domingo, 21 de setembro de 2014

Organização internacional destaca avanços na educação brasileira

 

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destacou os avanços alcançados na área educacional brasileira nos últimos anos. Na sua publicação “Education at a Glance 2014”, a organização aponta escolarização e mercado de trabalho, investimento por aluno, participação na educação e ambiente escolar como pontos centrais desses avanços.

Entre 2005 e 2012, segundo o documento, houve um aumento de 24% no número de matrículas de crianças de quatro anos de idade, atingindo a marca de 61% de cobertura nesse período. A marca brasileira ultrapassa países como a Finlândia (59%) e se aproxima dos 65% da Polônia.

“Os números do Brasil na pesquisa da OCDE mostram que o País tem feito um esforço significativo no sentido de ampliar investimento”, afirmou o ministro de Educação, Henrique Paim. O gasto público brasileiro total em educação, em 2012, representava 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB). O percentual está acima da média do OCDE (5,6%).

Para o deputado Artur Bruno (PT-CE), titular da Comissão de Educação da Câmara, o destaque dado por uma instituição como a OCDE, em relação aos avanços educacionais brasileiros, não deixa dúvida sobre o novo olhar que os governos Lula e Dilma deram à educação no País.

“A educação é prioridade no governo do PT. O Brasil, durante 12 anos, promoveu avanços nas políticas educacionais”, observou Artur Bruno. Ele destacou entre essas políticas a construção de mais de 6 mil unidades de educação infantil.

O petista ressaltou também as ações do governo na educação superior e profissional. Segundo ele, o ensino profissionalizante quadruplicou em 12 anos e duplicou o ensino superior no País. “Antes do governo do PT havia apenas 140 escolas técnicas. Hoje, existem no País mais de 500 escolas técnicas. Além disso, a ampliação de cursos universitários e a criação de novas universidades aumentaram consideravelmente o número de matrícula no ensino superior”, frisou.

Permanência – Nos países membros da OCDE, a expectativa de permanência de uma criança no sistema educacional, em média, é de mais de 17 anos, antes de atingir 40 anos. No Brasil, uma criança dessa idade terá estudado 16,3 anos em média ao atingir os 39 anos, patamar semelhante ao do Chile (16,5) e ao do Japão (16,3).

Mercado de trabalho – O documento aponta ainda que, no Brasil, cerca de 86% da população que possui ensino superior está empregada. No ensino médio, a proporção de pessoas inseridas no mercado de trabalho é de 77%.

INEP – As informações do Brasil são repassadas à OCDE pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que também participa da construção do estudo, desde a sugestão de quais indicadores devem compor a publicação. Os dados educacionais usados no estudo são referentes ao ano de 2012 e os dados financeiros, a 2011.

Publicação – O Education at a Glance é um estudo anual e apresenta dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 34 países membros da organização, além de nações parceiras e integrantes do G20.

Rede Globo reforça estereótipos racistas e machistas na série “Sexo e as Nêga”

 

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Foto: Gustavo Bezerra

Em artigo, o deputado Edson Santos (PT-RJ), ex-ministro da Secretaria da Igualdade Racial, critica a série da TV Globo, “O Sexo e as Nêga” que reforça “estereótipos racistas, machistas e classistas, alicerçados numa visão preconceituosa da sexualidade das mulheres negras”. Ele cobra do Ministério Público os procedimentos “cabíveis contra essa programação aviltante à dignidade das mulheres negras”.

Leia a íntegra:

No Brasil, como resultado de séculos de uma sociedade patriarcal e conservadora, as mulheres ainda enfrentam muitas dificuldades e são discriminadas. No caso das mulheres negras, a discriminação é dupla, de gênero e de raça. A maioria é submetida a trabalhos precários, com baixa remuneração e, em muitas situações, sujeitas a violências e abusos, além do abandono que frequentemente as obriga a assumir sozinhas o sustento de suas famílias.

É lamentável que a Rede Globo, que explora o espectro público das telecomunicações, venha a reforçar em sua programação estes estereótipos racistas, machistas e classistas, alicerçados numa visão preconceituosa da sexualidade das mulheres negras na série “O Sexo e as Nêga”.

O episódio ao menos serve para estimular uma reflexão sobre a representação e participação das mulheres negras em nossos meios de comunicação. Hoje podemos dizer que, salvo raríssimas exceções, as mulheres negras ocupam um “não-lugar” no cenário comunicacional. Quantas repórteres, editoras, cineastas, roteiristas, atrizes ou fotógrafas negras você vê trabalhando na mídia tradicional? Pouquíssimas. A ausência destas mulheres na produção de conteúdo e as dificuldades daquelas que conseguem produzir, mas não conseguem distribuir suas produções, talvez nos ajude a refletir sobre o lugar que outras mulheres negras ocupam nestes meios: o corpo erotizado e esvaziado de toda e qualquer autonomia que seria capaz de colocá-las na condição de sujeitos ativos de sua própria identidade no espaço midiático.

O empoderamento das mulheres negras a partir das ferramentas de comunicação, portanto, deve ser considerada como uma estratégia importante dos movimentos feministas e anti-racistas. Abaixo “as nega” da Globo. Vamos cobrar do Ministério Público os procedimentos cabíveis contra essa programação aviltante à dignidade das mulheres negras.

Edson Santos (RJ) – deputado federal pelo PT

Assessoria Parlamentar

CPMI faz reunião aberta, delator não fala e oposição fica sem palco eleitoral

 

A oposição saiu frustrada ontem da reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras. Não vingou a tentativa de fazer uma reunião secreta da CPMI para ouvir Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa, o que permitiria a produção e circulação, via imprensa, de versões convenientes aos interesses eleitoreiros de parlamentares da oposição. Por dez votos contra oito, a reunião se manteve aberta.

A Bancada do PT defendeu a reunião aberta, para que a transparência prevalecesse e a sociedade pudesse acompanhar toda a sessão da CPMI. “Queremos a verdade em todas as circunstâncias. Queremos que se investigue tudo e se apure tudo. Queremos que sejam punidos todos os culpados, doa a quem doer. Esta é a posição da nossa bancada, esta é a posição do ex-presidente Lula e esta é a posição da presidenta Dilma”, explicou o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP).

O líder petista lamentou o silêncio do depoente. “Ao não falar, continua o espetáculo, continua a postura enganadora e mentirosa. Vai continuar a terra arrasada com o apoio da grande mídia, que não fala mais da corrupção do PSDB lá em São Paulo, o caso grave [do metrô] envolvendo três governadores, que não fala mais do helicóptero carregado de drogas (em Minas Gerais) e de aeroportos feitos na fazenda de parentes. A oposição tem uma grande aliada, mais forte que a própria oposição, que é a grande mídia”, criticou Vicentinho.

Ele também criticou os “urubus do capitalismo internacional”, que se beneficiam com o enfraquecimento da Petrobras, por um noticiário negativo insuflado por denúncias como as que se atribuem a Paulo Roberto Costa sobre um suposto esquema de desvios de recursos na estatal. “Quiseram, no passado, privatizar o petróleo. Quiseram privatizar a Petrobras. Inclusive no governo do PSDB até a chamavam de Petrobrax. O que existe por trás é o interesse em desconstruir uma empresa que nós queremos tão bem. E desconstruindo, ela vai para o capital privado. O que está por trás é um jogo muito mais grave e precisamos refletir sobre isso”, argumentou o líder.

Para a deputada Iriny Lopes (PT-ES), a CPMI acertou ao fazer a reunião aberta, não fechada, como queria a oposição. “Não gosto de trabalhar com versões, acho que o Brasil merece que os fatos sejam relatados e comprovados. Uma reunião fechada só serviria para a construção de versões. Acho que isso não serve à democracia do Brasil”, disse.

“Há uma distinção fundamental entre vazamento e depoimento aberto. O vazamento vem ocorrendo. Ele serve à disputa política eleitoral. É feito de forma seletiva. O PT quer investigar e quer esclarecer”, afirmou o deputado Afonso Florence (PT-BA), ao defender a manutenção da reunião aberta.

Usando uma prerrogativa constitucional, o ex-funcionário da Petrobras manteve-se em silêncio diante de todos os questionamentos do relator, deputado Marco Maia (PT-RS), e dos demais integrantes da CPMI. Paulo Roberto Costa, demitido da Petrobras em 2012, tem feito depoimentos à Justiça, em caráter de delação premiada, sobre supostos desvios de recursos na estatal. Os documentos que registram esses depoimentos já foram solicitados pela CPMI. Segundo alguns veículos da imprensa, vários parlamentares e governadores teriam sido mencionados pelo ex-diretor da estatal.

Uma nova reunião da CPMI ocorrerá na próxima semana.

Site do PT na Câmara

OCDE mostra crise econômica mundial e Brasil está resistindo bem, avalia petista

 

Cenário apresentado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) ontem (15) prevê a redução das perspectivas de crescimento mundial de economias historicamente mais consolidadas. Os dados desmontam a tese de economistas brasileiros que insistem em não reconhecer que a crise que assola o mundo, desde 2008, não está com os dias contados e, que, seus efeitos ainda atingem economias emergentes como a brasileira.

De acordo com a OCDE, a zona do euro continua a ser “a ovelha negra” da recuperação econômica. A organização estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, em 2014, será de 0,8%. Para 2015, a OCDE prevê um PIB de 1,1%. Entre os maiores países da zona do euro, a OCDE estimou para a Alemanha um crescimento de 1,5% em 2014 e 2015; para a França de 0,4%, neste ano e 1% em 2015, e o índice estimado para a Itália é de 0,4% , com recuperação de apenas 0,1% em 2015.

Em relação às economias emergentes como a China e o Brasil, a organização previu que a China deverá ter um crescimento de 7,4% este ano e 7, 3% em 2015. Já no Brasil, segundo a OCDE, o PIB deve chegar a 0,3% em 2014 e 1,4% em 2015.

Na avaliação do deputado Pedro Eugênio (PT-PE), os dados da OCDE reforçam o que a presidenta Dilma vem debatendo com a sociedade brasileira sobre a forte crise econômica que o mundo está vivendo e que, segundo ele, reflete em todo o comércio internacional e no crescimento dos países. Para o petista, apesar desse quadro grave apontado pelo organismo internacional, “o Brasil continua gerando emprego, controlando a inflação, com massa salarial crescente e mantendo o consumo. Portanto, o Brasil tem resistido ao efeito dessas crises externas, apesar do baixo crescimento”.

De acordo com Pedro Eugênio, o quadro da OCDE mostra também que o mundo se debate em problemas muito graves onde países europeus registram alta taxa de desemprego. Ele alerta para o alarmismo de setores da oposição que tentam passar para as pessoas que o Brasil está em crise para responsabilizar o Governo. “Crise o País estava na era dos tucanos que levaram a inflação a patamares altíssimos. Nesse período, o Brasil não tinha reserva cambial, não podia importar e sofria risco total de quebradeira”, lembrou Pedro Eugênio.

EUA - A OCDE também corrigiu para baixo as estimativas para os Estados Unidos, ainda que considere que a sua expansão está no bom caminho, depois dos efeitos negativos de um inverno particularmente duro no início de 2014, com expansão de 2,1% este ano (2,6% em maio) e 3,1% em 2015 (3,5% na estimativa anterior).

Para o Reino Unido, a organização estima crescimento de 3,1% em 2014 e 2,8% em 2015. No Japão, a atividade econômica deverá aumentar 0,9% em 2014 e 1,1% em 2015.

PT na Câmara

PIB DO AGRONEGÓCIO CRESCE 1,9% NO PRIMEIRO SEMESTRE

 

Desempenho foi puxado pelo setor primário, que teve alta de 4,04% no semestre, segundo CNA e Cepea

Brasília (15/9) - O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio fechou o primeiro semestre de 2014 com alta de 1,90% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento foi puxado principalmente pelo desempenho do setor primário, que teve expansão de 4,04% nos primeiros seis meses do ano, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O segmento primário, que representa a atividade “dentro da porteira”, foi o que teve maior alta na cadeia produtiva do agronegócio no acumulado de janeiro a junho. Os setores de insumos e de distribuição cresceram 1,84% e 1,57%, respectivamente. Já o PIB das agroindústrias subiu apenas 0,10%. Uma dos fatores que contribuiu para a alta do PIB da agropecuária no semestre foi a expansão do faturamento médio da atividade, de 5,91%.

Um dos destaques no período foi o algodão, que teve aumento de receita de 31,72%, por conta dos preços e da produção. Levando em conta estes dois fatores, outros produtos também tiveram bom desempenho, como o cacau (53,91%), laranja (46,57%), soja (10,45%), banana (4,78%) e arroz (4,10%). O café e a uva também registram expectativa de expansão no ano, de 8,89% e 4,51%, respectivamente, impulsionados pela alta das cotações. No caso do trigo, o maior volume de produção explica a alta da receita de 34,81%.

O segmento primário na agricultura cresceu 2,91% no primeiro semestre, sendo o principal responsável pelo desempenho da cadeia produtiva agrícola global, que subiu 0,6%. Os segmentos de insumos e distribuição tiveram variação, no acumulado de janeiro a junho, de 0,98% e 0,08%, respectivamente. Já a indústria teve desempenho negativo, com retração de 0,57%.

Com cotações e volumes em alta, a pecuária de corte, de leite e a avicultura de postura registraram expressivo crescimento no período, de 16,24%, 18,88% e 11,39%, respectivamente. Já a suinocultura registrou variação de 5,81% na receita, em razão do aumento de preços na atividade no semestre. Estes resultados contribuíram para o bom comportamento da atividade primária na pecuária, que registrou alta de 5,52%, contribuindo para a expansão da cadeia produtiva da pecuária, de 4,9% em 2014.

Assessoria de Comunicação CNA
Telefone: (61) 2109 1411
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Atlas Político: José Airton é o parlamentar que tem o melhor desempenho do Ceará

 


O deputado federal José Airton foi avaliado pelo Atlas Político como um dos parlamentares com melhor desempenho do Ceará na Câmara dos Deputados. Dentre os cearenses, José Airton aparece como o melhor, conseguindo a colocação de 23º lugar, no ranking nacional. O Atlas Político é uma nova plataforma que busca acelerar o processo de responsabilização da política brasileira e propõe mostrar quais são os congressistas mais competentes, independente da orientação ideológica. José Airton é muito bem avaliado pela fidelidade partidária, pelos gastos em campanha e pelo número de votos. Esses pontos revelam muito sobre representatividade real do parlamentar, mostra que tem um eleitor fiel. O deputado busca pautar sua agenda política com um mandato plural e assíduo, que busca atender as demandas e anseios do povo, sempre perto de seus eleitores.

O site entrou no ar em setembro de 2014, mostra a competência dos congressistas em defender uma agenda política independente do conteúdo ideológico e que possui cinco dimensões: representatividade, campanha responsável, ativismo legislativo, debate parlamentar e fidelidade partidária.

De acordo com o site, trata-se de uma ferramenta criada para comparar o desempenho dos deputados e senadores brasileiros a partir de critérios objetivos. Em contraste com outras classificações, o Ranking não pontua o conteúdo da plataforma ou do discurso político. Não se trata de uma classificação dos políticos de direita ou de esquerda, dos evangélicos ou dos ambientalistas. O propósito do Ranking é de mostrar a competência dos congressistas de defender uma agenda política independente do conteúdo ideológico dela. A pontuação no ranking [T] se enquadra necessariamente entre 0 e 5. Este total reflete uma soma de pontuações individuais em 5 dimensões que possuem um score mínimo de 0 e um máximo de 1. As cinco dimensões são Representatividade [D1], Campanha Responsável [D2], Ativismo Legislativo [D3], Debate Parlamentar [D4], e Fidelidade Partidária [D5].


O projeto foi construído pela Nervera, uma empresa de Big Data e Inteligência em Mídia Social, idealizado por Andrei Roman – Ph.D. em Ciência Política pela Universidade de Harvard e Thiago Costa – Ph.D. em Matemática Aplicada pela Universidade de Harvard. É patrocinado pela Fundação Lemann.

Em entrevista para o site O Agente Principal (http://oagenteprincipal.wordpress.com/), Roman e Costa, mencionam os desafios de um projeto que promete disseminar informação: “Existe hoje no Brasil uma abundância de dados sobre quase qualquer coisa e a política não faz exceção disso. É a realidade do novo mundo da hyper-conectividade. O problema às vezes não é a falta de dados, mas o “data noise” – saber como separar o que é realmente relevante de uma quantidade enorme de informações inúteis. Então o nosso maior desafio não foi tanto achar os dados, mas entender o que era realmente importante. O segundo desafio foi de natureza técnica – cruzar bases de dados que não tem identificadores únicos, consertar erros e fazer a análise. O terceiro desafio foi de apresentar tudo de uma forma inteligível, mas ao mesmo tempo empolgante para todo mundo. Mas os nossos desafios não acabaram. Talvez os maiores estejam pela frente. Queremos que essa plataforma cresça”.

Para conhecer mais visite o endereço: http://www.atlaspolitico.com.br/

Claudia Vidal - Jornalista: DRT 6203/PR
Assessoria de Comunicação e Marketing Institucional
Deputado federal José Airton Cirilo (PT/CE).

sábado, 20 de setembro de 2014

Fome diminui, mas ainda há 805 milhões de pessoas no mundo com desnutrição crônica

 

por Redação da ONU Brasil

FAO1 Fome diminui, mas ainda há 805 milhões de pessoas no mundo com desnutrição crônica

Remoção de ervas daninhas num viveiro de acácias em Back Kan, Vietnã. Foto: FAO

Cerca de 805 milhões de pessoas no mundo, uma em cada nove, sofrem de fome, afirma novo relatório das Nações Unidas divulgado nesta terça-feira (16). O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo (SOFI 2014, na sigla em inglês) confirma a tendência positiva de decréscimo global do número de pessoas com fome, que diminuiu em mais de 100 milhões na última década e em mais de 200 milhões desde 1990-1992.

O relatório, publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), afirma também que a tendência geral de redução da fome nos países em desenvolvimento significa que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de reduzir pela metade a percentagem de pessoas desnutridas até 2015, pode ser alcançado, “se se intensificarem os esforços apropriados de forma imediata”. Até à data, 63 países em desenvolvimento atingiram a meta dos ODM, e mais seis estão no caminho para alcançá-la em 2015.

“Esta é a prova de que podemos vencer a guerra contra a fome e deve servir como inspiração para os países avançarem, com o apoio da comunidade internacional, naquilo que for necessário”, escrevem no prefácio do relatório os chefes de FAO, FIDA e PMA, José Graziano da Silva, Kanayo F. Nwanze e Ertharin Cousin, respectivamente.

Eles dizem também que “uma redução da fome acelerada, substancial e sustentável é possível com o necessário compromisso político”, e que este “tem que contar com informação suficiente e uma boa compreensão dos problemas nacionais, das opções de política pertinentes, ampla participação e lições de outras experiências”.

O relatório deste ano inclui sete estudos de caso – Bolívia, Brasil, Haiti, Indonésia, Madagascar, Malauí e Iêmen – que destacam algumas das formas que os países utilizam para combater a fome e como os eventos externos podem influenciar a sua capacidade de atingir objetivos de segurança alimentar e nutrição. Estes países foram escolhidos devido à sua diversidade em nível político, econômico, particularmente no sector agrícola, e às suas diferenças culturais.

A Bolívia, por exemplo, criou instituições que permitiram o envolvimento de uma série partes de interessadas​​, nomeadamente os povos indígenas outrora marginalizados.

O Programa Fome Zero do Brasil, que colocou a segurança alimentar no centro da agenda do governo, é a base do progresso que levou o país a alcançar o ODM. Os atuais programas destinados a erradicar a pobreza extrema no Brasil baseiam-se na abordagem de articulação entre as políticas para a agricultura familiar com a proteção social de forma inclusiva.

O Haiti, onde mais de metade da população sofre de desnutrição crônica, ainda luta para recuperar dos efeitos do devastador terremoto de 2010. O relatório analisa como o país adotou um programa nacional que permitiu fortalecer os meios de subsistência e melhorar a produtividade agrícola, favorecendo o acesso dos pequenos agricultores familiares a fatores de produção e serviços.

A Indonésia adotou estruturas legais e estabeleceu instituições para melhorar a segurança alimentar e nutricional. O seu mecanismo de coordenação de políticas envolve os ministérios, ONGs e líderes comunitários. Estas medidas abordam uma ampla variedade de desafios, desde o crescimento da produtividade agrícola, às dietas nutritivas e seguras.

Madagascar está emergindo de uma crise política e retomando o relacionamento com os parceiros de desenvolvimento internacionais destinados a combater a pobreza e a malnutrição. Estabeleceu também parcerias para promover a resiliência a choques e riscos climatéricos, incluindo ciclones, secas ou pragas de gafanhotos, que muitas vezes afligem a nação insular.

O Malauí atingiu a meta dos ODM sobre a fome, graças a um compromisso sólido e persistente para aumentar a produção de milho. No entanto, a malnutrição continua a ser um desafio: 50% das crianças menores de cinco anos sofre de atrasos no crescimento e 12,8% estão abaixo do peso. Para fazer frente a este problema, o governo está promovendo intervenções nutricionais de base comunitária para diversificar a produção de modo a incluir legumes, leite, a pesca e a aquicultura, para promover dietas mais saudáveis​​, e para melhorar os rendimentos das famílias.

Conflitos, crises econômicas, baixa produtividade agrícola e pobreza fizeram do Iêmen um dos países com maior insegurança alimentar no mundo. Além de restabelecer a estabilidade política e econômica, o governo pretende reduzir a fome em um terço até 2015 e fazer com que 90% da população tenha segurança alimentar até 2020. Tem ainda como objetivo reduzir os atuais graves índices de malnutrição infantil em pelo menos um ponto percentual por ano.

As conclusões e recomendações do SOFI 2014 serão discutidas pelos governos, sociedade civil e representantes do setor privado na reunião do Comité de Segurança Alimentar Mundial, que vai decorrer de 13 a 18 de outubro, na sede da FAO, em Roma (Itália).

Saiba mais clicando aqui.

* Publicado originalmente no site ONU Brasil.

http://envolverde.com.br/saude/fome-diminui-mas-ainda-ha-805-milhoes-de-pessoas-mundo-com-desnutricao-cronica/

Brasil se destaca nos compromissos firmados com o Protocolo de Montreal

 

por Redação do Pnud

protocolodemontreal Brasil se destaca nos compromissos firmados com o Protocolo de MontrealApós a eliminação de CFCs dos produtos comercializados no Brasil e o recolhimento e substituição de equipamentos que ainda continham o gás, país agora luta pra eliminar os HCFCs.

“Para mim, o Protocolo de Montreal é vida.”

Essa frase de Suely Carvalho, que foi diretora da Unidade do Protocolo de Montreal no PNUD em Nova York, define a importância do tratado internacional de 1987, que proíbe a utilização de substâncias que destroem a camada de ozônio, como os clorofluorcabonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). Veja a entrevista na íntegra no vídeo abaixo.

A camada de ozônio protege a Terra da incidência dos raios solares ultravioletas, nocivos para todos os seres vivos. Nos seres humanos, essa radiação provoca o câncer de pele, que mata milhares de pessoas por ano em todo o mundo, bem como afeta todo o sistema imunológico, minando a resistência humana a doenças como herpes. O Brasil é signatário do Protocolo desde 1990 e contou com o apoio do PNUD para o Plano Nacional de Eliminação de CFCs, concluído em 2012.

Para que o país pudesse alcançar a eliminação definitiva do CFC, o gás mais nocivo à camada de ozônio, o Plano executou diversos projetos de capacitação, institucionalização de normas técnicas, regulamentações e substituição de equipamentos que continham substâncias degradantes da camada de ozônio.

Segundo Carlos Castro, coordenador da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do PNUD, “a parceria de mais de 20 anos com o governo brasileiro é um fator fundamental para a implementação do Protocolo no país. Desde 1991, as metas e diretrizes têm sido mantidas e cumpridas com êxito, apesar da alternância de governos, algo raro de acontecer”.

Suely complementa: “Com a ajuda do PNUD, o governo brasileiro pôde trazer a transferência de tecnologia, para uma quantidade muito grande de pequenas e médias empresas, capacitando, melhorando as práticas ocupacionais. Enfim, trazendo benefícios não só tecnológicos, mas também na manutenção de emprego e de mercados para essas empresas para que elas continuassem competitivas nesse mundo globalizado”.

Em 11 anos de esforços, o Brasil teve um resultado extraordinário, cumprindo a sua meta em 2007, três anos antes do previsto. Por meio de mais de 150 projetos implementados, o país reduziu 9.276 toneladas de gases CFCs.

O sucesso do Plano Nacional de Eliminação dos CFCs levou o Brasil a continuar seu engajamento no Protocolo de Montreal e a instituir o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH). Com o diagnóstico do consumo de HCFCs do país, o PBH, iniciado em 2012, aborda a estratégia brasileira para a eliminação dos HCFCs até 2040, prazo estipulado pelo Protocolo.

Nessa nova fase, o PNUD foi escolhido pelo governo brasileiro como agência implementadora para o setor de espumas de poliuretano, prestando assistência técnica e operacional especializada para implementação das atividades aprovadas pelo Comitê Executivo do Fundo Multilateral para o alcance das metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal.

Como parte das atividades do PBH, o PNUD e o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o governo da Itália, realizaram um seminário sobre Alternativas para o HCFC no setor de espumas – Opções Tecnológicas e Equipamentos, em Chapecó (SC).

O seminário abriu um espaço de interação entre empresas do setor de espumas de poliuretano e fornecedores de equipamentos nacionais e internacionais na discussão de opções de tecnologias que não possuem Potencial de Destruição da Camada de Ozônio para minimizar os impactos ambientais, considerando os impactos na saúde e na segurança humana.

Entenda como a Camada de Ozônio é destruída

O processo de destruição da camada de ozônio ocorre pelo acúmulo e liberação das substâncias destruidoras do ozônio, os gases CFCs, HCFCs, brometo de metila (BR) e óxido de nitrogênio (NO). Os gases CFCs e HCFCs não são removidos rapidamente pela chuva e pela neve. Quando atingem a estratosfera, os gases sofrem ação da radiação ultravioleta e liberam radicais livres que reagem com moléculas de ozônio e consequentemente provoca a destruição da camada. A estimativa para a recuperação total da camada de ozônio é de até 2050.

Além de ser prejudicial para os seres humanos, um outro fator problemático é que os mesmo gases que destroem a camada afetam também o efeito estufa. Ontem, a World Meteorological Organization divulgou um boletim que afirma que um novo recorde foi alcançado em relação à concentração, na atmosfera, de dióxido de carbono, que não é nocivo a camada de ozônio, mas é um dos principais responsáveis pela mudanças climáticas.

* Publicado originalmente no site do Pnud.

Desmatamento na Amazônia é o segundo menor em 25 anos

 

por Redação do MMA

Amazonia 1024x768 Desmatamento na Amazônia é o segundo menor em 25 anos

Desmatamento confirmado pelo INPE foi de 5.891 km2. Foto: © WWF-Brasil/Bruno Taitson

Com o resultado, o Brasil poderá receber até 2,5 bilhões de dólares em pagamentos por redução de emissões na região.

O desmatamento na Amazônia para o período de agosto de 2012 a julho de 2013 foi confirmado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 5.891 km2 e é a segunda menor taxa registrada anualmente nos últimos 25 anos. A diferença entre a estimativa divulgada pelo governo em novembro de 2013 (5.843 km2) e o número consolidado pelo INPE foi menor que 1%.

A partir do número consolidado pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), o Comitê Técnico Científico do Fundo Amazônia (CTFA) validou nesta quarta-feira (10/09) o cálculo das reduções de emissões de CO2 oriundas do desmatamento, que ficou na ordem de 516 milhões de toneladas de CO2 – uma redução de 64% em relação ao referencial adotado. O CTFA é formado por cientistas de notório saber.

Com o resultado, o Brasil poderá receber até 2,5 bilhões de dólares em pagamentos por redução de emissões de desmatamento alcançados na região da Amazônia Legal, baseado em dados do Fundo Amazônia, que adota o valor de US$ 5,00 por tonelada de CO2 para captação de recursos de doações junto aos governos estrangeiros, empresas, instituições multilaterais, organizações não governamentais e pessoas físicas. O cálculo das emissões provenientes do desmatamento pelo Fundo Amazônia toma como base a média de carbono na biomassa de 132,3 tC/ha.

Os números confirmam, ainda, uma redução de 79% desde a criação do Plano de Ação para Prevenção e Combate ao Desmatamento na Amazônia Legal, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Casa Civil da Presidência da República, em 2004.

Dados de Satélite

O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes/INPE) registra, via satélite, áreas equivalentes a pouco mais de seis campos de futebol (6,25 hectares). Os dados são coletados periodicamente de imagens do satélite Landsat 8/OLI. O resultado preliminar é divulgado no final do mês de novembro. Em meados do ano seguinte, após o detalhamento dos estudos e a coleta de dados em campo, as taxas são consolidadas oficialmente. O Pará lidera as taxas por estado, com uma área desmatada de 2.346 Km2, representando um aumento de 35% com relação ao período anterior. O segundo a lista é o Mato Grosso, com 1.139 Km2, o que corresponde percentualmente a um aumento de 50% em relação ao ano anterior. O Acre e o Amapá registraram reduções na área desmatada, de 28% e 15% respectivamente.

Confira o resultado do PRODES 2013 aqui.

* Publicado originalmente no site Ministério do Meio Ambiente.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O Brasil merece mais, não menos

 

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Desde a irrupção da crise de dimensão global em 2008, acreditou-se que a hegemonia do pensamento único imposto pelo neoliberalismo estaria com os seus dias contatos. Ledo engano. Seis anos depois, constata-se que somente duas regiões (Ásia e América Latina) e alguns países não se encontram alinhados com o receituário econômico e social neoliberal anglo-saxônico.
Em certa medida, as experiências atuais dos governos pós-neoliberais possibilitam ensaiar a construção das bases do desenvolvimento num novo mundo multipolar, ao contrário da perspectiva unipolar reinante nos Estados Unidos, após o desaparecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no final da década de 1980. Nesse sentido, a evolução dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) tem apontado para a formação de um sistema monetário e financeiro favorável ao desenvolvimento, alternativo ao quadro internacional desolador da desregulação competitiva.
Isso, contudo, exerce enorme tensão e pressão sobre os governos dos países que soberanamente buscam construir caminhos próprios para o enfrentamento simultâneo dos problemas de seus povos e do mundo, com maior justiça social. Exemplos disso não faltam hoje em dia no Brasil, que tem registrado resultados muito satisfatórios, sobretudo se comparado às nações assentadas nas políticas neoliberais.
Entre 2008 e 2013, o Brasil obteve a criação de 11 milhões de empregos formais. Para o mesmo período de tempo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o mundo registrou a destruição de 62 milhões de postos de trabalho. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil vai conseguindo – como poucos países no mundo – reduzir a pobreza e a bárbara desigualdade de renda. Nas economias submetidas às orientações do receituário neoliberal, o quadro tem sido desolador, com rebaixamento dos direitos sociais e do trabalho, em meio ao maior desemprego, pobreza e concentração de renda.
Continuar nessa perspectiva não será simples, como permite observar a complexidade atual da condução da economia brasileira. O gradualismo adotado no conjunto das medidas de transição econômica para um novo modelo produtivo com justiça social exige apoio popular e uma maioria política engajada no desbravamento do caminho próprio do país.
As críticas ao projeto em curso buscam oferecer o paraíso, sem apresentar o caminho a ser seguido. Implicitamente, defendem que o combate à inflação deveria se dar com a elevação drástica na taxa de juros e a valorização cambial, permitindo que o tarifaço a ser cedido pela elevação do preço do petróleo, da energia elétrica e outros preços básicos da economia se completasse como uma terapia do choque. Ao mesmo tempo, o corte nos gastos públicos, com a suspensão dos concursos, a promoção do arrocho salarial no funcionalismo e o menor recurso para as áreas sociais e de investimento completassem o ­ajuste fiscal aprofundado.
Em síntese, a recessão como meio de contenção do tamanho do mercado de trabalho, provocando aumento do desemprego e o rebaixamento do nível de remuneração. Esse filme – é verdade – já passou nos anos 1990 no Brasil, quando a base da pirâmide social foi a que pagou pelo custo do ajuste econômico, sem sucesso sustentável no tempo.
Na Grande Depressão de 1929, o Brasil foi um dos primeiros países que mais rápido recuperou a sua economia e perseguiu um novo modelo de desenvolvimento nacional. Mesmo assim, a década de 1930 foi repleta de críticas daqueles que não aceitavam o caminho próprio construído pelo país a partir de então. O país hoje, guardada a devida proporção, se reinventa, apostando em projeto de desenvolvimento melhor para o conjunto do seu povo, não obstante as contradições que apresenta. A compreensão deste momento constitui tarefa substancial de todos aqueles que acreditam que o Brasil pode e merece muito mais, não menos.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/09/o-brasil-merece-mais-nao-menos.html?spref=fb

E agora Marina quer "privatizar" o pré-sal

 

Eduardo Guimarães

EDUARDO GUIMARÃES 16 de Setembro de 2014 às 13:44

Entregar os campos do pré-sal em concessão seria crime de lesa-pátria. E é o que Marina propõe, segundo o coordenador de sua campanha

Há cerca de duas semanas, reportagem de O Globo estarreceu o país ao informar que o então recém-lançado programa de governo de Marina Silva deixava o pré-sal “em segundo plano” e pregava investimento prioritário em energia solar e/ou eólica – tais formas de geração de eletricidade são consideradas inviáveis em um país tão grande por conta do alto custo.

Além da questão do petróleo, outros pontos da reportagem do jornal da família Marinho estarreceram a sociedade. Abaixo, trecho da matéria.

“(…) Para a energia elétrica, Marina prevê um sistema chamado ‘multimodal’, com a adoção de diferentes maneiras de obtenção de energia. Hidrelétricas em construção na Bacia Amazônica serão terminadas, mas novas obras passarão por análise criteriosa antes de serem aprovadas. O uso de termelétricas deverá ser reduzido gradativamente. Já as energias eólica e solar serão prioridade (…)”

Ao lado do recuo de Marina no apoio aos direitos dos homossexuais, sua anunciada redução de investimentos na exploração do pré-sal vem sendo considerada responsável por sua queda nas pesquisas.

Para que se possa mensurar a dimensão desse equívoco político – entre outros – da candidata do PSB, em pouco mais de uma semana ela perdeu toda a vantagem que tinha sobre Dilma Rousseff nas simulações de segundo turno. Sua vantagem, que chegou a ser de 10 pontos, caiu para 1%. Ou seja, desapareceu, porque as margens de erro são iguais ou maiores que 2%.

Com a péssima repercussão da posição de Marina sobre o pré-sal, ela tratou de correr atrás do prejuízo. Como em várias outras questões, tratou de emendar seu programa de governo, que já vem sendo chamado de “colcha de retalhos”. Várias menções ao pré-sal foram inseridas naquele programa. Trechos que geravam dúvida foram retirados.

Na última segunda-feira, porém, segundo a Folha de São Paulo o ex-tucano Valter Feldman, coordenador da campanha de Marina, voltou a pôr água na fervura ao criticar o modelo de partilha para exploração do pré-sal. Vale a leitura da matéria, para quem não leu.

Não há nenhuma novidade na posição de Feldman sobre o pré-sal, ainda que a posição que anunciou seja de Marina.

Em junho de 2010, porém, em discurso na Câmara dos Deputados, Feldman, além de atacar o modelo de partilha para exploração do pré-sal, já demonstrava não entender o espírito desse modelo. Abaixo, trecho daquele discurso.

“(…) O regime exploratório para essas jazidas será único, especial, sui generis para a PETROBRAS, que, é bom ressaltar, não terá de pagar participação especial ou bônus de assinatura (…)”

Feldman nunca entendeu nada. O leilão do campo de Libra, em 21 de outubro do ano passado, segundo matériado portal G1 rendeu nada mais, nada menos do que 15 bilhões de reais. Feldman, porém, queria que a Petrobrás pagasse o “bônus de assinatura”. Por que? Seríamos nós que estaríamos pagando, se a estatal pagasse. Quem tem que pagar são os parceiros estrangeiros, ora.

Observação: para quem não sabe, bônus de assinatura é um pagamento que a empresa que irá explorar um determinado campo de petróleo faz quando assina o contrato de exploração.

Agora, porém, as idas e vindas de Marina Silva levaram seu staff a novo equívoco. Ao defender o modelo de concessão para os campos do pré-sal que ainda serão licitados, o ex-tucano anuncia que sua candidata a presidente, caso se eleja, pretende fazer uma privatização branca do pré-sal – ou da parte dele que ainda não foi licitada.

Vamos colocar a situação em linguagem bem simples para que todos possam entender. Há dois modelos de exploração de petróleo que convivem hoje no Brasil e nenhum dos dois é privatização. Mas por que, então, o título do post diz que Marina quer “privatizar” o pré-sal?

O programa de governo de Marina, segundo Feldman insinua, pretende adotar o modelo de concessão para os campos do pré-sal que ainda não foram licitados. Nesse modelo, o concessionário é dono de todo o petróleo que extrai. Já no regime de partilha, o Estado é o dono do petróleo produzido.

Fernando Henrique Cardoso, quando presidente, propôs e sancionou a Lei do Petróleo, uma lei ordinária que revogou a Lei N° 2004 e, assim, acabou com o monopólio estatal do petróleo no Brasil e criou o modelo de concessão. Esse modelo continuou sendo usado no governo Lula, porém só nas situações em que é adequado.

Em linguagem bem simples, vale explicar que o modelo de concessão é adequado quando não se tem certeza de que há petróleo naquela área a ser prospectada pela empresa que lá irá atuar. O risco de não encontrar petróleo, nesses casos, é grande, mesmo que estudos indiquem a possibilidade de ali existir petróleo.

Faz sentido adotar o modelo de concessão quando o caso é esse. Se a empresa privada que explora aquela área não encontra petróleo, fica com o prejuízo; se encontra, torna-se dona do petróleo encontrado.

No caso do pré-sal, porém, é um descalabro a mera hipótese de usar o modelo de concessão simplesmente porque o petróleo já foi localizado, já existe certeza de que está lá. Basta, então, perfurar o solo e extrair a riqueza.

Em uma metáfora bastante adequada, entregar os campos do pré-sal sob regime de concessão equivale a vender um bilhete premiado por uma fração do prêmio, coisa que ninguém faria em sã consciência. Porém, por inacreditável que pareça, Marina, Aécio Neves e outros candidatos querem vender um bilhete premiado por algo como 10% do valor do prêmio.

É isso mesmo que você leu: há candidatos a presidente que querem fazer isso.

Veja, abaixo, as propostas de cada candidato para a exploração do pré-sal.

Dilma Rousseff (PT) – As propostas de governo de Dilma, apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), traçam um histórico do pré-sal em seu governo e destacam que, se eleita, “estarão gradativamente disponíveis para a Educação 75% dos royalties do petróleo e 50% dos excedentes em óleo do pré-sal. Somados ao orçamento da Educação, os recursos provenientes da comercialização do petróleo oriundo do pré-sal vão tornar realidade o Plano Nacional de Educação (PNE)”, traz o texto.

Marina Silva (PSB) – Oficialmente, aborda o pré-sal apenas no ponto em que afirma que vai “aplicar os repasses à educação de parcela dos royalties do petróleo das áreas já concedidas e das do pré-sal”.

Aécio Neves (PSDB) – Nas propostas preliminares de governo do candidato, apresentadas ao TSE, não há referência ao pré-sal. O candidato informou na última segunda-feira que seu plano oficial de governo será lançado na próxima semana. Contudo, em reiterados discursos o candidato já disse, com todas as letras, que quer implantar o “modelo vitorioso” de concessão para os campos do pré-sal.

Pastor Everaldo (PSC) – Em seu plano de governo propõe a “revisão do modelo de partilha” adotado para a exploração de petróleo no país, “respeitando os contratos em vigor”. Mais uma vez, porém, o candidato defende a privatização de tudo e mais um pouco.

Eduardo Jorge (PV) – Traz ampla discussão relativa ao pré-sal no plano de governo. De acordo com o texto, “o entusiasmo nacionalista gerado com a descoberta de campos de petróleo com grandes reservas na camada de pré-sal fez com que o governo federal deixasse de realizar novos leilões para exploração desde 2008, com a expectativa que a Petrobras o fizesse”. E complementa: “Esta política se revelou equivocada porque a capacidade de investimento da Petrobras não foi suficiente para arcar com os investimentos que são necessários”. O candidato adjetiva como “imensos” os problemas técnicos e econômicos do pré-sal. Tratando dos custos do petróleo produzido, pondera que “estimativas não oficiais dão conta de que eles seriam superiores a 50 dólares por barril produzido. Em comparação, petróleo ‘convencional’ custa menos de 10 dólares por barril”. Ele também destaca que os problemas ambientais da exploração de petróleo em grandes profundezas são na realidade “terra incógnita”. “A Petrobras ficou sozinha na exploração do Pré-Sal, endividando-se enormemente ao ponto de suas ações terem perdido cerca de 80% do seu valor nos últimos anos”, diz o texto. “Só em 2013 foi realizado um leilão para exploração no pré-Sal, com resultados pouco encorajadores e cujas consequências ainda é cedo demais para avaliar”, conclui.

Luciana Genro (PSOL) – Critica no plano de governo “a privatização de 60% do Campo de Libra, do pré-sal, a maior reserva de petróleo já descoberta no país”.

Rui Pimenta (PCO) – Trata do tema nas propostas de governo, quando critica o governo do PT. O documento aponta que o partido manteve “aspectos fundamentais da política de expropriação dos trabalhadores em favor dos grandes capitalistas” e cita como exemplo “a entrega do petróleo do pré-sal”.

Zé Maria (PSTU) – Candidato propõe a “anulação do leilão do pré-sal”. Segundo afirma no texto que consolida suas propostas de governo, “em outubro de 2013, o governo Dilma iniciou a privatização do pré-Sal, entregando o megacampo de Libra a preço de ‘banana’ às transnacionais do petróleo. A desnacionalização do petróleo brasileiro ocorre juntamente com o processo de privatização da Petrobras. O PSTU defende a anulação do leilão do pré-Sal e de todos os campos entregues às multinacionais, a volta do monopólio estatal e a Petrobras 100% estatal”.

Levy Fidelix (PRTB), José Maria Eymael (PSDC) e Mauro Iasi (PCB) não tratam do assunto em documento com propostas entregue ao TSE.

Uma curiosidade: os candidatos do PSOL, do PSTU e do PSOL consideraram “privatização” o regime de partilha adotado por Dilma. Daí se vê a distância que esses candidatos mantêm da realidade. Se já foi difícil aprovar o modelo de exploração em vigor, imagine você, leitor, se propostas como a deles fossem levadas adiante.

O regime de concessão não é privatização se o petróleo daquela área ainda não foi descoberto. Como os campos do pré-sal que irão a licitação nos próximos anos já chegarão a esse ponto com a certeza de que ali há petróleo, entregá-los em concessão seria crime de lesa-pátria. E é o que Marina propõe, segundo o coordenador de sua campanha.

Brasil 247

Financiamento de campanha eleitoral

 

Michel Zaidan

MICHEL ZAIDAN 16 de Setembro de 2014 às 11:02

Se os candidatos vendem seu apoio - seja de que lado for - a um partido ou candidato da vez, que sentido teria essa democracia com 37 ou 38 partidos registrados na Justiça Eleitoral?

O que poderia haver de comum entre Jarbas Vasconcelos, Raul Henri, Raul Jungeman, André Campos, Mendoncinha, Augusto Coutinho, Daniel Coelho etc? Nada e tudo. Nada se você, leitor, considerar as diferenças nominais de legenda, programa, histórico político, partido.

Por outro lado, tudo, quando se imagina a dificuldade de financiamento das campanhas eleitorais durante este ano. Tem candidato que trocou de partido, de olho na promessa de financiamento. Outro ameaçou não se candidatar caso não saísse o dinheiro prometido e que, como até outro dia era oposição sistemática ao PSB, aparece calado, mudo, encolhido no palanque do Partido Socialista. O que se pode esperar de um sistema partidário tão fisiológico como esse! - Ausência de crítica e de oposição. Estamos vivendo dias ingratos para a democracia multi-partidária brasileira, sempre acusada de viciada e suscetível de aliciamento pelo Poder Executivo (seja ele estadual ou federal). Mas o que estamos vendo é o ocaso dos partidos, dignos desse nome. Se os candidatos vendem seu apoio - seja de que lado for - a um partido ou candidato da vez, dono de uma rica caixinha eleitoral, que sentido teria essa democracia com 37 ou 38 partidos registrados na Justiça Eleitoral?

É um verdadeiro mercado de candidaturas, alianças, legenda e sublegendas, tempo de televisão etc. Em vez de uma esfera pública, animada por uma racionalidade comunicativa e republicana, fonte de criação de uma vontade política alicerçada no debate público, no processo argumentativo, nas provas e contra-provas, o que nós temos é uma feira de legendas partidárias, sem princípios, sem fins públicos, meros trampolins para "certas personalidades de aldeia", cujo único ativo político tem sido a visibilidade na mídia, nos meios de comunicação de massas e mais nada. São os estadistas retóricos, atores que encenam um papel destinado a convencer um eleitorado flutuante de que é a favor de seu preconceitos, dos seus esteriótipos, do senso comum.

Isto tudo não seria tão grave se, por acaso, não estivéssemos na ante-sala de uma eleição presidencial. Como fazer para tirar as máscaras desses péssimos atores, entender suas reais motivações, os interesses que eles representam, quem os financia, quais as consequências para a sociedade brasileira da fraude, do estelionato eleitoral?

É como se o discurso estratégico tomasse conta da retórica eleitoral e os postulantes aos cargos públicos fossem instados a dizer e prometer tudo aquilo em que não acreditam ou a que se opõem. E isto em nome de Deus, da Igreja, da família, dos bons costumes e assim por diante. Estamos num imenso supermercado de sofismas, falácias, idéias feitas, prontas e acabadas, a disposição de quem queira ganhar uma eleição. Depois, é o cheque em branco. O eleito se julga possuidor de um título de crédito que pode ser sacado de acordo com suas conveniências, sem precisar dar a menor satisfação ao eleitor.

Neste ponto, o princípio garantista da "presunção de inocência" impede à Justiça Eleitoral de embargar, suspender ou cassar candidaturas e partidos, antes das eleições. Uma vez eleito, corremos atrás do prejuizo, esperando que a decisão condenatória saia antes do fim do mandato ou da próxima eleição.

O que se pode dizer é que, diante do acúmulo de mistérios e perguntas sem resposta sobre o financiamento das campanhas eleitorais que se acumulam até o céu, as atuais eleições só podem ocorrer sob suspeita. Ninguém sabe em que vota, no que se acredita, diz ou fará o candidato. É a caverna de Platão na várzea do grande Recife.

Brasil 247

Com governos do PT, há 12 anos Brasil não precisa de socorro do FMI

 

Há 12 anos, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil pedia socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pela última vez. O então ministro da Fazenda, Pedro Malan, assinou à época um empréstimo junto à instituição de US$ 30 bilhões, ultrapassando em 400% a cota que o País detinha junto ao Fundo. Ao avaliar a situação atual do Brasil, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, afirma que, “com os governos do PT, os tempos são outros: é o Brasil que empresta ao FMI”.

“Antigamente quem ditava regras para o Brasil e para vários países da América Latina era o FMI. Nós, nesses últimos 12 anos, até esquecemos que existe o FMI. Hoje, somos nós que emprestamos ao fundo e temos reservas de mais de US$ 300 bilhões”, destacou Devanir. De devedor, o Brasil passou a credor do FMI e já emprestou R$ 10 bilhões ao fundo, exibindo reservas internacionais acima de US$ 379 bilhões.

O parlamentar destacou ainda outro avanço na proteção da economia do País. “Mais recentemente a própria imprensa reconheceu que foi um grande acontecimento, principalmente para o Brasil, a criação de um banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que vai ter uma sede aqui e outra na China, com reservas de US$ 100 bilhões para financiar os países em desenvolvimento”, ressaltou Devanir Ribeiro.

Histórico – Em agosto de 2002, uma última linha de crédito foi tomada, de US$ 30 bilhões, completando a terceira ida do País ao FMI nos dois anos de gestão de FHC na Presidência e de Pedro Malan na Fazenda.

No governo Lula, logo em abril de 2003, o Brasil pagou US$ 4,2 bilhões ao FMI, adiantando a parcela de quitação dos recursos tomados no ano anterior. Depois desse movimento, o País não precisou recorrer novamente ao Fundo. Ao contrário. Em outubro de 2009, mais precisamente no dia 6, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o então diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Khan, anunciaram uma importante troca de posições.

Agora, era o Brasil que emprestava US$ 10 bilhões ao Fundo. Àquela altura, as reservas internacionais brasileiras já chegavam à casa dos US$ 220 bilhões. Em 2011, já no governo Dilma Rousseff, mais uma vez o Brasil foi procurado pelo Fundo para ficar de prontidão em relação à necessidade de um novo empréstimo. Outra vez, por solicitação do FMI.

Doze anos depois da última ida ao Fundo, o País tem uma posição considerada bastante sólida em termos de reservas internacionais. Com todas as obrigações pagas junto ao FMI, o Brasil contava, em 6 de agosto, com um total de US$ 379,44 bilhões de dólares. Uma soma que descarta quaisquer ilações sobre um possível pedido de ajuda para fechar contas, como acontecia às vésperas da derradeira ida ao Fundo.

PT na Câmara

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

China está aumentando investimentos diretos na economia da Rússia

 

China, Rússia, investimentos

Foto: Flickr.com/ Kat/cc-by-sa 3.0

A Rússia e China podem converter até uma metade do volume de trocas comerciais em yuan e rublo, se a China tirar limitações de operações financeiras para contratantes russos, comunicou o vice-ministro das Finanças da Rússia, Alexei Moiseev, citando resultados da primeira reunião da Comissão Intergovernamental Russo-Chinesa para Cooperação na Área do Investimento.

As regras em vigor na China não autorizam que os bancos russos tenham depositado durante um longo tempo divisas chinesas recebidas como pagamento de transações comerciais. A Rússia eliminou as semelhantes restrições ainda em 2006. Nas palavras do vice-ministro das Finanças da Rússia, as autoridades chinesas já traçaram um plano de liberalização da cotação do yuan. Os ritmos da passagem para pagamentos recíprocos em moedas nacionais dependerão dos prazos da realização desse plano.

Na opinião do vice-presidente da União de Industriais e Empresários da Rússia, Alexander Murychev, a exclusão de moedas de terceiros países do comércio russo-chinês irá reforçar consideravelmente as posições do rublo e do yuan no mercado mundial:

“O comércio expresso em yuan e rublo e a exclusão de moedas de terceiros países dele são um dos temas mais importantes das trocas comerciais bilaterais. Não se trata apenas de uma alternativa ao dólar americano. Em geral, parece absurdo quando pagamos moedas de outros países por mercadorias produzidas na China e eles – por mercadorias fabricadas na Rússia”.

Lembre-se que o mecanismo de comércio “rublo-yuan” começou a funcionar em dezembro de 2010 em bolsas de Moscou e de Xangai. Segundo mostraram os resultados do ano passado, o respectivo volume ultrapassou 100 bilhões de dólares. No entanto, a quota-parte dos pagamentos “rublo-yuan” nas trocas comerciais bilaterais em 2013 constituiu apenas 6,8%. Mas esse indicador vai crescer, afirma o dirigente da representação do Sberbank (da Rússia) na China, Serguei Tsyplakov:

“O alargamento das trocas em moedas nacionais é um processo bastante complexo. A meu ver, após a criação do sistema de pagamentos nacional na Rússia, iremos desenvolver interação com o sistema chinês China Unionpay. Seria mais produtivo se esta cooperação seja efetuada entre sistemas de pagamento e inclua vários bancos”.

A cooperação da área do investimento é uma das mais prometedoras orientações da interação russo-chinesa e a Comissão Intergovernamental ramal, formada recentemente, está ajudando a entrelaçar investidores e projetos, diz o chefe do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, Kirill Dmitriev:

“A comissão para o investimento é um instrumento importante para coordenar a respectiva atividade. A meu ver, este é um instrumento muito eficaz de interação entre o Estado, as companhias estatais e o capital privado, voltado para aumentar em várias vezes o volume de investimentos entre a Rússia e a China, assim como o financiamento interbancário”.

Kirill Dmitriev fez lembrar que os investimentos chineses na economia russa crescem constantemente. Em 2011, seu volume atingiu apenas 500 milhões de dólares, enquanto no fim do ano passado já superou 4 bilhões. Dentro de 5 anos, o volume da cooperação na área do investimento entre os dois países irá crescer para 30 bilhões de dólares americanos, prognostica o chefe do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_09_17/China-esta-aumentando-investimentos-diretos-na-economia-da-Russia-2567/

Brasil reduz a pobreza extrema em 75%, diz FAO

 

Estadão Conteúdo Em São Paulo

O Mapa da Fome 2013, apresentado na manhã desta terça-feira (16), em Roma, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mostra que o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema - classificada com o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia - em 75% entre 2001 e 2012.

No mesmo período, a pobreza foi reduzida em 65%. Apresentado como um dos casos mundiais de sucesso na redução da fome, o Brasil, no entanto, ainda tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo na pobreza: 8,4% da população brasileira vive com menos de US$ 2 por dia.

O relatório da FAO mostra que o Brasil segue sendo um dos países com maior progresso no combate à fome e cita a criação do programa Fome Zero, em 2003, como uma das razões para o progresso do país nessa área. Não por acaso, foi criado pelo então ministro do governo Lula, José Graziano, hoje diretor-geral da FAO.

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Fotos retratam "esperança" de quem conseguiu sair da pobreza10 fotos
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Salam Abem também é portadora do vírus HIV e vive na Índia. "Ela perdeu seu marido para a Aids e é membro de um grupo apoiado pela FXB, que lhe rende cerca de 2 mil rúpias indianas (cerca de R$ 750) por mês", diz a ONG Leia mais Jillian Edelstein

De acordo com o documento, a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome - citando a fala do ex-presidente de que esperava fazer com que todos os brasileiros fizessem três refeições por dia - no Fome Zero é a responsável pelos avanços.

Inicialmente concebido dentro do Ministério de Segurança Alimentar, o programa era um conjunto de ações nessa área que tinha como estrela um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida. Logo substituído pelo Bolsa Família, o Fome Zero foi transformado em um slogan de marketing englobando todas as ações do governo nessa área.

"O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente", diz o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza em 2013.

A América Latina é a região onde houve maior avanço na redução da pobreza e da fome entre 1990 e 1992, especialmente na América do Sul, com os países do Caribe ainda um pouco mais lentos. O relatório mostra que o número de pessoas subnutridas na região passou de 14,4% da população para cerca de 5%. Além do Brasil, a Bolívia é citada como exemplo. Apesar de ainda ter quase 20% da população abaixo da linha da pobreza, saiu de um porcentual próximo a 40%.

No mundo todo, 805 milhões de pessoas ainda passam fome. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos, mas ainda muito abaixo da velocidade que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la. O relatório completo está disponível no site da FAO.

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Cidade no Piauí deixa para trás o título de ''mais pobre do país'', mas enfrenta êxodo de jovens21 fotos

Há dez anos, o governo federal lançava em Guaribas, no sul do Piauí, o Programa Fome Zero, com o objetivo de erradicar a miséria. O município conquistou o principal objetivo: acabar com a miséria. Mesmo assim, ainda está entre os mais pobres do país e enfrenta o êxodo dos jovens em busca de emprego em grandes cidades. Segundo o IBGE, entre 2000 e 2007, quase 10% dos moradores deixaram a cidade Leia mais Arquivo Agência Brasil

Juntos ajudarão a Groaíras

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Adail e Zé Airton

Ex-diretor da Petrobras deve falar à CPMI em reunião fechada nesta quarta-feira

 

Os deputados e senadores que compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras trabalham com a possibilidade de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa preste depoimento nesta quarta-feira (17) em sessão fechada. Os parlamentares querem propiciar a Costa a oportunidade de contar à CPMI tudo o que disse ao Ministério Público no acordo de delação premiada que fez com a Justiça.

Se a reunião for aberta e o ex-diretor da Petrobras decidir contar o que sabe sobre os desvios de recursos da companhia, ele pode perder os benefícios da delação, que corre em segredo de Justiça. “Como ele já prestou informações na delação premiada e, ao que me consta, a delação corre em sigilo de Justiça, queremos dar a oportunidade de ele falar na reunião, que deverá ser fechada”, disse o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS).

O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), no entanto, já avisou que a sessão começará aberta. De acordo com o senador, se for requisitado por algum parlamentar ou pelo próprio depoente que a sessão ocorra somente com a presença dos membros da comissão, ele colocará a proposta em votação.

Vital admite, entretanto, que Paulo Roberto Costa terá o direito de permanecer calado em qualquer das duas situações. “É um direito que assiste a ele. Nós vamos tentar ao máximo que ele colabore. Nós, inclusive, estaremos com todas as condições necessárias para que ele possa colaborar com a CPMI como está fazendo com a Justiça”, disse o senador, que levantou outras possibilidades, como a de que o ex-diretor aceite falar de detalhes que não prejudiquem seus benefícios na delação premiada.

(Agência Brasil)

Ibope: Dilma tem 6 pontos de vantagem sobre Marina

 

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Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira confirma a liderança da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno; ela tem 36%, contra 30% de Marina Silva, enquanto Aécio Neves segue em terceiro; no entanto, ele cresceu quatro pontos e foi a 19%; na simulação de segundo turno, haveria empate técnico: Marina com 43% e Dilma com 40%

16 de Setembro de 2014 às 20:19

247 - A nova pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial aponta um quadro de relativa estabilidade. A presidente Dilma Rousseff se mantém na dianteira no primeiro turno, com 36%, contra 30% de Marina Silva, enquanto Aécio Neves segue em terceiro lugar, com 19%, tendo crescido quatro pontos.

Na simulação de segundo turno, há um quadro de empate técnico: Marina com 43% e Dilma com 40%.

Se a disputa fosse entre Dilma e Aécio, a presidente venceria por 44% a 37%. Numa hipotética, mas improvável disputa entre Marina e Aécio, ela venceria por 48% a 30%.

O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro, com dois pontos para mais ou para menos.

Leia, abaixo, reportagem do 247 sobre a pesquisa Ibope divulgada no dia 12 de setembro:

IBOPE: DILMA ABRE 8 PONTOS NO 1º TURNO E EMPATA NO 2º

Pesquisa divulgada nesta manhã aponta a presidente Dilma Rousseff na liderança, com 39% das intenções de voto, contra 31% da adversária do PSB, Marina Silva; Aécio Neves se mantém isolado na terceira posição, com 15%; em comparação com a última pesquisa, divulgada no dia 3, Dilma cresceu dois pontos, Marina caiu dois e Aécio estagnou; em um eventual segundo turno, as candidatas do PT e PSB empatam tecnicamente; Marina teria 43%, contra 42% de Dilma; levantamento foi encomendado pela CNI

12 DE SETEMBRO DE 2014 ÀS 10:40

247 – Pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta sexta-feira 12 mostra a presidente Dilma Rousseff oito pontos de vantagem sobre a segunda colocada, Marina Silva. A petista registrou 39% das intenções de voto, contra 31% da adversária do PSB. Aécio Neves, do PSDB, se manteve isolado na terceira posição, com 15%.

A pesquisa foi encomendada pela Confederação Nacional da Indústria. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O grau de confiança estimado é de 95%.

Os demais candidatos à Presidência somados acumulam 2% dos votos. Brancos e nulos somam 8% e indecisos, 5%. A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de setembro. Levantamento do instituto Datafolha divulgado na última quarta-feira 10 foi realizado entre os dias 8 e 9. Nele, a presidente Dilma registrou 36%, contra 33% de Marina.

O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela ainda que as duas primeiras colocadas empatam tecnicamente em simulação de segundo turno. Marina Silva teria 43% das intenções de voto e Dilma Rousseff, 42%. No segundo turno, brancos e nulos são 10% e indecisos, 5%.

Na pesquisa anterior do instituto, divulgada no dia 3, Dilma tinha 37%, Marina, 33%, e Aécio, 15%. Na comparação, portanto, Dilma cresceu dois pontos, Marina caiu dois e Aécio se manteve com 15%. No último levantamento, o percentual de indecisos era de 5% e o dos que disseram que votarão nulo ou em branco era de 7%.

A aprovação do governo Dilma - entrevistados que consideram o governo "ótimo" ou "bom" - cresceu de 31% para 38%. Já a desaprovação - ou seja, aqueles que consideram o governo "ruim" ou "péssimo" - caiu de 33% para 28%.

Dilma lidera as intenções de voto no primeiro turno nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste e nos municípios com até 100 mil habitantes. Marina Silva é favorita entre eleitores com educação superior, residentes na região Sudeste e nos municípios com mais de 100 mil habitantes.

De acordo com a pesquisa, a candidata com o menor grau de rejeição é Marina Silva. Entre os entrevistados 26% disseram que não votariam nela de jeito nenhum. A rejeição a Dilma Rousseff é de 42% e de Aécio Neves, 35%.

Confira os outros cenários de segundo turno considerados pelo Ibope:

Segundo turno
- Marina Silva: 43%
- Dilma Rousseff: 42%
- Branco/nulo: 10%
- Não sabe/não respondeu: 5%

- Dilma Rousseff: 48%
- Aécio Neves: 33%
- Branco/nulo: 13%
- Não sabe/não respondeu: 6%

- Marina Silva: 51%
- Aécio Neves: 27%
- Brancos e nulos: 14%
- Não sabe/não respondeu: 8%

Brasil 247

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Dilma tem 9 pontos acima de Marina, diz Vox Populi

 

A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) abriu 9 pontos percentuais de vantagem sobre a segunda colocada, a candidata Marina Silva (PSB), no primeiro turno da corrida à Presidência da República, e acordo com pesquisa de intenção de voto realizada pelo Vox Populi, encomendada pela Rede Record, divulgada nesta segunda-feira (15).
Dilma tem 36% da preferência do eleitorado, contra 27% de Marina. Aécio Neves, candidato do PSDB, aparece na terceira colocação, com 15%. Os votos brancos e nulos seriam 8%, e os eleitores indecisos totalizam 12%.
Os candidatos Luciana Genro (PSOL) e Everaldo Pereira (PSC) marcaram 1% cada um. Os postulantes ao Planalto Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO).
Leia mais notícias de Eleições 2014
A pesquisa ouviu 2.000 eleitores de 147, entre sábado (13) e domingo (14). O levantamento, que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%, está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-00632/2014.
Em pesquisa Vox Populi feita há cinco dias, encomendada pela revista Carta Capital, Dilma tinha 36% das intenções de voto, contra 28% de Marina e 15% do senador Aécio.

http://macariobatista.blogspot.com.br/

Marina muda programa de governo para 2º turno

Josias de Souza

O programa de governo de Marina Silva sofrerá novos ajustes para o segundo turno da disputa presidencial, informou a coordenação da campanha nesta segunda-feira (15). Após encontro com empresários, o coordenador Walter Feldeman chamou a futura peça de “programa de governo 2.0.”
Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Com 243 páginas, o programa de Marina gira ao redor de “seis eixos”. Na versão promocional, vieram à luz depois de ser “discutidos com vários setores da sociedade, em encontros em todas as regiões do país e em oficinas temáticas”.
A julgar pela forma como vem sendo mexido, o programa de Marina deve mesmo ser fruto de inusitadas discussões. Envolveram representantes surdos da coligação e pessoas mudas da sociedade. Ou vice-versa.
Diz-se que os novos ajustes tratarão do “setor produtivo''. Mais um pouco e o eleitorado será convencido de que Marina é a favor de tudo e absolutamente contra qualquer coisa.

Postado por pompeumacario

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Não doe sangue para o Aedes Aegypti

REPASSANDO<br /><br />(Receita caseira)<br /><br />Basta uma gotinha nos braços e outra nas pernas.<br /><br /><br />ATENÇÃO: FALA-SE QUE NO RIO DE JANEIROESTÃO ESPERANDO A MAIOR INCIDÊNCIA DA HISTÓRIA, DE DENGUE ESTE ANODE 2013. VAMOS FAZER NOSSA PARTE.<br /><br />Estou repassando, por entender tratar-se de uma solução fácil para um problema que vem se arrastando e adoecendo tantas pessoas.<br /><br />Com tanta chuva, está sendo impossível controlar poças d'água e criadouros, como sabem. Estou fazendo um trabalho de formiguinha e está dando certo.<br /><br />Este repelente caseiro, ingredientes de grande disponibilidade, fácil de preparar em casa, de agradável aroma e econômico. Em contato com pessoas, tenho notado que não se protegem, estão reclamando que crianças estão cheias de picadas.<br /><br />Tenho distribuído frascos como amostra, todos estão aderindo. Já distribuí 500 frascos e continuo. Mas, sou sozinha, trabalhando com recursos próprios, devido ao grande número de casos de dengue, não consigo abranger.<br /><br />Gostaria que a SUCEN sugerisse aos municípios distribuir este repelente ( numa emergência ) nos bairros carentes com focos da dengue, ensinando o povo para futuramente preparar e usar diariamente, como se usa sabonete, pasta de dente.<br /><br />Protegeria as pessoas e ao mesmo tempo, diminuiria a fonte de proteína do sangue humano para o aedes maturar seus ovos, atrapalhando assim, a proliferação.<br /><br />Não acham que qualquer ação que venha a somar nesta luta deveria ser bem vinda ?<br /><br />DENGUE I (Aedes Aegypti): <br /><br />Componentes:<br />- 1/2 litro de álcool;<br />- 1 pacote de cravo da Índia (10 gr);<br />- 1 vidro de óleo de bebê (100 ml).<br /><br />Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias, agitando duas vezes ao dia (manhã e tarde);<br /><br />Depois coloque o óleo corporal (pode tb ser de amêndoas, camomila, erva-doce, aloé vera).<br /><br />Passe só uma gota nos braços e outra nas pernas e o mosquito foge do cômodo.<br /><br />O cravo espanta formigas da cozinha e até dos equipamentos eletrônicos, espanta também as pulgas dos animais.<br /><br />O repelente evita que o mosquito sugue o nosso sangue, assim, ele não consegue maturar os ovos e atrapalha a postura, vai diminuindo a proliferação. <br /><br />A comunidade toda tem de usar, como num mutirão. <br />Não forneça sangue para o aedes aegypti!<br /><br />Ioshiko Nobukuni (Sobrevivente da dengue hemorrágica)<br /><br />Observação: <br /><br />Aqui em casa sempre temos este preparado. Minha filha usava quando fazia trabalho de campo para o mestrado em Biologia e tinha que passar a noite no mangue.<br /><br />Quando eu faço, coloco bastante cravo para ficar mais forte. Acho que 10 gramas ainda é pouco. O óleo deve ser misturado só depois que os cravos estiverem bem curtidos no álcool e serve para fixar na pele. <br /><br />Usamos quando vamos passear, pescar ou em qualquer outra ocasião em que se faça necessário. Além de eficiente, é muito cheiroso e agradável, o mosquito desaparece.

Quer Café? com Maria Elza Pichek

REPASSANDO

(Receita caseira)

Basta uma gotinha nos braços e outra nas pernas.

ATENÇÃO: FALA-SE QUE NO RIO DE JANEIROESTÃO ESPERANDO A MAIOR INCIDÊNCIA DA HISTÓRIA, DE DENGUE ESTE ANODE 2013. VAMOS FAZER NOSSA PARTE.

Estou repassando, por entender tratar-se de uma solução fácil para um problema que vem se arrastando e adoecendo tantas pessoas.

Com tanta chuva, está sendo impossível controlar poças d'água e criadouros, como sabem. Estou fazendo um trabalho de formiguinha e está dando certo.

Este repelente caseiro, ingredientes de grande disponibilidade, fácil de preparar em casa, de agradável aroma e econômico. Em contato com pessoas, tenho notado que não se protegem, estão reclamando que crianças estão cheias de picadas.

Tenho distribuído frascos como amostra, todos estão aderindo. Já distribuí 500 frascos e continuo. Mas, sou sozinha, trabalhando com recursos próprios, devido ao grande número de casos de dengue, não consigo abranger.

Gostaria que a SUCEN sugerisse aos municípios distribuir este repelente ( numa emergência ) nos bairros carentes com focos da dengue, ensinando o povo para futuramente preparar e usar diariamente, como se usa sabonete, pasta de dente.

Protegeria as pessoas e ao mesmo tempo, diminuiria a fonte de proteína do sangue humano para o aedes maturar seus ovos, atrapalhando assim, a proliferação.

Não acham que qualquer ação que venha a somar nesta luta deveria ser bem vinda ?

DENGUE I (Aedes Aegypti):

Componentes:
- 1/2 litro de álcool;
- 1 pacote de cravo da Índia (10 gr);
- 1 vidro de óleo de bebê (100 ml).

Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias, agitando duas vezes ao dia (manhã e tarde);

Depois coloque o óleo corporal (pode tb ser de amêndoas, camomila, erva-doce, aloé vera).

Passe só uma gota nos braços e outra nas pernas e o mosquito foge do cômodo.

O cravo espanta formigas da cozinha e até dos equipamentos eletrônicos, espanta também as pulgas dos animais.

O repelente evita que o mosquito sugue o nosso sangue, assim, ele não consegue maturar os ovos e atrapalha a postura, vai diminuindo a proliferação.

A comunidade toda tem de usar, como num mutirão.
Não forneça sangue para o aedes aegypti!

Ioshiko Nobukuni (Sobrevivente da dengue hemorrágica)

Observação:

Aqui em casa sempre temos este preparado. Minha filha usava quando fazia trabalho de campo para o mestrado em Biologia e tinha que passar a noite no mangue.

Quando eu faço, coloco bastante cravo para ficar mais forte. Acho que 10 gramas ainda é pouco. O óleo deve ser misturado só depois que os cravos estiverem bem curtidos no álcool e serve para fixar na pele.

Usamos quando vamos passear, pescar ou em qualquer outra ocasião em que se faça necessário. Além de eficiente, é muito cheiroso e agradável, o mosquito desaparece.

O bolo cresce e cresce mais na base

 

Quem está lá cima não percebe o fermento na base

Mariana Mainenti e Sonia Filgueiras do “Brasil Econômico” entrevistaram Marcelo Neri, Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos:

http://brasileconomico.ig.com.br/brasil/2014-09-15/pais-tem-a-maior-queda-de-desigualdade-nos-ultimos-dez-anos-diz-neri.html


Um dos mais respeitados estudiosos do tema da pobreza no Brasil, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, revela que a desigualdade no país voltou a diminuir, apesar do baixo crescimento. E poderá mostrar os melhores resultados dos últimos dez anos. “Em 2014, a desigualdade observada está caindo no ritmo de um relógio”, comparou o ministro em entrevista ao Brasil Econômico. Além de explicar que existe um descolamento entre as séries econômicas mais tradicionais, em particular o Produto Interno Bruto (PIB), e as séries de indicadores baseados em renda, ele afirma que há uma “mudança profunda” ocorrendo no país, que não é mostrada pelos números macroeconômicos.

Estamos em uma situação de crescimento lento há algum tempo. Isso está prejudicando os ganhos sociais obtidos nos últimos anos?

Até agora não, de uma maneira até surpreendente. Na verdade, existe um descolamento entre as séries econômicas mais tradicionais, em particular o PIB, e as séries de indicadores baseados em renda — a começar pela própria média de renda desde o fim da recessão de 2003 para cá. O PIB cresceu 27,8 %, a renda média na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) cresceu 51,7%. Uma diferença de 24 pontos percentuais, quase o dobro de 2003 a 2012. Mas em 2012, por exemplo, a renda da Pnad cresceu 9% e o PIB cresceu 1%. A diferença foi até maior. Se dermos sequência com os dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que não são tão abrangentes do ponto de vista geográfico e do conceito de renda, veremos um descolamento ainda maior. O fenômeno do descolamento entre séries econômicas e sociais também fica mais forte quando incorporamos, por exemplo, a renda mediana per capita — a renda do João, ou da Maria. Ela cresceu 78% de 2003 a 2012. Já a renda dos 10% mais pobres, cresceu ainda mais: 106,6%. Ou seja, nesse período, a Pnad média cresceu quase duas vezes mais que o PIB. A renda mediana, que já incorpora um pouco do efeito-desigualdade, cresceu três vezes mais que o PIB. E a renda dos 10% mais pobres cresceu quatro vezes mais que o PIB. No período recente, eu diria que esse descolamento é ainda maior, considerando os dados da PME. Por duas razões: primeiro, há um descolamento do mercado de trabalho — muitos têm falado sobre isso (referindo-se ao baixo desemprego, apesar do fraco desempenho econômico). Em segundo lugar, a desigualdade segue em queda, uma queda bastante forte. Eu diria que, em 2014, a desigualdade observada está caindo no ritmo de um relógio. De acordo com a PME, ela está caindo 0,1 ponto percentual por mês, todos os meses de 2014, até julho, como um relógio. Eu estou fazendo o cálculo só com quatro regiões metropolitanas da PME. São os dados disponíveis, ainda não temos as seis regiões por causa da greve do IBGE. Em minha avaliação, é até uma medida conservadora. Se incorporarmos o aumento do Bolsa Família (o governo anunciou a correção de 10% nos benefícios do programa), que é um programa bem focalizado nos mais pobres, o efeito vai ficar maior. É a maior queda dos últimos dez anos.

Em 2014 poderemos ter, então, a maior queda da desigualdade…
Dos últimos dez anos. Já estamos tendo — pela PME, com as limitações que ela tem. As indicações já mostram isso. O efeito pode se refletir na Pnad 2014, ou não. Mas a PME mostra uma queda. Na verdade, a desigualdade vem caindo desde 2001. O ano excepcional foi 2004, foi o começo do crescimento com redução da desigualdade. Em 2012 (última Pnad disponível) observamos uma estabilidade no Gini (Índice de Gini, que mede a desigualdade na distribuição de renda), mas que precisa ser relativizada. O Gini ficou parado porque a renda dos 5% mais ricos cresceu. A partir de março de 2013, ele voltou a cair, considerando os dados da PME. Agora, desde o começo do ano está caindo ainda mais. Essa marca de redução da desigualdade continua. Também diria que o crescimento da média da renda do trabalho, que teve alguma desaceleração em 2013, voltou.
(…)


Há uma série de medidas que foram tomadas, como a desoneração da folha (de pagamentos) e a desoneração da cesta básica. Não se tem o contrafactual que nos mostre qual seria o mercado de trabalho caso não tivessem sido tomadas — e tem gente que fala: “Isso não ajudou a relançar a economia”. Mas eu digo: talvez tenham ajudado a proteger os ganhos sociais. Há os efeitos de uma política educacional, ênfase no ensino técnico, uma recuperação de salários, que é função também do efeito educação. E há um crescimento da média da renda das pessoas, a despeito da desaceleração do crescimento do PIB.

Tem aí um conflito capital x trabalho, não?
Mas que não é tão grande. O bolo está crescendo, mas crescendo mais na base. Tem mais fermento na base. Os ganhos foram maiores na base do que topo. A participação do trabalho na renda subiu quatro pontos de porcentagem nos últimos anos, mas não é uma revolução. É uma mudança. Uma mudança benigna. Ninguém teve perdas absolutas.
(…)

Estamos em recessão?

O brasileiro não está em crise. O desemprego está num nível historicamente baixo. A inflação é um problema? É um problema, sem dúvida, a gente não pode descuidar dela, mas estão ocorrendo ganhos do salário real.
(…)
Quanto está crescendo? O que está por trás do crescimento? É crescimento de produtividade? Afirma-se que há um cenário insustentável de crescimento da renda, do salário real em relação à produtividade. As pessoas falam: “A produtividade no Brasil está crescendo menos do que o salário”. Eu falo: “Não é verdade!”. Sei que sou uma voz dissonante, mas pego as séries nominais: estão crescendo à mesma taxa. Eu apanho à beça porque falo isso. Mas faz parte.


E do ponto de vista do resultado, o sr. acha que está muito bem…

Até agora, até julho de 2014 o resultado social, o bem-estar da população, tal como medida de bem-estar, é o seguinte: se olharmos para a média, o desempenho é ok; se olharmos para os mais pobres, o desempenho é muito bom; e se olharmos para o topo da distribuição, é um desempenho ruim, porque a desigualdade está caindo.
(…)

O governo vive hoje uma situação de restrição fiscal e os analistas apontam que os gastos que mais aumentaram foram os sociais. Discute-se que tem que haver uma nova regra do salário-mínimo. Que risco esse debate representa para os ganhos?
O ponto importante que não tem sido enfatizado é que dispomos de uma tecnologia que consegue conciliar restrição fiscal e entrega de resultado de uma maneira muito boa, que é o Bolsa Família, e principalmente depois dos upgrades que foram feitos, como o Brasil Sem Miséria. Apostar mais nessas tecnologias é uma maneira de lidar com essa restrição fiscal. O Bolsa Família custa 0,53% do PIB. Uma expansão do programa como tivemos este ano não impacta quase o orçamento, mas pega 25% da população mais pobre. Há no Brasil uma busca por novas tecnologias sociais. A restrição fiscal te obrigar a usar as melhores tecnologias, o que é muito bom.

Em suas análises, o sr. mostra como o Bolsa Família e a ascensão à classe média ajudaram a movimentar a economia. É possível manter esse movimento?
Estou apresentando um trabalho que mostra o efeito multiplicador do Bolsa Família sobre o trabalhador por conta própria, sobre o empreendedorismo na base, que é um aspecto ligado à oferta (agregada da economia). Os resultados são muito interessantes. O Bolsa Família gerou um aumento de 10 pontos de percentagem no empreendedorismo entre os beneficiários.
(…)
O nosso Gini ( que mede desigualdade de renda – PHA) ainda é o 18º em 155 países do mundo. Temos uma desigualdade muito grande. Temos a foto (a situação) e o filme (o processo de melhora). As fotos brasileiras ainda são muito ruins. É por isso que esse debate não pode ser abandonado. Eu discordo da visão de que “desde 2001 a desigualdade está caindo, fizemos o nosso trabalho”. Não, a missão não está terminada. Temos agora que incorporar novos ingredientes a esse arsenal de políticas e acho que são elementos de oferta.
(…)
Se a sua renda subiu de R$ 1 mil para R$ 2 mil e você sabia viver com R$ 1 mil, sobrevivia, é uma mudança gigantesca. E o que está por trás dessas mudanças é que as mulheres estão tendo menos filhos, esses filhos estão indo para a escola, depois estão conseguindo emprego, com carteira assinada. Há um ganho estrutural que as pessoas não estão percebendo. Tem analistas que só ficam olhando para as contas nacionais. Se você olha para as pesquisas que vão à casa das pessoas ou conversa com as pessoas, vai ver que, na base da distribuição, tem uma mudança na distribuição dos ativos. Ela já aconteceu e agora precisa continuar.
(…)

A agenda da SAE é tornar mais sólida essa transformação?
Temos o desafio, por exemplo, de uma agenda de educação na primeira infância, que é fundamental. A maior taxa interna de retorno social é uma educação de primeira infância bem feita. Inclusive beneficia as mães. Está fazendo uma política de creches por causa das mães ou das crianças? Resposta: todas as alternativas acima, embora eu confesse que a minha preocupação maior seja com as crianças. O que me fez vir trabalhar no governo foi uma reunião da qual participei na transição, como convidado externo, na qual eu comecei a ver ênfase sobre crianças, sobre novas tecnologias. Eu cutucava o Ricardo Paes de Barros (especialista no estudo da pobreza e subsecretário de Ações Estratégicas da SAE), a meu lado: “Você tá ouvindo isso? Pode ser que não seja verdade, mas o que você queria ouvir melhor do que isso?”. Saí e falei: “Pode ser que nada disso seja implementado. Mas eu vi uma direção aqui muito interessante”. E essa direção está sendo assumida: construção de creches, o Brasil Carinhoso — um desenho de política voltado para as crianças, e que ajuda as mães das crianças a arrumarem emprego. É um programa de creche bem desenhado, resultado de pesquisas aqui da SAE, que aumenta a renda permanente das mães em R$ 180. Eu estou falando de uma agenda ligada às pessoas. Mas ela não está descolada da agenda de crescimento da economia.
Por que é difícil ver as mudanças?
Se há pessoas que não conseguem enxergar o grau de profundidade da mudança estrutural que está havendo, talvez seja por estarem muito distantes da base. Como no Brasil ainda tem muita desigualdade, às vezes quem está em cima olha e pensa: “Esse sujeito aí está morando num barraco, ganhando Bolsa Família…”. Mas você vai conversar com esse sujeito, ver o que as pesquisas mostram. “Qual a sua prioridade? Quer comprar carro? Não, quero ir para a faculdade. Eu não vou conseguir ir, mas a minha filha vai”. Você vai na outra casa e pergunta: “Você tem computador?”. “Não, mas a minha filha tem. Ela está fazendo curso técnico”. Tem uma mudança profunda na base do Brasil. O Brasil do novo milênio é o Brasil antigo. Esse é o Brasil que prosperou. Mas precisa prosperar mais. Aqueles que querem entender o Brasil sem olhar para a base ou sem olhar a cabeça das pessoas, vão ter dificuldades.

O sr. vê a inclusão nas agendas dos três principais candidatos à presidência?

Prefiro não me posicionar em relação a nenhum candidato, prefiro olhar para a sociedade como um todo. A sociedade brasileira nunca teve uma medida de desigualdade tão baixa, de polarização tão baixa. Melhorou desde 2001 e estamos, de fato, no melhor nível de escolarização, de desigualdade. Mas não se pode ter complacência em relação a isso. Não estamos muito melhor do que estávamos 50 anos atrás. Pioramos muito durante o milagre (econômico), um pouco nas décadas posteriores, depois melhorou. Se o Brasil está melhorando, e somos uma democracia, é porque a população quer ou de alguma forma apoiou isso.
O sr. sempre menciona o otimismo do brasileiro. Esse traço se mantém?

Nós acabamos de levantar os dados de 2014, do Gallup. Nas nove vezes que a pesquisa foi a campo (de 2006 a 2014, maio de 2014 foi a última) o brasileiro é o que dá a maior nota de satisfação para a sua vida daqui a cinco anos. A última nota foi 8,8. A de 2013 foi 8,8 também. Nunca deixou de ser o primeiro lugar. Os jovens, esses mesmos que participaram das demonstrações, nunca deram uma nota abaixo de 9 na média. O brasileiro é assim. Eu sou brasileiro, sou otimista, positivo sobre o futuro e detestaria morar num país com pessoas pessimistas. Mas acho que um dos problemas do Brasil é que o brasileiro é muito otimista.

É um problema?
Para a SAE, até certo ponto, é um problema. Porque como você vai convencer o sujeito a fazer a tal poupança financeira, investir mais em educação? É uma contradição em termos. Agora, se você fala para o brasileiro dar uma nota para o país, para a cidade, a nota é bem pior. Nós somos otimistas sobre a nossa própria vida, somos otimistas e individualistas. Precisamos fazer a construção coletiva. Precisamos de uma combinação: sem perder essa positividade, sermos mais prudentes, investir mais. Isso (o otimismo) talvez atrapalhe. Os nossos grandes problemas hoje são problemas coletivos, de relacionamento. O problema da violência, por exemplo: precisa envolver três níveis de governo. O transporte urbano também envolve um problema coletivo de coordenação. São questões de coordenação entre governos e com a sociedade. Não é trivial. A boa notícia é que o Brasil vem mudando. Eu tenho presenciado em cada Pnad essa transformação. Foi surpreendente. No começo da década, o gráfico da desigualdade era como o eletrocardiograma de um morto, não se mexia. Aí, ano após ano ela vem caindo, com crescimento da renda das pessoas.
(…)

O sr. falou da preocupação com poupança. Que instrumentos a SAE estuda para incentivá-la?

É necessário ter uma mudança cultural e de oferta de dispositivos (de poupança), de educação financeira para mudar a cultura, para as pessoas usarem melhor esses dispositivos. Um desses instrumentos é curso de educação financeira vinculada ao ensino médio. Precisamos de uma agenda de microcrédito na base da distribuição.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/09/15/neri-bolo-cresce-e-cresce-mais-na-base/