quinta-feira, 30 de julho de 2015

PIB do Brasil dos últimos 15 anos cresceu mais que EUA, Japão, Alemanha, França e Inglaterra

 

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Informação divulgada hoje sobre a evolução do PIB dos últimos 15 anos mostra que o PIB brasileiro cresceu mais que o dos EUA, Inglaterra, França, Alemanha e Japão, ficando em quarto lugar perdendo apenas para China, Índia e Indonésia

Por Redação - em São Paulo

Informação publicada hoje sobre a evolução do PIB de 2000 até 2014. O Brasil (103%) cresceu mais que EUA (71%), Inglaterra (67%), França (55%), Alemanha (57%) e Japão (50%). O Brasil ficou com o quarto maior crescimento do PIB perdendo apenas para China, Índia e Indonésia.A economia do Brasil é baseada em várias frentes, intensivamente na agricultura (o maior produtor mundial de café), mineração (pedras preciosas), manufatura (equipamentos militares, eletrônicos, automóveis, aviões) e serviços (energia turismo).
O Brasil tem experimentando um crescimento dramático nos últimos anos. É um dos principais países emergentes (BRIC) e o único membro deste grupo da América Latina . Seu PIB aumentou em 284% no período que abrange os anos de 2000 a 2011. Após a crise de 2008, o Brasil se recuperou rapidamente do processo de estagnação, devido às exportações e à excelente saúde do mercado doméstico. Outro ponto a considerar é a sua renda per capita oferecida pelo Banco Mundial , que, no mesmo período (2000-2015) aumentou em 225%, para $ 12.500 em 2015.

O Brasil teve o maior PIB da sua história em 2013, sob o governo de Dilma Rousseff (PT) com R$ 4,844 trilhões (PIB nominal)

Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/03/pib-do-brasil-dos-ultimos-15-anos.html#ixzz3hQjDKTpe

O Escândalo mais acobertado pela mídia golpista

Recordar é viver: Como a Globo deu o golpe da barriga em FHC e enviou Miriam para Portugal

Fotomontagem de FHC e Miriam Dutra

Palmério Doria, lido na redecastorphoto, texto publicado em 16/7/2011

Assim como existe carro-forte, existe armário-forte. O do caso FHC-Miriam Dutra não abria nem com pé-de-cabra até abril de 2000, quando Caros Amigos veio com a primeira reportagem sobre o assunto. A revista entrega o jogo logo de cara. “Por que a imprensa esconde o filho de 8 anos de FHC com a jornalista da Globo” é o título que ocupa toda a capa. Não entra em tricas nem futricas, denuncia o silêncio dos grandes grupos de comunicação diante de “um fato jornalístico”, como diz o título da reportagem.

Por isso, os jornalistas que assinamos a matéria de seis páginas – eu, Sérgio de Souza, Mylton Severiano, Marina Amaral, José Arbex e João Rocha – deixam de lado quase todos os detalhes que cercam o romance para ir fundo no essencial: por que, quando lhe interessa, a mídia publica que fulano ou cicrano teve caso fora do casamento; e naquele caso, passou uma década escondendo o caso FHC-Miriam Dutra. Então, em 2000, não era o caso de contar que…

● … o caso de amor começa com a bênção de outro par constante, Alberico de Souza Cruz, o todo-poderoso diretor de jornalismo da Rede Globo, e Rita Camata, a bela deputada federal do PMDB, sensação do Congresso, mulher do senador capixaba Gerson Camata, que um dia seria candidata a vice de Serra nas eleições presidenciais de 2002.

● … mais saborosa que a pauta da Constituinte, as andanças do quarteto na noite brasiliense eram o grande assunto nos círculos políticos e nas redações. Contudo, os diálogos e as situações vividas por eles não renderam um mísero gossip em coluna social alguma.

● … o bafafá com status de rififi que se instalou no gabinete de Fernando Henrique, ouvido no corredor por jornalistas do naipe de Rubem Azevedo Lima, e presenciado por seus assessores, quando Miriam Dutra foi comunicar-lhe a gravidez, seria digno dos melhores bordéis do mangue: “Rameira!”, xingava o senador aos berros. Tudo com direito a efeitos especiais, arrematados por um chute de bico de sapato de cromo alemão no circulador de ar.

● … a operação cala-a-boca-da-Miriam foi organizada por uma força-tarefa: Alberico de Souza Cruz; o então deputado federal José Serra; e Sérgio Motta, que tinha coordenado a campanha de Fernando Henrique para o Senado, seu amigo mais íntimo.

● … o trio maravilha se desdobra. Providencia a mudança da futura mamãe para apartamento mais confortável na Asa Sul – ao botar o colchão no caminhão, um dos carregadores alisou-o e disse para os colegas: “Este é do senador.” (ah, esse povo brasileiro); e, depois do nascimento da criança, à medida que se projetava a candidatura de Fernando Henrique à Presidência, tratam de mudar Miriam para outro país. No caso, Portugal, onde a Globo era parceira da Sociedade Independente de Comunicação (SIC), primeira estação portuguesa de televisão privada. Aí a repórter iniciaria a longa carreira de última exilada brasileira, que chega aos nossos dias.

● … Ruth Cardoso, antropóloga, pouco ficava em Brasília. Tocava vida própria em São Paulo, o que facilitava o caso extraconjugal do marido.

● … Fernando Henrique não contou para Ruth Cardoso o caso extraconjugal durante certa viagem a Nova Iorque como se propala, mas numa casa isolada nos arredores de Brasília, onde o casal descansava nos fins de semana. Foi pouco antes de ele assumir a candidatura. Não se sabe, claro, o que conversaram. O certo é que, por volta das 8 da manhã, jornalistas que ali davam plantão, viram um Gol sair em disparada, com Fernando Henrique ao volante e a mulher ao lado. E foram atrás deles até o Hospital Sarah Kubitschek, onde o casal desapareceu.

● … a futura primeira-dama reapareceria com um braço na tipoia no saguão do hospital. Ao ser abordada pelos repórteres, perdeu sua habitual presença de espírito e afastou-os, quase explodindo: “Me deixem em paz!”

Segredos de polichinelo

Não havia, como não há hoje, jornalista em Brasília que não soubesse de tudo quanto se passa, às claras ou nos bastidores. Segredos de polichinelo. Veja fez uma reportagem, mandou repórter atrás de Miriam na Europa (não por coincidência, Mônica Bergamo, que viria a dar na Folha, em 2009, a notícia do reconhecimento do filho adulterino por Fernando Henrique, 18 anos depois). Mas, naquela época, a semanal nada publicou.

Nós também fomos atrás dela na Espanha, onde Miriam passou a morar depois de Portugal: “Perguntem para a pessoa pública”, foi a única coisa que deixou escapar. Ao mesmo tempo, fomos atrás de uma história que envolveu toda a imprensa. E volta a envolver: a história de Tomás Dutra Schmidt. Que a maioria dos colegas, na sua anglofilia, transformou em Thomas. Está lá, no registro do Cartório Marcelo Ribas, conforme cópia autenticada obtida por Marina Amaral, a quem bastou sair do hotel em Brasília, atravessar a pista e entrar no edifício Venâncio 2000, 1º andar, onde a avó materna de Tomás foi declarante do nascimento, ocorrido a 00:15 de 26 de setembro de 1991.

“Por que tanto segredo?”, perguntamos a todos os jornalistas que ocupavam postos de comando nas publicações em que trabalhavam durante a campanha presidencial de 1994. Cada qual apresentou suas razões. Alguns simplesmente desqualificaram o fato.

Outros apelaram para uma ética jornalística válida apenas para FHC. Outros confessaram ainda que guardavam matéria “de gaveta” para a eventualidade de um concorrente sair na frente.

Tentando fazer Caros Amigos sustar a matéria, houve vários tipos de pressões, relatadas uma a uma na reportagem. Algumas sutis, outras ostensivas.

Um amigo jornalista me acenou com emprego público na Petrobras, durante almoço na cantina Gigetto, quando julgavam que eu era o único autor do trabalho. Tinha sido enviado pelo lobista Fernando Lemos, cunhado de Miriam Dutra. O mesmo Lemos que mandou um dublê de jornalista e lobista à redação de Caros Amigos, dizendo estar intercedendo em nome da própria jornalista da Globo, o que ela negou de pés juntos lá em Barcelona.

Um deputado federal do PT ligou-nos para dar “um toque”. Disse que o Planalto estava preocupado com “uma matéria escandalosa” que estaríamos fazendo.

O afável colega Gilberto Mansur chamou Sérgio de Souza e seu sócio Wagner Nabuco de Araújo para jantar no Dinho’s Place da avenida Faria Lima. Começou suave, ponderando que a revista ia criar problemas para si própria, que aquele assunto era irrelevante, que, deixando aquilo pra lá, Caros Amigos passaria a ter o mesmo tratamento da grande imprensa em matéria de anúncios estatais. Vendo que Sérgio de Souza era irredutível, deixou claro que podíamos esquecer a publicidade oficial se publicássemos a matéria, o que já acontecia na prática.

Eternamente otário

Na época, Gilberto Mansur, ex-diretor da revista masculina Status, um mineiro maneiro, era braço direito do publicitário Agnelo Pacheco, que havia conquistado a confiança do secretário de Comunicação de FHC – e homem das verbas publicitárias, portanto.

Falamos do embaixador Sérgio Amaral, porta-voz da Presidência, que o colunista de humor José Simão chamava de “porta-joia”, sempre com a pose de “nojo de nóis”.

Juntos, Agnelo e Amaral “operavam” a Caixa Econômica Federal. Agnelo adorava dizer que era um dos depositantes do “Bolsa Pimpolho”, que financiava a vida de Miriam Dutra e seu filho no continente europeu.

O que não tem a menor relevância perto do custo Brasil para alimentar a conspiração de silêncio em torno do romance. Existem hoje, no eixo Brasília-São Paulo, grupos de picaretas que ficaram ricos graças a esse adultério, bem como ao falso DNA agora brandido pela família Cardoso, a fim de evitar mais um herdeiro a dividir l’argent que FHC vai deixar.

Absolutamente contra sua vontade, FHC cai de novo na boca do povo. Mesmo nas edições on-line dos grupos de comunicação que tanto faturaram para esconder o romance, seus leitores vêm pérolas, tais como este comentário sobre a notícia da Folha do teste de DNA negativo, repercutindo nota da coluna Radar, de Veja – autora do furo:

A Globo deu golpe da barriga em FHC: O Brasil pagou caro essa pensão. FHC, quando era ministro da Fazenda, isentou de CPMF todos os meios de comunicação. Em 2000 houve o Proer da mídia, que custou entre US$3 bilhões e US$6 bilhões aos cofres públicos. Ele também mudou a Constituição para permitir que a mídia brasileira, então falida, pudesse contar com 30% de capital estrangeiro. E autorizou que o BNDES fizesse um empréstimo milionário à Globo.

Ricardo J. Fontes: DNA falso você pode conseguir com qualquer R$10 milhões em qualquer esquina de São Paulo ou Washington, onde Tomás estuda. Mas se FHC, de fato, não for o pai, o Brasil merece conhecer o pai verdadeiro, o homem que tomou dinheiro dos Marinhos e de FHC durante 20 anos e carimbou de vez o ex-presidente como, além de entreguista, zé-mané, trouxa, pangaré, terceirizado. Enfim, otário.

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http://limpinhoecheiroso.com/2012/11/04/recordar-e-viver-como-a-globo-deu-o-golpe-da-barriga-em-fhc-e-enviou-miriam-para-portugal/

A autoridade moral de Fernando Henrique Cardoso

 

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A autoridade moral de Fernando Henrique Cardoso 1
O ex-presidente, que pontifica lições de boa governança para Dilma Rousseff, foi reeleito com dinheiro dos bancos e depois jogou o Brasil na crise.

Maria Inês Nassif, via Carta Maior em18/5/2015

A crise econômica vivida pelo governo Dilma Rousseff, no primeiro ano de seu segundo mandato, nem de longe tem a gravidade da que balançou o país no primeiro ano do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002). A crise política enfrentada por Dilma apenas é mais intensa que a de FHC nesse primeiro ano de segundo mandato porque ele tinha uma base de apoio que, embora mais vulnerável do que a dos primeiros quatro anos, reunia elementos de coesão ideológica inexistentes na atual coalizão governista. FHC apenas tinha uma posição um pouco mais confortável do que tem Dilma agora.

No governo FHC, a aliança parlamentar se fazia do centro à direita ideológica. Assim, mesmo que houvesse discordâncias pessoais na base parlamentar e quedas-de-braço do Congresso com o Palácio do Planalto – e o então senador Antônio Carlos Magalhães (PFL/BA) fazia questão que isso acontecesse com regularidade –, nas questões fundamentais para o projeto econômico os interesses convergiam. Ajudava a constituir maiorias parlamentares o apoio dos meios de comunicação às chamadas “reformas estruturais” – e a pressão de fora para dentro do Congresso tinha o poder de resolver as disputas mais mesquinhas.

Nas gestões do PT, a diluição ideológica do apoio parlamentar – ao centro, à direita e à esquerda – tornaram a vida dos presidentes Lula e Dilma mais difícil. No governo Dilma, a exposição de uma fragilidade econômica deu à mídia oposicionista o elemento que faltava para pressionar os parlamentares, de fora para dentro do Congresso, a assumirem posições contrárias ao governo; e, junto à opinião pública, jogar elementos de insegurança e desqualificar toda a gestão anterior.

Ainda assim, e apesar da propaganda contrária ao governo Dilma, não se pode atribuir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso qualidades morais para pontificar julgamentos sobre política econômica, ajuste fiscal, relacionamento com a base parlamentar, relações apropriadas com financiadores de campanha ou de fidelidade a promessas eleitorais da atual presidente. Se sua experiência ajudar em alguma coisa a crise de agora, é para dar o exemplo de como não fazer o ajuste fiscal, de como não se relacionar com a base parlamentar e de como não fazer política eleitoral.

No ano de 1999, segundo os jornais, o Brasil pagava a conta do governo anterior tucano, que manteve a estabilidade de preços à custa de uma âncora cambial artificial e de uma política fiscal rigorosa, que resultou numa enorme fragilidade externa, em grande desemprego, pífio crescimento econômico e, ironicamente, aumento da inflação.

A conta foi alta. Em 1998, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4%, e em 1999, 0,5%; o dólar, que valia R$1,20 em 1998, saltou para R$1,8 no ano seguinte. A inflação foi de 8,9% em 1999; o ajuste fiscal do governo imprimiu uma inflação de 19,2% em 1999 sobre os preços monitorados (petróleo e energia). O consumo das famílias teve crescimento negativo de 0,7% em 1998 e apenas 0,4% positivo no ano seguinte. O investimento público federal caiu de 2,1% do PIB em 1998 para 1,4% em 1999; a taxa de investimento, de 17% para 15,7% do PIB; a formação bruta de capital fixo, que sofreu variação negativa de 0,2% em 1998, chegou ao fundo do poço em 1999, com queda de 8,9% em relação ao ano anterior.

As reservas internacionais, que eram de US$52,1 bilhões em 1997 e haviam caído para US$34,4 bilhões em 1998, chegaram ao perigoso nível de US$23,9 bilhões em 1999. O saldo da balança comercial no final do ano eleitoral de 1998 foi negativo em US$6,6 bilhões, e em 1999 de US$1,3 bilhão. Em 1998, o Brasil perdeu 36 mil postos de trabalho, e 582 mil em 1989.

Eleições caras
Em outubro de 1998, Fernando Henrique Cardoso conquistou o seu segundo mandato no primeiro turno, com a ajuda de financiadores privados de campanha que haviam sido enormemente beneficiados em seu primeiro governo e no governo Itamar Franco, quando o PSDB ocupou o comando econômico que permitiu ao partido e a FHC se credenciarem como os pais do Plano Real nas eleições de 1994.

Segundo a Folha de S.Paulo (“Bancos lideram doações para campanha de FHC”, 26/11/1998, e “Bancos lideraram contribuições a FHC”, 6/6/1999), bancos e instituições financeiras foram os principais doadores de campanha, e contribuíram com 25,7% do total de R$43 milhões arrecadados pelo comitê do presidente reeleito.

É o próprio jornal que lembra a razão do interesse de financiadores de campanha do mercado financeiro pelo candidato: “Em novembro de 95, o governo FHC criou o Proer, o programa de socorro a bancos em dificuldade. Já foram injetados R$21 bilhões para financiar fusões bancárias”, diz na matéria de 1998.

Na matéria publicada em 1999, o jornal afirma: “No primeiro mandato de FHC, as instituições [financeiras] viveram anos de prosperidade, segundo balanços divulgados pelo Banco Central, e escaparam dos impostos, segundo a Receita Federal. A soma do patrimônio líquido do conjunto das 223 instituições financeiras mais do que duplicou no período, passando de R$26,426 bilhões para R$55,653 bilhões”.

Além disso, FHC teve uma generosa contribuição de empresas com interesse direto no processo de privatização levado a termo pelo PSDB desde o governo Itamar. Figuravam entre os dez maiores financiadores da campanha de 1998 de FHC a Inepar (que participou do Consórcio Telemar), a Vale do Rio Doce (privatizada em 1997), a Companha Siderúrgica Nacional (CSN, privatizada em 1993, quando FHC era ministro de Itamar), a Copesul (privatizada em 1992) e a Copene (privatizada em 1993). A Andrade e Gutierrez, que também fez parte do Consórcio Telemar, figurava no 11º lugar entre os financiadores de campanha do tucano.

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FHC_Legado142A_Desemprego

A autoridade moral de Fernando Henrique Cardoso 2
Sem anestesia, FHC tirou dinheiro da área social e aumentou o desemprego com o pacote fiscal de 1998. E ainda assim quer falar de “estelionato eleitoral”?

Maria Inês Nassif, via Carta Maior em 19/5/2015

Por razões que qualquer pedaço amarelado de jornal da época indica, é difícil entender a lógica do PSDB e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo a qual o pesaíssimo ajuste fiscal feito nos primeiros dias após as eleições de outubro de 1998 foi um ato louvável, e as medidas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff no ano passado, nas mesmas condições, são estelionato eleitoral.

Em 1998, o mundo tinha acabado de enfrentar a crise russa, com grande repercussão sobre o Brasil, que empurrou seus sérios problemas cambiais com a barriga até que FHC vencesse a disputa pela reeleição, apesar das fragilidades externas do país, e jogou o país na recessão.

No ano passado, Dilma, logo após o pleito que a reconduziu ao cargo, anunciou um corte drástico de despesas e investimentos do governo e reduziu gastos com alguns programas sociais – e, ao que tudo indica, paralisou também o país – sob o argumento de que a crise internacional, que o Brasil dribla desde 2008, havia, enfim, atingido a economia brasileira com intensidade.

A semelhança entre ambos é que os dois ajustes foram feitos seguindo o bê-á-bá da ortodoxia e jogaram ainda mais para baixo uma atividade econômica já deprimida.

A diferença entre ambos é que o Brasil de FHC não tinha gordura, estava à beira da bancarrota e sequer teve escolha: seguiu à risca o receituário do FMI porque precisava desesperadamente da ajuda de U$41 bilhões que o FMI, outros organismos internacionais e países desenvolvidos condicionavam à aplicação dos famosos remédios amargos que, segundo o receituário neoliberal tão caro ao então presidente e sua equipe econômica, eram necessários, um preço a ser pago para entrar no clube do mundo globalizado.

Em 1998, sequer houve escolha: ou era isso, ou o Brasil quebrava. O clima beirava ao pânico. Tanto que, em 29 de janeiro de 1999, uma sexta-feira negra, boatos sobre a situação econômica do país provocaram uma corrida aos bancos. O governo teve de decretar feriado bancário na segunda-feira para evitar o pior. (“Agora, sob nova direção: FMI assume política econômica e impõe pesada recessão para conter a inflação e a queda do real”, IstoÉ, 10/2/1999).

No caso de Dilma, embora haja uma justa discussão se o pacote fiscal foi amargo demais para o tamanho da doença, existe o fato inegável de que o Brasil não vai quebrar – e vai precisar de muito ataque especulativo ao país, como os que já ocorreram, para tornar o Brasil próximo ao que era na crise de 1998. Naquele ano, as reservas internacionais brasileiras eram de US$34 bilhões e cairiam para US$23,9 bilhões no ano seguinte. O Brasil fechou o ano passado com US$374,1 bilhões de reservas.

O que não é crível, no caso atual, é que o ex-presidente FHC, que considerou como remédio necessário o arrocho fiscal de 1998, venha dizer do pacote de Dilma que “estão operando sem anestesia” para uma plateia de empresários, em 29 de maio passado. Provavelmente, o mesmo público que, 17 anos atrás, pagava pelos danos do pacote de FHC. No final de agosto de 1998, um grupo de empresários e o então sindicalista Paulinho da Força foram ao vice-presidente Marco Maciel para alertá-lo dos efeitos colaterais do pacote (“Principal temor é o desemprego”, O Estado de S.Paulo, 8/10/1998). Não haviam conseguido chegar em FHC ou no seu ministro da Economia para apresentarem as queixas.

Naquele ano, o Iedi (Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial), em documento, diagnosticava que “as políticas de juros, cambial e tributária condenam as empresas ao desaparecimento”.

O governo FHC chegou a anunciar um “mutirão anticrise”, a disponibilização de linhas de crédito para empresas em dificuldade, segundo a Folha de S.Paulo para “compensar os efeitos das altas taxas de juros na economia e atenuar a recessão”. Mas, segundo o jornal, sem grandes chances de concretização, pois “falta dinheiro nas principais instituições oficiais de crédito”. “O BNDES deverá reduzir em 1999 seu orçamento de investimentos”, informa o jornal. (“Falta dinheiro para o mutirão anticrise”, Folha de S.Paulo, 27/1/1999).

Da parte de FHC, não teve anestesia nem remédio para dor. Depois dos cortes de outubro de 1998, em fevereiro seguinte o governo anunciou um corte adicional (“Governo decide cortar mais R$1 bilhão só no 1º bimestre”, Folha de S.Paulo, 20/2/1999). Sem novalgina, FHC resolve reduzir “outras despesas de custeio, que incluem os gastos em projetos sociais do governo federal”. O anúncio foi feito no mesmo dia em que era divulgado o resultado do PIB de 1998 pelo IBGE, de 0,15%, perdendo apenas para o posterior ao Plano Collor, em 1992, que provocou um crescimento negativo do PIB de 0,54% (“PIB tem o pior resultado em seis anos”, Folha de S.Paulo, 20/2/1999).

O jornal Folha de S.Paulo, em 21 de fevereiro de 1999, deu na manchete que “País tem 5% do desemprego mundial”. Na página de dentro (a 7 do Caderno Dinheiro) informava que não apenas o ajuste fiscal do governo, mas o próprio modelo econômico do modelo FHC, havia levado o Brasil a um quarto lugar mundial em número de desempregados. “O crescimento recente da participação brasileira no desemprego mundial começou quatro anos atrás, em 1995. Não por acaso, o desemprego acompanha o aumento da abertura do país aos produtos importados”. Era a âncora cambial do governo FHC produzindo os seus efeitos. Sem anestesia.

Também sem nenhum conforto para a dor, os preços dos produtos básicos chegaram à estratosfera. “Cesta básica sobe e bate recorde no real”, anunciou a Folha de S.Paulo, em sua edição de 23/2/1999. Onze dias depois, era a vez de mais más notícias: “Desemprego bate recorde em SP” (Folha de S.Paulo, 3/3/1999). Segundo o IBGE, a Região Metropolitana de São Paulo atingia a maior taxa de desemprego desde 1983, de 9,18% da população economicamente ativa.

Dois dias depois, os jornais anunciavam que o novo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, no dia de sua posse, promoveu aumento de juros para 45% ao ano, a unificação das taxas em uma única, a Selic, e o início do regime de metas de inflação – herança imposta aos sucessores de FHC. No mesmo dia, sem anestesia, o governo aumentou os derivados de petróleo em 11,5%. Esperou a campanha eleitoral passar. (“Juros sobem para conter a inflação; combustível terá aumento de 11,5%”, Folha de S.Paulo, 5/3/1999).

Ainda no mês de março, e já como resultado das medidas fiscais restritivas, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciou a redução de 0,71% no nível de emprego industrial do Estado (“Indústrias fecham 11,6 mil vagas em fevereiro em SP”, Folha de S.Paulo, 11/3/1999). Na edição do dia 14, a Folha de S.Paulo informa que “o PIB vai cair de 3,5% a 4% em 1999” segundo o FMI, previsão que “embute o recuo de 8% na produção industrial” (“Indústria tem pior queda com o FMI”, Folha de S.Paulo, 14/3/1999).

Esses são apenas exemplos da autoridade moral de FHC para se tornar o porta-voz das críticas a Dilma. Quem quiser mais, basta ler jornais velhos.

FHC_Legado77_Previdencia

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Coisas sobre o Plano Real que o PSDB não fala
Cadu Amaral: Vídeo para os mais novos conhecerem um pouco sobre o governo FHC
Os rolezões de FHC com direito à companhia de Regina “tô com medo” Duarte e outros sanguessugas
Paulo Moreira Leite: Relato sobre uma viagem de FHC a Portugal, em 2002 (e a Nova Iorque)
Desigualdade caiu 1,89 com FHC e 9,22 com Lula
Quando a criação de 1,1 milhão de empregos é crise: O governo invisível não quer Dilma
PSDB diz que é escândalo emprestar dinheiro a Cuba. Esqueceram de perguntar por que FHC emprestou
FHC foi o mais conivente com corrupção, diz pesquisa
Vídeo: Por que a PF tem saudades de FHC
Laudo da PF engavetado no governo FHC ligava Youssef à caixa de campanha de Serra e do próprio FHC
Vídeo: Jornal Nacional diz que na gestão de FHC a fome matava 280 crianças por dia
FHC e a legitimidade das eleições
Investigações aumentam ligações da gestão FHC à corrupção na Petrobras
Lobista joga a Operação Lava-Jato no colo de FHC
Pedro Barusco, o homem de 100 milhões de dólares, rouba desde os tempos de FHC
Lei de FHC afrouxou controles na Petrobras
FHC, o engavetador da corrupção
FHC: A plataforma P36 e a corrupção na Petrobras
Stanley Burburinho: Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras
Negócio mais polêmico da Petrobras vem da era FHC
Adriano Benayon: O Brasil e a Petrobras
Marajás da USP: Historiador Boris Fausto recebe R$45 mil; Delfim Netto, R$28 mil; e FHC, R$22 mil
FHC sobre regulação da mídia: “Não vou falar mal de meus amigos.”

Janio de Freitas: Direito de resposta a FHC
Laudo da PF engavetado no governo FHC ligava Youssef à campanha de Serra e do próprio FHC
Para jornal O Globo, esquema de propina na Petrobras vem desde a era FHC
Seca de investimentos: Sabesp deu R$500 mil para projeto de instituto de FHC
País fecha 2013 com saldo de 1,1 milhão de vagas com carteira assinada
Mitos tucanos: FHC é o pai do Bolsa Família?
Adriano Benayon: É bom desmascarar essas levianas declarações de FHC
Recordar é viver: FHC cortou distribuição de cestas básicas a pobres
Graças a FHC, rádios e tevês recebem R$4,3 bilhões pelo horário eleitoral “gratuito”
Acordando a memória perdida de FHC
Você sabia que “consultores” da Globo eram integrantes do governo FHC?
Caluniador de filho de Lula na internet é executivo do instituto FHC
Recordar é viver: Para FHC, professor é “coitado” que não conseguiu ser pesquisador
A empresa que espionava o Brasil prestava consultoria ao governo FHC
A quem FHC pensa que engana com sua conversa de virgem em lupanar?
Privataria, reeleição e o cínico FHC
Recordar é viver: FHC mexeu no dinheiro dos mais de 70 anos e dos deficientes físicos
Recordar é viver: A história da fazenda de FHC
Palmério Dória: Por que FHC não está preso?
Espionagem: Um terremoto chamado Snowden
Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras
Banqueiro do propinoduto paulista vendeu apartamento a FHC. Já pensou se fosse o Lula?
O Príncipe da Privataria: Livro revela como FHC comprou a reeleição
O Príncipe da Privataria: A Folha confirma o nome do “Senhor X”
Recordar é viver: Quando FHC trouxe cubanos, Veja aplaudiu
Leandro Fortes: A privataria e as desventuras do príncipe
Por que o mensalão tucano, a Lista de Furnas e os processos contra Aécio no STF não andam?
Lista de Furnas é esquema comprovado e repleto de provas na Justiça
Tatto defende CPI da Privataria e cobra explicações de FHC sobre Lista de Furnas
Se quiser, Joaquim Barbosa já pode avocar o processo da Lista de Furnas
Lista de Furnas: Deputados do PSDB são acusados de pressionar lobista preso
Lista de Furnas: Amaury Ribeiro já tem documentos para o livro A Privataria Tucana 2
Advogado acusa réu do mensalão tucano de ser mandante da morte de modelo
Perseguido por Aécio e com medo de ser assassinado, delator do mensalão tucano está em presídio de segurança máxima
TJ/MG: Processo que incrimina governantes mineiros desaparece
O Príncipe da Privataria: Livro revela como FHC comprou sua reeleição
Emprego: Um semestre de Dilma é melhor do que oito anos de FHC
Por que a reeleição de FHC nunca chegou ao STF
Para a reeleição de FHC, Cacciola doou R$50 mil
Proer, a cesta básica dos banqueiros
FHC só lançou programas sociais a quatro meses da eleição de 2002
A Folha noticiou a compra de votos por FHC para a reeleição, mas depois se “esqueceu”
Histórico catastrófico da era FHC
O que Dilma deve a FHC para ser chamada de ingrata?
Vídeo: Entenda como e por que FHC quebrou o Brasil três vezes
Celso Lafer descalço em aeroporto exemplifica submissão de FHC aos EUA
Em vídeo, Itamar Franco esclarece que o Plano Real não é obra de FHC
Salário mínimo: As diferenças entre os governos FHC e Lula/Dilma
Vídeo: Já pensou se fosse o Lula? FHC embriagado na Marquês de Sapucaí
FHC, o reacionário
Conheça o apartamento de FHC em Paris. Ele tem renda pra isso?
Vídeo: FHC tenta mentir em programa da BBC, mas entrevistador não cai nas mentiras
Adib Jatene: “FHC é um homem sem palavra e Serra, um homem sem princípios.”
FHC comprou o Congresso: Fita liga Sérgio Motta à compra de votos para reeleição
FHC comprou o Congresso. O STF não vai fazer nada?
FHC disse muitas vezes: “Não levem a sério o que digo.”
FHC e a reeleição comprada: Por que a Veja não consulta seus arquivos?
O retrato do desgoverno de FHC
Governo FHC: O recheio da pasta rosa e o caso do Banco Econômico
Os crimes de FHC serão punidos?
O Brasil não esquecerá os 45 escândalos que marcaram o governo FHC
FHC ao FMI: “CEF, Banco do Brasil e Petrobras estão à venda.”
As viagens de FHC, de Lula e a escandalização seletiva
Dinheiro da CIA para FHC
A festa de 500 anos do Brasil de FHC dá prejuízo de R$10 milhões ao estado da Bahia
FHC: PSDB está longe do povo. Partido nem sequer sabe o que é povo
Com indicação de FHC para ABL, Sarney faz Ayres Britto esperar a morte de outro “imortal”
Vídeo em que FHC chama os aposentados de vagabundos
Documentos revelam participação de FHC e Gilmar Mendes no mensalão tucano
FHC: “Nós, a elite, temos tendência à arrogância.”
FHC e o vitupério
Bob Fernandes escancara a relação de FHC com a espionagem dos EUA
Contratada por FHC, Booz Allen já operava como gabinete de espionagem dos EUA
Se cuida, FHC: Vem aí a CPI da Espionagem da CIA
A empresa que espionava o Brasil prestava consultoria ao governo de FHC
Era Lula cria mais empregos que FHC, Itamar, Collor e Sarney juntos
FHC já defendeu uma nova Constituinte, mas agora acha autoritarismo. Pode?
FHC se diz contra 100% dos royalties para a educação
FHC já admite que Aécio não tem condições de ser candidato
FHC é o bafômetro de Aécio
FHC não mostrou o Darf
Como a Globo deu o golpe da barriga em FHC e enviou Miriam para Portugal

http://limpinhoecheiroso.com/2015/05/21/maria-ines-nassif-a-autoridade-moral-de-fernando-henrique-cardoso-1-e-2/

Sabe aquela revista inglesa que vive dando aula para o Brasil? Está à venda

 

por : Paulo Nogueira

Em apuros

Em apuros

Sabe aquela revista que vive dando lições para o Brasil? Façam isso, façam aquilo, sempre pontificando, sempre doutoral.

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A inglesa Economist.

Ela está à venda. Não está conseguindo sobreviver à Era Digital. Tão boa para oferecer soluções para o Brasil e para o mundo, a Economist não encontra saída para si própria.

E não está também encontrando comprador.

A Economist é 50% da Pearson, que acaba de vender para um grupo japonês o também professoral diário Financial Times.

Algumas grandes editoras — Bloomberg, Thomson Reuters e Axel Springer — foram procuradas para ver se se interessavam pela Economist.

Nenhuma topou.

Calcula-se que a fatia da Pearson valha 400 milhões de libras, quase 2 bilhões de reais.

A Pearson, aparentemente, quer se encontrar apenas em seus negócios no campo da educação.

Mas quem quer comprar jornal e revista em pleno ano de 2015?

Talvez em países emergentes, por razões específicas. Chineses, no ano passado, arrebataram a Forbes, que foi símbolo de publicação de negócios nos Estados Unidos durante décadas.

No caso do FT, o comprador é também asiático — japonês.

Pode ser importante para países emergentes, em sua escalada internacional, ter a posse de companhias respeitadas de mídia.

E aí chegamos a uma situação anedótica.

Os donos das grandes empresas de jornalismo do Brasil não podem vendê-las para compradores de fora.

Isso por causa da reserva de mercado.

Foi uma forma de protegê-las da competição externa. Quando quase todos os setores da economia brasileira já tinham sido abertos ao mundo, a proteção – algo que vai contra o espírito puro do capitalismo — continuou a vigorar para a mídia, tamanha a força do lobby da mídia.

Era mais uma mamata, até virar uma desvantagem.

Presumivelmente, a China gostaria de comprar alguma empresa relevante de mídia brasileira, dada a importância do Brasil em sua geopolítica.

Digamos a Abril, ou o Estadão, as duas grandes empresas familiares em situação mais dramática.

Mas isso não vai acontecer.

Pela lei, apenas 30% das ações das empresas de mídia podem estar em mãos estrangeiras.

Privilégios, depois de algum tempo, podem virar o oposto: esta é a lição da reserva de mercado para a mídia.

Quanto à Economist, que salva a humanidade toda semana mas não a si própria, convém ler com cuidado cada vez que ela disser o que o governo brasileiro deve fazer ou não fazer.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

Paulo Nogueira

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Pesquisa:EUA perderam liderança mundial

 

Bandeira dos EUA

Pesquisa:EUA perderam liderança mundial

© AFP 2015/ Luís Acosta

Cientistas norte-americanos analisaram áreas fundamentais da economia dos EUA e descobriram que mesmo na Grécia que fica à beira de falência a situação é melhor.

A professora Sarah Hertz da Universidade do Estado de Nova York e o professor Hershey Friedman de Brooklyn College publicaram uma pesquisa que mostra a dinâmica negativa do desenvolvimento da economia dos EUA. Os cientistas chegaram à conclusão de que cidadãos norte-americanos “se dão bem assim como antes, especialmente em comparação com outros países”.

Em comentário à Sputnik, os cientistas afirmaram que ao analisar tais dados como taxa de pobreza, PIB, desigualdade de rendimentos e felicidade do povo eles puderam chegar a conclusões chocantes.

Vladímir Putin, presidente de Rusia en la conferencia de prensa

© Sputnik/ Host Photo Agency / Alexei Danichev

Putin: dívida dos EUA ameaça a economia mundial

Por exemplo, Hertz e Friendman descobriram que o país fica no fim da lista do rendimento médio de países industrializados, mesmo no Chipre e no Qatar este indicador é melhor do que nos EUA.

Mais do que isso, os EUA ocupam a 34ª (penúltima) posição na lista que indica o número de crianças que vivem na pobreza. Para comparar, a Grécia, que está passando por uma crise econômica grave, está no 29º lugar. A estatística oficial analisada também mostrou que a classe média está diminuindo, uma pessoa comum nos EUA paga impostos altos enquanto empresas grandes aproveitam de redução fiscal.

Prisão de Guantánamo

© East News/ Tech. Sgt. Michael R. Holzworth

Prisão de Guantánamo dificulta ações de fachada dos EUA

O número de cidadãos dos EUA em prisões atingiu 2,2 milhões, lançando o país para o topo da lista de Estados com base na população carcerária.
Segundo os cientistas, muitos políticos não querem admitir o fato de que a situação nos EUA está deteriorando.

Os autores da pesquisa opinam que o caminho para sair da situação atual é a construção de um "capitalismo consciente", um sistema em que os empregadores "aumentam os salários mínimos, se preocupam com as pessoas e querem que eles façam um trabalho significativo".

"O governo deveria preocupar-se mais com educação ao invés de gastar dinheiro para administração", Hertz concluiu. Porque senão, os EUA iriam perder o seu papel hegemônico no mundo que tentam exercer agora.

Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20150724/1663655.html#ixzz3hOpxCI88

Aníbal Ferreira Gomes acusa senador Eunício Oliveira de infidelidade partidária

 

O deputado federal peemedebista Aníbal Ferreira Gomes acusou o presidente estadual do PMDB, Eunício Oliveira, de infidelidade partidária, nas últimas eleições ao Governo do Estado, em 2014. Conforme o parlamentar se existiu traição na última eleição, foi cometida por Eunício, onde denuncia que votou no tucano Aécio Neves para a Presidência da República. O senador, segundo o deputado, era para ter votado em Dilma Rousseff, que tinha como vice da sua chapa Michel Temer, que é o presidente nacional do PMDB. “Quem deve ser expulso do partido é o senador Eunício Oliveira”, decreta. Aníbal teve recentemente a informação de que o senador Eunício Oliveira, entrou com pedido na comissão de ética do partido, para que seja expulso, em razão de ter votado, na eleição de 2014, em Camilo Santana. “Eu não estou criticando o senador Eunício Oliveira, porque ele pode votar em quem quiser fora do partido, mas posso provar que ele votou em Aécio Neves e não em Dilma Rousseff, que tem como vice-presidente o peemedebista Michel Temer”, disse o parlamentar, criticando que quem deveria ser punido pela executiva nacional do PMDB, era o senador. “Isso não vai acontecer, porque Eunício Oliveira é poderoso, é rico e tem livre trânsito na área federal”, pontuou.

Do Blog do Macário Batista

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ministro da Educação pede que pré-sal não seja “queimado à toa”

 

Renato Janine Ribeiro criticou o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que retira a obrigatoriedade da Petrobras de participar dos leilões de exploração do pré-sal.

Da Redação

Crédito: Marcelo Camargo/ABr

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, fez duras críticas ao projeto de José Serra (PSDB) que retira a obrigatoriedade da Petrobras de participar da exploração, em regime de partilha, da produção do pré-sal.

Ribeiro foi convidado a participar de uma audiência pública na Comissão de Educação do Senado em que foi discutido o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/2015. O ministro pediu que o petróleo do pré-sal não seja “queimado a toa”. "A educação é o que há por excelência de sustentável. Daí que seja muito importante garantir os recursos sobretudo desse petróleo melhor de todos que é o do pré-sal, para a educação", lembrou.

A educação seria uma das áreas mais prejudicadas com a aprovação do projeto, juntamente com a saúde e o Fundo Social criado para receber parte dos recursos que cabem ao governo federal como royalties e participações. Durante a fala do ministro, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou um estudo em que aponta que caso o projeto seja aprovado, deixaria de ser arrecadado R$ 50 bilhões para a educação e para a saúde e R$ 100 bilhões para o Fundo Social.

O ministro também comentou a questão dos planos de educação. Segundo ele, apenas 100 municípios não cumpriram o prazo de elaboração dos planos locais. Ribeiro também manifestou desconforto com a retirada da questão de gênero nos debates de alguns planos. "Não existe uma ideologia. Existe a realidade dos jovens no momento da descoberta da sua sexualidade. Não faz sentido impor uma sexualidade que não é a sua, seja hetero ou seja homo. Ninguém pode ser discriminado", afirmou. Oito Estados retiraram o tema por pressões de bancadas evangélicas

Projeto

A proposta deve entrar em pauta nesta quarta-feira no Senado. A proposta do senador tucano retira a obrigatoriedade de que a Petrobras seja a única operadora e tenha participação mínima de 30% na exploração dos campos do pré-sal. Serra defende que isso agilizaria a exploração dos campos.

Especialistas da área também criticaram o projeto. O professor da da Universidade de São Paulo (USP) Ildo Sauer participou de uma audiência no Senado no último dia 1o e questionou a quais interesses o projeto responde. “O Senado não se deu conta de sua responsabilidade. Parecia que estávamos dentro de um balcão de negócios”, denunciou.

Movimentos populares, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), divulgaram uma carta para que os eleitoras enviem aos senadores, pedindo que votem de forma contrária ao projeto .

http://www.brasildefato.com.br/node/32409

Religião. Discriminação como rotina

 

Sacerdotes e praticantes de umbanda e candomblé, religiões de matriz africana, relatam episódios cotidianos de intolerância em Fortaleza. Mas maior problema, para eles, está nas instituições

EDIMAR SOARES

Mãe Edna de Iansã e Pai Wagner, vítimas da intolerância e do racismo religioso

Imagine parar o carro para confirmar um endereço e ver a pessoa que poderia lhe dar a informação correr de medo ao ver você. Suponha que você fosse professor e, por conta da sua orientação religiosa, os estudantes se recusassem a assistir suas aulas e o chamassem de demônio. Coloque-se no lugar de uma criança que frequentou a vida inteira uma mesma escola, tirando boas notas, mas foi convidada a mudar de colégio depois que a diretoria descobriu a religião professada por ela.

Essas situações, distantes do cotidiano de muita gente, são comuns na vida de quem segue religiões de matriz africana em Fortaleza, cerca de 0,21% da população, segundo o último censo do IBGE. Aqui, apesar de os registros de violência física serem pequenos, os relatos de violência simbólica e violação de direitos cometidos por representantes do Estado se repetem.

São comentários maldosos na rua em função das vestimentas brancas ou das guias exibidas em volta do pescoço (quase sempre encaradas como sinais diabólicos), ou ainda o título de macumbeiro atribuído em tom de ofensa, e até mesmo invasões de policiais armados aos terreiros e abordagens desrespeitosas de fiscais de meio ambiente.

As narrativas desta reportagem vêm de representantes de centros de umbanda e candomblé da capital cearense reunidos pelo O POVO na casa de Candomblé Ilê Axé Omo Tifé - Keto, no conjunto Tamandaré. Três sacerdotes dessas religiões, que contam com mais de oito mil templos em todo o Estado, segundo a União Espírita Cearense de Umbanda (Uecum), relataram casos de desrespeito motivados pela intolerância religiosa.

Mãe Valéria de Logun Edé, de 73 anos, dirige há 40 anos a casa que é uma das mais antigas da Cidade e diz que problemas com a vizinhança são novidade. Só recentemente começaram as visitas de agentes da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). Denúncias de violação da lei do silêncio e de sacrifício de animais são as justificativas mais comuns para as fiscalizações. “Aqui era tudo maravilhoso, mas quando venderam o terreno pra construir aí”, ela aponta para a condomínio erguido vizinho ao seu terreiro, “as coisas mudaram”.

“Perguntaram se a gente bebia sangue, se comia carne crua”, diz, se referindo a algumas das perguntas que ouviu de agentes da Seuma. “Aí eu perguntei: ora, e você não come galinha à cabidela? Não come carpaccio? Que tem de crime nisso?”, completa, sobre como tratou a abordagem dos fiscais. A confusão foi ainda maior porque a visita teria ocorrido antes das 22 horas e, para acabar com o barulho, quiseram levar os atabaques, instrumentos sagrados do culto.

Mãe Edna de Iansã, que há mais de duas décadas comanda a Tenda de Iansã, no Bom Jardim, relata episódios mais graves. “Na minha casa os policiais militares entraram e tentaram levar o atabaque. Eram 21h30min, mais ou menos, eu estava trabalhando com a entidade e quando voltei dei de cara com a arma”, conta. Ela diz que os PMs não tinham autorização judicial, mas diziam apurar denúncia de sacrífico humano. Além de adentrar o terreiro de forma arbitrária, segundo ela, fizeram fotografias do espaço sem autorização. A ação ocorreu em junho passado.

Anos atrás, a casa de mãe Edna sofreu um incêndio, que segundo a perícia foi criminoso. Ainda assim, e ela atribui isso ao fato de ter ocorrido num terreiro, o caso nunca foi esclarecido pela Polícia Civil.

Discurso de ódio

Pai Wagner é o personagem que, ao baixar o vidro do carro para pedir informações, viu a mulher correr de medo dele. Professor de arte-educação, diz que foi perseguido pela diretora, católica, da escola onde trabalhava porque questionava apenas orações cristãs nos acolhimentos dos alunos e passou a dar o conteúdo da cultura africana - e suas religiões - nas aulas do 5º ao 9º ano. “Ganhei a semana quando um aluno chegou perto de mim e disse que a mãe era da umbanda. Graças às minhas aulas ele teve coragem de assumir sua religião”.

Para eles a intolerância religiosa tem relação direta com o racismo que atinge a população negra em todo o País e o discurso religioso vindo de algumas correntes evangélicas, como as pentecostais e neopentecostais, reforçado em programas de TV e até no Congresso Nacional.

“O reforço político de alguns fundamentalistas que são deputados e querem crescer com discurso de ódio é uma forma dessa intolerância se materializar”, acredita o sociólogo e militante do movimento negro Hilário Ferreira. A vice-presidente da Uecum, Tecla de Sá Oliveira, ainda atribui as atitudes de intolerância ao desconhecimento da população sobre as religiões. “Quando meu pai fundou a União, em 1967, ninguém podia nem dizer a palavra ‘umbanda’ que era preso, apanhava da polícia”, diz.

O presidente da Ormece (Ordem dos Ministros Evangélicos do Ceará), pastor Francisco Paixão, reconhece que há um “seguimento mais novo, especialmente neopentecostais, que confronta” seguidores de religiões de matriz africana. No entanto, segundo ele, a orientação pastoral dada aos evangélicos é de seguirem a máxima pregada por Jesus Cristo de amar ao próximo. “Nossa orientação é de que amem as pessoas, independentemente do que elas cultuam,do que elas fazem, do que elas adoram. O próprio criador dá ao homem a liberdade de acreditar no que ele quiser”.

http://www.opovo.com.br/app/opovo/dom/2015/07/25/noticiasjornaldom,3474735/religiao-discriminacao-como-rotina.shtml

Relação completa de prêmios recebidos por Lula após deixar a Presidência

 

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Lula, o doutor “Doutor Honoris Causa”.

Edison Brito, via Jornal GGN

Contra tudo e contra todos, Luiz Inácio Lula da Silva receberá o Nobel da Paz. Tornando-se o primeiro brasileiro laureado com o prêmio.

Não é um exercício de futurismo, de adivinhação ou um chute de charlatão. É a constatação da obviedade. O gran-finale de uma obra que teve início no seu governo: o Bolsa Família.

Programa de transferência de renda que retirou o Brasil da pobreza absoluta. Deu visibilidade e esperança a quase 40 milhões de brasileiros. Os que passavam fome hoje têm o que comer.

É chover no molhado reafirmar que:
– O Bolsa Família tem um custo muito baixo aos cofres públicos
– Aqueceu a economia
– Promoveu melhorias na saúde da população de baixa renda
– Trouxe melhorias na educação da população de baixa renda
– Reduziu o trabalho infantil
– Aumentou o empoderamento das mulheres

Superou velhos preconceitos.
– “O Bolsa Família incentiva os pobres a fazer filhos”.
– “O dinheiro do Bolsa Família é gasto com roupas de ‘marca’”.
– “Efeito-preguiça: o Bolsa Família acomoda e sustenta vagabundos”.
– “Bolsa Família estimula corrupção local e clientelismo”.

O Bolsa Família é considerado internacionalmente como o “principal instrumento de transferência de renda do mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU)”.

“O Bolsa Família foi apontado, em 2013, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como uma das principais estratégias adotadas pelo país que resultaram na superação da fome, retirando, assim, o país do mapa da fome mundial. Adicionalmente, a Associação Internacional de Segurança Social (Aiss) concedeu ao Brasil um prestigioso prêmio internacional devido ao caráter inovador de redução da pobreza trazido pelo Bolsa Família, considerado o mais importante do mundo dentro dos grupos de programas de transferência condicional de renda. A instituição espera, ainda, que o Bolsa Família sirva de exemplo para que mais países implementam programas similares em benefício de seus cidadãos “. CartaCapital

Segundo a FAO, atualmente existe no mundo 805 milhões de pessoas em estado de Fome Crônica. (A fome crônica é uma carência constante de alimentos suficientes para manter o organismo em perfeito funcionamento. Os indivíduos ou populações sujeitos à fome crônica pertencem a comunidades pobres, são pessoas desnutridas e que desenvolvem diversas doenças em consequência da falta de nutrientes necessários para a constituição de saúde física e intelectual).

Quem tem fome não pode esperar “o bolo crescer”. Por isso os olhos do mundo se voltam para o Brasil. Por isso Lula é constantemente convidado a explicar o funcionamento do Bolsa Família.

Recentemente na Itália voltou a afirmar que “É preciso que a gente continue fazendo política de transferência de renda para os mais pobres. É preciso que a gente socialize essas informações com os países mais pobres da América Latina e da África. É preciso que a gente leve tecnologia para esses países, que a gente leve financiamento para esses países, para que a gente possa poder, em 2025, acabar com a fome na África, que foi um compromisso que nós assumimos numa reunião da União Africana.

Eu estou convencido, companheiros italianos, eu estou convencido, companheiro Martina, companheiro primeiro-ministro Renzi, que o Brasil provou que é possível acabar com a fome no mundo”.

A preocupação do ex-presidente com o problema da fome é uma constante.

Para Kenneth M. Quinn, presidente da World Food Prize Foundation, Luiz Inácio Lula da Silva é o “maior e mais apaixonado lutador contra a fome no mundo”.

Quinn foi embaixador dos Estados Unidos e trabalhou durante 32 anos no Departamento de Estado americano. A World Food Prize Foundation premia cidadãos que contribuem significativamente para o combate à fome no mundo.

Confira abaixo os principais prêmios e homenagens recebidos por Lula a partir de 1º/1/2011, quando deixou a Presidência da República. Fonte: Instituto Lula.

29/5/2014 – São Paulo (SP)
Medalha “Knowledge Advancing Social Justice” (Conhecimento para o Avanço da Justiça Social), da Universidade Brandeis (EUA)

21/5/2014 – Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)
Doutor Honoris Causa da Universidade de Aquino

30/4/2014 – Santo André (SP)
Título de cidadão de Santo André

23/4/2014 – Salamanca (Espanha)
“Tivemos de enfrentar o preconceito das elites, que nunca confiaram na capacidade do povo”, diz Lula, Doutor Honoris Causa de Salamanca

4/12/2013 – São Bernardo do Campo (SP)
Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do ABC

17/10/2013 – Cidade do México
Prêmio Interamérica 2013

15/10/2013 – Buenos Aires (Argentina)
Doutor Honoris Causa da Universidade de Buenos Aires

6/6/2013 – Quito (Equador)
Doutor Honoris Causa pela Universidad Andina Simón Bolívar
Doutor Honoris Causa pela Escuela Politécnica del Litoral
Ordem Nacional de San Lorenzo

5/6/2013 – Lima (Peru)
Doutor Honoris Causa pela Universidad San Marcos
Medalha Cidade de Lima

17/5/2013 – Buenos Aires (Argentina)
Doutor Honoris Causa pela Universidad Nacional de Cuyo
Doutor Honoris Causa pela Universidad Nacional de San Juan
Doutor Honoris Causa pela Universidad Nacional de Córdoba
Doutor Honoris Causa pela Universidad Nacional de La Plata
Doutor Honoris Causa pela Universidad Nacional de Tres de Febrero
Doutor Honoris Causa pela Universidad Nacional de Lanús
Doutor Honoris Causa pela Universidad Nacional de San Martín
Doutor Honoris Causa pela Facultad Latino-americana de Ciencias Sociales (Flacso)
Menção Honrosa Domingo Faustino Sarmiento
Prêmio Josué de Castro

22/4/2013 – Nova Iorque (EUA)
Prêmio “Em Busca da Paz”, do International Crisis Group

17/3/2013 – Cotonou (Benin)
Ordem Nacional do Benin

12/3/2013 – Brasília (DF)
Prêmio Darcy Ribeiro (Educação)

1º/3/2013 – Redenção (CE)
Doutor Honoris Causa da Unilab e título de cidadão de Redenção e de Aracape

27/3/2013 – Rio de Janeiro (RJ)
Prêmio Bacurau (Morhan)

27/11/2012 – Rio de Janeiro (RJ)
1º Prêmio Pirelli

22/11/2012 – Nova Déli (Índia)**
Prêmio Indira Gandhi pela Paz, Desarmamento e Desenvolvimento 2010

24/8/2012 – São Paulo (SP)
Ordem do Mérito Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 2º Região

22/8/2012 – Toronto (Canadá)*
Prêmio Nelson Mandela de Direitos Humanos

20/7/2012 – Maputo (Moçambique)*
Prêmio José Aparecido de Oliveira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

21/5/2012 – São Paulo (SP)
Lula recebe título de Cidadão Paulistano e Medalha Anchieta

15/5/2012 – Middelburg (Holanda)*
Lula agradece pelo Prêmio das Quatro Liberdades, recebido na Holanda

4/5/2012 – Rio de Janeiro (RJ)
Lula recebe título de Doutor Honoris Causa das cinco universidades públicas do Rio

2/4/2012 – Barcelona (Espanha)*
Ex-presidente Lula recebe Prêmio Internacional da Catalunha 2012 pelo combate à pobreza e à desigualdade

13/12/2011 – São Paulo (SP)*
“Personalidade de destaque” no Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre

9/11/2012 – Washington (EUA)*
Prêmio Africare

26/10/2011 – Cidade do México (México)
Prêmio Amalia Solórzano

13/10/2011 – Des Moines (EUA)
World Food Prize

29/9/2011 – Gdasnk (Polônia)
Prêmio Lech Walesa

27/9/2011 – Paris (França)
Doutor Honoris Causa pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris – Sciences Po

20/9/2011 – Salvador (BA)
Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia

8/9/2011 – Lisboa (Portugal)
Medalha Leonardo da Vinci

5/8/2011 – Bogotá (Colômbia)
Cidadão de Bogotá

22/7/2011 – Recife (PE)
Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco

22/7/2011 – Recife (PE)
Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco

22/7/2011 – Recife (PE)
Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Pernambuco

19/7/2011 – São Paulo (SP)
Fiesp – Exposição “Milhões de Lulas”

21/6/2011 – Washington (EUA)
World Food Prize

6/6/2011 – São Paulo (SP)
Prêmio Top Etanol – Personalidade de destaque

15/4/2011 – Cádiz (Espanha)
Prêmio Libertad Cortes de Cádiz

30/3/2011 – Coimbra (Portugal)
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra

29/3/2011 – Lisboa (Portugal)
Prêmio Norte-Sul de Direitos Humanos

28/1/2011 – Viçosa (MG)
Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Viçosa

* Prêmios que Lula recebeu à distância, por estar impossibilitado de viajar devido a tratamento médico.
** Prêmio que Lula recebeu em 2010, mas cuja cerimônia aconteceu somente em 2012

É o reconhecimento internacional ao homem que tem como meta extinguir a fome e as injustiças sociais em todo o mundo.

Os conservadores e fascistas dirão que ele só recebeu estas honrarias por que os estrangeiros não sabem o que acontece dentro do país.

A estes eu direi: é justamente o contrário. O brasileiro é que não sabe o que acontece no país. Mal informado que é pela imprensa golpista. Não existe culpa, e sim maldade.

A lista, por exemplo, deve ter causado surpresa em muitas pessoas. Não é para menos, a mídia, capitaneada pela Globo, mantém o cidadão no obscurantismo. Mentindo, manipulando, escondendo a verdade.

Então, sem tirar méritos de ninguém, o Lula ganhará o Nobel.

Primeiro, pelas razões expostas acima.

Segundo, a paz mundial, tão almejada por todos, passa necessariamente pelo fim da pobreza e das injustiças sociais.

O Nobel dará mais força para que Lula leve adiante esta batalha.

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terça-feira, 28 de julho de 2015

A prisão do pai do programa nuclear brasileiro

 

ter, 28/07/2015 - 18:37

Luis Nassif

Na operação Eletrobrás, a Lava Jato prendeu o Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. Seu nome apareceu na delação premiada de Danton Avancini, diretor da Camargo Correia, que lhe teria feito três pagamentos.

Ainda há que se esperar o processo final. Hoje em dia tem-se um grupo de procuradores e delegados avalizados por um juiz e, por um conjunto de circunstâncias históricas, donos do poder absoluto de levantar provas, julgar e condenar sem a possibilidade do contraditório, valendo-se de forma indiscriminada da parceria com grupos jornalísticos.

Em outros momentos, o uso indiscriminado de denúncias por jornais produziu grandes enganos e manipulações.

É possível que Othon seja culpado, é possível que não seja, pouco importa: desde hoje está na cadeia o pai do programa nuclear brasileiro.

O Brasil deve a Othon o maior feito de inovação da sua história moderna: o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas. Foi um trabalho portentoso, que sobreviveu às crises do governo Sarney, ao desmonte da era Collor, aos problemas históricos de escassez de recursos, enfrentando boicotes externos, valendo-se de gambiarras eletrônicas para contornar a falta de acesso a componentes básicos, cuja exportação era vetada por países que já dominavam a tecnologia.

Aqui, um perfil de Othon trazido pelo nosso blogueiro Athos:

Quem é Othon Luiz Pinheiro da Silva?

No dia 14 de Setembro desse ano(artigo de 2011), o Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva recebeu o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) durante a comemoração dos 55 anos do instituto (veja o evento nesse link). Chamado até de "lenda viva" na cerimônia, há quem diga que conhecer a carreira de Othon é conhecer a História da energia nuclear no País.
E você leitor, sabe quem é "esse cara"?
CURRICULUM VITAE
Nascido em 1939 em Sumidouro (RJ), Othon formou-se pela Escola Naval em 1960, iniciando sua carreira na Marinha no quadro de Oficiais do Corpo da Armada. Formou-se em Engenharia Naval pela Escola Politécnica de São Paulo em 1966, atuando como engenheiro naval do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) entre 1967 e 1974. Em 1978, Othon obteve sua especialização em engenharia nuclear no Massachussetts Institute of Technology (MIT).
Foi Diretor de Pesquisas de Reatores do IPEN entre 1982 e 1984 e foi fundador e responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para Submarinos entre 1979 e 1994. Exerceu o cargo de Diretor da Coordenadoria de Projetos Especiais da Marinha (COPESP), atual Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), de 1986 a 1994.
É o autor do projeto de concepção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio e da instalação de propulsão nuclear para submarinos.
Atingiu, na Marinha do Brasil, o mais alto posto para os Engenheiros Navais: o de Vice-Almirante.
Desde outubro de 2005, exerce a presidência da Eletronuclear – Eletrobrás Termonuclear, empresa sediada no Rio de Janeiro, responsável pela construção e pelo gerenciamento das usinas nucleares brasileiras.
Já recebeu diversos prêmios, entre os quais a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico por serviços prestados à ciência e à tecnologia, prêmio este oferecido em 1994 pelo então presidente da República Itamar Franco.
OTHON E O PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA
"Othon começou o projeto de separação isotópica do Urânio com muita criatividade, liderança e engenharia reversa", disse o Dr. Spero Penha Morato, ex-superintendente do Ipen, em seu discurso em homenagem ao Dr. Othon, na cerimônia de entrega do título de pesquisador emérito.
O projeto, que começou em 1979, produziu os primeiros resultados em laboratório já em 1982: a conversão do yellowcake (U3O8) em hexafluoreto de urânio (UF6), etapa que antecede o enriquecimento isotópico. O passo seguinte foi a produção de 24 toneladas de hexafluoreto de Urânio através do financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para o enriquecimento isotópico, Othon desenvolvia, paralelamente à conversão e de forma secreta, centrífugas de última geração, com mancais magnéticos que minimizam o atrito. A única forma de entender rapidamente o funcionamento destes mancais naquela época era serrando uma bomba de vácuo com o mesmo tipo de mancais que havia no IPEN. E Othon fez isso, irritando, claro, muitas pessoas no projeto. Mas, foi com lances ousados como este - acrescentou o Dr. Spero Morato - que Othon pôs o seu projeto para frente.
O jornalista Lourival Sant'anna publicou, em 2004, uma reportagem no jornal O Estado de São Paulo revelando alguns fatos interessantes que marcaram o projeto. Reproduzo, abaixo, boa parte dessa matéria.
Em 1974, Othon Luiz Pinheiro da Silva, então um capitão-de-corveta de 35 anos, foi escalado para acompanhar a construção de submarinos brasileiros da classe Tonelero num estaleiro da Inglaterra. O jovem oficial estava indo a contragosto. Um mês antes de sua sombria partida, no entanto, um almirante sugeriu ao então ministro da Marinha, Geraldo Azevedo Henning, que o enviasse para o Massachusetts Institute of Technology, nos EUA, para uma pós-graduação em engenharia nuclear.
O ministro Henning, que havia feito uma viagem da Bahia para o Rio em um submarino nuclear americano e ficara entusiasmado, acatou a sugestão. Até então, o contato mais estreito de Othon com energia nuclear tinha sido uma visita ao reator do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em 1967, quando terminava o curso de engenharia naval na Politécnica da USP.
O Brasil já havia comprado em 1972 o reator de Angra 1, da americana Westinghouse, com a promessa de fornecimento de combustível – processado nos EUA – por 30 anos. Mas, em 1974, começou-se a levantar dúvidas sobre as garantias desse fornecimento. No ano seguinte, o general Ernesto Geisel firmava o acordo nuclear com a Alemanha, que incluía não só as centrais, mas também o ciclo de enriquecimento de urânio.
Até a década de 70, o minério era enriquecido por “difusão gasosa”. Um novo método, mais eficiente e econômico, o da ultracentrífuga, vinha sendo desenvolvido, e o primeiro a dominá-lo em escala comercial foi o consórcio Urenco, formado por Inglaterra, Holanda e Alemanha. O Brasil queria essa tecnologia.
Na última hora, no entanto, os alemães informaram que não poderiam incluí-la no pacote, porque a Holanda, por pressão americana, tinha vetado sua venda ao Brasil. Em seu lugar, os alemães ofereceram aos brasileiros o jet nozzle, um método “muito promissor”, segundo eles, de separação do urânio 238 do 235. Enriquecer urânio é aumentar o teor de 235. Na natureza, o urânio 235 representa apenas 0,7% do minério e o 238, os outros 99,3%. “Quem tivesse feito um curso razoável de física no ensino médio já não compraria esse método”, ironiza Othon. O professor Manson Benedict, um papa do MIT em energia nuclear, deu na época uma aula sobre o jet nozzle, concluindo: “Os brasileiros acreditaram e compraram isso”.
Em 1979, quando Othon voltou ao Brasil, a Marinha não sabia o que fazer com ele. Depois de quatro ou cinco dias de hesitações, levaram o recém-promovido capitão-de-fragata até o diretor-geral de Material da Marinha, o almirante Maximiano da Fonseca. “Você, que cursou esse negócio, quais as nossas chances de ter uma produção nuclear aqui no Brasil?”, perguntou-lhe, de chofre, o almirante. Othon pediu três meses para redigir um relatório. O oficial ficou subordinado à Diretoria de Engenharia. Ao se apresentar, ouviu de seu novo chefe: “Evidentemente não pode ficar um oficial por conta só dessas coisas nucleares”. Othon passou a dividir sua carga horária com o cargo de gerente de um projeto de navio de apoio fluvial. Assim começava o programa de pesquisa nuclear brasileiro: com um oficial em meio expediente.
Othon propôs que o Brasil desenvolvesse sua própria tecnologia. Em outubro de 1978, o então contra-almirante Mário César Flores, do Estado-Maior da Marinha, convocou Othon para dar explicações, depois de ouvir especialistas. A caminho de Brasília, Othon se encontrou no aeroporto com o comandante João Maria Didier Barbosa Viana, que também tinha feito engenharia nuclear no MIT. “Segui o seu caminho”, contou-lhe Othon. “Então você deve estar indo a Brasília pelo mesmo motivo que eu”, especulou Didier. “Tem um louco dizendo que é possível desenvolver o ciclo do combustível nuclear no Brasil.”
Othon passou o dia inteiro respondendo às perguntas que um capitão-de-mar-e-guerra pós-graduado em Monterey (Califórnia) formulava, enquanto Flores fingia ler um jornal. O oficial saiu com a sensação de que tinha ido a Brasília à toa. Pouco mais de um mês depois, foi chamado de novo. “Vai ser outra chatice”, pensou. “Este oficial foi escalado para uma das missões mais importantes que um oficial da Marinha já teve no Brasil”, anunciou solenemente o vice-chefe do Estado-Maior da Marinha, Arthur Ricart da Costa, apresentando Othon ao seu chefe, o almirante Carlos Auto de Andrade. “Deus o ilumine.”
Othon veio para São Paulo e começou a “costurar alianças” com instituições como o Ipen, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Centro Técnico Aerospacial (CTA), em São José dos Campos, que estava desenvolvendo um método de enriquecimento de urânio com raio laser. Depois de consultar especialistas, Othon constatou que a opção do laser não seria viável nos próximos 20 anos, e se fixou na ultracentrífuga.
O objetivo último da Marinha era desenvolver reatores e todos os demais equipamentos da propulsão para submarinos movidos a energia nuclear. Se um submarino movido a diesel – como os que o Brasil usa – partir da Baía de Guanabara, em sua velocidade máxima, antes de chegar a Cabo Frio terá de se aproximar da superfície para o snorkel tomar ar, para pôr em funcionamento seu motor e assim recarregar as baterias. Navegando próximo à superfície, pode ser captado com facilidade por sensores infravermelhos. Para ficar no máximo dez dias no fundo, um submarino a diesel tem de se manter praticamente parado. O submarino nuclear projetado pela Marinha trocaria de combustível em dez anos. O limite de permanência no fundo seria de 45 dias.
Entretanto, a Marinha concluiu que em primeiro lugar era preciso viabilizar o ciclo do combustível e adquirir capacidade de enriquecer urânio. “Autonomia é muito importante”, diz Othon, que aos 65 anos tem hoje uma empresa de consultoria na área de energia. “Inspirei-me na solução que eu imaginei que os americanos estavam desenvolvendo na época em que eu era aluno do MIT, mas com a qual nunca tive contato”, conta o almirante. “É óbvio que a centrífuga americana é muito mais espetacular que a nossa.” Mas, segundo ele, a brasileira sai muito mais barato e os materiais importados necessários para sua fabricação não entram no rol dos itens nucleares sensíveis, sujeitos a embargos internacionais.
O programa capacitou indústrias brasileiras a fabricar as válvulas, sensores e medidores das centrífugas. Othon recrutou cientistas e técnicos do Brasil todo. “Onde tivesse alguém que pudesse ajudar, a gente ia conversar.” O sigilo era resguardado por um termo de compromisso. “Foram 14 anos da minha vida, cada dia um desafio”, lembra o hoje almirante da reserva, que dirigiu o programa entre 1979 e 94. Inicialmente, o projeto era secreto e ficou abrigado num departamento fictício, criado para isso, chamado de Coordenação para Projetos Especiais (Copesp), dentro da Comissão Naval de São Paulo.
A primeira dificuldade de Othon foi formar equipe. Quando assumiu, em 1979, o general João Baptista Figueiredo baixou portaria proibindo contratações no setor público. Othon recorreu ao Estado de São Paulo – e a uma artimanha. Fez um memorando à Secretaria de Ciência e Tecnologia, solicitando a contratação de 20 engenheiros e 40 técnicos para trabalhar no Ipen, num “projeto de interesse das Forças Armadas”. Se assinasse sozinho, no entanto, ficaria fácil para a secretaria pedir a análise do Estado-Maior da Marinha, onde o memorando provavelmente pararia. Então Othon pediu a um tenente-coronel da FAB que também assinasse. “Assim, não vão saber para que Força perguntar.” Deu certo.
De posse dessa contratação, Othon, na época capitão-de-fragata, atreveu-se a saltar a hierarquia e procurar o então ministro da Marinha, Maximiano da Fonseca: “Almirante, estou numa situação complicada. O Estado de São Paulo colocou 20 cientistas no projeto, liderado pela Marinha, e ela não colocou nenhum”. No fim, conseguiu convencer o ministro a contratar o dobro de cientistas e técnicos. “Fiquei com um exército de 60 engenheiros e 120 técnicos”, exulta Othon. No seu auge, no início dos anos 90, o programa chegaria a ter 680 engenheiros trabalhando internamente e outros 300 do Departamento de Pesquisa de Reatores do Ipen, do qual Othon era chefe.
Mas nem tudo era ciência: habilidade e jeitinho também contaram. Othon lembra que uma centrífuga antiga, importada na década de 50, utilizada para treinar equipes e dissimular o esforço principal do projeto, havia parado porque tinha um eixo flexível que quebrava com freqüência e tinha de ser trazido da Alemanha. “Eu tinha um técnico, Zequinha, muito habilidoso, que fazia um eixinho novo em três dias. Levei para ele o projeto e fizemos o primeiro juntos”, conta Othon. “No Arsenal de Marinha, não precisava importar. Era só ligar para o Zequinha.”
Em 1987, num gesto de distensão, o então presidente José Sarney decidiu trazer seu colega argentino, Raúl Alfonsín, para a entrada em operação de um conjunto de 48 centrífugas em Aramar. A inauguração estava marcada para 15 de março. Algumas semanas antes, o indiano naturalizado brasileiro Kesavan Nair, doutor em física de reatores mas também astrólogo, procurou Othon, com uma expressão preocupada: “Quinze de março ‘não bom’”, disse, mostrando uma listagem de computador, na qual uma nuvem negra cobria a data.
Othon ligou para o então ministro da Marinha, almirante Henrique Saboia. “Você acredita nisso?”, perguntou o ministro. “Não”, respondeu Othon. “Eu também não, mas, por via das dúvidas, pergunte quando está bom para inaugurar.” A partir de 28 de março, informou o indiano. Saboia foi falar com Sarney. Mais tarde, ligou para Othon: “Não se preocupe. O presidente é mais supersticioso que nós dois juntos.” A cerimônia ficou para 8 de abril.
Othon guarda até hoje uma planilha de todos os custos do projeto, ano a ano. No total, foram gastos US$ 663 milhões. Aí estão incluídos: o desenvolvimento do ciclo de combustível (projeto Ciclone), da propulsão do submarino (projeto Remo), do submarino propriamente dito, e a infra-estrutura.
“Desafio a me mostrarem no mundo todo um desenvolvimento do ciclo do combustível e da propulsão nuclear com esse custo”, diz ele. Quando deixou o programa, havia quase 700 centrífugas na “colônia”, em Aramar, pelas quais o urânio vai passando e enriquecendo-se gradualmente. A centrífuga americana enriquece bem mais do que a brasileira. A diferença está no custo, que Othon ilustra assim: digamos que sejam necessárias 20 centrífugas brasileiras para produzir o que uma americana produz. Acontece que o custo de 20 brasileiras é menor que o de uma americana.

Em 1994, o Vice-Almirante Dr. Othon Pinheiro da Silva, com 55 anos, teve de deixar o projeto ao completar seu tempo de serviço militar ativo. Os detalhes desse projeto ainda são mantidos a sete chaves, sob pena de prisão pelo vazamento de segredos científicos.
O fato é que o desenvolvimento da tecnologia de ultracentrifugação de urânio é um marco de sucesso na história tecnológica do Brasil e o Dr. Othon teve um papel fundamental nisso guiado pelo lema do CTMSP: “Tecnologia Própria é Independência”.
Uma salva de palmas!

http://conhecerparadebater.blogspot.com.br/2011/10/quem-e-othon-luiz-pin...

http://jornalggn.com.br/noticia/a-prisao-do-pai-do-programa-nuclear-brasileiro