quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dilma determina redução do custo das obras nas estradas em 20%

 

“A presidente Dilma Rousseff determinou a redução em 20% , o que equivale a R$ 12 bilhões , no preço das obras rodoviárias a serem executadas pelo Dnit em todo o país. Isso significa a volta ao preço estabelecido no ano passado para as obras federais. A análise da reformulação dos projetos das estradas federais é a pauta da reunião que ela terá na quinta-feira (21) com o ministro Paulo Sérgio Passos e com o diretor de Infraestrutura Rodoviária, Hideraldo Caron – um dos sobreviventes, até agora, na direção do Dnit, mas cuja demissão é pedida pelo PR, que já perdeu o ministro Alfredo Nascimento e outros funcionários do ministério e do próprio Dnit.

Há 15 dias, numa reunião com o mesmo grupo no Palácio do Planalto, Dilma constatou que as obras para construção e reforma de estradas previstas no PAC I e II haviam subido mais de 20% . Isso coincidiu com as denúncias feitas pela imprensa de superfaturamento de preços de obras de estradas. Daí, a ordem dela de se fazer uma “faxina geral” no Ministério dos Transportes, o que já derrubou mais de uma dezena de altos funcionários do ministério e do Dnit.

- De forma muito objetiva e enérgica ela pediu a revisão do planejamento das obras – disse Caron.

Segundo ele, isso será feito com a redução das chamadas “obras de arte” nas estradas, como túneis, por exemplo. Ele disse que numa rodovia em que estariam previstos três túneis, seria feito apenas um e os outros dois ficariam para daqui a cinco anos, “quando o governo tiver mais dinheiro”.

Caron – que telefonou para registrar que não houve problemas com a BR 116, no Rio Grande do Sul, referindo-se a post anterior que tratava de obras no Estado em que Dilma morou – disse que a revisão dos projetos está sendo feita porque a presidente disse que a União não teria como bancar o aumento previsto nas obras. Anteriormente, o custo de todas as obras rodoviárias seria de cerca de R$ 60 bilhões e agora teria chegado a R$ 72 bilhões. Ele confirma que a BR 101 recebeu, de fato, centenas de aditivos, mas afirmou que isso “é absolutamente normal e previsto em lei”.

Ele voltou a negar o superfaturamento de obras rodoviárias no país e disse que os aditivos feitos em contratos são previstos em lei. Segundo ele, foi incluído no PAC um conjunto de obras rodoviárias selecionadas ainda no âmbito da crise de 2008, no conjunto de medidas anticíclicas para enfrentar a crise, e elas não tinham detalhamento do projeto – por isso, o preço estaria abaixo do que é hoje.

– Na minha diretoria, tenho hoje 1150 contratos de obras em todo o Brasil e isso custa algumas dezenas de bilhões – disse ele, lembrando que quando assumiu o Dnit em 2003, havia 63 obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União e um orçamento de R$ 2 bilhões; hoje, ele disse, o orçamento é de dezenas de bilhões e nenhuma obra está paralisada por determinação do TCU.

Caron evita falar na probabilidade de ser demitido, como informam fontes do Palácio do Planalto. Ele diz que tem muito o que trabalhar para entregar esse pedido de revisão do planejamento de obras à presidente Dilma, amanhã, e que não tem tempo para cuidar da pressão política para deixar o cargo. Segundo ele, até agora, ninguém falou sobre a possibilidade de se afastar da diretoria do Dnit.”

(Blog da Cristiana Lobo)

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