quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O Brasil merece mais, não menos

 

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Desde a irrupção da crise de dimensão global em 2008, acreditou-se que a hegemonia do pensamento único imposto pelo neoliberalismo estaria com os seus dias contatos. Ledo engano. Seis anos depois, constata-se que somente duas regiões (Ásia e América Latina) e alguns países não se encontram alinhados com o receituário econômico e social neoliberal anglo-saxônico.
Em certa medida, as experiências atuais dos governos pós-neoliberais possibilitam ensaiar a construção das bases do desenvolvimento num novo mundo multipolar, ao contrário da perspectiva unipolar reinante nos Estados Unidos, após o desaparecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no final da década de 1980. Nesse sentido, a evolução dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) tem apontado para a formação de um sistema monetário e financeiro favorável ao desenvolvimento, alternativo ao quadro internacional desolador da desregulação competitiva.
Isso, contudo, exerce enorme tensão e pressão sobre os governos dos países que soberanamente buscam construir caminhos próprios para o enfrentamento simultâneo dos problemas de seus povos e do mundo, com maior justiça social. Exemplos disso não faltam hoje em dia no Brasil, que tem registrado resultados muito satisfatórios, sobretudo se comparado às nações assentadas nas políticas neoliberais.
Entre 2008 e 2013, o Brasil obteve a criação de 11 milhões de empregos formais. Para o mesmo período de tempo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o mundo registrou a destruição de 62 milhões de postos de trabalho. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil vai conseguindo – como poucos países no mundo – reduzir a pobreza e a bárbara desigualdade de renda. Nas economias submetidas às orientações do receituário neoliberal, o quadro tem sido desolador, com rebaixamento dos direitos sociais e do trabalho, em meio ao maior desemprego, pobreza e concentração de renda.
Continuar nessa perspectiva não será simples, como permite observar a complexidade atual da condução da economia brasileira. O gradualismo adotado no conjunto das medidas de transição econômica para um novo modelo produtivo com justiça social exige apoio popular e uma maioria política engajada no desbravamento do caminho próprio do país.
As críticas ao projeto em curso buscam oferecer o paraíso, sem apresentar o caminho a ser seguido. Implicitamente, defendem que o combate à inflação deveria se dar com a elevação drástica na taxa de juros e a valorização cambial, permitindo que o tarifaço a ser cedido pela elevação do preço do petróleo, da energia elétrica e outros preços básicos da economia se completasse como uma terapia do choque. Ao mesmo tempo, o corte nos gastos públicos, com a suspensão dos concursos, a promoção do arrocho salarial no funcionalismo e o menor recurso para as áreas sociais e de investimento completassem o ­ajuste fiscal aprofundado.
Em síntese, a recessão como meio de contenção do tamanho do mercado de trabalho, provocando aumento do desemprego e o rebaixamento do nível de remuneração. Esse filme – é verdade – já passou nos anos 1990 no Brasil, quando a base da pirâmide social foi a que pagou pelo custo do ajuste econômico, sem sucesso sustentável no tempo.
Na Grande Depressão de 1929, o Brasil foi um dos primeiros países que mais rápido recuperou a sua economia e perseguiu um novo modelo de desenvolvimento nacional. Mesmo assim, a década de 1930 foi repleta de críticas daqueles que não aceitavam o caminho próprio construído pelo país a partir de então. O país hoje, guardada a devida proporção, se reinventa, apostando em projeto de desenvolvimento melhor para o conjunto do seu povo, não obstante as contradições que apresenta. A compreensão deste momento constitui tarefa substancial de todos aqueles que acreditam que o Brasil pode e merece muito mais, não menos.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/09/o-brasil-merece-mais-nao-menos.html?spref=fb

E agora Marina quer "privatizar" o pré-sal

 

Eduardo Guimarães

EDUARDO GUIMARÃES 16 de Setembro de 2014 às 13:44

Entregar os campos do pré-sal em concessão seria crime de lesa-pátria. E é o que Marina propõe, segundo o coordenador de sua campanha

Há cerca de duas semanas, reportagem de O Globo estarreceu o país ao informar que o então recém-lançado programa de governo de Marina Silva deixava o pré-sal “em segundo plano” e pregava investimento prioritário em energia solar e/ou eólica – tais formas de geração de eletricidade são consideradas inviáveis em um país tão grande por conta do alto custo.

Além da questão do petróleo, outros pontos da reportagem do jornal da família Marinho estarreceram a sociedade. Abaixo, trecho da matéria.

“(…) Para a energia elétrica, Marina prevê um sistema chamado ‘multimodal’, com a adoção de diferentes maneiras de obtenção de energia. Hidrelétricas em construção na Bacia Amazônica serão terminadas, mas novas obras passarão por análise criteriosa antes de serem aprovadas. O uso de termelétricas deverá ser reduzido gradativamente. Já as energias eólica e solar serão prioridade (…)”

Ao lado do recuo de Marina no apoio aos direitos dos homossexuais, sua anunciada redução de investimentos na exploração do pré-sal vem sendo considerada responsável por sua queda nas pesquisas.

Para que se possa mensurar a dimensão desse equívoco político – entre outros – da candidata do PSB, em pouco mais de uma semana ela perdeu toda a vantagem que tinha sobre Dilma Rousseff nas simulações de segundo turno. Sua vantagem, que chegou a ser de 10 pontos, caiu para 1%. Ou seja, desapareceu, porque as margens de erro são iguais ou maiores que 2%.

Com a péssima repercussão da posição de Marina sobre o pré-sal, ela tratou de correr atrás do prejuízo. Como em várias outras questões, tratou de emendar seu programa de governo, que já vem sendo chamado de “colcha de retalhos”. Várias menções ao pré-sal foram inseridas naquele programa. Trechos que geravam dúvida foram retirados.

Na última segunda-feira, porém, segundo a Folha de São Paulo o ex-tucano Valter Feldman, coordenador da campanha de Marina, voltou a pôr água na fervura ao criticar o modelo de partilha para exploração do pré-sal. Vale a leitura da matéria, para quem não leu.

Não há nenhuma novidade na posição de Feldman sobre o pré-sal, ainda que a posição que anunciou seja de Marina.

Em junho de 2010, porém, em discurso na Câmara dos Deputados, Feldman, além de atacar o modelo de partilha para exploração do pré-sal, já demonstrava não entender o espírito desse modelo. Abaixo, trecho daquele discurso.

“(…) O regime exploratório para essas jazidas será único, especial, sui generis para a PETROBRAS, que, é bom ressaltar, não terá de pagar participação especial ou bônus de assinatura (…)”

Feldman nunca entendeu nada. O leilão do campo de Libra, em 21 de outubro do ano passado, segundo matériado portal G1 rendeu nada mais, nada menos do que 15 bilhões de reais. Feldman, porém, queria que a Petrobrás pagasse o “bônus de assinatura”. Por que? Seríamos nós que estaríamos pagando, se a estatal pagasse. Quem tem que pagar são os parceiros estrangeiros, ora.

Observação: para quem não sabe, bônus de assinatura é um pagamento que a empresa que irá explorar um determinado campo de petróleo faz quando assina o contrato de exploração.

Agora, porém, as idas e vindas de Marina Silva levaram seu staff a novo equívoco. Ao defender o modelo de concessão para os campos do pré-sal que ainda serão licitados, o ex-tucano anuncia que sua candidata a presidente, caso se eleja, pretende fazer uma privatização branca do pré-sal – ou da parte dele que ainda não foi licitada.

Vamos colocar a situação em linguagem bem simples para que todos possam entender. Há dois modelos de exploração de petróleo que convivem hoje no Brasil e nenhum dos dois é privatização. Mas por que, então, o título do post diz que Marina quer “privatizar” o pré-sal?

O programa de governo de Marina, segundo Feldman insinua, pretende adotar o modelo de concessão para os campos do pré-sal que ainda não foram licitados. Nesse modelo, o concessionário é dono de todo o petróleo que extrai. Já no regime de partilha, o Estado é o dono do petróleo produzido.

Fernando Henrique Cardoso, quando presidente, propôs e sancionou a Lei do Petróleo, uma lei ordinária que revogou a Lei N° 2004 e, assim, acabou com o monopólio estatal do petróleo no Brasil e criou o modelo de concessão. Esse modelo continuou sendo usado no governo Lula, porém só nas situações em que é adequado.

Em linguagem bem simples, vale explicar que o modelo de concessão é adequado quando não se tem certeza de que há petróleo naquela área a ser prospectada pela empresa que lá irá atuar. O risco de não encontrar petróleo, nesses casos, é grande, mesmo que estudos indiquem a possibilidade de ali existir petróleo.

Faz sentido adotar o modelo de concessão quando o caso é esse. Se a empresa privada que explora aquela área não encontra petróleo, fica com o prejuízo; se encontra, torna-se dona do petróleo encontrado.

No caso do pré-sal, porém, é um descalabro a mera hipótese de usar o modelo de concessão simplesmente porque o petróleo já foi localizado, já existe certeza de que está lá. Basta, então, perfurar o solo e extrair a riqueza.

Em uma metáfora bastante adequada, entregar os campos do pré-sal sob regime de concessão equivale a vender um bilhete premiado por uma fração do prêmio, coisa que ninguém faria em sã consciência. Porém, por inacreditável que pareça, Marina, Aécio Neves e outros candidatos querem vender um bilhete premiado por algo como 10% do valor do prêmio.

É isso mesmo que você leu: há candidatos a presidente que querem fazer isso.

Veja, abaixo, as propostas de cada candidato para a exploração do pré-sal.

Dilma Rousseff (PT) – As propostas de governo de Dilma, apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), traçam um histórico do pré-sal em seu governo e destacam que, se eleita, “estarão gradativamente disponíveis para a Educação 75% dos royalties do petróleo e 50% dos excedentes em óleo do pré-sal. Somados ao orçamento da Educação, os recursos provenientes da comercialização do petróleo oriundo do pré-sal vão tornar realidade o Plano Nacional de Educação (PNE)”, traz o texto.

Marina Silva (PSB) – Oficialmente, aborda o pré-sal apenas no ponto em que afirma que vai “aplicar os repasses à educação de parcela dos royalties do petróleo das áreas já concedidas e das do pré-sal”.

Aécio Neves (PSDB) – Nas propostas preliminares de governo do candidato, apresentadas ao TSE, não há referência ao pré-sal. O candidato informou na última segunda-feira que seu plano oficial de governo será lançado na próxima semana. Contudo, em reiterados discursos o candidato já disse, com todas as letras, que quer implantar o “modelo vitorioso” de concessão para os campos do pré-sal.

Pastor Everaldo (PSC) – Em seu plano de governo propõe a “revisão do modelo de partilha” adotado para a exploração de petróleo no país, “respeitando os contratos em vigor”. Mais uma vez, porém, o candidato defende a privatização de tudo e mais um pouco.

Eduardo Jorge (PV) – Traz ampla discussão relativa ao pré-sal no plano de governo. De acordo com o texto, “o entusiasmo nacionalista gerado com a descoberta de campos de petróleo com grandes reservas na camada de pré-sal fez com que o governo federal deixasse de realizar novos leilões para exploração desde 2008, com a expectativa que a Petrobras o fizesse”. E complementa: “Esta política se revelou equivocada porque a capacidade de investimento da Petrobras não foi suficiente para arcar com os investimentos que são necessários”. O candidato adjetiva como “imensos” os problemas técnicos e econômicos do pré-sal. Tratando dos custos do petróleo produzido, pondera que “estimativas não oficiais dão conta de que eles seriam superiores a 50 dólares por barril produzido. Em comparação, petróleo ‘convencional’ custa menos de 10 dólares por barril”. Ele também destaca que os problemas ambientais da exploração de petróleo em grandes profundezas são na realidade “terra incógnita”. “A Petrobras ficou sozinha na exploração do Pré-Sal, endividando-se enormemente ao ponto de suas ações terem perdido cerca de 80% do seu valor nos últimos anos”, diz o texto. “Só em 2013 foi realizado um leilão para exploração no pré-Sal, com resultados pouco encorajadores e cujas consequências ainda é cedo demais para avaliar”, conclui.

Luciana Genro (PSOL) – Critica no plano de governo “a privatização de 60% do Campo de Libra, do pré-sal, a maior reserva de petróleo já descoberta no país”.

Rui Pimenta (PCO) – Trata do tema nas propostas de governo, quando critica o governo do PT. O documento aponta que o partido manteve “aspectos fundamentais da política de expropriação dos trabalhadores em favor dos grandes capitalistas” e cita como exemplo “a entrega do petróleo do pré-sal”.

Zé Maria (PSTU) – Candidato propõe a “anulação do leilão do pré-sal”. Segundo afirma no texto que consolida suas propostas de governo, “em outubro de 2013, o governo Dilma iniciou a privatização do pré-Sal, entregando o megacampo de Libra a preço de ‘banana’ às transnacionais do petróleo. A desnacionalização do petróleo brasileiro ocorre juntamente com o processo de privatização da Petrobras. O PSTU defende a anulação do leilão do pré-Sal e de todos os campos entregues às multinacionais, a volta do monopólio estatal e a Petrobras 100% estatal”.

Levy Fidelix (PRTB), José Maria Eymael (PSDC) e Mauro Iasi (PCB) não tratam do assunto em documento com propostas entregue ao TSE.

Uma curiosidade: os candidatos do PSOL, do PSTU e do PSOL consideraram “privatização” o regime de partilha adotado por Dilma. Daí se vê a distância que esses candidatos mantêm da realidade. Se já foi difícil aprovar o modelo de exploração em vigor, imagine você, leitor, se propostas como a deles fossem levadas adiante.

O regime de concessão não é privatização se o petróleo daquela área ainda não foi descoberto. Como os campos do pré-sal que irão a licitação nos próximos anos já chegarão a esse ponto com a certeza de que ali há petróleo, entregá-los em concessão seria crime de lesa-pátria. E é o que Marina propõe, segundo o coordenador de sua campanha.

Brasil 247

Financiamento de campanha eleitoral

 

Michel Zaidan

MICHEL ZAIDAN 16 de Setembro de 2014 às 11:02

Se os candidatos vendem seu apoio - seja de que lado for - a um partido ou candidato da vez, que sentido teria essa democracia com 37 ou 38 partidos registrados na Justiça Eleitoral?

O que poderia haver de comum entre Jarbas Vasconcelos, Raul Henri, Raul Jungeman, André Campos, Mendoncinha, Augusto Coutinho, Daniel Coelho etc? Nada e tudo. Nada se você, leitor, considerar as diferenças nominais de legenda, programa, histórico político, partido.

Por outro lado, tudo, quando se imagina a dificuldade de financiamento das campanhas eleitorais durante este ano. Tem candidato que trocou de partido, de olho na promessa de financiamento. Outro ameaçou não se candidatar caso não saísse o dinheiro prometido e que, como até outro dia era oposição sistemática ao PSB, aparece calado, mudo, encolhido no palanque do Partido Socialista. O que se pode esperar de um sistema partidário tão fisiológico como esse! - Ausência de crítica e de oposição. Estamos vivendo dias ingratos para a democracia multi-partidária brasileira, sempre acusada de viciada e suscetível de aliciamento pelo Poder Executivo (seja ele estadual ou federal). Mas o que estamos vendo é o ocaso dos partidos, dignos desse nome. Se os candidatos vendem seu apoio - seja de que lado for - a um partido ou candidato da vez, dono de uma rica caixinha eleitoral, que sentido teria essa democracia com 37 ou 38 partidos registrados na Justiça Eleitoral?

É um verdadeiro mercado de candidaturas, alianças, legenda e sublegendas, tempo de televisão etc. Em vez de uma esfera pública, animada por uma racionalidade comunicativa e republicana, fonte de criação de uma vontade política alicerçada no debate público, no processo argumentativo, nas provas e contra-provas, o que nós temos é uma feira de legendas partidárias, sem princípios, sem fins públicos, meros trampolins para "certas personalidades de aldeia", cujo único ativo político tem sido a visibilidade na mídia, nos meios de comunicação de massas e mais nada. São os estadistas retóricos, atores que encenam um papel destinado a convencer um eleitorado flutuante de que é a favor de seu preconceitos, dos seus esteriótipos, do senso comum.

Isto tudo não seria tão grave se, por acaso, não estivéssemos na ante-sala de uma eleição presidencial. Como fazer para tirar as máscaras desses péssimos atores, entender suas reais motivações, os interesses que eles representam, quem os financia, quais as consequências para a sociedade brasileira da fraude, do estelionato eleitoral?

É como se o discurso estratégico tomasse conta da retórica eleitoral e os postulantes aos cargos públicos fossem instados a dizer e prometer tudo aquilo em que não acreditam ou a que se opõem. E isto em nome de Deus, da Igreja, da família, dos bons costumes e assim por diante. Estamos num imenso supermercado de sofismas, falácias, idéias feitas, prontas e acabadas, a disposição de quem queira ganhar uma eleição. Depois, é o cheque em branco. O eleito se julga possuidor de um título de crédito que pode ser sacado de acordo com suas conveniências, sem precisar dar a menor satisfação ao eleitor.

Neste ponto, o princípio garantista da "presunção de inocência" impede à Justiça Eleitoral de embargar, suspender ou cassar candidaturas e partidos, antes das eleições. Uma vez eleito, corremos atrás do prejuizo, esperando que a decisão condenatória saia antes do fim do mandato ou da próxima eleição.

O que se pode dizer é que, diante do acúmulo de mistérios e perguntas sem resposta sobre o financiamento das campanhas eleitorais que se acumulam até o céu, as atuais eleições só podem ocorrer sob suspeita. Ninguém sabe em que vota, no que se acredita, diz ou fará o candidato. É a caverna de Platão na várzea do grande Recife.

Brasil 247

Com governos do PT, há 12 anos Brasil não precisa de socorro do FMI

 

Há 12 anos, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil pedia socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pela última vez. O então ministro da Fazenda, Pedro Malan, assinou à época um empréstimo junto à instituição de US$ 30 bilhões, ultrapassando em 400% a cota que o País detinha junto ao Fundo. Ao avaliar a situação atual do Brasil, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, afirma que, “com os governos do PT, os tempos são outros: é o Brasil que empresta ao FMI”.

“Antigamente quem ditava regras para o Brasil e para vários países da América Latina era o FMI. Nós, nesses últimos 12 anos, até esquecemos que existe o FMI. Hoje, somos nós que emprestamos ao fundo e temos reservas de mais de US$ 300 bilhões”, destacou Devanir. De devedor, o Brasil passou a credor do FMI e já emprestou R$ 10 bilhões ao fundo, exibindo reservas internacionais acima de US$ 379 bilhões.

O parlamentar destacou ainda outro avanço na proteção da economia do País. “Mais recentemente a própria imprensa reconheceu que foi um grande acontecimento, principalmente para o Brasil, a criação de um banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que vai ter uma sede aqui e outra na China, com reservas de US$ 100 bilhões para financiar os países em desenvolvimento”, ressaltou Devanir Ribeiro.

Histórico – Em agosto de 2002, uma última linha de crédito foi tomada, de US$ 30 bilhões, completando a terceira ida do País ao FMI nos dois anos de gestão de FHC na Presidência e de Pedro Malan na Fazenda.

No governo Lula, logo em abril de 2003, o Brasil pagou US$ 4,2 bilhões ao FMI, adiantando a parcela de quitação dos recursos tomados no ano anterior. Depois desse movimento, o País não precisou recorrer novamente ao Fundo. Ao contrário. Em outubro de 2009, mais precisamente no dia 6, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o então diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Khan, anunciaram uma importante troca de posições.

Agora, era o Brasil que emprestava US$ 10 bilhões ao Fundo. Àquela altura, as reservas internacionais brasileiras já chegavam à casa dos US$ 220 bilhões. Em 2011, já no governo Dilma Rousseff, mais uma vez o Brasil foi procurado pelo Fundo para ficar de prontidão em relação à necessidade de um novo empréstimo. Outra vez, por solicitação do FMI.

Doze anos depois da última ida ao Fundo, o País tem uma posição considerada bastante sólida em termos de reservas internacionais. Com todas as obrigações pagas junto ao FMI, o Brasil contava, em 6 de agosto, com um total de US$ 379,44 bilhões de dólares. Uma soma que descarta quaisquer ilações sobre um possível pedido de ajuda para fechar contas, como acontecia às vésperas da derradeira ida ao Fundo.

PT na Câmara

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

China está aumentando investimentos diretos na economia da Rússia

 

China, Rússia, investimentos

Foto: Flickr.com/ Kat/cc-by-sa 3.0

A Rússia e China podem converter até uma metade do volume de trocas comerciais em yuan e rublo, se a China tirar limitações de operações financeiras para contratantes russos, comunicou o vice-ministro das Finanças da Rússia, Alexei Moiseev, citando resultados da primeira reunião da Comissão Intergovernamental Russo-Chinesa para Cooperação na Área do Investimento.

As regras em vigor na China não autorizam que os bancos russos tenham depositado durante um longo tempo divisas chinesas recebidas como pagamento de transações comerciais. A Rússia eliminou as semelhantes restrições ainda em 2006. Nas palavras do vice-ministro das Finanças da Rússia, as autoridades chinesas já traçaram um plano de liberalização da cotação do yuan. Os ritmos da passagem para pagamentos recíprocos em moedas nacionais dependerão dos prazos da realização desse plano.

Na opinião do vice-presidente da União de Industriais e Empresários da Rússia, Alexander Murychev, a exclusão de moedas de terceiros países do comércio russo-chinês irá reforçar consideravelmente as posições do rublo e do yuan no mercado mundial:

“O comércio expresso em yuan e rublo e a exclusão de moedas de terceiros países dele são um dos temas mais importantes das trocas comerciais bilaterais. Não se trata apenas de uma alternativa ao dólar americano. Em geral, parece absurdo quando pagamos moedas de outros países por mercadorias produzidas na China e eles – por mercadorias fabricadas na Rússia”.

Lembre-se que o mecanismo de comércio “rublo-yuan” começou a funcionar em dezembro de 2010 em bolsas de Moscou e de Xangai. Segundo mostraram os resultados do ano passado, o respectivo volume ultrapassou 100 bilhões de dólares. No entanto, a quota-parte dos pagamentos “rublo-yuan” nas trocas comerciais bilaterais em 2013 constituiu apenas 6,8%. Mas esse indicador vai crescer, afirma o dirigente da representação do Sberbank (da Rússia) na China, Serguei Tsyplakov:

“O alargamento das trocas em moedas nacionais é um processo bastante complexo. A meu ver, após a criação do sistema de pagamentos nacional na Rússia, iremos desenvolver interação com o sistema chinês China Unionpay. Seria mais produtivo se esta cooperação seja efetuada entre sistemas de pagamento e inclua vários bancos”.

A cooperação da área do investimento é uma das mais prometedoras orientações da interação russo-chinesa e a Comissão Intergovernamental ramal, formada recentemente, está ajudando a entrelaçar investidores e projetos, diz o chefe do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, Kirill Dmitriev:

“A comissão para o investimento é um instrumento importante para coordenar a respectiva atividade. A meu ver, este é um instrumento muito eficaz de interação entre o Estado, as companhias estatais e o capital privado, voltado para aumentar em várias vezes o volume de investimentos entre a Rússia e a China, assim como o financiamento interbancário”.

Kirill Dmitriev fez lembrar que os investimentos chineses na economia russa crescem constantemente. Em 2011, seu volume atingiu apenas 500 milhões de dólares, enquanto no fim do ano passado já superou 4 bilhões. Dentro de 5 anos, o volume da cooperação na área do investimento entre os dois países irá crescer para 30 bilhões de dólares americanos, prognostica o chefe do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_09_17/China-esta-aumentando-investimentos-diretos-na-economia-da-Russia-2567/

Brasil reduz a pobreza extrema em 75%, diz FAO

 

Estadão Conteúdo Em São Paulo

O Mapa da Fome 2013, apresentado na manhã desta terça-feira (16), em Roma, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mostra que o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema - classificada com o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia - em 75% entre 2001 e 2012.

No mesmo período, a pobreza foi reduzida em 65%. Apresentado como um dos casos mundiais de sucesso na redução da fome, o Brasil, no entanto, ainda tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo na pobreza: 8,4% da população brasileira vive com menos de US$ 2 por dia.

O relatório da FAO mostra que o Brasil segue sendo um dos países com maior progresso no combate à fome e cita a criação do programa Fome Zero, em 2003, como uma das razões para o progresso do país nessa área. Não por acaso, foi criado pelo então ministro do governo Lula, José Graziano, hoje diretor-geral da FAO.

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Fotos retratam "esperança" de quem conseguiu sair da pobreza10 fotos
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Salam Abem também é portadora do vírus HIV e vive na Índia. "Ela perdeu seu marido para a Aids e é membro de um grupo apoiado pela FXB, que lhe rende cerca de 2 mil rúpias indianas (cerca de R$ 750) por mês", diz a ONG Leia mais Jillian Edelstein

De acordo com o documento, a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome - citando a fala do ex-presidente de que esperava fazer com que todos os brasileiros fizessem três refeições por dia - no Fome Zero é a responsável pelos avanços.

Inicialmente concebido dentro do Ministério de Segurança Alimentar, o programa era um conjunto de ações nessa área que tinha como estrela um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida. Logo substituído pelo Bolsa Família, o Fome Zero foi transformado em um slogan de marketing englobando todas as ações do governo nessa área.

"O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente", diz o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza em 2013.

A América Latina é a região onde houve maior avanço na redução da pobreza e da fome entre 1990 e 1992, especialmente na América do Sul, com os países do Caribe ainda um pouco mais lentos. O relatório mostra que o número de pessoas subnutridas na região passou de 14,4% da população para cerca de 5%. Além do Brasil, a Bolívia é citada como exemplo. Apesar de ainda ter quase 20% da população abaixo da linha da pobreza, saiu de um porcentual próximo a 40%.

No mundo todo, 805 milhões de pessoas ainda passam fome. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos, mas ainda muito abaixo da velocidade que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la. O relatório completo está disponível no site da FAO.

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Cidade no Piauí deixa para trás o título de ''mais pobre do país'', mas enfrenta êxodo de jovens21 fotos

Há dez anos, o governo federal lançava em Guaribas, no sul do Piauí, o Programa Fome Zero, com o objetivo de erradicar a miséria. O município conquistou o principal objetivo: acabar com a miséria. Mesmo assim, ainda está entre os mais pobres do país e enfrenta o êxodo dos jovens em busca de emprego em grandes cidades. Segundo o IBGE, entre 2000 e 2007, quase 10% dos moradores deixaram a cidade Leia mais Arquivo Agência Brasil

Juntos ajudarão a Groaíras

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Adail e Zé Airton

Ex-diretor da Petrobras deve falar à CPMI em reunião fechada nesta quarta-feira

 

Os deputados e senadores que compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras trabalham com a possibilidade de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa preste depoimento nesta quarta-feira (17) em sessão fechada. Os parlamentares querem propiciar a Costa a oportunidade de contar à CPMI tudo o que disse ao Ministério Público no acordo de delação premiada que fez com a Justiça.

Se a reunião for aberta e o ex-diretor da Petrobras decidir contar o que sabe sobre os desvios de recursos da companhia, ele pode perder os benefícios da delação, que corre em segredo de Justiça. “Como ele já prestou informações na delação premiada e, ao que me consta, a delação corre em sigilo de Justiça, queremos dar a oportunidade de ele falar na reunião, que deverá ser fechada”, disse o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS).

O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), no entanto, já avisou que a sessão começará aberta. De acordo com o senador, se for requisitado por algum parlamentar ou pelo próprio depoente que a sessão ocorra somente com a presença dos membros da comissão, ele colocará a proposta em votação.

Vital admite, entretanto, que Paulo Roberto Costa terá o direito de permanecer calado em qualquer das duas situações. “É um direito que assiste a ele. Nós vamos tentar ao máximo que ele colabore. Nós, inclusive, estaremos com todas as condições necessárias para que ele possa colaborar com a CPMI como está fazendo com a Justiça”, disse o senador, que levantou outras possibilidades, como a de que o ex-diretor aceite falar de detalhes que não prejudiquem seus benefícios na delação premiada.

(Agência Brasil)

Ibope: Dilma tem 6 pontos de vantagem sobre Marina

 

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Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira confirma a liderança da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno; ela tem 36%, contra 30% de Marina Silva, enquanto Aécio Neves segue em terceiro; no entanto, ele cresceu quatro pontos e foi a 19%; na simulação de segundo turno, haveria empate técnico: Marina com 43% e Dilma com 40%

16 de Setembro de 2014 às 20:19

247 - A nova pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial aponta um quadro de relativa estabilidade. A presidente Dilma Rousseff se mantém na dianteira no primeiro turno, com 36%, contra 30% de Marina Silva, enquanto Aécio Neves segue em terceiro lugar, com 19%, tendo crescido quatro pontos.

Na simulação de segundo turno, há um quadro de empate técnico: Marina com 43% e Dilma com 40%.

Se a disputa fosse entre Dilma e Aécio, a presidente venceria por 44% a 37%. Numa hipotética, mas improvável disputa entre Marina e Aécio, ela venceria por 48% a 30%.

O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro, com dois pontos para mais ou para menos.

Leia, abaixo, reportagem do 247 sobre a pesquisa Ibope divulgada no dia 12 de setembro:

IBOPE: DILMA ABRE 8 PONTOS NO 1º TURNO E EMPATA NO 2º

Pesquisa divulgada nesta manhã aponta a presidente Dilma Rousseff na liderança, com 39% das intenções de voto, contra 31% da adversária do PSB, Marina Silva; Aécio Neves se mantém isolado na terceira posição, com 15%; em comparação com a última pesquisa, divulgada no dia 3, Dilma cresceu dois pontos, Marina caiu dois e Aécio estagnou; em um eventual segundo turno, as candidatas do PT e PSB empatam tecnicamente; Marina teria 43%, contra 42% de Dilma; levantamento foi encomendado pela CNI

12 DE SETEMBRO DE 2014 ÀS 10:40

247 – Pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta sexta-feira 12 mostra a presidente Dilma Rousseff oito pontos de vantagem sobre a segunda colocada, Marina Silva. A petista registrou 39% das intenções de voto, contra 31% da adversária do PSB. Aécio Neves, do PSDB, se manteve isolado na terceira posição, com 15%.

A pesquisa foi encomendada pela Confederação Nacional da Indústria. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O grau de confiança estimado é de 95%.

Os demais candidatos à Presidência somados acumulam 2% dos votos. Brancos e nulos somam 8% e indecisos, 5%. A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de setembro. Levantamento do instituto Datafolha divulgado na última quarta-feira 10 foi realizado entre os dias 8 e 9. Nele, a presidente Dilma registrou 36%, contra 33% de Marina.

O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela ainda que as duas primeiras colocadas empatam tecnicamente em simulação de segundo turno. Marina Silva teria 43% das intenções de voto e Dilma Rousseff, 42%. No segundo turno, brancos e nulos são 10% e indecisos, 5%.

Na pesquisa anterior do instituto, divulgada no dia 3, Dilma tinha 37%, Marina, 33%, e Aécio, 15%. Na comparação, portanto, Dilma cresceu dois pontos, Marina caiu dois e Aécio se manteve com 15%. No último levantamento, o percentual de indecisos era de 5% e o dos que disseram que votarão nulo ou em branco era de 7%.

A aprovação do governo Dilma - entrevistados que consideram o governo "ótimo" ou "bom" - cresceu de 31% para 38%. Já a desaprovação - ou seja, aqueles que consideram o governo "ruim" ou "péssimo" - caiu de 33% para 28%.

Dilma lidera as intenções de voto no primeiro turno nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste e nos municípios com até 100 mil habitantes. Marina Silva é favorita entre eleitores com educação superior, residentes na região Sudeste e nos municípios com mais de 100 mil habitantes.

De acordo com a pesquisa, a candidata com o menor grau de rejeição é Marina Silva. Entre os entrevistados 26% disseram que não votariam nela de jeito nenhum. A rejeição a Dilma Rousseff é de 42% e de Aécio Neves, 35%.

Confira os outros cenários de segundo turno considerados pelo Ibope:

Segundo turno
- Marina Silva: 43%
- Dilma Rousseff: 42%
- Branco/nulo: 10%
- Não sabe/não respondeu: 5%

- Dilma Rousseff: 48%
- Aécio Neves: 33%
- Branco/nulo: 13%
- Não sabe/não respondeu: 6%

- Marina Silva: 51%
- Aécio Neves: 27%
- Brancos e nulos: 14%
- Não sabe/não respondeu: 8%

Brasil 247

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Dilma tem 9 pontos acima de Marina, diz Vox Populi

 

A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) abriu 9 pontos percentuais de vantagem sobre a segunda colocada, a candidata Marina Silva (PSB), no primeiro turno da corrida à Presidência da República, e acordo com pesquisa de intenção de voto realizada pelo Vox Populi, encomendada pela Rede Record, divulgada nesta segunda-feira (15).
Dilma tem 36% da preferência do eleitorado, contra 27% de Marina. Aécio Neves, candidato do PSDB, aparece na terceira colocação, com 15%. Os votos brancos e nulos seriam 8%, e os eleitores indecisos totalizam 12%.
Os candidatos Luciana Genro (PSOL) e Everaldo Pereira (PSC) marcaram 1% cada um. Os postulantes ao Planalto Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO).
Leia mais notícias de Eleições 2014
A pesquisa ouviu 2.000 eleitores de 147, entre sábado (13) e domingo (14). O levantamento, que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%, está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-00632/2014.
Em pesquisa Vox Populi feita há cinco dias, encomendada pela revista Carta Capital, Dilma tinha 36% das intenções de voto, contra 28% de Marina e 15% do senador Aécio.

http://macariobatista.blogspot.com.br/

Marina muda programa de governo para 2º turno

Josias de Souza

O programa de governo de Marina Silva sofrerá novos ajustes para o segundo turno da disputa presidencial, informou a coordenação da campanha nesta segunda-feira (15). Após encontro com empresários, o coordenador Walter Feldeman chamou a futura peça de “programa de governo 2.0.”
Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Com 243 páginas, o programa de Marina gira ao redor de “seis eixos”. Na versão promocional, vieram à luz depois de ser “discutidos com vários setores da sociedade, em encontros em todas as regiões do país e em oficinas temáticas”.
A julgar pela forma como vem sendo mexido, o programa de Marina deve mesmo ser fruto de inusitadas discussões. Envolveram representantes surdos da coligação e pessoas mudas da sociedade. Ou vice-versa.
Diz-se que os novos ajustes tratarão do “setor produtivo''. Mais um pouco e o eleitorado será convencido de que Marina é a favor de tudo e absolutamente contra qualquer coisa.

Postado por pompeumacario

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Não doe sangue para o Aedes Aegypti

REPASSANDO<br /><br />(Receita caseira)<br /><br />Basta uma gotinha nos braços e outra nas pernas.<br /><br /><br />ATENÇÃO: FALA-SE QUE NO RIO DE JANEIROESTÃO ESPERANDO A MAIOR INCIDÊNCIA DA HISTÓRIA, DE DENGUE ESTE ANODE 2013. VAMOS FAZER NOSSA PARTE.<br /><br />Estou repassando, por entender tratar-se de uma solução fácil para um problema que vem se arrastando e adoecendo tantas pessoas.<br /><br />Com tanta chuva, está sendo impossível controlar poças d'água e criadouros, como sabem. Estou fazendo um trabalho de formiguinha e está dando certo.<br /><br />Este repelente caseiro, ingredientes de grande disponibilidade, fácil de preparar em casa, de agradável aroma e econômico. Em contato com pessoas, tenho notado que não se protegem, estão reclamando que crianças estão cheias de picadas.<br /><br />Tenho distribuído frascos como amostra, todos estão aderindo. Já distribuí 500 frascos e continuo. Mas, sou sozinha, trabalhando com recursos próprios, devido ao grande número de casos de dengue, não consigo abranger.<br /><br />Gostaria que a SUCEN sugerisse aos municípios distribuir este repelente ( numa emergência ) nos bairros carentes com focos da dengue, ensinando o povo para futuramente preparar e usar diariamente, como se usa sabonete, pasta de dente.<br /><br />Protegeria as pessoas e ao mesmo tempo, diminuiria a fonte de proteína do sangue humano para o aedes maturar seus ovos, atrapalhando assim, a proliferação.<br /><br />Não acham que qualquer ação que venha a somar nesta luta deveria ser bem vinda ?<br /><br />DENGUE I (Aedes Aegypti): <br /><br />Componentes:<br />- 1/2 litro de álcool;<br />- 1 pacote de cravo da Índia (10 gr);<br />- 1 vidro de óleo de bebê (100 ml).<br /><br />Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias, agitando duas vezes ao dia (manhã e tarde);<br /><br />Depois coloque o óleo corporal (pode tb ser de amêndoas, camomila, erva-doce, aloé vera).<br /><br />Passe só uma gota nos braços e outra nas pernas e o mosquito foge do cômodo.<br /><br />O cravo espanta formigas da cozinha e até dos equipamentos eletrônicos, espanta também as pulgas dos animais.<br /><br />O repelente evita que o mosquito sugue o nosso sangue, assim, ele não consegue maturar os ovos e atrapalha a postura, vai diminuindo a proliferação. <br /><br />A comunidade toda tem de usar, como num mutirão. <br />Não forneça sangue para o aedes aegypti!<br /><br />Ioshiko Nobukuni (Sobrevivente da dengue hemorrágica)<br /><br />Observação: <br /><br />Aqui em casa sempre temos este preparado. Minha filha usava quando fazia trabalho de campo para o mestrado em Biologia e tinha que passar a noite no mangue.<br /><br />Quando eu faço, coloco bastante cravo para ficar mais forte. Acho que 10 gramas ainda é pouco. O óleo deve ser misturado só depois que os cravos estiverem bem curtidos no álcool e serve para fixar na pele. <br /><br />Usamos quando vamos passear, pescar ou em qualquer outra ocasião em que se faça necessário. Além de eficiente, é muito cheiroso e agradável, o mosquito desaparece.

Quer Café? com Maria Elza Pichek

REPASSANDO

(Receita caseira)

Basta uma gotinha nos braços e outra nas pernas.

ATENÇÃO: FALA-SE QUE NO RIO DE JANEIROESTÃO ESPERANDO A MAIOR INCIDÊNCIA DA HISTÓRIA, DE DENGUE ESTE ANODE 2013. VAMOS FAZER NOSSA PARTE.

Estou repassando, por entender tratar-se de uma solução fácil para um problema que vem se arrastando e adoecendo tantas pessoas.

Com tanta chuva, está sendo impossível controlar poças d'água e criadouros, como sabem. Estou fazendo um trabalho de formiguinha e está dando certo.

Este repelente caseiro, ingredientes de grande disponibilidade, fácil de preparar em casa, de agradável aroma e econômico. Em contato com pessoas, tenho notado que não se protegem, estão reclamando que crianças estão cheias de picadas.

Tenho distribuído frascos como amostra, todos estão aderindo. Já distribuí 500 frascos e continuo. Mas, sou sozinha, trabalhando com recursos próprios, devido ao grande número de casos de dengue, não consigo abranger.

Gostaria que a SUCEN sugerisse aos municípios distribuir este repelente ( numa emergência ) nos bairros carentes com focos da dengue, ensinando o povo para futuramente preparar e usar diariamente, como se usa sabonete, pasta de dente.

Protegeria as pessoas e ao mesmo tempo, diminuiria a fonte de proteína do sangue humano para o aedes maturar seus ovos, atrapalhando assim, a proliferação.

Não acham que qualquer ação que venha a somar nesta luta deveria ser bem vinda ?

DENGUE I (Aedes Aegypti):

Componentes:
- 1/2 litro de álcool;
- 1 pacote de cravo da Índia (10 gr);
- 1 vidro de óleo de bebê (100 ml).

Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias, agitando duas vezes ao dia (manhã e tarde);

Depois coloque o óleo corporal (pode tb ser de amêndoas, camomila, erva-doce, aloé vera).

Passe só uma gota nos braços e outra nas pernas e o mosquito foge do cômodo.

O cravo espanta formigas da cozinha e até dos equipamentos eletrônicos, espanta também as pulgas dos animais.

O repelente evita que o mosquito sugue o nosso sangue, assim, ele não consegue maturar os ovos e atrapalha a postura, vai diminuindo a proliferação.

A comunidade toda tem de usar, como num mutirão.
Não forneça sangue para o aedes aegypti!

Ioshiko Nobukuni (Sobrevivente da dengue hemorrágica)

Observação:

Aqui em casa sempre temos este preparado. Minha filha usava quando fazia trabalho de campo para o mestrado em Biologia e tinha que passar a noite no mangue.

Quando eu faço, coloco bastante cravo para ficar mais forte. Acho que 10 gramas ainda é pouco. O óleo deve ser misturado só depois que os cravos estiverem bem curtidos no álcool e serve para fixar na pele.

Usamos quando vamos passear, pescar ou em qualquer outra ocasião em que se faça necessário. Além de eficiente, é muito cheiroso e agradável, o mosquito desaparece.

O bolo cresce e cresce mais na base

 

Quem está lá cima não percebe o fermento na base

Mariana Mainenti e Sonia Filgueiras do “Brasil Econômico” entrevistaram Marcelo Neri, Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos:

http://brasileconomico.ig.com.br/brasil/2014-09-15/pais-tem-a-maior-queda-de-desigualdade-nos-ultimos-dez-anos-diz-neri.html


Um dos mais respeitados estudiosos do tema da pobreza no Brasil, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, revela que a desigualdade no país voltou a diminuir, apesar do baixo crescimento. E poderá mostrar os melhores resultados dos últimos dez anos. “Em 2014, a desigualdade observada está caindo no ritmo de um relógio”, comparou o ministro em entrevista ao Brasil Econômico. Além de explicar que existe um descolamento entre as séries econômicas mais tradicionais, em particular o Produto Interno Bruto (PIB), e as séries de indicadores baseados em renda, ele afirma que há uma “mudança profunda” ocorrendo no país, que não é mostrada pelos números macroeconômicos.

Estamos em uma situação de crescimento lento há algum tempo. Isso está prejudicando os ganhos sociais obtidos nos últimos anos?

Até agora não, de uma maneira até surpreendente. Na verdade, existe um descolamento entre as séries econômicas mais tradicionais, em particular o PIB, e as séries de indicadores baseados em renda — a começar pela própria média de renda desde o fim da recessão de 2003 para cá. O PIB cresceu 27,8 %, a renda média na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) cresceu 51,7%. Uma diferença de 24 pontos percentuais, quase o dobro de 2003 a 2012. Mas em 2012, por exemplo, a renda da Pnad cresceu 9% e o PIB cresceu 1%. A diferença foi até maior. Se dermos sequência com os dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que não são tão abrangentes do ponto de vista geográfico e do conceito de renda, veremos um descolamento ainda maior. O fenômeno do descolamento entre séries econômicas e sociais também fica mais forte quando incorporamos, por exemplo, a renda mediana per capita — a renda do João, ou da Maria. Ela cresceu 78% de 2003 a 2012. Já a renda dos 10% mais pobres, cresceu ainda mais: 106,6%. Ou seja, nesse período, a Pnad média cresceu quase duas vezes mais que o PIB. A renda mediana, que já incorpora um pouco do efeito-desigualdade, cresceu três vezes mais que o PIB. E a renda dos 10% mais pobres cresceu quatro vezes mais que o PIB. No período recente, eu diria que esse descolamento é ainda maior, considerando os dados da PME. Por duas razões: primeiro, há um descolamento do mercado de trabalho — muitos têm falado sobre isso (referindo-se ao baixo desemprego, apesar do fraco desempenho econômico). Em segundo lugar, a desigualdade segue em queda, uma queda bastante forte. Eu diria que, em 2014, a desigualdade observada está caindo no ritmo de um relógio. De acordo com a PME, ela está caindo 0,1 ponto percentual por mês, todos os meses de 2014, até julho, como um relógio. Eu estou fazendo o cálculo só com quatro regiões metropolitanas da PME. São os dados disponíveis, ainda não temos as seis regiões por causa da greve do IBGE. Em minha avaliação, é até uma medida conservadora. Se incorporarmos o aumento do Bolsa Família (o governo anunciou a correção de 10% nos benefícios do programa), que é um programa bem focalizado nos mais pobres, o efeito vai ficar maior. É a maior queda dos últimos dez anos.

Em 2014 poderemos ter, então, a maior queda da desigualdade…
Dos últimos dez anos. Já estamos tendo — pela PME, com as limitações que ela tem. As indicações já mostram isso. O efeito pode se refletir na Pnad 2014, ou não. Mas a PME mostra uma queda. Na verdade, a desigualdade vem caindo desde 2001. O ano excepcional foi 2004, foi o começo do crescimento com redução da desigualdade. Em 2012 (última Pnad disponível) observamos uma estabilidade no Gini (Índice de Gini, que mede a desigualdade na distribuição de renda), mas que precisa ser relativizada. O Gini ficou parado porque a renda dos 5% mais ricos cresceu. A partir de março de 2013, ele voltou a cair, considerando os dados da PME. Agora, desde o começo do ano está caindo ainda mais. Essa marca de redução da desigualdade continua. Também diria que o crescimento da média da renda do trabalho, que teve alguma desaceleração em 2013, voltou.
(…)


Há uma série de medidas que foram tomadas, como a desoneração da folha (de pagamentos) e a desoneração da cesta básica. Não se tem o contrafactual que nos mostre qual seria o mercado de trabalho caso não tivessem sido tomadas — e tem gente que fala: “Isso não ajudou a relançar a economia”. Mas eu digo: talvez tenham ajudado a proteger os ganhos sociais. Há os efeitos de uma política educacional, ênfase no ensino técnico, uma recuperação de salários, que é função também do efeito educação. E há um crescimento da média da renda das pessoas, a despeito da desaceleração do crescimento do PIB.

Tem aí um conflito capital x trabalho, não?
Mas que não é tão grande. O bolo está crescendo, mas crescendo mais na base. Tem mais fermento na base. Os ganhos foram maiores na base do que topo. A participação do trabalho na renda subiu quatro pontos de porcentagem nos últimos anos, mas não é uma revolução. É uma mudança. Uma mudança benigna. Ninguém teve perdas absolutas.
(…)

Estamos em recessão?

O brasileiro não está em crise. O desemprego está num nível historicamente baixo. A inflação é um problema? É um problema, sem dúvida, a gente não pode descuidar dela, mas estão ocorrendo ganhos do salário real.
(…)
Quanto está crescendo? O que está por trás do crescimento? É crescimento de produtividade? Afirma-se que há um cenário insustentável de crescimento da renda, do salário real em relação à produtividade. As pessoas falam: “A produtividade no Brasil está crescendo menos do que o salário”. Eu falo: “Não é verdade!”. Sei que sou uma voz dissonante, mas pego as séries nominais: estão crescendo à mesma taxa. Eu apanho à beça porque falo isso. Mas faz parte.


E do ponto de vista do resultado, o sr. acha que está muito bem…

Até agora, até julho de 2014 o resultado social, o bem-estar da população, tal como medida de bem-estar, é o seguinte: se olharmos para a média, o desempenho é ok; se olharmos para os mais pobres, o desempenho é muito bom; e se olharmos para o topo da distribuição, é um desempenho ruim, porque a desigualdade está caindo.
(…)

O governo vive hoje uma situação de restrição fiscal e os analistas apontam que os gastos que mais aumentaram foram os sociais. Discute-se que tem que haver uma nova regra do salário-mínimo. Que risco esse debate representa para os ganhos?
O ponto importante que não tem sido enfatizado é que dispomos de uma tecnologia que consegue conciliar restrição fiscal e entrega de resultado de uma maneira muito boa, que é o Bolsa Família, e principalmente depois dos upgrades que foram feitos, como o Brasil Sem Miséria. Apostar mais nessas tecnologias é uma maneira de lidar com essa restrição fiscal. O Bolsa Família custa 0,53% do PIB. Uma expansão do programa como tivemos este ano não impacta quase o orçamento, mas pega 25% da população mais pobre. Há no Brasil uma busca por novas tecnologias sociais. A restrição fiscal te obrigar a usar as melhores tecnologias, o que é muito bom.

Em suas análises, o sr. mostra como o Bolsa Família e a ascensão à classe média ajudaram a movimentar a economia. É possível manter esse movimento?
Estou apresentando um trabalho que mostra o efeito multiplicador do Bolsa Família sobre o trabalhador por conta própria, sobre o empreendedorismo na base, que é um aspecto ligado à oferta (agregada da economia). Os resultados são muito interessantes. O Bolsa Família gerou um aumento de 10 pontos de percentagem no empreendedorismo entre os beneficiários.
(…)
O nosso Gini ( que mede desigualdade de renda – PHA) ainda é o 18º em 155 países do mundo. Temos uma desigualdade muito grande. Temos a foto (a situação) e o filme (o processo de melhora). As fotos brasileiras ainda são muito ruins. É por isso que esse debate não pode ser abandonado. Eu discordo da visão de que “desde 2001 a desigualdade está caindo, fizemos o nosso trabalho”. Não, a missão não está terminada. Temos agora que incorporar novos ingredientes a esse arsenal de políticas e acho que são elementos de oferta.
(…)
Se a sua renda subiu de R$ 1 mil para R$ 2 mil e você sabia viver com R$ 1 mil, sobrevivia, é uma mudança gigantesca. E o que está por trás dessas mudanças é que as mulheres estão tendo menos filhos, esses filhos estão indo para a escola, depois estão conseguindo emprego, com carteira assinada. Há um ganho estrutural que as pessoas não estão percebendo. Tem analistas que só ficam olhando para as contas nacionais. Se você olha para as pesquisas que vão à casa das pessoas ou conversa com as pessoas, vai ver que, na base da distribuição, tem uma mudança na distribuição dos ativos. Ela já aconteceu e agora precisa continuar.
(…)

A agenda da SAE é tornar mais sólida essa transformação?
Temos o desafio, por exemplo, de uma agenda de educação na primeira infância, que é fundamental. A maior taxa interna de retorno social é uma educação de primeira infância bem feita. Inclusive beneficia as mães. Está fazendo uma política de creches por causa das mães ou das crianças? Resposta: todas as alternativas acima, embora eu confesse que a minha preocupação maior seja com as crianças. O que me fez vir trabalhar no governo foi uma reunião da qual participei na transição, como convidado externo, na qual eu comecei a ver ênfase sobre crianças, sobre novas tecnologias. Eu cutucava o Ricardo Paes de Barros (especialista no estudo da pobreza e subsecretário de Ações Estratégicas da SAE), a meu lado: “Você tá ouvindo isso? Pode ser que não seja verdade, mas o que você queria ouvir melhor do que isso?”. Saí e falei: “Pode ser que nada disso seja implementado. Mas eu vi uma direção aqui muito interessante”. E essa direção está sendo assumida: construção de creches, o Brasil Carinhoso — um desenho de política voltado para as crianças, e que ajuda as mães das crianças a arrumarem emprego. É um programa de creche bem desenhado, resultado de pesquisas aqui da SAE, que aumenta a renda permanente das mães em R$ 180. Eu estou falando de uma agenda ligada às pessoas. Mas ela não está descolada da agenda de crescimento da economia.
Por que é difícil ver as mudanças?
Se há pessoas que não conseguem enxergar o grau de profundidade da mudança estrutural que está havendo, talvez seja por estarem muito distantes da base. Como no Brasil ainda tem muita desigualdade, às vezes quem está em cima olha e pensa: “Esse sujeito aí está morando num barraco, ganhando Bolsa Família…”. Mas você vai conversar com esse sujeito, ver o que as pesquisas mostram. “Qual a sua prioridade? Quer comprar carro? Não, quero ir para a faculdade. Eu não vou conseguir ir, mas a minha filha vai”. Você vai na outra casa e pergunta: “Você tem computador?”. “Não, mas a minha filha tem. Ela está fazendo curso técnico”. Tem uma mudança profunda na base do Brasil. O Brasil do novo milênio é o Brasil antigo. Esse é o Brasil que prosperou. Mas precisa prosperar mais. Aqueles que querem entender o Brasil sem olhar para a base ou sem olhar a cabeça das pessoas, vão ter dificuldades.

O sr. vê a inclusão nas agendas dos três principais candidatos à presidência?

Prefiro não me posicionar em relação a nenhum candidato, prefiro olhar para a sociedade como um todo. A sociedade brasileira nunca teve uma medida de desigualdade tão baixa, de polarização tão baixa. Melhorou desde 2001 e estamos, de fato, no melhor nível de escolarização, de desigualdade. Mas não se pode ter complacência em relação a isso. Não estamos muito melhor do que estávamos 50 anos atrás. Pioramos muito durante o milagre (econômico), um pouco nas décadas posteriores, depois melhorou. Se o Brasil está melhorando, e somos uma democracia, é porque a população quer ou de alguma forma apoiou isso.
O sr. sempre menciona o otimismo do brasileiro. Esse traço se mantém?

Nós acabamos de levantar os dados de 2014, do Gallup. Nas nove vezes que a pesquisa foi a campo (de 2006 a 2014, maio de 2014 foi a última) o brasileiro é o que dá a maior nota de satisfação para a sua vida daqui a cinco anos. A última nota foi 8,8. A de 2013 foi 8,8 também. Nunca deixou de ser o primeiro lugar. Os jovens, esses mesmos que participaram das demonstrações, nunca deram uma nota abaixo de 9 na média. O brasileiro é assim. Eu sou brasileiro, sou otimista, positivo sobre o futuro e detestaria morar num país com pessoas pessimistas. Mas acho que um dos problemas do Brasil é que o brasileiro é muito otimista.

É um problema?
Para a SAE, até certo ponto, é um problema. Porque como você vai convencer o sujeito a fazer a tal poupança financeira, investir mais em educação? É uma contradição em termos. Agora, se você fala para o brasileiro dar uma nota para o país, para a cidade, a nota é bem pior. Nós somos otimistas sobre a nossa própria vida, somos otimistas e individualistas. Precisamos fazer a construção coletiva. Precisamos de uma combinação: sem perder essa positividade, sermos mais prudentes, investir mais. Isso (o otimismo) talvez atrapalhe. Os nossos grandes problemas hoje são problemas coletivos, de relacionamento. O problema da violência, por exemplo: precisa envolver três níveis de governo. O transporte urbano também envolve um problema coletivo de coordenação. São questões de coordenação entre governos e com a sociedade. Não é trivial. A boa notícia é que o Brasil vem mudando. Eu tenho presenciado em cada Pnad essa transformação. Foi surpreendente. No começo da década, o gráfico da desigualdade era como o eletrocardiograma de um morto, não se mexia. Aí, ano após ano ela vem caindo, com crescimento da renda das pessoas.
(…)

O sr. falou da preocupação com poupança. Que instrumentos a SAE estuda para incentivá-la?

É necessário ter uma mudança cultural e de oferta de dispositivos (de poupança), de educação financeira para mudar a cultura, para as pessoas usarem melhor esses dispositivos. Um desses instrumentos é curso de educação financeira vinculada ao ensino médio. Precisamos de uma agenda de microcrédito na base da distribuição.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/09/15/neri-bolo-cresce-e-cresce-mais-na-base/

Economia brasileira: Bird, OCDE e Unctad desmentem mortos-vivos neoliberais

 

Por Osvaldo Bertolino

O Banco Mundial (Bird) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — órgão das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento — acabam de dizer que o Brasil e a China são os motores do emprego no mundo. O relatório anual da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) diz que apenas o fortalecimento da demanda agregada pelo crescimento real dos salários e pela distribuição de renda mais igualitária poderão romper o longo período de baixo crescimento. Ou seja: a candidata à reeleição Dilma Rousseff está muito mais sintonizada com o mundo das coisas reais do que seus opositores, que sonham com a ressurreição de práticas neoliberais que castigaram impiedosamente o país.

Nunca antes na história deste país se viu um debate eleitoral com a economia tão presente. E a inesgotável capacidade da direita brasileira, com o inestimável auxílio de alguns setores de "esquerda", de se engajar em discussões cujos resultados se enquadram na clássica categoria rodriguiana do óbvio ululante tem pautado o assunto recorrentemente. Por trás do debate aparentemente técnico, em que "especialistas" são chamados a contribuir com suas "análises objetivas", contudo, há um cenário político complicado para a oposição. A prova incontestável disso é que a mídia e seus produtos supostamente informativos — editoriais, programas de entrevistas, análises de articulistas, notícias e pesquisas de opinião — estão caprichando nos chutes a torto e a direito.

Na verdade, não é de hoje que essa verdadeira indústria do "achismo" — na qual se chega ao ponto de falar de economia ao mesmo tempo em que se explica a noção de juros inscrita no metabolismo dos seres vivos, como ocorreu em um programa Roda Viva, da TV Cultura, com o economista Eduardo Gianetti da Fonseca, guru econômico da candidata Marina Silva — dos megacartéis de "opinião pública" que deitam falação em nome da "sociedade" sem ter recebido nenhuma procuração explícita de algum conhecido seu ou meu para representá-lo vem engolindo os dados da economia brasileira de forma atravessada. E a pessoa que presencia regularmente insultos, ataques pessoais, intrigas, falsidades, invenções, erros de fato e mentiras, puras e simples, não tem como se defender.

Realidade do Nordeste

A alavanca desse procedimento é a superestimação das mazelas do país com a intenção deliberada de criar o pessimismo e o derrotismo. Cultiva-se então o que o cientista social Albert Hirschman, alemão radicado nos Estados Unidos, batizou de fracassomania. Ele criou a expressão depois de ter conhecido de perto a situação de países como Itália, Colômbia e Brasil. Ao comentar o assunto para numa revista econômica italiana em 1994, Hirschman contou como desenvolveu o conceito. "Na Colômbia, a primeira reforma agrária promovida nos anos 1930 pelo governo de Alfonso López sempre foi interpretada como um fracasso total quando, pelo contrário, os dados que eu recolhia indicavam com clareza que nas zonas rurais se haviam produzido mudanças em sentido positivo", disse.

No Brasil ele se debruçou sobre a realidade do Nordeste, uma área onde se dizia que as obras públicas feitas para combater a seca apenas teriam produzido corrupção e uma grande dilapidação de dinheiro. "Parecia que tudo havia fracassado e que de todos os esforços não havia ficado nada. No entanto, olhando melhor, via-se desenvolvimento, algo progredia", afirmou. Hirschman conta que, quando foi escrever sobre o assunto, ressoavam nos seus ouvidos frases recorrentes, tais como "povera Itália" ("pobre Itália"), que ele se cansou de ouvir no tempo em que viveu ali.

A fracassomania representa, diz ele, um desconhecimento da bagagem de conhecimentos produzida pelo passado, uma convicção de que tudo o que foi feito se transformou num fracasso. Ele cita como outro exemplo o fato de os intelectuais latino-americanos de direita terem resistido sempre a reconhecer que os trinta anos gloriosos que se seguiram a 1950 representaram um período de ascenso das sociedades. Quando finalmente reconheceram, foi para poder dizer: Agora sim, as coisas estão indo terrivelmente mal! No debate eleitoral, essa técnica é usada para alimentar o derrotismo eleitoreiro para que as transformações no país não sejam percebidas.

Dose cavalar de invectivas

A comentarista de assuntos econômicos das Organizações Globo, Miriam Leitão, por exemplo, decretou que o programa Bolsa Família estaria trazendo "mais prejuízos do que benefícios para os brasileiros" e foi desmentida logo em seguida pelo Banco Mundial (Bird) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ela e outras sempre bem informadas autoridades em abobrinhas misturam, em seus diagnósticos fracassomaníacos, economia, política e uma dose cavalar de invectivas para alimentar ondas de boatos de toda ordem. Nesse coquetel entram os ingredientes mais diversos e disparatados entre si — qualquer coisa serve, desde que faça volume. Entram “denúncias” requentadas, “denúncias” que estão paradas há tempos e “denúncias” que talvez um parlamentar oportunista faça algum dia.

Para além da eclética e deletéria boataria, dissemina-se pelo país um sentimento de Armagedom, uma mistura de bravatas, foguetórios e pouquíssima substância. Quando os fatos são revelados, no entanto, suas conclusões se transformam em episódios patéticos. Analisemos, por exemplo, os dados parciais da geração de empregos em agosto deste ano, quando foram criados 101.425 postos de trabalho, divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. A mídia se apressou em dar manchetes esfuziantes sobre a queda de 20,54% quando comparado ao mesmo mês de 2013, relegando para segundo plano a geração de 751.456 novos postos de trabalho em 2014.

Mais e melhores empregos

O número, na verdade, se comparado com a realidade da economia mundial, deveria ser festejado. O Bird acaba de dizer que o Brasil e a China são os motores do emprego e advertiu que o mundo precisa criar 600 milhões de postos de trabalho até 2030 apenas para lidar com o aumento da população. “Não há dúvidas de que há uma crise de emprego generalizada”, destacou Nigel Twose, chefe da delegação do Bird na reunião dos ministros do Trabalho e do Emprego do G20, na Austrália. “Os países do G20 necessitam de mais e melhores empregos para um crescimento sustentável e para o bem-estar das suas populações”, destacou um documento da organização, cuja divulgação antecedeu a reunião ministerial dos dias 10 e 11.

Twose também mencionou o Brasil como exemplo de redução das desigualdades salariais. “Igualmente perturbador é estarmos vendo o aumento das desigualdades salariais e de rendimentos em muitos países do G20, apesar de terem sido alcançados progressos em algumas economias emergentes, como Brasil e África do Sul”, disse ele. O documento, compilado com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — órgão das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento —, diz que há cerca de 100 milhões de desempregados nos países do G20 e 447 milhões são “trabalhadores pobres”, vivendo com menos de US$ 2 por dia.

O Bird destaca ainda, que, apesar da modesta recuperação econômica em 2013-2014, o crescimento global deve manter-se abaixo da tendência, com quedas previstas num futuro próximo, enquanto os fracos mercados de trabalho forem restringindo o consumo e o investimento. “Não há um truque de mágica para resolver esta crise do emprego, quer nos mercados emergentes, quer as economias desenvolvidas”, disse Twose. O Brasil, contudo, vem atravessado relativamente bem esse cenário de turbulência graças a medidas adotadas no ciclo que o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira vem chamando de “novo desenvolvimentismo”, um enfrentamento ao “imperialismo neoliberal” iniciado com a eleição de Luis Inácio Lula da Silva para a Presidência da República em 2002.

Mercados emergentes

No auge da atual crise internacional, em 2009, Lula disse em um encontro empresarial Brasil-Chile, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com a presença da presidente chilena, Michelle Bachelet, que o Brasil enfrentaria a crise fortalecendo seus laços comerciais sobretudo com a América Latina. “A diversificação dos investimentos de produtos é uma garantia contra a crise; é preciso acabar com a ideia de apostar na loteria o tempo todo”, disse ele. “Antigamente, era chique dizermos que íamos para Paris, Londres ou Estados Unidos fazer acordo de negócios. Esse é o momento de fortalecermos o comércio na América Latina”, afirmou o presidente.

Para Lula, os empresários brasileiros deveriam prestar mais atenção às oportunidades de negócio nos mercados emergentes. “Se uma pessoa pegar um pedaço de pano e vender na avenida Paulista ou nos Jardins, as chances dele conseguir negócio é praticamente zero. Agora, se ele for no Jardim Miriam ou na Vila Carioca, onde eu morei, a chance cresce bastante”, comparou. “Não quero ser ufanista, mas a crise já está ficando uma coisa do passado. O Brasil já estava arrumado e o país fez o que tinha que fazer. Está na hora de a gente construir um marco regulatório de verdade para destravar definitivamente nosso país”, completou.

Demanda doméstica

O Brasil, evidentemente, não vem atravessando a crise totalmente incólume. Mas o resultado da sua economia, levando-se em conta o cenário internacional, é incontestavelmente positivo. E quem diz isso é ninguém menos do que o relatório anual da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que traz uma previsão considerada bastante otimista para o país. O crescimento econômico da ordem de 1,3% previsto em 2014 é muito superior à média de projeções do mercado financeiro — que trabalha com a expectativa de apenas 0,48%, segundo a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (8).

Esse crescimento, obviamente, está muito aquém das necessidades brasileiras. Mas ele está alinhado com outros países da região — abaixo de outros emergentes, porém — e reflete, além dos efeitos da crise internacional, fatores internos. "A América Latina desacelera e reflete o desempenho da Argentina, Brasil e México. A demanda doméstica perdeu o ápice e choques externos também afetaram", diz o documento, que prevê para o conjunto latino-americano uma expansão do PIB de 1,9% em 2014.

A Unctad alerta que, seis anos após o início da crise mundial, “o retorno às políticas de sempre não foi capaz de lidar com as causas profundas da crise”, referindo-se ao predomínio do sistema financeiro na dinâmica da economia global. “A continuidade do domínio financeiro sobre a economia real e a persistência do declínio da participação do salário no produto são simbólicos da incapacidade de enfrentar as causas da crise e sua recuperação anômala”, adverte o relatório. Para a organização, apenas o fortalecimento da demanda agregada pelo crescimento real dos salários e pela distribuição de renda mais igualitária poderão romper o longo período de baixo crescimento.

Políticas inadequadas

O estudo considera fraco o crescimento de 2,5% a 3% da economia mundial esperado para 2014, pouco melhor do que em 2012 e 2013 — 2,3%. E culpa as políticas inadequadas adotadas pelos países ricos. Segundo a Unctad, o crescimento do comércio global, pouco acima de 2% em 2012, 2013 e no início de 2014, continua inferior ao da produção global, devido à fraca demanda mundial. E acrescenta que isso não é fruto do aumento das barreiras comerciais ou dificuldades do lado da oferta. “Os esforços para estimular as exportações por reduções de salários e desvalorização interna são autodestrutivos e contraproducentes, especialmente se vários parceiros comerciais seguirem esta estratégia simultaneamente”, alerta.

A chefe da delegação argentina na reunião ministerial de Trabalho e Emprego do G20, Marta Novick, também defendeu o aumento do salário mínimo como estratégia de crescimento econômico e de garantia social. O salário mínimo argentino, que teve este ano um aumento de 31%, figura como “uma contribuição para a macroeconomia porque os recursos que chegam aos mais pobres traduzem-se em uma maior procura, produção e crescimento”, disse ela.

Ciclo virtuoso de geração de riqueza

Esse relatório deveria ser leitura obrigatória para os economistas conservadores, especialmente os gurus de Marina Silva e Aécio Neves. A política econômica acertada do Brasil e reconhecida pelo Bird-OCDE e pela Unctad baseou-se na constatação de que com a escassez de crédito internacional as agências de fomento — como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — deveriam priorizar o investimento nos empreendedores nacionais para criar emprego e renda, de forma a sustentar um ciclo virtuoso de geração de riqueza e expansão da capacidade produtiva.

Para a candidata Marina Silva, no entanto, o Brasil errou ao fazer essa opção. “Eles querem continuar colocando R$ 500 bilhões no BNDES para dar para meia dúzia de ungidos que são escolhidos pelo governo para serem os campeões”, disse ela em entrevista o jornal Valor Econômico de quinta-feira (11). Ela sustenta que o “crescimento pífio que o governo ostenta” se deve ao “descrédito” do Brasil no cenário internacional, o responsável pelo “baixo investimento” no país. “Quando as demais economias do mundo começam a se recuperar do tsunami com que foram assoladas — e que o governo dizia que era apenas uma marolinha —, o Brasil vive o tsunami de não ter feito o dever de casa”, afirma ela, contrariando os dados do Bird-OCDE e do relatório da Unctad.

O dever de casa de Marina Silva

O dever de casa seria a decantada “independência” do Banco Central (BC). Segundo Marina Silva, Lula começou a governar de forma obediente aos ditames financeiros internacionais, mas logo perdeu as rédeas e a economia brasileira mergulhou no poço, chegando ao seu fundo no governo da presidenta Dilma Rousseff. “O presidente Lula, quando ganhou o governo, quis dar um sinal forte para a sociedade brasileira de que os instrumentos da política macroeconômica seriam preservados. Fez isso com uma Carta aos Brasileiros, convidando Meirelles (Henrique Meirelles, ex-presidente do BC), e durante seu primeiro governo tivemos o cumprimento dessas metas. No seu segundo governo, as coisas já foram se depreciando. No governo da presidente Dilma estão chegando ao fundo do poço”, analisou.

Segundo ela, a autonomia de fato que o BC conquistara no período dos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) agora está completamente desacreditada. “A autonomia do Banco Central hoje é para recuperar credibilidade, para que o país volte a ter investimentos, volte a crescer. Foi tão depreciada no atual governo, que Eduardo Campos anunciou que iria buscar formas de institucionalização dessa autonomia”, disse ela.

Outra constatação da Unctad que contraria Marina Silva é a colaboração Sul–Sul, também reconhecida como oportunidade para que as nações em desenvolvimento intensifiquem o comércio regional e se fortaleçam mutuamente. “Uma agenda de desenvolvimento pós-2015 não será factível sem a disponibilidade de mais instrumentos e maior flexibilidade na definição de políticas”, afirma o estudo ao propor uma reforma efetiva da arquitetura financeira global, que garanta financiamento mais estável e de longo prazo público e privado para as economias pobres.

Práticas dos governos neoliberais

O “Programa de Governo” da candidata de oposição, contudo, afirma que esse caminho não levou a nada de bom. “Não se configurou, enfim, a anunciada decadência do Ocidente e uma ascensão definitiva dos países emergentes. A sorte destes últimos parece depender menos de profecias do que de políticas acertadas em produtividade, inovação, participação em cadeias produtivas e acordos seletivos de comércio”, aponta o documento, indicando que o Brasil deve seguir, prioritariamente, os ensinamentos das economias dos Estados Unidos e da União Europeia.

Além de uma “atualização” das relações com os Estados Unidos, diz o “Programa de Governo” de Marina Silva, o Brasil precisa aproveitar o “largo potencial para o adensamento da relação estratégica com a União Europeia”. Segundo o documento, ao privilegiar a relação política com os países em desenvolvimento o governo brasileiro errou inclusive em questões como direitos humanos. Advogando pontos de vista marcadamente contrários aos interesses dos povos que lutam por seus direitos, o texto afirma que, “em torno daqueles valores (direitos humanos e garantias fundamentais), que são universais, justifica-se que alarguemos nossos horizontes, contribuindo, como é tradição de nossa diplomacia, para a formação de consensos sem vícios ideológicos e confrontações estéreis”.

A verdade é que o neoliberalismo agravou a crise do sistema capitalista ao exacerbar a desigualdade entre classes e nações, a concentração de renda e as contradições sociais. Ao tomar o rumo progressista em 2002, o Brasil ajudou a despachar esse modelo perverso — com expressões de pesar e desapontamento da mídia e da direita em geral —, moído por índices vergonhosos de injustiças sociais, pela violência, pela inépcia geral da administração e pelo que existe de pior na política. As práticas dos governos neoliberais fizeram seus defensores perderem o odor de santidade com o qual se apresentavam ao público.

Receituário amargo

A presidenta Dilma Rousseff tem feito discursos consequentes ao dizer que a crise brasileira é complexa e diz muito mais respeito às mudanças qualitativas que precisam ser operadas e aos imperativos da conjuntura internacional do que ao que pode ou não fazer um presidente. A crise iniciada em 2007-2008 pode dar novos sobressaltos a qualquer momento. E o Brasil precisa se prepar para evitar a volta daquele triste espetáculo protagonizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que aportava por aqui com botes salva-vidas carregados com bilhões de dólares e seu receituário amargo para o povo. O Brasil da “era FHC” pagou um preço caríssimo por seguir o receituário que a candidata Marina Silva — assim como Aécio Neves — quer ressuscitar: lei de falências que castigaram as empresas nacionais, aperto orçamentário que arrocharam os investimentos estatais e as políticas públicas, privatizações que fragilizaram a soberania nacional e desregulamentação das relações de trabalho.

Com a tentativa da oposição de fazer ressurgir o neoliberalismo morto e enterrado pelo ciclo de governos progressistas na América Latina, os brasileiros precisam meditar e analisar esses fatos de forma criteriosa. Não apenas porque a saúde econômica do país está em jogo, mas, sobretudo, para melhor refletir sobre os destinos do país. A edificação de uma sociedade menos injusta começa pela via política. Será por esse meio que construiremos as bases para uma economia em desenvolvimento. Para isso, é preciso ser perseverante. Partidos, sindicatos, associações populares e outros canais democráticos deverão concentrar esforços no entendimento dessa realidade para criarmos as alavancas que irão impulsionar esse grande projeto nessas eleições de 2014.

http://grabois.org.br/portal/noticia.php?id_sessao=8&id_noticia=13344

EX-DIRETOR DA PETROBRAS CITA CID GOMES EM LISTA DE PROPINA, DIZ REVISTA ISTO É

 

O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, personagem central de uma investigação da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público Federal) sobre suposto esquema de corrupção na estatal, revelou a procuradores e fontes consultadas pela "IstoÉ" pelo menos quatro novos nomes, de acordo com a revista.

Eles constariam, segundo a reportagem, na lista de políticos que receberam propina em um esquema de desvio de dinheiro público da estatal a partir de contratos superfaturados.

A matéria da "IstoÉ", publicada na noite desta sexta-feira (12), cita os nomes do governador do Ceará, Cid Gomes (Pros); do senador e candidato ao governo do Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral (PT); do senador e candidato a vice-governador no Rio, Francisco Dornelles (PP); e do deputado federal e candidato à reeleição no Rio Eduardo Cunha (PMDB).

A revista não apresentou documentos nem especificou as circunstâncias em que os nomes foram citados.

'Não sei quem é Paulo Roberto', diz Cid Gomes

Ao UOL, a assessoria de Cid Gomes argumentou que as informações contidas na matéria são apenas boatos. Por meio de sua assessoria, o governador do Ceará corroborou palavras ditas à reportagem da "IstoÉ": "Não sei quem é Paulo Roberto. Nunca estive com esse cidadão e sou vítima de uma armação de adversários políticos". Por fim, informou que pretende processar a revista por calúnia.

A assessoria de Delcídio do Amaral também informou que "já está tomando providências cabíveis" contra o veículo de comunicação. O petista negou todas as acusações e classificou a matéria como "esdrúxula".

Cunha, em seu Twitter, afirmou no dia (12) que o seu nome foi "citado a esmo" e "de forma leviana" na reportagem. "Óbvio que desafio a mostrar qualquer fato real", escreveu o peemedebista. O deputado federal declarou, ainda, que vai processar a revista e que não foi procurado para dar a sua versão.

Dornelles, por sua vez, não foi localizado pela reportagem do UOL. De acordo com com a "Isto É", o senador fluminense também negou as acusações.

Delação premiada

O relato de Costa, que comandou a seção de Abastecimento e Refino da Petrobras de 2004 a 2012, à Polícia Federal é resultante de uma delação premiada negociada com procuradores da República.

O ex-dirigente da estatal --investigado pela Operação Lava Jato da PF, que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro-- está preso desde junho.

As gravações com os depoimentos de Costa foram divulgadas em reportagem da revista "Veja" em 6 de setembro. A revista citou, na ocasião, 12 nomes de políticos como beneficiários do esquema.

Segundo a "Veja", o ex-diretor citou um ministro, três governadores, seis senadores e pelo menos 25 deputados.

Postado por WILSON GOMES

domingo, 14 de setembro de 2014

Cid Gomes se reuniu com delator do escândalo da Petrobras

 

Imagem mostra o governador ao lado do ex-diretor preso da estatal.

Redação
jornalismo@cearanews7.com.br

Ao contrário do que disse à Istoé desta semana, o governador Cid Gomes (PROS) se reuniu com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Segundo reportagem da revista, mais quatro políticos teriam sido mencionados em depoimentos do delator, como beneficiários de propinas provenientes de negócios da Petrobras, entre eles, Cid..
"Não sei quem é Paulo Roberto. Nunca estive com esse cidadão e sou vítima de uma armação de adversários políticos", disse Cid.
Mas, a imagem prova exatamente o contrário: Cid Gomes esteve ao lado do ex-diretor preso da Petrobras, numa mesa de reuniões. A imagem é de péssima qualidade, mas é possível constatar que Paulo Roberto é o que está sentado à esquerda de Cid.
A imagem é de reportagem publicada pelo Diário do Nordeste, e na época discutia-se a implantação de uma refinaria de petróleo no Ceará. O então todo poderoso da Petrobras foi recepcionado no gabinete do governador Cid Gomes.
Com Blog do Josias.

Brasileiro não desiste nunca

O dia 11 de setembro de 2014 entrou para história da Luta Olímpica brasileira. Aline Silva conquistou a primeira medalha do país em um campeonato mundial sênior, na manhã desta quinta-feira, em Tashkent, Uzbequistão, sede do  Campeonato Mundial Sênior 2014. A brasileira ficou com a medalha de prata na categoria olímpica até 75kg da Luta Feminina e comemorou o feito inédito para o país, que jamais tinha chegado tão longe em qualquer estilo da modalidade, seja nos Estilo Livre, Greco-romano ou na Luta Feminina.<br /><br />“Fiquei muito feliz com essa conquista. Estamos trabalhando há muito tempo para isso e sabíamos que uma hora a medalha viria. Graças a Deus entrei confiante e concentrada em todas as lutas e conseguir essa medalha que é muito importante para o país", afirmou Aline, que em 2014 já havia vencido a etapa do Golden  Grand Prix de Paris.<br /><br />A brasileira realizou quatro lutas para conquistar a medalha. Na primeira, venceu por encostamento, golpe que encerra imediatamente o combate, a atleta Gulmira Ismatova, do Uzbequistão. Depois passou pela colombiana Andrea Olaya com uma vitória por 7 a 0. Na sequência uma luta emocionante contra  a atleta da Mongólia, Burmaa Ochirbat. Aline esteve atrás no último round do combate, mas conseguiu reverter e fazer 5 a 2. Na final, a brasileira terminou com a prata, após uma luta que poderia ter ido para cada um dos lados e terminou 2 a 1 para americana Adeline Gray.<br /><br />Fonte: Confederação Brasileira de Lutas Associadas

Aldo Rebelo

O dia 11 de setembro de 2014 entrou para história da Luta Olímpica brasileira. Aline Silva conquistou a primeira medalha do país em um campeonato mundial sênior, na manhã desta quinta-feira, em Tashkent, Uzbequistão, sede do Campeonato Mundial Sênior 2014. A brasileira ficou com a medalha de prata na categoria olímpica até 75kg da Luta Feminina e comemorou o feito inédito para o país, que jamais tinha chegado tão longe em qualquer estilo da modalidade, seja nos Estilo Livre, Greco-romano ou na Luta Feminina.

“Fiquei muito feliz com essa conquista. Estamos trabalhando há muito tempo para isso e sabíamos que uma hora a medalha viria. Graças a Deus entrei confiante e concentrada em todas as lutas e conseguir essa medalha que é muito importante para o país", afirmou Aline, que em 2014 já havia vencido a etapa do Golden Grand Prix de Paris.

A brasileira realizou quatro lutas para conquistar a medalha. Na primeira, venceu por encostamento, golpe que encerra imediatamente o combate, a atleta Gulmira Ismatova, do Uzbequistão. Depois passou pela colombiana Andrea Olaya com uma vitória por 7 a 0. Na sequência uma luta emocionante contra a atleta da Mongólia, Burmaa Ochirbat. Aline esteve atrás no último round do combate, mas conseguiu reverter e fazer 5 a 2. Na final, a brasileira terminou com a prata, após uma luta que poderia ter ido para cada um dos lados e terminou 2 a 1 para americana Adeline Gray.

Fonte: Confederação Brasileira de Lutas Associadas

‘Dar autonomia ao Banco Central significa entregar a principal autoridade monetária brasileira para o mercado’, diz professor da UnB

 

Dar autonomia ao Banco Central pode significar a interdição completa da agenda de uma reforma tributária progressiva, que contribua com a justiça social

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Por Najla Passos, via Carta Maior

Dar autonomia ao Banco Central pode significar a interdição completa da agenda de uma reforma tributária progressiva, que contribua com a justiça social. Quem afirma é o professor da Pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), Evilasio Salvador, autor do estudo “As implicações do sistema tributário brasileiro nas desigualdades de renda”, lançado nesta quinta (11) pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).

O professor lembra que o conceito de banco central independente faz parte do ideário liberal. “O Banco Central é um instrumento, uma autoridade reguladora fundamental. Dar autonomia a ele significa você entregar a principal autoridade monetária brasileira para o mercado. É entregar o sistema financeiro para os bancos, ou seja, deixa-lo fora de qualquer controle democrático da sociedade e de quem será eleito para governar de fato”, explica.

Ainda de acordo com ele, o ideário liberal também propõe um modelo específico de sistema tributário. “Se um governo caminha com ideias liberais, no sistema tributário ele tende a adotar desregulamentações, desonerações, e não tocar nas questões centrais que provocam a alta concentração de renda do país. Ou seja, uma possível independência do Banco Central tornaria ainda mais bloqueada uma agenda de uma reforma tributária mais progressiva”, alerta.

Pressão popular
Evilasio Salvador acredita também que, na atual conjuntura política brasileira, uma reforma tributária que torne a cobrança de impostos mais progressiva e justa só será possível com pressão popular e já no início do próximo governo. “Eu só vejo essas alterações possíveis nos seis, sete primeiros meses de governo e com forte apoio da sociedade para que o sistema tributário seja instrumento para a construção de uma sociedade mais justa”.

Isso porque, segundo ele, o debate sobre a reforma tributária é sempre apropriado por dois viés: a questão de classe e a federativa. “Primeiro, discute-se quem vai pagar a conta no final da história? Porque, no Brasil, quem mais reclama da carga tributária, que vai à televisão, que monta impostômetro, é quem menos paga impostos. Então, qualquer modificação é muito difícil porque implica em uma redistribuição de renda pela ótica tributária, o que significa você dizer que o patrão vai pagar, proporcionalmente, mais tributos do que seus empregados”, explica.

O outro entrave, conforme o professor, é a questão federativa. “Dificilmente, qualquer governo que não tenha os governadores dos estados alinhados ao poder central vai conseguir ter força no congresso nacional para fazer as modificações necessárias. A pressão popular sobre o parlamento, portanto, é fundamental”, argumenta.

http://paranacomdilma.com/

O PIG não mostra ►Brasil é um dos poucos países do mundo a continuar ofertando trabalho

 

manoeldias

Brasília - A geração de empregos no Brasil teve em agosto o melhor desempenho dos últimos três meses. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mede o nível do emprego formal celetista a partir dos desligamentos e admissões nas empresas, foram divulgados nesta quinta-feira (11) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias (foto) e apontam para a abertura de 101.425 novas vagas. Foram 1.748.818 admissões contra 1.647.393 demissões. No ano o País soma 751.456 novos empregos e se firma como um dos poucos países do mundo a continuar ofertando trabalho, mesmo em meio a uma das piores crises internacionais da história.

“O desempenho foi positivo em muitos setores, com destaque para indústria de alimentos, onde foram agregadas 13 mil novas vagas. A indústria química e a indústria da madeira também cresceram, junto com a de papelão e celulose, o que é considerada pelos analistas um indicativo de melhoria na economia, pela produção de embalagens. Como havíamos previsto, o ritmo das demissões na indústria de transformação continua caindo. O saldo deste mês foi de apenas um terço do saldo do mês anterior, pois houve alta na atividade industrial em muitos setores, contrariando muitas previsões que têm sido feitas por ai”, comentou o ministro. Segundo o cadastro, no mês, a indústria perdeu 4 mil vagas. O setor que mais gerou empregos foi novamente o de serviços, com 71,2 mil novas vagas. Esse desempenho está associado, segundo o ministro, à importância crescente dos serviços no dia-a-dia dos brasileiros.

O comércio também se destacou este mês, gerando 40 mil novas vagas. Esse desempenho está associado ao nível de consumo e a preparação do setor para as vendas de final de ano. “Devemos ter também a contratação de temporários nos próximos meses, o que deve manter a geração de postos aquecida”, citou Manoel Dias, lembrando que a Confederação Nacional do Comércio estimou, esta semana, a contratação de mais de 137 mil temporários para o final de ano.

Mercado aquecido - A retomada dos lançamentos de novos empreendimentos imobiliários, segundo o ministro, também está aquecendo o emprego na construção civil. Esse mês o aumento nas vagas foi de 2,39 mil, com destaque para as áreas de preparação dos empreendimentos, o que indica que o setor deve continuar demandando mão de obra nos próximos meses, para o início das construções. O setor também está reagindo às medidas de estímulo ao crédito, que visam manter esse mercado aquecido.

Sazonalidade - O final do ciclo do café, em Minas Gerais e no interior de São Paulo, deixou o saldo de empregos na agricultura negativo em 9 mil postos, mas com tendência de recuperação para os próximos meses. O setor começa a se preparar para as safras de verão, como as de soja e milho e sente os reflexos da procura internacional pela carne brasileira, que vai demandar mais insumos para a alimentação das criações. “A indústria de alimentos foi a que mais contratou este mês”, lembrou o ministro.

Norte e Nordeste - O Caged de agosto também confirma a melhoria no nível de emprego nas regiões mais carentes do País. Em relação ao estoque de empregos, as regiões Norte e Nordeste foram as que mais abriram novas vagas no mês. Entre os destaques está o Ceará, com 9,5 mil novas vagas, Pernambuco com 8,5 mil novas vagas e Alagoas com 4,2 mil novas vagas. No Pará, o mês registrou 5 mil novas vagas.

CAGED - O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED foi criado pelo Governo Federal, através da Lei nº 4.923/65, que instituiu o registro permanente de admissões e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O Cadastro serve como base para a elaboração de estudos, pesquisas, projetos e programas ligados ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que subsidia a tomada de decisões para ações governamentais. É utilizado, ainda, pelo Programa de Seguro-Desemprego, para conferir os dados referentes aos vínculos trabalhistas, além de outros programas sociais.

Assessoria de Imprensa

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