terça-feira, 24 de novembro de 2015

O que escondem os sobressaltos financeiros da China

 

A abertura financeira é uma manobra de alto risco em sua fase inaugural. Uma comunicação desajeitada do governo chinês esquentou as coisas e tumultuou as finanças internacionais. Mas essa visão “curto prazista” dos mercados nãopermite compreender o que se passa na China

por Michel Aglietta

Em novembro de 2013, durante a sessão do Comitê Central, o Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou as diretrizes que definem suas prioridades de reforma por um período de vinte anos. Estas foram aprovadas pelo Congresso Nacional do Povo em março de 2014. Na China, os objetivos políticos são guiados por uma visão de longo prazo. A reforma da economia entrou em uma nova era, que deverá levar a transformações econômicas e sociais fundamentais. Ela se desenvolve em fases de cinco anos, orientadas por planos estratégicos. O 13º plano quinquenal, para o período 2016-2020, será apresentado ao público durante a sessão de outubro de 2015, detalhando sua estratégia.

Interpretar o balanço dessa reforma após dezoito meses é um desafio para os observadores ocidentais. Por várias razões profundas. Em primeiro lugar, eles não têm o mesmo referencial intelectual que os chineses. A maioria pensa que a economia de mercado é o fundamento de uma sociedade democrática. Fazer reformas estruturais consiste, portanto, em remover os obstáculos ao funcionamento do mercado, o que levaria automaticamente ao melhor dos mundos possíveis. Para a China, não é nada disso. A reforma econômica é uma ferramenta para objetivos políticos: a unidade da nação, dominando suas forças de ruptura, e a legitimidade do poder centralizado do PCC. A realização dessa finalidade suprema passa pela elevação do bem-estar do povo. Além disso, o presidente Xi Jinping tem uma intenção geopolítica que não se via desde as reformas lançadas por Deng Xiaoping em 1979. Ele quer que a China recupere seu lugar histórico no mundo, o de Império do Meio. Para isso, é necessário integrar a Ásia em torno do yuan; portanto, dissociar a moeda chinesa do dólar e torná-la uma divisa internacional de pleno direito. Embora deem uma visão coerente e unificada a longo prazo, esses objetivos múltiplos tornam difícil entender os eventos atuais.

A reforma é, de fato, um processo contraditório. Ela concretiza oportunidades, mas enfrenta obstáculos. Nos últimos vinte anos, a transformação da sociedade tirou 400 milhões de pessoas da pobreza, mas o rápido crescimento permitido por esse desempenho extraordinário aumentou a desigualdade e a degradação ambiental, que se tornaram insustentáveis.

Entre 1993 e 2012, a expansão da indústria foi o motor do crescimento. A China tornou-se a fábrica do mundo, utilizando ao máximo seu principal trunfo: uma mão de obra pouco qualificada, jovem e muito abundante no campo, que podia ser transferida a baixo custo para as cidades e não contava com serviços sociais básicos. Foi necessário também investir em infraestrutura para garantir o desenvolvimento rápido. Assim se deu uma acumulação excessiva de capital, sobretudo na indústria pesada, agravada pelo pacote de estímulo de 2009-2010 para enfrentar a crise financeira global.1 Esse regime criou gigantescas desigualdades sociais e enriqueceu uma elite cujos interesses poderiam opor-se à nova orientação.

No entanto, as condições de viabilidade desse regime de crescimento desapareceram. A mão de obra escasseou, com o envelhecimento da população.2 O mercado de trabalho tornou-se favorável a um aumento duradouro dos salários, assentado em reivindicações, elevando fortemente os custos de produção das empresas chinesas. A demanda estrangeira desacelerou. Além disso, o crescimento furioso da indústria ao custo mais baixo explorou ao máximo os recursos naturais, deteriorando de maneira grave o ambiente. Há, portanto, ao mesmo tempo, um obstáculo absoluto para continuar seguindo pelo caminho anterior e uma oportunidade de mudar o regime de crescimento graças à ascensão da classe média.

O desafio é passar de fábrica do mundo a uma sociedade de “prosperidade média”, mais inclusiva e eficaz quanto ao uso dos meios de produção. O trunfo da China está no dinamismo do setor privado, sob a forma de dezenas de milhões de empresas inovadoras, bem equipadas para adaptar as tecnologias avançadas à demanda em expansão dos consumidores urbanos.

O grande desafio reside na transição de um tipo de economia para outro, porque a mudança foi brutal. O crescimento da indústria passou de 12%, em 2012, para 6%, na previsão para 2015. Ela deixou um enorme superinvestimento; portanto, capacidade de produção excedente na indústria pesada. A taxa de utilização da capacidade produtiva foi de 71% na indústria do aço, 70% na de alumínio e cimento, e 72% na de vidro. No setor automobilístico, caiu para 76%. Os especialistas consideram que o limite normal de rentabilidade nessas indústrias fica entre 78% e 80%. A consequência foi um colapso da rentabilidade – a tal ponto que empresas públicas, de grande porte e altamente endividadas pelo esforço de investimento anterior, estão em condições financeiras perigosas, o que afeta os bancos que emprestaram a elas.

No total, considera-se que, para absorver a capacidade de produção excedente, é preciso que a taxa de investimento passe para 35% do PIB, contra os 50% atuais. Se a redução de investimento fosse realizada rapidamente, sob a ameaça de restrições financeiras sem compensação, haveria uma ruptura no crescimento, que poderia cair para menos de 5% ao ano. É o temido pouso forçado (hard landing). Haveria grandes consequências sociais e políticas para a legitimidade do poder político. Na verdade, como os sistemas de proteção social ainda não estão desenvolvidos, a sociedade urbana chinesa não tolera o desemprego. A economia deve ser capaz de criar, na média, pelo menos 10 milhões de empregos urbanos por ano – embora exista uma queda da população ativa, 100 milhões de habitantes migrarão do campo para as cidades até 2020. Em 2014, apesar da desaceleração da indústria, ela criou 13,2 milhões. É por isso que o governo se empenha em manter um crescimento em torno dos 7%, com o difícil objetivo de conseguir um pouso suave (soft landing).

Até agora, vem dando certo. A contribuição do consumo para o crescimento do PIB ultrapassa a do investimento.3 Em 2012, ela representava 4%, em uma taxa de crescimento de 7,8%; em 2013, 3,9% sobre 7,7%; em 2014, 5,6% sobre 7,3%. Desse modo, a participação do consumo no PIB aumenta, enquanto a do investimento diminui. Em termos de estrutura setorial, a participação dos serviços tornou-se dominante, com 46,1% do PIB, contra 43,9% para a indústria. Também é necessário que esse processo não seja interrompido por um infarto financeiro.

Mais liberalização

A dívida chinesa é sustentável? A dívida total dos agentes não financeiros atingiu 220% do PIB no final de 2013, sendo 150% para as empresas (contra, por exemplo, 317% nos Estados Unidos, 331% na França, 431% no Japão e 120% na Índia). Vimos que a capacidade de produção excedente explica a fragilidade dos balanços das empresas estatais na indústria pesada. Os promotores imobiliários que têm estoques de moradia não vendidos nas cidades de segunda e terceira categoria sofrem do mesmo mal.4

A queda da inflação agrava a situação financeira das empresas com sobrecapacidade. De fato, os preços globais de venda por atacado dos produtos dessas indústrias estão em queda. As empresas sofrem deflação. Segue-se que a taxa de juros real sobre sua dívida – ou seja, considerada em relação à variação dos preços de venda – aumenta. Assim, sua vulnerabilidade financeira se agrava.

É por isso que o governo tomou medidas de reestruturação, ostentando a absorção das sobrecapacidades, de modo a não provocar rupturas no tecido industrial: consolidação das empresas, ou seja, fusão, além de desmembramento e remembramento para eliminar acúmulo de atividade nos mesmos ramos, injeção de capital privado em estruturas de propriedade mista, transferência de ações detidas pelo Estado a holdings financeiras a fim de tornar a gestão das empresas mais eficiente. Os bancos comerciais foram instruídos a renovar os empréstimos às empresas que chegam à data de vencimento, mas a não fazer nenhum novo empréstimo a empresas que não reduzam sua sobrecapacidade em uma porcentagem definida segundo sua vulnerabilidade e setor.

Por fim, a dívida das coletividades locais inchou a partir do plano de estímulo de 2009, atingindo 33% do PIB no segundo semestre de 2013, de acordo com uma auditoria exaustiva do Tribunal de Contas chinês,5 e resulta da desigualdade dos recursos fiscais nas diferentes regiões e territórios. Os governos locais lançaram-se ao endividamento com a ajuda de obscuras empresas criadas especialmente para contrair empréstimos – uma forma de shadow banking(sistema bancário paralelo) – e refinanciadas pelos bancos oficiais. Aguardando a reforma fiscal prometida, que deve aumentar os recursos dos governos locais, 1 trilhão de yuans (R$ 620 bilhões) estão sendo reescalonados pela emissão de títulos garantidos pelo governo central, o que ajuda a se desembaraçar desses expedientes.

Entre a multiplicidade de mudanças institucionais necessárias para concluir a transformação, os líderes chineses optaram por priorizar a reforma financeira por duas razões principais. A primeira é quebrar a resistência à reforma sujeitando as empresas estatais do setor comercial à concorrência e, assim, forçando as instituições financeiras a avaliar corretamente os riscos. A segunda é elevar o yuan à categoria de moeda internacional de reserva – portanto, plenamente conversível até 2020. Nessa perspectiva, o governo quer aproveitar a oportunidade para introduzi-lo na cesta de direitos especiais de saque (DES)6 no fim de 2015. Desse modo, é preciso dissociar o yuan do dólar e afirmar a independência monetária da China; daí a decisão de 11 de agosto de 2015 de desvalorizar o yuan 3% em relação ao dólar, após ter ampliado diversas vezes as margens de flutuação diária das taxas de câmbio. Ao contrário do que foi relatado no breve pânico que assaltou as finanças internacionais, essa decisão não é de modo algum uma política de desvalorização competitiva: a queda de 3% é puramente simbólica e, obviamente, não tem nenhum efeito significativo sobre o comércio exterior, comparada à depreciação de 20% do euro desde julho de 2014. Mas ela sinaliza a disposição do Conselho de Estado (governo) de dissociar o yuan do dólar; portanto, de continuar a liberalização financeira.

Em última análise, essa decisão é compatível com a reforma do sistema financeiro interno. Na verdade, liberalizar as finanças é liberalizar as taxas de juros bancários e criar instrumentos financeiros de mercado (ações, títulos, derivativos), de modo que uma estrutura completa das taxas de juro por períodos de vencimento e categorias de títulos possa ser determinada de forma endógena, sem intervenção direta da administração.7 Nesse contexto, o papel das autoridades públicas não é mais fixar diretamente as taxas de juros e dizer aos bancos a quem e quanto eles devem emprestar, e sim estabelecer regras prudenciais para incentivar os atores financeiros a adotar meios para avaliar os riscos, fornecer aos detentores de poupança os meios para diversificar seus investimentos e manter balanços sólidos para absorver os choques.

É nesse contexto político que ocorrem as mudanças, primeiro com a abertura dos mercados de ações pela conexão entre as bolsas de Hong Kong e Xangai, em meados de 2014, depois com as medidas de liberalização do mercado de câmbio.

Que essas inovações institucionais criem perturbações financeiras não é algo que deva surpreender. Todos os países que liberalizaram abruptamente seus sistemas financeiros passaram por crises financeiras mais ou menos intensas e extensas: os países anglo-saxões – nas décadas de 1970, no caso do Reino Unido, e 1980, no caso dos Estados Unidos e outros países –, os escandinavos, a França e o Japão na virada da década de 1990, e até a Alemanha, em 2002. Esses redemoinhos acalmam-se quando os governos adaptam sua regulamentação prudencial e quando o Banco Central ajusta os instrumentos de ação de sua política monetária. É isso que as autoridades chinesas tentam fazer agora. Se os preços dos ativos financeiros tiverem uma margem razoável de flutuação no segundo semestre de 2015, o governo poderá abordar em 2016 o cerne da transição: a reforma das empresas estatais, a reforma fiscal, a dos direitos da população rural sobre o uso das terras e a da padronização e ampliação dos sistemas sociais.

Michel Aglietta

Michel Aglietta é professor de Economia na Universidade Paris Ouest Nanterre La Défense e conselheiro científico no Centro de Estudos Prospectivos e Informações Internacionais (Cepii) e no organismo governamental France Stratégie.

Ilustração: Alves

1 Esse plano atingiu o equivalente a US$ 700 bilhões, dirigidos principalmente para a construção civil e a infraestrutura, por iniciativa dos governos locais, com participação estatal de apenas 25%.

2 A população ativa diminuiu em 2,44 milhões de pessoas em 2013 (–1,6%), pelo segundo ano consecutivo. Cf. “Chine: la population active enregistre une deuxième année consécutive de baisse” [China: população ativa registra segundo ano consecutivo de queda], Xinhua, Pequim, 21 jan. 2014.

3 O crescimento do PIB para um ano é dividido entre as três fontes de demanda: consumo (público e privado), investimento total (incluindo variação dos estoques) e exportações líquidas (exportações – importações). O total das contribuições é igual ao crescimento do PIB.

4 Há quatro cidades de primeira categoria – Pequim, Xangai, Guangzhou e Shenzhen –, e trinta de segunda – capitais de províncias e cidades muito importantes (Chongqing, Chengdu, Wuhan, Tianjin, Xiamen...). As cidades de terceira categoria são aquelas com mais de 1 milhão de habitantes. A lista não está fechada, mas seriam entre cem e 150 cidades.

5 Trata-se da dívida total (coletividades locais, organismos públicos...). A do governo central é modesta (23% do PIB no final de 2013), bem inferior às reservas internacionais do Banco Central e dos fundos soberanos.

6 O valor dos DES é determinado por uma cesta de moedas: dólar, euro, libra, iene.

7 Ler Ding Yifan, “En Chine, une réforme financière à haut risques” [Na China, uma reforma financeira de alto risco] e “Bientôt des yuans dans toutes les poches?” [Logo o yuan estará no bolso de todo mundo?], Le Monde diplomatique, jul. 2015.

http://www.dihitt.com/barra/o-que-escondem-os-sobressaltos-financeiros-da-china

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Convite para a Reunião plenária deste mês

 

Próxima Reunião do Centro Sobralense de Pesquisa Ufológica acontecerá em 27/11/2015

Pauta: Análise da ufológica Casuística

Abertura: 19hs Abertura com Jacinto Pereira

Informes e depoimentos: Com palavra facultada a todos;

Palestra: Casos Clássicos da Ufologia Mundial

Palestrante: Jacinto Pereira

Tema: Os extraterrestres que mais interviram na sociedade humana

O local: Sala l da CDL de Sobral, que fica situado na Rua Dr. João do Monte 826, no Centro, Sobral – CE.

Acontecerá a partir das 19 horas e a entrada é franca. Senhores Ufólogos e simpatizantes da Ufologia, nesta ocasião estaremos atualizando ou socializando nossas informações ufológicas em mais uma ‘Reunião Plenária’. Maiores informações pelo 88 999210172.

Lá você poderá encontrar muitas pessoas que gostam de Ufologia. Pessoas como: Denílson Pereira, Danúsio Melo, Daniel Alves, Daniel Santos, Claudio Dias, Jander Magalhães, David Mendes, Manoel Segismundo, Elenilton Roratto, Lindelaine; Célio Cavalcante, Hermínio Siqueira, Charles Miller, Edilson Siridó, Francisco Antero, Mendonça Rodrigues, Clayton Sousa, Romão Silva, Edvar Moura, Franklim Adolfo, Marcelo Júnior, Francisco das Chagas Lopes, Gilberto Marçal, Lindelano Faustino, Denise Pereira, Girlânia Maria Ferreira, Jacimara Pereira, Alysson Rister e tantos outros

Abraço a todos.

Ganhador de prêmio da Mega Sena doa bilhete premiado pra garoto com doença rara

 

Com uma quadra premiada no Concurso 1753 (21/10/2015), esse apostador anônimo doou tudo! Saiba mais!

#juntospelomatheus

Foto: Reprodução/Twitter/Facebook

O que você faria se ganhasse um prêmio da Mega Sena? Ostentaria? Pagaria dívidas? Ou simplesmente investiria? Nenhuma dessas alternativas foi a escolha de um ganhador anônimo, que levou o prêmio da quadra premiada e resolveu doar tudo para um garotinho de seis anos!

Matheus, sofre de displasia neuronal no intestino e precisa fazer um transplante de intestino, o procedimento só realizado nos Estados Unidos, custa cerca de US$ 1 milhão (cerca de R$ 4 milhões).

Por conta da doença, ele não pode se alimentar por vias naturais, porque seu intestino não funciona, por isso carrega consigo uma máquina com uma sonda, que o nutre e o hidrata incessantemente.Para ajudar Matheus, o ganhador deixou o bilhete premiado no valor de R$ 719,92 e uma carta na portaria da TV Bandeirantes, em Belo Horizonte, aos cuidados do jornalista Rodrigo Genta.

mega sena ganhador doa tudo

Carta e bilhete premiado enviados à Matheus. Foto: Divulgação

"Quando recebi o envelope com essa carta e o bilhete, fiquei sem entender por alguns instantes. Minha primeira reação foi correr até a portaria da TV para saber do porteiro quem tinha deixado. Segundo ele, foi um adolescente, de aproximadamente 17 anos, e que não quis se identificar. Fiquei muito emocionado, porque não esperamos ações assim. É muito bacana saber que doou e não quis reconhecimento. Ele fez o bem. Liguei para a mãe do Matheus e ela ficou bastante emocionada. Disse que nem acredita no que está acontecendo, pois as demonstrações de carinho e solidariedade são diárias", conta.

mega sena ganhador doa tudo

Foto: Divulgação

mega sena ganhador doa tudo

Foto: Divulgação

História comovente, não? No fim da carta encaminhada ao jornalista, o apostador anônimo ainda brincou: “Quem sabe da próxima vez tenhamos mais sorte! Essa passou perto… E fique atento ao prazo de resgate do prêmio”, disse.

Embora a doação tenha sido recebida, ainda falta bastante para que o garotinho possa realizar o procedimento médico. Você pode contribuir doando também:

Caixa Econômica Federal

Ag. 2837 – Op.013

Poupança: 12345678-7

CPF: 120.758.876-83

Matheus Teodoro Oliveira

Banco Itaú

Ag. 6505CC: 31482-0

CPF: 049.687.916-23

Gecilene Oliveira Matos

Você pode saber mais sobre o Matheus e sua jornada aqui

Fonte: http://www.vilamulher.com.br/ Via R7

VIA BLOG DO DIASSIS LIRA.

http://tiroequedanoticias.blogspot.com.br/

"Países membros da ASEAN declaram as suas dez economias como mercado único"

 

China está preocupada com o aumento das frotas de submarinos da ASEAN

Nações do Sudeste Asiático estabeleceram neste domingo uma comunidade formal que busca propiciar a circulação mais livre de comércio e de capital em uma área de 625 milhões de pessoas com uma produção econômica combinada de 2,6 trilhões de dólares.

A declaração da comunidade foi assinada por líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), de dez membros, em Kuala Lumpur, anfitriã da cúpula anual do grupo neste ano.Em desenvolvimento há doze anos, a comunidade ASEAN é um marco na história de 48 anos de um grupo fundado no auge da Guerra Fria como um baluarte anti-comunista.A comunidade ASEAN inclui uma dimensão política, de segurança e sócio-cultural em uma região com governos que vão desde o comunista no Vietnã e quase militar em Mianmar ao reino de Brunei e a democracia turbulenta das Filipinas.Mas é a comunidade econômica que oferece as oportunidades mais concretas para a integração em uma região cujo Produto Interno Bruto (PIB) combinado a tornaria a sétima maior economia do mundo.Na prática, a ASEAN já praticamente eliminou as barreiras tarifárias entre os dez países, disse o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, o anfitrião da cúpula, na cerimônia de assinatura. "Agora temos de assegurar que criemos um verdadeiramente único mercado e base de produção, com maior liberdade de circulação de bens e serviços."

http://inteligenciabrasileira.blogspot.com.br/

A mudança na Argentina e os rumos do continente

 

REUTERS/Ivan Alvarado: <p>Mauricio Macri, opositor de centro-direita, após resultado das eleições presidenciais, em Buenos Aires. 23/11/2015 REUTERS/Ivan Alvarado</p>

“Sinto cheiro de retrocesso em toda a América do Sul”, disse o ex-presidente Lula na semana passada. A vitória da direita na Argentina foi a primeira confirmação de seu pressentimento e reforça o temor da esquerda do continente de que prenuncie a queda de outros governos do ciclo progressistas iniciado em 1998 com a eleição de Hugo Chávez na Venezuela. Depois veio a era Lula/PT no Brasil, o kirchnerismo na Argentina, Evo Morales na Bolívia e Rafael Correa no Equador. A conjuntura varia de país para país mas em todos eles verifica-se o desgaste dos governos longevos, as acusações de má gestão e corrupção, a recessão e a enganosa convicção das camadas mais pobres de que as mudanças e conquistas das duas últimas décadas não serão afetadas pela mudança de governo.

Na Argentina, o presidente eleito Maurício Macri pode até ser gradualista na mudança, mas elegeu-se prometendo ser a antítese dos governos peronistas dos últimos 12 anos. Macri para os argentinos é mais que a ruptura com o peronismo. Pela primeira vez, eles serão governados por um presidente que não vem do peronismo nem do radicalismo, as duas forças polares do sistema político do país desde a redemocratização. Macri construiu nos últimos anos um partido alternativo conservador, claramente comprometido com valores de direita e com políticas neoliberais. A realização de seu discurso de campanha forçosamente passará pelo desmonte das políticas sociais dos governos Kirchner-Cristina. O grau e a velocidade do retrocesso é que só serão conhecidos com o tempo.

A presidente Cristina Kirchner certamente cometeu erros que levaram à derrota do peronismo mas é enganosa a crença dos argentinos de que Macri trará mudanças sem comprometer as conquistas. Scioli, o candidato peronista, turbinou inutilmente o “discurso do medo”, advertindo para os riscos do retrocesso nas políticas sociais, na geração de empregos e na defesa dos direitos humanos.

Assim como no Brasil os mais favorecidos pelas políticas da era petista engrossaram manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, na Argentina boa parte dos eleitores das camadas médias que ascenderam econômica e socialmente sob o kirchnerismo votaram em Macri.

“El País” noticiou que em uma das nove universidades públicas criadas pelo kirchnerismo, e frequentadas por muitos alunos que são a primeira geração de universitários de suas famílias, logo depois do segundo turno um professor fez uma enquete com os alunos, pedindo que repetissem, sem se identificar, o voto que haviam dado para presidente. Deu Macri, embora quase empatado com Scioli.

Jogo jogado, agora é esperar pelo governo Macri e pelos reflexos que a mudança na Argentina terá sobre o continente. Já se sabe que, sob Macri, haverá uma reviravolta nas relações com a Venezuela e outros países governados por presidentes de esquerda. Guido Nejamkis, correspondente do 247 em Buenos Aires, colheu de pessoas próximas do presidente eleito a informação de que sua primeira viagem internacional será ao Brasil e que ele pretende aprofundar a cooperação com os ministros “pragmáticos” de Dilma, como Levy e Katia Abreu.

Nem por isso, o Brasil deixará de ter problemas com o novo governo de nosso principal vizinho. E isso começará pelo Mercosul, que não conta com a menor simpatia de Macri.

http://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/206263/A-mudança-na-Argentina-e-os-rumos-do-continente.htm

domingo, 22 de novembro de 2015

O Ocidente escolheu o pior caminho: a guerra

 

Seguramente são abomináveis e de todo rejeitáveis os atentados terroristas perpetrados no último dia 13 de novembro em Paris por grupos terroristas de extração islâmica. Tais fatos nefastos não caem do céu. Possuem uma pre-história de raiva, humilhação e desejo de vingança.

Estudos acadêmicos feitos nos USA evidenciaram que as persistentes intervenções militares do Ocidente com sua geopolítica para a região e a fim de garantir o suprimento do sangue do sistema mundial que é o petróleo, rico no Oriente Médio, acrescido ainda pelo fato do apoio irrestrito dado pelos USA ao Estado de Israel com sua notória violência brutal contra os palestinos, constituem a principal motivação do terrorismo islâmico contra o Ocidente e contra os USA (veja a vasta literatura assinalada por Robert Barrowes: Terrorism: Ultimate Weapon of the Global Elite en seu site: War is a Crime.org).

A resposta que o Ocidente tem dado, a começar com George W. Bush, agora retomado vigorosamente por François Hollande e aliados europeus mais a Rússia e os EUA é o caminho da guerra implacável contra o terrorismo seja interno na Europa seja externo contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Mas esse é o pior dos caminhos, como criticou Edgar Morin, pois guerras não se combatem com outras guerras nem o fundamentalismo com outro fundamentalismo (o da cultura ocidental que se presume a melhor do mundo e com o direito de ser imposta a todos). A resposta da guerra que, provavelmente, será interminável pela dificuldade de derrotar o fundamentalismo ou grupos que decidem fazer de seus próprios corpos bombas de alta destruição, insere-se ainda no velho paradigma pré-globalização, paradigma enclausurado nos estados-nações, sem se dar conta de que a história mudou e tornou coletivo o destino da espécie humana e da vida sobre o planeta Terra. O caminho da guerra nunca trouxe paz, no máximo alguma pacificação, deixando um lastro macabro de raiva e de vontade de vindita por parte dos derrotados que nunca, na verdade, serão totalmente vencidos.

O paradigma velho respondia guerra com guerra. O novo, da fase planetária da Terra e da Humanidade, responde com o paradigma da compreensão, da hospitalidade de todos com todos, do diálogo sem barreiras, das trocas sem fronteiras, do ganha-ganha e das alianças entre todos. Caso contrário, ao generalizar as guerras cada vez mais destrutivas, poderemos pôr fim a nossa espécie ou tornar a Casa Comum inabitável.

Quem nos garante que os terroristas atuais não se apropriem de tecnologias sofisticadas e comecem a usar armas químicas e biológicas que, por exemplo,colocadas nos reservatórios de água de uma grande cidade, acabe produzindo um dizimação sem precedentes de vidas humanas? Sabemos que estão se habilitando para montar ataques cibernéticos e telemáticos que podem afetar todo o serviço de energia de uma grande cidade, dos hospitais, das escolas, dos aeroportos e dos serviços públicos. A opção pela guerra pode levar a estes extremos, todos possíveis.

Devemos tomar a sério o que sábios nos alertaram como Eric Hobswbam ao concluir seu conhecido A era dos extremos: o breve século XX (1995:562):”O mundo corre o risco de explosão e implosão; tem que mudar...a alternativa para a mudança é a escuridão”. Ou então do eminente historiador Arnold Toynbee, depois de escrever dez tomos sobre as grandes civilizações históricas, nos vem esta advertência em seu ensaio autobiográfico Experiências (1969:422):” Vivi para ver o fim da história humana tornar-se uma possibilidade intra-histórica, capaz de ser traduzida em fato não por um ato de Deus mas do próprio homem”.

O Ocidente optou pela guerra sem trégua. Mas nunca mais terá paz e viverá cheio de medo e refém de possíveis atentados que são a vingança dos islâmicos. Oxalá não se realize o cenário descrito por Jacques Attali em seu Uma breve história do futuro (2008): guerras regionais cada vez mais destrutivas a ponto de ameaçarem a espécie humana . Aí a humanidade, para sobreviver, pensará numa governança global com uma hiperdemocracia planetária.

O que se impõe, assim nos parece, é o reconhecimento da existência de fato de um Estado Islâmico e em seguida formular uma coligação pluralista de nações e de meios diplomáticos e de paz para criar as condições de um diálogo para pensar o destino comum da Terra e da Humanidade.

Receio que a arrogância típica do Ocidente, com sua visão imperial e ao se julgar em tudo melhor, não acolha esse percurso pacificador mas prefira a guerra. Então torna a ganhar significado a sentença profética de M. Heidegger, conhecida depois de sua morte:” Nur noch ein Gott kann uns retten: então somente um Deus nos poderá salvar”.

Não devemos ingenuamente esperar a intervenção divina, pois o nosso destino está entregue à nossa responsabilidade. Seremos o que decidirmos: uma espécie que preferiu se auto-exterminar a renunciar à sua vontade absurda de poder sobre todos e sobre tudo ou então forjarmos as bases para uma paz perpétua (Kant) que nos conceda viver diferentes e unidos, na mesma Casa Comum.

* articulista do JB online e escritor

http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2015/11/21/o-ocidente-escolheu-o-pior-caminho-a-guerra/?from_rss=None

Cinco“faíscas” que poderão despoletar a Terceira Guerra Mundial

 

Navio de guerra filipino Sierra Madre que funciona como posto avançado do país para sua reivindicação a banco de areia no Mar do Sul da China reclamado por outras nações.

 

© REUTERS/ REUTERS/Ritchie A. Tongo/Pool/Files

 

Os líderes de todos os países devem estar cientes dos potenciais perigos dos jogos de guerra e fazer o que for preciso para impedir a escalada dos conflitos mais perigosos do mundo, considera Robert Farley, um especialista sênior da Universidade de Kentucky.

O primeiro dos conflitos de alto risco é a guerra na Síria, escreve Farley em um artigo para o The National Interest. A propagação do Estado Islâmico é uma das maiores preocupações do mundo, incluindo da Rússia, da França e dos EUA. Mas, mesmo se esses países se juntarem numa coalizão, as tensões internas dentro da aliança poderão aumentar devido a haver planos diferentes sobre o futuro da Síria.

Rei Abdullah II da Jordânia

© AP Photo/ Brendan McDermid,Pool

'Planeta vive terceira guerra mundial', diz rei da Jordânia

A guerra entre as forças externas no território sírio poderá arrastar rapidamente para o conflito tais países como a Turquia, o Irã e a Arábia Saudita, bem como outros países de zonas distantes do globo.

O difícil relacionamento entre a Índia e o Paquistão, capaz de se deteriorar a qualquer momento, é uma outra possível "faísca". Se os grupos radicais apoiados por Islamabad realizarem atentados terroristas na Índia como aqueles que ocorreram em Mumbai em 2008, a paciência de Nova Deli não se manterá por muito tempo. Neste cenário, se o Paquistão sofrer uma grande derrota às mãos da Índia, o uso de armas nucleares táticas poderá ser visto por Islamabad como a única maneira de resolver a situação depois de esta ter escalado, observa Farley.

Ele continua dizendo ser muito provável, nessa situação, que os EUA, que reforçaram os seus laços com a Índia nos últimos anos, venham a entrar na guerra, assim como a China, que poderia tomar o lado do Paquistão.

A terceira razão possível poderia aparecer no mar da China Oriental, onde durante os últimos dois anos a China e o Japão têm vindo a jogar um perigoso jogo político sobre as Ilhas Senkaku/Diaoyu. Ambos os Estados reivindicaram esses territórios e implantaram as suas Forças Armadas nas zonas próximas. Se esse conflito deflagrar, os Estados Unidos, vinculados por um acordo de cooperação e segurança, ficarão do lado do seu aliado de longo prazo, o Japão.

Segurança na Internet vem marcando as relações entre EUA e China

© AFP 2015/ Thomas Samson

Terceira Guerra Mundial será digital, advertem analistas

Farley observa que, em tal situação, a China provavelmente agirá primeiro, lançando um ataque contra a infraestrutura militar dos Estados Unidos na região.

Além disso, a situação no mar da China Meridional continuou a suscitar a preocupação mundial por causa do confronto entre os EUA e unidades navais e aéreas chinesas. A perda de autocontrole por qualquer um dos lados pode resultar em consequências terríveis. Uma guerra entre Pequim e Washington seria uma catástrofe em si, mas o ponto aqui, de acordo com Farley, é que muito provavelmente o Japão e a Índia se intrometeriam na guerra.

E, finalmente, o último ponto da lista de Farley é a crise na Ucrânia. O resultado de toda a situação depende em grande parte em que medida a OTAN está pronta a interferir nos assuntos internos do país, destacou o especialista.

Se a OTAN intervier na Ucrânia, a Rússia será forçada a tomar contramedidas. Além disso, qualquer ataque a qualquer dos países-membros da aliança poderá desencadear uma ofensiva da OTAN.

Farley conclui dizendo que as potências mundiais não conseguem entender como os jogos de guerra são perigosos. A verdade é que, hoje em dia, os líderes dos países mais poderosos devem permanecer vigilantes e mitigar as crises ao redor do mundo, ao invés de as escalar.

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Pequim volta a criticar “provocação dos EUA” no Mar da China Meridional

Bandeiras da China e dos EUA

 

© AP Photo/ Andy Wong

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Liu Zhemin, voltou a criticar a invasão norte-americana ao colocar navios a menos de 12 milhas náuticas de ilhas do país asiático no Mar da China Meridional. Ele disse neste domingo (22) que a ação dos EUA é uma provocação política “em nome da liberdade de navegação”.

Navios de guerra dos EUA no Mar da China Meridional

© Foto: US Navy / David Mercil

Pequim: Washington não deve se meter em disputa no Mar da China Meridional

Zhenmin destacou, às margens da cúpula da 27ª da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Kuala Lumpur, na Malásia, que o principal propósito norte-americano é testar como a China irá reagir a este tipo de provocação.

No dia 26 de outubro, o destróier norte-americano USS Lassen invadiu águas territoriais chinesas se aproximando das ilhas Spratly. Mesmo alertada, a embarcação seguiu viagem gerando grande tensão entre os EUA e a China, que reivindica sua soberania sobre a região, rica em pesca e minerais e uma importante rota comercial.

O Ministério das Relações Exteriores chinês reagiu dizendo que o fato era uma provocação e aconselhou os EUA a pensar duas vezes antes de suas ações. A chancelaria afirmou, ainda, que “a embarcação ameaçou interesses de soberania e segurança, colocaram pessoas e estabelecimentos em risco e danificaram a paz e a estabilidade local”.

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Mídia alemã: Rússia tem um projeto para reconstruir a Síria

 

Um edifício residencial destruido na cidade síria de Aleppo

 

© Sputnik/ Mikhail Voskresensky

A imprensa alemã publicou que a Rússia não planeja somente destruir o Estado Islâmico na Síria, mas promover a reconstrução do país árabe devastado pela guerra civil que se arrasta desde 2011. O governo russo ajudará Damasco com um roteiro para uma solução política e projetos de investimento.

O Deutsche Nachrichten Wirtschafts (DWN) relatou no sábado (21) que a Rússia tem um plano de longo prazo para reconstruir a Síria depois que os terroristas forem derrotados, o que requer o envolvimento de outras potências regionais para garantir que a ameaça do extremismo seja extinto.

“O presidente russo, Vladimir Putin, está seguindo uma estratégia de longo prazo no Oriente Médio, segundo a qual os aliados tradicionais da Síria desempenham um papel importante. Com novas alianças com o Iraque e o Irã, a Rússia quer quebrar o domínio da Arábia Saudita, que através da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e o wahhabismo desempenham um papel destrutivo tanto econômica quanto socialmente, na opinião da Rússia”, escreveu o DWN.

Presidente da Síria, Bashar Assad dá entrevista à BBC em Damasco

© AP Photo/ SANA, File

Presidente Assad: em dois meses Rússia fez mais do que EUA em um ano

O jornal se refere a uma entrevista do vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, para o canal Rossiya 24, em que ele afirma que a reconstrução da economia da Síria começará assim que o exército sírio, com o apoio da força aérea russa, libertar as grandes extensões de terra dos terroristas.

Rogozin explicou que a Rússia está usando armamento de precisão transportado por aviões de ataque Su-24, Su-25, e Su-34, a fim de derrotar os terroristas do Estado Islâmico, ao invés de civis. “Não somos, como os EUA na Iugoslávia, em 1999, usando munição velha. Eles limparam seu arsenal bombardeando apenas edifícios civis. Nós não podemos nos permitir fazer algo assim.”

Aeronave russa em missão para destruir alvos do Estado Islâmico na Síria

© Foto: Russian Defence Ministry

Especialista: campanha russa na Síria é exemplo de guerra moderna

DWN também detalhou alguns dos fortes laços econômicos da Rússia com a Síria nas áreas de produção de petróleo e gás, citando o diretor-executivo da União das Indústrias de Gás e Petróleo da Rússia, Gissa Guchetl, que disse à RIA Novosti em julho que as empresas do país pretendem fazer reviver os contratos existentes com a Síria no valor US$ 1,6 bilhão quando a situação no país se tornar estável.

Além disso, a Rússia é o único parceiro a ter apresentado um roteiro abrangente para a reforma síria após o fim da guerra, informou DWN. O plano, que foi apresentado em Viena no início deste mês, prevê um período de 18 meses, englobando reformas constitucionais e eleições presidenciais, na qual o presidente Bashar Assad pode participar.

“No entanto, a Rússia recusa-se a apoiar a derrubada externa de Assad, que a aliança liderada pelos EUA ainda define como um objetivo”, relatou o jornal a partir de Viena, onde mundo e as potências regionais com interesse em regular a crise síria iniciaram conversações em 30 de outubro para encontrar uma solução para o

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Fiúza perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado

Fiúza surta e diz que direito de resposta atenta contra liberdade

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22 de Novembro de 2015 às 13:23

247 – Guilherme Fiúza foi mais um colunista escalado pelo Globo para protestar contra a lei do direito de resposta.

No texto "Esqueça a sexta-feira 13", ele afirma que o Brasil deve se indignar com a lei recentemente sancionada pela presidente Dilma Rousseff. "A presidente da República, que foi guerrilheira e declarou seu horror à censura, acaba de aprovar uma lei apunhalando a liberdade de expressão", afirma. Confira:

Esqueça a sexta-feira 13

Por GUILHERME FIUZA

A presidente, que foi guerrilheira e declarou horror à censura, acaba de aprovar lei apunhalando liberdade de expressão
O massacre de Paris levou a Europa ao estado de guerra, e o mundo ao estado de alerta. Mas o Brasil só pode se indignar com um dos mais graves atentados terroristas da história da humanidade se lamentar primeiro a ruptura da barragem em Minas Gerais. Esse incrível dilema parece coisa do demônio, porque, como dizia Hélio Pellegrino, o demônio é burro. Só ele poderia, em meio ao sangue e à dor, sacar a calculadora.
O ser humano se choca e se revolta com o que quiser. O ser desumano decide o que deve chocar e revoltar os outros. Ele é imune ao sentimento. Perplexidade, medo e morte não atrapalham seus cálculos politicamente corretos. Sua bondade e seu altruísmo estão à venda na feira por 1,99. E acabam de produzir uma façanha: o país voltou a ter uma Lei de Imprensa igualzinha à da ditadura militar. Sancionada pelo governo da esquerda bondosa (1,99).
A presidente da República, que foi guerrilheira e declarou seu horror à censura, acaba de aprovar uma lei apunhalando a liberdade de expressão. Não deve ter ligado o nome à pessoa. A nova Lei do Direito de Resposta impõe aos veículos de comunicação prazos e ritos sumários para defender-se dos supostos ofendidos — uma mordaça, dado o risco de jornais e TVs terem que passar a veicular editoriais dos picaretas do petrolão, por exemplo. Este é, e sempre foi, o plano dos petistas amigos do povo em defesa da verdade: falar sozinhos.
É uma lei inconstitucional, e o Supremo Tribunal Federal terá que se manifestar sobre isso. Claro que a independência do Supremo vem sendo operada pelo governo popular segundo a mesmíssima tática progressista — onde progresso é você assinar embaixo do que eu disser. A democracia brasileira está, portanto, numa encruzilhada — e só Carolina não viu.
Carolina e os convertidos, que não são necessariamente comprados. Fora as entidades e cabeças de aluguel, existe a catequização sem recibo. Estudantes de escolas públicas e privadas do país inteiro enfrentam provas — vestibular inclusive — onde a resposta certa é aquela em que o governo do PT é virtuoso e os antecessores são perversos. O nome disso é lavagem cerebral, e os resultados estão aí: em qualquer cidade brasileira há estudantes sofrendo bullying ideológico da maioria catequizada. Essa é a verdadeira tropa de choque (ou exército chinês) dos companheiros que afundaram o Brasil sem perder a ternura.
Pense duas vezes, portanto, antes de se horrorizar com a carnificina da sexta-feira 13 em Paris. Sempre haverá alguém ao seu lado, ou na sua tela, para denunciar o seu elitismo. E para te perguntar por que você não se choca com a violência em Beirute. E para te ensinar que os próprios europeus são os culpados de tudo. Não adianta discutir — como já foi dito, o demônio é burro. Mas se você achar que isso é cerceamento da liberdade, não conte para ninguém: é mesmo. Trata-se da censura cultural, uma prima dissimulada da censura estatal (a da Lei de Imprensa).
A censura cultural se alimenta desses dilemas estúpidos — sempre buscando um jeito de colar no inimigo o selo de “conservador”, palavra mágica. No Brasil, quem é contra a indústria de boquinhas estatais do PT é conservador — e os que conservam as boquinhas são progressistas. Quem era contra o monopólio estatal da telefonia era conservador (neoliberal, elitista etc.). O monopólio foi quebrado, gerou um salto histórico de inclusão social, mas o sindicalismo petista que tentou conservar esse monopólio é que é progressista. Conservadores são os que acabaram com a conservação.
Jornalistas que criticam as malandragens fisiológicas da esquerda são conservadores — e para realçar o maniqueísmo, claro, vale inventar. O perfil de Carlos Alberto Sardenberg na Wikipédia, por exemplo, foi reescrito com algumas barbaridades por um computador progressista do Palácio do Planalto. O perfil do signatário deste artigo também foi enriquecido com algumas monstruosidades. Depois de retiradas, surgiu ali um editorial sobre “polêmicas” com o PT (que continua lá). Cita um vice-presidente do partido que acusou este signatário de maldizer os pobres e sua presença nos shoppings e aeroportos. Naturalmente, é o partido dele quem ameaça a presença dos pobres nos shoppings e nos aeroportos, com a pior crise econômica das últimas décadas — e com seu tesoureiro preso por desviar dinheiro do povo. Mas esses detalhes conservadores não estão no verbete.
Como se vê, a verdade tem dono. Se você não quer problema com a patrulha, leia a cartilha direito. E, se possível, diga que os 130 mortos pelo Estado Islâmico em Paris não são nada perto da matança nas periferias brasileiras (use à vontade a calculadora do demônio). Pronto, você está dentro. Aí, pode falar de tudo. Lula, por exemplo, disse a Roberto D’Ávila que passou cinco anos sem dar entrevista para não interferir no governo. Procede. Esse que você ouviu falando pelos cotovelos devia ser o palestrante da Odebrecht.

http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/206227/Fiúza-surta-e-diz-que-direito-de-resposta-atenta-contra-liberdade.htm

Atenção senhores laranjas de políticos, tomem cuidado

MP quer cassar concessões de rádios de vários políticos

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22 de Novembro de 2015 às 06:54

247 – Uma reportagem dos jornalistas Ricardo Mendonça e Paula Reverbel informa que o Ministério Público pretende desencadear ações judiciais contra 32 deputados e oito senadores que são concessionários de emissoras de rádio ou televisão – o que é proibido por lei.

A ação pode atingir nomes de peso, tais como os senadores Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, Edison Lobão (PMDB-MA), José Agripino Maia (DEM-RN), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Na Câmara, nomes citados são de parlamentares como Sarney Filho (PV-MA), Beto Mansur (PRB-SP), Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher de Jader, Rodrigo de Castro (PSDB-MG) e Rubens Bueno (PR).

Todos eles aparecem como sócios de emissoras, nos registros do Ministério das Comunicações. Na ação, a Procuradoria pedirá suspensão das concessões e condenação que obrigue a União a licitar novamente o serviço e se abster de dar novas outorgas aos citados.

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/206196/MP-quer-cassar-concessões-de-vários-políticos.htm

sábado, 21 de novembro de 2015

Conspiração: Americanos no jatinho Legacy podiam ser espiões nucleares

 

Postado em 20 março, 2013 // Deixe seu comentário

Teóricos da conspiração estudam a possibilidade de o acidente com o vôo 1907 da Gol em 2006, ser na verdade um incidente internacional entre Brasil e Estados Unidos

Segundo os teóricos da conspiração, o motivo real da vinda dos pilotos e principalmente do “jornalista Joe Sharkey do The New York Timesao Brasil não era comprar o jatinho legacy da Embraer e fazer uma matéria sobre isso, era “investigar de perto a informação de que na região da base aérea da Serra do Cachimbo existiria a Bomba Atômica” brasileira, escondida e protegida pela Força Aérea Brasileira.

Serra do Cachimbo fica em região isolada e estratégica do país. Suspeitas antigas dizem que ali é onde está a bomba atômica brasileira

Eles precisavam de um motivo para trafegar naquela região e o motivo foi o transporte do avião até os EUA para o legítimo proprietário. O que ficou dificil de explicar foi o fato de que para isso precisariam ter a bordo um jornalista veterano de um dos maiores jornais americanos, o The New York Times.

Para quê?

Para tirar fotos aéreas o mais próximo possível da base aéra brasileira e redigir matéria investigativa a respeito da possível construção secreta da bomba atômica brasileira.

Era um belo plano aproximar-se da base, fazer as fotos e fugir pela fronteira com a Bolivia mesmo sabedores que poderiam ser interceptados pelos caças da FAB. Sim, haveria tempo suficiente para fugirem pela fronteira mesmo sendo acompanhados pela FAB, pois a Lei do Abate exige alguns procedimentos que impede o piloto militar de atirar imediatamente. Ele precisa fazer um contato via rádio, aguardar a resposta após algumas tentativas, alertar via radio que efetuará disparos, realizar disparos com projéteis de festim e somente após isso, utilizar munição real para atingir o Jatinho Legacy, isso se não errar o alvo. Todo esse moroso processo permitiria ao jornalista americano realizar o trabalho jornalistico visual e fugir sem ter o avião derrubado.

Desligaram o transponder e não responderam aos diversos contatos via rádio, justamente por isso, eles não deveriam se preocupar com as interferências burocráticas dos militares brasileiros.

O jornalista norte-americano Joe Sharkey - passageiro do jato Legacy que colidiu com o avião da Gol em 2006, provocando a morte de 154 pessoas - é o ESPIÃO, segundo os teóricos da conspiração

O tiro saiu pela culatra, em se tratando da Defesa Nacional e de um assunto que envolve a soberania do país cujas consequências poderiam resultar na intervenção da comissão de assuntos nucleares da ONU, a FAB, ao que tudo indica disparou sua artilharia anti-aérea contra o jatinho dos americanos ao perceber os seus intentos.

Os teóricos chegaram a essa conclusão após um dos tiros ter resvalado na ponta da asa do jato, assustando os pilotos e finalmente convencendo-os com isso, a re-ligar os equipamentos de comunicação. Note que após esses tiros e a retomada dos contatos -desesperados por parte dos pilotos americanos- com a FAB, eles foram escoltados por dois caças até a Base Aérea da Serra do Cachimbo e não fizeram um pouso de emergência como os jornais divulgaram. Na Base Aérea foram revistados e todos os registros que fizeram, foram apreendidos pelos militares que infelizmente foram obrigados a tomar essa atitude.

O detalhe cruel de tudo isso, está no que ocorreu com o restante dos tiros da artilharia anti-aérea que acabaram por acertar por engano, ao que também tudo indica, o vôo 1907 da Gol que passava justamente naquele momento. O avião foi abatido em pleno vôo e por isso explodiu no ar. Diferente do que foi divulgado dando conta de que ele despencou do céu e caiu de ponta. Ficou patente esta versão da explosão no céu, porque os destroços cairam em vários pontos da Serra do Cachimbo num raio de “um kilômetro” e não somente em um único ponto como seria se o impacto fosse direto com o solo.

Existem outros atentados contra o Brasil que a midia não ousa divulgar como o caso do afundamento ‘acidental’ de nosso submarino, da plataforma petrolífera, da explosão de nossos vários foguetes na base de lançamentos em “Alcântara” e tantos outros casos que misteriosamente ficam sempre debaixo do tapete.

Destroços do vôo 1907 'caíram' e ficaram espalhados num raio de 01 km

Destroços do vôo 1907 da Gol espalhado num raio de 01km na Serra do Cachimbo

Fotos dos pilotos americanos do jatinho legacy da Embraer e a repercussão do caso na mídia

Grupo de Estudos das Teorias da Conspiração

Grupo Ufo-Gênesis/São Paulo

Não esqueçam de ver a matéria na fonte abaixo, onde estão vídeos: http://ufogenesis.com.br/conspiracao-americanos-no-jatinho-legacy-podiam-ser-espioes-nucleares.html

Ataques russos contra infraestrutura petrolífera abalam todo Estado Islâmico

 

Jazida de petróleo de Rmeilane, na província de Hasakeh, na Síria

 

© AFP 2015/ YOUSSEF KARWASHAN

Após vários duros golpes contra a capacidade militar do Estado Islâmico, as forças russas agora podem se concentrar em destruir o potencial econômico do grupo terrorista: o comércio ilegal de petróleo, afirma o cientista político Nikita Smagin.

Aviação russa realiza ataques localizados contra instalações dos terroristas na Síria

© Ministério da Defesa da Rússia

Aviação russa destrói 500 caminhões-cisterna de terroristas na Síria

Grandes ataques aéreos, segundo o analista, podem limitar seriamente a capacidade do Estado Islâmico de negociar petróleo no mercado negro. A venda de petróleo roubado de jazidas no Iraque e na Síria vem sendo uma grande fonte de receita para o grupo terrorista. Militantes ganham cerca de US$ 2 milhões por dia, segundo estimativas de diferentes fontes.

Antes da campanha aérea russa, a principal medida contra as atividades comerciais ilegais do Estado Islâmico envolvia fazer pressão política sobre os compradores.

“Esse método não parece estar funcionando. Há ainda há quem, principalmente na Turquia, compre petróleo e derivados do Estado Islâmico”, explicou Smagin.

Atos terroristas recentes na França, na Turquia e em outros locais, todos executados pelo EI, podem ser a gota d’água. Ancara, na opinião do analista, agora pode se juntar àqueles que tentam influenciar os compradores de petróleo do Estado Islâmico.

“A Turquia pode ter percebido o perigo que o EI representa”, avaliou.

Sistema de mísseis Iskander.

© Sputnik/ Alexei Danichev

Rússia dispara mísseis Iskander-M à noite pela primeira vez

Na última sexta-feira, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, confirmou que a campanha aérea russa minou a infraestrutura do Estado Islâmico, impedindo que o grupo volte a contrabandear petróleo. As forças russas recentemente destruíram 15 instalações de armazenamento e refinamento de petróleo, além de 525 caminhões-tanque. Sem conseguir entregar 60 mil toneladas por dia, o Estado Islâmico está perdendo cerca de US$ 1,5 milhão por dia, avalia Shoigu.

Smagin acredita que a campanha russa, iniciada no fim de setembro após um pedido formal de Damasco, está aos poucos atingindo seus objetivos.

“O Estado Islâmico está se enfraquecendo. Eles não estão conseguindo nenhum progresso militar. Pelo contrário, estão sofrendo derrota após derrota. Recrutar novos combatentes também ficou mais complicado”, analisou.

Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20151121/2831719/ataques-russia-infraestrutura-petrolifera-abalam-sustento-estado-islamico.html#ixzz3s9XruJNA

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Putin quer continuação 'eficiente' da campanha aérea na Síria

 

Bombardeiro russo Su-24 no céu da Síria

 

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Força Aeroespacial da Rússia está realizando bem a sua tarefa, mas há muito trabalho ainda por realizar.

Falando em um encontro entre a presidência e o Ministério da Defesa na residência oficial do presidente russo, este destacou o "grande trabalho" já feito pela aviação russa na Síria.

"Mas isso não é suficiente ainda para libertar a Síria dos militantes, terroristas e proteger a Rússia de possíveis ataques terroristas", disse Putin depois de ouvir os comandantes dos destacamentos militares russos desde a Síria.

"Nós enfrentamos um grande volume de trabalho, e eu espero que as etapas seguintes sejam realizadas também com qualidade, profissionalismo e tragam o resultado esperado", acrescentou.

Campanha

A Federação da Rússia enviou a sua Força Aeroespacial (antiga Força Aérea) à Síria em 30 de setembro, quando a câmara alta do parlamento russa aprovou esta medida, respondendo à solicitação, por parte do governo sírio, de ajuda russa no combate ao grupo terrorista Estado Islâmico (proibido na Rússia e em outros países).

Segundo o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, nesta sexta-feira (20), sete instalações dos terroristas foram atingisdas nas províncias sírias de Raqqa, Idlib e Aleppo.

Já os navios da flotilha do mar Cáspio lançaram 18 mísseis de cruzeiro contra as posições do Estado Islâmico.

Foi em outubro que a flotilha do mar Cáspio começou a participar da operação na Síria, lançando, no dia 7 daquele mês (aniversário do presidente russo) uma série de mísseis de cruzeiro que conseguiram evitar zonas povoadas e atingiram os alvos do grupo terrorista.

Grupo aéreo

O grupo aéreo russo na Síria foi aumentado até 69 aviões.

Os aviões russos na Síria realizam 143 voos de combate diários, ressaltou o ministro da Defesa.

Caça russo Su-30SM na base aérea de Hmeymim

© Sputnik/ Dmitry Vinogradov

Caça russo Su-30SM na base aérea de Hmeymim

Cooperação

Nesta semana, navios da Marinha russa que estão no mar Mediterrâneo perto do litoral sírio, na zona da operação antiterrorista, estabeleceram contato com o grupo naval francês que também está participando do combate ao Estado Islâmico.

O ministro Shoigu frisou que a sua pasta já começou a organizar a cooperação com as Forças Armadas da França.

"Todas as tarefas colocadas já são resolvidas", disse Shoigu.

Segundo o ministro, são dez navios russos os que participam da operação antiterrorista. Seis deles estão no mar Mediterrâneo.

Resultado da operação

Os resultados preliminares da operação são bastante encorajadores. Mais de 820 alvos dos terroristas foram eliminados desde o início da campanha aérea russa na Síria. Entre outros objetos e instalações, são 23 bases de preparação e treinamento de terroristas, 19 fábricas de armamentos, 47 armazéns de munições.

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‘É bárbaro prolongar sanções contra Rússia após ataques terroristas’

 

Valentina Matviyenko e Sergei Naryshkin durante a reunião conjunta de ambas as câmaras do Parlamento russo, 20 de novembro de 2015

© Sputnik/ Ramil Sitdikov

Os planos de vários países de prolongar sanções contra a Rússia parecem absurdos e bárbaros no contexto de tragédias horríveis que significa que a esses países falta a moral política, disse o presidente da Duma de Estado russa, Sergei Naryshkin.

“Ainda agora o Ocidente está discutindo a hipótese de prolongar as chamadas sanções contra a Rússia. No contexto de recentes tragédias horríveis isso parece nem só absurdo, mas digamos bárbaro e estúpido. Pelo menos, isso significa que elites de alguns países ocidentais têm problemas de moral política e consciência. Estou convicto que os próprios povos não compreendem estes políticos”, disse o presidente da câmara baixa do parlamento russo na reunião conjunta do Conselho de Federação e Duma de Estado pela luta contra o terrorismo.

Vladimir Chizhov

© AFP 2015/ JOHN THYS

Rússia se recusa a barganhar com EUA e UE por fim de sanções

Segundo o político, estas questões já se tornaram retóricas. Expressou a sua confiança em que o Ocidente está preocupado com o destino do mundo e que todos os parceiros russos se mostrarão racionais e expressarão mais vontade de cooperar com Moscou que confrontar.

“Quem explicará porque na situação destas promovem o prolongamento de sanções contra os políticos e deputados russos […], é que não precisam do diálogo em condições atuais?”, afirmou Naryshkin.

Voto no Conselho de Segurança da ONU

© REUTERS/ Mike Segar

Parlamento russo propõe sanções da ONU contra países que apoiam terrorismo

Na quarta-feira (18), a Rússia submeteu à consideração do Conselho de Segurança da ONU um projeto da resolução sobre esforços conjuntos na luta contra o terrorismo que entre outras coisas se tornou uma consequência da tragédia do avião russo na península do Sinai. A França também apresentou o seu projeto da resolução que apela a coordenar ações contra o terrorismo depois dos atentados de 13 de novembro em Paris.

Os EUA e alguns dos seus aliados aplicaram sanções contra a Rússia alegando a ingerência de Moscou nos assuntos internos da Ucrânia, por conta da crise em Donbass.

O Kremlin nega veementemente qualquer participação no conflito ucraniano e tomou medidas restritivas de resposta.

Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20151120/2823714/sancoes-Russia-Ocidente-atentados.html#ixzz3s55yF2Mt

‘A desigualdade é mais grave que a corrupção’

 

Em novo livro, sociólogo e presidente do Ipea critica cientistas e classe média tradicional

Jessé de Souza, presidente do Ipea, lança “A tolice da inteligência brasileira” - Adriana Lorete

RIO - Depois de dizer que os 40 milhões de brasileiros que ingressaram no mercado de consumo nos últimos anos não formavam uma classe média - como então alardeava o governo -, Jessé Souza, que assumiu a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em abril, promete mais polêmica com o livro "A tolice da inteligência brasileira", que chega às lojas nos próximos dias. Nele, o sociólogo afirma que o Brasil não tem uma classe alta, mas sim uma "classe de endinheirados".

E argumenta que a classe média tradicional, além de conservadora, é tola e assume o papel de guardiã da moralidade para compensar seu medo da ascensão dos mais pobres, seu ressentimento com o sucesso dos mais ricos e ficar com a consciência tranquila diante da exploração que ela mesma pratica diariamente. "A classe média explora os mais pobres - e no Brasil essa exploração é uma espoliação absurda - mas finge que é boazinha, afinal de contas, a empregada doméstica é quase da família", diz o presidente do Ipea, órgão que é subordinado ao Ministério do Planejamento.

O GLOBO: O título do seu livro é bastante provocativo. Quem é a inteligência brasileira e onde está sua tolice?

SOUZA: No fundo é uma crítica aos grandes sociólogos do país e à forma como foi montada a Ciência Social no Brasil, mostrando como desde o início houve menos compromisso com cientificidade e mais com a política. É muito problemático quando há uma colonização do interesse da política, como ocorre aqui, um culturalismo conservador que idealiza os Estados Unidos e cria uma imagem negativa do Brasil. É a tolice da inteligência, dos nossos grandes pensadores, dos especialistas, que estão engolindo uma concepção de inferioridade do brasileiro, supondo que existem sociedades perfeitas, onde não há corrupção. Esses autores todos criaram uma ideia, que é assumida por todos nós, do brasileiro definido pela sua desonestidade e corrupção. E uma visão do Estado se opondo ao mercado, sendo ineficiente, enquanto o mercado é o reino de todas as virtudes. A noção de corrupção foi construída paulatinamente no Brasil e sempre pode ser despertada. Ela pode estar adormecida e ser acordada, porque faz parte do patrimônio cultural do Brasil.

Essa leitura está errada? O Estado, no Brasil, não é corrupto?

A questão não é o Estado ser ou não corrupto. Claro que é bom que não seja, é importante que seja transparente e não seja corrupto. Mas essa é a meia verdade, porque nem de longe é a questão principal. Todos os Estados do mundo são aprisionados por interesses privados. Nos EUA, o Estado é extremamente privatizado, segue os interesses das grandes empresas, o Exército americano mata muita gente no mundo para proteger interesses de empresas. O Estado é sempre privatizado. A questão é: por quem? Ou ele é privatizado por uma minoria ou é posto a serviço da maioria. Quase nunca no Brasil o Estado foi posto a serviço da maioria. Eu me lembro de dois momentos históricos, no governo de Getúlio Vargas e no período Lula-Dilma, quando os recursos foram usados também para promover a ascensão das classes populares.

No momento, o senhor acha que o Estado está a serviço da maioria?

Está numa encruzilhada, porque o Estado não tem uma vontade. A sociedade manda no Estado. Se a sociedade brasileira der uma guinada conservadora, o Estado vai ter que acompanhar. E, em grande medida, quem confere argumento para essa guinada conservadora é a leitura dessa pseudociência. Ela monta um jogo de oposição entre mercado e Estado, que não é verdadeiro, porque não se trata de uma luta, os dois vão juntos, um depende do outro. Mas essa oposição é dramatizada, e a questão é: isso serve a quem?

E por que de repente esse "drama" veio à tona com força?

Veio agora porque antes tinha um cenário muito favorável, todos ganhavam. Num contexto, onde começa a ter escassez, é aquela história: "farinha pouca, meu pirão primeiro". Então todos os setores que sabem que não têm como dar benefícios para todos querem voltar ao velho esquema do Estado privatizado pelo interesse de uma minoria. E conseguem isso demonizando o Estado. Foi assim na época de Getúlio Vargas, na época de João Goulart e na época de Lula e Dilma. Isso é fato.

O senhor está traçando o cenário atual como de um pré-golpe?

Tem uma tentativa óbvia de golpe que articula os mesmos elementos de todos os golpes anteriores. Esse nível de corrupção só pode ser mostrado agora, porque antes todas as investigações eram engavetadas e agora as coisas são levadas até o fim. Mas isso está sendo usado, numa dramatização, para o enfraquecimento do Estado, porque, numa sociedade conservadora como a nossa, qualquer ajuda efetiva para as classes populares é vista como um crime pela elite. E nossa classe média tem uma parte que é extremamente conservadora e não gostou da ascensão da classe popular, não gostou de o pessoal estar andando de avião, da meninada da periferia ir ao shopping. Isso não é racional, tem a ver com afeto, com o medo de que as pessoas que estão ascendendo tomem seu lugar, seus cargos, medo que seus privilégios sejam tocados. Quantas pessoas reclamam porque a empregada doméstica tem alguns poucos direitos e não podem mais usá-la como escrava?

A classe média teme a redução da pobreza e da desigualdade?

A classe média tradicional teme a ascensão dos que estão embaixo e tem ressentimento contra quem está em cima. Vai sempre dizer que a pessoa fez alguma coisa errada para chegar lá em cima, quase sempre com a ajuda do Estado. Ela é uma santa a vida toda, até porque nunca esteve em cargo de poder onde sua honestidade vai ser testada. Ela se põe como a guardiã da moralidade. A classe média exporta o mal, o mal está sempre fora. E explora os mais pobres - e no Brasil essa exploração é uma espoliação absurda - mas finge que é boazinha, afinal de contas, a empregada doméstica é quase da família. E, assim, exime-se da responsabilidade, como se o mundo fosse assim mesmo e você não tivesse nada a ver com essa exploração de classe que pratica diariamente. E como essa exploração é escondida, porque a ciência não tematiza, nem a empresa, nem a escola, nem a universidade, você fica cego em relação a sua parte na perversidade, na maldade, na exploração dos mais pobres e no abandono dos mais frágeis. E aí adquire a coisa que todos os seres humanos querem tanto quanto um prato de comida, que é a boa consciência, a capacidade de legitimar a vida que você tem, dizer que está ali por merecimento. Ela tem essa necessidade afetiva que vai ser satisfeita por um discurso que se torna dominante, mas permite que ela seja manipulada quando a época histórica convém.

Como foi a reação da classe alta?

Há um incômodo da elite também porque ela não percebe o mundo de modo diferente da classe média. No Brasil, não temos uma classe alta no sentido europeu do termo, temos a classe dos endinheirados. Pense no Eike Batista botando a Mercedes dele na sala. Jamais alguém de classe alta da França ou na Alemanha faria isso. Essa classe dos endinheirados também ficou incomodada. Apesar de isso ter sido bom para todo mundo, todo mundo ganhou, fortaleceu o mercado interno, a mudança social que aconteceu no Brasil gerou uma série de ressentimentos. A gente tem que ter a coragem de apontar isso. A desigualdade brasileira foi sempre cuidadosamente escondida, a ciência que a gente estava criando nunca pôs a desigualdade no centro das preocupações. Ao contrário, invisibiliza a desigualdade, torna invisíveis as causas e faz parecer que é por burrice ou preguiça que se é pobre.

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A desigualdade é mais grave do que a corrupção?

Sem dúvida alguma, a desigualdade é mais grave que a corrupção, é de longe a questão mais importante. Obviamente o combate à corrupção, a transparência nos negócios públicos são virtudes republicanas fundamentais a qualquer democracia. O problema é a corrupção ser manipulada politicamente para legitimar interesses que não podem ser expressos de modo direto. A corrupção tem que ser combatida como um fato cotidiano. Quando isso acontece nos outros países, não leva ao drama político, a esse carnaval todo. É o jogo de estar cuidando do interesse da maioria, de limpar o país, enquanto as pessoas continuam sofrendo.

Como avalia o resultado da Pnad, que foi divulgada sexta-feira?

Os dados recentes frustram os que achavam que o Brasil passaria por um retrocesso social inevitável com a crise econômica. Os números mostram, por exemplo, que a desigualdade continua caindo e a renda real do trabalho continua subindo. Também o analfabetismo continua caindo, e tudo indica que continua a haver uma melhora nas condições estruturais de vida da nova classe trabalhadora que ascendeu nos últimos anos, ou seja, do segmento que já havíamos estudado empiricamente e denominamos de "batalhadores brasileiros". O problema se dá nos aspectos conjunturais, especialmente no mercado de trabalho, onde o desemprego aumentou. Tudo combinado mostra que o modelo de desenvolvimento com ascensão social dos mais pobres não está liquidado. Mostra, inclusive, extraordinária capacidade de resistência

O que o senhor vê para o futuro?

A gente está numa encruzilhada onde há oportunidades e desvios. A gente pode fazer a mesma coisa que fez a História do Brasil no século XX, ceder ao golpismo, à possibilidade de as pessoas poderem mandar sem o voto. Ou a gente repete isso e os endinheirados e poderosos voltam a mandar sem terem sido eleitos, ou faz um processo de aprendizado, de mudar essa história. As duas hipóteses são possíveis.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/a-desigualdade-mais-grave-que-corrupcao-18054916#ixzz3s4kg8Tqd
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Só o BC não viu

 

Para os empresários, durante seis longos anos o “cartel" e a “máfia" ajudaram a desindustrializar o Brasil

17/11/2015 - 11h03

José Casado, O Globo

Grandes empresas industriais e exportadoras brasileiras decidiram ir à Justiça contra alguns dos maiores bancos globais. Durante seis anos, essas instituições financeiras manipularam um dos principais indicadores econômicos do Brasil — a taxa de câmbio, preço-chave para contratos de comércio e investimentos.

— Empresas e governo pagaram uma conta pesada demais, e estamos falando de centenas de bilhões — diz o empresário Roberto Giannetti da Fonseca, presidente do Conselho Empresarial de América Latina. — Aqui, em 2011, os negócios com derivativos cambiais chegaram a 24 bilhões de dólares por dia.

Entre 2007 e 2013, 30 operadores de bancos estrangeiros conspiraram para influenciar o câmbio do real em relação ao dólar. Combinaram cotações falsas, compartilharam lucros de 30% e dados sigilosos de clientes. Dividiam-se em dois grupos de chat: um autodenominava-se “A Máfia”, outro identificava-se como “O Cartel”.

Representavam Citigroup, Bank of America, Barclays, Deutsche, HSBC, Merril Lynch, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Royal Bank of Canada, Nomura, Tokyo-Mitsubishi, Royal Bank of Scotland, Standard, Credit Suisse e UBS.

Estão sob investigação no Brasil, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Cinco (JP Morgan, Citigroup, Barclays, RBS e UBS) já admitiram culpa em processos nos EUA. As primeiras multas americanas somam US$ 6,4 bilhões.

A investigação brasileira é comandada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O Cade aceitou acordo proposto pelo suíço UBS que, em julho, confessou, entregou provas contra outros bancos e delatou 30 pessoas físicas envolvidas na fraude do câmbio do real.

A Associação Brasileira de Comércio Exterior decidiu participar da ação conduzida pelo Cade: — Estamos levantando subsídios para um processo —, conta José Augusto de Castro, presidente. — Essa manipulação ajudou a destruir a nossa estrutura. Somente em vendas de produtos manufaturados perdemos US$ 50 bilhões e a chance de criar dois milhões de empregos.

A trama para supervalorizar a moeda brasileira incentivou importações. Até 2005 o país tinha 17 mil empresas de exportação e 22 mil de importação. Ano passado contavam-se 19 mil exportadoras contra 44,3 mil importadoras.

A especulação, favorecida pela taxa recorde de juros, deixou o país no lado oposto das nações industrializadas: no Brasil, o volume de negócios diários no mercado futuro de câmbio passou a ser cinco vezes maior do que no mercado de cambio à vista. Segundo o banco dos bancos centrais (BIS), o real se tornou a segunda moeda mais negociada no mercado futuro internacional. Só perde para o dólar.

Em recente audiência no Senado, um diretor do Banco Central, Aldo Mendes, minimizou os efeitos da conspiração sobre o real, apesar da confissão de participantes como o UBS. Mendes não admitiu falhas na vigilância e considerou impossível a manipulação da taxa de câmbio (Ptax) no Brasil:

— Nosso modelo é o melhor que existe.

— Ele mentiu ao Senado — diz Giannetti da Fonseca. — As provas estão no Cade, entregues, em confissão, por um dos participantes.

Castro complementa:

— Fiscalizar seria a obrigação do BC, que nada fez.

Para os empresários, durante seis longos anos o “cartel" e a “máfia" ajudaram a desindustrializar o Brasil. Só o Banco Central não viu.

Sede Banco Central do Brasil, Brasília (Foto: Agência Brasil)

José Casado é jornalista

http://noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2015/11/so-o-bc-nao-viu.html

Beirute era a Paris do Oriente; agora, Paris é a Beirute do Ocidente. Por que?

 

gustavochacra

18 novembro 2015 | 12:14

Ao chegar a um café em Ashrafyieh, bairro cristão de Beirute, possivelmente o garçom te receberá dizendo “Bonjour”. A livraria mais tradicional do Líbano se chama Antoine e sua matriz fica na multireligiosa e cosmopolita Hamra. Dentro, há mais livros em francês do que em árabe. O shopping ABC, um dos mais caros da cidade, tem os cardápios dos restaurantes e as etiquetas das lojas em francês. Os jovens da classe média e da elite libanesa costumam frequentar liceus franceses. Um dos principais jornais do Líbano se chama L’Orient le Jour. Uma das melhores universidades é a Université Saint Jouseph.

Muitos libaneses são fluentes em francês, assim como em inglês e em árabe, e o país se considera parte do mundo francófono. Algumas ruas da cidade lembram Paris. E, para completar, o Líbano foi por mais de 20 anos um mandato francês. Os franceses sempre se consideraram defensores do Líbano. A bandeira libanesa, até a independência, era a da França com um cedro no meio.

Por estes motivos e muitos outros, Beirute era a chamada de a Paris do Oriente Médio. A cidade mais ocidentalizada do Oriente. Os franceses sempre viram o Líbano quase como um filho adotivo. Na França, ser do “Liban” sempre foi um diferencial. Arrisco dizer que muitos libaneses defendem que o país seja parte da França. Os que vivem em Paris são super integrados, assim como ocorre no Brasil.

A partir dos anos 1970, porém, Beirute passou a ser sinônimo de violência. Mesmo com a paz e a cidade reconstruída depois de 15 anos de Guerra Civil, o terrorismo e a instabilidade nunca acabaram totalmente. Dizer que Beirute era a Paris do Oriente Médio, por mais que se valorize a beleza, sofisticação e cosmopolitismo da capital libanesa, deixou de fazer sentido.

Hoje, porém, dá para dizer que Paris virou a Beirute da Europa. E no sentido ruim, infelizmente. A capital francesa se tornou, como a libanesa, sinônimo de terrorismo. Ambas foram alvos de atentado na semana passada. Uma pena. Gosto muito de Paris e este atentado atingiu o que há de melhor na cidade, com sua juventude buscando desfrutar a vida. Os jovens de Beirute, uma cidade que tenho um carinho especial por ter minhas origens no Líbano e que vou visitar todos os anos para não esquecer de onde eu vim, já tiveram de se acostumar a viver com a incerteza. O mundo ficou pior, sem dúvida.

Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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Atentado em Paris: as lágrimas de crocodilo dos dirigentes europeus e dos EUA

 

por Edmilson Costa [*]

 

  O terrorismo é um método de ação pequeno-burguês, eivado de niilismo e revolta cega, cujos autores imaginam que podem mudar alguma coisa mediante ações individuais, desligadas das massas. Além disso, quando o terrorismo é realizado indiscriminadamente, atingindo a população civil, esse tipo de ação se torna ainda mais condenável, pois mata pessoas inocentes e não serve à causa que os próprios terroristas defendem. Trata-se apenas do terror pelo terror, da barbárie pura e simples. Em algumas situações, em que se torna necessário ações específicas contra certos objetivos militares ou governamentais, no bojo de grandes lutas de massas ou dualidade de poder, essas ações podem até ser realizadas, desde que não atinjam civis ou inocentes.
Esse atentado em Paris se enquadra nas ações de terrorismo puro e simples. Cerca de 130 pessoas foram assassinadas, nenhuma delas possuía relação com o governo ou tinha realizado qualquer ação contra o islamismo. Foram mortos simplesmente por estar no lugar errado, na hora errada. Tratou-se, evidentemente, de um ato bárbaro que ceifou a vida de inocentes, executado por fanáticos, sem nenhum critério político, ideológico ou militar. Na verdade, os executores desse massacre eram apenas peões guiados desde longe por interesses geopolíticos e econômicos do imperialismo, tanto europeu quanto norte-americano. O atentado deve ser duramente condenado e seus autores punidos severamente, mas é importante refletirmos: por que ocorrem tragédias tão bárbaras como esta em pleno século XXI?
Os atentados realizados na França, como o das torres gêmeas nos Estados Unidos e em vários países se assemelham à lenda do feiticeiro que, ao desenvolver de maneira descontrolada o feitiço, terminou não controlando mais a alquimia e esta voltou-se contra o próprio feiticeiro. Os atentados contra as torres gêmeas foram realizados pela Al Qaeda, um grupo terrorista treinado e financiado pela CIA para lutar contra os soviéticos no Afeganistão. Enquanto lutou contra os soviéticos, Bin Laden era festejado como herói, saia em fotos ao lado de dirigentes dos Estados Unidos e era reverenciado no Ocidente. Quando a guerra acabou e os EUA tentaram descartá-lo porque este não servia mais aos seus interesses, recebeu o troco, com os atentados que resultaram em milhares de mortes no centro do império.
Agora a França está sentindo na carne pela segunda vez a mesma dupla moral do imperialismo. O Estado Islâmico e outros grupos terroristas que atuam na Síria foram treinados e armados pelo Ocidente para derrubar o presidente Bashar Assad, porque a Síria representa no Oriente Médio um espinho na garganta do imperialismo, uma vez que não se dobra aos interesses do Ocidente na região. Os Estados Unidos e a Europa, especialmente a França, além da Arábia Saudita, Qatar e Turquia, organizaram milhares de mercenários, oriundos de dezenas de países, construíram rede logística, doaram equipamentos bélicos altamente sofisticados para invadir a Síria e depor seu presidente. Provocaram uma guerra civil e um banho de sangue no País, cujo resultado é a morte de 280 mil sírios, entre os quais milhares de crianças, o deslocamento de 11 milhões de habitantes e o êxodo de 800 mil refugiados que hoje perambulam famintos pela Europa.
Poucos também ainda lembram de que há quatro anos, o Departamento Militar dos Estados Unidos na Europa, a OTAN, com o apoio decisivo da França e sem nenhum motivo plausível, a não ser o desejo de derrubar o presidente da Líbia, Muamar Kadafi, colocou toda a sua máquina de guerra para bombardear a Líbia e organizou milhares de mercenários para invadir o País e matar o presidente, num espetáculo dantesco divulgado pelas TVs do mundo inteiro. Essa guerra particular do imperialismo contra uma nação soberana custou milhares de vidas, desarticulou o Estado líbio e espalhou a anarquia institucional, onde cada região do País é governada por gangues mercenárias que espalham diariamente o terror entre a população.
É educativo recordar ainda que a guerra dos mercenários contra a Síria tem o apoio também decisivo da França, que forneceu armamento aos mercenários, chamados eufemisticamente de "grupos moderados". Ao admitir que estava entregando armas para esses grupos, o presidente "socialista" francês, François Hollande, disse que os equipamentos bélicos estavam dentro do compromisso europeu com o esforço para derrubar Assad. Esse mesmo argumento foi também expresso pelo presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, quando solicitou ao Congresso verbas para o financiamento dos "rebeldes sírios". Qualquer observador sabe que esses mercenários são treinados em campos da Jordânia e da Turquia pela CIA e depois são enviados para a Síria. Ao chegar na Síria, as armas terminam caindo nas mãos do Estado Islâmico porque os mercenários não têm moral: lutam ao lado de quem paga mais. E o Estado Islâmico, que controla regiões petrolíferas do Iraque, tem dinheiro suficiente para absorver os novos combatentes. Tudo isso é feito com o conhecimento da CIA, resultando no fato de que o Estado Islâmico se tornou o grupo mais forte entre os mercenários no interior do País.
Estado Islâmico ganha vida própria
Nessa conjuntura, o Estado Islâmico ganhou vida própria. Instalou um Califado na região, instituiu leis medievais nas cidades sob seu controle, destruiu monumentos históricos, realizou um conjunto de atrocidades contra os povos das áreas ocupadas e ainda tinha a prática de degolar os habitantes que não se convertiam ao islã. Enquanto acontecia com os povos da região, essa prática era tolerada pelo Ocidente e desconhecida do grande público. Só se tornou um fato internacional quando jornalistas ocidentais e estrangeiros em geral, europeus e norte-americanos, foram degolados publicamente, com grande estardalhaço e publicidade. A partir daí o mundo inteiro tomou conhecimento dos métodos do Estado Islâmico e sua imagem se deteriorou internacionalmente. Mesmo assim a CIA e os outros serviços de inteligência ocidental continuaram fornecendo, por baixo do pano, armas e material logístico para esses terroristas continuarem matando civis na Síria.
Um dos elementos da conjuntura que mostra a hipocrisia do imperialismo norte-americano e europeu na guerra da Síria é fato de que, quando a imagem do Estado Islâmico se deteriorou definitivamente, o Estados Unidos e os países da Europa resolveram "combater" o Estado Islâmico. Era uma forma de dar alguma satisfação à opinião pública diante das atrocidades cometidas por esses terroristas. Após mais de um ano de bombardeios, o Estado Islâmico continuou mais ativo do que nunca, sofisticando suas ações, ampliando seu exército e conquistando novos territórios.
Quando a Rússia decidiu, por solicitação da Síria, bombardear efetivamente os terroristas do Estado Islâmico, em coordenação em terra com o Exército Sírio, logo a opinião pública mundial tomou conhecimento do engodo que era a luta dos Estados Unidos e da Europa contra esses terroristas. Em menos de três semanas, os russos destruíram campos de treinamento, sua logística, depósitos de armas, bunkers, mudando assim o curso da guerra. A partir daí, com os terroristas em debandada, o Exército Sírio foi retomando as cidades ocupadas e demonstrando ao mundo a farsa dos bombardeios dos Estados Unidos. Ou seja, em um mês a Rússia fez mais do que os Estados Unidos e o Ocidente em mais de um ano.
Diante desse fato insofismável, qual foi a reação do governo norte-americano e de seus aliados? Um cinismo risível. Quando os primeiros resultados dos certeiros bombardeios se tornaram públicos, em vez dos Estados Unidos elogiarem os russos pelos êxitos no combate aos terroristas que eles teoricamente estavam também combatendo, colocaram toda a máquina de propaganda para divulgar que os russos não estavam bombardeando o Estado Islâmico mas os "rebeldes" treinados pela CIA, que os russos erraram alvos e acertaram civis ou que bombardearam por engano território do Irã. Como essas informações eram fantasiosas e convenciam poucas pessoas, mudaram de tática e agora procuram se desvincular do jogo sujo, criando algum fato para salvar sua imagem.
Recentemente, diante da inevitável derrota do Estado Islâmico pelos bombardeios russos, os Estados Unidos novamente buscam manipular a opinião pública através dos meios de comunicação a serviço de seus interesses. Agora, divulga-se que os EUA estão bombardeando efetivamente o Estado Islâmico e num desses bombardeios chegaram a matar o chefe dos terroristas que degolava os estrangeiros. Querem desesperadamente mudar a imagem, associando sua ação à morte de um terrorista "degolador de ocidentais". Pura propaganda. Para quem estava há mais de um ano lutando contra esse grupo terrorista, matar um degolador é um feito não muito digno do exército mais bem equipado e sofisticado do mundo.
Não se pode esquecer também que a França é um dos principais parceiros da Arábia Saudita, uma monarquia feudal e reacionária, principal baluarte do imperialismo no Oriente Médio. Fica muito difícil para a França dizer que todos devem se unir para combater o terrorismo, ao mesmo tempo em que é um dos principais países vendedores de armas para a Arábia Saudita, a principal financiadora dos grupos mais radicais do terrorismo internacional. Essas armas francesas terminam caindo nas mãos dos terroristas. Além disso, como país colonialista, a França não respeita a soberania dos países africanos, suas antigas colônias. Nos últimos anos, mesmo com um governo que se diz socialista, invadiu vários países para defender seus interesses. É contraditório e ridículo querer combater o terrorismo alimentando os terroristas ou os países que os financiam. Em outras palavras, a política francesa para o Oriente Médio contribuiu para o fortalecimento do terrorismo no mundo. Criaram um monstro e foram atacados por ele.
Os mortos de segunda classe
Neste momento, todos os dirigentes dos países ocidentais estão consternados com as mortes de Paris, mas nenhum deles se sensibiliza com as mortes que ocorrem diariamente nos países da periferia, fruto da política imperialista dos Estados Unidos e da Europa. No mesmo momento em que ocorreram os atentados em Paris também os terroristas do Estado Islâmico realizavam um atentado em Beirute no qual morreram 43 pessoas e mais de 280 ficaram feridas. Há algum tempo atrás os terroristas invadiram uma universidade no Quênia e mataram 147 estudantes, da mesma forma que mataram outras centenas na Nigéria.
Todos os dias palestinos são mortos pelas tropas de ocupação de Israel, num espetáculo de brutalidade que já se tornou rotina na região. Milhares de pessoal morreram na invasão da Líbia pelos bombardeios da OTAN e pelas tropas mercenárias a serviço do imperialismo. Outros milhares também morreram ou estão ainda morrendo no Iraque e no Afeganistão. Na Síria, o número de mortes causadas pela guerra imperialista já pode ser considerado um genocídio. Todas estas mortes são da responsabilidade direta da política imperialista para o Oriente Médio e a África na sua insaciável busca por fontes de petróleo, gás e matérias-primas. Para atingir seus objetivos, o imperialismo não limites.
Nenhum dirigente das potencias ocidentais veio a público condenar de forma tão indignada essas atrocidades como estão fazendo com os atentados de Paris. É a indignação seletiva do Ocidente. Parece que a vida dos árabes e africanos tem pouco valor, são mortes de segunda classe. Afinal, nenhum deles era branco de olhos azuis ou residente nas metrópoles imperialistas. Além da brutalidade como o imperialismo trata esses povos, existe também algo vinculado ao racismo, fenômeno típico das sociedades ocidentais, que cresceram e se desenvolveram explorando e humilhando esses povos.
Isso pode ser visto claramente na cobertura realizada pelos meios de comunicações, também controlados pelas nações ocidentais. Nas mortes de segunda classe, eles praticamente silenciam. Tratam a carnificina no Oriente Médio e na África como uma coisa de pouco destaque. Mas quando os atentados são realizados nas vitrines do capital, nos Estados Unidos ou na Europa, os jornais realizam uma cobertura com grande estardalhaço. Passam dias e dias desdobrando o assunto. Transformam essas mortes de primeira classe numa calamidade mundial, incitam a população à solidariedade induzida e todos os dirigentes tratam esses episódios como uma guerra contra os valores ocidentais.
Quem são os verdadeiros responsáveis?
Na verdade, os principais responsáveis pelo terrorismo no mundo são o imperialismo norte-americano e europeu, além de Israel. São os seus governos que armam, treinam e constroem a logística e fornecem as coordenadas de inteligência para esses grupos atacarem países que não seguem o receituário imperialista. Armam terroristas contra Cuba, "contras" para desestabilizar a Nicarágua, Bin Laden e a Al Qaeda para atacar os soviéticos, mercenários para invadir a Líbia e outros grupos que estão direta ou indiretamente servindo aos seus interesses. Na Síria, todos os grupos terroristas, especialmente o Estado Islâmico, foram armados e treinados pelos serviços de inteligência ocidental.
O Estado Islâmico e os outros grupos mercenários que atuam na Síria são criaturas do imperialismo, filhos legítimos ou bastardos da política externa do Ocidente imperial. Sem as armas, o treinamento, a logística e a inteligência e o financiamento do imperialismo estes grupos não teriam condições de operar da mesma forma que estão operando na Síria. Como se explica que um grupo como o Estado Islâmico, inexpressivo há cinco anos, construa num passe de mágica um exército com mais de 50 mil pessoas, com armamento pesado, artilharia, tanques, mísseis e toda a parafernália militar sofisticada que utilizam atualmente? Como explica os desfiles triunfais desse grupo terrorista, com centenas de pick-up novinhas, dezenas de tanques, armamento pesado e moderno, quando conquistam uma cidade ou território?
Todo esse armamento é fornecido pelos países imperialistas e por seus satélites para desestabilizar governos legítimos. Por isso, as lágrimas de crocodilo derramadas pelos dirigentes franceses e ocidentais em geral é uma tremenda hipocrisia contra a opinião pública mundial e os franceses em particular. As balas que mataram os franceses inocentes nesses atentados provavelmente foram fabricadas nos Estados Unidos, na Inglaterra ou na França e os terroristas que executaram os atentados possivelmente foram treinados pelos serviços de inteligência ocidentais. Denunciar essa hipocrisia dos líderes ocidentais neste momento, esclarecer a população sobre os verdadeiros responsáveis por esses atentados é um dever de todos aqueles querem transformar o mundo e se livrar do imperialismo.
A funcionalidade do terrorismo
Vale ressaltar finalmente que o terrorismo é funcional para o capital e o imperialismo, especialmente neste período de crise sistêmica global. Alimentando e financiando o terrorismo contra governos legitimamente eleitos, mas contrários à política do império, desestabiliza-se essas nações, depõe-se seus dirigentes e implementa-se a política econômica imperialista, ampliando-se assim as fronteiras geopolíticas do capital. Pouco importa se para realizar essas ações sejam assassinados centenas de milhares de pessoas, como aconteceu na invasão do Iraque, da Líbia e na guerra mercenária contra o governo da Síria.
Quando o terrorismo ganha vida própria, comete atrocidades nas regiões onde atua e esses fatos chegam à opinião pública internacional, os terroristas deixam de ser funcionais e são descartados por seus patrocinadores. Inverte-se então a equação: para vingar-se da ingratidão, os terroristas punem severamente seus antigos patrocinadores com atrocidades selvagens, como ocorreu agora em Paris. Mas essas atrocidades são muito menores do que aquelas que praticam nas regiões onde aterrorizam as populações locais. Como são realizadas contra povos de segunda classe não ganharam manchetes nos jornais, rádio ou televisão. Mas quando ocorrem no centro do império, ganham dimensão mundial.
No entanto, por incrível que pareça, esses atentados são também funcionais para o capital em época de crise. Sob o pretexto de combater o terrorismo, os governos ocidentais promulgam leis cada vez mais repressivas contra a população e os trabalhadores. Procuram criminalizar os movimentos sociais. Os partidos de extrema-direita, ganham novos argumentos para perseguir os imigrantes e crescerem eleitoralmente em seus países, tornando-se uma reserva de valor político muito importante que poderá ser utilizada nos momentos de agravamento da crise, como ocorreu no período anterior à Segunda Guerra. Portanto, as lágrimas de crocodilo dos dirigentes ocidentais representam não só a hipocrisia dos representantes de uma classe apodrecida e a dupla moral do imperialismo, mas principalmente a necessidade de superar o sistema imperialista.

17/Novembro/2015

[*] Doutorado em economia pela Universidade Estadual de Campinas e secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista Brasileiro.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

http://resistir.info/franca/atentado_paris_17nov15.html

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

"Compra da BG pela Shell tem aval de órgão regulador australiano"

 

A anglo-holandesa Shell obteve nesta quinta-feira a aprovação de um importante órgão regulador australiano para a compra da britânica BG, por 70 bilhões de dólares, em um movimento que irá tornar a companhia a principal sócia da Petrobras no pré-sal.A Comissão Australiana de Competição e Consumidores (ACCC, na sigla em inglês) concedeu autorização incondicional para o negócio, que tornará a Shell o principal operador global de gás natural liquefeito (GNL) e grande produtor de
petróleo no mar.A fusão ainda precisa do aval de reguladores chineses. A Shell planeja concluir o negócio até início de 2016.Atualmente, a BG é a maior produtora de petróleo do Brasil depois da Petrobras, devido a suas participações em campos altamente produtivos do pré-sal.O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou no início de julho, sem restrições, a aquisição da totalidade das ações da BG Group pela anglo-holandesa Shell no Brasil.

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"China busca renegociar contratos de gás com a Shell antes de aprovar fusão com BG"

 

Reguladores chineses que analisam a oferta de fusão da Shell com a BG estão pressionando a empresa anglo-holandesa por condições mais vantajosas em contratos de fornecimento de gás de longo prazo, em um movimento que poderia lançar nova dúvida sobre os benefícios de curto prazo do negócio de 70 bilhões de dólares.Para a China, a oportunidade renegociar os contratos existentes com Shell para fornecimento de gás natural liquefeito (GNL), que deverão responder, junto com o gás da BG, por cerca de 30 por cento das importações do país até 2017, vem em um momento ideal, pois o maior consumidor de energia do mundo enfrentará uma grande abundância ao longo dos próximos cinco anos.Para a Shell, qualquer revisão dos contratos com a China poderia diluir os benefícios financeiros de curto prazo de uma fusão que já tem gerado preocupação entre alguns investidores e analistas por causa dos preços baixos do petróleo.A Shell declarou que queria se tornar o principal comerciante do mundo de GNL, quando anunciou a proposta de aquisição da BG em abril. A conclusão do negócio também permitirá que a companhia se torne a principal sócia da Petrobras no pré-sal.A proposta da Shell pela BG já teve o aval de órgãos no Brasil e na União Europeia. Também obteve aprovação de um regulador da Austrália nesta quinta-feira, mas ainda requer o sinal verde da China.Um porta-voz da Shell não quis comentar sobre uma renegociação de contratos existentes de GNL, e reiterou que a fusão deve ser concluída no início de 2016. Já o Ministério do Comércio da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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