domingo, 26 de outubro de 2014

Leandro Fortes: Tucano é acusado de tráfico de órgãos

 

Pela quarta vez consecutiva, Carlos Mosconi é presidente da Comissão de Saúde do Parlamento de Minas Gerais

por Leandro Fortes, em CartaCapital, sugestão de Julio Cesar Macedo Amorim

Enquanto o Congresso Nacional é submetido a um constrangimento diário desde a eleição do deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), pastor evangélico de discurso homofóbico e racista, para o comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, um caso semelhante na forma, mas muito mais grave no conteúdo, permanece escondido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Em 1˚ de fevereiro, o tucano Carlos Mosconi assumiu pela quarta vez consecutiva a presidência da Comissão de Saúde do Parlamento mineiro.

Médico de formação, Mosconi é idealizador da MG Sul Transplantes, ONG que servia de central clandestina de receptação e distribuição de órgãos humanos em Poços de Caldas, no sul do estado. Segundo uma investigação da Polícia Federal, Mosconi chegou a encomendar um rim para o amigo de um prefeito da cidade mineira de Campanha.

Em 19 de fevereiro, o juiz Narciso Alvarenga de Castro, da 1a Vara Criminal de Poços de Caldas, condenou quatro médicos envolvidos no esquema de compra e venda de órgãos humanos, a chamada “Máfia dos Transplantes”.

João Alberto Brandão, Celso Scafi, Cláudio Fernandes e Alexandre Zincone, todos da Irmandade Santa Casa, eram ligados à MG Sul Transplantes. Scafi era sócio de Mosconi em uma clínica da cidade. A ONG era responsável pela organização de uma lista de pacientes particulares que encomendavam e pagavam por órgãos retirados de pacientes ainda vivos. A quadrilha realizava os transplantes na Santa Casa, o que garantia, além do dinheiro tomado dos beneficiários da lista, recursos do SUS para o hospital.

A máfia de médicos de Poços de Caldas foi descoberta em 2002 por causa do chamado “Caso Pavesi”, que chegou a ser investigado na Câmara dos Deputados pela CPI do Tráfico de Órgãos Humanos, em 2004. Em 19 de abril de 2000, Paulo Veronesi Pavesi, 10 anos de idade à época, caiu de um brinquedo no prédio onde morava e foi levado à Santa Casa. O menino foi atendido pelo médico Alvaro Ianhez, coordenador do setor de transplantes do hospital e, soube-se depois, chefe da central clandestina de tráfico de órgãos. Ianhez é amigo particular do deputado Mosconi, responsável por sua nomeação no hospital.

A partir de uma denúncia do analista de sistemas Paulo Pavesi, pai do garoto, a PF abriu um inquérito e descobriu que a equipe de Ianhez havia decretado a morte encefálica de Paulo quando ele estava sob efeito de substâncias depressivas do sistema nervoso central.

Ou seja, teve os rins, o fígado e as córneas retirados quando provavelmente ainda estava vivo. Pavesi pai foi obrigado a pedir asilo na Itália, depois de ser ameaçado de morte por diversas vezes em Minas Gerais. Atualmente, mora em Londres, onde aguarda até hoje o julgamento do caso do filho.

Outros oito casos semelhantes foram descobertos pela PF e pelo Ministério Público Federal durante as investigações.

Um deles, o do trabalhador rural João Domingos de Carvalho, foi o que resultou nas condenações de fevereiro passado. Internado por sete dias na enfermaria da Santa Casa, entre 11 e 17 de abril de 2001, Carvalho foi dado como morto quando estava sentado e teve os rins, as córneas e o fígado retirados pelos médicos Fernandes e Scafi.

“Era pura ganância, vontade de enriquecimento rápido, sem se preocupar com o sofrimento dos demais seres humanos”, escreveu o juiz Nasciso de Castro na sentença que condenou os médicos da Santa Casa a penas de 8 a 11 anos de prisão, em primeira instância. Todos continuarão em liberdade até o julgamento dos recursos.

Pavesi não se amendrontou à toa. Em 24 de abril de 2002, Carlos Henrique Marcondes, administrador da Santa Casa, foi assassinado no dia exato de seu depoimento no Ministério Público sobre a atuação da máfia dos transplantes lotada no hospital. Ele tinha gravado todas as conversas com os médicos envolvidos no tráfico de órgãos e pretendia entregar as fitas às autoridades.

Antes de falar, Marcondes foi encontrado morto no próprio carro com um tiro na boca. Segundo um delegado da Polícia Civil da cidade, o ex-PM Juarez Vinhas, tratou-se de suicídio. O caso foi sumariamente arquivado. O laudo pericial constatou, porém, que três tiros haviam sido disparados contra Marcondes, embora apenas um o tenha atingido.

Mais ainda: a arma usada e colocada na mão da vítima desapareceu no fórum de Poços de Caldas, razão pela qual foi impossível periciá-la. Levado à Santa Casa, o corpo do administrador foi recebido por dois médicos do hospital. Um deles, João Alberto Brandão, foi condenado em fevereiro. O outro, Félix Gamarra, chegou a ser indiciado, mas acabou beneficiado pela lei de prescrição penal, por ter mais de 70 anos de idade.

A dupla raspou e enfaixou a mão direita de Marcondes, supostamente usada para apertar o gatilho, de modo a invibializar o exame de digitais e presença de resíduos de pólvora. E o advogado da Santa Casa, o também ex-PM Sérgio Roberto Lopes, providenciou a lavagem do carro.

O nome de Mosconi apareceu na trama em 2004, durante a CPI do Tráfico de Órgãos. Convocado pela comissão, o delegado Célio Jacinto, responsável pelas investigações da Polícia Federal, revelou a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fronecimento de um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha, por 8 mil reais. A carta, disse o delegado, foi apreendida entre os documentos de Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais.

Mosconi foi ouvido pelo juiz Narciso de Castro e confirmou conhecer Ianhez desde os anos 1970. O parlamentar disse “não se recordar” da existência de uma lista de receptores de órgãos da Santa Casa, da qual chegou a ser presidente do Conselho Curador por um período.

Sobre a MG Sul Transplantes, que fundou e difundiu, afirmou apenas “ter ouvido falar” de sua existência. Declaração no mínimo estranha. O registro de criação da MG Sul Transplantes, em 1991, está publicado em um artigo no Jornal Brasileiro de Transplantes (volume 1, número 4), do qual os autores são o próprio Mosconi, além de Ianhez, Fernandes, Brandão, e Scafi, todos investigados ou réus de processos sobre a máfia de transplantes de Poços de Caldas.

Procurada por CartaCapital, a assessoria de imprensa de Carlos Mosconi ficou de marcar uma entrevista com o deputado. Até o fechamento desta edição, o parlamentar não atendeu ao pedido da revista.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/leandro-fortes-tucano-carlos-mosconi-um-feliciano-piorado-na-assembleia-mineira.html

Dilma assina decreto que cria Plano Nacional de Saneamento Básico

 

Plano prevê investimentos de R$ 508 bilhões em 20 anos.
'No Brasil, o governo federal não investia em saneamento', disse.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff assinou nesta quarta-feira (20), durante a abertura da 5ª Conferência Nacional das Cidades, em Brasília, decreto que institui o Plano Nacional de Saneamento.

O plano define as metas para o saneamento em todo o país e, para os próximos 20 anos, prevê investimentos estimados em R$ 508 bilhões.

“No Brasil, o governo federal não investia em saneamento. O que estou falando é água tratada, é esgoto sanitário com tratamento e oferta, é politica de resíduos sólidos e também de drenagem”, afirmou a presidente.

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O Ministério das Cidades informou que o plano servirá para a “universalização do acesso aos serviços de saneamento básico como um direito social, contemplando os componentes de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas”.

A presidente disse ainda que saneamento é "vida" e representa desenvolvimento humano.

"Mas ele está escondido no solo, os canos estão lá embaixo, os dutos estão lá embaixo. Assim, não investiam. É fundamental para o país, e a gente tem que ter clareza disso. É índice de desenvolvimento humano ter água tratada e esgoto tratado. A gente não pode em nenhum momento abrir mão disso, nós não podemos abrir mão de deixar que os percentuais, principalmente nas casas, de esgotamento sanitário sejam tão baixos no Brasil”, completou.

O ministro das Cidades assinou uma portaria criando um grupo de trabalho para discutir a proposta de projeto de lei que cria a política que institui o Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano.

Minha Casa, Minha Vida
A presidente também falou na conferência sobre o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Ela afirmou que o atual governo contratou 2 milhões de habitações e que a expectativa é de contratar mais 750 mil até o fim do ano que vem.

“E agora vamos colocar padrão para ser seguido, independentemente do que ocorra, para garantir que ela ocorra, chova ou faça sol. Essa proposta é fundamental para a continuidade do programa porque o déficit habitacional no Brasil ainda não foi superado”, afirmou a presidente.

Dilma também disse que é preciso “reconhecer” que o estado brasileiro tem “obrigação” de contribuir para que “certa camada” da população tenha direito a casa própria.

“É reconhecer que o estado brasileiro – não o governo, o estado – tem obrigação com certa camada da população de contribuir para ela ter acesso à casa própria. Daí porque esse é o programa em que o governo federal gasta mais com subsídio. Nós, de fato, subsidiamos a casa própria à população mais pobre deste país e não é uma questão de esmola não, é questão de dívida”, disse Dilma na conferência.

Segundo o Ministério das Cidades, 1,4 milhão de famílias já foram beneficiadas pelo Minha Casa, Minha Vida. Em 15 de outubro, a presidente anunciou uma terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida, em evento em Vitória da Conquista (BA). À época, a presidente não chegou a especificar o quanto deveria ser investido ou o número de moradias a serem contratadas.

http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/11/dilma-assina-decreto-que-cria-plano-nacional-de-saneamento-basico.html

Empregos, salários e universidades explicam sucesso de Dilma no NE

 

Carlos Madeiro e Wellington Ramalhoso
Do UOL, em Maceió e São Paulo

Dilma Rousseff faz caminhada no município de Feira de Santana, na Bahia

  • Dilma Rousseff faz caminhada no município de Feira de Santana, na Bahia

Resumir a vitória esmagadora da candidata à reeleição Dilma Rosseff (PT) no Nordeste no primeiro turno ao pagamento do Bolsa Família seria minimizar os avanços em várias áreas obtidos pela região neste século.

No primeiro turno, a petista teve uma vantagem de 12,2 milhões de votos sobre o candidato Aécio Neves (PSDB) na região. O tucano foi o mais votado no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, mas na soma do país ainda ficou com 8,3 milhões de votos a menos do que a candidata à reeleição, o que mostra a importância do Nordeste na definição do resultado.

As duas pesquisas divulgadas pelo Datafolha nesta semana confirmam o favoritismo da presidente na região no 2º turno. O levantamento mostra que o Nordeste apresenta o maior desequilíbrio entre os candidatos nas intenções de voto. Dilma alcança a marca de 70% dos votos válidos enquanto Aécio não passa de 30%.

Em relação à primeira pesquisa feita pelo Datafolha no segundo turno, entre os dias 8 e 9 de outubro, a vantagem da presidente na região cresceu oito pontos percentuais.

Assim como em 2010, a discussão sobre o "voto nordestino" voltou a ser alvo de críticas nas redes sociais. Logo após a confirmação da vitória de Dilma no primeiro turno, uma série de internautas lançou ataques aos nordestinos na internet.

Além disso, uma declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao UOL colocou mais lenha na fogueira. "O PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados", afirmou.

Para especialistas consultados pelo UOL, os votos são reflexo do pujante crescimento econômico, das obras e do triplo de estudantes do ensino superior na região.

Segundo o Banco Central, a economia nordestina cresceu 2,55% no segundo trimestre de 2014. Nenhuma região consegue resultado tão expressivo e a tanto tempo seguido. Pela medição do IBGE, a economia do Brasil encolheu 0,6% de abril a junho. 

O crescimento da economia pode ser explicado pelos ganhos econômicos da região. 

Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), entre 2001 e 2012, o nordestino teve o maior ganho de renda entre todas as regiões, o que fez com a participação da base da pirâmide social caísse 66% para 45% --ou seja, mais de 20 milhões de pessoas deixaram a pobreza.

Um dos dados que explicam esse ingresso na classe média é a geração de empregos com carteira assinada. Em 2002, 4,8 milhões de nordestinos tinham emprego formal. No final do ano passado, eram 8,9 milhões. 

Segundo o professor de Economia da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) Cícero Péricles Carvalho, o Bolsa Família não é o que sustenta a maioria dos nordestinos, já que existem menos beneficiários que pessoas que recebem da Previdência ou têm emprego formal --que pagam valores bem maiores.

"O Nordeste possui 17 milhões de famílias. Atualmente, são 8,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada, 8,7 milhões de previdenciários e 7 milhões de famílias cobertas pelo programa Bolsa Família. Ou seja, a renda, ainda que mínima, chega praticamente a todos os domicílios", explica o professor.

Veja o desempenho dos candidatos

Com mais dinheiro circulando, o Nordeste também virou alvo de grandes indústrias e redes, com investimentos em andamento superando os R$ 100 bilhões. 

"O fenômeno do consumo massivo dos chamados segmentos populares é mais uma dessas expressões que ajudam a entender o que se passa na região. Neste período, o Nordeste tem recebido muitos investimentos privados e públicos, e o resultado são taxas de crescimento maiores, em média, que as nacionais", completa Carvalho.

Mais universidades e estudantes

Outro número expressivo é a quantidade de estudantes em cursos superiores. Em 2000, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Nordeste tinha 413.709 universitários.

Em 2012, esse número saltou para 1.434.825. Com isso, a região ultrapassou o Sul e passou a segunda com maior número de estudantes do ensino superior --20% do total--, atrás apenas do Sudeste.

Nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, 18 universidades federais foram abertas --sete delas no Nordeste, todas fora das capitais.

As universidades contam com unidades em mais de um município. Criada no ano passado, a UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), por exemplo, tem campi nas cidades de Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas.

Além da Bahia, as novas universidades federais se espalham pelo interior de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, do Ceará e do Piauí. Vinte e oito municípios nordestinos foram contemplados com unidades dessas instituições. Dilma Rousseff venceu em todos no 1º turno.

Em 16 deles, a votação da candidata à reeleição foi mais alta que a obtida nos respectivos Estados.

Para o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), vinculado à Universidade Cândido Mendes, a presença de universidades tem peso político nas cidades nordestinas.

"Quando você coloca uma universidade federal numa cidade mais carente, o impacto é muito maior do que numa cidade com mais estrutura. Dá oportunidade de formação sem necessidade de deslocamento para as capitais e gera uma massa salarial de funcionários e professores. Politicamente, faz um divisor muito grande", afirma.

Obras

O professor de Ciências Sociais da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Michel Zaidan lembra que a região também foi contemplada com grandes obras estruturantes.

"O governo Lula mudou completamente o quadro, reintroduziram toda a politica regional no Brasil. Tivemos aqui obras como a transposição do São Francisco, a Transnordestina, o porto Suape, a refinaria de Abreu e Lima, fora todo o conjunto de medidas. Para o nordestino, votar em Dilma é uma escolha racional", avalia.

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Campanha presidencial 2014200 fotos
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24.out.2014 - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, faz selfie antes do último debate do segundo turno das eleições presidenciais Reprodução/Twitter

 

http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/10/23/empregos-salarios-e-universidades-explicam-sucesso-de-dilma-no-nordeste.htm

Abril recebeu R$ 52 milhões do governo de SP e implica com blogs

 

 

Há alguns dias, telefona-me um amigo que trabalha na Editora Abril e que anda preocupado com a situação envolvendo a revista Veja, leia-se a possibilidade de o presidente do Conselho de Administração e diretor editorial do Grupo Abril, Roberto Civita, ser convocado a depor na CPI do Cachoeira.

A preocupação dessa pessoa se refere à possibilidade de sobrevir alguma condenação de seu empregador que afete os milhares de empregos que gera. Respondo que não deveria se preocupar não só devido à alta possibilidade de o poder de Civita fazer com que tudo seja abafado, mas também porque, se alguma consequência sobreviesse, certamente se restringiria à revista Veja e ele não trabalha na revista, mas em outra empresa do grupo.

O amigo, ainda preocupado, diz que isso não o conforta porque o que “segura” o Grupo Abril, hoje, é a Veja e seus contratos com o Estado, sobretudo com o governo de São Paulo, que torra recursos destinados à Educação comprando dezenas de milhares de exemplares da Veja e de livros didáticos das empresas de Civita, entre o muito que despende com esse grupo empresarial e com os Grupos Folha, Estado e com as Organizações Globo.

Lembrei-me dessa conversa por conta das acusações que o blogueiro e colunista da Veja Reinaldo Azevedo e vários outros jornalistas da grande imprensa fazem todo santo dia aos setores da blogosfera que se opõem ao conclave formado por aqueles grandes meios de comunicação e pelo PSDB, pelo DEM e pelo PPS.

No domingo, por exemplo, no âmbito de um arranca-rabo entre Azevedo e o site Brasil 247, este foi acusado de ser “financiado por dinheiro público”, como se a Veja não dependesse do Tesouro paulista (mais do que de qualquer outro).

À diferença de blogs como este, que não recebe um tostão de dinheiro público, o 247 tem um banner do governo do Distrito Federal que, por óbvio, é pago.Há outros sites e blogs que desafiam o poder da mídia tucana que têm banners não só de governos petistas como, também, de empresas estatais sob influência do PT.

Todavia, à diferença de uma Veja, o recebimento de dinheiro público por essas páginas é explícito, apesar de que Azevedo apresenta esse fato como uma grande revelação enquanto que o patrão dele não tem banner nenhum que mostre os milhões que recebe dos governos demo-tucanos.

Aliás, os contratos de fornecimento de publicações didáticas e informativas como a revista Veja para o governo tucano de São Paulo pela Editora Abril sofrem até questionamentos na Justiça, que, há pouco, aceitou denúncia do Ministério Público paulista – feita pelo PSOL – contra a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE).

Ano passado, o blog Namarianews veiculou que o governo paulista fez vultosas compras de revistas (Veja, Isto É, Época) e de jornais (Folha de SP, Estado de SP) via Secretaria de Estado da Educação, através da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE. Os contratos só desse negócio, sem falar em todos os outros, somaram R$9.074.936,00.

A ação encampada pelo Ministério Público de São Paulo partiu de uma ONG chamada Ação Educativa. Refere-se ao contrato 15/1165/08/04 (Diário Oficial 1/10/2008 e 25/out/2008) que autorizou a compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita, ligada à Abril, no valor de R$3.700.000,00. O negócio foi feito sem licitação, apesar de amparado pela lei 8.666.

Em 26 de maio de 2009, o Ministério Público de São Paulo propôs ação civil de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra o Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, a Diretora e o Supervisor de Projetos Especiais, ambos da FDE, bem como contra a Fundação Vitor Civita.

A Ação, que tem como fundamento possíveis irregularidades no contrato firmado sem licitação entre a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e a Fundação Victor Civita, requer a responsabilização dos agentes públicos por condutas que podem ser caracterizadas como improbidade administrativa e ainda tramita na Justiça Estadual”.

O dispêndio de dinheiro do governo de São Paulo com a grande imprensa que tanto apreço demonstra por ele atinge as raias do inacreditável. Segundo o Namarianews, mais de R$250 milhões foram gastos na década passada, tudo sem licitação.

Desse total, comprovado com dados do Diário Oficial, a Editora Abril/Fundação Victor Civita recebeu inacreditáveis R$ 52.014.101,20 para comprar milhares de exemplares de diferentes publicações, entre elas a Revista Nova Escola, a Veja, o Almanaque do Estudante, a Revista Recreio e o Atlas da National Geographic.

O processo da ONG Ação Educativa recebeu o número 0018196-44.2009.8.26.0053 e se baseou em três premissas:

1º) A lei federal 8.666 de 21 de junho de 1993 (que “estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”, incluindo a inexigibilidade de licitação) foi desacatada em seu artigo 25, que deixa claro ser vedada “a preferência de marca, que ocorreu explicitamente neste caso, uma vez que outras editoras não foram sequer consultadas”.

2º) A revista Nova Escola não tem exclusividade temática. “É importante mencionar ao menos duas outras revistas que poderiam ser escolhidas para cumprir as mesmas funções da Revista Nova Escola, tais como as descritas em seu processo de compra: a Carta na Escola, Editora Confiança Ltda, e a Revista Educação, da Editora Segmento Ltda”.

3º) “De acordo com os documentos (fls. 4-12 do processo FDE n. 15/1165/08/04), a motivação inicial para a elaboração do contrato foi uma carta encaminhada em 1/9/2008 pela Fundação Victor Civita à então Secretária de Educação Maria Helena Guimarães de Castro, propondo parceria, com descrição da proposta pedagógica da Nova Escola, preços e condições, além de cronograma de postagem. Ora, o contrato não partiu de uma necessidade da Secretaria de Estado, mas sim de uma oferta realizada pela Fundação e aceita pela Secretaria, que viabilizou seus termos sem consulta a outras editoras ou, principalmente, aos destinatários diretos da compra – os docentes”. (Fonte – Ação Educativa).

Este blog foi pesquisar o andamento do processo e descobriu que foi aceito pela Justiça. Abaixo, os processos que constam contra a Fundação Victor Civita e a decisão judicial de aceitação do processo da Ação Educativa encampado pelo Ministério Público de São Paulo.

O processo continua tramitando desde o final de 2010. A última movimentação é de 9 de abril último, com determinação para que as partes se manifestem.

Não é por outra razão que o deputado estadual Luiz Moura (PT-SP) reiterou pedido que a Assembléia Legislativa de São Paulo vem fazendo para que o presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), Bernardo Ortiz, compareça à Casa. Ele argumentou que o requerimento foi aprovado há um ano, mas o homem não dá as caras. A oposição quer que a FDE explique por que, com um orçamento de bilhões, falta tudo nas escolas paulistas.

Ouça, abaixo, o que diz o deputado (depois haverá que voltar à página anterior para continuar a leitura)

Clique aqui para ouvir

Eis que os jornalistas da grande mídia argumentam que essa quantidade descomunal de dinheiro público que o governo paulista despeja em uma Veja se deve a que tem um trilhão (sic) de leitores, blábláblá e blábláblá, como se, por isso, esses veículos devessem ser os únicos receptáculos de dinheiro público.

Os defensores do sepultamento de tanto dinheiro público na Veja, entre outros, argumentam com dados do Instituto Verificador de Circulação,  entidade responsável pela auditoria de circulação dos principais jornais e revistas do Brasil. Uma breve pesquisa no IVC, porém, revela um dado altamente eloqüente.

Adivinhe, leitor, quem faz parte do “Conselho Superior” do Instituto Verificador de Circulação. Ninguém mais, ninguém menos do que Roberto Civita. Ou seja, um dos veículos “verificados” pela entidade faz parte dela, o que, se não é ilegal, no mínimo é para lá de imoral.

De qualquer forma, mesmo que os dados sejam corretos, a publicidade oficial não é só para grandes veículos em nenhum país democrático. A publicidade deve ser focalizada em setores. Na internet, pode-se mensurar até com mais precisão qual é a exata audiência de cada veículo…

Enquanto isso, o blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo e assemelhados continuam implicando com banners de governos petistas e empresas estatais em blogs e sites, publicidades que estão à vista de todos e que jamais foram questionadas judicialmente.

Volto, então, ao meu preocupado amigo que trabalha na Editora Abril, a uma sua frase altamente emblemática que me foi dita quando manifestou seu temor relativo à CPI do Cachoeira: “O que seria da Veja sem dinheiro público?”.

http://www.blogdacidadania.com.br/2012/04/abril-recebeu-52-milhoes-do-governo-de-sp-e-implica-com-blogs/

IBGE: em setembro, taxa de desocupação fica em 4,9%

 

Conforme divulgado na quinta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego pela Pesquisa Mensal de Desemprego (PME) foi a mais baixa para o mês de setembro, alcançando 4,9%. A PME produz indicadores mensais sobre a força de trabalho referentes às regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. O gráfico abaixo compara as taxas de desemprego segundo a PME para o mês de setembro:

Na análise regional, em relação a agosto, a desocupação cresceu no Rio de Janeiro de 3% para 3,4%, e caiu em São Paulo de 5,1% para 4,5%, ficando estável nas outras regiões. Já a análise de rendimentos médios para o mês de setembro mostra que empregados sem carteira no setor privado têm o menor rendimento médio mensal (R$ 1.437,70), seguidos de trabalhadores por conta própria (R$ 1.773,20) e empregados com carteira no setor privado (R$ 1.886,00). Mais distante desse grupo encontram-se os militares e funcionários públicos, com rendimento médio mensal de R$ 3.596,60, o que mostra um panorama das desigualdades de rendimento no país de acordo com a categoria de posição na ocupação. No geral, os rendimentos cresceram 0,1% em relação a agosto/2014 e 1,5% em relação a setembro/2013.

A população não economicamente ativa foi estimada em 19,2 milhões de pessoas, indicando estabilidade em relação a agosto e alta de 3,7% diante de setembro do ano passado. Tem havido uma maior diminuição da participação dos jovens (de 15 a 24 anos) no mercado de trabalho, associada à queda da taxa de desemprego entre os mesmos, o que indica um fenômeno positivo, com mais oportunidades para esses jovens, por exemplo, de estudo.

Nos últimos anos, o país tem avançado na redução do desemprego, fome, desigualdade de rendimentos e pobreza e tem melhorado a formalização do trabalho, o poder de consumo dos trabalhadores. Tem ocorrido uma associação louvável entre crescimento econômico e justiça social, pela retomada de um papel ativo do Estado na economia. Desafios no entanto no mercado de trabalho ainda são a elevada rotatividade da mão de obra, a alta informalidade, a manutenção de direitos trabalhistas e da proteção social à luz de mudanças produtivas, a continuidade da política de valorização do salário mínimo e o necessário avanço nas discussões sobre a redução da jornada de trabalho.

https://br-mg5.mail.yahoo.com/neo/launch?.rand=83bo1b5oegceu#1932857291

sábado, 25 de outubro de 2014

Renato Rabelo: A Veja chegou ao cúmulo da sordidez e da afronta

 

URL:

Quem viu a capa da última edição da Veja, divulgada ontem no site da edição semanal, deve ter ficado - no mínimo - perplexo. A três dias das eleições, com pesquisas que apontam a vitória  de Dilma e às vésperas do último debate eleitoral a ser realizado pela Globo, a Veja emplaca mais uma na tentativa de manipular a opinião pública. A edição traz na capa, em letras garrafais, denúncia de que Lula e Dilma sabiam de todas as transações que supostamente aconteciam na Petrobras.

O próprio advogado do doleiro Yousseff desmentiu o caso, dizendo que desconhece o fato do seu cliente ter dado o tal depoimento. (link is external)

O caso repercutiu de maneira tão negativa que chegou ao primeiro lugar mundial nos Trending Topics, com a hashtag #DesesperodaVeja(link is external) e continua, por boa parte da sexta,  nas primeiras colocações do TT Brasil. 

Para Renato Rabelo, Presidente do PC do B, esta é apenas mais uma tentativa de golpe perpetrada pelo periódico nos momentos finais da campanha presidencial. Em declaração ao Portal Vermelho, Rabelo disse que o caso chegou ao cúmulo da sordidez e afronta, mostrando que a revista "se tornou um panfleto provocador e terrorista da elite conservadora e obscurantista contra as forças democráticas, progressistas e populares do Brasil." Renato ainda falou que a Veja chegou ao ao limite do desespero, se tornando um obstáculo ao avanço da democracia em nosso país.

Veja aqui as melhores capas da Veja, versão zuêra, que a galera da interwebs fez!

http://www.mudamais.com/divulgue-verdade/renato-rabelo-veja-chegou-ao-cumulo-da-sordidez-e-da-afronta

Desespero, o último que sobra

 

25 de outubro de 2014 | 13:19 Autor: Fernando Brito

calma

O povo brasileiro já tomou sua decisão e é isso que a direita brasileira não suporta.

Que o povo decida sobre si mesmo.

Vamos viver ainda algumas horas de intranquilidade, pois sabemos que o nosso país é o paraíso dos canalhas, sobretudo dos que tentam manipular suas vontades, usando todos os instrumentos.

Não houve mudança em tudo o que se registrava nos últimos dias e a população sente isso nas ruas.

Tudo o que surgir diferente disso, de agora até as urnas não passa de manipulação desesperada.

Inclusive pesquisas “fajutas”.

Não há mudanças que as justifiquem.

Recusem o jogo desta gente.

Argumentos, convencimento de última hora serão tanto melhores quanto mais tranquilos sejam.

O povo brasileiro venceu esta batalha sozinho, sem mídia, sem “bombas”, sem capas de revista e sem pesquisas, também.

É por isso que urram suas últimas tentativas de impressionar os incautos e não terão limites nisso.

Mas também não terão nenhum sucesso.

Não haverá país dividido, na segunda-feira, senão entre aqueles que aceitam e respeitam a vontade popular e os que acham que o povo deve ser escravo de sua vontade.

Bem diverso do que sente o nosso povo, que quer apenas o direito de viver e uma chance de progredir.

Ontem, ouvi de uma mulher simples que os ricos continuam ganhando muito dinheiro, mas que não aceitam que o pobre possa também ganhar algum, um pouco mais que antes.

Não estamos fazendo uma revolução, estamos abrindo mais uma porteira numa longa caminhada.

Que exige de nós que não paremos nunca.

A batalha recomeçará na segunda-feira, pior do que até agora.

Não será apenas eleger o governo do povo.

Será defender o governo do povo, que será alvo desta fúria desde o primeiro minuto de seu primeiro dia.

Agora, porém, creiam, já não apático e inerme como antes.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=22477

Ibope: 53% 47%. Vox: 53,4% 46,5%. Folha: 52% a 48%

 

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Presidente Dilma Rousseff aparece na frente nas três pesquisas que foram divulgadas nesta noite; no Ibope, sua vantagem é de seis pontos; no Datafolha, de quatro; no Vox Populi, de 6,9 pontos. Ibope coloca a presidente Dilma Rousseff com 53% dos votos, contra 47% do senador Aécio Neves, oscilação ocorreu dentro da margem de erro; na pesquisa anterior, Dilma tinha 54% e Aécio 46%; na pesquisa Datafolha, ela tem tem 52%, contra 48% do senador Aécio Neves, o que configura empate técnico, no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos; na Vox, os números são 53,4% a 46,5%; resultado da disputa presidencial mais emocionante de todos os tempos será conhecido neste domingo, às 20h

25 de Outubro de 2014 às 16:46

247 - A presidente Dilma Rousseff se mantém à frente nas pesquisas Datafolha e Ibope que acabam de ser divulgadas. No Ibope, ela tem 53%, contra 47% de Aécio, ou seja, uma vantagem de seis pontos, acima da margem de erro, que é de dois pontos.

No Datafolha, Dilma marcou 52% contra 48% de Aécio, o que configura empate técnico no limite da margem de erro. Por esse mesmo critério, os dois candidatos poderiam estar com 50% ou Dilma com 54% e Aécio com 46%.

Na pesquisa Vox Populi, Dilma tem 53,4% contra 46,5% de Aécio Neves.

Leia, abaixo, reportagem anterior da Agência Brasil sobreo Datafolha:

Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

Pesquisa Datafolha divulgada hoje (25) mostra a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, com 52% das intenções de votos, e Aécio Neves, do PSDB, com 48%, considerando os votos válidos (excluindo-se os brancos, nulos e indecisos).

Como o levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, os dois candidatos estão empatados tecnicamente no limite da margem de erro, segundo o Datafolha. Na pesquisa anterior, divulgada na última quinta-feira (23), Dilma tinha 53% e Aécio, 47% dos votos válidos.

Considerando os votos totais, Dilma tem 47% das intenções de voto (eram 48% na pesquisa anterior) e Aécio tem 43% (tinha 42%). Votos brancos e nulos somam 5%. Além disso, 5% dos eleitores não sabem ou não responderam.

Contratada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo, a pesquisa Datafolha ouviu 19.318 eleitores ontem (24) e hoje (25) em 400 municípios brasileiros. O nível de confiança do levantamento é 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01210/2014.

Leia, ainda, reportagem da Agência Brasil sobre o Ibope:

Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

A um dia do segundo turno, pesquisa Ibope divulgada hoje (25) mostra a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, com 53% das intenções de votos, e Aécio Neves, do PSDB, com 47%, considerando os votos válidos (excluindo-se os brancos, nulos e indecisos). A pesquisa tem margem de erro de dois pontos.

No levantamento anterior, feito na última quinta-feira (23), Dilma tinha 54% e Aécio, 46% dos votos válidos.

Considerando os votos totais, Dilma tem 49% das intenções de voto e Aécio, 43%. Votos brancos e nulos somam 5%. Eleitores indecisos ou que não responderam somam 3%.

A pesquisa foi encomendada pelo jornal O Estado de S.Paulo e pela TV Globo. O Ibope ouviu 3.010 eleitores nos dias 24 e 25 de outubro em 206 municípios. O nível de confiança é 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01195/2014.

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/158282/Ibope-53-47-Vox-534-465-Folha-52-a-48.htm

A crise da água em São Paulo, a ONU, as eleições e o tiro pela culatra do governador

 

Preocupado com as repercussões eleitorais, para o seu partido, da grave crise da água em São Paulo e na tentativa de desqualificar qualquer crítica a seu governo em relação ao tema, o governador Geraldo Alckmin enviou uma “dura” carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, queixando-se das análises e condutas da relatora especial da ONU para o direito à água, Catarina de Albuquerque, que visitou o Brasil em missão oficial no final do ano passado.

Alckmin questiona declarações feitas pela relatora à Folha de S. Paulo, em agosto deste ano, ocasião na qual esteve novamente no país, em visita não oficial, a convite da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e de outras instituições, para participar de debates e aulas sobre o tema de sua especialidade – o direito humano à água.

Irritado com as posições da relatora, que questiona a atuação da Sabesp em relação à garantia deste direito para a população de São Paulo, o governador reclama que ela não conversou com a empresa em agosto para ouvir seus argumentos e que incorreu em grave erro ao dizer que as perdas de água em São Paulo são de 40% (e não de 31,2%!, depois corrigido pelo jornal, que reconheceu o erro do jornalista), e ainda afirma que a ONU não pode se manifestar em momentos eleitorais.

Tive a oportunidade de conhecer Catarina de Albuquerque, jurista portuguesa, durante meus dois mandatos como relatora da ONU para o direito à moradia, concluídos em junho deste ano. Neste período pude atestar a seriedade e independência com que Catarina desenvolve seu trabalho. Infelizmente, o governador Geraldo Alckmin demonstra que não conhece o papel de um relator especial, nem o funcionamento do sistema de procedimentos especiais, ao qual as relatorias da ONU estão vinculadas, nem muito menos o “código de conduta” que acusa Catarina Albuquerque de ter violado.

Ao enviar carta ao secretário-geral Ban Ki-moon, Alckmin ignora que a relatora não é funcionária da ONU e que não responde, portanto, ao seu comando central. Os relatores são especialistas eleitos pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para desenvolver um trabalho com total independência, visitando países e realizando pesquisas temáticas na sua área de atuação. Esse trabalho é então apresentado ao Conselho de Direitos Humanos ou à Assembleia Geral, a partir de relatórios que trazem análises e recomendações.

Além disso, a relação entre o Conselho de Direitos Humanos e os países se dá por meio da representação diplomática dos países junto aos escritórios da ONU em Genebra ou em Nova York. O Estado de São Paulo não é um Estado Membro da ONU. Ao se dirigir diretamente ao órgão, o governador parece também ignorar as atribuições de cada instância de governo em sua relação com a ONU.

Quando da realização de sua visita oficial, em dezembro de 2013, Catarina cumpriu todos os requisitos exigidos: reuniu-se com órgãos governamentais das cidades que visitou, ouviu dirigentes de empresas de abastecimento de água e saneamento, inclusive a Sabesp, visitou municípios em diversos estados e escutou também representantes da sociedade civil. Só depois disso dirigiu-se à imprensa. Quando retornou ao país em agosto, concedeu entrevista à Folha, que queria comentar o seu relatório oficial, já então divulgado publicamente. Evidentemente, como a qualquer membro da imprensa, interessava ao jornalista relacionar o relatório (elaborado antes do colapso da água em São Paulo) à crise, assunto “quente” do momento.

A maior parte do conteúdo da entrevista é uma explicação, em termos mais diretos, do conteúdo de seu relatório oficial. O relatório, aliás, já apontava perigos de desabastecimento de água no país, citando dados da Agência Nacional de Águas (ANA), assim como a inadequação de posturas como a da Sabesp de não fornecer serviços de abastecimento de água e de saneamento em assentamentos informais. De acordo com o marco internacional dos direitos humanos, referência a partir da qual a relatora deve avaliar as situações que analisa, se o abastecimento de água é um direito humano, estamos diante, sim, da uma violação de um direito.

Na entrevista à Folha, Catarina afirma que o governo do Estado viola o direito humano à água ao priorizar a distribuição de recursos entre os acionistas da Sabesp – que tem capital aberto na bolsa de valores – em detrimento dos investimentos necessários à garantia de abastecimento de água para consumo atual e futuro da população. Isso deve ser prioridade em relação aos demais usos da água (industrial, agrícola, turismo), questão que ela também levanta em seu relatório oficial.

Finalmente, exatamente por ser independente, um relator não pode deixar de se manifestar “em função de uma conjuntura eleitoral”, como quer o governador, sob pena de, aí sim, pautar sua postura por cálculos eleitorais e não pelo marco dos direitos humanos, que devem ser cumpridos sempre: antes, durante, depois e – sobretudo – independentemente de eleições.

A tática “shoot the messenger” (mate o mensageiro) é velha conhecida dos relatores independentes: quando um governo não gosta das críticas que ouviu, procura desqualificar quem as formulou.

Infelizmente, para o governador, o tiro saiu pela culatra. Ao tentar desqualificar Catarina, sua atitude apenas chama mais atenção para um tema fundamental no debate público eleitoral deste momento: qual é a responsabilidade do Estado em relação aos direitos humanos dos cidadãos, dos quais o direito à água faz parte? A primazia da lógica de mercado na gestão de empresas que oferecem serviços públicos, como a Sabesp, permite a garantia de direitos? A proposta do não controle do Estado sobre os preços dos serviços públicos em geral – como a que defende o PSDB – pode garantir os direitos da população de acesso a estes serviços?

No debate eleitoral sobre a crise da água, a competência em fazer ou deixar de fazer obras é muito menos relevante do que esta questão de fundo: o papel do Estado na garantia de direitos. Questão que, claramente, também divide as propostas dos candidatos à presidência em campos opostos.

https://br.noticias.yahoo.com/blogs/habitat/a-crise-da-agua-em-sao-paulo-a-onu-as-eleicoes-e-o-211258217.html

ADVOGADO DE DOLEIRO: VEJA MENTIU SOBRE DILMA

 

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O advogado Antônio Figueiredo Basto, que comanda a defesa do doleiro Alberto Youssef, afirma que desconhece o depoimento de seu cliente que ancora a capa de Veja, publicada ontem, em edição extra; “Eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso”, afirmou; "Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo"; tentativa de golpe contra a democracia é manobra da revista conduzida pelo jornalista Eurípedes Alcântara e pelo executivo Fábio Barbosa, que comanda a Abril, no lugar dos Civita; jornalismo brasileiro atinge seu momento mais torpe

24 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 06:49

247 - A tentativa de golpe da Editora Abril contra a democracia brasileira não durou um dia. Menos depois de 24 horas após circular com uma edição extra, acusando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de "saberem de tudo" sobre o esquema denunciado na Petrobras, o "depoimento" do doleiro Alberto Youssef foi desmentido por ninguém menos que seu próprio advogado, o criminalista Antonio Figueiredo Basto.

“Eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso”, afirmou Basto. “Conversei com todos da minha equipe e nenhum fala isso. Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo. É preciso ter cuidado porque está havendo muita especulação”, alertou o advogado.

A edição de Veja foi antecipada para esta quinta-feira para tentar interferir na sucessão presidencial, sobrepondo-se à soberania popular. Ontem, pesquisas Ibope e Datafolha confirmaram a liderança da presidente Dilma Roussef nas pesquisas eleitorais (leia aqui).

Os responsáveis diretos pelo atentado à democracia cometido pela Editora Abril são o diretor de Redação de Veja, Eurípedes Alcântara, o executivo Fábio Barbosa, que conduz a gestão da empresa, além dos acionistas da família Civita. Conduziram o jornalismo brasileiro a seu momento mais irresponsável, mais vil e mais torpe.

http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/158095/Advogado-de-doleiro-Veja-mentiu-sobre-Dilma.htm

A última tacada de Fábio Barbosa e da Editora Abril

 

ATUALIZADO EM 25/10/2014 - 10:48

Luís Nassif

O amigo liga em pânico: “A imprensa vai acabar com a democracia no Brasil”. Respondo: “É a democracia que vai acabar com a imprensa e implantar o jornalismo”.

A aventura irresponsável de Veja – recorrendo a uma matéria provavelmente falsa para pedir o impeachment de um presidente da República - não se deve a receios de bolivarianos armados invadindo a Esplanada. Ela está sendo derrotada pelo mercado, pelo fato de que, pela primeira vez na história, a Internet trouxe o mercado para o setor fechado, derrubando as barreiras de entrada que permitiram a sobrevida de um jornalismo anacrônico, subdesenvolvido, a parte do país que mais se assemelha a uma republiqueta latino-americana.

É um caso único, de uma publicação que se aliou a uma organização criminosa - de Carlinhos Cachoeira - e continuou impune, fora do alcance do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

A capa de Veja não surpreende. Há muito a revista abandonou qualquer veleidade de jornalismo.

Acusa a presidente da República Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de conhecerem os esquemas Petrobras com base no seguinte trecho, de uma suposta confissão do doleiro Alberto Yousseff:

- O Planalto sabia de tudo - disse Youssef.

- Mas quem no Planalto? - perguntou o delegado.

- Lula e Dilma - respondeu o doleiro.

Era blefe.

Na sequência, a reportagem diz:

“O doleiro não apresentou - e nem lhe foram pedidas - provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades”.

Na primeira fase da delação premiada tem-se o criminoso falando o que quer. Enquanto não apresentar provas, a declaração não terá o menor valor. E Veja tem a fama de colocar o que quer nas declarações de fontes.

Ligado ao PSDB do Paraná, o advogado de Yousseff desmentiu as informações. Mas não se sabe ainda qual é o seu jogo.

As apostas erradas da Abril

Golbery do Couto e Silva dizia que a mentira tem mais valor que a verdade. A verdade é monótona, tem uma só leitura. Já a mentira traz um enorme conjunto de informações a serem pesquisadas, as intenções do mentiroso, a maneira como a mentira foi montada.

Daí a importância da capa de Veja: permitir desvendar o que está por trás da mentira.

A primeira peça do jogo é entender a posição atual do Grupo Abril.

Apostas de altíssimo risco só são bancadas em momentos de altíssimo desespero. A tacada da Veja torna quase irresistível a proposta de regulação da mídia e de repor as defesas do cidadão que foram suprimidas pelo ex-Ministrio Ayres Britto, ao revogar a Lei de Imprensa.

Qual a razão de tanto desespero nessa aposta furada?

A explicação começa alguns anos atrás.

No mercado de mídia, o futuro acenava para o advento da Internet e da TV a cabo e para o fim das revistas e do papel. As apostas da Abril foram sempre na direção errada.

Ela montou um dos primeiros portais brasileiros, o BOL, que posteriormente fundiu-se com a UOL. Graças à sua influência política, conseguiu frequências de UHF e canais de TV a cabo.

A editora endividou-se e, para tapar buracos, Civita foi se desfazendo de todas as joias da coroa. Passou os 50% que detinha na UOL para a Folha – por um valor insignificante; vendeu a TV A para a Telefonica.  Associou-se ao grupo sul-africano Naspers, em uma operação confusa, visando burlar o limite de 30% para capital estrangeiro em grupos de mídia, previstos na lei.

Não parou por aí.

Adquiriu duas editoras – a Atica e a Scipionne –, que dependem fundamentalmente de compras públicas, confiando no poder de persuasão dos seus vendedores junto à rede escolar. A decisão do MEC (Ministério da Educação) de colocar todos os livros em uma publicação única, para escolha dos professores, eliminou sua vantagem comparativa.

Aí decidiu investir em cursos apostilados para prefeituras, um território pantanoso. Finalmente, “descobriu” o caminho das pedras, passando a direcionar todas suas energias para a área de educação.

Para tanto, criou uma nova empresa, a Abril Educação, colocou debaixo dela as editoras e os cursos e contratou um executivo ambicioso, Manoel Amorim,  que aumentou exponencialmente o endividamento do grupo, para adquirir cursos e escolas. Foi uma sucessão de compras extremamente onerosas, que deixaram o grupo em má situação financeira. A solução foi vender parte do capital para um grupo estrangeiro. Nem isso resolveu sua situação.

No ano passado, em conversa com especialistas do setor de mídia, Gianca Civita, o primogênito, já antecipava que a editora iria ser reduzida a meia dúzia de revistas e à Veja. Colocara à venda suas concessões de UHF e esperava que algum pastor eletrônico se habilitasse.

O cartel da jabuticaba

A editora viu-se depauperada em duas frentes. Uma, a própria decadência do mercado de revistas; outra, a descapitalização ainda maior para financiar a aventura educacional da Abril.

Além disso, foi vítima do maior tiro no pé da história da mídia brasileira: o “cartel da jabuticaba”.

Um cartel tradicional consiste em um pacto comercial entre competidores visando aumentar os preços e os ganhos de todos. O “cartel da jabuticaba” brasileiro foi uma peça genial (da Globo) em que todos se uniram contra a distribuição de parte ínfima da publicidade pública para a imprensa regional e para a Internet.

Alcançaram seu intento, mas não levaram o butim. A Internet não cresceu mas o resultado foi uma enorme concentração de verbas na TV aberta -- e, dentro dela, na TV Globo.

Poucos meses atrás, o próprio João Roberto Marinho – um dos herdeiros da Globo – manifestava a interlocutores sua preocupação com a concentração da mídia. A Globo jogou em seu favor, óbvio; mas não contava com o despreparo das demais empresas sequer para entender onde estavam seus interesses.

Quando o faturamento do papel minguou, todos pularam para a Internet. Mas a piscina estava vazia graças às pressões que eles próprios fizeram sobre a Secom e as agências.

Hoje em dia, o mercado de TV a cabo passou a disputar acirradamente as verbas publicitárias. Se indagar de um executivo do setor se a disputa é com as revistas e jornais, ele dará de ombros: a imprensa escrita não tem mais a menor relevância; a disputa é com a TV aberta.

A bala de prata de Fábio Barbosa

É esse quadro de crise nas duas frentes que explica a bala de prata de Fábio Barbosa.

Nos últimos meses, Fábio Barbosa contratou o INDG, de Vicente Falconi, para um trabalho de redução de custos da Abril, paralelamente à própria redução da Abril..

Falconi constatou o que o Blog já levantara alguns anos atrás: a estrutura de Veja era superdimensionada para o conteúdo semanal.

Na época, montei um quadro com todas as reportagens de uma edição, estimei o tempo-hora de cada repórter e editor e, no final, mostrava que seria possível entregar o mesmo conteúdo com um terço da redação.

Com metodologia muito mais gerencial, Falconi chegou às mesmas conclusões, resultando daí a demissão de várias pessoas em cargos-chave – inclusive Otávio Cabral, repórter das missões sensíveis da revista, que acabou indo trabalhar na campanha de Aécio.

Apenas amenizou um pouco a queda. Com as duas frentes comprometidas, a Abril entrou em uma sinuca de bico.

Com a morte de Roberto Civita, começou a enfrentar dificuldades crescentes para renovar os financiamentos. Desde o início do ano, os herdeiros de Roberto Civita estão buscando compradores para a outra metade da Abril Educação.

Antes disso, desde o ano passado, decidiram sair definitivamente da área editorial. Mas a legislação não permite à Naspers ampliar sua participação na editora. E, se não teve nenhum corte de verba oficial para suas publicações, por outro lado a Abril jamais encontrou espaço no governo Dilma para acertos e grandes negócios, como uma mudança na legislação sobre capital estrangeiro na mídia..

É nesse quadro dramático, que o presidente do grupo, Fábio Barbosa, tenta a última tacada, apostando todas as fichas em Aécio.

A última chance

A carreira anterior de Barbosa foi no mercado bancário. Foi sucessivamente presidente do ABN Amro, depois do ABN-Real, quando o banco holandês adquiriu o Real; depois do Santander, quando o banco espanhol adquiriu os dois.

No ABN e no Santander foi responsável por uma das maiores operações imobiliárias do mercado. No ABN participou do empréstimo de R$ 380 milhões para a WTorres adquirir o esqueleto da Eletropaulo, na marginal Pinheiros. Seis meses depois, a companhia não tinha mais recursos para quitar o financiamento. Entregou parte do capital aos credores.

Em 2008, ainda na condição de presidente indicado para o Santander, Fábio anunciou a aquisição da torre pelo banco por R$ 1 bilhão. “A aquisição desse imóvel é um marco e demonstra a determinação do Santander em investir para que tenhamos um Banco cada vez mais forte e competitivo”, afirma ele. (http://migre.me/ms7aW).

Atuou no início e no final da operação, assessorado por seu homem de confiança, José Berenguer Neto.

Em pouco tempo começaram a pipocar os problemas da WTorre. Atrasou a entrega da sede do Santander, que ingressou em juízo com pedido de indenização de R$ 135 milhões. A dívida fez com que a WTorre desistisse de lançar ações na Bolsa de São Paulo.

Em outubro de 2010 a obra continuava causando transtorno, sem ser entregue (http://migre.me/ms7Pc)

Em agosto de 2011, Fabio saiu do Santander. O clima azedou quando a direção se deu conta dos problemas criados. O presidente mundial Emilio Botin colocou um homem de confiança como espécie de interventor, levando Fabio a se demitir. Junto com ele saiu José Berenguer Neto, que assumiu um cargo na Gávea Investimentos, para atuar na área imobiliária.

Na época, executivos do banco ouvidos pela imprensa disseram que no ABN Fabio tinha plena liberdade; no Santander, não mais. Fabio deixou o banco sendo elogiado pelo sucessor.

O episódio não causou tanto estardalhaço quanto a tentativa de Barbosa, no comando da Veja, de tentar um golpe de Estado armado com um 3 de paus.

http://jornalggn.com.br/noticia/a-ultima-tacada-de-fabio-barbosa-e-da-editora-abril

Josias Gomes comemora anúncio de 285 centros de esporte no país

 

O deputado Josias Gomes (PT-BA)elogiou a informação de que o Ministério do Esporte, que tem à frente o ministro Aldo Rebelo, entregará 285 centros de esporte até o final de 2015. Para Josias Gomes, investir no esporte tem um duplo sentido: “ajuda o esporte, especialmente o amador, e ajuda enormemente no combate às drogas, já que contribui para o afastamento dos jovens da rota dos traficantes”.

Segundo o ministro do Esporte, a iniciativa faz parte do legado de infraestrutura esportiva dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Conforme Rebelo, o dinheiro já está no Orçamento, e, portanto, não há risco de descontinuidade. A declaração do ministro foi feita na cidade de Taboão da Serra, em meio à inauguração de um desses centros no município paulista.

Com investimento de R$ 967 milhões, as unidades serão construídas em 263 municípios, em todos os estados. Os CIEs são espaços para o desenvolvimento da base do esporte de alto rendimento.

Nas unidades, serão oferecidas 13 modalidades olímpicas, seis paraolímpicas e uma não olímpica. O ministério paga a obra e fornece o projeto de engenharia. A contrapartida das prefeituras são o terreno e o custeio.

Os municípios selecionados para receber os CIEs são os que, entre outros critérios, tenham aprovado obras de urbanização no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para que o equipamento sirva como complementação.

Entre as modalidades olímpicas estão: atletismo, basquete, boxe, handebol, judô, lutas, tae kwon do, vôlei, esgrima, ginástica rítmica, badminton, levantamento de peso e tênis de mesa. Para os paratletas, haverá esgrima de cadeira de rodas, judô, halterofilismo, tênis de mesa, voleibol sentado e goalball. Embora não seja modalidade das Olimpíadas, o futebol de salão também comporá o rol de atividades.

www.ptnacamara.org.br

Com 300 comissionados, fracassa manifestação “black bloc” de Aécio em Curitiba

 
22 OUT 2014 - 20:16 69 Comentários

aecio_curitiba_protesto.jpgO que era para ser uma arrancada de Aécio Neves (PSDB) para a virada, converteu-se em um verdadeiro fiasco. Pelo menos em Curitiba, capital do Paraná. Apenas trezentas pessoas atenderam à convocação tucana e compareceram na Boca Maldita para o movimento #VemPraRua. Às 18 horas, hora do evento, o tempo estava nublado e fazia 14ºC.

O batalhão do PSDB era formado basicamente de funcionários comissionados do governo do Paraná, que se concentraram em frente ao Museu Oscar Niemeyer no Centro Cívico. Eles bandeiravam o número 45 e cantarolavam com entusiasmo palavras de ordem contra a presidenta Dilma Rousseff (PT).

A campanha de Aécio tentou reeditar a quatro dias da eleição o movimento “black bloc” que varreu o país em 2013, na conhecida “jornada de junho”, pedindo mudanças. Naqueles protestos, em Curitiba, a média de público era de 20 mil pessoas. Na marcha tucana apenas trezentas cabeças comissionadas.

http://www.esmaelmorais.com.br/2014/10/com-300-comissionados-fracassa-manifestacao-black-bloc-de-aecio-em-curitiba/

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Reduzir valores pagos pelo DPVAT não afronta Constituição, decide STF

Os valores pagos pelo Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) a seus segurados podem ser modificados por lei, sem que isso represente qualquer violação da Constituição. Assim decidiu o Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (23/10), ao julgar três casos que questionavam a alteração do valor pago em casos de morte ou invalidez de 40 salários mínimos (cerca de R$ 28,9 mil) para R$ 13,5 mil. As ações impugnavam também a Lei 11. 945/2009, que vedou a cessão de direitos do reembolso por despesas médicas previstos na regulamentação do seguro.

O Plenário do STF julgou improcedentes as Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4.627 e 4.350, ajuizadas pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNS), respectivamente. Também por maioria de votos, foi negado provimento ao Recurso Extraordinário com Agravo 704.520 interposto por um segurado que questionava a mudança no valor da indenização. O recurso teve repercussão geral reconhecida e a tese firmada será seguida em mais de 770 casos sobrestados (suspensos) em instâncias inferiores.

Ao julgar os três casos, os ministros entenderam que a fixação do valor da indenização em moeda corrente e a desvinculação do valor da indenização ao salário mínimo, introduzidos por dispositivos da Lei 11.482/2007 e da Lei 11.945/2009, não afrontaram qualquer princípio constitucional. Também entenderam que a proibição da cessão de direitos do reembolso por despesas médicas não representa violação ao princípio da isonomia nem dificulta o acesso das vítimas de acidentes aos serviços médicos de urgência.

“As regras atendem aos ideais de justiça e ao princípio da isonomia e proporcionalidade, não apresentando valores irrisórios de indenização”, afirmou o relator das ADIs, ministro Luiz Fux (foto).

Sobre a ofensa ao princípio da isonomia, alegada pela CNS para impugnar a vedação legal à cessão de direitos de reembolso, o ministro assinalou que a nova sistemática não impede que os hospitais que atendam vítimas de acidentes de trânsito recebam por serviços prestados. No entendimento do ministro, a proibição implementa uma política de combate à fraude, evitando que os hospitais recebam quantias maiores do que seriam devidas e não atenta contra nenhum princípio constitucional.

“A restrição é louvável porquanto evita inúmeras fraudes decorrentes de uma eventual posição simultânea e indesejável do hospital como prestador de serviços à vítima de acidente de trânsito e credor da seguradora”, observou.

Direito mantido
O ministro Gilmar Mendes (foto), relator da ARE 704.520, observou que a fixação do valor da indenização em moeda corrente não representou violação ao princípio da proibição de retrocesso ou afronta à dignidade da pessoa humana. No entendimento do ministro, embora a ação estatal deva caminhar no sentido da ampliação de direitos e de assegurar-lhes a máxima efetividade possível, uma alteração restritiva na legislação, desde que mantido o núcleo essencial do direito tutelado, é possível.

“Levar os direitos a sério requer que se considere também os custos para sua efetivação, que aliás serão tanto mais relevantes quanto mais dispendiosa seja a concretização do direito ou da política pública em questão”, concluiu o ministro.

Ficou vencido o ministro Marco Aurélio, que entendeu que a medida provisória (MP-340/2006), posteriormente convertida em lei, alterou diploma que estava em vigor há mais de 30 anos e, por este motivo, não atende ao predicado da urgência para admitir a atuação do Poder Executivo em campo reservado ao legislativo. O ministro Luís Roberto Barroso declarou impedimento. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

ARE 704520
ADI 4627
ADI 4350

http://www.conjur.com.br/2014-out-23/reduzir-valores-pagos-dpvat-constitucional-julga-supremo?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

Terrorismo da Veja contra o PT

Terrorismo: as capas da Veja!

A Veja está assim porque ninguém se interessa por comprá-la !

O Conversa Afiada oferece uma coleção de atividades terroristas do detrito de maré baixa !
De “Desespero da Veja“:



4








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Em tempo: a veja forneceu o coordenador de comunicação do Aécio Neves, o jornalista Otávio Cabral, autor da “biografia” do Dirceu. PHA

Grifo Meu: O terrorismo da imprensa partidária contra o PT e os Petistas 

http://www.conversaafiada.com.br/

Armínio planejou ataques especulativos para Soros

 

Título do livro é “Mais dinheiro do que Deus” ! Precisa desenhar, Aécio ?

À esquerda, NauFraga, o dinheiro. À direita, o patrão Soros, Deus

O Conversa Afiada reproduz texto de Pedro Paulo Zahluth Bastos, extraído da Carta Maior:

ARMÍNIO PLANEJOU ATAQUES ESPECULATIVOS PARA SOROS
A moeda tailandesa, o Baht, foi a primeira a ruir na Crise Asiática 1997, que deixou milhares de cidadãos desempregados, arruinou empresas e vários países.
Pedro Paulo Zahluth Bastos
O livro MORE MONEY THAN GOD: HEDGE FUNDS AND THE MAKING OF A NEW ELITE (BLOOMSBURY), publicado pelo jornalista inglês Sebastian Mallaby em 2010, traz uma revelação explosiva sobre a atuação de Armínio Fraga como gestor do Fundo Soros para mercados emergentes. Armínio teria obtido informações privilegiadas que o levaram a planejar e executar o ataque especulativo contra a Tailândia, que gerou lucros estimados hoje em R$ 2.500.000 bilhões de reais para George Soros e ele mesmo.
A moeda tailandesa, o Baht, foi a primeira a ruir na Crise Asiática 1997, que deixou milhares de cidadãos desempregados, arruinou empresas e as finanças públicas de diversos países pobres e detonou a reversão do ciclo de expansão de liquidez para os chamados “mercados emergentes”, o que levaria à crise do Real no Brasil em 1999.
O livro tem como fonte uma série de documentos privados dos investidores e um conjunto de entrevistas gravadas com os operadores dos hedge funds, as empresas de gestão de recursos que realizam operações especulativas, a descoberto, com alto grau de alavancagem financeira.
Embora Armínio e outros operadores do Fundo Soros tenham sido entrevistados (um deles entregou notas diárias tomadas durante a crise), seria de se imaginar que as informações fossem questionadas pelos especuladores depois da publicação, considerando-se o conteúdo político sensível de algumas delas. Pelo contrário, Armínio conferiu ENTREVISTA AO JORNAL VALOR ECONÔMICO em 24 de maio de 2013 em que o livro é citado sem reparos, embora sem sua parte mais explosiva.
Formação ou informação privilegiada?
A especulação bem sucedida contra a Tailândia tem o misto de formação privilegiada e informação privilegiada, obtida antes dos demais agentes de mercado com autoridade política ingênua do Banco Central da Tailândia. Quando a vulnerabilidade externa de um país coincide com a fragilidade financeira de seu sistema bancário, o banco central enfrenta um dilema: elevar taxa de juros para contornar o desequilíbrio cambial ou reduzir a taxa para limitar a inadimplência de empréstimos que pode agravar a situação dos bancos.
Esse dilema não é nada novo, tendo caracterizado crises cambiais e financeiras desde o padrão ouro-libra, mas Armínio se disse alertado para o problema asiático por uma palestra de Stanley Fischer (FMI) e pela leitura de ARTIGO CIENTÍFICO sobre as relações entre crise cambial e bancária.
A informação privilegiada que induziu o ataque especulativo foi obtida, porém, em entrevista de Armínio e outros dois economistas do Fundo Soros com alta autoridade do Banco Central Tailandês, que foi questionado por Armínio sobre a prioridade a ser conferida pelo banco: elevar taxa de juros para defender a moeda de um ataque especulativo ou reduzi-la para evitar o agravamento da situação dos bancos?
Segundo Mallaby (que entrevistou Armínio sobre a conversa), Armínio invocou sua própria experiência como diretor do Banco Central do Brasil (1991-1993) e pareceu, ao funcionário tailandês, “mais como um parceiro benigno de um mercado emergente do que como um ameaçador predador de Wall Street”.
O funcionário ingênuo respondeu que a prioridade de defender a moeda tailandesa com a mais elevada taxa de juros que fosse necessária poderia estar mudando, em vista da taxa de juros mais baixa requerida em vista dos problemas crescentes dos bancos. Fraga e seus colegas teriam visualizado uma maleta cheia de dinheiro caso especulassem com a moeda tailandesa, mas fingido não notar para não alertar o funcionário do Banco Central da Tailândia a propósito de sua ingenuidade. Se notasse, ele poderia elevar a taxa de juros para encarecer a especulação cambial ou mesmo recorrer a bloqueios administrativos contra especuladores estrangeiros.
Voltando a Nova Iorque, Armínio Fraga discutiu com o Fundo Soros sobre planejamento do ataque especulativo contra a moeda tailandesa. Um dos economistas que esteve na reunião com a autoridade inocente do Banco Central da Tailândia, Rodney Jones, questionou os outros dois sobre a moralidade de especular contra países em desenvolvimento: “se as moedas forem desvalorizadas sem controle, milhões de inocentes serão levados à pobreza desesperadora”.
Mallaby parece sugerir que Armínio Fraga e os outros não consideraram o argumento suficiente para abortar o ataque especulativo que rendeu 750 milhões de dólares.
EM QUAL ARMÍNIO FRAGA CONFIAR?
Desde a década de 1990, a porta giratória entre o mercado financeiro e o sistema político vem sendo usada por um grande número de economistas que, em um momento, especula contra a moeda e o sistema financeiro de diferentes países, para em seguida serem nomeados como restauradores da confiança e credibilidade de algum dos países perante aqueles que podem ganhar com crises cambiais e financeiras.
Armínio Fraga usou a porta giratória em 1999, saindo do Fundo Soros para tornar-se presidente do Banco Central do Brasil. Ou seja, a autoridade responsável por defender a moeda e o sistema financeiro brasileiro, depois de ter sido decisivo para o ataque especulativo que iniciou a sucessão de crises cambiais que chegou ao Brasil e derrubou o Real em 1999.
No cargo, Armínio Fraga não hesitou em elevar a taxa de juros ao nível de 45% a.a., embora isso prejudicasse “milhões de inocentes levados à pobreza desesperadora” pela crise cambial. É provável que o remédio amargo tenha sido exagerado, mas inegavelmente ajudou a criar a credibilidade de Armínio Fraga perante o mercado financeiro.
Aécio Neves já deu a entender ter escolhido seu Ministro da Fazenda e disse que Armínio inspira confiança e credibilidade. Para quem?
Uma vez Armínio Fraga é novamente cotado para atravessar a porta giratória, é legítimo que perguntemos em que Armínio Fraga devemos confiar: naquele que tem conexões políticas e formação privilegiada? Ou naquele que especula com base em informações privilegiadas obtidas de autoridades políticas ingênuas, ainda que um economista de sua empresa o alerte sobre os “milhões de inocentes (que) serão levados à pobreza desesperadora”? Na “autoridade benigna de um mercado emergente” ou no “ameaçador predador de Wall Street”?

Em tempo: texto de Marcel Gomes, na mesma Carta Maior:

DESREGULAMENTAÇÃO FINANCEIRA DOS 90 INTERROMPEU AVANÇO DOS TIGRES ASIÁTICOS INICIADO NO PÓS-GUERRA
A crise asiática de 1997, iniciada na Tailândia no verão daquele ano, foi causada por uma conjuntura de alto endividamento interno, valorização cambial e descontrole bancário. É mais ou menos a receita que havia feito implodir o México, três anos antes, e que estaria na fonte do colapso do real no Brasil, em janeiro de 1999, primeiro mês do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
Pressionado pelos mercados, e sem dólares para fazer frente às suas obrigações, o governo tailandês decidiu desvalorizar o baht, moeda local. A medida fez explodir a dívida externa do país e espalhou o caos para seus vizinhos de sudeste asiático, como Indonésia e Malásia. A dívida externa média dos países da região saltou de 100% do PIB para 167%, segundo a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Com a desvalorização generalizada das moedas locais, o problema virou político. Os preços de alimentos e outros bens de consumo dispararam. Na Indonésia, Suharto foi obrigado a abandonar o poder, após 30 anos no poder.
Em seguida, a crise rumou ao norte e chegou à Coréia do Sul. Na tentativa de conter a onda de contágio, que já ameaçava a economia mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) liberou um pacote financeiro de US$ 40 bilhões, com o objetivo de elevar a confiança dos mercados na região.
Apenas em 1999 as economias da região voltaram a crescer. Mas aí seria a vez de o Brasil demonstrar que o modelo de liberalização financeira, estimulado pelo próprio FMI, teria de fato um forte potencial de crise em sua concepção.
Em artigo publicado na revista Economia e Sociedade, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em dezembro de 1998, Carlos Aguiar de Medeiros detalhou o processo de abertura financeira no sudeste asiático, em geral estimulado por pressão externa.
Segundo ele, Coréia, Tailândia, Malásia, Formosa, Indonésia e Filipinas promoveram incentivos ao investimento no mercado de ações, relaxaram os limites nos investimentos estrangeiros, e ampliaram o acesso de firmas internacionais de seguros ao mercado doméstico.
“Assim, economias com forte tradição de controle sobre os fluxos de capitais e sobre o sistema financeiro doméstico passaram no início dos anos 90 por rápido desenvolvimento do mercado de capitais e progressiva abertura ao capital estrangeiro”, explica Medeiros.
Em países como Coréia, Malásia e Tailândia, a relação entre o valor das ações negociadas em bolsa e o PIB atingiu valores elevados e superiores à média dos países da OCDE.
“Ao desregular os fluxos de capitais a Coréia, como outros paísesasiáticos, abriu mão do controle das taxas de câmbio e da alocação seletiva dos investimentos internos”, disse ele. Este processo, aponta o autor, terminou por minar os mecanismos de coordenação que fizeram da Coréia um caso espetacular de crescimento e de catch-up do pós-guerra.

À esquerda, NauFraga, o dinheiro. À direita, o patrão Soros, Deus

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Por que o Brasil está certo ao investir em Cuba

 

O investimento no Porto de Mariel amplia o alcance do comércio e a área de influência do Brasil. Por José Antonio Lima

por José Antonio Lima — publicado 28/01/2014

AFP

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Causou certa indignação em determinados setores da sociedade brasileira a inauguração do porto de Mariel, em Cuba, na segunda-feira 27, com a presença de Dilma Rousseff. O espanto se deu por que a obra foi erguida graças a um financiamento do BNDES, que data ainda do governo Lula. Atribui-se o investimento a uma aliança ideológica entre os governos petistas e a família Castro, responsável pela ditadura na ilha. É um equívoco ver o empréstimo desta forma. Trata-se de um ato pragmático do Brasil.

O porto de Mariel é um colosso. Ele é considerado tão sofisticado quanto os maiores terminais do Caribe, os de Kingston (Jamaica) e de Freeport (Bahamas), e terá capacidade para receber navios de carga do tipo Post-Panamax, que vão transitar pelo Canal do Panamá quando a ampliação deste estiver completa, no ano que vem. A obra, erguida pela Odebrecht em parceria com a cubana Quality, custou 957 milhões de dólares, sendo 682 milhões de dólares financiados pelo BNDES. Em contrapartida, 802 milhões de dólares investidos na obra foram gastos no Brasil, na compra de bens e serviços comprovadamente brasileiros. Pelos cálculos da Odebrecht, este valor gerou 156 mil empregos diretos, indiretos e induzidos no País.

A obra “se pagou”, mas o interesse do Brasil vai além disso. Há quatro aspectos importantes a serem analisados.

O primeiro foi exposto por Dilma no discurso feito em Cuba. O Brasil quer, afirmou ela, se tornar “parceiro econômico de primeira ordem” de Cuba. As exportações brasileiras para a ilha quadruplicaram na última década, chegando a 450 milhões de dólares, alçando o Brasil ao terceiro lugar na lista de parceiros da ilha (atrás de Venezuela e China). A tendência é de alta se a população de Cuba (de 11 milhões de pessoas), hoje alijada da economia internacional, for considerada um mercado em potencial para empresas brasileiras.

Esse mercado só será efetivado, entretanto, se a economia cubana deixar de funcionar em seu modo rudimentar atual. Como afirmou o subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antonio José Ferreira Simões, o modelo econômico de Cuba precisa “de uma atualização”. O porto de Mariel é essencial para isso, pois será acompanhado de uma Zona Especial de Desenvolvimento Econômico criada nos moldes das existentes na China. Ali, ao contrário do que ocorre no resto do país, as empresas poderão ter capital 100% estrangeiro. Dono de uma relação favorável com Cuba, o Itamaraty está buscando, assim, completar uma de suas funções primordiais: mercado para as empresas brasileiras. Não é à toa, portanto, que o Brasil abriu uma nova linha de crédito, de 290 milhões de dólares, para a implantação desta Zona Especial em Mariel.

Aqui entra o terceiro ponto, a localização de Mariel. O porto está a menos de 150 quilômetros do maior mercado do mundo, o dos Estados Unidos. Ainda está em vigor o embargo norte-americano a Cuba, mas ele é insustentável a longo prazo. “O embargo não vai durar para sempre e, quando cair, Cuba será estratégica para as companhias brasileiras por conta de sua posição geográfica”, disse à Reuters uma fonte anônima do governo brasileiro. Tendo em conta que a população cubana ainda consistirá em mão de obra barata para as empresas ali instaladas, fica completo o potencial comercial de Mariel.

Há ainda um quarto ponto. Ao transformar Cuba em parceira importante, o Brasil amplia sua área de influência nas Américas em um ponto no qual os Estados Unidos não têm entrada. A administração Barack Obama é favorável ao fim do embargo, como deixou claro o presidente dos EUA em novembro passado, quando pediu uma “atualização” no relacionamento com Cuba. Ocorre que a Casa Branca não tem como derrubar o embargo atualmente diante da intensa pressão exercida no Congresso pela bancada latina, em sua maioria linha-dura. No vácuo dos EUA, cresce a influência brasileira.

Grande parte das críticas ao relacionamento entre Brasília e Cuba ataca o governo brasileiro por se relacionar com uma ditadura que não respeita direitos humanos. Tal crítica tem menos análise de política externa do que ranço ideológico, como prova o silêncio quando em destaque estão as relações comerciais do Brasil com a China, por exemplo. Não há, infelizmente, notícia de um Estado que paute suas relações exteriores pela questão de direitos humanos. Se a regra fosse essa, possivelmente o mundo não seria a lástima que é.

Soma-se a isso o fato de que manter boas relações com Cuba é uma prática do Estado brasileiro, não do governo atual. As relações Brasília-Havana foram reatadas em 1985 e têm melhorado desde então. Em 1992, no governo Fernando Collor, houve uma tentativa de trocar votos em eleições para postos em organizações internacionais. A prática, como a Folha de S.Paulomostrou em 2011, continuou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sob o qual o Brasil também fechou parcerias e intercâmbios com Cuba.

De fato, em 1998 o então chanceler de FHC, Luiz Felipe Lampreia, se encontrou com um importante dissidente cubano, Elizardo Sánchez, algo que o governo brasileiro parece muito distante de fazer. Pode-se, e deve-se, criticar o fato de o Planalto sob o PT não condenar publicamente as violações de direitos humanos da ditadura castrista, mas não se pode condenar o investimento no porto de Mariel. Neste caso, prevaleceu o interesse nacional brasileiro.

http://www.cartacapital.com.br/internacional/por-que-o-brasil-esta-certo-ao-investir-em-cuba-1890.html

A FORÇA QUE CARREGA DILMA

 

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22 de outubro de 2014

por Paulo Moreira Leite

Candidata une o PT, derrota massacre ideológico promovido pelos meios de comunicação e recebe apoio de antigos eleitores de Marina

A liderança de Dilma Rousseff na eleição presidencial está longe de expressar uma guinada repentina do eleitorado e muito menos uma sucessão de jogadas — algumas efetivamente geniais — do marketing de João Santana. A vantagem de Dilma expressa o esforço da maioria dos brasileiros em recuperar seus direitos para governar o país.

É sempre prudente aguardar por surpresas de última hora, mas o avanço de Dilma tem a consistência das conquistas  obtidas a frente de todos. Dilma cresceu nos debates pela TV, a frente de milhões de telespectadores. Seu avanço foi reforçado por Lula e seu prestígio imenso de mais popular político da história. Também cresceu pela força social profunda que há três décadas se organizou na militância do Partido dos Trabalhadores e de milhares de entidades que gravitam a sua volta em bairros, nas empresas, nas escolas, e também na máquina do Estado.

A unidade entre o partido e a candidata, que jamais foi consolidada no primeiro turno, constitui a força imensa que caminha em direção as urnas de domingo.

O último levantamento do DataFolha mostra que os eleitores não apenas preferem Dilma por uma ou outra razão, mas também concordam com suas teses, o que torna difícil saber o que veio primeiro, o ovo ou a galinha, a ideia ou o fato.

Ignorando o massacre ideológico promovido pelos meios de comunicação para manter a candidata do PT na defensiva desde o início do ano, 56% dos brasileiros acreditam que ou a inflação deve permanecer como está (35%) ou até pode cair (21%). Para uma minoria de 31%, irá aumentar. Para 44%, a economia vai melhorar, enquanto 15% (15%!) acham que vai piorar. Para uma maioria de dois terços de eleitores, o desemprego deve ficar como está (35%), o menor nível da história, ou pode até diminuir (31%).

Quatro meses antes, em junho, antes do horário político, antes dos debates, quando o ponto de vista dos adversário do governo era oferecido sem contestação nem debate, a convicção dos brasileiros era outra.

A rigor, nada mudou na economia de lá para cá. O crescimento até piorou um pouquinhos. Mas, há quatro meses, 59%, achavam que a inflação iria subir. Para 48%o, o emprego iria cair.

O que mudou foi a política. Na medida em que teve a oportunidade de ouvir o debate sobre assuntos da vida cotidiana, libertando-se do pensamento único, o eleitor avaliou propostas, examinou projetos — e mudou de ideia.

O crescimento recente de Dilma é explicado pelos coordenadores da campanha como a conquista de eleitores que votaram em Marina Silva no primeiro turno, deixaram-se seduzir por Aécio Neves no segundo — quando ele passou à frente — e mudaram mais uma vez de candidato, preferindo mudar-se para o PT. Não é um apoio instável mas tem sua lógica.

Ao lembrar os escândalos escondidos pelo PSDB, Dilma questionou o caráter politico-eleitoral das denúncias de Aécio. Ao debater política econômica, lembrou as experiências dos brasileiros com recessão e desemprego — temores que o adversário não soube responder. A visão, no comitê de Dilma, é que os eleitores que apostavam na “nova política ” de Marina não tinham razão para sustentar Aécio. Novidade por novidade, Dilma falou em plebiscito para sustentar uma reforma política ambiciosa, ao contrário de teses triviais, feijão-com-arroz da velha política, como debater reeleição e voto distrital.

O desempenho de Dilma no debate da Band foi impecável. No segundo debate, no SBT, quando Aécio Neves assumiu uma postura particularmente agressiva contra uma presidente de 67 anos, Dilma permitiu que se destruísse sozinho. No terceiro debate, Dilma enquadrou as discussões em torno de questões políticas, terreno que lhe é favorável. Não ganhou todos os conflitos mas manteve uma postura de responsabilidade, segurança. Nenhuma questão importante ficou sem resposta.

Na base do partido, um dirigente do PT no bairro de Vila Mariana, em São Paulo, avalia que “a postura da Dilma nos debates fez toda a diferença. Os militantes ficaram valentes.” Já nos dias seguintes ao primeiro debate, desembarcaram meio milhão de estrelinhas vermelhas no Diretório Estadual do PT, em São Paulo. Menos de 12 horas depois, 80% desse material, o mais duradouro símbolo petista, já havia sido levado para comícios, festas e outras atividades, e era preciso encomendar mais. Nas bancas do centro do Rio de Janeiro, os panfletos e os bottons colantes — que precisam de reposição diária — também escasseavam mais depressa do que se previa. Em vários locais, faltavam bandeiras — num sinal de que a mobilização já atingira um patamar superior ao que os próprios organizadores esperavam. Na internet, os sites do partido disparavam. Os dias seguintes foram de uma avalanche, que multiplicou votos e adesões.

Na segunda-feira, ato no Teatro da Universidade Católica, edifício histórico da resistência democrática contra a ditadura, foi uma demonstração de crescimento de Dilma numa cidade onde seu nome enfrentou uma hostilidade surpreendente para uma legenda que fez três prefeitos depois da transição democrática.

Na USP, dias antes, um dos centros das organizações de ultraesquerda que pregam o voto nulo, voto branco, abstenção ou Dilma, como se fossem alternativas descartáveis e equivalentes, dirigentes da CUT se apresentaram para lembrar que está em jogo “a unidade contra a política de retrocesso social e concessões ao imperialismo,” como falou um antigo líder estudantil, Julio Turra, que há 40 anos discursava no mesmo ambiente.

Depois de fazer, nos últimos anos, campanhas terceirizadas, apoiadas no prestígio universal de Luiz Inácio Lula da Silva, numa boa publicidade, no desempenho favorável da economia e na ausência absoluta de adversários capazes de representar sequer uma ameaça crível a seus candidatos, em 2014 a máquina petista foi colocada diante de uma disputa em que é preciso bater na porta do eleitor, disputar voto a voto, argumentar, ouvir e convencer — sabendo que em nenhuma hipótese o triunfo estará garantida com antecedência. Altos funcionários de Ministério pediram férias de seus cargos, em Brasília, para percorrer férias, bares e locais de trabalho, num esforço para encontrar argumentos a altura do momento.

Depois de passar três décadas com o compreensível currículo de partido da mudança, palavra naturalmente mágica num país com as necessidades do nosso, o PT se viu na posição de partido da ordem, senha de ingresso no poço sem fundo do cemitério político nacional. O ano de 2014 foi um curso da aprendizado, interno e externo. Para dentro, serviu para avaliar com mais frieza o que se fez, com mais veracidade e menos triunfalismo. Para fora, foi a hora de enfrentar um embate contra um candidato que tentava crescer no próprio terreno da mudança. Foi preciso voltar ao início de tudo, num debate que nunca se fizera: mudar para que? Com quem? Para chegar onde? “Ganhamos quando mostramos quem é sincero quando fala em mudança,” afirma um assessor de ministério em campanha — de férias — pelo Rio de Janeiro.

http://paulomoreiraleite.com/2014/10/22/forca-que-carrega-dilma/

Eventos movimentaram R$ 209,2 bilhões no Brasil em 2013

 

O volume de recursos movimentado pela indústria de eventos no Brasil mais que quintuplicou em 12 anos. Em 2013, o segmento movimentou R$ 209,2 bilhões, o que representa uma participação de 4,3% do PIB da economia brasileira. Os dados são do II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil, estudo divulgado hoje, 14 de outubro, pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil). A iniciativa da Abeoc e do Sebrae contou com o apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS).

O evento de lançamento da pesquisa foi realizado na Fecomércio-SP e a mesa de abertura contou com a participação do secretário-geral da CNC, Eraldo Alves da Cruz, do secretário de políticas públicas do Ministério do Turismo, Vinicius Lummertz, da presidente da Abeoc Brasil, Anita Pires e do gerente do Sebrae, Juarez de Paula. Para a presidente da Abeoc Brasil, Anita Pires, o apoio das entidades parceiras foi fundamental para que o segmento de eventos possa se planejar a partir de informações seguras. “Graças ao apoio da CNC e da FNHRBS, o estudo foi viabilizado e demonstra o compromisso destas entidades com o desenvolvimento do turismo brasileiro”, analisa a presidente da Abeoc. Para Eraldo Alves da Cruz o apoio da CNC à iniciativa está de acordo com os objetivos da entidade. “O apoio da Confederação corrobora com a missão institucional, pois esta pesquisa proporciona às empresas um melhor entendimento sobre seus negócios e traz informações que podem auxiliar na elaboração de políticas públicas”, afirmou.

Em 2013, Brasil sediou 590 mil eventos

A renda total do mercado de eventos foi calculada a partir da soma dos gastos realizados pelos participantes de feiras, congressos e outros eventos; pela receita gerada com a locação dos espaços, mais o faturamento das organizadoras de eventos. Só no ano passado, o País sediou 590 mil eventos, 95% deles nacionais e metade realizada na região Sudeste. Ao todo, eles tiveram a participação de mais de 200 milhões de pessoas que gastaram, em média, R$ 161,80 por dia.

A pesquisa anterior sobre esse mercado foi feita em 2002, com dados de 2001, e apontava uma renda anual da indústria de eventos de R$ 37 bilhões. Segundo Anita, o dimensionamento é uma ferramenta que vai facilitar a sobrevivência das empresas e motivar o crescimento do setor, que é de aproximadamente 14% ao ano. “A partir dos dados levantados, os empreendedores podem orientar investimentos, definir a ampliação dos negócios, ver os pontos fortes e fracos do mercado, e onde pode haver demandas para novos negócios”, acrescenta Anita.

A receita das empresas organizadoras de eventos aumentou 18 vezes em 2013, se comparada a 2001. Ano passado, as mais de 60 mil empresas que organizam feiras, congressos e exposições lucraram R$ 59 bilhões e, em 2002, a receita delas não chegava a R$ 4 bilhões. “Desde 2009 o Brasil está entre os dez países do mundo que mais sediam eventos internacionais, de acordo com o indicador do International Congress and Convention (ICCA). Os dados mais recentes mostram que, em dez anos, o número de congressos e convenções de negócios internacionais realizados no Brasil cresceu 408%. Entre 2003 e 2013, o total de eventos internacionais passou de 62 para 315. No mesmo período, o número de cidades que sediaram eventos internacionais subiu 145%, passando de 22 para 54, e ainda há muito espaço para o crescimento do setor”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

O Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos do Brasil 2013/2014 faz parte do Programa de Qualificação em Gestão e Certificação de Empresas de Eventos, uma iniciativa da Abeoc Brasil em parceria com o Sebrae Nacional e apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS). O estudo atual foi realizado pelo Observatório do Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, com apoio do Fórum do Setor de Eventos (ForEventos).

Fonte: Site CNC: http://migre.me/mi7dy – site: Fecomércio CE