São conversas de pessoas que comemoram sanções contra nossa economia, tramam contra a Justiça e não se incomodam com as consequências”, afirma a ministra

247 - A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou em postagem no X que as mensagens trocadas entre Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pastor-empresário Silas Malafaia sobre a "chantagem" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, configuram "prova definitiva" de uma conspiração contra o Brasil. "As mensagens trocadas entre Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia sobre a chantagem de Donald Trump são a prova definitiva da conspiração dos golpistas contra o Brasil", escreveu a ministra em seu perfil na rede social.
Ainda segundo ela, "quanto mais se aprofundam as investigações, mais é revelado sobre os métodos sujos da extrema-direita, sua sede de poder e seu desprezo pela democracia e pela soberania nacional. São conversas indecentes entre pessoas que comemoram as sanções contra nossa economia, tramam contra a Justiça e não se incomodam com as consequências para o país e a população".
O posicionamento da ministra ocorre um dia após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão contra Silas Malafaia, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no inquérito que apura coação no curso do processo sobre a tentativa de golpe de Estado - a mesma investigação que tem Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo como réus.
Também nesta quarta-feira (20), a PF tornou públicas conversas extraídas do celular de Jair Bolsonaro. Nos diálogos, Malafaia dirige ataques a Eduardo Bolsonaro: "esse seu filho Eduardo é um babaca. Inexperiente que está dando a Lula e à esquerda o discurso nacionalista, e, ao mesmo tempo, te ferrando". Em seguida, o pastor-empresário elevou o tom: "Um estúpido de marca maior, estou indignado. Só não faço um vídeo e arrebento com ele por consideração a você. Não sei se vou ter paciência e ficar calado, se esse idiota falar mais alguma asneira". As mensagens teriam relação com a condução do deputado diante da repercussão do tarifaço imposto pelo governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em vídeo divulgado no X, Eduardo Bolsonaro manifestou solidariedade ao pastor e afirmou que a operação e a divulgação dos diálogos constituem uma "cortina de fumaça". "Então, siga firme e forte, 'tamo' junto pastor, o senhor, igual a mim, está preocupado com o Brasil e com os brasileiros, bola para frente, vamos embora", disse o parlamentar. Ele alegou: "Têm circulado aí uns áudios do pastor Silas Malafaia, vazaram, mais uma vez, através de fishing expedition. Pegam o celular do Bolsonaro, vazam o que interessa, jogam uma cortina de fumaça para o que realmente importa".
Na decisão, Moraes determinou que Malafaia entregue o passaporte, fique proibido de deixar o país e não mantenha contato com outros investigados, entre eles Jair e Eduardo Bolsonaro. O religioso foi abordado quando embarcava para Lisboa, Portugal, e teve bens pessoais recolhidos pelos agentes federais.
Também nesta quarta-feira, a Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro sob as acusações de coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A apuração indica que os dois atuaram para pressionar o Supremo Tribunal Federal durante o julgamento que envolve Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Somadas, as penas previstas podem chegar a 12 anos de prisão
De acordo com a PF, mensagens obtidas mostram que pai e filho buscaram apoio junto a autoridades dos Estados Unidos para interferir em processos judiciais no Brasil. Segundo o relatório, houve uma “ação consciente e voluntária junto a autoridades norte-americanas para obter medidas contra o Estado brasileiro com a finalidade de coagir autoridades brasileiras, em especial ministros do Supremo Tribunal Federal”.
O documento aponta que Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos Estados Unidos, articulou contatos políticos para sustentar a narrativa de que Bolsonaro seria vítima de perseguição judicial. O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a adotar medidas contra o Brasil, incluindo tarifas sobre produtos brasileiros e sanções contra ministros do STF, como Alexandre de Moraes, utilizando a chamada Lei Magnitsky.
Mensagens apresentadas pela PF indicam que Eduardo buscava garantir a proteção do pai diante das ações penais. Em uma delas, enviada em julho, ele escreveu: “Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar (…) Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto”.
Na mesma data, Donald Trump declarou em sua rede social que o Brasil estaria cometendo uma “coisa terrível” contra Bolsonaro, afirmando acompanhar uma “caça às bruxas” contra o aliado político.
Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/conversas-de-bolsonaro-eduardo-e-malafaia-sao-prova-definitiva-da-conspiracao-golpista-contra-o-brasil-diz-gleisi
Fonte: https://blogdafolha.blogspot.com/2025/08/brasil247-conversas-de-bolsonaro.html
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