sexta-feira, 4 de agosto de 2023

MP abre investigação contra fim dos livros nas escolas públicas no governo de Tarcísio

Tarcísio de Freitas decidiu não aderir ao Programa Nacional do Livro Didático e quer disponibilizar somente livros digitais nas escolas estaduais a partir do 6º ano

Tarcísio de Freitas e Renato Feder
Tarcísio de Freitas e Renato Feder (Foto: Divulgação)

247 - O Ministério Público de São Paulo iniciou uma investigação para analisar a decisão do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) de introduzir somente livros digitais, em vez dos impressos, nas escolas estaduais a partir do 6º ano. A promotora Fernanda Peixoto Cassiano instaurou o inquérito, levantando dúvidas sobre a renúncia de aproximadamente R$ 120 milhões provenientes do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), informa a Folha de S. Paulo. Pela primeira vez, o estado de São Paulo ficará de fora desse programa que utiliza verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (MEC) para adquirir livros didáticos. >>> Secretário que vai acabar com livros nas escolas paulistas foi sócio de empresa de equipamentos eletrônicos

Em um ofício endereçado à Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, a promotora questionou a responsabilidade do governo na elaboração do material didático e exigiu informações detalhadas sobre os indivíduos e empresas encarregados dessa tarefa, bem como os custos envolvidos. Ela também expressou preocupação quanto ao possível impacto na diversidade de ideias pedagógicas, bem como nas características sociais, regionais e culturais, levantando indagações sobre a decisão.

Fernanda Cassiano também solicitou esclarecimentos sobre as implicações educacionais da transição para obras exclusivamente digitais, bem como os riscos associados ao excesso de exposição à tecnologia durante a infância e adolescência. Referenciando um relatório da UNESCO sobre esse assunto, ela sugeriu um adiamento da implementação da medida, a fim de aprofundar o debate. O governo tem um prazo de dez dias para responder aos questionamentos, e a promotora mencionou a possibilidade de tomar medidas legais se necessário. >>> "Delírio", diz Nicolelis sobre decisão do governo de São Paulo de tirar livros das escolas

A Secretaria de Educação de São Paulo, ao ser contatada, informou que ainda não recebeu oficialmente a notificação e que responderá aos esclarecimentos requeridos assim que a receber.

A administração estadual de São Paulo optou por não aderir ao PNLD para o ensino fundamental 2 (do 6º ao 9º ano) e anunciou planos semelhantes para o ensino médio. A partir de 2024, os estudantes das escolas estaduais a partir do 6º ano do ensino fundamental utilizarão exclusivamente livros digitais produzidos pela Secretaria de Educação. A medida tem sido alvo de críticas intensas por parte de educadores, que questionam tanto o abandono dos livros impressos quanto o controle do conteúdo pelo governo, argumentando que isso ameaça a diversidade de ideias no ensino.

Especialistas também expressaram preocupação de que os livros digitais podem não promover a retenção de conhecimento da mesma maneira que os impressos, além de aumentar o tempo de exposição de crianças e adolescentes às telas. Além disso, a falta de acesso à internet e computadores em parte da população de São Paulo é uma preocupação relevante. Renato Feder mencionou que as escolas poderiam imprimir os livros para estudantes que necessitassem dessa opção, porém, essa abordagem é complexa, considerando a escassez de papel e impressoras em muitas instituições de ensino, resultando frequentemente na perda das páginas avulsas.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/mp-abre-investigacao-contra-fim-dos-livros-nas-escolas-publicas-no-governo-de-tarcisio

 

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Após ação da PM de São Paulo, ONU pede investigação sobre chacinas policiais no Brasil: 'semana mais sangrenta em anos'

Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos disse estar "profundamente chocado" com as 45 mortes decorrentes das últimas incursões policiais em São Paulo e Bahia

Tarcísio de Freitas
Tarcísio de Freitas (Foto: GOV SP | Divulgação | Divulgação/GOV SP)

247 - O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos disse estar "profundamente chocado" com o aumento da violência policial no Brasil nos últimos dias, e pediu a realização de investigações imparciais para apurar as denúncias de assassinatos, torturas e violações aos direitos humanos no que qualificou como “uma das semanas mais sangrentas em muitos anos” no Brasil, com destaque para as operações realizadas em São Paulo e na Bahia. Segundo a entidade, foram pelo menos 45 mortes.

“Estamos profundamente chocados com o alto número de assassinatos ocorridos na semana passada no Brasil, onde pelo menos 45 pessoas foram mortas em diferentes partes do país durante operações policiais supostamente destinadas a combater o tráfico de drogas e o crime organizado”, disse a porta-voz da entidade, Marta Hurtado, de acordo com a coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL. "Esses números fazem desta uma das semanas mais sangrentas em muitos anos", ressaltou. >>> Moradores do Guarujá denunciam execuções aleatórias na chacina cometida pela PM de Tarcísio em São Paulo

Ainda segundo a reportagem, Hurtado observou que "nos últimos anos, as mortes em geral em operações policiais no Brasil diminuíram até certo ponto, mas as mortes de brasileiros afrodescendentes nas mãos da polícia aumentaram - a lacuna já existente está aumentando ainda mais".

No comunicado, a ONU solicita que as autoridades "conduzam uma investigação independente, completa e imparcial sobre todas essas mortes, de acordo com as normas internacionais de direitos humanos, e que todos os responsáveis sejam responsabilizados", além de afirmar que “esses novos casos reforçam a necessidade urgente de desenvolver e implementar políticas e práticas adequadas para evitar violações de direitos humanos durante operações policiais". >>> Chacina do Guarujá: Defensoria pede que PMs sejam afastados das ruas

Na semana passada, a ONU entregou ao governo brasileiro um relatório e um alerta sobre a grave situação da violência policial no país, quatro dias antes da operação policial no Guarujá (SP). O Comitê de Direitos Humanos da ONU, responsável pelo documento, apresentou um diagnóstico da situação nacional e recomendou ações para combater a impunidade entre os agentes envolvidos em casos de abuso de força.

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/apos-acao-da-pm-de-sao-paulo-onu-pede-investigacao-sobre-chacinas-policiais-no-brasil-semana-mais-sangrenta-em-anos

 

Saiba quem é o homem preso e apontado pela PF como o "maior devastador da Amazônia"

Empresário foi preso pela PF na região de Novo Progresso (PA) e os agentes apreenderam ouro bruto e uma arma ilegal em poder do suspeito

Agentes da Polícia Federal durante a Operação Retomada, no Pará
Agentes da Polícia Federal durante a Operação Retomada, no Pará (Foto: Divulgação/PF)

247 - Na manhã desta quinta-feira (3/8), a Polícia Federal efetuou a prisão em flagrante do empresário Bruno Heller, apontado como o principal responsável pela devastação de vastas áreas da floresta amazônica. A operação intitulada "Retomada" resultou na apreensão de ouro bruto e uma arma ilegal durante a abordagem. O suspeito, segundo o Metrópoles, foi localizado pelos investigadores na região de Novo Progresso (PA) e conduzido ao sistema prisional em Itaituba (PA), onde ficará à disposição da Justiça.

Segundo as investigações conduzidas pela Polícia Federal, Bruno Heller liderava um esquema de invasão de terras da União e desmatamento para criação de gado na região amazônica. Estima-se que ele tenha devastado uma área equivalente a quatro vezes o tamanho das Ilhas de Fernando de Noronha (PE). Além da prisão do acusado, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos municípios de Novo Progresso (PA) e Sinop (MT).

A ação da PF foi motivada após a identificação de um grande desmatamento, totalizando quase 6 mil hectares, na região do município de Novo Progresso (PA). De acordo com o inquérito policial, o grupo criminoso liderado por Heller fraudava Cadastros Ambientais Rurais, transferindo a posse de áreas próximas para terceiros, especialmente familiares, que posteriormente eram desmatadas para criação de gado. Dessa forma, os verdadeiros responsáveis pelas atividades ilegais tentavam se resguardar de processos criminais e administrativos, desviando a responsabilidade para os participantes sem patrimônio. >>> PF deflagra operação contra suspeito de ser o maior devastador do bioma amazônico já investigado

As ações de desmatamento e invasão de terras da União resultaram na apropriação ilegal de mais de 21 mil hectares. Além disso, os danos ambientais se estendem a mais de 6.500 hectares de floresta, afetando áreas circundantes de terras indígenas e unidades de conservação. O empresário Bruno Heller já possui um histórico de 11 autuações e seis embargos do Ibama por irregularidades ambientais, e perícias realizadas pela Polícia Federal indicam danos ambientais em suas atividades também na Terra Indígena Baú.

A Justiça determinou, além da prisão, o bloqueio de R$ 116 milhões, valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e da recuperação da área atingida. Também foram realizados o sequestro de veículos, de 16 fazendas e imóveis, e a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado.

A operação "Retomada" representa mais um esforço no combate à devastação da Amazônia e à criminalidade ambiental na região. A Polícia Federal continua empenhada em coibir essas práticas ilegais, visando a proteção do meio ambiente e a preservação da maior floresta tropical do mundo.

Fonte:  https://www.brasil247.com/meioambiente/saiba-quem-e-o-homem-preso-e-apontado-pela-pf-como-o-maior-devastador-da-amazonia

 

Moradores do Guarujá denunciam execuções aleatórias na chacina cometida pela PM de Tarcísio em São Paulo

 

Barbárie policial foi condenada por ativistas de direitos humanos

Tarcísio de Freitas
Tarcísio de Freitas (Foto: ABR)

Agência Brasil – Moradores de bairros onde ocorreram as mortes decorrentes da Operação Escudo, da Polícia Militar (PM), na cidade de Guarujá, no litoral paulista, relataram que policiais executaram aleatoriamente pessoas identificadas como egressas do sistema prisional ou com passagem pela polícia.

Os relatos foram colhidos nesta quarta-feira (2), no Guarujá, pela comissão formada pelos deputados estaduais paulistas Eduardo Suplicy e Paulo Batista dos Reis, ambos do PT; Mônica Seixas, Ediane Maria e Paula Nunes, do PSOL, além de representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), da Defensoria Pública estadual, da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Secretaria estadual de Justiça e Cidadania. 

“O que a gente ouviu de vítimas, nem posso chamá-las de testemunhas, porque elas foram todas vítimas, foi [que houve] abordagens sistemáticas, contínuas, de pessoas dentro de casa, na rua, [de] policiais entrando na casa das pessoas sem mandado judicial, sem nenhuma justificativa, e fazendo chamado a quem era egresso do sistema prisional ou que tivesse passagem pela polícia”, disse a deputada Mônica Seixas, integrante da comissão. “E, de forma aleatória, algumas pessoas com passagem pela polícia foram executadas. Um pai com um filho no colo foi executado. Jovens foram espancados. Alguns foram colocados na viatura e levados para serem mortos em outras comunidades. Foi isso que a gente ouviu”, afirmou Mônica.

No último dia 27, o soldado Patrick Bastos Reis, pertencente à equipe das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), foi baleado e morto no Guarujá. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado, Reis foi atingido durante patrulhamento em uma comunidade. O PM foi atingido por um disparo de calibre 9 milímetros (mm). 

Após o assassinato do policial, o estado deu início, na Baixada Santista, à Operação Escudo, que, até o momento, resultou na morte de pelo menos 14 pessoas, conforme informou na terça-feira (1º) o governador Tarcísio Freitas.  

“O que a gente está ouvindo aqui é que nenhuma dessas mortes tem relação com o assassinato do PM Patrick. Esta é a primeira grande pergunta: se o estado identificou e prendeu os suspeitos de serem os assassinos do Patrick, por que a operação continua? Qual é a relação das pessoas assassinadas, das pessoas mortas, com a morte do Patrick?”, questionou Mônica Seixas.  

A parlamentar responsabilizou o governo do estado pelas mortes e ressaltou que a Operação Escudo está trazendo insegurança e violência a Guarujá. Segundo a deputada, a investigação da morte do policial precisa ter inteligência e técnica, "mas não é aceitável que a morte de um policial seja justificativa para execuções aleatórias”. 

“O que a gente escutou aqui é que estão ocorrendo batidas policiais, revistas, invasão de casas, checagem de documentos das pessoas. Quando identificadas como egressas do sistema prisional, algumas pessoas foram executadas de forma aleatória”, reforçou Mônica Seixas.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que a operação da Polícia Militar ocorreu de acordo com a lei e que eventuais desvios serão apurados.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/moradores-do-guaruja-denunciam-execucoes-aleatorias-na-chacina-cometida-pela-pm-de-tarcisio-em-sao-paulo

Cantor é preso suspeito de comandar esquema de tráfico de drogas no litoral

Ele é acusado de fazer a gestão de terrenos para plantações de maconha

247 - O vocalista da banda Aliados e ex-atleta de ginástica olímpica foi  acordado por agentes e preso em flagrante por tráfico de drogas e associação ao tráfico em Santos, no litoral de São Paulo. Gustavo Fildzz é acusado de fazer a gestão de terrenos para plantações de maconha, em Praia Grande. 

Segundo a Polícia Civil, os dois imóveis eram alugados para o cultivo da planta. Em cada endereço, havia mais de 50 pés, além de brotos e plantas em crescimento. O cantor disse que a maconha era para consumo próprio.

 

PF deflagra operação contra suspeito de ser o maior devastador do bioma amazônico já investigado

 

Operação Retomada cumpre mandados contra homem e familiares suspeitos de invadir mais de 20 mil hectares de Floresta Amazônica

(Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Secom/Polícia Federal - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (3/8) a Operação Retomada, com o objetivo de investigar um esquema de invasão de terras da União e desmatamento para criação de gado na Floresta Amazônica. A PF cumpre três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, nos municípios de Novo Progresso/PA e Sinop/MT.

As investigações tiveram início após a identificação, pela PF em Santarém/PA, do desmatamento de quase seis mil hectares na região do município de Novo Progresso. O inquérito policial aponta que o grupo criminoso realizaria o cadastro fraudulento junto ao Cadastro Ambiental Rural de áreas próximas as suas em nome de terceiros, principalmente de parentes. Em seguida, desmatariam tais áreas e as destinariam para criação de gado. Assim, os verdadeiros responsáveis pela exploração das atividades se sentiriam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos, os quais seriam direcionados aos participantes sem patrimônio.

Até o momento, o inquérito policial identificou que o suspeito e seu grupo teriam se apossado de mais de 21 mil hectares de terras da União. Além disso, já foram constatados o desmatamento de mais de 6.500 hectares de floresta, o equivalente a quase quatro Ilhas de Fernando de Noronha/PE, com indícios de um único autor ser o responsável pela destruição ambiental. Os danos ambientais são agravados pela ocupação de áreas circundantes a terras indígenas e unidades de conservação.

O suspeito líder do grupo já recebeu 11 autuações e seis embargos do IBAMA por irregularidades, e perícias da PF indicam a existência de danos ambientais ocasionados por suas atividades também na Terra Indígena Baú.

Além da expedição dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e de recuperação da área atingida, e o sequestro de veículos, de 16 fazendas e imóveis e da indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado. As investigações seguem em andamento.

Fonte:  https://www.brasil247.com/meioambiente/pf-deflagra-operacao-contra-suspeito-de-ser-o-maior-devastador-do-bioma-amazonico-ja-investigado

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

O mundo como ele é: África em chamas (02.08.23)

Jovem inocente assassinado pela PM de Tarcísio trabalhava em quiosque na praia do Guarujá

Filipe do Nascimento, 22, saiu de casa para ir ao supermercado. Outra vítima, Felipe Vieira Nunes, 30, foi torturado e morto por policiais, segundo relatos

Filipe do Nascimento e Tarcísio de Freitas
Filipe do Nascimento e Tarcísio de Freitas (Foto: Reprodução | Divulgação/SSP-SP | Agência Brasil)

247 - No bairro de Morrinhos, situado no litoral do Guarujá, moradores estão consternados com a chacina que vitimou Filipe do Nascimento, de 22 anos, um vendedor que trabalhava em um quiosque da praia das Astúrias. Segundo relatos, Filipe foi morto na noite de segunda-feira (31) enquanto saía para realizar suas compras em um supermercado próximo. Ele foi vítima da operação da Polícia Militar de São Paulo, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) denominada "Escudo". >>> Com governo Tarcísio, PM de São Paulo retoma alta de mortes. Baixada Santista lidera fora da capital

A esposa de Filipe, que preferiu não se identificar, compartilhou com o UOL os momentos angustiantes que seguiram a partida do marido. Ela conta que ele saiu por volta das 20h, carregando consigo seu cartão e algum dinheiro, com o objetivo de realizar compras rotineiras. Pouco tempo após sua saída, os moradores escutaram disparos vindos do loteamento Morrinhos 4, parte integrante do bairro. A esposa afirma: "ele saiu com meu cartão e algum dinheiro no bolso para fazer compras".

A mulher relata que, ao ouvir os tiros, saiu apressadamente de casa com seus filhos pequenos, de 2 e 7 anos. Nesse momento, ela se deparou com um policial, que a abordou de forma abrupta, chegando a lançar sua bicicleta no mangue. Ela narra com pesar: "moro em uma casa de madeira. Na hora dos disparos, fiquei indecisa entre deitar-me ou correr com as crianças nos braços". O policial ordenou: "para dentro, para dentro [de casa]. Está ocorrendo uma operação policial". >>> Tarcisio age como fora da lei ao defender chacina e "polícia não é milícia", aponta Estadão, em editorial

Desesperada, a esposa relata ter avistado dois corpos próximos à sua residência e questionou os policiais sobre a identidade das vítimas, em busca de notícias de Filipe. Mostrando-lhes fotos do marido, teria obtido a resposta de que ele não estava entre os falecidos. Encaminhada à delegacia, a mulher repetiu o processo, sendo orientada a comparecer ao Instituto Médico Legal (IML) da Praia Grande. "Não faz sentido meu marido sair às 20h e até as 2h não dar sinais de vida", lamentou. O reconhecimento do corpo se deu por meio das impressões digitais, na manhã seguinte.

O jovem era um vendedor ambulante que atuava em quiosques de praia havia três anos. O proprietário de um estabelecimento onde ele trabalhava relembrou: "trabalhou quase três anos na praia. A cada temporada, trabalhávamos juntos e essa convivência nos aproximou".

Além de Filipe, outra vítima, Felipe Vieira Nunes, 30 anos, também perdeu a vida durante a operação Escudo. Segundo familiares, Felipe saiu de casa para comprar cigarros e alimentos, mas foi interceptado por policiais em uma rua próxima. Relatos dos moradores afirmam que ele foi arrastado para um barraco, onde sofreu tortura e pôde ser ouvido implorando por ajuda.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) não quis se ronunciar osbre o caso.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/jovem-inocente-assassinado-pela-pm-de-tarcisio-trabalhava-em-quiosque-na-praia-do-guaruja

 

Por determinação de Moraes, PF apreende passaporte, armas, dinheiro e objetos de valor de Zambelli

Deputada bolsonarista está no centro de uma investigação sobre a inserção de alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Monitoramentos

Carla Zambelli e Alexandre de Moraes
Carla Zambelli e Alexandre de Moraes (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | Carlos Moura/SCO/STF)

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal, durante operação que ocorreu na manhã desta quarta-feira (2), apreendesse diversos itens da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), incluindo documentos que pudessem contribuir para as investigações. A deputada está no centro de uma apuração sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP).

A ação desta quarta-feira teve como objetivo aprofundar a investigação sobre a possível participação de Zambelli no esquema de documentos falsificados. Entre as determinações proferidas por Moraes, destaca-se a apreensão de armas, munições, aparelhos eletrônicos, passaporte, dinheiro e objetos de valor, desde que superem o montante de R$ 10 mil. A origem legítima desses bens deve ser cabalmente comprovada, caso contrário, a apreensão é autorizada, explica o g1. >>> PL já prevê a cassação do mandato de Zambelli, alvo de operação da PF

A investigação indica que os mandados falsos de prisão e soltura foram introduzidos de maneira ilegal nos sistemas do Judiciário, após uma invasão que utilizou credenciais obtidas de forma ilícita. O grupo por trás dessas ações conseguiu acesso remoto aos bancos de dados, mas tal acesso foi bloqueado após a descoberta, e medidas foram adotadas para prevenir futuras invasões.

A PF afirma que os atos sob investigação podem configurar crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A defesa de Walter Delgatti Neto, hacker da Vaza Jato, que também está envolvido no caso, confirmou sua prisão e afirmou que não teve acesso à decisão judicial. Enquanto isso, a defesa de Carla Zambelli emitiu uma declaração, admitindo as buscas realizadas em seus endereços e rejeitando quaisquer irregularidades por parte da deputada. Zambelli ressaltou sua disposição em cooperar com as autoridades e expressou confiança na conclusão das investigações para provar sua inocência.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/por-determinacao-de-moraes-pf-apreende-passaporte-armas-dinheiro-e-objetos-de-valor-de-zambelli

 

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Chacina policial deixa pelo menos dez mortos no Guarujá e polícia ameaça matar 60 pessoas

Além das mortes, houve relatos de moradores sobre tortura e execução; governador Tarcísio defendeu a operação

Palácio dos Bandeirantes e Tarcísio de Freitas
Palácio dos Bandeirantes e Tarcísio de Freitas (Foto: GOV-SP)

247 – Desde o início da megaoperação das forças de segurança na Baixada Santista, na última sexta-feira (28), a cidade de Guarujá, no litoral paulista, registrou ao menos dez mortes em decorrência de intervenção policial, de acordo com informações da Ouvidoria das Polícias, segundo informa o jornalista Tulio Kruse, da Folha de S. Paulo. Essa ação foi uma resposta ao assassinato de um soldado da Rota, ocorrido na mesma cidade na última quinta-feira (27), o qual gerou comoção entre os policiais. O responsável pelo disparo que resultou na morte do soldado foi detido no domingo, em São Paulo, conforme anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em seu perfil no Twitter, que defendeu a operação.

As vítimas fatais ainda não tiveram seus nomes oficialmente divulgados, mas o ouvidor Cláudio Aparecido da Silva ressaltou que o número de mortos pode chegar a 12. Além das mortes, houve relatos de moradores sobre tortura e execução de, pelo menos, um homem pelas mãos de policiais militares, bem como uma ameaça de que 60 pessoas seriam mortas em comunidades da cidade. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que todas as denúncias serão investigadas, mas até o momento não foram constatados abusos policiais.

A megaoperação, denominada Operação Escudo, tem duração prevista de um mês e mobiliza agentes de todos os 15 batalhões de operações especiais do estado, totalizando cerca de 3.000 policiais militares, além de pelotões do Choque e efetivo local. Entre as vítimas está um vendedor ambulante, Felipe Vieira Nunes, de 30 anos, morto com nove tiros na última sexta-feira. Relatos de moradores apontaram indícios de tortura antes de sua morte. A família de Nunes informou que ele tinha sido alertado pela polícia sobre a possibilidade de ser morto devido a passagens criminais anteriores.

Órgãos de direitos humanos, como a Ouvidoria das Polícias, a Defensoria Pública estadual, a comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa e o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, estão investigando as denúncias de abusos cometidos pela PM em Guarujá. Denúncias incluem relatos de moradores aterrorizados, favelas sitiadas pela polícia e invasões de casas com o uso de máscaras por parte dos policiais. A SSP ressaltou que a operação segue os protocolos da corporação e destacou que quatro suspeitos envolvidos no assassinato de um policial já foram detidos.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/chacina-policial-deixa-pelo-menos-dez-mortos-no-guaruja-e-policia-ameaca-matar-60-pessoas

 

Eduardo Bolsonaro pagou funcionário argentino que mentiu sobre urnas

Eduardo Bolsonaro pagou funcionário argentino que mentiu sobre urnas

Funcionário do Derecha Diario acompanhou Eduardo em visita à Argentina “patrocinada” pelo dono do site durante campanha



Por Alice Maciel, Juliana Dal Piva e Laura Scofield, Agência Pública - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário do consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça Eleitoral. O funcionário também o acompanhou quando este esteve em Buenos Aires no dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo turno das eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo, segundo seu site, La Derecha Diario. 

Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada por isso.

Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem, pode configurar abuso de poder político.

É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no continente. 

Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição. Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 3.900 pelo serviço.

Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”. 

Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem, reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. 

“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fazer a live. 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário do consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça Eleitoral. O funcionário também o acompanhou quando este esteve em Buenos Aires no dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo turno das eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo, segundo seu site, La Derecha Diario. 

Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada por isso.

Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem, pode configurar abuso de poder político.

É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no continente. 

Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição. Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 3.900 pelo serviço.

Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”. 

Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem, reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. 

“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fazer a live. 

Ele disse que foi procurado por um amigo “que é um estudioso do Brasil e fanático por Bolsonaro”, que teria desconfiado de erros na contagem da votação. “Nem os militares nem ninguém do partido entrou em contato comigo antes da live. Eu não conseguia nem falar com Eduardo”, ressaltou, mesmo que semanas antes eles estivessem juntos. 

De acordo com documentos obtidos pela Pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a ida de Eduardo Bolsonaro para a Argentina contou com apoio institucional do Itamaraty e da Câmara dos Deputados. Mas o parlamentar nunca informou publicamente o caráter oficial da viagem nem quem foi encontrar no país vizinho. 

Esses dados não constam também em sua prestação de contas no portal da transparência da Câmara. Segundo a assessoria de imprensa, a viagem não foi paga pela Casa e teria como objetivo “fortalecer os laços para alcançar um crescimento econômico sustentado na Região”.

De acordo com as regras do Legislativo federal, os deputados viajam em missão oficial “para o cumprimento de deveres inerentes ao mandato”. No entanto, a agenda de Eduardo Bolsonaro na capital argentina, organizada pela equipe de Fernando Cerimedo, cumpriu objetivos estritamente eleitoreiros, tendo se reunido com figuras da extrema direita argentina e produzido vídeos a favor do seu pai para postar nas redes. 

Para a presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-MG, Isabela Damasceno, o episódio pode configurar abuso de poder político, “tendo em vista que o cargo eletivo fora utilizado, inclusive com comunicado oficial que o deputado/agente público estava em missão institucional”, ressaltou. “Quando manifestamente não são localizados o evento e os atos a serviço do país que o deputado deveria ter realizado, se mostra ficcional a missão institucional, sendo nítido o desvio de finalidade”, acrescentou. 

De acordo com o advogado Marcelo Weick, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), além de abuso de poder político, o caso pode configurar improbidade administrativa, uma vez que houve uso da máquina pública.

Disseminador de fake news

Disseminar fake news faz parte do trabalho de Fernando Cerimedo, segundo apurou o consórcio de veículos. E, para tal, o site de notícias La Derecha Diario, seu principal canal, é um caminho. 

Além do La Derecha Diario, Cerimedo diz possuir outros 35 pequenos meios digitais. Em quatro anos, ele teve uma carreira meteórica: montou um grupo empresarial com sede em Buenos Aires, integrado por uma empresa de segurança privada, uma academia que oferece cursos sobre marketing digital – que diz ter parcerias com TikTok, Google, Meta e Twitter – e uma agência de publicidade, a Numen Publicidad. 

Porém, em retorno, o Tiktok afirmou que “não existe parceria com essa empresa” e o Google disse que não encontrou “registro da empresa mencionada em nosso diretório de Google Partners”. Twitter e Meta não responderam. 

Em seu site, a Numen Publicidad informa que utiliza “recursos tecnológicos exclusivos para posicionamento e comunicação de candidatos e governos, gestão e leitura da opinião pública”, e Cerimedo admitiu em entrevista ao consórcio que possui “um monte de trolls”. De acordo com ele, as contas falsas nas redes sociais não são utilizadas para atacar adversários, mas para enganar algoritmos e, assim, dar um melhor posicionamento às mensagens de seus clientes.

Porém, isso também é proibido pelas redes. Tanto os termos de uso do Twitter quanto os do Facebook banem “comportamento coordenado inautêntico” para amplificar ou suprimir informações artificialmente. 

Ainda de acordo com o site da Numen Publicidad, a empresa já prestou consultoria política para 50 campanhas eleitorais na América Latina e Estados Unidos e possui escritórios em Buenos Aires, Santiago (Chile) e São Paulo. Entretanto, Cerimedo disse em entrevista que não possui escritório nem clientes no Brasil e que sua relação com Eduardo Bolsonaro é apenas de amizade.

 investigação transnacional identificou que o consultor político utilizou na Argentina e no Chile estratégias semelhantes às usadas no Brasil. 

No Chile, por exemplo, Cerimedo atuou pela rejeição da nova Constituição proposta pelo governo de Gabriel Boric. Sua agência de publicidade publicou dados apontando uma menor diferença entre as pessoas que aprovavam e rejeitavam a realização de um plebiscito do que outros estudos – que se mostraram corretos. 

Após a derrota da consulta sobre o novo texto constitucional dois anos depois, o La Derecha Diario divulgou uma reportagem alegando que Boric teve um “colapso nervoso”. Uma análise das redes sociais detectou que a hashtag #Boricinternado já estava em movimento minutos antes de a notícia ter sido publicada no site, o que pode ser um indício do uso de trolls.

O veículo de Cerimedo espalhou também informações falsas sobre o atentado ocorrido em 1o de setembro do ano passado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Apesar de as mentiras publicadas no La Derecha Diario terem sido desbancadas por diversos sites de checagem, o consultor nega ser um produtor de fake news. “Chamar-nos de desinformadores em série por duas ou três bobagens é a única maneira que eles têm de nos atingir. Sou contra as fake news”, afirmou. “La Derecha Diario é o único dos meus veículos que faz travessuras”, ameniza.

Viagem “patrocinada” por Cerimedo

O consultor político argentino foi o anfitrião de Eduardo Bolsonaro em Buenos Aires, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. 

O deputado desembarcou na capital argentina em 12 de outubro, onde ficou até o dia 15, duas semanas antes do pleito. Durante esse período, Eduardo se encontrou com lideranças da extrema direita do país, deu entrevistas para veículos locais e gravou quatro vídeos para a campanha do pai. Tudo foi registrado pelo La Derecha Diario.

As imagens gravadas em Buenos Aires mostram Eduardo Bolsonaro entrevistando pessoas nas ruas da cidade, que reclamam da inflação e mandam mensagens a favor da reeleição de Jair Bolsonaro. O objetivo era convencer eleitores indecisos de que, se Lula fosse eleito, o Brasil entraria numa crise econômica semelhante à da Argentina, país que fechou 2022 com 94,8% de inflação. O presidente do país vizinho, Alberto Fernández, é aliado do petista. 

“Como seria no Brasil se o presidente fosse do PT? Seria semelhante à Argentina”, escreveu o deputado na legenda de um dos registros da viagem, compartilhado em seu Instagram em 27 de outubro. Outros vídeos com teor semelhante já haviam sido compartilhados pelo parlamentar em suas redes sociais nos dias 13, 15 e 16, assim como nas redes do La Derecha Diario. 

A viagem de Eduardo Bolsonaro foi comunicada em um ofício enviado em 10 de outubro pela Secretaria de Estado das Relações Exteriores (Sere) à embaixada do Brasil na Argentina. Ainda de acordo com a Sere, a viagem havia sido informada pela Secretaria de Relações Internacionais da Câmara. Publicamente, porém, a informação sobre a “missão oficial” foi omitida. Classificado como “urgentíssimo”, o documento informava a missão oficial do filho do então presidente Jair Bolsonaro a Buenos Aires “para participar do evento Ciclo de Atividades para Difusão das Ideias de Liberdade”, no período de 12 a 15 de outubro.

A agenda do parlamentar na cidade foi amplamente divulgada no La Derecha Diario. O portal noticiou que Eduardo Bolsonaro se reuniu na noite de 13 de outubro com lideranças de direita argentina, “com o objetivo de consolidar os diferentes espaços da direita e conseguir apoio comum para o líder máximo da direita na região: Jair Bolsonaro”. O encontro foi organizado por Fernando Cerimedo e sua esposa, Natalia Basil, diretora do Madero Media, segundo o portal. 

Em seu último dia na Argentina, o parlamentar tomou um café da manhã privado com o deputado e atual candidato à presidência do país, Javier Milei, a deputada Victoria Villarruel e com Giovanni Larosa. Segundo o La Derecha Diario, “eles falaram sobre a importância de a direita estar conectada a nível regional e como é vital que Bolsonaro seja reeleito”.

Ainda de acordo com a notícia titulada “La Derecha Diario e Agencia Numen trouxeram Eduardo Bolsonaro à Argentina: os motivos e a agenda do filho do presidente”, foi Cerimedo quem “patrocinou” a ida de Eduardo ao país vizinho. Mas, em entrevista ao consórcio, ele negou: “Ninguém nos pagou nem nós pagamos nada”, disse. 

O editor do portal e diretor executivo da Numen Publicidad, Ezequiel Acuña, ficou encarregado de acompanhar e coordenar a agenda do político brasileiro, segundo o portal. Em seu currículo, Acuña diz que é especialista em marketing político digital com experiência na Argentina, Chile e Brasil. 

Acuña e Cerimedo aparecem em um dos vídeos publicados por Eduardo Bolsonaro em Buenos Aires a favor da campanha de seu pai. A imagem, compartilhada em 13 de outubro nas redes do parlamentar, mostra os três andando pelas ruas de Buenos Aires acompanhados de uma equipe de filmagem. 

Na ocasião, Eduardo cumprimenta apoiadores de Jair Bolsonaro e em dado momento abre uma geladeira vazia em um supermercado e diz: “É o que faz o socialismo”.

Dois dias depois, Eduardo Bolsonaro postou outro vídeo da Argentina, em que ele aparece contando várias notas de dinheiro em um restaurante. Na legenda, escreveu: “Pagando almoço na Argentina. Se você não quer isso para o Brasil, vote Bolsonaro 22 e peça mais votos”. 

Em todas as postagens que fez em Buenos Aires, ele marcou os perfis de Giovanni Larosa e do La Derecha Diario. 

Marqueteiro “imparcial”

Os perfis do La Derecha Diario Brasil no Twitter, Instagram e Telegram foram suspensos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar mentiras sobre a segurança das eleições brasileiras.

A live “Brazil Was Stolen” (O Brasil foi roubado, em português), de 4 de novembro, foi repercutida por políticos e influenciadores bolsonaristas para inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil, que resultou nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Nela, Cerimedo apresenta a tese de que houve uma diferença de votos favorecendo Lula entre as urnas que teriam sido auditadas e as mais antigas, que, segundo ele, não passaram pela auditoria. Mas isso não é verdade: todas as urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022 passaram por auditoria e fiscalização.

Fernando Cerimedo fez ainda outras três transmissões com o mesmo teor nos dias 6 e 8 de novembro e 11 de dezembro. As gravações continuam disponíveis na plataforma Rumble, seja no canal de Cerimedo ou no de outros usuários. Uma das lives continua acessível no Facebook. 

“Foi comprovado judicialmente que não espalhei desinformação. Minhas contas foram suspensas em novembro e eles me desbloquearam quando aconteceu o que aconteceu em 8 de janeiro, porque eles descobriram que eu não era o responsável”, disse Cerimedo em entrevista ao Clip. “Eu nunca disse que houve fraude no Brasil, mas que tinha que ser investigada”, argumentou, embora seus vídeos e postagens repitam que houve fraude. Além disso, as contas do La Derecha Diario continuam suspensas no Brasil por decisão do TSE. 

A Justiça Eleitoral publicou duas notas desmentindo o consultor político, nos dias 9 de novembro e 20 de dezembro. A primeira resposta se refere à live de Cerimedo, em 4 de novembro. O TSE afirma que “todos os equipamentos utilizados nas Eleições Gerais de 2022 passaram por auditoria”. Já a segunda nota foi feita em resposta à live de 11 de dezembro: “Todas as alegações feitas pelo apresentador da transmissão são mentirosas ou estão gravemente distorcidas”, responde o tribunal. 

Quando a live foi ao ar, o Brasil registrava dezenas de pontos de bloqueios nas estradas, iniciados após o resultado do pleito, em 31 de outubro. A fake news ajudou a manter os militantes bolsonaristas nas ruas e incentivou mais pessoas a se juntarem aos atos antidemocráticos que pediam intervenção federal, como foi o caso da dona de casa Luísa*, que conversou com a reportagem da Pública em 5 de novembro, sob a condição de anonimato.

Após assistir à live do consultor político argentino, ela vestiu sua camisa da seleção brasileira e foi para a beira da estrada, em Barra Velha, Santa Catarina, protestar contra o resultado das eleições. 

“Não acredito em tudo que chega em meu WhatsApp. Eu e meus vizinhos nos reunimos e ficamos ontem até tarde da noite analisando os dados que ele [Fernando Cerimedo] apresentou”, justificou.

Motivada pela fake news, Luísa saiu de casa com suas três filhas quando o sol ainda despontava no céu, levou cadeiras, comida e água suficientes para passar o dia no ato.

Diante das câmeras, Fernando Cerimedo se apresentou como um sujeito imparcial, omitindo sua relação com Eduardo Bolsonaro e com a campanha do ex-presidente. Ele disse que havia recebido as informações que embasaram as mentiras “de entidades privadas”. “É importante esclarecer que esta informação não tem nada a ver com a campanha de Bolsonaro nem do governo. Essa informação chegou às nossas mãos por parte de entidades privadas”, ressaltou. 

As mesmas mentiras foram repetidas em sua fala durante uma audiência pública no Senado, convocada pelo senador aliado do ex-presidente Eduardo Girão (Podemos), em 30 de novembro de 2022. 

No evento, Cerimedo disse que o resultado eleitoral que deu a vitória a Lula era “matematicamente impossível de acontecer” e que “a paz do Brasil só acontecerá com uma auditoria e um voto de papel” – proposta que fora rejeitada em votação na Câmara dos Deputados. 

Ao fim de sua apresentação, o consultor político defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro e pediu que a população brasileira fosse às ruas para “salvar o país”. 

“Você pode até ter votado na esquerda ou se omitido por estar magoado com o presidente Bolsonaro, mas ele luta pela sua liberdade e pelo seu direito de se expressar”, disse. “Façam algo, agora, nesse momento, levantem de seus sofás, saiam para as ruas, lutem pelo futuro das próximas gerações e entrem para história. O Brasil é lindo e merece um povo que o mereça de verdade. Lembrem-se: o único supremo é o povo”, finalizou, repetindo o lema de protestos bolsonaristas.

Um dos funcionários de Fernando Cerimedo que atua no Brasil é o brasileiro Giovanni Larosa, que recebeu ao menos R$ 3.900 para coordenar a campanha de reeleição de Eduardo Bolsonaro nas cidades do oeste de São Paulo, sob a rubrica “divulgação de propaganda eleitoral e apoio à campanha”, no período de 12 a 30 de setembro, de acordo com dados da Justiça Eleitoral.

Além de correspondente do La Derecha Diario Brasil, ele é apresentado no portal como assessor de Eduardo para assuntos internacionais. Em entrevista ao Cip, no entanto, Cerimedo diz: “[Esses serviços] não foram prestados nem para La Derecha Diario nem para Eduardo. É o brasileiro que viaja muito e faz vídeos. Ficou amigo de Eduardo e o leva para todo lado. De nossa parte, só pagamos diárias para ele fazer notas sobre a campanha”. 

Em um vídeo postado por Eduardo Bolsonaro no dia 7 de outubro, Larosa aparece acompanhando o parlamentar em uma viagem a São Paulo. Eles entram no avião presidencial da Força Aérea Brasileira (FAB), onde também estavam Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

A relação da família Bolsonaro com Larosa é anterior ao período eleitoral. Em 2021, ele divulgou sua visita ao Palácio da Alvorada quando levou o típico doce argentino, alfajor, para o então presidente. No mesmo ano, Larosa cobriu pelo La Derecha Diario o CPAC – autointitulado o “maior evento conservador do país”. Na ocasião, ele fez uma entrevista exclusiva com Jair Bolsonaro.

Com 77,5 mil seguidores no Instagram, 26 mil no Twitter e 39 mil no TikTok, Larosa gravou vários vídeos com os Bolsonaros durante a campanha e reproduziu ataques a Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também ajudou a espalhar fake news sobre as urnas. Em 10 de novembro do ano passado, por exemplo, escreveu no Twitter: “Se não é possível garantir que as eleições no Brasil foram limpas, deve haver outra com maior transparência”. 

Larosa compartilhou imagens da invasão de 8 de janeiro aos prédios dos três poderes em Brasília e escreveu notícias favoráveis ao ex-presidente para o La Derecha Diario ao longo de 2022. 

Em 2021, Giovanni Larosa fez parte da equipe de Cerimedo contratada para a campanha da argentina Patricia Bullrich, presidente do partido de direita Proposta Republicana. A mesma equipe hoje trabalha para Javier Milei, candidato da ultradireita à presidência na Argentina e aliado político da família Bolsonaro. Repetindo a estratégia bolsonarista, Cerimedo solicitou informações ao governo argentino sobre o sistema eleitoral, para supostamente evitar irregularidades nas eleições. 

Paralelamente, o consultor flerta com a campanha de Donald Trump. Em 22 de março, ele postou uma foto no Twitter tomando café da manhã com pessoas ligadas a Trump: “Grande café da manhã de trabalho esta manhã com Carlos Diaz Rosillo, principal assessor do Secretário de Defesa em Assuntos de Segurança Internacional do governo de @realDonaldTrump”, escreveu em espanhol. 

Ao ser questionado se vai trabalhar com Trump nas próximas eleições, ele deixou o mistério no ar: “não posso compartilhar essa informação”. 

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/eduardo-bolsonaro-pagou-funcionario-argentino-que-mentiu-sobre-urnas

 

Militares tentam culpar governo Lula pelo terrorismo de 8 de janeiro

 Apesar de tentar culpar Lula, relatório aponta para militares do GSI remanescentes do governo Bolsonaro, indicados pelo general Augusto Heleno

Lula, militares e os atos terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro
Lula, militares e os atos terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro (Foto: ABR)

247 - A conclusão do inquérito policial militar instaurado para investigar a conduta dos militares do Exército durante os atentados terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro tenta livrar as tropas de culpa pelas invasões e atribui "indícios de responsabilidade" ao governo Lula, informa a Folha de S. Paulo. Inquérito militar culpa generais aliados de Jair Bolsonaro (PL) e do ex-minisrto do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, mantidos no Planalto no início administração petista.

A investigação foi conduzida pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, hoje chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto (CMP). O inquérito cita supostas falhas da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e do Departamento de Segurança Presidencial, ambos subordinados ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Os chefes de ambas as pastas, contudo, haviam sido nomeados durante o governo Bolsonaro, pelo ex-ministro da pasta, general Augusto Heleno, e mantidos pelo general Gonçalves Dias, que pediu demissão da liderança do ministério em abril após filmagens o mostrarem circulando entre os terroristas no dia das invasões.

"É possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP teria melhores condições de êxito [...] Nesse sentido, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais sofridos", diz um trecho da conclusão do relatório.

A tentativa de atribuir ao governo Lula a responsabilidade pelas invasões oculta, no entanto, a conivência de autoridades do Exército com os acampamentos golpistas montados em frente ao QG de Brasília meses antes dos ataques golpistas, após Jair Bolsonaro ser derrotado nas urnas. As investigações da CPMI do 8 de janeiro apontam os acampamentos como o centro de planejamento para as invasões e também revelam uma série de crimes que ocorriam nos espaços protegidos pelo Exército. Os acampamentos, inclusive, contavam com a presença de familiares de militares.

Fote:  https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/militares-tentam-culpar-governo-lula-pelo-terrorismo-de-8-de-janeiro

Amarrem os cintos o grande impacto do El Niño será em 2024 Luiz Marques...

domingo, 30 de julho de 2023

Ministros do STF foram hostilizados 74 vezes entre 2017 e 2023. Jair Bolsonaro foi o principal agressor

O ministro Alexandre de Moraes foi o alvo preferencial dos ataques. 2021 e 2022 foram os anos com mais casos registrados

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes | REUTERS/Adriano Machado)

247 - Um levantamento realizado pelo Poder360 apontou que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram alvos de hostilizações em pelo menos 74 ocasiões no período de 2017 a 2023. A pesquisa levou em consideração a composição mais recente da Corte. O último incidente registrado aconteceu em 14 de julho, quando o ministro Alexandre de Moraes e seu filho foram insultados no aeroporto de Roma, na Itália. Os responsáveis pelas ofensas estão sob investigação.

Dentre os 74 episódios de hostilização, em 53 deles não houve ação judicial. Moraes foi o mais frequente alvo de ofensas, totalizando 30 casos neste período. No entanto, todos os ministros do STF foram atingidos por pelo menos uma ocorrência de insulto ou acusação.

O ano de 2021 se destacou com o maior número de casos, totalizando 24 ofensas dirigidas aos magistrados. Alexandre de Moraes e Roberto Barroso foram os ministros mais visados, com 11 e 8 episódios de hostilização, respectivamente. O ano de 2022 também apresentou uma alta incidência, com 21 casos registrados.

Jair Bolsonaro (PL) se destacou como um dos principais responsáveis pelas hostilizações aos ministros, tendo dirigido insultos aos magistrados em pelo menos 23 ocasiões durante o seu mandato. Alguns casos geraram pedidos de investigação, mas até o momento, poucos foram judicializados.

Pelo Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), reagiu aos números: "isso é péssimo para o Brasil, na medida em que são tentativas de impedir o livre exercício do Poder Judiciário. Não são 'hostilidades' pessoais, são agressões contra a Constituição".

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/ministros-do-stf-foram-hostilizados-74-vezes-entre-2017-e-2023-jair-bolsonaro-foi-o-principal-agressor

 

A Mídia corporativa não aceita um governo progressista

 Por Jacinto Pereira

Míriam Leitão era contra o pré sal, depois dizia que o Brasil não tinha como explorar esse petróleo em águas profundas, agora diz que a PETROBRAS tem que aumentar o preço dos combustíveis. Quem será que paga ela para ser contra nosso desenvolvimento? Ela sempre tenta pautar ou dar pitaco no governo Lula, até tenta desqualificar o economista e professor Marcio Pochmann, indicado pelo Presidente para dirigir o IBGE


sábado, 29 de julho de 2023

Ricardo Salles recebe punição da Comissão de Ética por viagens com dinheiro público a São Paulo sem agendas

 Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens pelo país, 90 delas com destino a São Paulo

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

247 - A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República tomou uma decisão sancionatória contra o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro, em decorrência de uma série de deslocamentos realizados a São Paulo, seu reduto eleitoral, utilizando recursos públicos. Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens dentro do país, sendo 90 delas com destino a São Paulo.

“De acordo com a Comissão de Ética, as idas de Salles à São Paulo, sobretudo aos fins de semana, ocorriam sem os devidos registros dos compromissos públicos em sua agenda oficial, o que contraria o princípio da transparência. O colegiado identificou a ocorrência de infração ética pelo ex-ministro”, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. As viagens teriam custado R$ 230,4 mil aos cofres públicos.

Ainda conforme a reportagem, o colegiado entendeu que  Salles teria violado o artigo 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF), o qual estabelece que autoridades públicas devem pautar-se pelos padrões da ética, "principalmente no que diz respeito à integridade, moralidade, clareza de posições e decoro".

“A votação foi acirrada. Três conselheiros indicados por Bolsonaro entenderam não haver irregularidade na conduta do ex-ministro do Meio Ambiente. Outros três membros do colegiado, indicados por Lula num ato sem precedentes, votaram a favor da punição. Foi necessário o voto de minerva do presidente da Comissão de Ética, Edson Leonardo, para punir Salles”, ressalta a reportagem. A sanção aplicada se caracteriza como uma censura ética, o que, na prática, configura uma mancha no currículo do ex-ministro.

Procurado para comentar a decisão, Salles afirmou, inicialmente, que não tinha conhecimento da punição. Em seguida, ele explicou que foram fornecidas informações à CEP alegando que, durante a pandemia, com a escassez de voos diretos, "quase todos os voos para diferentes regiões do Brasil partiam de SP, o que foi ignorado na decisão".

Em junho, a Comissão de Ética Pública instaurou um procedimento contra Ricardo Salles por suspeita de interferência na atuação da Polícia Federal. Salles foi alvo da operação Akuanduba em maio de 2021, com suspeitas de ter atuado em favor de madeireiros ilegais. Um mês antes, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva foi afastado da chefia da Superintendência do Amazonas após acusar o então ministro do Meio Ambiente de obstruir uma investigação que resultou em uma apreensão recorde de madeira ilegal.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/ricardo-salles-recebe-punicao-da-comissao-de-etica-por-viagens-com-dinheiro-publico-a-sao-paulo-sem-agendas

MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro

César Lira, superintendente do Incra em Alagoas, responde a uma ação do MPF por desvio de dinheiro de diárias de funcionários terceirizados

MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro
MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro (Foto: Divulgação/Câmara de Maceió)

247 - O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação contra o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, César Lira, sob a acusação de desviar diárias “fictícias” de viagem, pagas pelo governo a funcionários terceirizados. César é primo do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

“César Lira foi nomeado por indicação de seu primo Arthur Lira — hoje presidente da Câmara dos Deputados — ainda em 2017, no governo Michel Temer. Foi quando começou a ter atritos com uma empresa com a qual a superintendência tinha contrato, a Mega Service”, diz o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no Metrópoles.

Ainda de acordo com a reportagem, a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) aponta que César Lira pressionou a demissão de oito funcionários da Mega Service, substituindo-os por indicados pessoais. Esses aliados receberam diárias que, posteriormente, eram desviadas em um esquema fraudulento. O inquérito também revelou indícios de um possível crime eleitoral, cujos detalhes permanecem sob sigilo.

Segundo relatos, os funcionários supostamente viajavam a serviço, mas, na realidade, permaneciam em outras localidades. Por exemplo, um servidor chamado Cristiano Dorta, próximo ao superintendente, recebia diárias para viagens a Branquinha e Japaratinga, mas foram encontradas fotos suas em Boa Viagem (Recife) e Maceió, durante os mesmos períodos de tempo.

As investigações apontam que Dorta recebia, em média, R$ 2,9 mil adicionais por mês em diárias pagas pelo governo federal através do Incra, mesmo não cumprindo com as tarefas previstas nas ordens de serviço. Além disso, depoimentos afirmam que ele consumia álcool durante o horário de trabalho.

Outra denúncia grave mencionada durante o processo é que a empresa Mega Service foi pressionada a contribuir financeiramente para manter o contrato com o Incra. Ocorreram demissões de funcionários e substituições de acordo com as indicações do superintendente César Lira, e quando a empresa negou o repasse de dinheiro, os pagamentos começaram a atrasar até que o contrato fosse finalmente encerrado

César Lira também está associado a outro escândalo de corrupção, pois seu nome figurava na lista de funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa de Alagoas, descoberta durante a Operação Taturana, conduzida pela PF, que revelou desvios de recursos públicos, totalizando R$ 300 milhões.

A reportagem ressalta ainda, que “o governo quer substituir César Lira na direção do Incra, mas espera um aval do presidente da Câmara dos Deputados”.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/nordeste/mpf-acusa-chefe-do-incra-em-alagoas-primo-de-arthur-lira-de-desvio-de-dinheiro

 

sexta-feira, 28 de julho de 2023

TSE multa Bolsonaro e Braga Netto em R$ 110 mil por propaganda do 7 de setembro

TSE multa Bolsonaro e Braga Netto em R$ 110 mil por propaganda do 7 de setembro

Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha realizados no 7 de setembro

Braga Netto e Jair Bolsonaro
Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

247 - O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou nesta sexta-feira (28) uma multa de R$ 110 mil para o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, devido ao descumprimento de uma decisão judicial. 

Ambos são alvos de ações no TSE por abuso de poder político e uso indevido de comunicação. Segundo a determinação de Gonçalves, Bolsonaro e Braga Netto não cumpriram a ordem para remover de seus perfis em redes sociais a propaganda eleitoral contendo imagens do ex-presidente capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da Independência. Cada um deverá pagar R$ 55 mil.

O ministro destacou que as postagens irregulares foram mantidas entre 12/09/2022 e 22/09/2022, mesmo após a campanha ter se comprometido a retirar o conteúdo. Dos 40 links que deveriam ter sido excluídos, 17 permaneceram em desacordo com a decisão.

Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha realizados no 7 de setembro. 

As solenidades ocorreram tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília e foram transmitidas pela TV Brasil. Em sua passagem pela capital federal, o ex-presidente dirigiu críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal, comemorou a redução do preço da gasolina e a expansão do Auxílio Brasil, ao mesmo tempo que afirmou que as eleições daquele ano se configurariam como uma "batalha entre o bem e o mal", fazendo alusão a Lula.

Em quatro decisões distintas, o ministro Benedito Gonçalves também agendou audiências com as seguintes autoridades: o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); o senador Ciro Nogueira (PP), que na época era ministro-chefe da Casa Civil e atualmente é senador; e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/tse-multa-bolsonaro-e-braga-netto-em-r-110-mil-por-propaganda-do-7-de-setembro

 

Investigação aponta movimentação suspeita de R$ 32,2 milhões em empresa que pagou despesas de Michelle Bolsonaro, diz Coaf

Movimentação foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa

Michelle Bolsonaro
Michelle Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) anunciou ter encontrado movimentação financeira "incompatível" nas contas da empresa investigada por supostamente financiar despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção, alvo das investigações, “a empresa recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou R$ 16,6 milhões entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril deste ano. A movimentação de R$ 32,2 milhões foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa”.

"Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte / estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declaradas", diz um trecho do documento do documento do Coaf sobre a Cedro do Líbano, que também está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Os detalhes sobre as movimentações financeiras "atípicas" da empresa foram enviados à CPI em 8 de janeiro. A Cedro do Líbano está sendo investigada em um inquérito da Polícia Federal (PF) em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). >>> Bolsonaro movimentou R$ 800 mil pouco antes de viajar para os EUA, diz relatório do Coaf

Ainda segundo a reportagem, o relatório do Coaf aponta duas transferências bancárias de R$ 8.330,00 cada para o sargento Luís Marcos Dos Reis, um dos militares da equipe de Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid e Reis foram presos em maio sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro. Antes de ser preso, Reis havia participado pessoalmente dos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro em Brasília.

A Cedro do Líbano entrou na mira da CPI e da PF não apenas por suas transações com o militar que trabalhou com o ex-presidente, mas também por ter fechado contratos com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) durante o governo Bolsonaro.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/investigacao-aponta-movimentacao-suspeita-de-r-32-2-milhoes-em-empresa-que-pagou-despesas-de-michelle-bolsonaro-diz-coaf

Além das diretrizes de saúde, Bolsonaro ignorou e escondeu relatórios de inteligência que previam caos no Brasil na pandemia

Mais de mil relatórios da Abin e do GSI apontavam para milhares de mortes e para colapso da rede de saúde e funerária. Documentos também desaconselhavam o uso da cloroquina

Jair Bolsonaro e covas para mortos por coronavírus
Jair Bolsonaro e covas para mortos por coronavírus (Foto: Agência Brasil | Reuters)

247 - Agentes de inteligência vinculados ao governo de Jair Bolsonaro (PL) produziram mais de mil relatórios sobre a pandemia, projetando um aumento nos números de casos e mortes no Brasil, enquanto o então mandatário ignorava as medidas de combate à Covid-19 e a distribuição de vacinas. Esses documentos foram mantidos em sigilo durante o período entre março de 2020 e julho de 2021. Os relatórios, que contêm carimbos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e algumas vezes não são identificados por autor, reforçam o fato de que Bolsonaro ignorou tanto as recomendações do Ministério da Saúde quanto as informações coletadas pelos agentes de inteligência dentro do próprio Palácio do Planalto, informa a Folha de S. Paulo.

Os documentos elaborados por agentes da Abin e do GSI destacavam a importância do distanciamento social e da vacinação como formas eficazes de controlar a doença. Além disso, os relatórios alertavam sobre a possibilidade de colapso da rede de saúde e funerária no Brasil e desaconselhavam o uso da cloroquina, mostrando estudos que apontavam seus potenciais riscos. Eles também reconheciam a falta de transparência do governo Bolsonaro na divulgação dos dados da pandemia e a lentidão do Ministério da Saúde em definir estratégias de testagem e combate à doença.

A maior parte dos relatórios projetava três cenários de avanço de casos e mortes por Covid-19 no Brasil, classificando-os do mais grave ao menos grave, para um período de aproximadamente duas semanas seguintes. No entanto, Bolsonaro contrariou repetidamente as recomendações dos técnicos de saúde e dos agentes de inteligência, ao promover aglomerações e menosprezar as medidas para evitar a propagação do vírus. Em diversas ocasiões, ele chegou a minimizar a gravidade da doença, referindo-se à Covid-19 como "mimimi".

Os dados efetivamente registrados durante a pandemia se aproximaram das estimativas feitas pela Abin, e em alguns casos, a disseminação do vírus ultrapassou as expectativas dos agentes de inteligência. Em abril de 2021, por exemplo, o número de mortos no Brasil chegou a 341.097, enquanto a projeção feita em março apontava entre 330.216 e 338.558 mortes, nos cenários mais otimista e pessimista, respectivamente.

Os relatórios foram produzidos principalmente para discussões no comitê liderado pela Casa Civil sobre as ações do governo durante a pandemia, mas não eram compartilhados com todos os membros do comitê e apenas chegavam às mãos de assessores de poucos ministros. Integrantes da cúpula do Ministério da Saúde afirmaram desconhecer a existência desses relatórios.

Esses relatórios de inteligência também alertavam sobre os riscos do desgaste político resultante de uma má gestão federal da pandemia. Eles mencionavam que problemas no sistema funerário poderiam impactar negativamente a percepção da população sobre as ações estatais no enfrentamento da pandemia e minar a confiança no governo. Além disso, apontavam o risco de boicotes internacionais ao Brasil devido à falta de transparência nos dados sobre a Covid-19.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid não recebeu os documentos da Abin, apesar de ter solicitado previsões do governo sobre a pandemia. O governo Bolsonaro justificou a negativa de acesso aos documentos alegando que eles eram apenas instrumentos de estudo e, portanto, não deveriam ser divulgados.

Desde o início da pandemia até agora, o Brasil registrou 704.659 mortes por Covid-19 e 37.717.062 casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Mais de 1.100 desses documentos foram disponibilizados ao jornal após várias solicitações baseadas na LAI (Lei de Acesso à Informação). Enquanto a gestão passada de Bolsonaro negou o acesso aos documentos da Abin e do GSI, a gestão do presidente Lula (PT) mudou a postura e passou a apresentar esses papéis a partir de maio. Bolsonaro, bem como os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil) e Eduardo Pazuello (Saúde), não quiseram comentar sobre os relatórios.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/alem-das-diretrizes-de-saude-bolsonaro-ignorou-e-escondeu-relatorios-de-inteligencia-que-previam-caos-no-brasil-na-pandemia

 

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