quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Cadê os brasileiros do escândalo do HSBC?

No escândalo da HSBC suíço, 80% das contas de brasileiros são numeradas ou têm como titulares empresas de paraíso fiscal; em jogo, US$ 7 bilhões de procedência a ser investigada

Por Plínio Fraga

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O banqueiro Edmond Safra: conta declarada na Suíça. Foto: CIJ

Um conjunto de dados do HSBC, com informações sobre 6.600 contas bancárias secretas de 8.667 brasileiros (pessoas físicas ou jurídicas) na Suíça, está em investigação. São correntistas que somam saldo de US$ 7 bilhões.

Um ex-funcionário do HSBC suíço colecionou-os durante quase dez anos e decidiu entregá-los às autoridades fiscalizadoras e a um consórcio internacional de jornalistas investigativos.

No caso dos brasileiros, os dados estão sendo analisados para determinar se há ilegalidade nessas operações bancárias ou se os valores foram declarados à Receita Federal. As informações estão há três meses com as autoridades brasileiras, sem que tenha havido consequências até aqui.

O banco britânico HSBC manteve 106 mil contas secretas em sua filial na Suíça. Calcula-se que grande parte do dinheiro tenha origem em esquemas de evasão de divisas, sonegação fiscal e crimes como narcotráfico, contrabando e corrupção política. As operações ilegais foram denunciadas no domingo (8), pelo Consórcio Internacional de Jornalistas, a partir de dados entregues ao jornal Le Monde.

Os arquivos revelam registros privados de jogadores famosos de futebol e tênis, estrelas do rock, atores de Hollywood, realeza, políticos e executivos.

Os registros de contas vazados mostram alguns clientes viajando a Genebra para sacar grandes quantias de dinheiro vivo. Também documentam grandes somas controladas por vendedores de diamantes conhecidos por atuar em zonas de guerra e vender pedras preciosas para financiar insurgentes que provocaram inúmeras mortes.

Na lista internacional aparecem nomes como o piloto Fernando Alonso; o cantor David Bowie; o rei de Marrocos, Mohammed VI; o rei da Jordânia, Abdullah II, o designer de moda Valentino; a modelo Elle McPherson; os atores Christian Slater e John Malcovich; o banqueiro Edouard Stern e o motociclista Valentino Rossi.

O Brasil aparece em quarto lugar entre os países com maior número de clientes com contas secretas no banco, registradas desde a década de 1970 até o ano de 2006. Entre os brasileiros identificados estão o banqueiro Edmond Safra, um dos donos do Grupo Safra, falecido em 1999, e a família Steinbruch, dona do grupo Vicunha. Os grupos informaram que as contas são legais e declaradas nos informes de rendimentos dos proprietários.

Ter conta na Suíça não é crime. O dinheiro que a abastece pode ter origem nele. Entre as 106 mil contas do HSBC suíço, 50% estão em nome de seus proprietários, 35% são contas numeradas (um artifício para esconder seu titular) e 15% são vinculadas a empresas no exterior, em geral criadas em paraísos fiscais (outra maneira de esconder o dono do dinheiro.)

No caso das contas ligadas a brasileiros, 70% são numeradas e 10% vinculadas a empresas em paraísos fiscais. Somente 20% estão em nome do seu titular. No mínimo, uma forma suspeita de guardar dinheiro. O valor máximo encontrado em uma das contas de brasileiros atingiu US$ 320 milhões.
Veja também:
Figuras do esporte envolvidas em escândalo fiscal
Você sabe se o seu banco financia a produção de armas ou se preocupa com a sociedade?
Presidente do Paraguai confirma que teve 2 contas no HSBC da Suíça

Mais suspeito ainda tem sido o comportamento das autoridades brasileiras. Nada foi divulgado sobre o que investigou e possibilidade de eventuais punições. A lista do HSBC inclui políticos como o presidente do Paraguai, Horacio Cartes. Existem US$ 15 bilhões de venezuelanos; US$ 3,5 bilhões de argentinos. Existem 31 contas correntes de cubanos, com US$ 84 milhões, apesar do fechado regime comunista.

Será que as autoridades brasileiras temem encontrar envolvidas lideranças políticas e empresariais?

De acordo com o Banco Mundial, a fatia dos 10% dos brasileiros mais ricos controla 44% da riqueza nacional. No caso suíço, está se falando de 0,0001% dos mais ricos. Combater a corrupção também passa por dificultar a vida de quem ganha dinheiro fácil, não paga impostos e corrompe o poder.

https://br.noticias.yahoo.com/blogs/plinio-fraga/no-escandalo-da-hscb-suico-80-das-contas-de-142939109.html

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Rússia e Brasil podem começar a usar moedas nacionais no comércio

Presidente da câmara de comércio e indústria Sergei Katyrin

© Sputnik/ Vladimir Trefilov

Brasil

BRICS: organização do futuro (3)

Na mais recente reunião do Conselho de Negócios dos BRICS, as delegações discutiam ativamente a possibilidade de adoção de pagamentos em moedas locais entre os países membros do grupo.

O chefe da delegação russa no Conselho de Negócios dos BRICS, Sergei Katyrin, disse em entrevista à Sputnik que a adoção do modelo de pagamento em moedas locais foi um dos principais temas de discussão na reunião de 9 e 10 de fevereiro. Quase todas as delegações, comentou, quiseram saber como fazer para viabilizar este modelo.

Há certos riscos relacionados com as moedas nacionais dos países membros dos BRICS. Por exemplo, o rublo russo, tal como o real brasileiro, têm passado por um período de baixa. Por isso, nos dois dias da reunião as delegações estavam procurando opções para minimizar os riscos. Este assunto terá continuação ainda neste ano.

O Brasil já viabilizou um Sistema de Pagamento em Moeda Local (SML) para transações com a Argentina e o Uruguai.

Já a Rússia pode adotar um modelo semelhante para relações comerciais com o Egito. Vladimir Putin compartilhou esta intenção oficial em uma entrevista recente.

Alternativa ao FMI

Outro assunto econômico importante discutido na reunião foi o do novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, cuja criação foi oficializada no ano passado, durante a cúpula presidencial em Fortaleza.

Segundo Sergei Katyrin, hoje em dia a criação do Banco já está na sua segunda etapa, a de elaboração de documentos normativos e regulamento. Katyrin sublinhou que o setor de negócios da Rússia deseja que “este Banco não seja burocratizado, que os procedimentos de aprovação de projetos de investimentos e outros tipos de projetos propostos ao Banco sejam minimizados, pelo menos para os representantes dos países dos BRICS”.

É ainda assunto de discussão se outros países, que não fazem parte do grupo BRICS, vão ser atraídos para participarem das atividades do Banco.

A delegação russa no Conselho de Negócios apresentou 37 projetos para o início do trabalho do Banco.

O Banco de Desenvolvimento dos BRICS, junto com o Arranjo Contingente de Reservas, é um organismo financeiro internacional que muitos economistas avaliam como uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Novas perspectivas

No quadro geral da reunião, um novo grupo de trabalho foi criado para se juntar aos grupos de política, energia, ecologia, finanças, preparação de pessoal e infraestrutura. É o grupo de trabalho para assuntos agrícolas.

Segundo o doutor Katyrin, a delegação russa apresentou várias iniciativas para melhorar o funcionamento do Conselho, inclusive a unificação do regulamento técnico para coordenar de uma forma mais eficiente os esforços dos países do grupo.

Outro projeto proposto pela delegação russa visa ajudar a superar diversas barreiras administrativas para facilitar o comércio internacional e investimentos mútuos entre os BRICS.

Além disso, foi apresentada a cidade de Ufa, que será sede da cúpula presidencial dos BRICS neste ano. Ufa é a capital da república de Bascortostão, na região dos Urais (perto da fronteira entre a Europa e a Ásia), perto do centro geográfico da Rússia.

Na cúpula de Ufa, a delegação brasileira apresentará o relatório anual relativo a 2014.

Já as relações comerciais entre o Brasil e a Rússia devem crescer ainda mais. Além de carne, produtos lácteos e outros produtos de alimentação, planeja-se exportar têxteis brasileiros para a Rússia, disse Katyrin.

http://br.sputniknews.com/brasil/20150211/127477.html

MPF identifica quadrilha que atua com empréstimos consignados no Ceará

 

dinheiro

O Ministério Público Federal, através do procurador da República Alexandre Meireles através de procedimento administrativo identificou a existência de quadrilhas especializadas em realizar empréstimos consignados em nome de servidores públicos federais. Com esse resultado ele está cobrando do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) providências para coibir fraudes envolvendo o nome de servidores públicos federais de todo o país vítimas da ação de quadrilhas especializadas em contratar operações e empréstimos consignados com entidades financeiras em nome de terceiros.

Apurações do MPF identificaram que a prática criminosa tem sido realizada por meio de documentos falsos e à revelia do servidor prejudicado, vítima de crime contra o seu patrimônio, sem a possibilidade de tomar nenhuma medida preventiva.

O procurador Alexandre Meireles estabeleceu o prazo de 60 dias para que a Secretaria de Gestão Pública (Segep) do Ministério do Planejamento informe ao MPF as medidas adotadas para sanar os danos. Para ele, terão de ser providenciadas medidas para conferir grau de confiabilidade minimamente adequado a quaisquer operações consignáveis em nome dos servidores públicos, incluindo empréstimos consignados.

Entre as possíveis medidas para coibir as fraudes, foi sugerido ao Ministério do Planejamento que os valores decorrentes de operações de empréstimos consignados sejam creditados somente na conta-salário, a mesma onde o órgão público deposita a remuneração mensal do servidor, ou que seja estabelecida uma rotina de segurança, eletrônica ou não, segundo a qual, na hipótese de contratação de qualquer operação ou empréstimo consignado, haverá obrigatoriamente uma manifestação de natureza confirmatória do servidor demandante.

Com MPF

Em crise, mídia busca golpe; Globo veta menção a FHC

 

publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 10:28

Globo sonega

A estratégia de Dilma para a guerra da comunicação: “virem-se”

Luís Nassif, em seu blog, 08/02/2015

São curiosos esses tempos de crise e de vácuos de poder.

Recentemente foi divulgada uma entrevista de Jango com John Foster Dulles, o brasilianista, em 15 de novembro de 1967.

Na entrevista, um mea culpa: “Goulart disse que em seus esforços para promover reformas estruturais, ele fez concessões demais a grupos políticos no Brasil”.

O objetivo era aprovar as reformas estruturais: “Foram reformas em prol da independência, do desenvolvimento, do bem-estar do povo e da justiça social. A justiça social não era algo no sentido marxista ou comunista”.

Mostrou como a ampliação dos meios de comunicação aumentou as demandas da população: “Hoje, com o uso amplo de rádios e televisores, o povo pobre vê as condições melhores que existem em outros lugares. O grande problema é a justiça social. Não é um problema de comunismo. Mas a insatisfação pode se converter em revolta se as condições não melhorarem. 92% da América Latina se encontra na condição mais precária possível”.

Finalmente, mencionou a campanha da imprensa contra seu governo: “Houve uma campanha para envenenar a opinião pública contra “meu governo”. Goulart disse que a imprensa estava contra seu governo. Ele acrescentou que a imprensa tem problemas financeiros e é influenciada por grandes grupos empresariais”.

Na raiz de todo acirramento da mídia estão problemas financeiros provocados por épocas de transição tecnológica. Foi assim nos anos 20, com o advento do rádio; nos anos 50, com o início da TV; nos anos 60, com a crise financeira dos jornais. E agora.

Do ponto de vista financeiro, tem-se a seguinte situação:

1. No ano passado, pela primeira vez a Rede Globo fechou no vermelho. A empresa está revisando todo seu modo de produção, acabando com os contratos permanentes com artistas, que eram mantidos no cast, muitas vezes sem aproveitamento, apenas para não serem contratados por competidores. O quadro está tão complicado, que a ABERT (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão) levantou o veto que tinha em relação à TV digital, vista agora como uma forma de faturamento suplementar

2. A Editora Abril está se esvaindo em sangue. O valor do vale refeição caiu para R$ 15,00, que só cobre o preço do refeitório instalado no prédio. Há informações de que até o refeitório será desativado nos próximos dias. As redações estão abrindo mão de jornalistas experientes, sendo trocados por novatos sem grande experiência.

3. O Estadão está há tempos à venda.

4. A Folha caminha para ser, cada vez mais, uma editoria da UOL.

É uma questão de vida ou de morte: ou empalmam o poder ou tornam-se irrelevantes.

O jogo da informação

É por aí que se entende a campanha da mídia em busca do impeachment.

Os vícios do modelo político brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à privatização. A gestão Joel Rennó foi das mais controvertidas da história da empresa.

Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das partes e blindando todos os malfeitos dos aliados.

Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:

Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato

Atenção para a orientação

Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.

O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.

No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a acusação de Barusco, mas deu-se todo destaque à resposta de FHC (http://migre.me/oyiwP) assegurando que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no governo Lula, de acertos políticos.

Proibiu-se também a divulgação da denúncia da revista Época (do próprio grupo) contra Gilmar Mendes.

No Estadão, a perspectiva de um racionamento inédito de água, assim como as repercussões na saúde e na economia, é tratado da seguinte maneira.

Se não vierem chuvas até março, a SABESP finalmente adotará o racionamento. Era essa a posição da empresa desde o ano passado e foi impedida pelo governador Geraldo Alckmin.

Só após a posse do novo presidente, Jerson Kelman, a SABESP conseguiu romper com os vetos de Alckmin ao racionamento. Respeitado internacionalmente, Kelman assumiu declarando que crises de água precisam ser tratadas com coragem e racionamento.

Segundo a matéria do Estadão, “A pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente da SABESP Jerson Kelman definirá até o fim da semana um nível mínimo de segurança do Sistema Cantareira”.

A total falta de atitudes de Alckmin é convertida em “monitoramento diário”. Algumas reportagens relataram o fato da única atitude de Alckmin consistir em consultar um aplicativo de tempo no seu celular, para torcer pela chegada das chuvas.

Na reportagem do Estadão, essa demonstração de amadorismo, de um governador sem nenhum conhecimento de questões hídricas monitorar “pessoalmente” as chuvas, converte-se em uma prova de responsabilidade: ”O quadro hídrico vem sendo monitorado pessoalmente pelo governador e sua equipe diariamente e debatido em reuniões que acontecem a cada dois dias no Palácio Bandeirantes”.

Na home do Estadão, uma reportagem especial sugere que a responsabilidade pela crise é do prefeito Fernando Haddad que deixou de aplicar um programa de despoluição da Billings. O título na home é “Governo Haddad deixou de investir R$ 1,6 bi em represas”.

Na matéria interna, esclarece-se que os problemas são a não liberação de recursos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o fato dos valores de licitação do programa – feitos na gestão Kassab – incluírem insumos (como asfalto e cimento) em valores acima do teto estabelecido pela Caixa Econômica Federal.

Os fatos e a campanha

Mesmo com todo o poder de fogo, sozinhos os grupos de mídia não conseguem criar um mundo virtual. Ainda mais nesses tempos de redes sociais, o enfrentamento precisa ser dado através de uma estratégia de comunicação — que também não é algo feito no ar. Ela precisa estar subordinada a uma estratégia política, à identificação dos pontos nevrálgicos do noticiário, ao tratamento antecipado de todo tema sensível, à criação da agenda positivo.

De qualquer modo, na primeira reunião com seu Ministério, Dilma já definiu sua estratégia de comunicação. Juntou os Ministros e ordenou a eles mais ou menos o seguinte:

– Vocês precisam entrar na batalha de comunicação.

Eles:

– Como?

E ela, mais ou menos assim:

– Virem-se.

Esta é do Face book

 

Ivan Valente

LAVA JATO: Empreiteiras Investigadas doaram quase R$ 500 milhões nas eleições

Enquanto não vai sai a lista final dos parlamentares e governantes envolvidos na operação Lava Jato e o núcleo duro empresarial das empreiteiras continua preso, o jornal O Globo, divulgou hoje uma reportagem em que as investigadas na Lava Jato doaram pelo menos R$ 484,4 milhões nas eleições . Segundo a reportagem, as doações foram diluídas por meio de subsidiarias das empreiteiras, o que dificulta o rastreamento das contribuições. Políticos delatados pelo ex-diretor, estão entre os principais beneficiados.
Estamos falando do que foi apurado até agora. São quase 500 milhões de reais de dinheiro de corrupção, que contaminou o processo eleitoral com doações a partidos e candidatos. Não é mais possível aceitar o silêncio e a conivência da maioria dos partidos e da mídia. É preciso canalizar a indignação popular com a corrupção para o fim do financiamento privado de campanha nas eleições ou fora delas.

No STF, já está em 6x1 o placar entre os ministros, (o que define o resultado a favor) sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no sentindo de exigir o fim das contribuições das empresas. Mas o Ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo há nove meses e propositalmente não devolve.

Sabemos que uma profunda reforma política só virá com grande pressão popular e que a maioria dos congressistas e governantes acostumados à ração empresarial do financiamento, com o seu toma-lá da-cá, não vão cortar na própria carne fazendo uma reforma política séria. Daí a necessidade de uma campanha imediata que deve ganhar as ruas e as redes sociais ‪#‎Devolve Gilmar‬!

Mandato Ivan Valente

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dilma expressa confiança ao setor industrial

 

Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR: Brasília - DF, 09/02/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante 16ª reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

Em reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, presidente Dilma Rousseff afirmou que o ‘Brasil vai fazer as medidas de ajuste que vão proporcionar resultados em um prazo razoavelmente curto’; segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, ações podem surtir efeito ainda em 2015

10 de Fevereiro de 2015 às 05:08

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - A presidenta da República, Dilma Rousseff, procurou passar confiança ao setor da indústria ontem (9), durante a reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, Dilma disse que tomará medidas para conseguir resultados a curto prazo.

“A presidente fez um discurso em relação a esse momento, expressando a confiança de que o Brasil vai fazer as medidas de ajuste que vão proporcionar resultados em um prazo razoavelmente curto. Ela expressou uma posição de confiança de que o setor privado e o governo, na medida que estreitem essa articulação e esse diálogo, podem buscar ações com resultado a curto prazo”, disse Monteiro em coletiva à imprensa após o encontro.

Na opinião do ministro, as medidas adotadas pelo governo para reequilibrar a economia, como aumento de impostos e corte de gastos públicos, podem surtir efeito ainda em 2015. “O ano está começando e tenho certeza que teremos já no segundo semestre, ao meu ver, uma recuperação da economia”.

Para Monteiro, a confiança do mercado será fundamental para que o país reaja. “A economia vive mais de expectativas do que propriamente do fato físico presente. O elemento confiança, expectativa, será decisivo. Essas medidas de ajuste já produziram resultados. Vamos recuperar o nível de confiança e vamos ter melhores expectativas”.

A reunião do CNDI ocorre após um ano de baixa para a indústria. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor terminou 2014 com queda de 3,2% na produção industrial. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial foi criado em 2005 com representantes do governo e da indústria para melhorar a interação entre o governo e o setor privado.

Monteiro foi um dos defensores da revitalização do conselho, que não se reunia desde abril de 2013. “O conselho foi um espaço importante nos quatro primeiros anos do governo Lula, para formatar uma interface com setor produtivo. É um conselho pequeno, com foco. Um local importante para fazer a agenda da competitividade avançar dentro do governo”, disse o ministro no início de janeiro.

Brasil 247

Em ato pelos 35 anos do partido, petistas criticam oposição antidemocrática

 

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Militantes, parlamentares, governadores, prefeitos, ministros de Estado, dirigentes partidários e convidados especiais – como o presidente do Uruguai, José Mujica – se juntaram à presidenta Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula, nesta sexta-feira (6), em Belo Horizonte (MG), para comemorar os 35 anos do Partido dos Trabalhadores.

O ato, mais do que celebrar os 35 anos da legenda, serviu para os porta-vozes petistas rebaterem as críticas e rechaçarem as aventuras golpistas da oposição conservadora ao governo Dilma Rousseff.

O ex-presidente Lula lamentou que a quarta derrota eleitoral consecutiva tenha despertado “os mais baixos instintos dos nossos adversários”, que chegaram a pedir até a recontagem de votos do pleito no 2º turno e tentaram impedir a diplomação da presidenta reeleita. “Mais uma vez eles falharam na tentativa de voltar ao poder pelo voto. Ao que tudo indica, não querem mais esperar outra derrota. Mas eles vão prestar contas à história sobre a maneira antidemocrática como vêm agindo”, criticou Lula.

Já a presidenta Dilma Rousseff, além de criticar “aqueles que querem o retrocesso”, conclamou a militância petista a travar a “batalha da comunicação”, o combate ás falsas versões sobre os fatos políticos e as ações do governo. “Nós devemos enfrentar o desconhecimento e a desinformação sem tréguas. A luta deve continuar. Não podemos permitir que a falsa versão se firme. Nós temos que levar a nossa versão à opinião pública e dar exemplos”, afirmou a mandatária.

O tema da reforma política foi abordado pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, que apontou a prioridade em relação a esta pauta. “Neste momento, é prioridade absoluta barrar a aprovação do nefasto projeto de emenda constitucional que oficializa o financiamento empresarial, consagra o voto distrital e introduz o voto facultativo. A Direção Nacional, em conjunto com nossa Bancada na Câmara, já fechou questão contra esta PEC antipopular”, explicou Falcão.

O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), destacou a precisão dos discursos de Lula, Dilma e Rui Falcão. “O nosso presidente Rui Falcão fez um importante balanço do nosso histórico de conquistas, mas apontou os desafios que temos na atual conjuntura, especialmente quanto ao ajuste da economia do País e, no Congresso Nacional, a luta para derrotarmos o projeto de antirreforma política que está pautado na Câmara”, pontuou Sibá.

“O ex-presidente Lula fez uma bela homenagem aos nomes históricos que construíram o PT e, no debate sobre a renovação do nosso partido, lembrou que os mandatos parlamentares e gabinetes não podem prevalecer sobre as instâncias partidárias”, acrescentou o deputado do Acre.

“A presidenta Dilma está certa ao dizer que a oposição não quer combater a corrupção, mas tem como objetivo real a destruição da Petrobras e a entrega do seu patrimônio a interesses escusos antinacionais”, finalizou o líder.

O presidente uruguaio marcou presença para deixar “um abraço de todos os pobres latino-americanos” que vivem “nesse continente injusto”. Mujica, que entregará o cargo a Tabaré Vasquez no dia 1º de março e assumirá uma vaga no Senado, também exortou os militantes petistas – a quem chamou de “alma” do partido – a não deixarem de lutar e a não esquecerem o valor da solidariedade. “Essa é uma luta muito dura, difícil, com momentos de esplendor e vitória, mas também momentos de derrota e momentos de voltar e recomeçar. Os únicos derrotados são os que deixam de lutar, os que baixam os braços. Um outro mundo não apenas é possível, como é imprescindível e necessário”, disse o convidado ilustre.

O pronunciamento de Mujica foi elogiado por Sibá Machado. “Nosso irmão uruguaio foi muito feliz ao chamar a atenção para a necessidade de lutarmos sem medo e tendo em vista a solidariedade e a integração entre os trabalhadores latino-americanos, que sempre são tratados pelas elites como aqueles que querem o fim da economia”, opinou o líder do PT.

Guerra – Na segunda-feira (9), a partir das 17h, a coordenação da Bancada do PT se reunirá para debater a estratégia em relação à CPI da Petrobras e à comissão especial sobre a reforma política pretendida pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Precisamos debater todos os elementos envolvidos nestes campos de batalha e vamos nos preparar para a guerra”, afirmou o líder Sibá Machado.

PT na Câmara
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

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O preço da gasolina pelo mundo (Contradizendo a falsa ideia de que nossa gasolina é a mais cara)


Durante 2 anos a mídia tupiniquim bateu no Governo e na Petrobras, por que a gasolina não aumentava. Na verdade a política foi segurar os preços em um período de crise internacional, para que a inflação não fosse impactada. Agora, quando a Gasolina aumenta, a mesma mídia bate duro por que esta aumentando. E pela forma como as noticias são veiculadas, parece que a Gasolina no Brasil é a mais cara, ou das mais caras do mundo. E o povo cai nesta esparrela. Vai abaixo o resultado da pesquisa “Pain at the Pump: Gasoline Prices by Country”, realizado pela Bloomberg.

1º Turquia – R$6,61; 2º Noruega – R$ 6,61; 3º Países Baixos – R$ 5,80; 4º Itália – R$ 5,77; 5º França – R$ 5,72; 6º Suécia – R$ 5,67; 7º Grécia – R$ 5,49; 8º Portugal – R$ 5,43; 9º Hong Kong – R$ 5,36; 10º Bélgica – R$ 5,24; 11º Finlândia – R$ 5,22
12º Alemanha – R$ 5,13; 13º Irlanda – R$ 5,08; 14º Reino Unido – R$ 5,06; 15º Dinamarca – R$ 5,04; 16º Israel – R$ 5,53; 17º Eslovênia – R$ 4,99; 18º Malta – R$ 4,80; 19º Eslováquia – R$ 4,77; 20º Suiça – R$ 4,77; 21º Hungria – R$ 4,76
22º Espanha – R$ 4,75; 23º Áustria – R$ 4,39; 24º Rep. Checa – R$ 4,39; 25º Chipre – R$ 4,38; 26º Lituânia – R$ 4,38…
Nesta mesma lista o Brasil esta em quadragésimo lugar R$ 3,45. A pesquisa é feita periodicamente em 60 países. Como a pesquisa é em dólar, para calcular os valores em reais usei R$2,70 por dólar.

posto ipiranga

Não bastasse isto, houve um avanço significativo no poder aquisitivo dos brasileiros. Então, só comparando:

Em 2002, no fim do Governo FHC : Gasolina R 2,25 e Salário Mínimo R$ 200,00. Com o Valor do Salário Mínimo se comprava 89 litros de Gasolina. Hoje: Gasolina R$ 3,45 e Salário Mínimo R$ 788,00. Com o Valor do Salário Mínimo dá pra comprar 228 litros de Gasolina.

Este mesmo poder aquisitivo permitiu que milhões de pessoas que nunca tinham tido um carro, hoje possam tê-lo. E são também consomem esta gasolina que não consumiriam, se não tivessem o carro, ou os carros, que compraram por que melhorou substantivamente o poder aquisitivo durante os governos do PT.

Então vamos parar com esta xurumela de reclamar que a Gasolina subiu. Quem tem carro, e eu não tenho, que se organize e planeje para gastar menos gasolina. Conheço muitos que reclamam, mas que não abrem mão do carro nem pra ir na padaria a duas quadra da casa deles.

E tem outra: O preço da gasolina não é tabelado. Hoje vi na rua preços diferentes em postos diferentes.3,29

3,19

Aliás, se quer reclamar, seria bom falar de um imposto, que esta na Constituição e que este sim deveríamos cobrar que os deputados regulamentem: O Imposto Sobre Grandes Fortunas. Se o Congresso Nacional 3,60
regulamentar este Imposto, estará ai a possibilidade de subsidiar outras políticas, como o preço do óleo diesel, da energia, etc…
Atualização em 06-02-2015: Sobre a Petrobras, sugiro que todos assistam a Entrevista com o Trabalhador da Petrobras, Dirigente Nacional da FUP -Federação Única do Petroleiros – clicando no Link abaixo:
Trabalhadores da Petrobras falam por que mídia esconde os excelentes resultados que a empresa vem obtendo

Fonte:  https://luizmullerpt.wordpress.com/2015/02/04/o-preco-da-gasolina-pelo-mundo-contradizendo-a-falsa-ideia-de-que-nossa-gasolina-e-a-mais-cara/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Tráfico de drogas transforma Fortaleza na capital dos assassinatos

 

Em 2013, a capital cearense registrou 82,9 assassinatos por 100 mil habitantes, ultrapassando Maceió.

Luciano Augusto
jornalismo@cearanews7.com.br

Uma reportagem especial, publicada na edição deste domingo (8) do Estado de S. Paulo, comprova uma triste realidade já conhecida pelos moradores da capital do Ceará, e agora revelada para todo o país: o tráfico de drogas insere Fortaleza no top da lista das cidades com o maior número de homicídios.
Entre 2005 e 2013, o índice de homicídios em Fortaleza triplicou. Em 2013, a capital cearense registrou 82,9 assassinatos por 100 mil habitantes, ultrapassando Maceió, que teve 82,8 por 100 mil. Os números foram corrigidos pelo Estadão Dados, para evitar a subnotificaão de mortes violentas ocorridas em alguns Estados.
Vila Velha
O bairro Vila Velha é uma das muitas áreas que contribuíram para que Fortaleza chegasse a essa situação de capital mais violenta do Brasil. "Aqui, os motoqueiros não podem usar capacete, e os carros têm de andar com os vidros abaixados. Se não, os traficantes atiram", revela um policial militar à paisana, que acompanhou a reportagem do Estado na visita ao bairro.
As razões, como acontece em muitos outros lugares, são a disputa por ponto de venda da droga e acertos de contas por dívidas não pagas. Mas, também atinge pessoas inocentes. Em setembro, dois rapazes conversavam na calçada da casa de um deles, às 22 horas, quando um casal de adolescentes chegou numa moto e abriu fogo.
Segundo a polícia, integrantes da gangue dos Gafanhotos confundiram Roberto Nunes, 27 anos, com um traficante da gangue rival V3. Seu vizinho, um estagiário que fazia curso de design, de 19 anos, tentou fugir para dentro de casa, mas foi ferido com dois tiros.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública?
O secretário de Segurança Pública do Estado, Delci Teixeira, que assumiu há menos de dois meses, reconhece que "essas taxas de criminalidade são um tanto quanto atípicas", e "traem uma sensação de insegurança na população". Ele diz que o efetivo será aumentado; até abril, sairão da Academia cerca de 1.200 policiais, e a Polícia Civil acaba de abrir um concurso para 3.176 vagas em todos os níveis.

http://www.cearanews7.com.br/ver-noticia.asp?cod=24538

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Por que a Globo escolheu as Ilhas Virgens para sediar uma empresa fantasma, segundo nosso enviado

 

por : Joaquim de Carvalho

Sede da empresa que administrava a offshore da Globo

Sede da empresa que administrava a offshore da Globo

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Road Town, a capital das Ilhas Virgens Britânicas, é como uma pequena cidade do litoral brasileiro. Só que muito mais rica, e com morros cobertos de vegetação verde escura, e não casas amontoadas, como costuma ocorrer em muitas cidades do litoral brasileiro.

Ao contrário, as casas no alto dos morros em Road Town são grandes, distantes umas das outras, e com mais de um carro na garagem. Eu notei outra diferença logo depois que atravessei o portão da imigração, no pequeno porto da cidade, e caminhei pela rua principal.

Muitos prédios têm placas de bancos, empresas de seguro e outras de suporte e intermediação de negócios, como Scotiabank, National Bank of The Virgin Islands, First Caribbean Internacional Bank e Sotheby’s.

A presença dessas empresas mundialmente famosas é a face visível de uma economia baseada na manutenção de empresas que existem apenas no papel, como é o caso da Empire Investment Goup Ltd., a companhia que os donos da Rede Globo abriram ali em 1999, com o objetivo exclusivo, segundo a Receita Federal, de sonegar o imposto devido pela aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.

No caso da Globo, a placa que reluz é a Ernst & Young, que, depois de criar e administrar a empresa de papel da Globo, vendeu sua carteira para a Tricor e passou a se dedicar a serviços contábeis. Os clientes são os mesmos: empresas de papel.

Offshore é o nome que se dá a essas empresas. O significado literal é “afastado da costa”, um trocadilho sobre a natureza dessas sociedades empresariais, que ficam longe de suas matrizes, e um termo usado na indústria petrolífera – offshore é como são chamadas as operações de extração de petróleo longe da costa.

A indústria do petróleo foi a primeira a usar pequenos países estrangeiros para contornar obrigações legais. Há mais de 50 anos, gigantes do setor abriram empresas de transportes em países como o Panamá.

Vendiam o petróleo a preço baixo para essas companhias (que eram deles mesmos), que o revendiam a preço elevado, mas em país de tributação favorecida. Além disso, caso houvesse acidente, o prejuízo seria menor, já que as empresas de transporte não tinham patrimônio para ser usado em caso de indenização.

O negócio deu tão certo que logo mafiosos, traficantes de drogas e de armas, corruptos e sonegadores começaram a fazer o mesmo, aproveitando que, nestes países, a propriedade real da empresa é mantida em sigilo.

Bancos grandes, como o Chase Manhattan, abriram filiais nestas localidades, incentivados pelas autoridades monetárias de seus países, interessadas em manter sob sua jurisdição os dólares obtidos de negócios ilícitos. Logo, o país de refúgio passou a ser chamado “paraíso fiscal”.

Em 1986, as Ilhas Virgens Britânicas, até então apenas um local de intenso turismo e endereço de lazer de milionários norte-americanos, começaram a admitir o registro de empresas offshore e ofereceu vantagens, como tributação zero, desde que a empresa mantivesse ali apenas registros, não atividades reais.

Ilhas Virgens é um território ultramarino britânico, seus moradores são súditos da Rainha Elisabeth, assim como os ingleses, mas têm autonomia administrativa. A moeda oficial é o dólar, o que mostra a influência dos vizinhos Estados Unidos.

Sobrou pouco da cultura inglesa, como os automóveis circulando na pista da esquerda, assim como na Inglaterra. Mas a maioria dos carros usados aqui é fabricada nos Estados Unidos, e tem volante também no lado esquerdo do veículo, o que provoca alguma confusão a quem não está acostumado. Mão inglesa com carro americano.

Talvez por isso é que existam algumas placas avisando: mantenha-se à esquerda. Outra placa curiosa é a que informa a rota de tsunami.

Os moradores contam que nunca houve ondas gigantes por lá, mas, depois da tragédia de 2004 na Ásia, a administração pública decidiu indicar a rota de fuga, em caso de tsunami.

A direção é o alto do morro, de onde se tem uma visão belíssima das Ilhas Virgens. São muitas. Tanto que o primeiro europeu a chegar aqui, Cristóvão Colombo, em 1493, deu ao local o nome de Santa Úrsula e Suas Mil Virgens.

No local, viviam índios, depois vieram espanhóis, holandeses, dinamarqueses, ingleses e americanos. O pirata inglês Edward Teach, conhecido como Barba Negra, viveu por aqui. Segundo a lenda, Road Town era a base de onde Barba Negra saía para atacar navios franceses.

Com o ciclo da cana, vieram os escravos negros, para trabalhar nas fazendas locais. Com a liberdade, houve uma reforma agrária, e os negros passaram a ter pequenas propriedades.

A história das Ilhas está contada em uma grande pintura, no alto de um morro, ponto turístico dos milhares que vêm aqui todas as semanas, muitos deles em cruzeiros marítimos.

Aviso de tsunami

Rota de fuga de tsunamis

O dinheiro do turismo e das taxas de empresas atrai também pequenos comerciantes e trabalhadores do mundo todo. Conversei com um jovem que veio de Granada, e trabalha em um resort. Recebe cerca de 2.500 dólares, o salário mínimo daqui, e nas horas vagas vende cup cake perto de uma marina: 2 dólares cada um.

A renda extra se justifica: o custo de vida nas Ilhas pode ser dimensionado pelo preço de um litro de suco de laranja no supermercado: o equivalente a 15 reais.

Uma amiga dele, funcionária de uma marina, ficou impressionada ao saber que, no Brasil, o salário mínimo é de 300 dólares.

“Vi o filme ‘Rio’ e tenho vontade de conhecer seu país. Mas, com esse salário, deve ter muita gente pobre lá.”

Em uma praia, vi a bandeira brasileira, colocada ao lado da bandeira das Ilhas Virgens Britânicas numa barraca que vende suvenires. “Os brasileiros são muito bons, amigos, gosto deles. Mas não gostaria de morar no seu país. Soube que tem muitos ladrões nas ruas”, diz o dono da barraca, que usa uma bandana de pirata.

Numa quadra comercial, o dono de uma loja de acessórios para celulares, conta que veio da Palestina às Ilhas Virgens por causa dos dólares. “O poder de compra é alto”, conta.

O vietnamita Pituong Nguyen saiu da cidade de Camau para abrir um restaurante de comidas rápidas, tipo bandejão, mas sem balança, onde o prato mais barato sai por R$ 24,00 – preço incrivelmente baixo para os padrões locais.

De domingo a domingo, atende turistas do mundo inteiro e também moradores da ilha, muitos imigrantes como ele.

Domingo de manhã, em Road Town, veem-se homens e mulheres bem vestidos, descendo dos carros de terno e vestidos longos, para ir a uma das muitas igrejas locais. A maioria é protestante, mas há também católicos e anglicanos.

Uma faixa perto do centro esportivo anuncia um festival gospel.

A religião ocupa um grande espaço nesta pequena cidade, onde os homens de negócios nem precisam vir para abrir ou movimentar suas empresas.

Todo o serviço é feito por procuradores. O representante da Empire Investment Group, por exemplo, assinou o termo de venda da empresa por 229 milhões de dólares à Rede Globo.

O mesmo documento tem a assinatura dos procuradores de outra empresa de paraíso fiscal, a Globinter Investments, das Antilhas Holandesas, controladora da Empire.

Como compradores, assinam Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho, donos da TV Globo. Oficialmente, a Globo estava ampliando sua atuação no mercado internacional de televisão.

Na verdade, as três empresas eram da mesma família Marinho. O contrato era apenas uma manobra para esconder da Receita Federal os impostos devidos pela aquisição dos direitos de transmitir a Copa do Mundo de 2002 para o Brasil.

Com suas praias belíssimas, Road Town poderia até ser cenário de novela, mas, em termos de qualidade de produção de TV, a Globo não teria nada para comprar ali. Muito menos por 229 milhões de dólares em dinheiro da época.

Como a Receita Federal descobriria mais tarde, o contrato que tem a assinatura dos filhos de Roberto Marinho era pura ficção, nada mais natural no país onde o slogan oficial é “Ilhas Virgens – Segredinhos da Naturieza”.

O "endereço" da "Empire": empresa da Globo nunca funcionou aqui

O “endereço” da “Empire”: empresa da Globo nunca funcionou aqui

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Sobre o Autor

Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquim.gil@ig.com.br

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-a-globo-escolheu-as-ilhas-virgens-para-sediar-uma-empresa-fantasma-segundo-nosso-enviado/

Foi bom Dilma ter afrontado o “mercado” na sucessão na Petrobras

 

por : Paulo Nogueira

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O “mercado” não queria este homem

Um dos lugares comuns mais imbecis do noticiário é aquele que fala em nome do “mercado”.

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O mercado gostou. O mercado detestou. O mercado aprovou. O mercado rejeitou.

O mundo seria um horror se os desejos do “mercado” fossem sempre atendidas.

O “mercado” é o nome fantasia do que se pode chamar de direita.

Se a humanidade tivesse seguido as sugestões do “mercado”, viveríamos como na Revolução Industrial. Jornadas de 18 horas, crianças nas máquinas, nada de férias, nenhum direito.

Foi Bismarck, na Alemanha da segunda metade do século 19, que criou o chamado Estado de Bem Estar. Não porque fosse um homem bonzinho, mas por temer o que a esquerda alemã, sob a inspiração de um certo Karl, poderia fazer caso a classe trabalhadora continuasse a viver no inferno.

Bismarck afrontou o “mercado”.

Mais recentemente, os gregos também disseram não ao “mercado”. Eles se cansaram de dizer sim, e por conta disso viver em condições abjetas.

O “mercado” clama por austeridade. Mas austeridade para os 99%, porque para o 1% a festa continua.

No Brasil, como na Grécia, a sociedade também rejeitou o “mercado”, que queria Aécio.

Ironicamente, Dilma, a escolhida pelo voto popular, se comportou no começo de seu segundo mandato como se o “mercado” tivesse saído vitorioso nas urnas.

Joaquim Levy é o símbolo disso.

O novo presidente da Petrobras traz uma novidade: é a primeira vez, da Dilma 2, em que o “mercado” é rejeitado.

Vamos resumir. Se o “mercado” fosse bom assim, o mundo não enfrentaria uma crise econômica que se arrasta desde 2008.

Porque esta crise veio exatamente do “mercado”. Ele impôs, e Thatcher foi chave nisso, desregulamentações em série nos bancos.

Resultado: entregues à própria ganância, traduzida em bônus milionários, e sem fiscalização de qualquer espécie, os banqueiros começaram a fazer operações cada vez mais perigosas.

Num certo momento, tais operações se tornaram suicidas – emprestar maciçamente a quem talvez não tivesse condições de honrar os empréstimos.

Veio a quebradeira dos bancos, em 2008 — e com ela o colapso na economia global que ainda vemos hoje.

O dinheiro do contribuinte salvou os grandes bancos nos Estados Unidos e na Europa desenvolvida – Alemanha, Reino Unido e França.

O “mercado” mandava desregulamentar, e assim se fez.

Em todo o mundo, há um cansaço com o “mercado” – pelas enrascadas em que ele mete quem o segue.

E pelo preço que sempre cobra em ações sociais. Quando virou ministra da Educação, antes de se tornar premiê, a primeira ação de Thatcher, a Rainha do “Mercado”, foi cortar o leite que era fornecido às crianças nas escolas britânicas.

Não surpreende a festa que os ingleses fizeram quando ela morreu. Cobri uma delas, em Trafalgar Square, no centro de Londres, e posso garantir que a animação não era pequena.

É positiva a escolha do novo presidente da Petrobras quando mais não seja pelo não submissão ao “mercado”.

Se dependesse dele, a Petrobras desde FHC teria o destino da Sabesp – que, em bom pedaço privatizada, deu grandes lucros aos acionistas até não dar mais água aos paulistas.

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Paulo Nogueira

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Levy, a Merkel é o maior monstro da Europa

 

Uma política de austeridade que não produziu nada, a não ser a ruína social em toda a Europa.

Amigo navegante sugeriu republicar essa tradução de um artigo no Guardian inglês:


Merkel é o maior monstro da Europa


Owen Jones, no The Guardian
Ângela Merkel é a líder mais monstruosa da Europa Ocidental desta geração. Políticos que infligem crueldade econômica em larga escala e destroem a vida de milhões de pessoas acabam não tendo que enfrentar a Justiça.
Mas, Merkel, sem dúvida, permanece sob julgamento e foi condenada no banco dos réus da História.
Sumos sacerdotes da austeridade da União Europeia evocam as palavras do inflamado discurso de Charlie Chaplin, no fim de “O Grande Ditador”: “Homens máquinas, com mentes máquinas e corações máquinas”.
Os gregos se rebelaram contra os homens e mulheres -máquina - e estão clamando para que outros os sigam.
Aliviar a dívida da Grécia faz sentido econômica e moralmente
Merkel, os burocratas da União Europeia e financistas internacionais são cruéis, mas não estúpidos: eles sabem que a esperança é um contágio, e farão tudo o que puderem para que o movimento Syriza pare de inspirar outros.
Merkel já exigiu que Alexis Tsipras, o novo primeiro-ministro grego, ignore o seu mandato democrático e apoie as medidas de austeridade impostas do exterior.
No período de preparação para a eleição, vazamentos de informação do governo alemão sugeriam a saída da Grécia da Zona do Euro: uma mensagem clara para que o povo grego não votasse da maneira errada.
Para aqueles que querem que a Europa tenha um futuro que não seja o da queda do padrão de vida, aumento da insegurança e retirada da provisão social, é a política de Merkel e das elites podres que ela representa que deve se submeter a um ajuste de contas.
Considere a espetada que o ganhador do Premio Nobel, o economista Paul Krugman está dando na política que destruiu um quarto da economia grega.
Como observa Krugman, a troika – FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia – promoveram “uma fantasia econômica”, pela qual os gregos pagaram.
Eles projetaram que o desemprego atingiria o pico de 15% em 2012 e, em lugar disso, a projeção foi arremessada para mais de 25%.
Krugman despiu a mentira de que os gregos não se impuseram austeridade suficiente: os gregos, na verdade, cortaram ainda mais do que foi planejado e, como a economia entrou em colapso, também as receitas fiscais sofreram mais do que o planejado.
Os gregos têm que viver dentro de suas posses; eles estão sofrendo, agora, pelos anos de libertinagem, ao contrário do austero Estado alemão – e assim segue o mantra.
A Grécia foi mais atingida pela fraude e a evasão fiscal do que a maioria das nações, e o Syriza promete uma repressão radical a ambos.
Porém, os mitos que sustentam a mal velada punição coletiva seriam destruídos.
Como um editorial da Bloomberg postou: “Cada devedor irresponsável é legitimado por um banqueiro irresponsável.”
A Alemanha mamou dinheiro em países como a Grécia e Espanha – essa é a “magia” dos mercados desregulados – e, dessa forma, “emprestou mais do que os devedores podiam pagar “.
Os bancos alemães e os políticos alemães deveriam saber que isso acabaria em desastre.
Então, por que não agiram? Simples: a ganância.
Como Kevin Drum, um analista norte-americano, explica: concederam “aos poupadores alemães um lugar para investir dinheiro” e “forneceram à periferia – Grécia, Espanha, Portugal … - dinheiro barato o suficiente para construir um próspero mercado para as exportações alemãs”.
Quais foram os primeiros países da UE a desrespeitar os tetos do Orçamento ?
A Alemanha e França? Poderosas como eram, elas não enfrentaram qualquer represália.
Isso absolve as elites gregas – atenção, não o povo grego – de seu papel na calamidade ? Claro que não.
Mas, Merkel deveria estar pedindo perdão também.
Tudo o que os dirigentes europeus têm a oferecer são sociedades falidas e pessoas falidas.
Mais da metade dos jovens na Espanha e na Grécia estão sem trabalho, o que deixa marcas: além da angústia, eles enfrentam a possibilidade de desemprego e salários mais baixos pelo resto de suas vidas.
Direitos dos trabalhadores, serviços públicos, um Estado de Bem-Estar: o que foi conquistado com alto custo por pessoas fortes e de visão é agora destruído.
(…)
É por isso que a Grécia tem de ser defendida com urgência – não apenas para apoiar um governo democraticamente eleito e as pessoas que o colocaram lá. E
As elites europeias sabem que, se as exigências do Syriza forem cumpridas, então, outras forças de mesma opinião serão encorajadas.
Na Espanha, o Podemos, um movimento anti-austeridade, que está em alta, e deverá triunfar nas eleições deste ano.
O Syriza já conquistou mudanças: a limitada flexibilização quantitativa do Banco Central Europeu é, em parte, uma resposta à sua ascensão.
Mesmo o conhecido radical Reza Moghadam, Vice-Presidente do banco Morgan Stanley para mercados de capitais globais, e ex-chefe do Departamento Europeu do FMI, considera que o Syriza tem uma forte posição de negociação.
O precedente de uma saída da Zona do Euro levaria o mercado a punir outros membros e, em consequência, provocaria outros pedidos de perdão da dívida da Grécia.
A vitória da Grécia é possível, mas depende de pressão popular por toda a Europa.
Se o Syriza vencer, será uma vitória impressionante para todas as forças anti-austeridade, e ajudará a mexer no equilíbrio de poder na Europa.
Mas, se a Grécia perder, os governos e os bancos tentarão sufocar o Syriza logo no inicio do Governo.
Será o triunfo da austeridade sobre a Democracia.
O futuro de milhões de europeus – gregos, franceses, espanhóis e também britânicos – será desolador.
Por isso, é importante um movimento para defender a Grécia em ruínas.
A Alemanha derrotada se beneficiou do alívio da dívida em 1953, e temos de exigir o mesmo para a Grécia hoje.
Devemos apoiar o pedido do Syriza para encerrar uma política de austeridade que não produziu nada, a não ser a ruína social em toda a Europa.
Posters do Syriza proclamavam:
“A esperança está a caminho”.
(…)
É um jogo de apostas altas: a derrota significará mais incontáveis anos de pesadelo econômico.
Esta reprise da década de 1930 pode ser encerrada – desta vez, pela Esquerda democrática, ao invés da Direita fascista e genocida.
A era de Merkel e os homens-máquina pode estar no fim.
Cabe a todos nós agir, e agir rápido.

Leia também:

Os pobres que se lixem. Piketty e o ajuste do Levy
Levy, deputados apoiam imposto sobre fortunas

http://www.conversaafiada.com.br/economia/2015/02/08/levy-a-merkel-e-o-maior-mostro-da-europa%e2%80%8b/

DN aprova Resolução que convoca militância em defesa do partido

 

 

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DN aprova Resolução que convoca militância em defesa do partido

Resolução do diretório conclama militância a sair em defesa do governo Dilma e em favor das campanhas pela reforma política e democratização da mídia.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) editou, nesta sexta-feira (6), uma resolução com dez ações a serem realizadas pelos militantes e lideranças da sigla. As metas foram definidas durante reunião em Belo Horizonte (MG) com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O documento pede mais engajamento, contribuição e união para possibilitar a governabilidade do partido para além do Congresso Nacional. Os militantes também são chamados a realizar mobilizações sociais e a participar do 5º Congresso Nacional do PT.

A resolução sugere, ainda, empenho dos petistas em favor da reforma política, democratização da mídia e do debate sobre a implementação do imposto sobre grandes fortunas.

Leia a íntegra da resolução:
“Resolução do Diretório Nacional:

1- Expressar ampla solidariedade e defender o governo da Presidenta Dilma contra os ataques da oposição de direita;

2- Condenar a ofensiva e denunciar as tentativas daqueles que investem contra a Petrobras, pois, a pretexto de denunciar a corrupção que sempre combatemos, pretendem na verdade, revogar o regime de partilha no pré-sal, destruir a política de conteúdo nacional. É nosso dever fortalecer a empresa e valorizar seus trabalhadores;

3- Conclamar a militância a contribuir para a criação de uma articulação permanente de partidos, organizações, entidades, uma força capaz de ampliar nossa governabilidade para além do parlamento e de criar condições para realizar reformas estruturais no País.;

4- Reforçar as campanhas pela reforma política e pela democratização da mídia;

5- Apoiar a engajar a militância em mobilizações sociais, a exemplo das jornadas convocadas pela CUT e na organização do 1* de maio;

6- Sugerir ao governo que dê continuidade ao debate com o movimento sindical e popular, no sentido de impedir que medidas necessárias de ajustes incidam sobre direitos conquistados – tal como a Presidenta Dilma assegurou na campanha e em seu mais recente pronunciamento;

7- Orientar a militância e a nossa bancada a recolocar na ordem do dia a necessidade de aprovar a criação de um imposto sobre grandes fortunas;

8- Incentivar o debate sobre a necessidade de buscar receita para financiar projetos sociais e investimentos em infraestrutura, o que implica reformar o atual sistema tributário – desigual, injusto e regressivo, pois agrava a produção, os salários e o consumo popular, ao passo que poupa a riqueza, o patrimônio e a especulação;

9- Preparar o partido para a disputa das eleições municipais de 2016, recuperando a importância de difundir o modo petista de governar;

10- Convocar o conjunto da Militância a engajar-se nos debates do 5* Congresso, que será que será aberto à participação de simpatizantes. O PT só ganha sentindo se ele for expressão de suas bases, que devem ser ouvidas sempre para decidir os rumos do Partido.

Belo Horizonte /MG, 06 de fevereiro de 2015.”

Da Redação da Agência PT de Notícias.

Fonte: http://portal.ptrs.org.br/2015/02/dn-aprova-resolucao-que-convoca-militancia-em-defesa-do-partido/

DN aprova Resolução que convoca militância em defesa do partido

Resolução do diretório conclama militância a sair em defesa do governo Dilma e em favor das campanhas pela reforma política e democratização da mídia.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) editou, nesta sexta-feira (6), uma resolução com dez ações a serem realizadas pelos militantes e lideranças da sigla. As metas foram definidas durante reunião em Belo Horizonte (MG) com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O documento pede mais engajamento, contribuição e união para possibilitar a governabilidade do partido para além do Congresso Nacional. Os militantes também são chamados a realizar mobilizações sociais e a participar do 5º Congresso Nacional do PT.

A resolução sugere, ainda, empenho dos petistas em favor da reforma política, democratização da mídia e do debate sobre a implementação do imposto sobre grandes fortunas.

Leia a íntegra da resolução:
“Resolução do Diretório Nacional:

1- Expressar ampla solidariedade e defender o governo da Presidenta Dilma contra os ataques da oposição de direita;

2- Condenar a ofensiva e denunciar as tentativas daqueles que investem contra a Petrobras, pois, a pretexto de denunciar a corrupção que sempre combatemos, pretendem na verdade, revogar o regime de partilha no pré-sal, destruir a política de conteúdo nacional. É nosso dever fortalecer a empresa e valorizar seus trabalhadores;

3- Conclamar a militância a contribuir para a criação de uma articulação permanente de partidos, organizações, entidades, uma força capaz de ampliar nossa governabilidade para além do parlamento e de criar condições para realizar reformas estruturais no País.;

4- Reforçar as campanhas pela reforma política e pela democratização da mídia;

5- Apoiar a engajar a militância em mobilizações sociais, a exemplo das jornadas convocadas pela CUT e na organização do 1* de maio;

6- Sugerir ao governo que dê continuidade ao debate com o movimento sindical e popular, no sentido de impedir que medidas necessárias de ajustes incidam sobre direitos conquistados – tal como a Presidenta Dilma assegurou na campanha e em seu mais recente pronunciamento;

7- Orientar a militância e a nossa bancada a recolocar na ordem do dia a necessidade de aprovar a criação de um imposto sobre grandes fortunas;

8- Incentivar o debate sobre a necessidade de buscar receita para financiar projetos sociais e investimentos em infraestrutura, o que implica reformar o atual sistema tributário – desigual, injusto e regressivo, pois agrava a produção, os salários e o consumo popular, ao passo que poupa a riqueza, o patrimônio e a especulação;

9- Preparar o partido para a disputa das eleições municipais de 2016, recuperando a importância de difundir o modo petista de governar;

10- Convocar o conjunto da Militância a engajar-se nos debates do 5* Congresso, que será que será aberto à participação de simpatizantes. O PT só ganha sentindo se ele for expressão de suas bases, que devem ser ouvidas sempre para decidir os rumos do Partido.

Belo Horizonte /MG, 06 de fevereiro de 2015.”

Da Redação da Agência PT de Notícias.

Fonte: http://portal.ptrs.org.br/2015/02/dn-aprova-resolucao-que-convoca-militancia-em-defesa-do-partido/

O Projeto de Poder do PT

André Sabino 

Bomba! Descoberto o Projeto de Poder do PT em pleno aniversário de 35 anos do partido!

Xeque -Marcelo Bancalero

O único Projeto de Poder do PT que tenho visto nestes 12 anos foi;

O pobre PODER sustentar sua família com dignidade com Bolsa Família!
O porteiro PODER andar de avião!
A empregada PODER usar o mesmo perfume da patroa!
O brasileiro PODER ter sua casa própria com o minha Casa Minha Vida!
Dona de casa PODER montar como quer a casa que ganhou com o Minha Casa Melhor!
Filho de pedreiro PODER virar doutor com PróUni, SISU e FIES!
Jovem PODER se especializar para o mercado de trabalho com o PRONATEC!
Estudante brasileiro PODER estudar no exterior com o Ciência sem Fronteiras!
Trabalhador PODER encontrar emprego, graças ao menor índice de desemprego da história!
Cidadão brasileiro de qualquer lugar PODER receber tratamento da saúde adequado com o Programa Mais Médicos!
Nordestino PODER se livrar da seca e trabalhar sua terra com a transposição do São Francisco!
Brasileiro deste Brasil com (S) PODER se orgulhar de ter pago a divida externa e até emprestado ao FMI!
Você olhar no Mapa Mundial da Fome e PODER dizer que seu país não está mais lá!
Quando existir crise no mundo, PODER ficar tranquilo, pois nossa economia tem superado todas as crises desde que o PT está no controle!
A Policia Federal podendo ter PODER e liberdade para investigar e prender a vontade, seja que for, fazendo com que no governo do PT, toda corrupção enfim apareça e seja banida!

Projeto de Poder do PT?
Tem sim...
O Maior Projeto Social já visto no mundo!
Dando PODER nas mãos do povo!
E só não tem mais, por que a oposição não quer e não deixa!
Sinta-se parte dessa festa dos 35 anos do PT!
Foi pra você cada uma destas conquistas...
Para que você sinta orgulho de ser brasileiro!
E defenda seu país, quando golpistas tentarem saqueá-lo como já fizeram nos tempos de FHC com nossas estatais, como a Vale do Rio Doce e querem fazer agora com nossa Petrobras, denegrindo sua imagem, manipulando o mercado para baratear suas ações!

Existe sim um Projeto de Poder do PT...
Mas é um Projeto de dar cada vez mais PODER a você, cidadão brasileiro!

https://www.facebook.com/gilvanazevedoferreira.azevedo/posts/907006762673599#!/andre.sabino.52/posts/772716316149322?fref=nf

Uma planta muito simples consegue matar até 98% de células cancerígenas e também frear o diabetes

 

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Este texto foi traduzido e adaptado do artigo original, escrito pelo Dr. Frank Shallenberger, e o link dessa versão encontra-se no final da matéria. Trata-se de uma tradução livre do artigo escrito em primeira pessoa publicado por Shallenberger. Acompanhe:

Eu estou sempre buscando por substâncias que dão uma “chave de braço” no metabolismo peculiar das células cancerosas. É vital que essas substâncias matem as células doentes e deixem as saudáveis intactas. Já falei sobre algumas de minhas descobertas científicas no passado, como o resveratrol, chá verde, seanol e outros. Mas hoje eu vou lhes falar sobre outra planta que seguramente mata o câncer de fome com tanta eficácia quanto uma quimioterapia. Na verdade, funciona inclusive no câncer de pâncreas, um dos mais difíceis de se combater.

A planta é um vegetal comum da Ásia e que tem o nome de melão amargo (Momordica charantia - no Brasil, pode ser conhecido como melão-de-são-caetano), sendo popular na região de Okinawa, no Japão.

O suco do vegetal, na concentração de 5% em água mostrou ter um potencial assombroso de lutar contra o crescimento dos quatro tipos de cânceres pancreáticos pesquisados, dois dos quais foram reduzidos em 90%, e os outros em incríveis 98% apenas 72 horas após o tratamento!

Já comentei em outros artigos a respeito da apoptose, que é a resposta natural de um organismo em lidar com células fora do comum - que simplesmente suicidam. O suco induziu essa morte programada por vários caminhos diferentes. Um desses caminhos foi o de colapsar o metabolismo de alimentação por glicose das células doentes, ou seja, privou-as do açúcar que elas necessitam para sobreviver.

Será que esses estudos de laboratório também servem para animais vivos? A resposta é um sonoro “sim”! Pesquisadores da Universidade de Colorado aplicaram doses em ratos que seriam proporcionais a humanos, e eles apresentaram uma redução em 64% do tamanho de seus tumores, sem efeitos colaterais. Esse nível de melhora ultrapassa os alcançados atualmente com o uso de quimioterapia para um tipo de câncer tão letal.

O responsável pela pesquisa na universidade, Dr Rajesh Agarwal, observou o costume chinês e indiano de usar o fruto em remédios para diabetes. Vendo que esta doença tende a vir antes do câncer pancreático, o doutor associou as ideias, criando novos rumos nas investigações existentes.

A dose utilizada foi de seis gramas de pó do melão amargo para um adulto de porte médio (75 quilos). Os grandes laboratórios e companhias farmacêuticas buscam encontrar petroquímicos patenteáveis que obtenham o mesmo resultado que Deus colocou nesse vegetal. Eles ficam boquiabertos como uma planta tão despretensiosa consegue desnutrir o câncer sem precisar de nenhuma química complexa.

No centro médico da Universidade de Saint Louis, a Dra. Ratna Ray, Ph. D. e professora de patologia, liderou pesquisas similares, testando primeiramente em células de câncer de mama e próstata e depois experimentando em cânceres da cabeça e pescoço, que embora representem 6% apenas dos casos, são agressivos e se espalham facilmente, começando por vezes pela boca, garganta, nariz.

Com efeito, após quatro semanas de tratamento controlado em animais, o volume e crescimento dos tumores reduziu. A doutora ressalta: "É difícil medir o resultado exato do tratamento com o extrato de melão amargo no crescimento das células, porém combinado com as terapias e remédios existentes, pode auxiliar na eficácia do combate ao câncer."

Pesquisadores descobriram recentemente que a síndrome metabólica é amenizada pelos benefícios no metabolismo glicólico. Ótimas notícias, pois não se destrói o câncer por uma via só, e eu acredito que deve ser multifocal: em outras palavras, fortalecer o sistema imunológico, desintoxicar, eliminar infecções dentais e materiais tóxicos dos dentes, alcalinizar o organismo, oxidar o corpo com terapia com oxigênio, e prover nutrientes específicos para dar uma “chave de braço” nos caminhos particulares do metabolismo do câncer.

Todas as células cancerosas mostram uma produção anormal de energia que utiliza fermentação ineficiente de glicose. O melão amargo pode ser um excelente aliado ao combate dessa produção de energia anormal. Você pode encontrá-lo na maioria das lojas naturais ou comprar online.

O artigo original pode ser conferido aqui.

Fonte: eCycle.

http://www.revistadomeioambiente.org.br/saude-e-meio-ambiente/610-uma-planta-muito-simples-consegue-matar-ate-98-de-celulas-cancerigenas-e-tambem-frear-o-diabetes

O sistema financeiro atual trava o desenvolvimento econômico brasileiro

 

Um debate fundamental pede passagem: a esterilização dos recursos do país por meio do sistema de intermediação financeira, que drena em volumes impressionantes recursos que deveriam servir ao fomento produtivo e ao desenvolvimento econômico. Os números são bastante claros e conhecidos, e basta juntá-los para entender

por Ladislau Dowbor

O crediário

Comecemos pelas taxas de juros ao tomador final, pessoa física, praticadas no comércio – os chamados crediários. A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) traz na Tabela 1 os dados de junho de 2014.

Antes de tudo, uma nota metodológica: os juros são quase sempre apresentados, no Brasil, como “taxa mês”, o que é tecnicamente certo, mas comercial e eticamente errado. É uma forma de confundir os tomadores de crédito, pois ninguém consegue calcular de cabeça juros compostos. O que é usado em todo o mundo é o juro anual. O Banco Itaú, por exemplo, apresenta em seu site as taxas de juros apenas no formato mensal, pois ao ano aparecem como são: extorsivas.

A média de juros praticados nos crediários, de 72,33%, significa simplesmente que esse tipo de comércio, em vez de prestar decentemente serviços comerciais, se transformou essencialmente num banco. Aproveita-se do fato de as pessoas não entenderem de cálculo financeiro e de disporem de pouco dinheiro à vista para extorqui-las. Aqui, o produtor de “Artigos do Lar”, ao cobrar juros de 104,89% sobre os produtos, trava a demanda, pois esta ficará represada por doze ou 24 meses, enquanto se pagam as prestações, e trava o produtor, que recebe muito pouco pelo produto. É o que temos qualificado de economia do pedágio. Ironicamente, as lojas dizem que “facilitam”. No conjunto do processo, a capacidade de compra do consumidor é dividida por dois, e a capacidade de reinvestimento do produtor estanca.

Os juros para pessoa física

Os consumidores não se limitam a comprar pelo crediário, cuja taxa média de 72,33% aparece reproduzida na primeira linha da Tabela 2. Usam também cartão de crédito e outras modalidades de mecanismos financeiros desconhecidos para a imensa maioria dos consumidores.

Tomando os dados de junho de 2014, constatamos que os intermediários financeiros cobram 238,67% no cartão de crédito, 159,76% no cheque especial e 23,58% na compra de automóveis. Os empréstimos pessoais custam em média 50,23% nos bancos e 134,22% nas financeiras. Estamos deixando aqui de lado a agiotagem de rua, que ultrapassa os 300%.

Note-se que a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) considera que o juro médio sobre o cartão é de 280%, portanto bem acima da avaliação da Anefac. Segundo a Abecs, 50,1% do crédito para consumo é feito no cartão, 23,5% no crédito consignado, 13,1% no crediário de veículos e 13,3% em “outros”. Trata-se, no caso dos cartões, de cerca de R$ 170 bilhões. É importante lembrar que, mesmo sem entrar no crédito do cartão, uma loja tem de pagar cerca de 5% do valor das compras ao banco, além do aluguel da máquina. Grandes lojas com capacidade de negociação com o sistema financeiro podem pagar menos de 5%, mas de toda forma é um gigantesco imposto privado sobre a metade do crédito de consumo, reduzindo drasticamente a capacidade de compra do consumidor.

A Abecs considera que essa carteira “está sendo responsável por fomentar o crédito ao consumidor no país”. É uma forma positiva de apresentar o problema, mas desenvolve-se o crédito, e não o consumo. No caso da frequente entrada no crédito rotativo, as pessoas pagarão três ou quatro vezes o valor do produto. Miguel de Oliveira, diretor da Anefac, resume bem a situação: “A pessoa que não consegue pagar a fatura e precisa parcelar, ou entrar no rotativo, na verdade está financiando a dívida do cartão de crédito com outro tipo de crédito. O problema é que essa dívida não tem fim. As pessoas acabam não se dando conta dos juros que terão que pagar” (DCI, 20 ago. 2014).

Obviamente, com essas taxas de juros, as pessoas, ao fazerem uma compra a crédito, gastam mais com os juros do que com o próprio valor do produto adquirido. Costuma-se apresentar apenas a taxa de endividamento das famílias, próxima de 30%, o que não é informação suficiente, pois elas não só se endividam muito, como se endividam muito comprando pouco. A conta é evidente: em termos práticos, pagam quase o dobro, às vezes mais. Dito de outra forma, compram a metade do que o dinheiro delas poderia comprar, se o fizessem à vista – isso porque a compra à vista já inclui os lucros de intermediação comercial.

Não é o imposto que é o vilão, ainda que o peso dominante dos impostos indiretos só piore a situação: é o desvio da capacidade de compra para o pagamento de juros. As famílias estão gastando muito mais, resultado do nível elevado de emprego e do aumento do poder aquisitivo da base da sociedade, mas os juros esterilizam a capacidade de dinamização da economia pela demanda que esses gastos poderiam representar. Um dos principais vetores de dinamização da economia está travado. Gerou-se uma economia de atravessadores financeiros. Prejudicam-se as famílias que precisam dos bens e serviços e, indiretamente, as empresas efetivamente produtoras que veem seus estoques parados. Perde-se boa parte do impacto de dinamização econômica das políticas redistributivas. O crédito consignado ajuda, mas atinge apenas 23,5% do crédito para consumo (DCI, 20 ago. 2014) e se situa na faixa de 25% a 30% de juros ao ano, o que parece baixo apenas pelo nível exorbitante que atingem as outras formas de crédito.

Os juros para pessoa jurídica

As taxas de juros para pessoa jurídica não ficam atrás. O estudo da Anefac apresenta uma taxa praticada média de 50,06% ao ano, sendo 24,16% para capital de giro, 34,8% para desconto de duplicatas e 100,76% para conta garantida. Ninguém em sã consciência consegue desenvolver atividades produtivas, criar uma empresa, enfrentar o tempo de entrada no mercado e de equilíbrio de contas pagando esse tipo de juros. Aqui, o investimento privado é diretamente atingido. (Fonte: Anefac, 2014. Disponível em: www.anefac.com.br/uploads/arquivos/2014715153114381.pdf.)

A atividade bancária pode ser perfeitamente útil ao financiar iniciativas econômicas que darão retorno, mas isso implica que o banco utilize o dinheiro dos depósitos para fomentar iniciativas empresariais, cujo resultado dará legítimo lucro ao investidor, permitindo também restituir o empréstimo. A atividade básica de um banco – reunir poupanças de depositantes para transformá-las em financiamento de atividades econômicas – saiu do horizonte dessas instituições. A economia, travada do lado da demanda com o tipo de crédito ao consumo visto anteriormente, tanto nos bancos como nos crediários, é igualmente travada do lado do financiamento ao produtor. Prejudica-se assim tanto a demanda como o investimento, os dois motores da economia.

As regras do jogo aqui se deformam profundamente. Ao poder se financiar no exterior com taxas de juros cinco ou seis vezes menores do que seus concorrentes nacionais, as grandes corporações transnacionais passam a ter vantagens comparativas impressionantes. Muitas empresas nacionais podem encontrar financiamentos com taxas que poderiam ser consideradas normais, por exemplo, junto ao BNDES e outros bancos oficiais, mas sem a capilaridade que permite irrigar a imensa massa de pequenas e médias empresas dispersas no país. Não é demais lembrar que na Alemanha 60% das poupanças são administradas por pequenas caixas de poupança locais, que irrigam generosamente as pequenas iniciativas econômicas. A Polônia, que segundo a Economist foi o país que melhor enfrentou a crise na Europa, tem 470 bancos cooperativos, que financiam atividades da economia real. Um dos principais economistas do país, J. Balcerek, comenta ironicamente que “nosso atraso bancário nos salvou da crise”.

Os juros sobre a dívida pública

Uma terceira deformação resulta do imenso dreno sobre recursos públicos por meio da dívida pública. Se arredondarmos nosso PIB para R$ 4,8 trilhões, 1% são R$ 48 bilhões. Quando gastamos 5% do PIB para pagar os juros da dívida pública, estamos transferindo aos bancos donos da dívida e, por sua vez, a um pequeno grupo de afortunados cerca de R$ 240 bilhões ao ano, que deveriam financiar investimentos públicos, políticas sociais e semelhantes. Para os bancos, é muito cômodo, pois, em vez de terem de identificar bons empresários e fomentar investimentos, aplicam em títulos públicos, com rentabilidade elevada, liquidez total, segurança absoluta, dinheiro em caixa, por assim dizer, e rendendo muito.

O efeito aqui é duplamente pernicioso: 1) com a rentabilidade assegurada com simples aplicação na dívida pública, os bancos deixam de buscar o fomento da economia; 2) muitas empresas produtivas, em vez de fazerem mais investimentos, aplicam também seus excedentes em títulos do governo. A máquina econômica torna-se assim refém de um sistema que rende para os que aplicam, mas não para os que investem na economia real. E para o governo é até cômodo, pois é mais fácil se endividar do que fazer a reforma tributária tão necessária.

Uma deformação sistêmica

A taxa real de juros para pessoa física (descontada a inflação) cobrada pelo HSBC no Brasil é de 63,42%, quando é de 6,6% no mesmo banco para a mesma linha de crédito no Reino Unido. Para o Santander, as cifras correspondentes são 55,74% e 10,81%. Para o Citibank, são 55,74% e 7,28%. O Itaú cobra sólidos 63,5%. Para pessoa jurídica, área vital porque se trataria de fomento a atividades produtivas, a situação é igualmente absurda. Para pessoa jurídica, o HSBC, por exemplo, cobra 40,36% no Brasil e 7,86 no Reino Unido (Ipea, 2009).

Comenta o estudo do Ipea: “Para empréstimos à pessoa física, o diferencial chega a ser quase dez vezes mais elevado para o brasileiro em relação ao crédito equivalente no exterior. Para as pessoas jurídicas, os diferenciais também são dignos de atenção, sendo prejudiciais para o Brasil. Para empréstimos à pessoa jurídica, a diferença de custo é menor, mas, mesmo assim, é mais de quatro vezes maior para o brasileiro”.

Nossa Constituição, no artigo 170, define como princípios da ordem econômica e financeira, entre outros, a função social da propriedade (III) e a livre concorrência (IV). O artigo 173, no parágrafo 4o, estipula que “a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros”. O parágrafo 5o é ainda mais explícito: “A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular”. Cartel é crime. Lucro exorbitante sem contribuição correspondente produtiva será “reprimido pela lei” com “punições compatíveis”.

O resultado prático é uma deformação sistêmica do conjunto da economia, que trava a demanda do lado do consumo, fragiliza o investimento e reduz a capacidade do governo de financiar infraestruturas e políticas sociais. Se acrescentarmos a deformação de nosso sistema tributário, baseado essencialmente em impostos indiretos (embutidos nos preços), com frágil incidência sobre a renda e o patrimônio, teremos aqui o quadro completo de uma economia prejudicada em seus alicerces, que avança, sem dúvida, mas carregando um peso morto cada vez menos sustentável.

A dimensão internacional

O dreno sobre as atividades produtivas, tanto do lado do consumo como do investimento, é planetário. Faz parte de uma máquina internacional que desde a liberalização da regulação financeira com os governos Reagan e Thatcher, no início dos anos 1980, até a liquidação do principal sistema de regulação, o Glass-Steagall Act, por Clinton, em 2009, gerou um vale-tudo internacional.

A dimensão internacional tornou-se mais documentada a partir da crise de 2008. O próprio descalabro gerado e o travamento da economia mundial levaram ao levantamento dos dados básicos das finanças internacionais, que curiosamente sempre escaparam do International Financial Statistics do FMI. Resumimos aqui seus principais resultados, para facilitar uma visão de conjunto.

– O Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica (ETH, na sigla alemã) constatou que 147 grupos controlam 40% do mundo corporativo do planeta, sendo 75% deles instituições financeiras. Pertencem em sua quase totalidade aos países ricos, essencialmente Europa ocidental e Estados Unidos (ETH, 2011).

– O Tax Justice Network (TJN), em pesquisa coordenada por James Henry, apresenta o estoque de capitais aplicados em paraísos fiscais: da ordem de US$ 21 trilhões a US$ 32 trilhões, para um PIB mundial da ordem de US$ 70 trilhões. Estamos falando de quase um terço a metade do PIB mundial. A economia do planeta está fora do alcance de qualquer regulação e é controlada por intermediários, não por produtores. O rentismo impera (TJN, 2012).

– O dossiê produzido pela Economist (The missing $20 trillion) arredonda o estoque nos paraísos fiscais para US$ 20 trilhões, mas mostra que são geridos pelos principais bancos do planeta, não em ilhas paradisíacas, mas essencialmente por bancos dos Estados Unidos e da Inglaterra (Economist, 2013).

– As pesquisas do International Consortium of Investigative Journalists (Icij) têm chegado a inúmeros nomes de empresas e donos de fortunas, com detalhes de instruções e movimentações. Em novembro de 2014 publicam o gigantesco esquema de evasão fiscal das multinacionais, usando o paraíso fiscal que se tornou Luxemburgo. São apresentados em detalhe os montantes de evasão por parte dos bancos Itaú e Bradesco (Icij, 2014).

– O estudo de Joshua Schneyer, sistematizando dados da Reuters, mostra que dezesseis grupos comerciais internacionais controlam o essencial da intermediação das commodities em escala planetária (grãos, energia, minerais), a maior parte com sede em paraísos fiscais (Genebra, em particular), criando o atual quadro de especulação financeiro-comercial sobre os produtos que constituem o sangue da economia mundial. Lembremos que os derivativos dessa economia especulativa (outstanding derivatives) ultrapassam US$ 600 trilhões, para um PIB mundial de US$ 70 trilhões (BIS, 2013; Schneyer, 2013).

– O Crédit Suisse divulga a análise das grandes fortunas mundiais, apresentando a concentração da propriedade de US$ 223 trilhões acumulados (patrimônio acumulado, não renda anual). Além disso, basicamente 1% dos mais afortunados possui cerca de 50% da riqueza do planeta.

Não temos estudos suficientes nem pressão política correspondente para ter o detalhe de como funciona essa engrenagem no Brasil. No entanto, dois estudos nos trazem ordens de grandeza.

O estudo mencionado do Tax Justice Network, ao identificar estoques de capital em paraísos fiscais, no caso do Brasil, encontra US$ 519,5 bilhões, o que representa cerca de 25% do PIB brasileiro, ocupando o quarto lugar no mundo (disponível em: www.taxjustice.net/cms/upload/pdf/Appendix%203%20-%202012%20Price%20of%20Offshore%20pt%201%20-%20pp%201-59.pdf).

Tratando da fuga de capitais para o exterior pela via de remessas ilegais, o estudo da Global Financial Integrity (GFI), coordenado por Dev Kar e denominado “Brasil: fuga de capitais, fluxos ilícitos e as crises macroeconômicas, 1960-2012”, estima essa evasão em R$ 80 bilhões por ano entre 2010 e 2012 (cerca de 1,5% do PIB), o que alimenta o estoque de mais de R$ 1 trilhão em paraísos fiscais visto anteriormente. Segundo o relatório, “o governo deve fazer muito mais para combater tanto o subfaturamento de exportações como o superfaturamento de importações, adotando ativamente medidas dissuasivas adicionais em vez de punições retroativas”. Trata-se aqui, dominantemente, das empresas multinacionais. Kofi Annan considera que esse mecanismo drena cerca de US$ 38 bilhões por ano das economias africanas. O mecanismo é conhecido como mispricing, ou trade misinvoicing (GFI, 2014).

Resgatando o controle

No plano internacional, enquanto existir a tolerância dos paraísos fiscais por parte das elites norte-americanas e europeias – inclusive nos próprios Estados Unidos, como é o estado de Delaware, e na Europa, como é o caso de Luxemburgo e da Suíça –, dificilmente haverá qualquer possibilidade de controle real. A evasão fiscal torna-se demasiado simples, e a possibilidade de localizar os capitais ilegais, muito reduzida.

Essa situação pode ser bastante melhorada no controle das saídas, do sub e sobrefaturamento e semelhantes. O relatório da GFI mencionado anteriormente aponta essas possibilidades e reconhece fortes avanços do Brasil nos últimos anos. No plano internacional, surge finalmente o Base Erosion and Profit Shifting (Beps), endossado por quarenta países que representam 90% do PIB mundial, início de redução do sistema planetário de evasão fiscal pelas empresas transnacionais (OCDE, 2014).

Para enfrentar essa realidade, o governo tem armas poderosas. A primeira é retomar a redução progressiva da taxa Selic, o que obrigaria os bancos a procurar aplicações alternativas, voltando a irrigar iniciativas de empreendedores e reduzindo o vazamento dos recursos públicos para os bancos. A segunda é reduzir as taxas de juros ao tomador final na rede de bancos públicos, conforme foi experimentado em 2013, mas persistindo desta vez na dinâmica. É a melhor forma de introduzir mecanismos de mercado no sistema de intermediação financeira, contribuindo para fragilizar o cartel ao obrigá-lo a reduzir os juros estratosféricos: o tomador final voltaria a ter opções. A terceira consiste no resgate de um mínimo de equilíbrio tributário: não se trata de aumentar os impostos, mas de racionalizar sua incidência. Pesquisa do Inesc (2014, p.21) mostra que “a tributação sobre o patrimônio é quase irrelevante no Brasil, pois equivale a 1,31% do PIB, representando apenas 3,7% da arrecadação tributária de 2011. Em alguns países do capitalismo central, os impostos sobre o patrimônio representam mais de 10% da arrecadação tributária, a exemplo de Canadá (10%), Japão (10,3%), Coreia do Sul (11,8%), Grã-Bretanha (11,9%) e Estados Unidos (12,15%)”. Se acrescentarmos a baixa incidência do imposto sobre a renda e o fato de os impostos indiretos representarem 56% da arrecadação, teremos no conjunto uma situação que clama por mudanças.

“Convém destacar que a carga tributária é muito regressiva no Brasil porque está concentrada em tributos indiretos e cumulativos que oneram mais os trabalhadores e os mais pobres, uma vez que mais da metade da arrecadação provém de tributos que incidem sobre bens e serviços, havendo baixa tributação sobre a renda e o patrimônio. Segundo informações extraídas da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2008/2009 pelo Ipea, estima-se que 10% das famílias mais pobres do Brasil destinam 32% da renda disponível para o pagamento de tributos, enquanto 10% das famílias mais ricas gastam 21% da renda em tributos” (Inesc, 2014, p.6).

A quarta arma consiste em dinamizar um conjunto de pesquisas sobre os fluxos financeiros internos, de maneira a gerar uma transparência maior nessa área em que as pessoas simplesmente não se orientam. Para gerar a força política capaz de reduzir o grau de cartelização, reintroduzindo mecanismos de mercado e transformando o sistema de intermediação financeira, é preciso ter uma população informada. É impressionante o profundo silêncio não só da mídia, mas também da academia e dos institutos de pesquisa sobre o processo escandaloso de deformação da economia pelo sistema financeiro.

A economia brasileira está sendo sangrada por intermediários que pouco ou nada produzem. Se somarmos as taxas de juros à pessoa física, o custo dos crediários, os juros à pessoa jurídica, o dreno por meio da dívida pública e a evasão fiscal por paraísos fiscais e transferências ilícitas, teremos uma deformação estrutural dos processos produtivos. Tentar dinamizar a economia enquanto arrastamos esse entulho especulativo preso aos pés fica muito difícil. Há mais mazelas em nossa economia, mas aqui estamos falando de uma massa gigantesca de recursos, que são necessários ao país. É tempo de o próprio mundo empresarial – aquele que efetivamente produz riquezas – acordar para os desequilíbrios e colocar as responsabilidades onde realmente estão. O resgate organizado do uso produtivo de nossos recursos é essencial.

Ladislau Dowbor é doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia, e professor titular da PUC-SP. É autor de A reprodução social e Democracia economômica - um passeio pelas teorias (contato http://dowbor.org).
Ilustração: Daniel Kondo

Referências bibliográficas

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Banco Central, Histórico da taxa de juros – Selic. 2014. Disponível em: www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS.

BIS, Quarterly Review, jun. 2013, p.3. Disponível em: www.bis.org/publ/qtrpdf/r_qt1306.pdf.

Pedro Garcia, “Metade do consumo é financiada por cartões”, DCI, 20 ago. 2014, p.B1.

Ladislau Dowbor, Os estranhos caminhos do nosso dinheiro, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2014. Disponível em: http://dowbor.org/blog/wp-content/uploads/2012/06/13-Descaminhos-do-dinheiro-p%C3%BAblico-16-julho.doc.

“The rise of Black Rock”, The Economist, 7 dez. 2013. Disponível em: www.economist.com/news/leaders/21591174-25-years-blackrock-has-become-worlds-biggest-investor-its-dominance-problem.

“The missing $20 trillion. Special report on offshore finance”, The Economist, 16 fev. 2013.

GFI, “Brasil: fuga de capitais”, set. 2014. Disponível em: www.gfintegrity.org/wp-content/uploads/2014/09/Brasil-Fuga-de-Capitais-os-Fluxos-Il%C3%ADcitos-e-as-Crises-Macroecon%C3%B4micas-1960-2012.pdf

James Henry e Tax Justice Network, “The price of off-shore revisited”. Disponível em: www.taxjustice.net/cms/front_content.php?idcat=148. Os dados sobre o Brasil estão no Appendix III, (1) p.23. Ver: www.taxjustice.net/cms/upload/pdf/Appendix%203%20-%202012%20Price%20of%20Offshore%20pt%201%20-%20pp%201-59.pdf. Ver também no site da TJN a atualização de junho de 2014: www.taxjustice.net/wp-content/uploads/2014/06/The-Price-of-Offshore-Revisited-notes-2014.pdf.

Icij, 2013. Disponível em: www.icij.org/offshore/how-icijs-project-team-analyzed-offshore-files.

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Inesc, “As implicações do sistema tributário brasileiro na desigualdade de renda”, set. 2014. Disponível em: www.inesc.org.br/biblioteca/textos/as-implicacoes-do-sistema-tributario-nas-desigualdades-de-renda/publicacao/.

Ipea, “Transformações na indústria bancária brasileira e o cenário de crise”, Comunicado da Presidência, abr. 2009, p.15. Disponível em: www.ipea.gov.br/sites/000/2/pdf/09_04_07_ComunicaPresi_20_Bancos.pdf.

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Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston, “The network of global corporate control”. Disponível em: http://arxiv.org/pdf/1107.5728.pdf

01 de Dezembro de 2014

Fonte: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1771