segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo

Com medo de morrer, Michael Levine dispara: “CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo”

publicado em 5 de agosto de 2013 às 11:56

Arma mortal

por Heloisa Villela, de Nova York, especial para o Viomundo

A CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo.

A imprensa norte-americana, prostituída por acesso ao poder, promove a guerra contra as drogas — que gasta bilhões de dólares sem resultados.

A solução para o problema do tráfico é dar poder às comunidades afetadas pelo comércio e consumo das drogas.

Estas são algumas conclusões de Michael Levine depois de 25 anos de experiência como agente secreto da Agência de Combate às Drogas (DEA) dos Estados Unidos. Norte-americano do Bronx, ele escreveu três livros nos quais conta, em detalhes, todas as operações que poderiam destruir grandes cartéis, mas que foram sabotadas pela CIA, a Central de Inteligência.

Quando não aguentava mais a frustração, Michael Levine escreveu uma longa carta sobre a participação da CIA no chamado “golpe da coca”, na Bolívia, em 1980, que colocou o general Luís García Meza no poder. Michael enviou a carta a dois jornalistas da revista Newsweek. Um deles, Larry Rohter — que mais tarde se tornaria correspondente do New York Times no Brasil e ficou famoso por publicar reportagem difamando o ex-presidente Lula, sugerindo ser um bêbado.

A carta, registrada, foi entregue. Ele guarda até hoje o recibo. Michael passou duas semanas ao lado do telefone, esperando que os jornalistas o procurassem em busca de mais informações. Nada. Na terceira semana, finalmente, o telefone tocou. Era o Departamento de Segurança Interna da DEA, avisando que ele estava sendo investigado.

Daí em diante, Michael se calou, completou os anos de trabalho que faltavam cumprindo tarefas burocráticas e preparando os livros que desnudam a hipocrisia da retórica moralista do governo norte-americano em torno do combate às drogas.

Nos anos em que trabalhou como agente da DEA, Michael Levine gravou conversas, registrou eventos e garante que não escreveu nada de memória. “Não precisei inventar nenhum diálogo”. Nesta entrevista ao Viomundo, ele relembra alguns dos casos que acompanhou de perto. Elogia Mao Tse-Tung e se diz entusiasmado com o nascimento de uma nova imprensa, na internet.

Viomundo – Depois de 25 anos de trabalho na DEA, por que decidiu escrever livros sobre a organização e sobre o trabalho da CIA?

Levine — Quando alguém está jantando às suas custas, você tem que ao menos tomar o café da manhã dele. Ou seja, quando alguém te fere, te prejudica você tem de ferí-lo a qualquer custo. Eu tinha que revidar contra a CIA e contra os burocratas dos EUA para os quais a guerra contra as drogas era apenas uma ferramenta, um instrumento. Eu estava basicamente furioso.

Viomundo — Eles atrapalharam sua vida pessoal um bocado, sem falar o que estavam causando ao país…

Levine — Eles mentem para o mundo. Agentes e policiais com os quais trabalhei deram a vida acreditando no que esses burocratas e políticos nos disseram — e era uma mentira. A guerra contra as drogas nunca foi travada honestamente. Sempre foi um instrumento para outras coisas. Por isso o Evo Morales usou uma cópia do “The Big White Lie”, levantou o livro há coisa de um ano e disse: “É por isso que estou expulsando a DEA do meu país”.

Evo Morales com a tradução do livro de Michael Levine

Viomundo — O que aconteceu com você depois que publicou o livro? Sofreu retaliações?

Levine — Fui ameaçado. Eu escrevi dois livros, “Deep Cover” e “The Big White Lie”, sobre casos de infiltração, quando você vai para outros países, assume outra identidade e corre riscos reais. Pode acreditar, eu tinha medo o tempo todo. Mas gravei tudo. Todos os diálogos que você vai encontrar nos dois livros vêm de gravações. Não tive que inventar. Eu estava equipado o tempo todo. O “Deep Cover” foi publicado primeiro e se tornou um best-seller na lista do New York Times. Eu fui a um importante programa de TV em NY, o Donahue Show, e quando estava no bastidor, na chamada Sala Verde, esperando para ir ao ar, recebi um telefonema do quartel general da DEA.

Não sabia nem como eles tinham descoberto que eu ia aparecer no programa porque tudo foi mantido em segredo até o último minuto. Mas eles sabem… E um dos chefões me disse: “Enquanto estou conversando com você Mike, dez advogados estão debruçados sobre o seu livro, analisando página por página, para ver se podemos indiciar você por algum crime”. Eu disse: se você está tentando me assustar, já conseguiu. Muito mais do que imagina. Mas agora não vou voltar atrás. Foi então que ele disse as palavras “lembre-se do sanduíche de pasta de amendoim com geleia”.

Ele estava falando do Sante Bario, um agente que trabalhou comigo. Ele estava no México quando eu era o encarregado da Argentina, sediado em Buenos Aires. De uma hora para outra, Sante Bario foi preso pelo departamento de assuntos internos da DEA for tráfico de drogas com base no depoimento de um informante. Ele ficou preso em uma pequena cadeia do México, na fronteira dos EUA. Ele estava preso há duas ou três semanas dizendo que tinha sido vítima de uma armadilha, que a acusação era uma mentira, quando deram a ele um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. Ele comeu e caiu no chão com convulsões. Entrou em coma. O primeiro exame de sangue indicou a presença de estricnina. Ele morreu um mês depois.

A autópsia concluiu que ele morreu porque engasgou com o sanduíche. Isso é fato. Você encontra essa reportagem na revista Time com o título “O estranho caso de Sante Bario”. Sante Bario se tornou uma ameaça para todos os agentes do DEA. Se você sair da linha pode terminar com um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. E ali estava eu, logo após publicar o livro “Deep Cover”, com um dos chefões do DEA me lembrando do sanduíche. Então a longa resposta à sua pergunta é: sim, eles me ameaçaram…

Viomundo — Ao mesmo tempo em que foi ameaçado, você teve apoio de pessoas com as quais trabalhou na DEA?

Levine — Algum apoio… Gradualmente, com o tempo, vários vieram me dizer que eu tinha razão, que estava certo. Recebi e-mails deles, esse tipo de coisa. Pouco depois de escrever “Deep Cover”, meu filho era policial em NY e foi morto em uma troca de tiros na rua.

A direção da DEA em NY disse a todos os agentes que não fossem ao enterro do meu filho. Para você ver como estavam furiosos comigo. Mas alguns desobedeceram a ordem e foram ao enterro. Mas sempre tive apoio. Mais tarde, botei isso no You Tube. O chefão da DEA olhou bem para a câmera do programa 60 Minutos, o mesmo programa no qual eu apareci, e disse: “Não existe outra forma de dizer isso. A CIA funciona como um bando de traficantes”.

Não tem prova melhor do que essa. Mas foram necessários vários anos para ele vir a público dizer o que eu já havia dito nos meus dois livros. Acho que você pode dizer que os cabeças da DEA eventualmente concordaram com tudo que eu disse em meus dois livros.

Garcia Meza, “produto” da CIA na Bolívia

Viomundo — Você disse que a guerra contra as drogas era na verdade uma ferramenta para outros objetivos nas mãos dos políticos. Que objetivos?

Levine — Eu volto no tempo até a Guerra do Vietnã. Sou velho assim…

Fui para o Sudeste Asiático com outra identidade e consegui atingir, ou seduzir, o maior traficante de heroína da região. Isso foi no começo dos anos 70 e eles me convidaram para o Golden Triangle, área onde eles tinham uma fábrica. Provavelmente a maior fábrica de produção de heroína do mundo.

Antes da visita, o serviço de inteligência veio me dizer que eu não ia. Anos depois eu fiquei sabendo o motivo. Essas pessoas no sudeste asiático eram nossos aliados no Vietnã e a única maneira de dar apoio a eles era vendendo heroína para o resto do mundo. A CIA tinha que protegê-los para que pudessem ser nossos aliados no Vietnã. É uma escolha política. O contribuinte americano não queria mais pagar por aquela guerra.

Muitos anos depois, quando eu estava em Buenos Aires, me infiltrei na organização do Roberto Suarez [na Bolívia] e cheguei a um ponto em que poderia, literalmente, acabar com a organização. A máfia de Santa Cruz. Eles eram responsáveis pela maior parte da cocaína do mundo. Novamente, como escrevi no livro “Big White Lie” e vou continuar a escrever sobre isso.

A CIA veio e ajudou Klaus Barbie [o nazista que recrutou mercenários na Bolívia para ajudar a colocar no poder o general Luis Garcia Mesa, quando a esquerda venceu as eleições com Siles Zuazo] e os direitistas a derrubarem o governo da Bolívia que ajudou a DEA nessa operação. Então, basicamente, a CIA traiu o povo da Bolívia e não a DEA, como o Evo Morales disse. A CIA decidiu ajudar os traficantes de cocaína porque não eram de esquerda, não eram comunistas. Eles não queriam o risco de ver a Bolívia se tornar esquerdista.

Então, pegaram os traficantes e deram a eles o controle – foi o infame golpe da coca, a primeira vez na história que traficantes de droga tomaram conta de um país. E nessa época eles tinham um programa chamado Operação Condor. Fiz muitos trabalhos no Brasil também nessa época e a Operação Condor era um acordo entre os países do Cone Sul. Minha investigação bateu bem nessa operação. Eles estavam matando as pessoas que eu estava investigando por causa da alegação de que tinham tendências esquerdistas. Era um jogo muito, muito sujo.

Aí você chega a uma operação que eu descrevi no “Deep Cover”. Eu fazia parte de uma equipe infiltrada na operação chamada Trisecta, em três países. Eu fechei um negócio com uma organização chamada La Corporacion, da Bolívia, que no fim dos anos 80 controlava toda a cocaína. Arrumei o envio de 15 toneladas de cocaína através do México. Fiz um negócio, gravado em vídeo, com o exército mexicano, para proteger a droga e deixá-la entrar nos EUA.

Esse acordo está em vídeo, no You Tube, você pode ver. Foi feito com a aprovação do presidente do México que ía ser empossado, Carlos Salinas de Gortari. Gravado em vídeo! Imagine isso. Estamos falando do envio de 15 toneladas de cocaína! Em uma casa luxuosa, de frente para o Pacífico. Temos mapas espalhados sobre a mesa. Estou conversando com o Coronel Jaime Carranza, neto do homem que escreveu a Constituição mexicana, e ele aponta para o mapa, mostra o local onde vamos pousar o avião com a primeira tonelada de cocaína e diz: é aqui que estamos treinando os Contras para a CIA. Esse vídeo foi enviado, naquela mesma noite, para o secretário da Justiça dos Estados Unidos, em Washington e ele, imediatamente, revelou nossa identidade porque telefonou para o ministro da Justiça do México para contar toda a nossa operação. Botei tudo isso no livro.

Viomundo — O milagre é você ainda estar vivo para contar essa história…

Levine — Muitas vezes eu acordo e apenas toco na minha mulher, que amo muito, e digo: Deus, que milagre ainda estar aqui! Quase tenho vontade de chorar. Simplesmente contrariei todas as probabilidades muitas vezes. Mas estou aqui, falando com você.

Viomundo — Você também escreveu sobre a conexão entre a CIA e a epidemia de crack nos EUA.

Levine — Mais uma vez… está tudo no You Tube. Eu era um agente infiltrado e estava trabalhando com a Sonia Atala. Eu era bem jovem, e me puseram com a mulher que o Pablo Escobar chamou de Rainha da Coroa de Neve. A rainha da cocaína.

Mas me puseram com ela porque ela se tornou informante da DEA. E eu tinha que me passar por amante dela. Estávamos viajando juntos e ela começou a me contar sobre algo que havia Bolívia. Uma cocaína que se podia fumar e que era violentamente viciante. Isso foi em 1983. Meu primeiro pensamento foi: isso vai direto pros EUA. E com certeza, um ano depois era o crack nos EUA.

Mas a história que não foi contada é que quem protegeu essa organização, esse envio da droga, e impediu que essa organização fosse desmantelada foi a CIA. Novamente. Esse era o papel deles. Não estavam nem aí se era crack, heroína, cocaína, o que fosse. É o imposto Junky [um dos nomes que se dá a viciados em drogas nos Estados Unidos]. O Congresso não vai pagar pela operação, então a CIA os ajuda a vender drogas para os EUA e para o mundo. Dá apoio à operação. É uma escolha muito simples. Eu fiquei furioso. Perdi um dos meus filhos. Ele foi assassinado por um viciado em crack em uma troca de tiros quando ele tentou impedir um assalto. E aqui temos uma agencia do governo americano, financiada pelos impostos que eu estou pagando, e todo mundo está pagando, e eles estão dando apoio a traficantes de drogas responsáveis pela morte de milhares, se não de milhões de pessoas.

Viomundo – Como explica o que está acontecendo agora no México com essa guerra contra as drogas que já matou mais de 50 mil pessoas? Guerra que está se espalhando para toda a América Central?

Levine — Enquanto os norte-americanos continuarem comprando drogas, enquanto houver um mercado gigantesco para as drogas, o dinheiro continua chegando ao México e é esse dinheiro que provoca essa guerra. A equação é muito simples. Eu escrevi um livro chamado “Fight back” que o Presidente Clinton recomendou que fosse lido por quem trabalha com comunidades com problemas de drogas. Recomendou e deixou em cima da mesa. Não fez nada.

Ele fala como comunidades e bairros podem se livrar das drogas sem esperar pelo governo federal, pela polícia, sem usar balas e armas. É questão de atacar o mercado. Esqueça isso de ir atrás dos traficantes. Isso não funciona. Acho que foi o prefeito de Medellín, na Colômbia, disse, há uns 20 anos, se você matar cada líder de cartel, existem outros cem na fila esperando para pegar o lugar de cada um deles.

Ainda estamos gastando milhões para ir atrás da estrela individual do momento. E hoje em dia eles têm esses nomes: Dr. Morte, Evil. A imprensa tem essa competição para ver quem consegue revelar o pior barão das drogas. É um jogo de tolos. Não é assim que se ganha o jogo. Você pega uma comunidade que quer se livrar das drogas. Eles vão atrás dos usuários da comunidade. Não precisa nem de prendê-los. Basta seguí-los com câmeras. Colocar alguém na esquina com um alto-falante. Isso funciona. São técnicas que funcionam. E o resultado é que os traficantes perdem o mercado.

Viomundo — Então você acredita que é possível acabar com o problema da droga?

Levine — Sim! Leia o “Fight back”. Funcionou para a China, funcionou para o Japão em uma determinada época. A China usou um método semelhante. Quando Mao Tse-Tung tomou o país, havia 70 milhões de viciados em heroína e ópio. Em três anos não havia mais nenhum. As pessoas dizem que ele executou todo mundo. Isso não é verdade. Houve 27 execuções nesse período. Se você comparar isso com os 60 mil mortos no México…

O que realmente funciona é transferir responsabilidade para a comunidade. A comunidade é que é responsável por seus viciados e cria reabilitação e tratamento obrigatórios. É muito humano! Salva a vida dos usuários e salva a comunidade. No livro “Fight Back” eu detalho o que poderiam fazer se quisessem.

Escritórios da DEA no mundo

Viomundo – Você está trabalhando, escrevendo mais um livro?

Levine — Eu e minha mulher estamos trabalhando em um próximo livro. Já temos o primeiro rascunho pronto. Mas quero escrever um livro sobre o Roberto Suarez. Ele talvez tenha sido o maior e menos conhecido traficante de drogas da história. Era da Bolívia.

Viomundo — Você também mencionou o papel da mídia. Contou o que aconteceu quando mandou a carta para Rother e Strasser da Newsweek. Esse Rother é o Larry Rother que depois se tornou correspondente do New York Times no Brasil e chamou o presidente Lula de bêbado?

Levine — Esse mesmo. A única coisa que posso dizer com certeza é que ele recebeu a carta porque mandei certificada. Recebi o comprovante de volta. A carta foi entregue na revista. Ele pode dizer que não leu. Mas recebeu. Foi a história da Bolívia. Mandei a carta de Buenos Aires, onde era attaché. Mandei em papel timbrado da embaixada. Me arrisquei um bocado ao fazer isso. O resto é história…

Viomundo — Em sua opinião, o que acontece com a imprensa norte-americana, eles só checam as informações com representantes do governo? São obedientes?

Levine — Sabe, já participei de vários programas sobre isso. Eles são, basicamente, putas. Se vendem por acesso. Se prostituem por acesso. Querem acesso ao porta-voz da CIA e para conseguir isso não podem escrever nada mais crítico sobre a CIA.

Caso contrário, o acesso é negado. Quer acesso à DEA? Quer saber o que estão fazendo? Quer escrever sua materinha incrementada sobre tráfico de drogas? Melhor não escrever nada muito crítico. Eu escrevi um artigo sobre a mídia. Ganhou todo tipo de prêmio. Meu artigo se chama “Mainstream media, the drug war shills”. Ele faz parte do livro “Into the Buzzsaw”, de Kristina Borjesson. O livro foi muito elogiado pelas pessoas que estudam a mídia. Acho que mostra muito bem como a mídia continua vendendo uma guerra contra as drogas que mata milhões de pessoas, é totalmente sem propósito e não resolve nada.

Viomundo — Como o Plano Colômbia que investiu milhões de dólares no país e no fim, a produção de cocaína dobrou…

Levine — O Plano Colômbia, a Operação Snow Cap… Meu Deus! O Plano Colômbia foi um desdobramento da Operação Snow Cap.

Ação contra as drogas tem objetivos políticos, diz autor

Viomundo — O que foi a Snow Cap?

Levine — Eram as operações paramilitares na Bolívia e no Peru. Militares e agentes do DEA indo atrás dos traficantes na Bolívia e no Peru. O Plano Colômbia foi apenas um desdobramento. Eu conheci basicamente as pessoas mais graduadas do tráfico de cocaína do mundo nos anos 80. Eles achavam que eu era um mafioso meio siciliano, meio portorriquenho, e estavam me vendendo 50 toneladas de cocaína. Eu disse a eles que tinha muito medo de ir para a Bolívia por causa da Operação Snow Cap.

Com todas as tropas, com os militares ali, como vou fazer um negócio desses na Bolívia com todos os militares norte-americanos lá? Meu interlocutor riu! Riu e disse: eles não fazem nada. Andam pra cima e pra baixo. Sabemos o que vão fazer antes deles fazerem. Te garanto que você estará perfeitamente seguro Luis. Esse era meu nome. Ele me chamava de Luis. Repeti essa conversa para os responsáveis pela operação Snow Cap no QG da DEA e eles disseram o seguinte: “Nós sabemos que não funciona, mas já vendemos ao longo do Potomac” [rio Potomac, nas margens do qual fica o poder em Washington], o que significa dizer que a ideia já foi vendida para o Congresso, então é o futuro da DEA que está na corda bamba. Esquece a guerra contra as drogas. O Plano Colômbia é a mesma coisa. É política.

Viomundo — Eles vendem os planos, pegam o dinheiro e precisam fazer de conta que estão fazendo algo…

Levine — Exato. É sempre a mesma coisa. Tem que mostrar estatísticas para provar que os bilhões que você está gastando estão sendo bem gastos.

Viomundo — Você acredita que todos os presidentes que passaram pela Casa Branca nas últimas décadas sabem de tudo isso?

Levine — Eles sabem exatamente. Sabem que o que eu estou te dizendo é fato. Eles também sabem que se virarem e disserem isso ao público durante uma campanha presidencial serão derrubados da Casa Branca. Por que? A grande mídia — os cachorrinhos da grande burocracia formada pela CIA, DEA, etc. – vai perseguir este político.

Viomundo — Como explica então que seus livros tenham sido tão bem recebidos e que você tenha sido convidado para tantos programas de televisão?

Levine — Porque na mídia existem grandes indivíduos que se destacam. Mas a percentagem de jornalistas de verdade é cada vez menor, desde Woodward e Bernstein [os jornalistas do Washington Post que revelaram o escândalo Watergate]. Não se pode comparar a mídia de hoje com a daquela época. Mas você pode dizer que o motivo pelo qual ainda estou fazendo isso tudo é porque continuo procurando pelos Woodwards e Bernsteins.

Viomundo — Você  consegue conversar melhor com os jornalistas que migraram para a internet?

Levine — A internet está crescendo rapidamente e faz com que eu me sinta realmente muito bem porque está se tornando um grande desafio para essa “mídia de tribunal” que se proclama jornalismo. Basicamente, são estenógrafos. É maravilhoso, para mim, ver esse crescimento da internet.

Viomundo — Você acha que o seu trabalho, seus livros e artigos, tiveram algum impacto, produziram alguma mudança?

Levine — Acho que talvez faça alguma diferença. Provavelmente depois que eu tiver morrido. Eu não sei. A gente nunca sabe. E por isso é que continua fazendo. Alguém como eu… eu cresci tendo que lutar por tudo que conquistei. Sou inclinado a isso, a brigar, não importa a consequência. E morrer brigando. É o que pretendo fazer.

Viomundo — Então nos conte um pouco dessa infância…

Levine — Cresci no South Bronx (em Nova York), em um bairro péssimo. Meu irmão se viciou em heroína aos 15 anos. Nosso pai nos abandonou quando nós éramos muito, muito pequenos. Praticamente, cresci nas ruas do Bronx. Me alistei no exército para acertar a minha vida. E realmente funcionou. Me tornei lutador de boxe, peso pesado, fiz artes marciais, o que foi outra influência importante, que ajudou a manter o equilíbrio na minha vida.

Aos 19 anos, no exército, eu me meti em uma briga com outro militar por causa de um chapéu de 3 dólares. Ele explodiu, sacou a arma, encostou na minha barriga e puxou o gatilho. A arma falhou. Talvez tenha sido a melhor coisa que já me aconteceu porque aprendi a sabedoria de um antigo ditado árabe que diz que qualquer momento é o momento certo para morrer.

Levei isso comigo para sempre. Agora, não perco mais tempo. Vivo cada momento até o limite, curto e saboreio. Logo depois disso decidi usufruir de tudo que a vida poderia me oferecer antes que eu morresse o que poderia acontecer a qualquer momento. E não havia melhor maneira para um menino pobre do Bronx viver toda essa adrenalina e excitação do que como um agente secreto infiltrado. Foi o que me propus a fazer e fiz. De resto…

Fonte: www.viomundo.com.br

“Pobre estudar medicina é uma afronta para a elite”, diz médico formado em Cuba

 

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José Coutinho Júnior, via Página do MST

A elitização do ensino de medicina no Brasil é um obstáculo para jovens de baixa renda entrarem nas universidades e se formarem. Já os problemas nas provas de revalidação do diploma dificultam o exercício da profissão em território nacional pelos brasileiros que conseguiram se formar no exterior.

“Quem estuda medicina em nosso país são os filhos das elites, em sua maioria. É uma afronta para a elite um negro, um pobre, um trabalhador rural, filho de Sem Terra estudar medicina na faculdade, principalmente pelo status conferidos por essa profissão”, afirma Augusto César (foto), médico brasileiro formado em Cuba e militante do MST.

Estudo do Ministério da Educação (MEC) aponta que 88% dos matriculados em universidades públicas de medicina estudaram em escolas particulares no ensino fundamental e médio. Os programas do governo de acesso à universidade, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), ampliaram o acesso, mas ainda não conseguiram universalizar e democratizar a educação.

“A maioria das pessoas que entram na universidade pública para cursar medicina tem dinheiro para fazer um bom cursinho ou estudou o tempo todo numa escola particular. Claro que há exceções, mas o ensino de medicina do nosso país é altamente elitizado”, acredita Augusto.

“A maior parte das pessoas que tem acesso às escolas de medicina são de classe média e classe média-alta. Um pobre numa universidade particular não consegue se sustentar pelo alto preço das mensalidades. Sem contar que hoje temos mais universidades privadas do que públicas na área da saúde, dificultando ainda mais o acesso”, diz a médica formada em Cuba Andreia Campigotto, que também é militante do MST.

Revalidação

A necessidade dos médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros passarem por uma prova para verificar se estão capacitados a exercer a profissão é um tema frequentemente pautado pela comunidade médica brasileira.

Independentemente do curso, todos os estudantes brasileiros que realizam um curso fora do país precisam passar por uma revalidação do diploma. No entanto, há falhas nesse processo no caso da medicina.

Um dos principais problemas é que não existe um padrão para o conteúdo dessas provas. Cada universidade federal pode abrir sua prova de reconhecimento de títulos no exterior. Com isso, o conteúdo não é uniforme.

Além disso, o custo dessas avaliações é alto. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cobra uma taxa de inscrição de R$1.172,20. Outras universidades pelo país têm preços similares.

Preconceito

“As provas são injustas, porque têm um nível de médicos especialistas, e não de ‘generalistas’, que é o que somos após nos graduar. Isso causa uma desaprovação considerável dos estudantes que vem de fora”, acredita Andréia.

“O que a categoria médica não divulga é que 50% dos estudantes da USP reprovaram na prova feita pelo Conselho de Medicina de São Paulo. Foi uma prova para médico generalista, muito mais fácil que a de revalidação”, revela.

Para Andréia, há um “grande preconceito” por parte dos profissionais brasileiros em relação aos médicos formados em outros países, o que cria um entrave para a revalidação dos diplomas.

“Seria justo se os profissionais que se formam no Brasil fizessem as mesmas provas que nós, para ver se realmente se comprova uma suposta má formação de nossa parte, bem como discursa a categoria médica brasileira”, observa.

Os dois médicos defendem a realização de uma avaliação dos conhecimentos dos profissionais graduados no exterior, mas destacam que as provas atuais não cumprem esse papel, porque não são aplicados testes adequados para auferir o conhecimento.

“As provas teóricas e práticas atuais não levam em conta as complexidades. Seria muito melhor colocar esse médico para trabalhar sob um tutor e, a partir daí, se instaurar uma avaliação rigorosa e permanente. Mas isso não tem sido pensado”, pontua Augusto.

Formação

A concepção de medicina ensinada nas universidades impede também que os estudantes vejam a luta pela saúde além do tratamento de doenças.

“Nas universidades de medicina, só se vê doença. Não se fala em saúde. Como você pode lutar pela saúde se só vê doenças? Também é saúde lutar pelo direito à cidade e por um sistema público de saúde de qualidade”, destaca Augusto.

De acordo com o militante, a concepção de saúde deve ultrapassar uma formação técnica. “O médico deve exercer a medicina a favor da construção de um país mais saudável, sem esperar que as pessoas ou uma comunidade adoeça para depois intervir sobre ela, pois é o modo de vida que vivemos que gera as doenças do país”, defende.

Andreia quer se tornar professora de medicina para colaborar para a mudança da forma de ensinar das universidades. Ela se classificou na primeira fase do concurso para lecionar na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Segundo ela, o campo da educação deve ser ocupado por aqueles que querem democratizar a educação. “Precisamos formar profissionais com um novo perfil, realmente voltados para atender o povo, para se fixar nos locais de difícil acesso, não só nos grandes centros como hoje. É um campo interessante de atuação”.

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Augusto César e Andreia Campigotto, ambos formados em medicina em Cuba, destacam as diferenças nos métodos de formação utilizados na área da saúde brasileira e cubana.

“Medicina cubana ensina a atender o povo com qualidade e humanismo”, afirma militante

José Coutinho Júnior, via Página do MST

A saúde no Brasil tem sido tema de grandes debates nas últimas semanas, provocados tanto pelas manifestações das ruas, que exigem melhoras e mais investimentos na área, quanto pelas propostas recentes do governo em trazer médicos de outros países para trabalhar em regiões mais carentes.

Essas propostas, assim como a obrigação dos estudantes de universidades públicas em cumprir dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS), tem sido alvo de fortes críticas das associações de médicos, que afirmam que essas não seriam as soluções para os problemas.

A Página do MST conversou com Augusto César e Andreia Campigotto, ambos militantes do Movimento e formados em medicina em Cuba, sobre o tema.

Nascido em Chapecó e com 25 anos de vida, Augusto César ainda não exerce a profissão. Está estudando para fazer a prova de revalidação do diploma cubano e, assim, poder atuar no Brasil. Quando conseguir seu registro, pretende trabalhar na área rural, atendendo os Sem Terra e os assentados da Reforma Agrária.

Andreia Campigotto tem 28 anos e nasceu em Nova Ronda Alta (RS). Trabalha em Cajazeiras, no sertão paraibano, como residente em medicina da família em uma unidade básica de saúde, que atende uma comunidade de 4 mil pessoas.

Formato

O curso de medicina cubano dura seis anos. Para estudantes de outros países, ele se inicia na Escola Latino-americana de Medicina, localizada em Havana. Depois de um período inicial de dois anos, os estudantes são enviados para as diversas universidades do país. Augusto e Andreia foram para a universidade da província de Camagüey.

O curso de medicina cubano não se difere muito do brasileiro, do ponto de vista curricular.

“Os dois primeiros anos trabalham com as ciências médicas. Estudamos fisiologia humana, anatomia humana e desde o primeiro ano temos contato com os postos de saúde. Quando somos distribuídos para as universidades, vivenciamos o sistema público de saúde. Comparado com o Brasil, o nível teórico é igual, mas o nível de prática é maior”, afirma Augusto.

“Um estudo do governo federal mostra a compatibilidade curricular dos cursos de medicina de 90% entre Brasil e Cuba. Então, não há grandes diferenças teóricas”, conta Andreia.

A diferença principal entre os dois cursos está na concepção de medicina e de saúde na formação dos médicos. “O curso brasileiro é voltado para as altas especialidades. Tem essa lógica de que você faz medicina, entra numa residência e se especializa. Já em Cuba o curso se volta à atenção primária de saúde, para entendermos a lógica de prevenção das doenças e o tratamento das enfermidades que as comunidades possam vir a ter”, diz Augusto.

Em contrapartida, “saúde” e “medicina” no Brasil são sinônimos de pedidos de exames e tratamento com diversos medicamentos, calcados em sua maioria na alta tecnologia. Com isso, a medicina preventiva fica em segundo plano, alimentando uma indústria baseada na exigência destes procedimentos.

“No Brasil, temos uma limitação na formação do profissional, pois ela é voltada ao modelo hospital acêntrico, que pensa só na doença e no tratamento. Em Cuba isso já foi superado. Lá eles formam profissionais para tratar e cuidar com qualidade, humanismo e amor cada paciente; aprendemos de verdade a lidar com a saúde do ser humano”, analisa Andreia.

Ela destaca que os médicos formados na ilha são capazes de atender a população sem utilizar somente a alta tecnologia, condição que não necessariamente limita um atendimento com qualidade à população que mais carece.

“É mais barato fazer promoção e prevenção de saúde. No entanto, isso rompe com a ditadura do dinheiro. Com isso, os médicos aguardam o paciente ficar doente para pedir um monte de exames e dar um monte de medicamentos”, afirma Augusto

De acordo com ele, essa estrutura fortalece o complexo médico-industrial, que se favorece sempre que há alguém internado ou que precise tomar algum medicamento.

“Não negamos a necessidade de medicamentos e equipamentos, porque precisamos dar atenção a esse tipo de paciente. Mas não precisamos esperar que todas as pessoas fiquem doentes para começar a trabalhar a questão da saúde”, acredita Augusto.

Crescimento da produção industrial mostra que economia está no rumo certo

 

Com alta de 1,9% em junho frente a maio, a produção industrial brasileira, divulgada na quinta-feira (1º) pelo IBGE, se recuperou da retração de 1,8% do mês anterior.  Os dados projetam cenário de longo prazo positivo e já ensejam a revisão de previsões para o PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos no País). Na comparação com junho de 2012, o crescimento foi de 3,1%, acima do esperado. No semestre, a alta é de 1,9%, resultado considerado bom, principalmente porque foi puxado pela forte expansão dos investimentos.
Os dados positivos foram puxados, sobretudo, pelo segmento de bens de capital, que é indicador do grau de investimento. Na variação mensal, a alta foi de 6,3%. Já na comparação entre junho deste ano e o mesmo mês de 2012, o grupo disparou 18%, sustentando a alta de 3,1% do total da indústria no período. Outros destaques foram máquinas para escritório (11,4%) e o setor farmacêutico (8,8%).
O aumento na importação de bens de capital - vale dizer, máquinas e equipamentos necessários para ampliar a produção das indústrias, é vital para a economia, destacou o  deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). Para ele, a importação de bens de capital sustenta um aumento importante da produção industrial e é sinal inequívoco de expansão dos investimentos e de retomada do crescimento econômico. “O fato é que, mesmo com solavancos, em razão da crise econômica mundial, estamos numa escalada de crescimento, com geração de empregos e renda”, disse.
O parlamentar observou que, a despeito da crise nas economias industrializadas e do negativismo espalhado por setores da mídia brasileira, o Brasil tem mostrado vigor econômico. “Com a presidenta Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega no comando da economia, mostramos que estamos no rumo certo, com controle da inflação e crescimento”.
Devanir criticou a abordagem da mídia brasileira sobre temas econômicos, já que se pauta por uma agenda catastrofista, com motivos políticos e eleitorais bem claros, sem se incomodar com a realidade dos números. “Quem vê certos “analistas” brasileiros pode ter a impressão de que o mundo vai acabar”, ironizou.
O parlamentar petista está otimista com a evolução do quadro econômico e acredita que mesmo o mais cético “analista” terá que refazer seus cálculos sobre o crescimento da economia brasileira.

PT na Câmara

As provas do esquema vêm aí

 

MP receberá documentos que deverão detalhar movimentações de beneficiários do esquema montado para desviar recursos do Metrô e trens de SP. Há indícios de uso de paraísos fiscais e fundações em Liechtenstein para ocultar rastros da propina
Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas

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O Ministério Público espera a chegada de uma nova leva de documentos da Suíça para avançar nas investigações de superfaturamento e outras irregularidades cometidas por autoridades e servidores públicos no esquema montado por empresas da área de transporte sobre trilhos durante os sucessivos governos do PSDB em São Paulo. Havia mais de três anos que o MP paulista tentava obter esses documentos. Para conseguir a autorização para receber a papelada, foram necessários um pedido da Justiça Estadual, outro do governo federal, por meio do Ministério da Justiça, e do aval das autoridades suíças.
Na última semana, a empresa alemã Siemens forneceu às autoridades brasileiras papéis em que afirma que o governo de São Paulo teve conhecimento e deu sinal verde para a formação do cartel para licitações de obras do Metrô e dos trens metropolitanos. De acordo com a multinacional, o governo avalizou o conluio entre as empresas para a partilha da Linha 5 do Metrô. As provas da negociação seriam os diários apresentados pela Siemens, uma das empresas participantes do cartel, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Siemens também confirmou, conforme antecipou ISTOÉ, que os acertos começaram em 2000, durante o governo de Mário Covas, e que acordos permitiram ampliar em 30% o preço pago por licitações para manutenção de trens da CPTM.

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As investigações tendem a avançar ainda mais nos próximos dias. No material aguardado pelos promotores encontram-se documentos sigilosos relativos ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo Covas. O MP espera ter mais elementos sobre suas movimentações financeiras no país europeu e os rastros que comprovam os caminhos percorridos pelo dinheiro detido na Suíça – que soma mais de US$ 1 milhão e foi congelado a pedido das autoridades do Brasil e da Suíça. Marinho já é alvo de denúncia judicial do MP paulista. Munido de um primeiro lote de documentos enviados pela Suíça, o Ministério Público não tem dúvidas de que os valores movimentados por Robson Marinho são fruto de propina paga pela Alstom. Segundo o MP, ele recebia o dinheiro ilegal em uma conta facilmente identificada antes de transferi-lo a uma empresa de fachada. Os documentos que chegarão nos próximos dias às mãos do MP poderão comprovar e reforçar essa versão.
Outro fato que o Ministério Público tentará esclarecer por meio dos novos documentos vindos da Suíça é se a Alstom usou, além de empresas em paraísos fiscais, fundações em Liechtenstein para ocultar os rastros da propina paga a servidores, autoridades e políticos do PSDB paulista. Essa prática já foi identificada em subornos a autoridades de outras nações pelo mundo. Segundo especialistas em crime financeiro, ela consiste, num primeiro momento, em abrir no Principado de Liechtenstein, localizado no centro da Europa, encravado nos Alpes, entre a Áustria e a Suíça, uma fundação filantrópica ou de sucessão familiar. Depois, na condição de procurador da fundação, o responsável pela lavagem do dinheiro cria uma conta na Suíça para receber doações de consultorias de fachada e repassar as quantias aos destinatários da propina.

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A documentação prestes a desembarcar no País envolve transações financeiras e depoimentos prestados por executivos da companhia francesa Alstom, flagrada ao usar a Suíça para movimentar valores e efetuar pagamentos de propina a políticos, servidores e lobistas de diferentes regiões do mundo para ganhar licitações, como as concorrências das linhas de trem e metrô no Estado de São Paulo. Além de ajudar nas investigações em andamento, as informações vindas da Suíça ganham mais peso no momento em que a multinacional alemã Siemens – em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos – denuncia ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e ao Ministério Público como ela e outras gigantes do setor, como também a Alstom, formaram uma máfia para vencer, com preços superfaturados, certames para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo. Para isso, contavam com a anuência de servidores e políticos do PSDB paulista, há quase duas décadas no poder.
Também na última semana, as denúncias sobre a formação de cartel para vencer licitações na área de transportes sobre trilhos no Brasil fizeram uma nova vítima no alto escalão da Siemens. O executivo Peter Löscher, que assumiu a presidência mundial da empresa há seis anos para moralizá-la, foi demitido na quarta-feira 31. De acordo com o jornal alemão “Deutsche Welle”, a queda dele, oficialmente creditada aos resultados fracos da empresa, tem como pano de fundo as denúncias no Brasil. Segundo revelou ISTOÉ, apenas em 16 contratos relativos a seis projetos, o cartel que operava nos trilhos paulistas deixou um prejuízo de RS 425,1 milhões ao erário. Para vencer licitações em São Paulo, multinacionais integrantes do esquema teriam pago propinas entre 5% e 7,5% do valor total dos contratos. As revelações publicadas por ISTOÉ levaram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a sair da inércia. Na terça-feira, segundo fontes próximas a ele, Alckmin reuniu-se com dirigentes do Metrô e da CPTM. No encontro, exigiu que eles dessem respostas públicas sobre irregularidades nas licitações. Na quinta-feira 1º, a pedido de Alckmin, funcionários citados nas denúncias de ISTOÉ foram chamados para dar explicações na Corregedoria-Geral do governo de São Paulo. Na segunda-feira 5, dirigentes das duas estatais também devem prestar esclarecimentos aos promotores. Na Assembleia Legislativa paulista, o pedido para a abertura de CPI já contabilizava 25 assinaturas na sexta-feira 2. São necessárias 32. “Precisamos saber os nomes dos agentes públicos envolvidos no esquema e quanto, de fato, foi desviado. Por isso, justifica-se uma CPI”, defende o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT).

Fotos: Renato Ribeiro Silva/Futura Press; tÉrcio teixeira/Folhapress; Tércio Teixeira/Folhapress
Foto: Alexander Hassenstein/Getty Images

Bomba! Por Demóstenes, Gurgel é denunciado no Conselho do MP

 

4 de Agosto de 2013

A coragem, assim como a covardia, é contagiante. Que alívio perceber que ainda existe vida no Ministério Público. A decisão de Manoel Pastana de denunciar o casal Gurgel X Claudia Sampaio ao Conselho Nacional do Ministério Público nos faz sonhar com um Brasil em que ninguém está acima da lei.

A regra vale sobretudo para a burocracia sem voto. Os podres da classe política são conhecidos, mas esta a gente tem a chance de trocar a cada dois anos. Promotores corruptos, porém, são uma praga bem mais difícil de extirpar. O ex-senador Demóstenes Torres continuou trabalhando como promotor por mais de um ano, mesmo com todas as provas gravadas, documentadas, contra si. Aliás, não podemos jamais nos esquecer de Demóstenes Torres, figura central para se entender a política brasileira nos últimos dez anos.

Nota no Painel da Folha hoje:

Fogo… O procurador-regional da República Manoel Pastana entrou com representação em 22 de julho no Conselho Nacional do Ministério Público contra integrantes da cúpula do MPF: Roberto Gurgel, a subprocuradora Claudia Sampaio e o corregedor-geral, Eugênio Aragão.

… interno No documento, encaminhado também a Dilma Rousseff, Joaquim Barbosa e Renan Calheiros, Pastana aponta “graves ocorrências” contra o trio e cita a Operação Monte Carlo, da PF. “Há fortíssimos indícios de que o PGR faltou com a verdade ao afirmar que reteve o mencionado inquérito por razões de estratégia”, diz.

Gurgel serviu aos mesmos propósitos de Demóstenes Torres. Ficou ao lado da Veja e da oposição em todos os embates. Aliás, a acusação de Pestana é justamente essa: ao sentar-se sobre a Operação Monte Carlo (o que obrigou a PF a reiniciar quase do zero as investigações), Gurgel protegeu a quem? Demóstenes Torres. A proteção ajudou o bando de Cachoeira e Demóstenes a eleger seus representantes políticos e se infiltrar em postos no governo.

Será que o “gigante” está começando a voltar seus olhos injetados de sangue também para os podres do Ministério Público?

PS: Que ninguém acuse Pestana de atacar Gurgel para defender posições do governo. Pestana é um dos procuradores mais aberta e agressivamente antilulistas do Ministério Público. Olhe que é uma disputa acirrada. O O antipetismo do MP é um dado preocupante, porque a instituição deveria ser apartidária, mas isso é outra história. Vai demorar ainda um bom tempo para que o espírito aristocrático da alta burocracia estatal entre em equilíbrio com as forças populares que conquistam posições de poder via sufrágio universal. Pestana representou contra Gurgel porque tem elementos que embasam sua denúncia.

Por: Miguel do Rosário

domingo, 4 de agosto de 2013

Documentos revelam participação de FHC e Gilmar Mendes no ‘valerioduto tucano’

 

Publicado em Sábado, 03 Agosto 2013 18:04
Escrito por Daniel Pearl

    Documentos reveladores e inéditos sobre a contabilidade do chamado ‘valerioduto tucano‘, que ocorreu durante a campanha de reeleição do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, constam de matéria assinada pelo jornalista Leandro Fortes, na

    edição dessa semana da revista Carta Capital. A reportagem mostra que receberam volumosas quantias do esquema, supostamente ilegal, personalidades do mundo político e do judiciário, além de empresas de comunicação, como a Editora Abril, que edita a revista Veja.
    Estão na lista o ministro Gilmar Mendes, do STF, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os ex-senadores Artur Virgílio (PSDB-AM), Jorge Bornhausen (DEM-SC), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT), os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e José Agripino Maia (DEM-RN), o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e os ex-governadores Joaquim Roriz (PMDB) e José Roberto Arruda (ex-DEM), ambos do Distrito Federal, entre outros. Também aparecem figuras de ponta do processo de privatização dos anos FHC, como Elena Landau, Luiz Carlos Mendonça de Barros e José Pimenta da Veiga.
    Os documentos, com declarações, planilhas de pagamento e recibos comprobatórios, foram entregues na véspera à Superintendência da Polícia Federal, em Minas Gerais. Estão todos com assinatura reconhecida em cartório do empresário Marcos Valério de Souza – que anos mais tarde apareceria como operador de esquema parecido envolvendo o PT, o suposto “mensalão”, que começa a ser julgado pelo STF no próximo dia 2. A papelada chegou às mãos da PF através do criminalista Dino Miraglia Filho – advogado da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, que seria ligada ao esquema e foi assassinada em um flat de Belo Horizonte em agosto de 2000.
    Segundo a revista, Fernando Henrique Cardoso, em parceria com o filho Paulo Henrique Cardoso, teria recebido R$ 573 mil do esquema. A editora Abril, quase R$ 50 mil e Gilmar Mendes, R$ 185 mil. Por Redação - de São Paulo e Brasília.

    A cada nova proposta, um novo pretexto em defesa do elitismo e do corporativismo

     

     

    Recusar-se a fazer residência médica em unidades do SUS é um atestado de total insensibilidade social...

    A reação do vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) à nova proposta do governo sobre a residência médica é uma prova do caráter de oposição pura e simples e do movimento de resistência a qualquer mudança no status quo da categoria.

    Ontem, o governo anunciou que, em lugar de ampliar o curso de medicina de seis para oito anos, os dois anos a mais serão aproveitados como residência médica, que hoje não é obrigatória.

    No primeiro ano, a atuação será necessariamente no setor de urgência e emergência de uma unidade do SUS. No segundo ano, o recém-formado escolhe em que área atuar.

    O vice-presidente do CFM, Carlos Vital, disse temer que a residência médica se torne um “disfarce” para um serviço civil obrigatório. Para ele, “residência em posto de saúde para atenção básica sem supervisão não é residência, é serviço civil apresentado de outra forma”.

    É um sinal do nível de elitismo e corporativismo da entidade, que espero não seja compartilhado pela maioria dos médicos.

    Recusar-se a fazer residência médica em unidades do SUS é um atestado de total insensibilidade social e uma prova cabal dos objetivos da entidade: a defesa exclusiva do interesse corporativo dos médicos que representa.

    A cada nova proposta, um novo pretexto. Agora, é a de que a residência no posto de saúde não terá supervisão. Quem disse isso a ele? Se é residência, é evidente que terá.

    Em busca de soluções

    Quando se quer resolver um problema grave como o da saúde, buscam-se soluções, como fizeram os diretores de faculdades de medicina, a Associação Brasileira de Educação Médica e o grupo de especialistas que chegaram a um acordo com o governo, ao contrário da posição sectária do CFM, lamentável.

    Registro aqui também a mudança de comportamento da mídia, mais uma, totalmente contrária a greves dos servidores públicos da saúde durante todos estes anos, e agora entusiasta no apoio à greve dos médicos. Uma greve puramente corporativa e elitista.

    Só um pequeno detalhe: o serviço civil obrigatório é um ato patriótico e aceito socialmente e quase consenso político, quase uma imposição da consciência cidadã e uma imposição moral, em todas as democracias. Mas nossa classe médica parece viver segregada da maioria da população carente de serviços médicos que diz defender.

    Por José Dirceu

    A impunidade de Alckmin

    Por João Paulo Rillo

    De um lado, metrô e trens da Capital com manutenção precária, expansão suspensa pela Justiça e muito desconforto e insegurança. Do outro, um esquema de desvios de recursos em licitações e pagamento de propinas para agentes públicos e políticos do PSDB de São Paulo, instalado no início dos governos tucanos, há quase 20 anos, e denunciado em 2008. Impune, o esquema vem sendo bovinamente perpetuado pelos governadores Covas, Serra e Alckmin. Investigado no Brasil e no exterior, nenhuma providência foi tomada pelos sucessivos governos tucanos. Ao contrário. Mesmo alertado em 2011 por representação apresentada por mim juntamente com o deputado Enio Tatto, mesmo o presidente do Metrô tendo sido afastado do cargo pela Justiça, mesmo após o Ministério Público apontar um prejuízo de mais de R$ 300 milhões, o governador Geraldo Alckmin retomou as obras da Linha 5 do metrô apesar das denúncias de acertos entre as empresas concorrentes da licitação. O cartel que avançou sobre os recursos paulistas tem, de um lado, empresas como a Alstom, a Bombardier, a CAF, a Siemens, a TTrans e a Mitsui. Do outro lado, daquele lado onde deveriam estar os que defendem o interesse público, estão agentes públicos e políticos que permitiram a drenagem de aproximadamente US$ 50 milhões dos cofres públicos estaduais para paraísos fiscais, utilizados depois no pagamento de propinas, segundo investigações e a revista IstoÉ. Ou seja, esse valor desviado e devidamente lavado, retornou para os bolsos daqueles que teriam a responsabilidade de gerir os recursos públicos. Alckmin, certamente, ao cunhar a sua última frase oportunista - “faltaria guilhotina [para cortar cabeças de corruptos] se o povo soubesse o que se passa” – referia-se aos seus próprios desmandos e aos de seus parceiros. Lamentavelmente, a omissão e a conivência do governador não se limitam a prejudicar apenas o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). De perto, o Palácio dos Bandeirantes tem mais em comum com o Palácio de Versalhes do que gostaria de admitir o líder tucano. Há escândalos para escolher. Na Educação, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação se nega a dar explicações sobre sérios desvios de recursos, enquanto escolas, professores, funcionários e alunos são humilhados pela falta de investimentos do estado com maior PIB da Nação; na Segurança Pública, o genocídio de jovens negros na periferia é sistematicamente minimizado enquanto o cotidiano dos policiais se divide entre baixíssimos salários e denúncias de colegas corruptos. Há ainda as absurdas tarifas de pedágio aliadas à falta de transparência sobre os custos das concessionárias, as privatizações incontroláveis – agora são imóveis públicos à venda para fazer caixa, além de Pinheirinho, o enganoso projeto de cotas, o esquema das emendas parlamentares, os orçamentos fictícios, entre muitos outros. O suficiente para a reedição do que foi o “armário de ferro” para Luís XVI. A improbidade de Alckmin e a sua omissão em relação ao desvio de recursos do Metrô e da CPTM devem ser apuradas pela Justiça. Nada justifica tanta impunidade diante de tantas evidências e após tantos anos de investigações e colaborações dos envolvidos e acusados. Quando eleitos, nem o governador nem qualquer outro representante político obtiveram o privilégio de pairar sobre a lei. João Paulo Rillo é deputado estadual – PT/SP - See more at: http://www.pt.org.br/artigos/view/artigo_a_impunidade_de_alckmin_por_joaeo_paulo_rillo#sthash.hsBuRcgD.dpuf

    sábado, 3 de agosto de 2013

    Não diga que não foram alertados

    Survival Food Company é  urgentemente contactada pela FEMA - É uma guerra ou desastre iminente?

    Photo: Wikimedia Commons

    Foto: Wikimedia Commons
    Por Shepard AmbellasIntellihub.com03 de agosto de 2013

    Recentemente meu amigo Matt, o proprietário do MyPatriotSupply.com foi contatado pela Federal Emergency Management Agency (FEMA), por meio de e-mail, levando em  conta que algo já está pronto para estalar fora.

    Matt é um patriota e imediatamente contactou-me com esta notícia perturbadora. Ele até fez  screenshots do email real enviado por um representante da FEMA. Os nomes e informações reveladoras foram colocados em anônimo.


    Actual email recieved by Matt of MyPatriotSupply.com. (Image: MyPatriotSupply.com)E-mail real recebido por Matt de MyPatriotSupply.com. (Imagem: MyPatriotSupply.com)

    Matt de MyPatriotSupply.com escreveu: "aqui estamos, em agosto de 2013 e FEMA, mais uma vez está tentando comprar grandes estoques de comida. E eles não querem que ninguém saiba disso, e eles querem receber o mais imediatamente a entrega.

    Amigos ... Eu estudei história. Isso é o que me tem em preparação, em primeiro lugar. A história tem nos mostrado  várias vezes que aqueles que dependem do governo por vir em seu auxílio durante um desastre são os que esperam mais tempo para obter ajuda. Às vezes, ajuda nunca chega ... ou chega tarde demais.

    Eu não acredito que esses suprimentos emergenciais de alimentos críticos devem estar nas mãos do governo, armazenados em algum armazém secreto só deve ser trazido para fora e distribuído para as suas próprias agências em primeiro lugar, com o resto de nós ficando nas sobras de muito tempo depois de nós precisarmos disso.

    Estas refeições salva-vidas pertencem as mãos de pessoas como você e eu. É por isso que recusou a oportunidade de vender para o Departamento de Segurança Interna.

    Mas não vamos esquecer a parte mais importante deste: Por que a súbita sensação de urgência? O que eles sabem que nós não sabemos?

    Eu não sou de chorar que o céu está sempre caindo, mas quando  o DHS / FEMA fazem um movimento para comprar tranquilamente suprimentos emergenciais de alimentos e perguntam o quanto  podem ser enviados dentro de 24 horas ... Acho que isso é o suficiente fora do reino do que é "normal" para pedir a algumas perguntas.

    Felizmente, eu estive neste negócio há tempo suficiente para prever o que acontecerá em seguida. Uma ou mais das outras "empresas de sobrevivência" por aí, inevitavelmente, verão a chance de fazer um dinheirinho rápido do Tio Sam (que é realmente pago por nós, contribuintes). Isso pode criar uma corrida a muitos dos ingredientes principais matérias utilizadas pelos fabricantes de alimentos de emergência que vão causar um efeito cascata em todo o setor como as cadeias de abastecimento se a manipulação da  garrafa no pedido FEMA / DHS ".

    Isto é extremamente preocupante saber.

    Para o que o governo se prepara?  Um grande desastre ou guerra que eles sabem   que está por vir?

    Eu mesmo não quero ficar no escuro.


    Fonte:

    http://www.mypatriotsupply.com/Articles.asp?ID=315

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    O post é  Survival Food Company Urgently Contacted By FEMA – Is a War Or Disaster Looming? apareceu primeiro em Intellihub.com.
    Fonte principal : http://intellihub.com/2013/08/03/war-likely-imminent-survival-food-company-urgently-contacted-by-fema/

    Propinoduto tucano em São Paulo: PT quer CPI para investigar desvios de R$ 425 milhões

     

    psdb

    A Bancada do PT da Assembleia Legislativa de São Paulo vai se reunir com o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade) e com a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo para discutir o cartel denunciado por executivos da multinacional Siemens, num esquema que lesou os cofres públicos paulistas em pelo menos R$ 425 milhões, com fraudes em  licitações públicas durante os sucessivos governos do PSDB nos últimos 20 anos.  A informação foi publicada na coluna Poder Online, do IG. O PT quer instalar também uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia para investigar o caso.
    A denúncia sobre o propinoduto tucano, em contratos de licitação na compra de equipamentos ferroviários pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e pela Companhia do Metropolitano de São Paulo, foi publicada inicialmente pela revista Istoé, mas tem sido ignorada pela grande mídia. 
    A partir de documentos da Siemens, empresa integrante do cartel que drenou recursos do Metrô e trens de São Paulo, o Cade e o Ministério Público concluíram que os cofres paulistas foram lesados em pelo menos R$ 425 milhões pelo esquema montado por empresas da área de transporte sobre trilhos para vencer e lucrar com licitações públicas durante os sucessivos governos do PSDB nos últimos 20 anos.
    Toda a documentação, inclusive um relatório do que foi revelado por um ex-funcionário da empresa alemã, está em poder do Cade, para quem a Siemens – ré confessa por formação de cartel – vem denunciando desde maio de 2012 as falcatruas no metrô e nos trens paulistas, em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos. Até semana passada, porém, não se sabia quão rentável era este cartel.
    Desvios - O líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino (PT), criticou a demora do Ministério Público (MP) Estadual para agir no caso.  “A impressão é que foi montada uma estrutura de corrupção entre a empresa Siemens e a Alstom, que é outra empresa que opera no metrô e CPTM, inclusive com repasses a executivos importantes do estado. Vimos fazendo denúncias desde 2008 de irregularidades em contratos e não apuradas pelo MP estadual ou pelo Tribunal de Contas do Estado”, disse Marcolino, em entrevista ao site Rede Brasil Atual.
    Segundo o deputado, a ação do Ministério Público é lenta: “Há letargia do MP estadual de não fazer investigação como deveria. Ainda não entendemos o porquê da demora na investigação dos casos”.  Marcolino ressalta que a bancada do PT fez tentativa de instalação de três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) na Assembleia Legislativa. “Nunca conseguimos instalar uma CPI porque a base do governo e os partidos aliados se recusaram a apoiar sua criação.”
    Agora há um fator favorável à criação da CPI, de acordo com o deputado: “Com a  denúncia da prática de cartel, agora será inadmissível que a bancada do governo na Assembleia não assine pela CPI. Quando a empresa vai a público e fala que manipulou contratos de licitação do governo do estado, há que trazer a público que houve desvio de dinheiro”, enfatizou Marcolino.
    Ato público - Os metroviários de São Paulo e o Movimento Passe Livre (MPL) farão, no próximo dia 14, ato público para dar visibilidade e cobrar responsabilidades e a apuração das denúncias de desvios de recursos públicos do metrô paulistano e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no que ficou conhecido como propinoduto tucano. “A ideia é denunciar o cartel e o desvio de R$ 400 milhões do metrô e os transportes, que deveriam ser usados em investimento e redução de tarifas, por exemplo, que faria muito bem à população”, diz Mateus Preis, do MPL.

    Da Liderança do PT na Câmara

    quinta-feira, 1 de agosto de 2013

    Pnud comprova: desigualdade no Brasil caiu 1,89% com FHC e 9,22% com Lula

     

    FHC-LULA

    A divulgação, na última segunda-feira (29), do Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), gerou um previsível proselitismo político da grande mídia, que omitiu informações com o objetivo claro de favorecer o período neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). A desigualdade no Brasil caiu acentuadamente a partir do governo Lula, em 2003, com políticas públicas que se tornaram de Estado e tiveram continuidade no governo Dilma.
    “A mídia conservadora omitiu que no período do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a concentração de renda no Brasil caiu 1,89%, enquanto de 2003 a 2011 (9 anos) a queda foi de 9,22%.
    Ou seja, houve uma queda da desigualdade durante a era FHC que foi quase que inercial, enquanto que durante a era Lula-Dilma foi uma política de Estado”, comentou o blogueiro Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania. 
    Ele questionou, por exemplo, a cobertura do jornal Folha de São Paulo, que destacou  que o IDHM subiu 24,14% (de 0,493 para 0,612) entre 1991 e 2000 (década em que FHC governou por 6 anos), enquanto que subiu 18,79% (de 0,612 para 0,727) de 2000 a 2010 (década em que FHC governou por 2 anos e Lula, por 8 anos). Segundo Guimarães, o “intuito da Folha, é óbvio, foi o de desmontar a teoria de que a era Lula foi superior à era FHC no social”.
    Seguem as observações do blogueiro:
    “Infelizmente, o IDHM é um índice apurado a cada 10 anos e, assim, não existe disponibilidade ano a ano de sua evolução. Se existisse, ficaria claro que a década "de Lula" foi prejudicada pelos 3 anos finais do governo FHC (2000, 2001 e 2002), quando o país mergulhou em uma gravíssima crise econômica que teve início em 1998 e que piorou todos os indicadores até o primeiro ano do governo Lula (2003), a partir do qual o Brasil começou a melhorar socialmente.
    Assim como o desemprego e a inflação dispararam entre 1999 e 2002 (o segundo mandato de FHC), pode-se supor que os dados apurados pelo PNUD, pelo IBGE e pelo IPEA para compor o IDHM também devem ter sofrido com a situação vigente naqueles quatro anos.

    Fonte: Liderança do PT na Câmara

    quarta-feira, 31 de julho de 2013

    Imprensa rejeita regulação para si, mas pede para os outros

     

    Publicado em 29-Jul-2013

    Editorial da Folha de S.Paulo pede providências sobre as redes sociais...

    ImageNeste domingo, a Folha de S.Paulo publicou um editorial com ressalvas ao jornalismo feito nas redes sociais e criticando a forma como elas disseminam produtos jornalísticos que não criaram (sem pagar aos veículos de imprensa). Por fim, o jornal diz que esses pontos precisam ser enfrentados pelo projeto do Marco Civil da Internet, em tramitação na Câmara. Em resumo, a Folha defende a regulação das mídias sociais (lembrando que o jornal rejeita essa mesma regulação para a imprensa).

    O editorial da Folha reflete uma realidade que já se expressou na aprovação da regulação da TV a cabo, que contou com apoio da Globo, única e exclusivamente para impedir que as teles produzissem conteúdo.

    Naquela ocasião, a mídia aceitou a regulação da TV a cabo, e não da TV aberta. A realidade se impôs, e agora começa a se repetir. Primeiro foi a Globo – ela de novo – com os documentos que revelam a espionagem institucionalizada dos Estados Unidos mundo afora; mas o alvo eram os grandes monopólios como o Google e o Facebook.

    A mídia tupiniquim tem vários desafios; não só as teles, mas também o capital estrangeiro que está chegando à publicidade e ao audiovisual, a internet que muda toda a composição dos gastos em publicidade e revoluciona a comunicação e o jornalismo.
    Mas essa mídia preferiu impor a estupidez, para não dizer burrice, de que regulação é censura, como fez no começo do governo Lula com o Conselho Federal dos Jornalistas e a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), para aceitar a Ancine como agencia reguladora na TV a cabo.

    Assim como vai pedir a regulação, como já fez a Folha, regulação com objetivos corporativos, palavra bonita para dizer interesses comerciais e políticos, já que a mídia é essencialmente um ator político – no nosso caso, agravado pelo monopólio e pela ausência total de regulação segundo o que manda a nossa Constituição –, e não apenas para defender a “imprensa brasileira e o conteúdo nacional”.

    Quando interessa aos barões da mídia nativa, clamam contra a invasão estrangeira e a inevitável hegemonia da internet e das redes sociais, contra o fim de sua importância e sua relevância política como instrumento de pressão sobre os governos e suas políticas de acordo com os interesses de seus donos, de seus negócios e ideologias, de suas preferências políticas e partidárias.

    Ontem, foi a regulação da TV a cabo; hoje é das redes sociais. Mas a da própria mídia é tratada como censura, o que evidentemente é insustentável até do ponto de vista ético.

    Do Blog do Zé

    OAB fecha o cerco contra Barbosa

     

    31 de julho de 2013 - 09:00 -

    do Brasil 247

    Membro da Ordem, Almino Afonso, quer que compra de apartamento em Miami pelo presidente do Supremo Tribunal Federal seja analisada. Ele defendeu também que o Ministério Público apure o fato de o ministro ter fornecido o endereço do imóvel funcional onde mora como a sede da empresa. "Agora virou moda e até mesmo ministro da Suprema Corte compra apartamento no exterior usando uma empresa como se isso fosse comum, apesar da Loman (Lei Orgânica da Magistratura) não aceitar. Por certo isso será objeto de apuração do MP", disse.

    Membro da Ordem, Almino Afonso, quer que compra de apartamento em Miami pelo presidente do Supremo Tribunal Federal seja analisada. Ele defendeu também que o Ministério Público apure o fato de o ministro ter fornecido o endereço do imóvel funcional onde mora como a sede da empresa. “Agora virou moda e até mesmo ministro da Suprema Corte compra apartamento no exterior usando uma empresa como se isso fosse comum, apesar da Loman (Lei Orgânica da Magistratura) não aceitar. Por certo isso será objeto de apuração do MP”, disse.

    A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) quer explicações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O membro da Ordem Almino Afonso cobrou ontem investigação sobre a compra de apartamento em Miami pela empresa Assas JB Corp., criada pelo ministro no Estado da Flórida (EUA). O imóvel de 73 m² é estimado no mercado entre R$ 546 mil e R$ 1 milhão.

    Pela norma da Loman (Lei Orgânica da Magistratura), um magistrado não pode ser diretor ou sócio-gerente de uma empresa, apenas cotista.

    Afonso também defendeu que o Ministério Público apure o fato de o ministro do STF ter fornecido o endereço do imóvel funcional onde mora como a sede da empresa.

    “Agora virou moda e até mesmo ministro da Suprema Corte compra apartamento no exterior usando uma empresa como se isso fosse comum, apesar da Loman não aceitar. Por certo isso será objeto de apuração do MP”, disse.

    DINHEIRO PÚBLICO: Indício de farra nos pagamento de horas extras na Secretaria da Cidadania e Segurança de Sobral.

     

    Ter, 30 de Julho de 2013 23:01 | Escrito por Sindicato Simdsems

    Foto: Comissão de sindicalistas do Sindsems no Gabinete do prefeito Veveu Arruda.


    Regularidade nos pagamento de horas extras gera indício de incorporação dos valores nos salários dos servidores.


    O prefeito de Sobral, Veveu Arruda (PT), afirmou na manhã desta sexta-feira (26), em audiência com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sobral (SINDSMES), que busca no diálogo ainda atender parte das reivindicações dos trabalhadores da Guarda Municipal. Já que havia se comprometido em março passado na ocasião do reajuste de salário.

    "Todos os esforços estão dedicados à possibilidade de atender as reivindicações, todavia avalia que a redução dos repasses constitucionais como FPM, ICMS, impossibilita maior comprometimento com custeio e folha de pagamento”. Justifica o prefeito.

    Para o presidente do Sindsems, Célio Brito, “Um acréscimo de aproximadamente 12,02% mês na folha de pagamento da Guarda Municipal é capaz de atender a pauta dos trabalhadores. Com o pagamento do adicional noturno, abertura de vagas no plano de carreira e elevação das gratificações de curso do PCCR, não quebra prefeitura nenhuma. Aliás, motiva em 100% os trabalhadores”. Defende o sindicalista.

    “O prefeito resiste em atender a pauta dos trabalhadores da Guarda Municipal, com as reivindicações que pode gerar um acréscimo de aproximadamente 12,02% mês na folha de pagamento da categoria. Entretanto, destina por mês em horas extras e gratificações por serviço relevantes (DAS) a mesma média levantada e que inviabiliza o atendimento das reivindicações coletivas e podem estar sendo usadas como subterfúgio para complementar salário e vencimentos de um grupo seleto de servidores na secretaria. Já que o pagamento de horas extras obedece a uma regularidade suspeita, ou seja, quase sempre os depósitos têm o mesmo valor de 40hs extras mês para as mesmas pessoas que trabalham na mesma grade de escala de serviço que a maioria dos servidores da secretaria”. Disparou o sindicalista em seu relatório.

    Isso não significa que haja irregularidades, apenas gera indício de incorporação dos valores nos salários de alguns servidores em detrimento ao restante da corporação. “O sindicato sempre irá defender o direito dos servidores que realizam horas extras e que devam receber por elas”. Agravante é a não publicações desses atos que contraria a Lei nº 12.527/2011 de Acesso a Informação Pública.

    No entanto, o prefeito se surpreendeu ao ficar sabendo da existência dessas concessões que foram questionadas na audiência e prometeu apurar as denúncias para futuro esclarecimento. Novo encontro que será agendado para a conclusão das negociações que ficou estabelecido à apresentação de um estudo de impacto financeiro que deverá nortear os acordos.

    Com informações da assessoria de comunicação do Sindsems.

    Telescópio da NASA capta exoplaneta passando diante de 'estrela-mãe'

     

    Planeta tem tamanho equivalente a Júpiter, diz agência espacial.
    Sistema planetário está localizado a 63 anos-luz da Terra.

    Do G1, em São Paulo

     

    Concepção artística mostra o planeta HD 189733b passando diante de estrela; no detalhe, dados obtidos por raio-X (Foto: Divulgação/Nasa/CXC/SAO/K.Poppenhaeger)Concepção artística mostra o planeta HD 189733b passando diante de estrela; no detalhe do canto superior direito, observação de raios-X (Foto: Divulgação/NASA/CXC/SAO/K.Poppenhaeger)

    O telescópio Chandra, da agência espacial americana (NASA), fez observações de um exoplaneta com tamanho equivalente a Júpiter passando diante de sua "estrela-mãe". É a primeira vez que este alinhamento é registrado com detecção de raios-X, afirma a agência, em nota.

    saiba mais

    Os exoplanetas são planetas localizados fora do Sistema Solar. O planeta observado, de nome HD 189733b, tem tamanho equivalente a Júpiter mas está em uma órbita próxima à sua estrela - 30 vezes mais próximo do que a Terra está do Sol.

    O sistema que inclui o exoplaneta e a estrela está a 63 anos-luz da Terra. O HD 189733b completa sua órbita em torno da estrela a cada 2,2 dias.

    A NASA indica ainda que a temperatura do planeta deve ser elevada, devido à proximidade com a estrela. Além de permitir estudar melhor os exoplanetas, os dados obtidos ajudam a entender como a passagem do planeta afeta sua "estrela-mãe" e vice-versa.

    "Poder estudar esta movimentação usando raios-X é importante porque revela novas informações sobre as propriedades dos exoplanetas", ressalta a cientista Katja Poppenhaeger, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.

    STF retoma julgamento do mensalão em agosto

     

    luís Nassif Online ter, 30/07/2013 - 08:46

    Do Estadão

    Supremo retoma mensalão em agosto com um olho nos autos e outro nas ruas

    Em conversas informais, ministros da Corte e advogados de defesa preveem embates duros na avaliação dos recursos, identificam erros no acórdão e já avaliam reações da opinião pública

    Felipe Recondo e Débora Bergamasco

    BRASÍLIA - A retomada do caso do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal prevista para meados de agosto deve ser pautada, segundo os ministros e advogados dos condenados, por entraves jurídicos e temores de eventuais manifestações na porta da Corte, em Brasília.

    Os entraves jurídicos ocorrerão, segundo os próprios magistrados, pelo fato de haver erros no acórdão do julgamento, decisão final publicada no Diário Oficial da Justiça que justificou a condenação de 25 dos 37 réus por integrarem um esquema de compra de apoio político no Congresso, com uso de verba pública, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Já o medo de manifestações contra a impunidade, dizem nos bastidores os advogados, poderá frear possíveis reduções de penas por parte dos ministros. Na quinta-feira, o presidente do tribunal e relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, anunciará a data de retorno do julgamento. A previsão inicial é que isso ocorra a partir do dia 14.

    Possivelmente, o tribunal fará sessões extras às segundas para acelerar a conclusão do caso, que entra agora em sua fase de recursos. Os condenados já ingressaram com os chamados embargos declaratórios, que apontam problemas no acórdão. Depois, será a vez dos embargos infringentes. Nessa fase, a Corte terá de enfrentar outra polêmica: a legislação brasileira não prevê mais os embargos infringentes desde os anos 1990, mas o regimento interno do Supremo ainda mantém essa possibilidade. Os ministros, portanto, terão de decidir qual regra seguir.

    Contraditório. Reservadamente, parte dos ministros do STF tem defendido que a figura do revisor do processo seja mantida nessa fase de recursos – algo que não está previsto no regimento da Corte. Quem ocupou o posto no julgamento foi Ricardo Lewandowski, que manteve discussões constantes com Barbosa, relator do caso. A ideia é que Lewandowski, que votou pela absolvição de boa parte dos réus, se mantenha como contraponto a Barbosa, que votou pela condenação da maioria deles.

    Diferentemente da época em que o julgamento foi concluído, agora o STF tem mais dois ministros indicados pela presidente Dilma Rousseff: Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso. Na sua sabatina no Senado, Barroso afirmou que o julgamento do mensalão foi “um ponto fora da curva” e que o STF endureceu sua jurisprudência ao condenar os 25 réus.

    Dilema. Os ministros dizem ter passado os últimos meses estudando com lupa os pedidos dos advogados de defesa que requerem mudanças nas sentenças via embargo de declaração. Alguns desses recursos têm mais de cem páginas.

    Segundo fontes do STF, há ministros que se mostram “arrependidos de seus votos” por admitirem que algumas falhas apontadas pelos advogados de defesa fazem sentido. O problema, dizem essas fontes, é que esses mesmos ministros não veem nenhuma brecha para um recuo neste momento.

    O dilema entre os que acham que foram duros demais nas sentenças é encontrar um meio termo entre rever parte do voto sem correr o risco de sofrer desgaste com a opinião pública. Alguns ministros avaliam que os advogados conseguirão, por meio dos embargos declaratórios, reduzir algumas das penas impostas no julgamento concluído no ano passado.

    Prisões e rito. A expectativa do Supremo é de que os mandados de prisão comecem a ser expedidos conforme os embargos de declaração sejam julgados, desde que o condenado não possa pedir novo julgamento por meio dos embargos infringentes.

    Em princípio, a retomada do julgamento nas próximas semanas começaria pela análise dos embargos de declaração. No entanto, alguns ministros defendem a ideia de que Barbosa retome a ação penal com a discussão sobre a possibilidade de novo julgamento para os casos em que a Corte ficou dividida – ou seja, validar ou não os embargos infringentes.

    Alguns dos condenados que poderão recorrer a esse tipo de embargo são o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, apontado como chefe do esquema de pagamento de parlamentares, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado como operador do mensalão.

    CRONOLOGIA DO CASO

    JUNHO DE 2005
    Escândalo. Deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB, diz em entrevista que o PT pagava mesada de R$ 30 mil para que parlamentares votassem a favor do governo Lula na Câmara.

    ABRIL DE 2006
    Denúncia. O então procurado-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresenta denúncia formal ao Supremo contra 40 pessoas. José Dirceu é chamado de chefe de quadrilha.

    AGOSTO DE 2007
    Processo. Relator do processo no Supremo, Joaquim Barbosa faz a leitura das acusações contra os 40 suspeitos. STF aceita a denúncia e todos os denunciados se tornam réus.

    AGOSTO DE 2012
    Julgamento. STF julga 38 réus, pois 1 já havia prestado serviços comunitários e outro, morrido. Após 49 sessões e 4 meses e meio, condena 25, absolve 12 e remete 1 caso à 1.ª instância.

    ABRIL DE 2013
    Acórdão. Resultado é publicado no Diário de Justiça reafirmando o pagamento de parlamentares no governo Lula a partir de desvio de dinheiro público a mando de Dirceu.

    Não reclame, faça a sua parte

    Em três dias, a maioria das pessoas no Brasil terá esta mensagem. Esta é uma ideia que realmente deve ser considerada e repassada para o Povo.<br /><br />Não precisamos de Plebiscito, basta o Congresso e o Senado votarem TUDO que está PARADO HÁ ANOS. Lei de Reforma do Congresso de 2011 (emenda à Constituição) PEC de iniciativa popular: Lei de Reforma do Congresso (proposta de emenda à Constituição Federal)<br /><br />1. O congressista será assalariado somente durante o mandato. Não haverá ‘aposentadoria por tempo de parlamentar’, mas contará o prazo de mandato exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente à sua profissão civil.<br /><br />2. O Congresso (congressistas e funcionários) contribui para o INSS. Toda a contribuição (passada, presente e futura) para o fundo atual de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS imediatamente. Os senhores Congressistas participarão dos benefícios dentro do regime do INSS exatamente como todos outros brasileiros. O fundo de aposentadoria não pode ser usado para qualquer outra finalidade.<br /><br />3. Os senhores congressistas e assessores devem pagar seus planos de aposentadoria, assim como todos os brasileiros.<br /><br />4 Aos Congressistas fica vetado aumentar seus próprios salários e<br />gratificações fora dos padrões do crescimento de salários da população em geral, no mesmo período.<br /><br />5. O Congresso e seus agregados perdem seus atuais seguros de saúde pagos pelos contribuintes e passam a participar do mesmo sistema de saúde do povo brasileiro.<br /><br />6. O Congresso deve igualmente cumprir todas as leis que impõe ao povo brasileiro, sem qualquer imunidade que não aquela referente à total liberdade de expressão quando na tribuna do Congresso.<br /><br />7. Exercer um mandato no Congresso é uma honra, um privilégio e uma responsabilidade, não um uma carreira. Parlamentares não devem servir em mais de duas legislaturas consecutivas.<br /><br />8. É vetada a atividade de lobista ou de ‘consultor’ quando o objeto tiver qualquer laço com a causa pública.<br /><br />É ASSIM QUE VOCÊ PODE CONSERTAR O CONGRESSO.<br /><br />Se você concorda com o exposto, REPASSE, acrescente também. Caso contrário, basta apagar e dormir sossegado.<br /><br />Por favor, mantenha esta mensagem CIRCULANDO para que possamos ajudar a reformar o Brasil.<br /><br />NÃO SEJA ACOMODADO. NÃO ADIANTA SÓ RECLAMAR.NÃO CUSTA NADA REPASSAR.<br /><br />Brasil mostra sua cara e não reeleja em 2014!

    Em três dias, a maioria das pessoas no Brasil terá esta mensagem. Esta é uma ideia que realmente deve ser considerada e repassada para o Povo.
    Não precisamos d...e Plebiscito, basta o Congresso e o Senado votarem TUDO que está PARADO HÁ ANOS. Lei de Reforma do Congresso de 2011 (emenda à Constituição) PEC de iniciativa popular: Lei de Reforma do Congresso (proposta de emenda à Constituição Federal)
    1. O congressista será assalariado somente durante o mandato. Não haverá ‘aposentadoria por tempo de parlamentar’, mas contará o prazo de mandato exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente à sua profissão civil.
    2. O Congresso (congressistas e funcionários) contribui para o INSS. Toda a contribuição (passada, presente e futura) para o fundo atual de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS imediatamente. Os senhores Congressistas participarão dos benefícios dentro do regime do INSS exatamente como todos outros brasileiros. O fundo de aposentadoria não pode ser usado para qualquer outra finalidade.
    3. Os senhores congressistas e assessores devem pagar seus planos de aposentadoria, assim como todos os brasileiros.
    4 Aos Congressistas fica vetado aumentar seus próprios salários e
    gratificações fora dos padrões do crescimento de salários da população em geral, no mesmo período.
    5. O Congresso e seus agregados perdem seus atuais seguros de saúde pagos pelos contribuintes e passam a participar do mesmo sistema de saúde do povo brasileiro.
    6. O Congresso deve igualmente cumprir todas as leis que impõe ao povo brasileiro, sem qualquer imunidade que não aquela referente à total liberdade de expressão quando na tribuna do Congresso.
    7. Exercer um mandato no Congresso é uma honra, um privilégio e uma responsabilidade, não um uma carreira. Parlamentares não devem servir em mais de duas legislaturas consecutivas.
    8. É vetada a atividade de lobista ou de ‘consultor’ quando o objeto tiver qualquer laço com a causa pública.
    É ASSIM QUE VOCÊ PODE CONSERTAR O CONGRESSO.
    Se você concorda com o exposto, REPASSE, acrescente também. Caso contrário, basta apagar e dormir sossegado.
    Por favor, mantenha esta mensagem CIRCULANDO para que possamos ajudar a reformar o Brasil.
    NÃO SEJA ACOMODADO. NÃO ADIANTA SÓ RECLAMAR.NÃO CUSTA NADA REPASSAR.
    Brasil mostra sua cara e não reeleja em 2014!

    Opção por reformas poria em perigo a vida do Papa

     

     

    Essa avaliação é do teólogo e filósofo Fermino Luís dos Santos Neto, um atento observador dos rumos da Igreja. Segundo ele, ameaças vêm da máfia internacional, que atua na máquina do Vaticano para lavar dinheiro da corrupção e do contrabando. Por Dermi Azevedo

    Por Dermi Azevedo

    A decisão do papa Francisco de realizar reformas em profundidade na estrutura e na prática da Igreja Católica Romana "pode representar ameaças à vida" do pontífice, por parte da máfia internacional e de outros grupos criminosos que atuam nos bastidores do Vaticano.
    Essa avaliação é do teólogo e filósofo Fermino Luís dos Santos Neto, um atento observador dos rumos da Igreja. Em entrevista à Carta Maior, ele, que é graduado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas/SP, afirmou que essas ameaças explicam os seguidos pedidos de oração feitos pelo papa em vários momentos de sua visita ao Brasil.
    Segundo Santos Neto, o esquema de corrupção na máquina do Vaticano inclui lavagem de dinheiro, a partir de dirigentes de governos corruptos e de empresas privadas, vinculadas inclusive à indústria armamentista dos Estados Unidos e da Suíça, além de lucros obtidos na rede internacional de contrabando. Esses "negócios" foram feitos durante os pontificados de João Paulo II e de Bento XVI, totalmente à revelia desses papas.
    Fermino traçou depois um paralelo entre os objetivos de João Paulo II, Bento XVI e Francisco, observando que os parâmetros de governo entre o atual papa e seus antecessores "são profundamente diferentes".
    Explicou que Wojtyla e Ratzinger defendiam um modelo "ainda piramidal e monárquico" de governo da Igreja, enquanto Bergoglio segue o modelo de Igreja Povo de Deus, aprovado pelo Concílio Vaticano II e seguido, por exemplo, pela Teologia da Libertação.
    Destacou que o apoio às reformas na Igreja Católica Romana "só pode vir das massas católicas e cristãs de todo o mundo", observou que, até agora, grandes mudanças no catolicismo foram feitas apenas pelo Concílio Vaticano II, e que só foi possível aprová-las por causa do carisma do papa João XXIII e também pelo clima de mudanças vivido pela Igreja no início da década de 60.
    Destacou que hoje "o papa se apresenta como bispo de Roma, revelando que não se julga o dono do poder, lembrando-se de que esse conceito sempre foi escamoteado antes”. “Isso fortalece a unidade na igreja. A colegialidade dos bispos hoje está mais fortalecida, isso é um bom sinal", concluiu.

    terça-feira, 30 de julho de 2013

    Ceará: empresas terão de pagar R$ 8 mi a jornalistas

     

    Enviado por luisnassif, ter, 30/07/2013 - 09:19

    Sugerido por alfeu

    Do Comunique-se

    Empresas são condenadas a pagar mais de R$ 8 milhões a jornalistas

    O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) venceu processos judiciais movidos contra oito veículos de comunicação de Fortaleza, que violaram os direitos trabalhistas nos últimos dez anos. Ao todo, as empresas terão que ressarcir 221 jornalistas em valores que somam milhões de reais.

    Veículos como a TV Verdes Mares, TV Diário, TV Jangadeiro, TV Cidade, Rede TV, Rádio Verdes Mares, Jornal O Povo e Rádio O Povo foram condenados por irregularidades trabalhistas, como falta de pagamento de horas extras e diferenças salariais, segundo informações do Sindjorce.

    Os jornalistas aguardam a conclusão dos cálculos dos valores a serem recebidos. “Não há mais dúvida sobre a existência do direito. O que ainda pode se discutir são os valores e o prazo de execução das sentenças propriamente dita. No debate sobre os cálculos, ainda é cabível recurso aos tribunais, por ambas as partes, o que pode resultar em certa demora no processo”, explicou o assessor jurídico do Sindjorce, Carlos Chagas.

    O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) está fazendo os cálculos. De acordo a entidade, as TV e a Rádio Verdes Mares e a TV Diário, do Sistema Verdes Mares de Comunicação, terão que pagar mais de R$ 8 milhões a um grupo de 58 jornalistas, sendo o menor valor de R$ 49.685,54 e o maior de R$ 350.525,08. “Os valores variam por profissional, em função das particularidades de cada um: se recebe apenas o piso, se tem cargo de chefia”, esclareceu o economista Ediran Teixeira.
    em-pauta-extra

    Ações trabalhistas tramitam há anos na Justiça (Imagem: Reprodução/Sindjorce)

    Protestos: não foram os mais pobres nas ruas

     

    Publicado em Terça, 30 Julho 2013 00:33
    Escrito por Rodrigo Penna

      Os protestos no Brasil não foram realizados pelos mais pobres, os mais beneficiados pelas mudanças que ocorreram nos últimos anos. Segundo o Centro de Políticas Sociais da FGV, desde 2003, quase 50 milhões de pessoas, uma população superior à da Espanha, ingressaram no mercado de consumo. Os dados mais recentes mostram que uma mudança tímida, mas poderosa, de desconcentração da renda está em curso no país. Por Jorge Ussan*, em Carta Maior.

      A dimensão que as recentes manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus adquiriram em todo o país surpreendeu a todos. O grau de violência entre manifestantes e a polícia, somado a abrangências de cidades envoltas em distúrbios, conferiu ao movimento características únicas.
      Tentar analisar estes eventos lembra o elefante tateado por cegos da fábula budista, cada um descrevendo o que apalpava sem ter noção de como era o animal. Nesse sentido, o texto que segue tenta analisar, ou tatear, este fenômeno sob uma perspectiva econômica.
      A bandeira pela redução das tarifas é emblemática, mas talvez diga pouco sobre a dinâmica atual. Os protestos na Turquia e no Egito começaram por muito menos. O pano de fundo a todos estes eventos é uma profunda mudança social, a ascensão de uma expressiva parcela da população que põe sob tensão instituições políticas e econômicas.
      Os protestos no Brasil não foram realizados pelos mais pobres, os mais beneficiados por essas mudanças. Para o presidente do IPEA, Marcelo Neri a forte queda da desigualdade na última década, que beneficiou os mais pobres do País, estaria provocando uma reação de parte da sociedade. Segundo ele "pessoas que estão no lado belga da 'Belíndia' [1] talvez tenham razões para não estarem satisfeitas".
      Para ilustrar estas insatisfações de maneira sumária apresentamos a seguir alguns indicadores. Os dados mais recentes mostram que uma mudança tímida, mas poderosa, de desconcentração da renda está em curso na sociedade brasileira.
      Os 50% mais pobres do país possuíam em 2001 pouco mais que 12,5% de toda a renda disponível da economia enquanto o 1% mais rico tinha acesso a quase 14%. Os últimos dados de 2009 mostram uma inversão, ainda que discreta, e os 50% mais pobres detém 15,5%, enquanto a participação do 1% mais rico recuou para pouco mais que 12%, como pode ser visto no gráfico lincado aqui.
      Esta redistribuição ocorreu em um período houve um aumento da renda real generalizado. O gráfico acima mostra quanto aumentou a renda real de cada décimo da população e do 1% mais rico.
      Fica claro que não se trata de os mais ricos perderem para os mais pobres ganharem e sim de todos ganharem, mas a renda dos mais pobres aumentou em escala maior. Assim, uma das insatisfações pode estar contida na seguinte frase de Marcelo Neri, "Talvez as pessoas que estejam mais no topo da distribuição, e que tiveram menores crescimentos de renda, olhem para o lado e falem: também quero um crescimento mais alto”.
      Dados mais recentes mostram que esta tendência de redução das desigualdades vem se consolidando. Entre 2001 e 2011 a razão entre o rendimento familiar per capita dos 20% mais ricos em relação aos 20% mais pobres apresentou queda. Enquanto, em 2001, os 20% mais ricos percebiam uma renda 24 vezes superior àquela auferida pelos 20% mais pobres, essa diferença, em 2011, caiu para 16,5 vezes.
      Segundo o Centro de Políticas Sociais da FGV, desde 2003, quase 50 milhões de brasileiros e brasileiras, uma população superior à da Espanha, ingressaram no mercado de consumo. O Rio Grande do Sul contém 30 dos 50 municípios com maior participação relativa da classe média.
      Outro ponto importante é o grau de escolaridade em elevação no país. Para demonstrar este movimento o gráfico deste link mostra os anos de escolaridade de pessoas com mais de 25 anos nas 4 maiores economias da Federação e no Brasil.
      A média de anos de estudos no Brasil subiu neste período 15% no país, um avanço considerável, embora ainda insuficiente.
      Todas essas mudanças mostram a ascensão de uma “Nova Classe Média” [2], que tem criado tantas oportunidades de negócio no país, seja no consumo diário de bens e serviços, seja no mercado imobiliário. Entretanto, a nova realidade coloca sob pressão uma estrutura econômica moldada a gerações para atender integralmente apenas uma parte da população.
      Nesse sentido, as demandas por melhorias nos serviços públicos podem estar associadas também à elevação do nível de exigência da sociedade. As condições objetivas de vida dos brasileiros melhoraram, mas talvez as aspirações tenham aumentado ainda mais, gerando as presentes insatisfações.
      Isto se assemelha ao modelo de Tocqueville: a revolta vem não quando tudo vai mal, mas quando um período de progresso, durante o qual as expectativas crescem muito, é interrompido. Os indicadores de bem-estar brasileiros cresceram nos últimos anos, mas embora não tenha havido uma interrupção brusca, é inegável que a economia nacional está em um momento de desaceleração.
      Assim, a saída para a superação desses conflitos significa, por um lado, mais crescimento econômico e, por outro, uma reacomodação das expectativas da parcela de maior renda da sociedade. O Brasil reúne as condições objetivas e subjetivas para avançar, investindo mais e crescendo mais.
      * Economista, da Coordenação de Assessoramento Superior do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
      Notas
      [1] A expressão “Belíndia” foi criada pelo economista Edmar Bacha, em 1974, para designar a concentração de renda que gerou o abismo entre o minúsculo Brasil rico, a “Bélgica”, e o enorme Brasil pobre, a “Índia”.
      [2] Termo intensamente contestado por muitos, em especial Marilena Chauí, para quem isso é uma “bobagem sociológica”, pois o que houve de fato foi a ampliação da classe trabalhadora.