo teste será possível verificar drogas como maconha, cocaína e opiáceos, que são obtidos pelo uso de ópio.

Dados do Ministério Público, coletados a partir de boletins de ocorrências policiais, laudos de perícia e exames de corpo de delito, revelam que 12% das vítimas fatais de acidentes de trânsito tinham consumido drogas ilícitas. Deste total, 71% usaram cocaína ou crack.

O chefe da divisão de Planejamento Operacional da Polícia Rodoviária Federal, Edson Nunes de Souza, explica que a falta de kits para detectar o uso de drogas faz com que os policiais usem a intuição na hora da fiscalização no trânsito, pois os bafômetros não são capazes de detectar o entorpecente.

"Se ele apresenta algum comportamento que dá indícios de ter consumido algum tipo de substância e deu negativo no teste de etilômetro, a gente acredita que ele pode estar sob uso de alguma substância ativa. A gente pode encaminhá-lo à polícia judiciária para que esta faça os procedimentos e testes para analisar se realmente ele está sob efeito de alguma droga".

A audiência na Câmara foi sugerida pelo deputado Hugo Leal, do Pros do Rio de Janeiro, pois o assunto é tema de debate hoje em todo o mundo. Atualmente, o Brasil conta com a lei 13.103/15, que estabelece a realização de exame para analisar o consumo de drogas em motoristas que tirem ou renovem carteiras de habilitação para caminhão, ônibus e veículos com dois reboques.

Leia mais: http://br.sputniknews.com/brasil/20150826/1966229.html#ixzz3k34Egx2B

Estudantes dos BRICS desenvolvem parceria tecnológica(Exclusiva)

 

Visitantes do Salão Internacional de Aviação e Espaço MAKS 2015 passeiam entre os aviões e helicópteros

 

Projeto reúne alunos de todos os países dos BRICS que estudam em universidade russa.

Fernanda Ribeiro Silva, representante brasileira do projeto BRICS MAI, concedeu uma entrevista à Sputnik em que falou sobre o seu projeto apresentado no Salão Aeroespacial Internacional MAKS 2015.

O projeto BRICS MAI foi criado pelos estudantes do Instituto de Aviação de Moscou (MAI) oriundos dos países BRICS.

Em abril de 2015, a Rússia assumiu a presidência rotativa do grupo BRICS, composto também pelo Brasil, Índia, China e África do Sul. Em julho, a cidade russa de Ufá sediou a cúpula de chefes de Estado e ministros do grupo. E no ano passado, em Moscou e São Petersburgo, uma série de encontros de universidades e acadêmicos definiu um plano de ação da cooperação científica e acadêmica dentro dos BRICS.

Estação Espacial Internacional (EEI)

Roscosmos aumenta tempo de viagem da próxima missão à EEI de seis horas para dois dias

Sputnik: O que é o BRICS MAI? Se trata de um projeto internacional?

Fernanda Ribeiro Silva: O BRICS MAI surgiu de uma iniciativa estudantil mas vem recebendo o apoio muito grande da faculdade, principalmente do NIRS, Setor de Recurso de Pesquisas Científicas. O nosso projeto conta com representantes de todos os países que formam o grupo BRICS. O nosso objetivo é não só desenvolver projetos para praticar o que a gente aprende na teoria no MAI, mas também pretende ensinar crianças de escolas do ensino fundamental e do ensino médio.

S: O que você apresenta no MAKS 2015?

FRS: Estou apresentando um projeto de microssatélite, e a nossa equipa do BRICS MAI está apresentando um objeto voador sem piloto totalmente de carbono. O projeto em que eu estou envolvida, o microssatélite, pode ser usado para diversos fins. Por exemplo, poderia detectar onde ocorria o incêndio, podemos evacuar as pessoas que estão em risco o que será útil na Rússia, como também em outros países. No Brasil a gente tem a Amazônia, floresta muito grande que deve ser preservada. E através do microssatélite a gente poderia fazer uma sondagem do que está acontecendo no monitoramento de 24 horas.

Além disso, podemos utilizar o microssatélite no controle de aviões sem piloto e todos os tipos de conexão.

S: Para quando podemos esperar a participação brasileira no MAKS o outros eventos organizados pela Rússia?

FRS: Empresas brasileiras ainda não são presentadas no MAKS, senão o projeto estudantil.

Quanto à parceria Brasil-Rússia, prevejo muito o desenvolvimento dos vários projetos nem só no âmbito estudantil. Com a situação política e econômica dos dois países é muito favorável, porque o BRICS é uma alternativa para os países em desenvolvimento que pode ter muito sucesso.

S: Do sue ponto de vista, há perspectivas de projeto conjunto russo-brasileiro ou dos BRICS na sua área?

FRS: Existem várias perspectivas. Por exemplo, o nosso microssatélite será lançado no final deste ano.

Por enquanto, ainda não há outros projetos. Mas estamos ainda desenvolvendo. O BRICS MAI está escrevendo cartas que a gente vai enviar para as embaixadas e para o setor da política juvenil aqui na Rússia. Por enquanto, a gente está buscando apoio. Mas a atenção às relações Brasil-Rússia e a todos os países BRICS se desenvolverá muito mais.

Leia mais: http://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/20150827/1973226.html#ixzz3k336o4mf

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Crise na China ajuda a pensar os rumos do Brasil

 

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Se o governo Dilma Rousseff não enfrentasse uma situação de defensiva absoluta, procurando encontrar oxigênio de qualquer maneira, seria mais fácil refazer um debate político essencial para os rumos do Brasil e o futuro dos brasileiros.

O colapso de US$ 3 trilhões de dólares, até agora, produzido pelas bolsas da China, poderia servir de um estímulo poderoso para passar a limpo um conjunto de lendas e mitos que circulam pelo país desde a posse de Dilma e o anúncio do ajuste econômico. Gostaria de acreditar que isso é verdade.

Ao assumir as linhas gerais de uma orientação que sempre fez parte da cartilha de seus adversários até a vitória no segundo turno, o Planalto permitiu aos adversários ir à revanche no debate sobre os rumos da política econômica, que irá definir o futuro do país nos próximos anos e o padrão de vida das próximas gerações.

Parece consolidado, em grande parte dos meios políticos, a noção de que as dificuldades que o Brasil enfrenta, em 2015, são responsabilidade exclusiva do governo federal, que nos últimos anos teria desperdiçado excelentes oportunidades para ajustar a economia e colocar o país no compasso de um crescimento que -- supostamente -- permitiu à maioria dos países do planeta deixar o desemprego e a recessão para trás. Muitas pessoas se referem ao assunto como matéria vencida, aquelas verdades tão óbvias que nem se deveria perder tempo discutindo.

Os fundamentos reais dessa visão são muito discutíveis -- pelo menos. Diz o Wall Street Journal, reproduzido no Valor de hoje: "os Estados Unidos têm sido a tartaruga na corrida global, atravessando uma expansão lenta, mas estável, enquanto a China dá sinais de exaustão e o resto do mundo patina." Engraçado, não?

A utilidade prática de uma teoria sem base real é obvia. Ao colocar a questão interna no foco, ela ajuda a pressionar o Planalto a negociar um conjunto de medidas que, derrotadas pelas urnas de 2014, podem ser recuperadas em função das necessidades políticas de 2015. Este é o sentido da Agenda Brasil.

O que se pretende é transformar um ajuste temporário -- como foi anunciado na posse -- num programa duradouro para ser executado até o final do governo.

O tombo chinês permite questionar esse conto de fadas externo.

Confirma -- como Dilma não cansou de repetir corajosamente nos últimos anos -- que vive-se um momento de fraqueza na economia mundial. Só para dar um dado que vale por todos os outros. Em 2014, o saldo comercial entre Brasil e China chegou a US$ 3,2 bilhões contra US$ 8,7 bilhões em 2013 e até US$ 11,5 em 2011. Para 2015, a projeção é um saldo de US$ 2,6 bilhões, levemente superior ao de US$ 2,3 em 2003, quando os dois países apenas iniciavam o salto comercial que marcou os dez anos seguintes, em volumes desiguais, nem sempre para cima, mas numa tendência óbvia de alta.

A questão deixada pelo sumiço de US$ 3 trilhões e um número ainda não avaliado de empregos envolve o que fazer para recuperar o crescimento -- sem esperanças milagrosas, vamos ter clareza.

A tartaruga norte-americana mantém o passo graças a uma política de estímulo a investimentos, a começar por juros a nível zero. Embora não faltem pressões do mercado para que essa política seja abandonada, a prudência tem prevalecido até agora -- postura que deve ser reforçada com o colapso chinês, como alertou ontem Lawrence Summers, professor de Harvard e antigo assessor de Obama. O crescimento chinês, em queda, encontra-se em torno de 5% e 6% -- o que é pouco pelo passado, mas uma enormidade no cenário atual.

Entre as economias mais relevantes, que tem o poder de modificar o horizonte mundial, a União Européia transformou-se num atoleiro planetário. Não cresce e, pelo tamanho de seu mercado consumidor, o maior do mundo, não deixa crescer. Isso ocorre porque ali se instituiu, desde o colapso de 2008/2009, uma política permanente de austeridade, que programa a destruição do Estado de bem-estar social mais antigo do planeta e o equilíbrio de sociedades que há várias gerações criaram formas de permanente distribuição de renda. Colocando a situação em termos resumidos e até grosseiros -- mas reais. Planejada como a fábrica do século XXI, o enfraquecimento da China só se compreende pelo empobrecimento dos consumidores europeus que deveriam adquirir suas mercadorias.

Essa é a questão que interessa ao mundo inteiro.

http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/194425/Crise-na-China-ajuda-a-pensar-os-rumos-do-Brasil.htm

Aécio e Anastásia serão alvos de várias CPI’s em 2015

 

2015 promete ser o começo de uma grande dor de cabeça para os tucanos, documentos descobertos serão enviados ao MP

O ano de 2015 promete ser o início de uma forte dor de cabeça para o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Várias Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) estão na mira da antiga oposição da Assembleia Legislativa para investigar tanto a gestão do parlamentar mineiro, que governou Minas de 2003 a 2010, como a do seu correligionário e sucessor, Antonio Anastasia, eleito senador neste ano.
“Durante esses 12 anos de governo (do PSDB) em Minas, a oposição foi impedida de instalar CPIs. Havia boicotes”, dispara o deputado estadual Rogério Correia (PT), reeleito para o seu quarto mandato na Assembleia de Minas Gerais, com 72.413 votos.
A CPI de Repasses Educacionais é uma das que está na lista dos oposicionistas. Com base em cálculos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o deputado afirma que há uma defasagem de R$ 8 bilhões em recursos que deveriam de sido aplicados na área nos 12 anos de governo tucano em Minas.
“Jamais aplicaram o mínimo de 25% como determina a legislação”, diz Correia ao Minas 247. De acordo com o parlamentar, se for instalada, a CPI da Saúde também investigará uma defasagem em torno de R$ 8 bilhões no setor.
Outra CPI envolve um parente de Aécio, conforme o deputado, a da Construção da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, sede do governo mineiro, entregue em 2010. O deputado informa que a obra teve um custo de R$ 600 milhões, porém a despesa final alcançou R$ 1,2 bilhão, o dobro do valor inicial.
Segundo o petista, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) foi a responsável pela obra, que era presidida por um parente de Aécio chamado Oswaldo Borges da Costa. “Ele preside a Codemig desde que Aécio entrou (no governo)”, complementa. Ainda referindo-se à Codemig, o parlamentar afirma que será investigada a extração de um minério conhecido como Nóbio feita sem licitação.

CPIs do Mineirão e Cemig

Nem mesmo o Mineirão, um dos estádios-sede da Copa do Mundo ficou de fora da lista de CPIs por parte dos antigos oposicionistas, que agora compõem a base aliada do governador eleito de Minas, o ex-ministro Fernando Pimentel (PT).
Correia diz que, de acordo com contrato entre o governo mineiro e o consórcio Minas Arena, responsável pelo gerenciamento do estádio, o consórcio deve atingir um lucro de R$ 7 milhões com a manutenção da arena.
“No ano passado (2014), o governo desembolsou cerca de R$ 50 milhões só para o lucro do consórcio. Tira dinheiro público para sustentar o lucro da empresa”, denuncia o parlamentar. O deputado aponta, ainda, superfaturamento nas obras.
Em relação à Companhia Energética de Minas Gerias (Cemig), Correia afrima que atualmente a empresa é controlada pela Andrade Gutierrez (a mesma envolvida na Operação Lava Jato, da Polícia Federal). “A Andrade, embora tenha participação minoritária, tem um mando, no mínimo, estranho”, complementa.

Rádio Arco-Ìris e IPSEMG

Outra CPI citada pelo deputado, que pode ser instalada, é a das Verbas Publicitárias. Parlamentares da Assembleia de Minas pretendem investigar a doação de verba publicitária para a Rádio Arco-Íris, da qual Aécio é proprietário, bem como sua irmã, Andrea Neves. Vale ressaltar que, em 2012, o Ministério Público (MP-MG) instaurou um inquérito civil com o objetivo de apurar os repasses feitos ao veículo entre 2003 e 2010.
A ligação de Aécio com a emissora veio à tona em abril de 2011, quando o senador mineiro se recusou a fazer o testo do bafômetro depois de ser parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. O parlamentar, que foi multado em R$ 1.149,24, teve a carteira de habilitação (vencida) apreendida.
O senador tucano dirigia uma Land Rover de placa HMA-1003, comprado em novembro de 2010 em nome da emissora, detentora de uma franquia da Rádio Jovem Pan FM em Belo Horizonte.
Em nota, a assessoria de Aécio negou que a rádio tenha recebido patrocínios durante a gestão do tucano. De acordo com a assessoria do senador, foram utilizados critérios técnicos na escolha das rádios que receberiam verbas publicitárias e negou interferência de Andrea no direcionamento de recursos – ela foi coordenadora do Núcleo Gestor de Comunicação Social do Executivo, órgão responsável por controlar gastos do governo com comunicação.
O deputado do PT menciona, também, o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) como um dos possíveis alvos de investigações. Sem maiores detalhes, Correia diz que recursos foram retirados do instituto para o caixa único do governo. O valor seria cerca de R$ 250 milhões.
Em novembro passado, o governo mineiro informou, em nota, que o decreto referente à medida “apenas” regulamenta a transferência dos recursos de uma conta bancária para outra, e comprometerá o orçamento destinado à assistência médica dos servidores por meio do Ipsemg. “O dinheiro do Ipsemg é o único, dentre os órgãos públicos, que não está no caixa único do Estado. O decreto apenas regulamenta a transferência do dinheiro, que será feita aos poucos”.
Conforme a nota, o caixa único pode aumentar os rendimentos dos recursos do instituto de previdência dos servidores. “O caixa único do Estado tem mais dinheiro do que o fundo usado para a assistência médica. Dessa forma, os rendimentos são maiores também, o que pode garantir mais dinheiro para o Ipsemg e mais benefícios para o servidor”.

Aeroporto de Claudio

Talvez o caso mais conhecido acerca de possíveis investigações contra Aécio, o aeroporto de Claudio, município do interior mineiro. Conforme denúncia da Folha, em matéria publicada em julho do ano passado, o tucano cometeu ato de improbidade administrativa ao utilizar R$ 14 milhões de recursos públicos para construir um aeroporto, em uma área desapropriada que pertencia ao seu tio-avô.
Também no mês de julho, em artigo enviado para a Folha, Aécio afirmou que, “se algum equívoco houve, certamente eu posso reconhecer e não ter me preocupado em examinar em que estágio o processo de homologação está”. “Este é um equívoco e eu quero reconhecer. O MP-MG abriu investigação sobre o caso.
O parlamentar informa que o início dos trabalhos e a ordem das instalações das CPIs na Assembleia ainda serão definidos.

Ataques a Aécio

Questionado sobre a atuação de Aécio durante a campanha presidencial, o deputado Rogério Correia foi taxativo: “Minas derrotou Aécio. Isso diz tudo. Mostrou ao Brasil que onde ele governava não se confia, tanto do ponto de vista moral e ético como administrativo”, alfinetou. No primeiro turno da eleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio em Minas por 43% dos votos válidos contra 39% do senador. No segundo turno, a petista também ficou na frente (52,41% a 47,49%).
“É um senador nota zero”, cutuca o deputado, em referência à nota da revista Veja atribuída ao senador (veja aqui). Ao explicar a nota dada ao tucano, a revista disse que o senador foi afetado pela campanha presidencial, que teria provocado seu afastamento das atividades parlamentares (confira aqui). “A pior revista do Brasil dá nota zero ao pior senador”, acrescenta Correia.
Para o deputado, Aécio “se sustentou no antipetismo”. “Se não fosse isso, ele teria tomada uma ‘balaiada’ da Dilma”, afirma Correia. Dilma venceu a eleição, em segundo turno, por 51,64% a 48,36%. “Com a vitória de (Fernando) Pimentel, vamos mostrar o que de fato foi governo Aécio em Minas”.

Minas 247 – Diário do Brasil e Portal Metrópole

O depoimento de Youssef deixou claro que a Veja cometeu um crime na véspera das eleições

 

Crime

Crime

Pouca gente notou uma coisa.

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O depoimento de ontem do doleiro Youssef desmascarou o crime jornalístico da Veja às vésperas das eleições.

Lembremos.

A Veja deu no sábado, um dia antes do turno decisivo, uma capa em que afirmava que Dilma e Lula sabiam de tudo no escândalo da Petrobras.

Era uma afirmação amparada exatamente em Youssef.

Pela gravidade da acusação e pelo tom peremptório do texto, o leitor era induzido a acreditar que Youssef tinha evidências poderosas, como conversas gravadas ou coisa do gênero.

Mas não.

O que se viu ontem é que Youssef estava palpitando como qualquer transeunte.

Ele usou a expressão “no meu entendimento”. Trazido para o português coloquial, Youssef disse que estava por fora, e arriscava um palpite.

No contexto, ele poderia dizer sem provocar surpresa: “Não sei de nada, e se alguém souber por favor me avise.”

A declaração cândida de ignorância sobre a eventual participação de Lula e Dilma na roubalheira foi transformada criminosamente pela Veja numa peça cabal de incriminação.

Foi uma agressão não apenas a Dilma e Lula, mas também à democracia.

Quantas pessoas sobretudo em São Paulo, onde a revista montou uma operação de guerra contra Dilma e a favor de Aécio, não foram influenciadas pela falsa revelação?

É um episódio tão sinistro quanto a edição desonesta pela Globo do debate entre Collor e Lula, em 1989.

A única diferença é que então o crime compensou. Collor venceu. Agora, não compensou. Aécio perdeu.

Jamais a Globo pagou o preço pela trapaça, a não ser pelo lado moral, o que é muito pouco.

O mesmo tende a se repetir agora com a Veja.

Dilma, no fragor dos acontecimentos, disse na televisão que processaria a revista.

Mas cadê o processo?

Dilma deveria se inspirar em Romário, que reivindica uma edição de 75 milhões de reais por uma conta fajuta na Suíça que a revista inventou para ele.

Citei outro dia o jurista alemão Rudolf von Ihering, um inovador do século 19. Ihering consagrou a ideia de que, quando você for vítima de injustiça, tem o dever de procurar reparação, e não apenas o direito.

Dever porque é um serviço que se presta à sociedade.

Ihering mostrou que a Justiça só avança quando as pessoas lutam pelos seus direitos.

Lula tem feito isso ao processar quem o calunia e difama.

Não é uma luta fácil no Brasil. Gentili acusou Lula de forjar o atentado ao Instituto Lula, e foi intimado a esclarecer na Justiça a acusação.

O juiz conseguiu entender que ali havia uma piada, numa interpretação de texto peculiaríssima.

Não é fácil, repito, procurar justiça no Brasil, mas é imperioso fazê-lo. Em algum momento decisões absurdas como a que favoreceu Gentili serão insustentáveis.

Não sei o que terá feito Dilma recuar da promessa de acionar a Veja.

Mas foi um erro.

A impunidade estimula outros crimes, ao passo que o enfrentamento, como o de Romário, previne futuras delinquências.

Youssef, involuntariamente, revelou o crime da Veja.

Mas tudo indica que a revista não será cobrada por isso.

É uma pena para o país.

Quem sabia de tudo eram os donos e os editores da Veja. E mesmo assim seguiram em sua mentira brutal e, tudo indica, impune.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

Paulo Nogueira

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-depoimento-de-youssef-deixou-claro-o-crime-da-veja-na-vespera-das-eleicoes-por-paulo-nogueira/

Aécio usa dinheiro público para manter rádio da família, mas se recusa informar o valor

 

Até a Folha reconhece que o governo Dilma e Lula são transparente

O candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves desconversou nesta terça-feira ao ser questionado sobre os gastos do governo de Minas Gerais com publicidade em rádios controladas pela família do tucano.
De acordo com reportagem da “Folha de S. Paulo”, o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), (Antes era Anastasia do PSDB, que deixou o cargo para concorrer a vaga de senador), se recusou a divulgar números e despesas realizadas para veicular publicidade oficial (dinheiro público) em três rádios e um jornal controlados pela família de Aécio.
Aécio diz que não sabia de nada

“Não tenho ciência desses números, mas estimulo o governo de Minas, se tiver condições, de prestar as informações”, disse o tucano em entrevista coletiva na capital paulista.

Segundo informações da Folha, que tem divulgado umas notinhas escondidas na página do jornal depois que este blog passou a divulgar a biografia suja do candidato tucano, o governador de Minas Gerais se recusou várias vezes nos últimos anos a divulgar informações sobre despesas que realizou para veicular publicidade oficial em três rádios e um jornal controlados pela família do presidenciável tucano Aécio Neves, que governou o Estado de 2003 a 2010.
Embora reconheça que as empresas da família receberam verbas de publicidade no período em que Aécio era governador, o que não é vedado pela legislação, o governo estadual, que continua sob controle de aliados do tucano, diz não ser possível saber quanto cada veículo recebeu.
Aécio e sua família controlam a rádio Arco Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte, e as rádios São João e Colonial, de São João del Rei, além do semanário Gazeta de São João del Rei . Aécio é sócio da Arco Íris com a irmã mais velha, Andrea, e a mãe, Inês Maria Neves Faria.
Em 2011, o PT pediu que o Ministério Público investigasse a publicidade nas empresas da família. O governo mineiro informou à Folha na época que a rádio Arco Íris recebera R$ 210.693 no ano anterior e disse que faria um levantamento detalhado sobre os gastos desde 2003, mas jamais ofereceu esses dados.
Em junho deste ano, a Folha voltou a questionar o Estado, com base na Lei de Acesso à Informação. Não houve resposta. O governo só respondeu após um segundo pedido de informações. Não dispomos, de pronto, das informações tal como solicitadas, por tipo de mídia e por veículo de comunicação , disse, por escrito. O sistema não é organizado dessa forma .
PADRÕES
O governo diz ter condições de saber quanto gasta com as agências que cuidam dos seus anúncios, mas não os valores repassados a cada veículo que os divulga. Mesmo assim, o governo afirma que não houve favorecimento às empresas da família de Aécio e que os repasses nunca destoaram dos padrões de mercado. Procurada, a assessoria da campanha do PSDB preferiu não se manifestar.
As respostas do governo mineiro contrastam com o padrão adotado pelos petistas no governo federal. A Secretaria de Comunicação da Presidência da República divulga na internet todos os pagamentos de órgãos da administração direta a veículos de comunicação desde 2009.
Em 2012, após pedido apresentado pela Folha com base na Lei de Acesso, o governo do Estado de São Paulo forneceu informações detalhadas sobre pagamentos feitos desde 2007. O governo federal não divulga os gastos das empresas estatais, assim como os governos estaduais.
AUMENTO DE 300%
Os gastos de Minas Gerais com publicidade oficial aumentaram em 300% durante o governo Aécio. Entre 2003 e 2010, último ano do seu segundo mandato, houve um salto de R$ 24 milhões para quase R$ 96 milhões, em valores corrigidos pela inflação.
A investigação aberta pelo Ministério Público Federal a pedido do PT em 2011 não chegou a lugar nenhum.
O caso foi conduzido pelo então procurador-geral de Justiça, Alceu Marques, que encerrou a apuração afirmando não ter encontrado nenhuma irregularidade, mesmo sem ter analisado os valores. Atualmente, ele é o secretário de Meio Ambiente do governo mineiro.

Por:Helena™0 Comentários

Do Blog Os Amigos do Presidente Lula.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Brasil finaliza compra de 36 caças suecos

 

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Os governos brasileiro e sueco assinaram contrato de financiamento no valor de US$ 5,4 bilhões para a compra de 36 caças Gripen NG, da empresa sueca Saab, encerrando o último entrave para aquisição das aeronaves destinadas a modernizar a Força Aérea Brasileira (FAB), cerca de US$ 245,3 milhões serão destinados à compra de armamentos; primeira aeronave deverá ser entregue em 2019 e a última em 2024; contrato inclui a compra dos aviões de combate, suporte logístico, aquisição de armamentos e transferência de tecnologia

25 de Agosto de 2015 às 16:15

Ivan Richard, Repórter da Agência Brasil - Os governos brasileiro e sueco assinaram hoje (25), em Londres, na Embaixada do Brasil na Inglaterra, o contrato de financiamento no valor de US$ 5,4 bilhões para a compra de 36 caças Gripen NG, da empresa sueca Saab. Essa era a última etapa para o início da fabricação dos aviões-caça. Desse valor, US$ 245,3 milhões serão para compra de armamentos e 39,882 bilhões de coroas suecas para a aquisição das aeronaves.

De acordo com o Ministério da Defesa, a primeira aeronave deverá ser entregue em 2019 e a última, em 2024. Segundo a Defesa, os caças atenderão às necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB) nos próximos 30 anos. O contrato prevê ainda a fabricação de 15 das 36 unidades no Brasil, incluindo oito unidades de dois lugares, modelo criado para a FAB.

Anunciado em dezembro de 2013, o contrato comercial com a Saab inclui a compra das aeronaves de combate, suporte logístico e aquisição de armamentos necessários à operação dos aparelhos. O contrato assinado prevê a transferência de tecnologia entre os dois países, o que possibilitará ao Brasil, segundo o Ministério da Defesa, deixar de ser comprador para se tornar fornecedor de aeronaves de combate de última geração.

No final de julho, após três dias de negociações, o governo brasileiro conseguiu a reduzir da taxa de juros do financiamento para 2,19%, o que ocasionou uma economia de até R$ 600 milhões ao governo do Brasil. A formalização do contrato financeiro foi realizada na Inglaterra, uma vez que o contrato de financiamento será regido pela lei inglesa, para imparcialidade do acordo.

"A assinatura do contrato financeiro do Gripen NG é de fundamental importância, já que encerra a fase negocial e inicia a fase de execução do contrato comercial, com aquisição e desenvolvimentos dos caças, concretizando, assim, uma aliança estratégica entre Brasil e Suécia", disse, em nota, o ministro da Defesa, Jaques Wagner.

De acordo com a nota divulgada pela assessoria do Ministério da Defesa, o pagamento efetivo do financiamento só ocorrerá após o recebimento da última aeronave, previsto para 2024. Segundo a pasta, a participação brasileira no desenvolvimento do projeto dará à indústria aeronáutica nacional acesso a todos os níveis de tecnologia, incluindo os códigos-fonte do Gripen. "O programa de transferência de tecnologia incluirá itens como a integração de hardware, aviônicos, software e sistemas da aeronave, além do intercâmbio de conhecimento, com mais de 350 brasileiros indo a Suécia para treinamento", informou o Ministério da Defesa.

http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/194298/Brasil-finaliza-compra-de-36-caças-suecos.htm

Guerra no espaço pode estar mais perto que nunca

 

Embora neguem, China, Rússia e Estados Unidos estão desenvolvendo e testando novas e controvertidas tecnologias para travar guerras espaciais

Lee Billings

U.S. NAVY

Testes de mísseis antissatélites como este realizado pela Marinha dos Estados Unidos em fevereiro de 2008, fazem parte de uma preocupante marcha rumo a conflitos militares no espaço exterior.

O ponto crítico militar mais volátil e preocupante do mundo não está, indiscutivelmente, no Estreito de Taiwan, na Península da Coreia, no Irã, em Israel, na Caxemira ou na Ucrânia.
De fato, ele não pode ser localizado em qualquer mapa da Terra, embora seja muito fácil de encontrar.
Para vê-lo, basta olhar para cima, para um céu claro, para a “terra de ninguém” que é a órbita terrestre, onde está se desenrolando um conflito que é uma corrida armamentista em tudo, menos no nome.
Talvez a vastidão do espaço exterior seja o último lugar em que se esperaria ver militares competindo por território disputado, exceto pelo fato de que o espaço exterior já não está mais tão vazio.
Cerca de 1.300 satélites ativos circundam o globo em um congestionado traçado de órbitas, fornecendo meios de comunicação, navegação por GPS, previsão meteorológica e vigilância planetária.
Para forças armadas que dependem de alguns desses satélites em guerras modernas, o espaço tornou-se a quintessência do “terreno elevado”, com os EUA como o rei indiscutível “no topo da colina”.
Agora, à medida que China e Rússia procuram agressivamente desafiar a superioridade americana no espaço com ambiciosos programas espaciais militares próprios, a luta pelo poder corre o risco de precipitar um conflito que poderia prejudicar seriamente, se não paralisar, toda a infraestrutura espacial do planeta.
E embora possa começar no espaço, uma confrontação desse tipo poderia deflagrar facilmente uma guerra total na Terra.
As tensões que vinham fervilhando há muito tempo agora estão se aproximando de um ponto de ebulição devido a vários acontecimentos, inclusive recentes e contínuos testes russos e chineses de possíveis armas antissatélites, assim como o fracasso, em julho, das conversações sob os auspícios das Nações Unidas para aliviar as tensões.
Em depoimento perante o Congresso no início do ano, James Clapper, diretor de Inteligência Nacional, ecoou as preocupações de muitas altas autoridades do governo sobre a crescente ameaça a satélites americanos, ao afirmar que tanto a China como a Rússia estão “desenvolvendo capacidades para negar acesso em um conflito”, como os que podem eclodir por causa das atividades militares de Pequim, no Mar da China meridional, ou de Moscou, na Ucrânia.
A China, em particular, ressaltou Clapper, demonstrou “a necessidade de interferir com, danificar e destruir” satélites americanos, referindo-se a uma série de testes de mísseis antissatélites, que começaram em 2007.
Há muitas maneiras de desativar ou destruir satélites além de explodi-los provocativamente com mísseis.
Uma nave espacial poderia simplesmente se aproximar de um satélite e lançar (borrifar) tinta em seus dispositivos ópticos, ou quebrar manualmente suas antenas de comunicação, ou ainda desestabilizar sua órbita.
Lasers podem ser usados para desativar temporariamente ou danificar de forma permanente os componentes de um satélite, particularmente seus delicados sensores, e ondas de rádio ou micro-ondas podem bloquear ou sequestrar transmissões para ou de controladores em terra.
Em resposta a essas possíveis ameaças, a administração Obama programou um orçamento de pelo menos US$ 5 bilhões a serem gastos nos próximos cinco anos para melhorar as capacidades defensivas e ofensivas do programa espacial militar do país.
Os EUA também estão tentando resolver o problema por meio da diplomacia, embora com sucesso irrisório; no final de julho, na ONU, discussões há muito esperadas sobre um código de conduta para nações que exploram o espaço, redigido tentativamente pela União Europeia, empacaram devido à oposição da Rússia, China e de vários outros países, inclusive Brasil, Índia, África do Sul e Irã.
O fracasso colocou soluções diplomáticas para a crescente ameaça em um limbo, conduzindo, provavelmente, a muitos anos mais de debates no âmbito da Assembleia Geral da ONU.
“O xis da questão é que os Estados Unidos não querem conflitos no espaço exterior”, resumiu Frank Rose, secretário-assistente de Estado para controle de armamentos, verificação e cumprimento das leis, que liderou os esforços diplomáticos americanos para impedir uma corrida armamentista espacial.
Os Estados Unidos, declarou Rose, estão dispostos a trabalhar com a Rússia e a China para manter o espaço seguro. “Mas quero deixar muito claro: nós defenderemos nossos bens espaciais se formos atacados”.
Teste
A perspectiva de guerra no espaço não é nova.
Temendo armas nucleares soviéticas lançadas da órbita terrestre, os EUA começaram a testar armamentos antissatélites no final da década de 50.
Os americanos chegaram até a testar bombas nucleares no espaço antes que armas orbitais de destruição em massa foram proibidas através do Tratado do Espaço Exterior da ONU, em 1967.
Após a proibição, a vigilância baseada no espaço tornou-se um componente crucial da Guerra Fria, com satélites servindo como uma parte importante de elaborados sistemas de alerta antecipado de prontidão para detectar o posicionamento ou lançamento de armas nucleares baseadas em terra.
Durante a maior parte da Guerra Fria, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) desenvolveu e testou “minas espaciais”, naves espaciais autodetonantes que podiam procurar e destruir satélites espiões dos EUA ao bombardeá-los com estilhaços.
Na década de 80, a militarização espacial culminou com a multibilionária Iniciativa de Defesa Estratégica do governo de Ronald Reagan, apelidada “Guerra nas Estrelas”, para desenvolver medidas retaliatórias orbitais contra mísseis balísticos intercontinentais soviéticos.
E, em 1985, a Força Aérea dos Estados Unidos fez uma clara demonstração de suas formidáveis capacidades, quando um caça F-15 lançou um míssil que destruiu um satélite falho americano na baixa órbita da Terra.
Durante tudo isso, não ocorreu uma corrida armamentista desenfreada e total, nem foram deflagrados conflitos diretos.
De acordo com Michael Krepon, perito em controle de armas e cofundador do think tank Centro Stimson, na capital Washington, isso se deveu ao fato de que tanto os EUA com a URSS perceberam o quanto seus satélites eram vulneráveis, especialmente os que encontravam em órbitas geossincrônicas (ou geoestacionárias), de aproximadamente 35 mil quilômetros ou mais.
Esses satélites efetivamente pairam acima de um ponto no planeta, tornando-os alvos muito fáceis.
Mas como qualquer ação hostil contra esses satélites poderia escalar facilmente para uma troca nuclear aberta na Terra, as duas superpotências recuaram.
“Nenhum de nós assinou um tratado sobre isso”, observa Krepon. “Simplesmente chegamos independentemente à conclusão de que nossa segurança estaria mais ameaçada se fossemos atrás desses satélites, porque se um de nós fizesse isso, então o outro também faria”.
Hoje, a situação é muito mais complicada.
Órbitas terrestres baixas e altas tornaram-se incubadoras de atividade científica e comercial, repletas de centenas e centenas de satélites de cerca de 60 nações diferentes.
Apesar de seus propósitos majoritariamente pacíficos, todos os satélites, sem exceção, estão em risco, em parte porque nem todos os membros do crescente clube de potências militares espaciais estão dispostos a agir de acordo com as mesmas regras, e nem precisam fazer isso, porque até agora elas ainda não foram escritas.
Lixo espacial
Satélites se deslocam pelo espaço a velocidades muito altas; portanto, o jeito mais rápido e sujo de “matar” um deles é simplesmente lançar alguma coisa ao espaço para obstruir seu caminho.
Até o impacto de um objeto tão pequeno e rudimentar quanto uma bolinha de gude pode desativar ou destruir inteiramente um satélite de um bilhão de dólares.
E se uma nação empregar um método “cinético” desses para destruir o satélite de um adversário, ela pode facilmente criar detritos ainda mais perigosos, potencialmente originando uma reação em cadeia que transformará a órbita terrestre em palco de uma absurda corrida de demolição.
Em 2007, os riscos de detritos aumentaram drasticamente quando a China lançou um míssil que destruiu um de seus próprios satélites meteorológicos na baixa órbita terrestre.
Aquele teste gerou um “enxame” de estilhaços de longa vida que constitui quase um sexto de todos os detritos rastreáveis por radar em órbita.
Os EUA responderam na mesma moeda em 2008, ao redirecionarem um míssil antibalístico lançado de um navio para abater um satélite militar avariado pouco antes de ele cair na atmosfera.
Essa medida também produziu lixo perigoso, embora em quantidades menores, e os detritos tiveram vida mais curta porque foram gerados a uma altitude muito mais baixa.
Mais recentemente, a China lançou o que muitos especialistas dizem ser testes adicionais de armas cinéticas antissatélites baseadas em terra.
Nenhum desses novos lançamentos destruiu satélites, mas Krepon e outros peritos afirmam que isso é porque os chineses agora só estão testando para errar o alvo, em vez de atingi-lo, com a mesma capacidade hostil como resultado final.
O último desses episódios aconteceu em 23 de julho do ano passado.
As autoridades chinesas insistem que a única finalidade dos ensaios é defesa antimíssil pacífica e experimentação científica.
Mas um teste, realizado em maio de 2013, lançou um projétil desses a uma altitude de 30 mil km acima da Terra, aproximando-se do “santuário” de satélites geossincrônicos estratégicos.
Aquilo foi um chamado de alerta, admite Brian Weeden, analista de segurança e ex-oficial da Força Aérea que estudou e ajudou a divulgar o teste chinês.
“Os Estados Unidos aceitaram há décadas o fato de que seus satélites de baixa órbita poderiam ser abatidos facilmente”, diz ele. “Mas quase atingir [a órbita geossincrôncica] fez as pessoas entenderem que, nossa!, alguém realmente poderia tentar ir atrás das coisas que temos lá em cima”.
Não foi coincidência que pouco depois de maio de 2013, os EUA liberaram a divulgação de detalhes de seu programa ultrassecreto Consciência Situacional do Espaço Geossincrônico (GSSAP), um planejado conjunto de quatro satélites capaz de monitorar as altas órbitas da Terra e até se encontrar com outros satélites para inspecioná-los de perto.
Os dois primeiros GSSAPs foram lançados à órbita em julho de 2014.
“Este costumava ser um [chamado] ‘programa preto’, algo que oficialmente nem existia”, explica Weeden. “Ele basicamente foi oficializado (liberado para divulgação) para enviar uma mensagem dizendo: ‘Ei, se você estiver fazendo algo suspeito dentro e ao redor do cinturão geossincrônico, nós veremos’”.
Um intruso na órbita geossincrônica não precisa ser um míssil com uma ogiva (ponta) cheia de explosivos para ser um risco de segurança, mesmo aproximar-se ou se encostar em satélites estratégicos de um adversário é considerado uma ameaça.
Esta é uma das razões por que potenciais adversários dos Estados Unidos podem estar alarmados com as capacidades de rendezvous (encontros) dos satélites GSSAP e dos aviões espaciais robóticos altamente manobráveis X-37B da Força Aérea americana.
A Rússia também está desenvolvendo sua própria capacidade de abordar, inspecionar e potencialmente sabotar ou destruir satélites em órbita.
Nos últimos dois anos, o país incluiu três misteriosas cargas em lançamentos de outra forma rotineiros de satélites comerciais, sendo que o último ocorreu em março deste ano.
Observações de radar feitas pela Força Aérea americana e por entusiastas amadores revelaram que depois que cada um desses satélites foi posicionado, um pequeno objeto adicional voava para bem longe do foguete arremessado, só para depois dar meia volta e voltar.
Os objetos, apelidados Kosmos-2491, K-2499 e K-2504, podem ser apenas parte de um programa inofensivo para o desenvolvimento de técnicas para fazer a manutenção e reabastecer satélites velhos, argumenta Weeden, embora também possam ser destinados a propósitos mais sinistros.
Tratados oferecem poucas garantias
Autoridades chinesas sustentam que suas atividades militares no espaço são simplesmente experimentos científicos pacíficos, enquanto as autoridades russas em geral têm se mantido em silêncio na maior parte do tempo.
As duas nações poderiam ser vistas como simplesmente respondendo ao que elas entendem como o desenvolvimento clandestino, pelos EUA, de potenciais armas espaciais.
De fato, os sistemas americanos de defesa de mísseis balísticos, seus aviões espaciais X-37B e até suas naves espaciais GSSAP, embora todos ostensivamente destinados a manter a paz, poderiam ser facilmente convertidos em armas de guerra espacial.
Durante anos, a Rússia e a China vêm pressionando para a ratificação de um tratado legalmente vinculativo das Nações Unidas para banir armas espaciais; um tratado que autoridades americanas e especialistas externos têm rejeitado repetidamente como uma inviabilidade cínica.
“O esboço do tratado sino-russo visa proibir justamente as coisas que eles mesmos estão procurando desenvolver tão ativamente”, reclama Krepon. “Ele serve perfeitamente aos seus interesses. Eles querem liberdade de ação, e estão encobrindo isso com essa proposta para proibir armas espaciais”.
Mesmo se o tratado estivesse sendo proposto de boa fé “ele estaria morto ao chegar” ao Congresso e não teria a menor chance de ser ratificado, salienta Krepon.
Afinal, os EUA também querem liberdade de ação no espaço, e no espaço nenhum outro país tem mais capacidade e, portanto, mais a perder.
De acordo com Rose, existem três problemas fundamentais com o tratado.
“Um, ele não é efetivamente verificável, o que os russos e chineses admitem”, argumenta. “Você não consegue detectar trapaça. Dois, ele é totalmente silencioso (omisso) sobre a questão das armas terrestres antissatélites, como as que a China testou em 2007 e novamente em julho de 2014. E, terceiro, ele não define o que é uma arma no espaço exterior”.
Como alternativa, os EUA apoiam uma iniciativa liderada pela Europa para estabelecer “normas” para uma conduta adequada através da criação de um Código Internacional de Conduta para o Espaço Exterior, voluntário.
Este seria um primeiro passo, a ser seguido por um acordo vinculativo.
Um esboço dessa proposta, que Rússia e China impediram de ser adotada nas discussões de julho na ONU, exige maior transparência e “construção de confiança” entre nações com capacidade espacial como um meio de promover a “exploração e o uso pacífico do espaço exterior”.
Espera-se que isso possa impedir a geração de mais detritos e o contínuo desenvolvimento de armas espaciais.
No entanto, como o tratado russo-chinês, esse código também não define exatamente o que constitui uma “arma espacial”.
Essa imprecisão representa problemas para altas autoridades da defesa, como o general John Hyten, chefe do Comando Espacial da Força Aérea dos EUA.
“Nosso sistema de vigilância baseado no espaço, que olha para os céus e monitora tudo na órbita geossincrônica, é um sistema de armas?”, pergunta ele. “Creio que todos no mundo olhariam para isso e diriam não. Mas ele é manobrável, viaja a mais de 27.350 km por hora, e tem um sensor a bordo. Não é uma arma, certo? Mas a linguagem [de um tratado] proibiria a nossa capacidade de realizar uma vigilância baseada no espaço? Eu espero que não!”
Guerra no espaço é inevitável?
Enquanto isso, mudanças na política dos EUA estão dando à China e à Rússia mais razões para novas suspeitas.
O Congresso tem pressionado a comunidade de segurança nacional dos EUA a voltar suas atenções para o papel das capacidades ofensivas, em vez das defensivas, chegando até a impor que a maior parte do financiamento do ano fiscal de 2015 para o Programa Segurança e Defesa Espacial, do Pentágono, seja destinada ao “desenvolvimento de estratégias e capacidades ofensivas de controle e defesa ativa do espaço”.
“Controle espacial ofensivo” é uma clara referência a armas.
“Defesa ativa” é uma expressão muito mais nebulosa e se refere a medidas indefinidas de retaliação ofensiva que poderiam ser tomadas contra um atacante, ampliando ainda mais os caminhos através dos quais o espaço pode se tornar um ambiente equipado com armas.
Se uma ameaça iminente for percebida, um satélite ou seus operadores poderiam desfechar um ataque por meios de lasers ofuscantes, micro-ondas de interferência, bombardeio cinético, ou diversos outros métodos possíveis.
“Espero nunca travar uma guerra no espaço”, diz Hyten. “Isso é ruim para o mundo. A cinética [armamentos antissatélites] é horrível para o mundo”, devido aos riscos existenciais que os detritos representam para todos os satélites.
“Mas se a guerra se estender ao espaço”, argumenta ele, “precisamos ter capacidades ofensivas e defensivas com que responder, e o Congresso nos pediu que explorássemos que capacidades seriam estas. E, para mim, o único fator limitante é ‘nada de detritos’. Não importa o que faça, não crie detritos”.
Uma tecnologia para bloquear ou interferir em transmissões, por exemplo, parece sustentar o Counter Communications System (CCS), o sistema de interferência ofensiva em comunicações da Força Aérea, a única capacidade ofensiva americana reconhecida contra satélites no espaço.
“Basicamente o CCS é uma grande antena sobre um trailer, e ninguém sabe como ele realmente funciona, o que de fato faz”, informa Weeden, salientando que, como a maior parte das atividades (trabalhos) espaciais, os detalhes do sistema são ultrassecretos.
“Tudo o que sabemos essencialmente é que eles poderiam usá-lo de para interferir ou bloquear de alguma forma satélites de um adversário ou talvez até enganar ou hackear os instrumentos”.
Para Krepon, os debates sobre as definições de armas espaciais e a agressiva exibição de poder militar entre Rússia China e Estados Unidos estão atrapalhando e eclipsando a questão mais premente dos detritos espaciais.
“Todo mundo está falando sobre objetos intencionais, feitos pelo homem, destinados a travar guerras no espaço, e é como se estivéssemos de volta na Guerra Fria”, compara.
“Enquanto isso, já há cerca de 20 mil armas lá em cima em forma de detritos. Eles não têm nenhum propósito, e não são guiados. Eles não estão procurando detectar satélites inimigos. Eles só estão zanzando por lá, fazendo o que fazem”.
O ambiente espacial, salienta, precisa ser protegido como um bem comum global, como os oceanos e a atmosfera da Terra.
Lixo espacial é muito fácil de ser produzido e muito difícil de ser eliminado; por essa razão, os esforços internacionais deveriam se concentrar na prevenção de sua criação.
Além da ameaça de destruição deliberada, o risco de colisões acidentais e impactos de detritos continuará aumentando à medida que mais nações lançam e operam mais satélites sem uma rigorosa responsabilização e supervisão internacional.
E, à medida que a chance de acidentes aumenta, o mesmo acontece com a possibilidade de eles serem mal interpretados como ações deliberadas e hostis na tensa intriga melodramática dessa intensa competição militar no espaço.
“Estamos no processo de sujar e estragar o espaço, e a maioria das pessoas não se dá conta disso porque não podemos vê-lo como vemos o abate de peixes marinhos, florações enormes de algas, ou os efeitos da chuva ácida”, adverte ele.
“Para evitar poluir e destruir a órbita terrestre, precisamos de um senso de urgência que atualmente ninguém tem. Talvez possamos senti-lo quando não conseguirmos usar nossa televisão por satélite ou nossas telecomunicações, ou acessar noticiários sobre o clima global e previsões de furacões. Quando formos catapultados de volta às condições da década de 50, talvez possamos adquiri-lo. Mas então será tarde demais”.
Sabrina Imbler contribuiu para a reportagem.
Publicado em Scientific American em 10 de agosto de 2015.

http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/guerra_no_espaco_pode_estar_mais_perto_que_nunca.html

Caças americanos F-22 na Europa é prelúdio de confrontação aberta com a Rússia

 

F-22 Raptor

 

© US Air Force / Master Sgt. Jeremy Lock

Os EUA planejam deslocar no futuro próximo à Europa caças furtivos F-22 no quadro da “Iniciativa de Garantia da Segurança Europeia”, disse num briefing a secretária da Força Aérea estadunidense, Deborah Lee James.

Caça norte-americano F-22

© AFP 2015/ STEVEN R. SCHAEFER

EUA podem enviar F-22 para a Europa devido a alegada 'ameaça russa'

Ao mesmo tempo, ela não especificou onde exatamente e quando serão instalados os aviões, sublinhando que isto acontecerá “muito em breve”.

Segundo as palavras da secretária, no quadro do mencionado programa os pilotos americanos realizarão treinamentos junto com os parceiros e aliados na OTAN para “apoiá-los e demonstrar o nosso empenhamento na segurança e estabilidade na Europa”.

Os F-22 neste momento são os únicos caças de quinta geração no mundo que estão sendo usados no exército. Neste momento estas aeronaves realizam missões no Oriente Médio contra militantes do Estado Islâmico. 

Segundo o Pentágono, os planos de reforçar a presença militar norte-americana na Europa visam responder a uma suposta “ameaça” representada pela Rússia.

“A atividade militar russa na Ucrânia continua sendo uma das maiores preocupações para nós e para os nossos aliados europeus”, disse a secretária da Força Aérea estadunidense no briefing. 

A Força Aérea dos EUA aumentou recentemente o número de patrulhas aéreas na região do Báltico quando o Reino Unido recebeu bombardeiros B-2 e B-52 norte-americanos.

Caças Su-25 durante o ensaio geral da parada militar em homenagem ao 70 aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial de 1941-1945.

© SPUTNIK/ HOST PHOTO AGENCY/VLADIMIR VYATKIN

Moscou: possível envio de F-22 à Europa não ficará sem resposta

Jan Miklas, cientista político e ativista tcheco comentou à Sputnik a decisão americana de instalar os F-22 na Europa:

“Claro, tal ‘vizinhança’ não irá acrescentar tranquilidade para os tchecos. Porque esta decisão mostra essencialmente um novo passo no caminho de agudizarão da situação na Europa e uma tentativa de preparar uma confrontação aberta com a Rússia”. 

Ele também confessou que, segundo as suas estimativas, a presença militar americana está aumentando e criticou o pretexto usado pelos EUA para justificar estas ações:

“Tudo o que aconteceu na Ucrânia é culpa direta dos EUA. Não é segredo para ninguém que os americanos alocaram 5 bilhões de dólares para armar esta bagunça no Maidan. Agora eles usam a situação ucraniana para pressionar a Rússia numa luta geopolítica desencadeada por eles mesmos”

Bandeira da OTAN é queimada durante protestos na Rússia

© AFP 2015/ MAXIM AVDEYEV

Político europeu: OTAN usa Rússia para justificar sua própria existência

Richard Labevière, editor-chefe do site do Ministério da Defesa francês e editor-chefe da revista Défense do Instituto das Pesquisas da Defesa Nacional, por sua vez chama a decisão de deslocar os F-22 para a Europa de “provocação por parte da OTAN, que evidencia o aumento da presença da OTAN na Europa e em outras regiões do mundo” e enumera duas razões das ações norte-americanas:

“Os EUA procuram uma ‘montra’, uma oportunidade de mostrar o avião em ação para contribuir para as suas exportações. O F-22 Raptor já participou várias vezes das operações no Iraque e na Síria mas, para estimular o interesse dos clientes europeus, os americanos decidiram colocar os aviões na Europa. Por exemplo, já se sabe que a Polônia está interessada neles”.

“O segundo aspeto é geopolítico. Os EUA deslocam novos aviões para a Europa em resposta a numerosos pedidos dos países Bálticos, especialmente por parte da Lituânia, que desde há muito tempo é conhecida por sobrestimar a chamada ameaça russa. Estão sendo deslocados também por causa da mudança da situação do leste da Ucrânia depois da recente agressão do exército ucraniano contra as forças do Donbass”.

Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20150825/1954641.html#ixzz3jritEqCZ

"EUA falharam e ajudaram o terror", diz especialista autor de livro sobre o Estado Islâmico

 

Michael Weiss, jornalista e analista político, aponta os erros do governo americano no Oriente Médio. Para ele, as prisões americanas no Iraque ajudaram a construir o atual EI

Por: Julia Braun e Diego Braga Norte22/08/2015 Xiita comemora tomada de Jurf al-Sakhar, cidade no sul de Bagdá que estava nas mãos do terrorista Estado Islâmico. A frase na parede diz: ‘Morte ao Daash’, acrônimo de um dos nomes do grupo terrorista

  • 178Xiita comemora tomada de Jurf al-Sakhar, cidade no sul de Bagdá que estava nas mãos do terrorista Estado Islâmico. A frase na parede diz: ‘Morte ao Daash’, acrônimo de um dos nomes do grupo terrorista (Foto: Alaa Al-Marjani/Reuters)Homem desabrigado fugindo da violência em Ramadi carrega criança nas costas, próximo a Bagdá, Iraque

  • 278Homem desabrigado fugindo da violência em Ramadi carrega criança nas costas, próximo a Bagdá, Iraque (Foto: Stringer/Reuters)

  • Criança iraquiana desabrigada foge da província de Anbar devido aos conflitos de forças favoráveis ao governo e grupos jihadistas

    378Criança iraquiana desabrigada foge da província de Anbar devido aos conflitos de forças favoráveis ao governo e grupos jihadistas (Foto: Haidar Hamdani/AFP)

  • 478Míssel Truxtun, criado durante o governo de Geroge Bush filho, é lançado de veículo marinho americano do Golfo Pérsico em direção ao Iraque (Foto: US Navy/Scott Barnes/AFP)

  • 578Avião de combate francês deixa sua base militar nos Emirados Árabes e segue em direção ao norte do Iraque para combater o Estado Islâmico (Foto: French Army Communications body ECPAD/AFP)

  • 678Em meio à luta entre curdos do PKK e os terroristas do Estado Islâmico, tanques do Exército turco ficam postados na fronteira com a Síria (Foto: Lefteris Pitarakis/AP)

  • 778Na imagem, um posto militar do exército sírio localizado na cidade de Maarat al-Numan é atingido por combatentes rebeldes do Estado Islâmico (EI), nesta terça-feira (14) (Foto: Ghaith Omran/AFP)

  • 878Fumaça é vista durante ataques aéreos na cidade síria de Ain al-Arab, visto a partir da fronteira com a Turquia. O Pentágono anunciou hoje (08) que o poder aéreo dos Estados Unidos por si só não pode impedir que os jihadistas do Estado Islâmico (EI) avancem sobre a cidade fronteiriça de Kobane (Foto: Aris Messini/AFP)

  • 978Terroristas do Estado Islâmico (EI) são vistos em morro próximo à cidade de Kobane, região fronteiriça entre a Síria e a Turquia (Foto: Aris Messinis/AFP)

  • 1078Fumaça é vista depois de bombardeio na cidade síria de Kobani. Coalizão internacional tenta impedir avanço terrorista contra a cidade, que fica perto da fronteira com a Turquia (Foto: Burhan Ozbilici/AP)

  • 1178Militares britânicos trabalham em um caça na base aérea de Akrotiri, perto de Limassol, no Chipre. A Grã-Bretanha tem usado a base para operações contra alvos do grupo terrorista Estado Islâmico no Iraque (Foto: Petros Karadjias/AP)

  • 1278Caças F-15E da Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoam o norte do Iraque após a realização de ataques aéreos na Síria em combate aos militantes do Estado Islâmico. Foto tirada no último dia 23 e divulgada hoje - 26/09/2014 (Foto: Senior Airman Matthew Bruch/Força Aérea dos Estados Unidos/Reuters)

  • 1378Caça F-18 da marinha americana é reabastecido no ar, na região norte do Iraque. A aeronave integra parte das ações de ataque aos alvos do Estado Islâmico (EI) na Síria (Foto: VEJA.com/EFE)

  • 1478Imagem divulgada pelo Pentágono mostra refinarias de petróleo controladas pelo Estado Islâmico no leste da Síria, antes e depois de ser destruída em um ataque aéreo dos EUA (Foto: Divulgacão/VEJA)

  • 1578Imagem divulgada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, mostra míssel sendo lançado do porta-aviões 'USS George H.W. Bush' em direção ao Golfo Árabe - 23/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 1678Imagem divulgada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, mostra míssel sendo lançado do porta-aviões 'USS George H.W. Bush' em direção ao Golfo Árabe - 23/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 1778Imagens divulgadas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostram danos à Refinaria de Petróleo Gbiebe na Síria - 25/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 1878Imagens divulgadas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostram danos à Refinaria de Petróleo Jerive na Síria - 25/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 1978Caças norte-americanos posicionados no porta-aviões 'George H.W. Bush' se preparam para realizar missões no Golfo Pérsico em combate ao Estado Islâmico - 23/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 2078Caças norte-americanos posicionados no porta-aviões 'George H.W. Bush' se preparam para realizar missões no Golfo Pérsico em combate ao Estado Islâmico - 23/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 2178Imagem divulgada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostra centro de testes em Abu Kamal, na Síria, antes e depois de ataque - 23/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 2278Míssel contra o Estado Islâmico é lançado do porta-aviões 'George H.W. Bush' - 23/09/2014 (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reuters)

  • 2378Voluntário Xiita da milícia Hezbollah aponta seu rifle durante combate contra militantes do Estado Islâmico - 01/09/2014 (Foto: VEJA.com/EFE)

  • 2478Cidadãos iraquianos protestam nas ruas de Kerbala, sul do Iraque, com fotos de parentes supostamente executados pelo Estado Islâmico (Foto: Alaa Al-Shemaree/EFE)

  • 2578Secretário de Estado dos Estados Unidos John Kerry, olha papéis durante o voo da Jordânia para o Iraque, no início de uma turnê pelo Oriente Médio em busca de apoio militar, político e financeiro para derrotar os militantes islâmicos que controlam partes do Iraque e da Síria - 10/09/2014 (Foto: Brendan Smialowski/Reuters)

  • 2678Combatente curdo Peshmerga lança morteiro em direção a cidade de Zummar, controlada pelo Estado Islâmico, no Iraque (Foto: Ahmed Jadallah/Reuters)

  • 2778Um caça iraquiano é visto ao sobrevoar a cidade de Amerli, dominada por militantes radicais do Estado Islâmico desde junho. Segundo informações oficiais divulgadas nesta quarta-feira (03), as forças nacionais do Iraque já recuperaram parte do território (Foto: Ahamad Al-Rubaye/AFP)

  • 2878Militar Xiita fica de guarda após destruir o cerco jihadista do Estado Islâmico em Amerli, Iraque - 01/09/2014 (Foto: Stringer/Reuters)

  • 2978Exército iraquiano entra na cidade de Amerli apos destruir cerco jihadista do Estado Islâmico - 01/09/2014 (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 3078Voluntários Xiitas da milícia Hezbollah em combate contra o grupo extremista do Estado Islâmico na cidade de Amerli, Iraque - 01/09/2014 (Foto: VEJA.com/EFE)

  • 3178Milícia iraquiana posam com bandeira do Estado Islâmico para celebrar o rompimento do cerco da cidade de Amerli, Iraque - 01/09/2014 (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 3278Meninas em gestos de comemoração após o Exército Iraquiano romper o cerco de Amerli, Iraque. A cidade estava sitiada há mais de dois meses - 01/09/2014 (Foto: Stringer/Reuters)

  • 3378Garotos carregam garrafas de água que receberam de uma doação curda após o rompimento do cerco em Amerli, Iraque - 01/09/2014 (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 3478Garoto anda de bicicleta carregando uma bandeira Hezbollah em Amerli, Iraque - 01/09/2014 (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 3578Combatente xiita monta guarda próximo à cidade de Bagdá contra os jihadistas do Estado Islâmico, no Iraque (Foto: Ali Al-Saadi/AFP)

  • 3678Soldado das forças curdas Peshmerga se prepara para lançar um foguete contra jihadistas, no Iraque (Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP)

  • 3778Soldado das forças curdas Peshmerga durante conflito com jihadistas, no Iraque (Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP)

  • 3878Comandante das forças curdas Peshmerga, monta guarda próximo à cidade de Gwer no Iraque após a retirada de jihadistas do Estado Islâmico (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 3978Combatentes curdos montam guarda próximo à cidade de Gwer no Iraque, após retirada de jihadista do Estado Islâmico (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 4078Voluntários yazidis durante instruções de como manusear armas para combater terroristas no Iraque (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 4178Iraquianos desabrigados se aglomeram para receber comida de curdos, na Síria (Foto: Khalid Mohammed/AP)

  • 4278Iraquianos desabrigados recebem doações de roupas, na Síria (Foto: Khalid Mohammed/VEJA)

  • 4378Iraquianos desabrigados vivem em barracas improvisadas na cidade de Erbil, no Iraque (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

  • 4478Cristãos iraquianos que fugiram da violência da cidade de Qaraqosh descansam próximo à uma Igreja, no iraque (Foto: Safin Hamed/AFP)

  • 4578Iraquianos da minoria religiosa Yazidi fogem à pé em direção a Síria após ataques de militantes islâmicos que mataram pelo menos 500 pessoas que seguem a religião curda e católicos (Foto: VEJA.com/Reuters)

  • 4678Iraquianos que fugiram da violência na província de Nínive, chegar à província de Sulaimaniya (Foto: VEJA.com/Reuters)

  • 4778Cristãos iraquianos se abrigam na igreja de São José, em Erbil, no norte do Iraque depois de fugirem de suas aldeias invadidas por extremistas islâmicos (Foto: Khalid Mohammed/AP)

  • 4878Cristãos iraquianos que fugiram da violência na aldeia de Qaraqush, a leste da província de Nínive, descansam na igreja São José, na cidade curda de Erbil, na região autônoma do Curdistão iraquiano (Foto: Safin Hamed/AFP)

  • 4978Cristãos iraquianos que fugiram da violência na aldeia de Qaraqush, a leste da província de Nínive, descansam na igreja São José, na cidade curda de Erbil, na região autônoma do Curdistão iraquiano (Foto: Safin Hamed/AFP)

  • 5078Soldado curdo de prontidão para combater as forças terroristas do EIIL (Foto: Stringer/Reuters)

  • 5178Tropas curdas realizam operação contra os jihadistas militantes do Estado Islâmico no Makhmur, nos arredores da província de Nínive, no Iraque - 08/08/2014 (Foto: VEJA.com/Reuters)

  • 5278Civis iraquianos se reúnem pela manhã, após uma série de carros-bomba atravessou ruas comerciais em vários bairros de Bagdá - 07/08/2014 (Foto: Karim Kadim/AP)

  • 5378Local de uma explosão em um bairro predominantemente xiita na cidade de Sadr, ao norte de Bagdá - 01/08/2014 (Foto: VEJA.com/EFE)

  • 5478Local de uma explosão em um bairro predominantemente xiita na cidade de Sadr, ao norte de Bagdá - 01/08/2014 (Foto: VEJA.com/EFE)

  • 5578Um carro-bomba explodiu na região central de Bagdá, na manhã desta sexta-feira (01/08/2014). O Iraque vem enfrentando uma forte onda de violência desde o mês passado, quando insurgentes sunitas tomaram posse de grandes faixas de terra ao norte do país (Foto: Wissm al-Okili/Reuters/VEJA)

  • 5678Templo de Jonas destruído em Mosul, Iraque (Foto: VEJA.com/AP)

  • 5778Soldado das forças curdas Peshmerga faz patrulha na província de Nineveh, no Iraque (Foto: VEJA.com/Reuters)

  • 5878Soldados das forças curdas Peshmerga montam guarda contra militantes sunitas liderados pelo Estado Islâmico, no Iraque (Foto: VEJA.com/Reuters)

  • 5978Tropas curdas se preparam para um ataque contra o Estado Islâmico do Iraque na província de Nineveh (Foto: VEJA.com/Reuters)

  • 6078Voluntários xiitas que se alistaram para lutar contra os jihadistas, durante treinamento próximo à cidade de Basra, no Iraque (Foto: Haidar Mohammed Ali/AFP)

  • 6178Forças de segurança iraquianas destroem a bandeira do grupo militante sunita pertencente ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), durante uma patrulha na cidade de Dalli Abbas; O líder da Al Qaeda pediu aos muçulmanos de todo o mundo para pegarem em armas e migram para o Estado declarado em solo sírio e iraquiano (Foto: Reuters/VEJA)

  • 6278Aviões russos chegam a base aérea militar do Iraque, no aeroporto de Bagdá; Segundo informações do Ministério da Defesa, os caças que chegaram ao país serão usados para apoiar as tropas iraquianas no combate aos militantes islâmicos sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que tomam poder nas províncias ao norte (Foto: Reuters/VEJA)

  • 6378Membros do bloco político sunita 'Mutahidoon' durante uma coletiva de imprensa realizada após a primeira sessão do Parlamento iraquiano em Bagdá; Dirigentes não conseguiram nomear um primeiro-ministro para substituir Nuri al Maliki, escurecendo qualquer perspectiva de um governo de forte unidade para salvar o país do colapso (Foto: Thaier Al-Sudani/Reuters/VEJA)

  • 6478Caça russo chega à base aérea militar do Iraque, no aeroporto de Bagdá; As aeronaves serão utizadas para apoiar as tropas iraquianas a combater militantes islâmicos sunitas que tomaram o poder nas províncias ao norte do país (Foto: Reuters/VEJA)

  • 6578Membro das forças curdas em posição de combate contra militantes sunitas liderados pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL), na aldeia Basheer, sul da cidade de Kirkuk (Foto: RickI Findler/AFP/VEJA)

  • 6678Soldado das forças curdas Peshmerga fala com um líder de uma comunidade xiita local, que elogia ações das Forças Especiais curdos para protegê-los de militantes sunitas liderados pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL), na cidade de Kirkuk (Foto: Rick Findler/AFP/VEJA)

  • 6778Na aldeia iraquiana de Basheer, membro das forças curdas passa por um tanque durante uma pausa nos combates contra militantes sunitas liderados pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL) (Foto: Rick Findler/AFP/VEJA)

  • 6878Membros das forças curdas Peshmerga mantém posição na aldeia iraquiana de Basheer; Militantes sunitas liderados pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiram o controle de uma passagem de fronteira Iraque-Síria depois que os rebeldes sírios se retiraram durante a última madrugada (Foto: Karim Sahib/AFP/VEJA)

  • 6978Vista aérea do complexo de Baiji, no Iraque (Foto: Getty Images/VEJA)

  • 7078Imagem de vídeo mostra fumaça na refinaria de petróleo de Baiji (Foto: Reuters/VEJA)

  • 7178Voluntários iraquianos que se juntaram às forças do Exército comemoram nas ruas de Baquba (Foto: Ali Mohammed/EFE)

  • 7278Voluntários são revistados antes de se juntarem ao Exército iraquiano na luta contra os terroristas do EIIL (Foto: Ahmed Saad/Reuters)

  • 7378Voluntários se unem ao Exército iraquiano para combater o avanço de forças terroristas do EIIL (Foto: Ahmed Saad/Reuters/VEJA)

  • 7478Crianças observam carro destruído após ofensiva dos terroristas do EIIL em Mosul, no Iraque (Foto: Reuters)

  • 7578Corpo de um soldado iraquiano é fotografado em uma das ruas da cidade de Mosul, atacada pelos terroristas do EIIL (Foto: Reuters/VEJA)

  • 7678Veículo das autoridades iraquianas é queimado um dia depois de terroristas do EIIL atacarem a cidade de Baiji (Foto: Reuters/VEJA)

  • 7778Forças de segurança curdas vigiam os arredores da cidade de Kirkuk, no Iraque (Foto: Ako Rasheed/Reuters/VEJA)

  • 7878Crianças refugiadas da violência em Mosul, carregam água em um dos acampamentos nos arredores de Erbil, na região do Curdistão do Iraque (Foto: Reuters/VEJA)

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Os Estados Unidos falharam em sua campanha antiterrorista no Iraque e abriram brechas para o crescimento de organizações extremistas como o Estado Islâmico (EI), diz Michael Weiss, jornalista americano, analista e colunista da revista de relações internacionais Foreign Policy e autor de um dos mais recentes e completos livros sobre o grupo jihadista - Estado Islâmico: Desvendando o Exército do Terror.

De acordo com Weiss, o sistema prisional americano no Iraque foi um dos grandes responsáveis pela radicalização dos terroristas que hoje lideram o Estado Islâmico. O jihadismo defendido pelo EI fermentou em uma prisão americana no Iraque chamada Camp Bucca, próxima de Bagdá. Enquanto estavam presos, seguros e bem alimentados, os extremistas arregimentaram presos comuns. "Se observarmos a liderança do EI hoje, incluindo Abu Bakr al-Baghdadi, todos ficaram presos em Camp Bucca. Isso não é coincidência. Essa foi a falha colossal de planejamento de guerra dos Estados Unidos: sua política de detenção", disse o autor em entrevista ao site de VEJA.

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O especialista também discorreu sobre a atual força e futuro do EI, os métodos de cooptação de novos recrutas do grupo e a influência do ditador sírio Bashar Assad no complexo jogo político na região. Weiss, ao lado do analista sírio Hassan Hassan, conseguiu investigar a história, as convicções, objetivos e métodos do grupo terrorista que vem impressionando o mundo com sua crueldade. Os autores fizeram dezenas de entrevistas com oficiais militares, agentes de serviços de inteligência, diplomatas e até mesmo membros do EI para construir um perfil do grupo extremista.

Estado Islâmico: Desvendando o Exército do Terror parte da trajetória de Abu Musab al-Zarqawi, fundador do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (nome original do grupo), explica sua aproximação com a Al Qaeda e detalha como a organização terrorista se reergueu após a intervenção do Ocidente no Iraque. Weiss e Hassan examinam também as estratégias de propaganda usadas pelos terroristas e elaboram perfis comportamentais dos integrantes do grupo. A seguir, leia os principais trechos da entrevista.

"Estado Islâmico: Desvendando o Exército do Terror", de Michael Weiss e Hassan Hassan"Estado Islâmico: Desvendando o Exército do Terror", de Michael Weiss e Hassan Hassan(Divulgação/VEJA)

Em seu livro, o senhor menciona erros dos Estados Unidos na campanha no Iraque que ajudaram a consolidação de grupos extremistas. Em sua opinião, qual foi o maior erro dos EUA? Quando os americanos passaram o controle das prisões no Iraque para o governo iraquiano, muitas pessoas haviam sido presas por outros crimes, pessoas que não estavam tentando ir atrás dos americanos e não eram uma ameaça ao Estado do Iraque. E é aqui que está o colossal fracasso no planejamento dos EUA: as instalações de detenção, principalmente a de Camp Bucca, que é a maior. Quando capturávamos os jihadistas, nós os tirávamos de zonas de combate ativo, dávamos proteção a eles, três refeições por dia e assistência médica. Nós essencialmente demos a eles uma área para recrutar outros membros, descansar um pouco da guerra e coordenar futuros ataques. Muitas pessoas aprenderam como construir bombas em Camp Bucca. Presos por crimes bobos se tornaram radicais na prisão pelo contato com detentos leais à Al Qaeda. Se observarmos a liderança do EI hoje, incluindo Abu Bakr al-Baghdadi [chefe do EI que os EUA acreditam estar gravemente ferido], todos ficaram presos em Camp Bucca. Isso não é coincidência.

Como acontece o processo de coerção e radicalização dos recrutas do Estado Islâmico? Muitas das pessoas que vão lutar com o EI não começam como islamistas ou jihadistas. Podem não ser sequer muçulmanos fiéis. Algumas das pessoas que entrevistamos disseram que foram atraídos pela guerra contra a presença de tropas estrangeiras e contra regimes corruptos, particularmente no Iraque e na Síria. Quando entraram, primeiro se juntaram a outros grupos rebeldes, mas se desencantaram com eles, pois achavam que também eram corruptos ou hipócritas. Os jihadistas do EI eram diferentes, diziam que não apenas criavam combatentes, mas mostravam a única forma real de ser muçulmano. É assim que eles agem, convencendo as pessoas de que a sua filosofia é o verdadeiro caminho para a iluminação espiritual e para qualquer forma de vida feliz. Os soldados são quebrados psicologicamente e são reconstruídos novamente à imagem do EI.

Esse é também o processo com os jihadistas ocidentais que vão para o Oriente Médio se juntar ao EI? Não é coincidência que muitos dos recrutas sejam adolescentes, tenham menos de 20 anos. Muitos deles vêm de um ambiente muito bom. São filhos de médicos ou advogados, de classe média, vivendo na Bélgica, França, Grã-Bretanha ou na Escandinávia. Mas, como tantos jovens em países ocidentais, muitos deles não têm um propósito, são adolescentes rebeldes, são um clichê. Os recrutadores do EI sabem encontrá-los e se aproveitar disso.

O governo dos EUA demorou em perceber a ameaça do Estado Islâmico? O presidente Obama subestimou o Estado Islâmico. Ele os chamou de "time júnior de terrorismo". Isso aconteceu apenas seis meses antes de eles conquistarem um território do tamanho da Grã-Bretanha.

Como o EI se tornou tão poderoso? Parte da explicação está nos erros cometidos pelos iraquianos e pelos americanos. Além disso, é preciso atribuir parte da responsabilidade ao regime do ditador sírio Bashar Assad, que facilitou as operações da Al Qaeda no Iraque até o início da guerra civil em seu próprio quintal, e mesmo depois.

Seu livro é claro sobre a importância do Irã no xadrez do Oriente Médio. Em que medida o recente acordo nuclear do Ocidente com os iranianos interfere nesse jogo? O Irã está mais poderoso agora. Ouvimos de muitas pessoas que está tudo bem porque o Irã está lutando contra os sunitas do EI. Acho isso uma tolice. Abu Musab al-Zarqawi dizia até pouco antes de o matarmos que a maior ameaça para a sua franquia não eram os americanos, curdos ou outras minorias como os cristãos, mas a maioria de xiitas no Iraque e, por trás deles, a Guarda Revolucionária do Irã. Zarqawi acreditava que os americanos afrouxariam suas forças no Iraque e acidentalmente entregariam o país ao Irã, a maior potência xiita da região. A propaganda do EI é muito efetiva e prega que os americanos infiéis, ligados aos judeus e aos xiitas querem eliminar os sunitas. Para o Estado Islâmico, esse acordo nuclear só certifica essa teoria da conspiração.

Seu livro dá a impressão de que grupos terroristas existirão para sempre no Oriente Médio. É uma visão muito pessimista? Não há dúvida de que em um futuro próximo não veremos a ameaça imposta pelo EI e outras organizações jihadistas encolher. Uma das principais razões é o fato de que a Líbia se tornou um Estado falido e um abrigo para todos os tipos de organização jihadista internacional. Elas brigam entre si, é verdade, mas têm um santurário onde se abrigar.

Como essa guerra sectária entre vertentes de jihadistas afeta o Ocidente? Atualmente EI e Al Qaeda competem como as duas mais impressionantes franquias jihadistas. Uma das formas como vão competir é tentando explodir coisas no Ocidente. Então, agora, não temos apenas a guerra ao terror, mas também uma guerra dentro do terror, e essa guerra vai ser jogada com vidas ocidentais. Isso já tem ocorrido, na França, na Austrália, na Bélgica. E tende a piorar.

Recentemente, o 'The New York Times' publicou uma reportagem afirmando que o EI está se transformando em um Estado funcional que usa o terror como ferramenta. Esta é uma perspectiva aterrorizante... O Exército americano capturou recentemente alguns documentos reveladores na Síria. A conclusão de muitos que os analisaram é que o EI já se comporta e funciona como um Estado. Não uma nação propriamente dita, mas um Estado em construção, com funções definidas. Os jihadistas do EI têm pretensões de ser um Estado; eles não se chamam Estado Islâmico por nada. Em áreas ocupadas, eles se comportam como um Estado: controlam a Justiça, serviços sociais, escolas, policiamento, comércio.

Os EUA terão eleições presidenciais em 2016. Como o senhor acha que serão as políticas de combate ao EI do próximo governo? Quem quer que se torne presidente vai ser mais intervencionista do que Obama tem sido. Nós sabemos o lema de Obama: "Os EUA só tornam as coisas piores quando se envolvem no mundo". Eu acho que vai haver uma mudança nessa área da política americana. Tem de haver.

http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/eua-falharam-e-ajudaram-o-terror-diz-especialista-autor-de-livro-sobre-o-estado-islamico