segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Agência Brasil: Segundo turno teve registro de 102 crimes eleitorais e 42 prisões

  Não houve prisão de candidatos às prefeituras

Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/10/2024 - 21:43
Brasília
São Paulo (SP) 06/10/2024 - Movimentação de eleitores na 1ª Zona Eleitoral no bairro da  Bela Vista,  EMEF Celson Leite Ribeiro Filho. Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil
© Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil
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As forças de segurança registraram pelo menos 102 crimes eleitorais em todo o país neste segundo turno das eleições municipais. A maior incidência foi o de boca de urna, com 34 ocorrências, sendo seis em São Paulo e cinco em Fortaleza. As ações de propaganda eleitoral irregular somaram 19 casos, sendo três na cidade de Paulista (PE), seguidos de 14 tentativas de compra de votos, com cinco ocorrências em Manaus. Ao todo, os crimes resultaram em 42 prisões de eleitores, sendo que oito foram a partir de auto de prisão em flagrante. 

Os dados foram divulgados em relatório do Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Dinheiro e armas

O ministério divulgou ainda que, como provas dos crimes, foram apreendidos R$ 12.059 em dinheiro, além de 4.464 materiais de campanha usados irregularmente. Também foram recolhidas duas armas nos locais de votação e os eleitores foram autuados por porte ilegal. Os dois casos ocorreram na cidade de São Paulo. 

Não houve prisão de candidatos às prefeituras neste domingo.

O Ministério da Justiça informou no relatório que foram empregados, nos 51 municípios em que houve segundo turno, um total de 45.967 profissionais de segurança, com uso de 6.507 viaturas, além de 26 embarcações e 13 aeronaves.

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Fonte:  https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2024-10/segundo-turno-teve-registro-de-102-crimes-eleitorais-e-42-prisoes

domingo, 20 de outubro de 2024

INTERNET DE GRAÇA PARA IDOSOS QUE TEM MAIS DE 60 ANOS! GOVERNO APROVOU I...

Brasil de Fato: Brasil registra 338 casos de violência política durante campanha eleitoral de 2024 e supera pleito presidencial entre Lula e Bolsonaro

 Desde 2019, pesquisadores da Unirio já sistematizaram 2.673 episódios de violência política em todo o país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O prefeito de Taboão da Serra (SP), José Aprígio da Silva (Podemos), foi vítima de um atentado a tiros nesta sexta-feira (18) - Reprodução

Ao menos 338 casos de violência política foram registrados no Brasil, contra lideranças políticas ou familiares, durante a campanha eleitoral de 2024. O dado foi apresentado em levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio), analisando o período de julho a setembro deste ano. 

A violência física foi a modalidade mais comum no período de análise, com 179 episódios. Em casos mais extremos, foram registradas 55 tentativas de homicídio e 33 assassinatos, em 20 estados, segundo os dados da Unirio.

Nessa modalidade se inclui o que ocorreu nesta sexta-feira (18), com o prefeito de Taboão da Serra (SP), José Aprígio da Silva (Podemos).

Silva, que é candidato a reeleição e disputa o segundo turno com o candidato do União Brasil, Engenheiro Daniel, foi vítima de um ataque a tiros quando estava dentro de um carro. O estado dele é estável, mas ele segue internado. 

A Polícia Civil de São Paulo investiga o que motivou o ataque. Neste sábado (19), ela diz ter localizado dois veículos usados no atentado. Um deles foi encontrado incendiado na cidade de Osasco. O outro veículo, um Fiat Siena, que foi usado na fuga dos criminosos, estava em uma residência também em Osasco. 

Casos de violência superam eleições anteriores

Estado mais populoso, São Paulo lidera o ranking com 58 episódios de violência entre julho e setembro deste ano, seguido pelo Rio de Janeiro, com 47 casos.

A pesquisa mostra que 267 vítimas eram lideranças políticas locais que concorriam no pleito municipal. Destaca ainda que 25 partidos foram atingidos. O União Brasil lidera com 41 episódios, seguido pelo PT e pelo MDB, com 39 e 37 casos, respectivamente.

O levantamento da Unirio, registrado no 19° Boletim do Observatório da Violência Política e Eleitoral, considera episódios de violência cometidos contra políticos com e sem mandato, o que inclui vereadores, prefeitos, governadores,  secretários, candidatos e ex-ocupantes de cargos públicos. Não são contabilizados episódios de violência contra eleitores.

Ao todo, desde 2019, o grupo já sistematizou 2.673 episódios em todo o país. Segundo os pesquisadores, a violência política durante a campanha eleitoral deste ano superou os números das eleições presidenciais de 2022, quando foram registrados 263 episódios. No pleito municipal de 2020, foram 235 casos.
 

Edição: Rodrigo Gomes

Fonte:  https://www.brasildefato.com.br/2024/10/19/brasil-tem-338-casos-de-violencia-politica-durante-campanha-eleitoral-de-2024-e-supera-pleito-presidencial-entre-lula-e-bolsonaro

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Sputnik Brasil: Dívida pública global pode ultrapassar US$ 100 trilhões até o fim de 2024, diz FMI



A dívida pública global deve ultrapassar US$ 100 trilhões até o fim do ano e crescer perto do produto interno bruto (PIB) global até 2030, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (15), pedindo às economias endividadas por um aperto fiscal.
"A dívida pública global é muito alta. Espera-se que exceda US$ 100 trilhões [cerca de R$ 559,6 trilhões] — 93% do PIB global — em 2024 e continue aumentando até o fim da década — aproximando-se de 100% do PIB até 2030", calculou o FMI em seu novo relatório Monitoramento Fiscal de outubro.

As projeções de dívida em risco para os próximos três anos em economias avançadas diminuíram ligeiramente desde o pico da pandemia de COVID-19 para 134%, enquanto em economias emergentes e em desenvolvimento aumentaram para 88% do PIB, segundo o relatório.

Embora o principal fator por trás da diferença na previsão entre grupos de países sejam as condições financeiras, ela também é motivada por um nível inicial mais alto de dívida em economias avançadas e grandes déficits primários em "economias sistemicamente importantes", como China e Estados Unidos, disse o FMI.
Em um "cenário extremamente adverso", a dívida global em risco é projetada para ser quase 20 pontos percentuais do PIB, maior do que a previsão de base, atingindo 115% do PIB em 2025, disse a agência financeira da ONU.
O FMI pediu aos países nos quais a dívida está projetada para continuar crescendo para apertar as políticas fiscais e diminuir a dívida, aproveitando as condições atuais, pois a inflação está desacelerando e os bancos centrais devem flexibilizar a política monetária. Isso se aplica particularmente ao Brasil, França, Itália, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos, de acordo com o relatório.
Fonte:  https://noticiabrasil.net.br/20241015/divida-publica-global-pode-ultrapassar-us-100-trilhoes-ate-o-fim-de-2024-diz-fmi-36927381.html

Bom dia 247: Haddad aponta PIB ainda maior e governo enquadra Enel (15/1...

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Wilson Gomes agora é colaborador deste Blog

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Wilson Gomes, é filho da cidade do Crato, nasceu no ano de 1967. Estudou na Escola Virgílio Távora; Colégio Estadual Wilson Gonçalves, onde concluiu o ensino médio; e Municipal Pedro Felício Cavalcante. Foi Escoteiro e Chefe de Grupo. Em 1987, criou o primeiro grupo de combate a incêndio da Flona Araripe. Se formou em radialista, em 1992. Com passagem profissional pelas rádios: Iracema, Progresso, Vale do Cariri, Verde Vale (Juazeiro do Norte). Cetama (Barbalha) e Araripe (Crato). Em 1999 se mudou para a cidade de Sobral, atuando como repórter esportivo e policial na Caiçara – sua primeira emissora, também foi operador de áudio. Depois atuou nas rádios; Educadora, Universitária, Sobral FM, Princesa FM, Líder FM, Tupinambá; e atualmente é apresentador do Programa Redação Plus, da Plus FM de Sobral. Atuou também como repórter: A Folha, O Noroeste, Correio da Semana e Sobral News, e correspondente do Diário do Nordeste. Como repórter fotográfico, atua nas Agências Estado (AE) e Futura Press. Casado com Gilca, é pai de dois filhos; Saymon Lukas e Brenda Maryanna. Administra Blog Wilson Gomes. Nas horas vagas é também serigrafista.


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

terça-feira, 8 de outubro de 2024

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O mundo está num beco sem saída?

 

Jacinto Pereira

    Israel continua sua tentativa de fazer do estado judeu uma grande nação  e está fazendo isto invadindo os países vizinhos. Até agora já tomou terras palestinas, terras sírias e terras libanesas. Mas o projeto judeu é tomar terras também do Iraque e outros. A sua ferocidade vem crescendo cada vez mais com o apoio das grandes potências ocidentais. Israel é um Estado marginal, atua à margem das leis internacionais, não respeitando a ONU e outros órgãos de governança global. Por enquanto só quem poderia conter esses ataques criminosos seria os países da OCX- Organização para a Cooperação de Xangai, que é um grupo de 11 nações poderosas da Ásia num pacto de defesa mútua como a OTAN. Nesse grupo se encontram potências nucleares como: Rússia, China, Índia e Paquistão. Mas por enquanto não estão pensando em embarcar nesses conflitos do Oriente Médio. Até porquê se entrarem, já seria um confronto direto com a OTAN e isso já seria também a terceira guerra mundial. Por enquanto Israel só encontra a resistências de grupos que lutam contra o sionismo e o imperialismo. Esses grupos, unidos, se denominam como Eixo da Resistência. Além do Hamas, fazem parte do eixo o Hezbollah, os Houthis e grupos armados xiitas . Esses atacam  Israel a partir do Iêmen, da Palestina, do Líbano do Irã e Iraque. O Irã já fez ataques diretos a Israel como vingança por atentados já cometidos por judeus à instalações e pessoas iranianas e fez como direito de resposta, como consta em documentos oficias da ONU. Israel já matou em ataques ao Hamas em Gaza e ao Hezbollah no Líbano, mais de quarenta mil pessoas, sendo a maioria absoluta de pessoas inocentes como: mulheres, crianças, médicos, enfermeiras, trabalhadores comuns, Imprensa e servidores da ONU. No momento as investidas mas pesadas dos judeus são em território libanês. O Brasil já retirou da Faixa de Gaza, várias centenas de brasileiros que residiam lá, agora a mobilização do governo Brasileiro é para retirar brasileiros residentes no Líbano que queiram sair das zonas de conflitos. Por enquanto as expectativas para o que vai acontecer a partir de agora. com a entrada por terra do exercito judeu no Líbano e os ataques com mísseis feitos pelo Irã em bases militares em território judeu, são totalmente imprevisíveis. É triste esta situação para a humanidade, ver toda essa escalada da violência entre povos e nações e não ter a quem pedir ajuda, já que o Conselho de Segurança da ONU não tem moral, nem força e nem isenção para resolver, pois quase todos os países que estão nesse conselho, estão envolvido nos conflitos.

domingo, 22 de setembro de 2024

Estou indignado com políticos bolsonaristas

 

  

Por Jacinto Pereira 


O que eu não tolero mesmo é bolsonaristas fazendo campanha prometendo melhorar a Educação e a Saúde nos municípios. Até parece que eles não conhecem os cortes de gastos do governo Bolsonaro nessas duas e em outras áreas. É lamentável o nível da ignorância política dos eleitores, alimentando seus algozes e se ferrando outra vez.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Pitacos sobre um mundo em movimento

 

   

Por Jacinto Pereira 

O mundo está em guerra pelo domínio da informática e da informação, principalmente das Big Techs. Por causa do avanço da China em todos da aspectos da inteligência artificial, ela virou o inimigo numero um dos EUA e o alvo principal de sua geopolítica e geoeconomia, tentando evitar que a China volte a ser a maior potência do mundo, o que ela já foi por mais de 700 anos.

   Os do G7 estão perdendo para o BRICS em volume e produção do petróleo, na quantidade de população e por conseguinte a quantidade de consumidores. 

   O BRICS, que já conta com mais de dez países, já tem mais de trinta na fila para entrar nesse grupo econômico. No encontro do grupo realizado em 2014 em Fortaleza, foi criado um banco, que hoje é muito conhecido como o Banco dos BRICS, que foi criado para ampliar o financiamento para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável no Brics e em outras economias emergentes. Muitos países que pretendem entrar para o grupo, já negociam com esse banco.

   O G7 está super endividado e as maiores reservas financeiras estão no BRICS, portanto as potências ocidentais estão perdendo para o Brics liderado pela China na chamada diplomacia financeira. Enquanto o G7 tenta manter o controle da geopolítica fazendo pressão econômica e ameaça militar, as potências do BRICS oferecem parceria econômica e financeira, principalmente com grandes investimentos em infraestrutura. 

   A África está se afastando das potências colonizadoras europeia e americanas e se aproximando das potências do BRICS. Estão vendo uma boa oportunidade de avançar em seu desenvolvido, inclusive com o Banco dos Brics oferecendo empréstimos com menos exigências do que acontece com o Banco mundial e FMI.

   A Europa está sobre forte pressão dos americanos para manter apoio numa guerra com a Ucrânia. Na verdade esta é uma guerra por procuração da OTAN contra a Rússia. Os americanos fizeram a Europa se sacrificar, deixando de usar óleo e gás barato da Rússia e sendo obrigados a comprar esses produtos mais caros de outras fontes ou contrabandeando petróleo e gás da própria Rússia por preços maiores. Por isso a Europa vem tendo muitas pioras econômicas para mandar dinheiro para manter essa guerra, além de ter que entregar suas armas para alimentar o conflito.  Na minha opinião a Rússia não perderá essa guerra, até porquê já superou os efeitos das sanções ocidentais e está com sua economia totalmente normalizada e voltada para Ásia, que de certa forma estão ajudando a fortalecer a economia russa sem depender do ocidente.

   O Oriente Médio está numa situação complicada porque o Ocidente liberado pelos EUA que tinham aquela região como sua reserva garantida de petróleo e viu o BRICS, através  da China e da Rússia, aumentando sua influência na região, inclusive trazendo alguns desses países grandes produtores de óleo e gás para o grupo. Com a entrada desses países que fazem parte da OPEP no BRICS, faz com que os EUA perda influência nesse órgão que controla o preço do ouro negro.

   Israel, que é uma base militar dos EUA dentro da comunidade muçulmana, com a função de evitar que eles se juntem e se fortaleçam, resolveu aumentar seu território eliminando os palestinos, e isso acontece desde que as potências europeias e americanas resolveram levar o povo judeu para habitar naquele território palestino. Por ter sido criado pelas maiores potências da época, eles se acham com poder e direito de não respeitar qualquer decisão de órgãos de governança global. Por isso invadem cada vez mais território dos palestinos e matam discriminadamente aquele povo sem receio de ser punido por esses crimes. Países da região que se solidarizam com os palestinos não podem enfrentar esta situação para acabar com essas matanças porque sabem que não iriam enfrentar só o estado judeu, mas sim os EUA, a Alemanha, a Inglaterra a França e mais o restante das potências ocidentais submissas aos americanos.

   América  Latina é uma comunidade de nações que recebem muitas influências do império americano do norte. A política imperialista é de tentar controlar as riquezas naturais e usam seu poder de pressão para atingir seus objetivos. Por exemplo: oferecendo aos países detentores de riquezas naturais, acordos que são bons para os imperialistas mas que dão muitos prejuízos para os povos desses países. Se isso não funcionar eles aplicam sanções econômicas e usam movimentos sociais para derrubar os governos constituídos, acusando os governantes de corruptos, desrespeitadores dos direitos humanos e ainda acusam de ditadores ou comunistas. Branco imperialistas se acham donos das riquezas e não admitem que trabalhadores ou povos considerados por eles como inferiores, tenham poder sobre grandes riquezas naturais. Exemplos de países que são perseguidos por não entregarem suas riquezas: Rússia, Irã, Líbia, Iraque, Venezuela e Bolívia. Esses brancos não chamam de ditador o presidente da Ucrânia que governa desde  dia 20 de maio sem cargo e não permite realização de eleição ou o presidente da França que perdeu as eleições para a esquerda mais não entregou o governo. Ultimamente a extrema direita vem crescendo muito na América do Sul e já ganhou eleições em alguns países como Brasil e Argentina. Essa extrema direita defende o neoliberalismo. Ou seja, defende o estado mínimo, a exclusão social, a concentração de renda, a privatização da educação e da saúde. São racistas e descriminam quem não defende as suas atitudes e isso gera violência determinadas categorias sociais. Atualmente esta região está sendo muito disputada pelos EUA juntamente com potências europeia e a China.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

A violência continua nadando de braçada no Brasil. Veja matéria da Agência Brasil

 

Violência matou mais de 15 mil jovens no Brasil nos últimos 3 anos

Maioria das vítimas era negra, homem e tinha de 15 a 19 anos

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De acordo com o levantamento, a taxa de mortes violentas para cada grupo de 100 mil negros até 19 anos é de 18,2, enquanto entre brancos a taxa é de 4,1 - Tomaz Silva/Agência Brasil

Nos últimos três anos, mais de 15 mil crianças e adolescentes até 19 anos foram mortos no Brasil de forma violenta. Nesse período, cresceu a proporção de mortes causadas por intervenção policial. As constatações fazem parte da segunda edição do relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, divulgado nesta terça-feira (13) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Foram registradas 4.803 mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes em 2021, 5.354 em 2022 e 4.944 em 2023.

"É um cenário estarrecedor. É realmente um absurdo que a gente perca 15 mil vidas de crianças e adolescentes em três anos", define a oficial de Proteção contra Violências do Unicef, Ana Carolina Fonseca.

No entanto, o total real de mortes no país tende a ser maior, uma vez que o estado da Bahia não forneceu dados relativos a 2021.

O levantamento traz dados de registros criminais como homicídio doloso (quando há intenção de matar), feminicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e mortes decorrente de intervenção policial - esteja ou não o agente em serviço. Também são coletadas informações referentes à violência sexual.

Para os pesquisadores, esse conjunto de dados é um indicador mais completo para tratar de violência letal a partir dos parâmetros da segurança pública. O FBSP é uma organização não governamental formada por profissionais da área de segurança, acadêmicos e representantes da sociedade civil.

Ana Carolina Fonseca explicou à Agência Brasil que, apesar de o estudo estar na segunda edição – a primeira inclui dados de 2016 a 2020 –, não há comparação direta entre eles. "A gente não fez essa comparação por haver muitas diferenças na forma como os dados são disponibilizados pelos estados", justifica.

Assim como outros tipos de violência que afetam a população brasileira independentemente de idade, a morte violenta de crianças e adolescentes atinge principalmente a população negra, composta por pretos e pardos.


Violência letal contra crianças e adolescentes no Brasil / Agência Brasil

Fator cor

De acordo com o levantamento, a taxa de mortes violentas para cada grupo de 100 mil negros até 19 anos é de 18,2, enquanto entre brancos a taxa é de 4,1. Isso equivale dizer que o risco de um adolescente negro, do sexo masculino, ser assassinado no Brasil é 4,4 vezes superior ao de um adolescente branco.

A oficial de Proteção contra Violências do Unicef aponta o racismo como "ponto importante" por trás desses dados.

"A gente está falando de uma população que é não é protegida como a branca. Existe uma ideia de que essa vida vale menos que outras", critica Ana Carolina.

"O desafio que se coloca é realmente de enfrentar o racismo, que está presente também na ação das forças policiais, na forma como serviços se estruturam para responder a essas mortes, tanto do ponto de vista da prevenção, quanto de investimento de apuração, responsabilizar por essas mortes", complementa a representante do Unicef.

Violência policial

Ao longo dos três anos abrangidos pelo relatório, fica constatado aumento na parcela de mortes de jovens causada por intervenção policial. As intervenções respondiam por 14% dos casos em 2021, proporção que subiu para 17,1% em 2022 e 18,6% em 2023. Isso representa quase uma em cada cinco mortes violentas.

Enquanto a taxa de letalidade provocada pelas polícias entre habitantes com idade superior a 19 anos é de 2,8 mortes por 100 mil, no grupo etário de 15 a 19 anos chega a 6 mortes por 100 mil habitantes, mais que o dobro (113,9%) da taxa verificada entre adultos.

"Infelizmente, as vidas jovens negras estão ainda na mira da ação policial", lamenta Ana Carolina.

Para os pesquisadores, uma política de redução de homicídios com foco em crianças e adolescentes precisa, em vários estados, necessariamente considerar "o controle do uso da força das polícias", de acordo com o relatório.

A oficial do Unicef ressalta que 18 unidades da Federação têm taxa de mortes de pessoas até 19 anos por ação da polícia inferior à média nacional (1,7 por 100 mil). Os maiores índices estão com Amapá (10,9), Bahia (7,4), Sergipe (3,7), Rio de Janeiro (3,1), Mato Grosso (2,9), Pará (2,5), Rio Grande do Norte (2,3) e Espírito Santo (1,9). Goiás não forneceu dados de mortes causadas por intervenção da polícia.

"A gente precisa olhar para o Brasil, entendendo as diferenças e buscar, justamente, esses locais onde esse uso da força está sendo feito de forma excessivamente letal, que destoa do restante do país", sugere Ana Carolina.

Violência urbana

O relatório indica que, entre os jovens com mais de 15 anos, as mortes totais no país são atreladas a características que sugerem envolvimento com violência armada urbana: mais da metade (62,3%) dos casos acontecem em via pública e por pessoas que a vítima não conhecia (81,5%).

Ao se comparar dados de vítimas dos sexos masculino e feminino, no universo de pessoas entre 10 e 19 anos, percebe-se que as meninas são mais vítimas de armas brancas e agressões do que meninos. Nos últimos três anos, em torno de 20% das vítimas do sexo feminino morreram por arma branca e 5%, em média, por agressão. Em relação aos indivíduos do sexo masculino, as armas brancas ficaram no patamar de 8% dos casos, e as agressões não chegam a 2%.

Já em relação ao autor do crime, entre as meninas, 69,8% eram conhecidos das vítimas. Quando se observam os dados das vítimas do sexo masculino, apenas 13,2% foram cometidos por conhecidos.

Violência infantil

Em outro recorte, de crianças até 9 anos, o perfil da violência letal é mais associado a contexto de maus-tratos e de violência doméstica, praticada contra essas crianças pelas pessoas mais próximas a elas, segundo a análise do Unicef. Em 2023, quase metade (44,6%) acontece em casa e 82,1% são cometidos por pessoas conhecidas da criança.

Os analistas do Unicef e do FNSP fazem recomendações de políticas de segurança que podem ajudar o país a combater a violência contra a criança e o adolescente. Entre as orientações estão o controle do uso da força pelas polícias, controle do uso de armamento bélico por civis, enfrentamento do racismo estrutural e melhoria nos sistemas de monitoramento e registros de casos de violência.

"A importância de estudos como esse é conseguir entender a dinâmica da violência contra cada grupo e entender que cada vida importa. A gente precisa ser capaz de construir uma resposta efetiva que enxergue cada menino e cada menina", avalia a representante do Unicef.

Edição: Juliana Andrade

Fonte:  https://www.brasildefato.com.br/2024/08/13/violencia-matou-mais-de-15-mil-jovens-no-brasil-nos-ultimos-3-anos