terça-feira, 23 de maio de 2023

PM preso por omissão no 8 de janeiro disse em conversas que 'na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso'

Paulo Emilio

Postagem do major da PM Silvestre Alencar foi encontrada em um grupo de Whatsapp no celular de outro oficial da corporação que foi preso em fevereiro

Ato golpista em 8 de janeiro em Brasília e Major da PM Flávio Silvestre Alencar Ato golpista em 8 de janeiro em Brasília e Major da PM Flávio Silvestre Alencar (Foto: Joédson Alves/Agencia Brasil | Reprodução/TV Globo)

247 - O major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Flávio Silvestre Alencar, preso nesta terça-feira (23) pela Polícia Federal (PF) no âmbito da 12ª fase da operação Lesa Pátria, que apura os atos terroristas do dia 8 de janeiro, em Brasília, disse em uma troca de mensagens com outros oficiais da corporação que na “primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso". No dia dos eventos golpistas, Alencar ordenou que o Batalhão de Choque se retirasse do lado do Congresso Nacional sob a justificativa de resgatar o comandante-geral, coronel Fábio Augusto Vieira, e outros policiais feridos.

As mensagens, segundo o G1, teriam sido enviadas antes dos atos golpistas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. O material teria sido encontrado pela PF no celular do tenente Rafael Pereira Martins, outro policial que havia sido preso em fevereiro, durante a 5ª etapa da investigação, quando Flávio também foi detido.

>>> PF deflagra 12ª fase da Operação Lesa Pátria com foco em PMs que se omitiram na repressão aos atos terroristas do 8/1

A conversa ocorreu em um grupo chamado "Oficiais PMDF", onde os policiais discutiam possíveis manifestações em Brasília. Em determinado momento, Flávio sugeriu que, em caso de protestos, o Congresso Nacional deveria ser invadido, finalizando a mensagem com um sorriso. Essa declaração foi o motivo da prisão do militar.

O oficial foi flagrado por uma câmera de segurança em um veículo da corporação que escoltava outros carros, afastando os veículos e os agentes que protegiam o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, ele comandava o 6º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, responsável pela segurança da Praça dos Três Poderes e da Esplanada dos Ministérios, durante a licença do titular.

Segundo a Polícia Federal, o major aparece em imagens registradas pela Polícia Judicial do STF, em que é possível vê-lo saindo do veículo, dirigindo-se à Tropa de Choque e dando sinais para que os policiais deixassem o local. Imediatamente, os militares entraram em seus carros e partiram. Cerca de dez minutos depois, sem encontrar resistência, os bolsonaristas avançaram em direção ao prédio do STF. 

Nesta terça-feira, além da prisão de Flávio, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de duas armas: uma funcional e outra comprada por ele em 18 de maio. Os mandados foram emitidos pelo STF. Um policial aposentado também foi alvo das buscas, e com ele foram encontradas duas armas ilegais. A meta desta fase da investigação é identificar as pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou incentivaram os ataques ocorridos na capital federal. 

Fonte: https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/pm-preso-por-omissao-no-8-de-janeiro-disse-em-conversas-que-na-primeira-manifestacao-e-so-deixar-invadir-o-congresso

 

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